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UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTNIO CARLOS
UNIPAC
DEPARTAMENTO DE PS-GRADUAO
GESTO DA SADE AMBIENTAL
RILDO BARROS FERREIRA
MAPA DE RISCOS DA USINA DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM DE SO JOAQUIM DE BICAS
BETIMMG
2010
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RILDO BARROS FERREIRA
MAPA DE RISCOS DA USINA DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM DE SO JOAQUIM DE BICAS
Artigo apresentado Universidade Presidente Antnio Carlos - UNIPAC, como requisito para a obteno do ttulo de Ps-graduao em Gesto da Sade Ambiental Orientador: Leornado Gontijo
BETIMMG
2010
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Ferreira, Rildo Barros F233m Mapa de Riscos da Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas / Rildo Barros Ferreira. Betim, 2010. 44 f. Orientadora: Prof. Ms. Leornado Gontijo
Artigo (Ps- graduao em Gesto de Sade) Universidade Presidente Antnio Carlos,2010.
1. Mapa de riscos. 2. Meio Ambiente. 3. Sade. 4. Usina de Triagem e Compostagem.
CDD: 671.2
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A DEUS, pela permisso de realizar um grande sonho e pela presena constante em toda os momentos da minha vida. A minha me Antonia Maria Lana Ferreira, meu pai: Jarbas Barros Ferreira, meu irmo, irms aos meus familiares e amigos.
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AGRADECIMENTOS
Agradeo primeiramente a Deus por ter me concedido vencer mais
uma etapa to importante em minha vida e sempre esta do meu lado, porm sem
ele eu no conseguiria. Por ter possibilitado a conciliao de estudo e trabalho,
por me dar fora no cansao e sorrisos mesmo nas horas de tristezas. No seria
possvel alcanar esse to sonhado objetivo sem sua presena em minha vida.
A minha me Antonia Maria Lana Ferreira, que me deu a vida e me
ensinou a viv-la com dignidade, amiga e companheira nos momentos alegres e
de realizaes, que iluminou os caminhos obscuros com afeto e dedicao para
que eu os trilhasse sem medo e cheia de esperanas, que se doou inteira e
renunciou aos seus sonhos, para que, muitas vezes, pudesse realizar os meus,
pela compreenso nos momentos difceis, por opo e amor, no bastaria dizer
obrigada, no tenho palavras para agradecer tudo isso. Mas o que me acontece
agora, quando procuro arduamente uma forma verbal de exprimir uma emoo
mpar. Uma emoo que jamais seria traduzida por palavras. Amo voc!
Ao meu pai Jarbas Barros Ferreira que me ajudou muito nesta
caminhada e que sempre esteve do meu lado me dando maior fora. Suas
palavras, afetos, sorrisos, apoio e ensinamentos..Quantas vezes seus coraes se
chocaram pela minha partida,e mesmo assim foram firmes. E chegado o
momento, minhas mos esto frios, a face um pouco plido,pois tenho a certeza
de que quando o meu nome for anunciado, as palmas mais fortes partiro de suas
mos, como tambm sero suas lagrimas as mais verdadeiras. Nesta hora,
reservo para vocs o abrao mais forte e caloroso e as palavras desajustadas que
quero dizer; obrigado pelo sonho que realiza hoje. Obrigado pela lio de amor
que me ensinaram durante toda minha vida.
A minha famlia. Agradeo todos os dias por essa irmandade, por tudo
que passamos juntos; pelo apoio, carinho, consolo e compreenso durante nossos
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dias; pela ajuda fundamental nos momentos difceis; Obrigada por me amarem o
suficiente para tolerar, encorajar e aplaudir minha vitria!
Aos meus amigos, em especial, Divina Mrcia Martins, Joelma Liana
Peres, Maria Das Dores Batista, e minha me Antonia Maria Lana Ferreira e meu
pai Jarbas Barros Ferreira, por acreditarem em mim, pelo enorme carinho e afeto
que demonstram, por me fazerem acreditar na minha capacidade me encorajando
a alcanar o sucesso. A vocs, que compartilharam dos meus ideais e que tenho
enorme carinho, me compreendem e me incentivam, mesmo que na distncia,
obrigada!
Aos professores, principalmente a nossa Coordenadora Gretynelle
Rodrigues Bahia, Andria, pelo meu orientador e professor Leonardo Gontijo e
Grasiella Caldas D.avilla e todos os outros professores que me ajudaram e a pelo
esforo durante esses um ano e seis meses, pela vontade em querer nos ensinar,
com dedicao, carinho e respeito. Marcas de cobrana, dificuldade e felicidade
nesses longos anos de convivncia pela compreenso nos erros e felicitaes nos
acertos, revelando assim os meus sinceros agradecimentos queles que me
fizeram sorrir, chorar, tentar, aprender, sentir, viver, querer e crescer...
Aos colegas, pelos diversos momentos que compartilhamos juntos,
risos, trabalhos, projetos, apertos, festas, pela tima convivncia que tive com
todos vocs durante essa fase to boa em minha vida, que para sempre ficar
guardada no s na minha memria, mas no meu corao. Durante esse tempo
fomos colegas, amigos e irmos. Teve dias de voltar a ser criana e j outros de
at deixar transparecer a personalidade de adulto que quase sempre era oculta.
Tornando-nos assim pessoas diferentes, mas, porm, sempre felizes. E agora s
saudade. Obrigada por tudo!
Ao Cristiano Silva de carvalho da Secretaria Municipal de Meio
Ambiente de So Joaquim de Bicas MG. Eliane Salvador funcionria municipal
de meio ambiente do municpio de so Joaquim de bicas - MG , Janio Jose Ribeiro
gerente da usina de triagem e compostagem de lixo de so Joaquim de Bicas _
MG e Antonio Carlos Resende prefeito de so Joaquim de Bicas por me
conceder autorizao para que eu pudessem realizar este projeto na usina de
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triagem e compostagem de lixo de so Joaquim de Bicas MG que pertencem a
prefeitura
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Os homens perdem a sade para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a sade. E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem do presente de forma que acabam por no viver nem no presente nem no futuro. E vivem como se nunca fossem morrer... e morrem como se nunca tivessem vivido.
(Dalai lama)
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SUMRIO
1 INTRODUO ............................................................... 3
1.1 Tema ......................................................................... 3
1.1.1 Justificativa .............................................................. 3 1.2 Referencial terico .................................................... 4 1.2.1 O trabalhador e a sua sade .................................... 4
1.2.2 Sade e meio ambiente ............................................ 6
1.2.3 A importncia das usinas de triagem e
compostagem para o meio ambiente ........................ 7
1.2.4 Mapa de risco ........................................................... 8
1.3 Problematizao ....................................................... 11 1.4 Objetivos ................................................................. 11
2 METODOLOGIA ........................................................... 13 2.1 Caracterizao do Empreendimento .................... 13 2.2 A pesquisa ............................................................. 15 3 RESULTADOS ......................................................... 19 Consideraes finais ...................................................... 40 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................. 42
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RESUMO O Mapa de Riscos Ambientais um levantamento realizado no ambiente de trabalho. A anlise de riscos do ambiente de trabalho se d atravs de um conjunto de procedimentos com o intuito de estimar o potencial de danos sade ocasionados pela exposio de indivduos a agentes ambientais fornecendo dados importantes relativos sua sade, visando promover uma maior conscientizao dos mesmos quanto segurana e ao uso dos equipamentos de proteo individual. O estudo da usina de triagem e compostagem da cidade de So Joaquim de Bicas em Minas Gerais buscou trazer para o mbito da sade do trabalhador questionamentos relativos aos riscos ambientais a que esto expostos os trabalhadores em questo, assim como, realizar a representao grfica dos riscos existentes no local analisado. Atravs da avaliao de riscos foi possvel realizar um o diagnstico rpido e participativo, priorizando a identificao dos riscos pelos trabalhadores, que implicou em discusso coletiva sobre as fontes dos riscos, o ambiente de trabalho e as estratgias preventivas para reduzir os riscos identificados. Atravs da elaborao do mapa de risco ser permitido aos trabalhadores apreciarem a natureza dos riscos, assim como, o estmulo melhora constante do ambiente de trabalho.
PALAVRAS-CHAVE: Mapa de riscos, meio ambiente, sade, usina de triagem e compostagem.
ABSTRACT
The Environmental Risk Map is a survey conducted in the workplace. The risk analysis of the working environment is provided through a set of procedures in order to estimate the potential damage to health caused by exposure of individuals to environmental agents by providing important data regarding their health, to promote greater awareness of these about the safety and use of personal protective equipment. The study of sorting and composting plant in So Joaquim of Bicas, Minas Gerais, sought to bring to the health worker's questions regarding the environmental hazards they are exposed to the workers concerned, as well as hold the graphic representation of the risks existing on-site examination. Through the risk assessment was possible a rapid diagnosis and participatory, emphasizing the identification of risk by employees, which resulted in collective discussion about the sources of risks, the work environment and preventive strategies to reduce identified risks. Through the preparation of the statement of risk to workers will be allowed to appreciate the nature of risks, as well as stimulating the constant improvement of working environment.
KEYWORDS: Map of risk, environment, health, sorting and composting plant.
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INTRODUO
1.1 Tema
Atualmente, as constantes campanhas, de esclarecimento, feitas pelos tcnicos
do assunto, ocasionaram mudanas radicais, no trato com o lixo. Essas mudanas
vm se refletindo positivamente, principalmente junto administrao pblica, que
detm os servios de limpeza pblica. A medida de preservao do Meio
Ambiente vem oportunamente, de encontro questo. As Usinas de Reciclagem e
Compostagem de Lixo, surgiram, como, centrais de processamento intermedirio,
do lixo domstico. Racionalizando o lixo coletado, triando e retirando os materiais,
possveis de retornar, s fbricas, para a confeco de novas matrias primas; na
parcela orgnica, dando utilizao apropriada, produo de adubo orgnico do
lixo, para uso agrcola; simplificando pelo mtodo, o volume final de lixo.
O tema sade do trabalhador tem sido recorrente nos estudos, pesquisas e
intervenes em diversas categoriais profissionais com intuito de propor aes
integradas e interdisciplinares visando sensibilizar a sociedade sobre a
importncia das reflexes que envolvem o trabalho enquanto mantenedor da vida
e da sade dos trabalhadores.
E unindo a importncia ambiental sade dos trabalhadores da usina de Triagem
e Compostagem de So Joaquim de Bicas, surgiu-se a necessidade de fazer o
mapa de riscos visando conscientizao de todos os envolvidos no processo a ser
mapeado. E neste contexto que se fez necessria a realizao deste trabalho
cujo tema : Mapa de riscos da Usina de Triagem e Compostagem de So
Joaquim de Bicas.
1.1.1 Justificativa
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O mapeamento de risco no Brasil surgiu atravs da portaria n. 05 de 20/0892,
modificada pelas portarias n. 25 de 29/12/94 e portaria 08 de 23/02/99, tornando
obrigatria a elaborao de Mapas de Risco pelas CIPAs NR 05- Item 5.16 com
as atribuies de Identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa
de riscos, com a participao do maior nmero de trabalhadores (PONZETTO,
2007). Segundo Saliba (2005), ficou assim criado o Mapa de risco, que se
disseminou por todo o mundo, chegando ao Brasil no incio da dcada de 80.
A anlise de risco do ambiente de trabalho se da atravs de um conjunto
de procedimentos com o intuito de estimar o potencial de danos sade
ocasionados pela exposio de indivduos a agentes ambientais. Tais avaliaes
servem de subsdio para o controle e a preveno dessa exposio. Nos
ambientes de trabalho, esses agentes podem estar relacionados aos processos de
produo. Porm, mais importante que o resultado grfico do mapa de riscos o
processo de participao e envolvimento dos trabalhadores em sua construo,
podendo contribuir para avanos organizativos e educativos.
Baseado nestas informaes, e nas dificuldades enfrentadas pela usina de
triagem e compostagem de lixo de Catadores de Papel, Papelo e Materiais
Reciclveis de So Joaquim de Bicas, este trabalho foi elaborado com o intuito de
colaborar com a identificao dos riscos ambientais na empresa, elaborao do
mapa de riscos ambientais e desenvolvimentos dos conhecimentos acadmicos.
1.2 Referencial terico
1.2.1 O trabalhador e a sua sade
A segurana dos Trabalhadores deve sempre ser vista como um investimento a
ser efetivamente revertido em melhoria da produtividade, satisfao, envolvimento
e motivao dos colaboradores com a poltica de qualidade e os resultados da
empresa. E segurana envolve a sade do mesmo. A Poltica Nacional de Sade
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do Trabalhador visa reduo dos acidentes e doenas relacionadas ao trabalho,
atravs de aes de promoo, reabilitao e vigilncia na rea de sade. Suas
diretrizes compreendem a ateno integral sade, a articulao intra e
intersetorial, a participao popular, o apoio a estudos e a capacitao de recursos
humanos.
A sade enquanto patrimnio do trabalhador condio essencial e fundamental
para o convvio social, indissocivel do trabalho, ferramenta primeira no
desenvolvimento das relaes de produo. Segundo Abreu (2000), a fora de
trabalho humana por sua grandeza, poder criativo e transformador vem ao longo
dos sculos, escrevendo captulos de lutas e mudanas na histria da
humanidade e, nas complexas relaes com o modo de produo vigente com o
Estado, bem como, na dominao e na libertao dos povos. A sade do
trabalhador, para Lacaz (1996), configura um campo de conhecimentos e de
prticas que tem como objetivo o estudo, a anlise e a interveno nas relaes
entre trabalho e sade-doena, mediante propostas programticas desenvolvidas
na rede de servios de sade pblica.
O art. 7 XXII da Constituio Federal (1988), reconhece os direitos dos
trabalhadores ressalta dentre os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais a
"reduo dos riscos inerentes ao trabalho, por meios de normas de sade, higiene
e segurana". A portaria n 25 de 29.12.1994 da secretaria de segurana e sade
no trabalho NR-9 estabelece a obrigatoriedade de identificar os riscos sade
humana no ambiente de trabalho, atribuindo s Comisses Internas de Preveno
de Acidentes (CIPA) a responsabilidade pela elaborao de mapas de riscos
ambientais (PONZENTTO, 2002).
A histria mostra que o trabalho sempre esteve ligado ao homem desde os mais
longnquos tempos. A origem do trabalho deu-se quando os senhores, aqueles
que detinham melhores condies socioeconmicas, viram em outros
trabalhadores que poderiam atender as suas necessidades bsicas. Isso ocorreu
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ao longo dos sculos, e o tempo ao se cristalizar registrou inimaginveis tipos de
trabalho.
Vale aqui ressaltar a estreita relao existente entre a Sade do Trabalhador e a
sade ambiental, que so freqentemente tratadas como campos diferentes. O elo
que os une justamente a relao entre processo de produo e consumo. De
acordo com Tambellini e Arouca (1998), foi o desenvolvimento do campo da
Sade do Trabalhador que abriu caminho para a incorporao do campo da sade
ambiental moderna. Portanto, quando se fala das repercusses dos processos
produtivos sobre o ambiente, no se pode esquecer que esses mesmos processos
produtivos que prejudicam a sade da populao em geral tm conseqncias
mais graves ainda para a sade dos trabalhadores diretamente envolvidos.
1.2.2 Sade e meio ambiente
O sistema jurdico brasileiro contempla a relao entre meio ambiente e sade. O
artigo 225, da Constituio Federal do Brasil, estipula que: "Todos tm direito ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade
o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes".
Observa-se que o dispositivo em foco categrico ao afirmar que o meio
ambiente ecologicamente equilibrado essencial prpria sade.
Na sade e no meio ambiente o bem jurdico tutelado a vida. A vida em sua
plenitude, sob todas as suas formas. Nesses campos, quase impossvel tratar de
um assunto sem interrelacion-lo com o outro, tal a interdependncia da sade e
do meio ambiente. O art. 6 do Projeto de Lei n. 6.952/2002 dispe sobre os
Sistemas Nacionais de Epidemiologia, de Sade Ambiental e de Sade Indgena,
cria a Agncia Federal de Preveno e Controle de Doenas, conceitua sade
ambiental como o conhecimento, a preveno e o controle dos processos,
influncias e fatores fsicos, qumicos e biolgicos que exeram ou possam
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exercer, direta ou indiretamente, efeitos sobre a sade humana, em especial,
naqueles relacionados com saneamento, contaminantes ambientais, melhorias
habitacionais, qualidade da gua para consumo humano, desastres naturais e
acidentes com produtos perigosos, vetores, reservatrios e hospedeiros e animais
peonhentos. Atravs deste projeto de Lei afirmam-se mais uma vez a
importncia do trabalho das usinas de reciclagem bem como fazer o mapa de
riscos para que seja assegurado aos trabalhadores locais o direito sade plena.
1.2.3 A importncia das usinas de triagem e compostagem
para o meio ambiente
Aps a II Guerra Mundial, o crescimento industrial do mundo fez aumentar no s
a poluio ambiental, mas tambm a conscincia da sociedade para com o
problema. inquestionvel que tal problema tenha um carter global, pois nem
sempre as solues domsticas so suficientes. As preocupaes com o meio
ambiente se devem s intervenes do homem na natureza, que ocorreu a partir
da revoluo industrial.
Entre as questes ambientais mais preocupantes est o lixo. O lixo um dos
principais problemas que afetam os ambientes urbanos. A soluo encontrada
consta de uma usina de triagem e compostagem de lixo, que separa todo o
material inorgnico (papel, plstico, metais, vidros) do material orgnico,
produzindo adubo ou composto orgnico.
O tratamento e a destinao final dos resduos slidos urbanos sempre foi uma
preocupao dos municpios e principalmente das organizaes governamentais e
no governamentais ligadas rea de saneamento ambiental. Na maioria dos
municpios brasileiros de pequeno porte a administrao se limita a varrer os
logradouros e recolher o lixo domiciliar de forma nem sempre regular depositando-
o em locais afastados da vista da populao sem maiores cuidados sanitrios.
Essa situao provocada ou pela falta de conscincia das autoridades
municipais com a problemtica do lixo urbano ou pelas dificuldades financeiras
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que impedem a aquisio de equipamentos necessrios e disponveis no mercado
para coleta, transporte e destinao final dos resduos slidos.
Levantamentos realizados em usinas de triagem e compostagem de resduos
slidos apontam que em mdia, depois de devidamente processado, chega-se a
uma produo de composto orgnico da ordem de 40% da quantidade inicial de
lixo chegada a usina. certo que a composio do lixo varia de municpio para
municpio, porm se uma parte desse lixo for utilizada em produo de composto
orgnico e outra reciclada em indstrias de papel, metal, plstico e vidro, o volume
final com destino a aterros sanitrios ser bastante reduzido. (DAlmeida,2000).
Tambm, de acordo com Silva (2000), a compostagem tem como funo eliminar
metade do problema dos resduos slidos urbanos, dando um destino til aos
resduos orgnicos, evitando a sua acumulao em aterro e melhorando a
estrutura do solo, devolvendo a terra os nutrientes de que necessita, aumentando
a sua capacidade de reteno de gua, permitindo o controle da eroso e evitando
o uso de fertilizantes sintticos.
Em geral, os processos de funcionamento de uma usina de triagem e
compostagem so bem simples, constando basicamente das seguintes etapas:
O lixo depositado por um caminho basculante na caixa de entrada; o
mesmo cai numa esteira rolante, da qual equipados com luvas e aventais
os operrios retiram manualmente todos os elementos reciclveis
inorgnicos;
Contendo apenas material orgnico no fim da esteira, o lixo dilacerado e
empilhado em montes, onde sofrer um processo de fermentao aerbica
por 60 a 90 dias, aps o que se transforma em composto orgnico pronto
para ser utilizado como corretivo de solo.
1.2.4 Mapa de risco
O mapa um levantamento dos pontos de risco nos diferentes setores das
empresas. Trata-se de identificar situaes e locais potencialmente perigosos. A
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partir de uma planta baixa de cada seo so levantados todos os tipos de riscos,
classificando-os por grau de perigo: pequeno, mdio e grande.
Estes tipos so agrupados em cinco grupos classificados pelas cores vermelho,
verde, marrom, amarelo e azul. Cada grupo corresponde a um tipo de agente:
qumico, fsico, biolgico, ergonmico e mecnico. A forma de representao do
Mapa de risco atravs de crculos de cores com tamanhos proporcionalmente
diferentes (risco pequeno, mdio e grande) em cores correspondentes a cada tipo
de risco existente no local, reunindo as informaes necessrias para estabelecer
o diagnostico da situao de segurana no trabalho; conforme a NR-5, sobre o
Layout da empresa e afixado em local visvel a todos os trabalhadores, conforme a
figura 1 abaixo:
FIGURA 1: Representao do mapa de Risco de crculos com tamanhos proporcionalmente diferentes (riscos pequeno, mdio e grande) em cores correspondentes a cada tipo de risco existente. Fonte: FUNDACENTRO:1999
FSICO
QUMICO
ERGONMICO
BIOLGICO
MECNICO/ACIDENTE
PEQUENO RISCO
MDIO RISCO
GRANDE RISCO
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Para mapear os riscos em uma determinada empresa devem-se seguir os
seguintes critrios, de acordo com a Fundacentro (1999):
FIGURA 2: Como fazer mapa de riscos
Fonte: FUNDACENTRO:1999
necessrio que o Mapa de Risco seja bem elaborado, envolvendo o mximo os
trabalhadores, para que eles saibam do seu objetivo, aplicabilidade e
principalmente possam entend-lo, alm de ser afixado em local bem visvel, na
empresa (PONZETTO,2007). A importncia de se fazer o mapa de riscos que
ele propicia o conhecimento dos riscos que pode estar sujeitos os trabalhadores,
fornecendo dados importantes relativos sua sade, relacionado ao ambiente de
trabalho, com isso h uma maior conscientizao quanto segurana e ao uso
dos EPIs. Os mapas de riscos possuem ainda informaes com o nmero de
trabalhadores expostos ao risco e especificao do agente.
1
Conhecer os setores/sees da empresa: O que e como produz. Para quem e quanto produz (direito de saber).
2
Fazer o fluxograma (desenho de todos os setores da empresa e das etapas de produo).
3
Listar todas as matrias-primas e os demais insumos (equipamentos, tipo de alimentao das mquinas etc.) envolvidos no processo produtivo.
4
Listar todos os riscos existentes, setor por setor, etapa por. Deve-se julgar importante qualquer informao do trabalhador.
-
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1.2.5 Problematizao
A segurana dos Trabalhadores deve sempre ser vista como um investimento a
ser efetivamente revertido em melhoria da produtividade, satisfao, envolvimento
e motivao dos colaboradores com a poltica de qualidade e os resultados da
empresa.
Atravs de visitaes na usina de triagem e compostagem de So Joaquim de
Bicas, localizada Municipal n 1500, no bairro Estncia Serra Verde, pode-se
observar que h a necessidade de mapear os riscos com certa urgncia. Baseado
nas observaes e informaes, e nas dificuldades enfrentadas pela para a usina
de triagem e compostagem de lixo de So Joaquim De Bicas, este trabalho foi
elaborado com o intuito de colaborar com a identificao dos riscos ambientais na
empresa, elaborando o mapa de riscos ambientais vislumbrando tambm o
desenvolvimento dos conhecimentos acadmicos.
1.3 Objetivos
Objetivo Geral
Elaborar o Mapa de Risco da para a usina de triagem e compostagem
de lixo de So Joaquim De Bicas.
Objetivos Especficos:
Identificar os riscos existentes no local analisado, conforme a
classificao especifica dos riscos ambientais;
Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficcia;
Identificar as queixas mais freqentes e comuns entre os trabalhadores
expostos aos mesmos riscos;
Promover a informao dos trabalhadores atravs da fcil visualizao
dos riscos existentes na empresa;
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12
Possibilitar, durante a sua elaborao, a troca e divulgao de
informaes entre os trabalhadores,
Sugerir as medidas mitigadoras para a usina de triagem e
compostagem de So Joaquim de Bicas.
-
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2 METODOLOGIA
Esta pesquisa pode ser classificada como estudo de caso pelas suas
caractersticas em relao explorao do tema de forma cientfica, adotando
mtodos e tcnicas de pesquisa pr-existentes. Na fase exploratria foi realizada
busca em bibliotecas, pesquisas atravs da internet, bem como consulta a bancos
de teses de mestrado e doutorado, leitura de publicaes, livros e artigos em
revistas especializadas. A abordagem do problema a de pesquisa qualitativa, na
qual, segundo Mays e Pope (1995) busca responder a questes particulares tipo
como e por que que so caractersticas de estudos de caso. Consideram-se
para este artigo, apoiado no mtodo de estudo de caso, quatro grandes etapas
que deram sustentao aos resultados.
A primeira etapa a exploratria, foram observados e detectados os
problemas, os atores, as capacidades de ao e os tipos de aes
possveis.
A segunda etapa foram utilizados diversos instrumentos de coleta de
dados que posteriormente foram discutidos e progressivamente
interpretados.
A terceira etapa, a de ao consiste em difundir os resultados, definir
objetivos alcanveis por meio de aes concretas atravs da
exposio do mapa de riscos.
A quarta etapa a de avaliao tem por objetivos: observar, redirecionar
o que realmente acontece e resgatar o conhecimento produzido no
decorrer do processo.
2.1 Caracterizao do Empreendimento
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14
Criada em 2001, a Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas- MG,
baseia-se na disposio final de resduos slidos urbanos e reciclagem de materiais
slidos estimada em 10,3 ton/dia, est localizada no municpio de So Joaquim De
Bicas, gerando trabalho, a princpio, a cidados que tiravam seu sustento de lixes. A
Infra-estrutura composta de um galpo de triagem de 252m2 um anexo com 115m2
para separao dos materiais reciclveis, que so recolhidos por trs caminhes nos
diversos bairros da cidade de So Joaquim de Bicas em parceria com a prefeitura. Nos
galpes, esto localizadas, alm dos setores de recebimento de materiais, silo, esteira
separadora, prensas hidrulicas e rea de deposito de materiais, a rea administrativa
com escritrio, vestirios, refeitrio e cozinha (figura 3):
FIGURA 3: Planta da Usina de Triagem e Reciclagem de So Joaquim de Bicas
Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas.
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Atualmente a renda gerada utilizada para manter alguns gastos com a prpria usina.
2.2 A pesquisa
A pesquisa foi realizada na usina de triagem e compostagem de lixo de So Joaquim
De Bicas - no dia 01/02/2010 a partir de observaes, levantamento de riscos
ambientais e pesquisa bibliogrfica com o objetivo de elaborar o Mapa de Riscos
Ambientais do local.
Para elaborao do Mapa de Riscos da usina de triagem e compostagem de lixo So
Joaquim De Bicas foi utilizado avaliao Qualitativa baseada em relatos dos
trabalhadores, conhecimento especfico dos ambientes de trabalho, experincias
profissionais e tempo de servio.
As etapas de elaborao do Mapa de Riscos envolvem seis tpicos, que vo desde o
conhecimento do processo de trabalho nos locais analisados, identificao dos riscos
existentes, enumerao das medidas preventivas, acesso aos levantamentos j
realizados e a elaborao final em si do mapa de Riscos sobre a planta bsica da usina
de triagem e compostagem de lixo de So Joaquim de Bicas
A avaliao qualitativa no utiliza instrumentos cientficos em sua elaborao,
baseada em relatos pessoais, conhecimentos especficos dos ambientes de trabalho,
experincias profissionais e ambiental, tempo de casa etc. (PONZETTO,2007).
As informaes da pesquisa foram obtidas em entrevistas realizadas no dia 01 de
fevereiro de 2010 na usina de triagem e compostagem de lixo So Joaquim De Bicas,
com 86 trabalhadores. Em relao faixa etria, 24 trabalhadores apresentaram idade
entre 18 e 25 anos, 36 possuem entre 26 e 40 anos, 4 possuem entre 41 e 45 anos, 12
possuem entre 46 e 55 e acima de 55 anos possuem dez pessoas (grfico 1).
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GRFICO 1: Faixa etria dos funcionrios da usina de triagem e reciclagem de So Joaquim de Bicas Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas.
J o tempo de permanncia no servio conforme mostra o grfico 2, a maioria possui
acima de 5 anos de trabalho na usina de triagem e compostagem entre eles 41 so
efetivos e 45 so contatados:
GRFICO 2: Tempo de servio na usina de triagem e compostagem de So Joaquim de Bicas Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas.
05
10152025303540
Entre 18 e 25 anos
Entre 26 e 40 anos
Entre 41 e 45 anos
Entre 46 e 55 anos
Acima de 55 anos
Idade dos Funcionrios
05
1015202530354045
At 1 ano De 1,1 a 3 anos
De 3,1 a 5 anos
De 5,1 a 10 anos
Tempo de servio na Usina
Tempo de servio na Usina
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Quanto escolaridade a maioria dos entrevistados possui ensino fundamental
incompleto, conforme mostrado no grfico 3.
GRFICO 3: Grau de escolaridade dos funcionrios da usina de triagem e compostagem de So Joaquim de Bicas Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas.
Alm disso, foi relatada a falta de unio, desorganizao do local de trabalho, baixa
produo devido inexistncia de alguns equipamentos, falta de EPIs e tarefas
repetitivas, como descritas no grfico 4.
0
10
20
30
40
50
60
Ens. Fund. incompleto
Ens. Fund. completo
Ens. Mdio incompleto
Ens. Mdio completo
Grau de Escolaridade
Grau de Escolaridade
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18
GRFICO 4: Maiores dificuldades encontradas pelos funcionrios no ambiente de trabalho
Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas.
Quanto ao horrio de funcionamento, a usina trabalha de 7 s 21 horas. Em cada turno
trabalham exatamente metade dos funcionrios conforme detalha o grfico 5. Pode-se
observar que por duas horas todos os funcionrios da usina de triagem e compostagem
de So Joaquim de Bicas se encontram no ambiente de trabalho. Segundo a pesquisa
realizada este tempo seria o horrio de pico da usina necessitando, portanto maior
nmero de funcionrios para seu bom andamento e funcionamento.
05
1015202530354045
Relato dos funcionrios sobre as maiores dificuldades no ambiente de trabalho
Relato dos funcionrios sobre as maiores dificuldades no ambiente de trabalho
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19
GRFICO 5: Horrio de funcionamento e diviso de funcionrios em cada turno
Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas.
05
101520253035404550
Trabalham de 7 s 15 horas
Trabalham das 13 s 21 horas
Horrio de trabalho e funcionamento da usina
Horrio de trabalho e funcionamento da usina
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3 RESULTADOS
Foram registradas algumas fotos com relao ao trabalho, segurana e sade dos
funcionrios conforme fotos abaixo:
FIGURA 4: Administrao da Usina de triagem e compostagem de So Joaquim de Bicas
Fonte: Usina e Triagem e Compostagem. Foto: Jefferson Alvarenga (01/02/2010)
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FIGURA 5: Vista geral da usina de triagem e compostagem
Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas.
Foto: Jefferson Alvarenga (01/02/2010)
Segundo Homma (2000), os resduos slidos urbanos nas ltimas dcadas, tm sido
estudados no sentido de se obter tcnicas mais eficientes e seguras de disp-lo no
ambientes ou torn-lo novamente til.
De acordo com Bley Jr. (2001), nos domiclios onde normalmente os resduos orgnicos
so misturados a plsticos, vidros e outros materiais que contribuem para a sua
contaminao, outras fontes geradoras de resduos orgnicos ocorrem no meio urbano.
So exemplos os restos vegetais gerados em podas, capinas e roadas, os resduos de
centrais de abastecimento, cozinhas industriais, restaurantes, agroindstrias entre
outras que na maioria das vezes, se diferem dos resduos slidos domiciliares por
serem materiais homogneos reconhecidos como resduos orgnicos limpos.
Segundo D Almeida (2000), 40% do da quantidade de lixo que chega em uma usina
aps devidamente processado chega a um composto orgnico.
Porm, na FIGURA 5 podem-se observar algumas falhas: sacos expostos a sol e chuva
sendo ambiente propcio para foco de larvas do mosquito transmissor da dengue Aedes
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aegypti. Alm do citado nota-se tambm que o galpo de triagem necessita de maior
metragem uma vez que parte do material tambm se encontra exposto.
Percebe-se na FIGURA 6 que dois funcionrios esto no local de recebimento do lixo
sem luvas e mscaras.
FIGURA 6: Recebimento
Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas.
Foto: Jefferson Alvarenga (01/02/2010)
O lixo responsvel por um dos mais graves problemas ambientais. Seu volume
enorme e vem aumentando intensa e progressivamente, principalmente nos grandes
centros urbanos, atingindo quantidades impressionantes. Segundo Lima (1995), a maior
parte dos municpios brasileiros (cerca de 76% deles), o lixo simplesmente jogado no
solo, sem qualquer cuidado, formando os lixes, altamente prejudiciais sade
pblica. O lixo acumulado potencialmente um transmissor de doenas por vias
indiretas.
As conseqncias da disposio inadequada do lixo no meio ambiente so a
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proliferao de vetores de doenas (como ratos, baratas e micrbios), a
contaminao de lenis subterrneos e do solo pelo chorume (lquido escuro,
altamente txico, formado na decomposio dos resduos orgnicos do lixo) e a
poluio do ar, causada pela fumaa proveniente da queima espontnea do lixo
exposto.
Em cidades onde o lixo tratado em aterros sanitrios, como So Joaquim de Bicas,
pode-se ter uma idia da extenso do problema verificando-se que, para
acomodar a quantidade enorme de lixo produzida todos os dias, mais de 10 toneladas,
necessita-se de diminuir a quantidade de rejeitos aumentando a vida til da rea.
Dentro deste quadro, a usina de triagem e compostagem torna-se uma soluo
evitando tantas doenas e o acmulo de lixes pela cidade. Segundo o manual de
segurana e medicina do trabalho (2009), o trabalho na usina de triagem e
compostagem insalubre por expor o trabalhador a riscos de sade.
FIGURA 7: Recebimento
Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas.
Foto: Jefferson Alvarenga (01/02/2010)
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Na FIGURA 7 um funcionrio manipula uma enxada com a mo direita. Registra-se aqui
a falta de dois equipamentos de proteo individual indispensveis: a luva e o capacete.
Segundo o manual de segurana e medicina do trabalho (2009), o capacete serve para
dar proteo contra impactos de objetos sobre o crnio. Este equipamento seria de
extrema necessidade para os funcionrios que trabalham no recebimento do lixo uma
vez que os mesmos auxiliam os motoristas de caminhes ao chegarem no local
registrado acima inclusive auxiliam na retirada de lixo da caamba do trreo como
mostra a FIGURA 8.
FIGURA 8: Recebimento do lixo na usina.
Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas.
Foto: Jefferson Alvarenga (01/02/2010)
O acondicionamento inadequado do lixo pode provocar acidentes e doenas graves nos
coletores. Entre os riscos identificados no processo da coleta de lixo, destacam-se:
mecnicos (cortes, ferimentos,perfuraes nas mos, atropelamentos, quedas graves),
ergonmicos (esforo excessivo), biolgico (contato com agentes biolgicos
patognicos), qumico (substncias qumicas txicas) e social (falta de treinamento para
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o servio). Cada acidente de trabalho do coletor implica o seu afastamento, alm da
diminuio do salrio e aumento de custo para a empresa.
A queda de veculo, devido inadequao dos veculos para tal transporte, onde os
trabalhadores so transportados dependurados no estribo traseiro, sem nenhuma
proteo foi outro fator detectado durante a pesquisa como pode ser observado na
FIGURA 8.
FIGURA 9: Ptio de manobras
Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas.
Foto: Jefferson Alvarenga (01/02/2010)
O piso dos ptios de manobras dos veculos coletores para descarga do lixo
pavimentado com asfalto, para possibilitar as descargas com qualquer tipo de clima e
para evitar a contaminao do solo no caso de acidentes com derramamento de
resduos ou lquidos lixiviados.Porm, conforme a FIGURA 9 o ptio de manobras est
com desgaste no asfalto necessitando de nova pavimentao para evitar uma possvel
contaminao do solo.
Obviamente, o veculo coletor de lixo utilizado deve ter capacidade (volumtrica e de
carga) correspondente quantidade de lixo mximo a ser transportado. No entanto
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conforme mostra a FIGURA 9, h um excesso de lixo no caminho que chega a usina
para descarga. Este um fato que chama a ateno no somente pela segurana dos
funcionrios dentro da usina de triagem e compostagem, mas tambm pela populao
em geral que tem contado com este veculo nos logradouros da cidade. A medida
corretiva portanto, seria de fazer duas viagens para maior segurana de todos.
FIGURA 10: Cozinha/refeitrio
Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas.
Foto: Jefferson Alvarenga (01/02/2010) A cozinha da usina faz uma diviso com o refeitrio. Nela foi encontrada instalao
eltrica fora das normas de segurana como mostra a FIGURA 10 e 11. Outra
irregularidade neste ambiente foi um guarda volumes totalmente aberto, com materiais
sujeitos a incndios. As instalaes eltricas devem ser embutidas ou protegidas em
tubulao externa.
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FIGURA 11: Ventilador na cozinha/refeitrio com
instalao eltrica inadequada.
Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So
Joaquim de Bicas.
Foto: Jefferson Alvarenga (01/02/2010)
FIGURA 12: Cozinha/refeitrio
Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas.
Foto: Jefferson Alvarenga (01/02/2010)
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A Norma Regulamentadora 24 (NR-24) do Ministrio do Trabalho recomenda copos
individuais e o uso de bebedouros de jato inclinado no refeitrio do ambiente de
trabalho. No refeitrio/cozinha da usina h a utilizao de um filtro com copo de plstico
disponvel para os funcionrios.
Vale ainda lembrar que, apesar da norma recomendar o mnimo necessrio para as
instalaes, a empresa pode, incrementar o refeitrio, instalando, por exemplo, uma
pequena geladeira para a melhor conservao das marmitas nos dias de calor como
mostra a FIGURA 12.
A pia para assepsia das mos deve conter sabonete lquido inodoro anti-sptico,
toalhas de papel no reciclado ou outro meio seguro de secagem das mos e coletor de
papel com tampa no acionada com as mos. No ambiente descrito no foram
encontrados tais instrumentos como mostra a FIGURA 12.
FIGURA 13: Escritrio
Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de
So Joaquim de Bicas.
Foto: Jefferson Alvarenga (01/02/2010)
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No escritrio mais uma vez foi detectado equipamento com instalao eltrica
inadequada e ainda prxima a materiais de fcil propagao de incndios (FIGURA 13).
FIGURA 14: Escritrio Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas. Foto: Jefferson Alvarenga (01/02/2010)
FIGURA 15: Triagem
Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas.
Foto: Jefferson Alvarenga (01/02/2010
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Os trabalhadores diretamente envolvidos com os processos de manuseio, transporte e
destinao final dos resduos, formam outra populao exposta. A exposio se d
notadamente pelos riscos de acidentes de trabalho provocados pela ausncia de
treinamento, pela falta de condies adequadas de trabalho (FIGURA 15). O desuso de
mscaras neste ambiente pode levar a srios problemas de sade. De acordo com a
NR-6, os equipamentos de Proteo Individual destinado a proteger a sade e
integridade fsica do trabalhador. Os EPIs recomendados para as atividades a serem
desenvolvidas so:
- culos de segurana
- capacete de segurana
- luvas e ou mangas de proteo
- calados de proteo contra riscos mecnicos
- mscaras contra poeira
- avental
FIGURA 16: Triagem da usina Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas.
Foto: Jefferson Alvarenga (01/02/2010)
Pode-se observar que nenhum funcionrio da rea de triagem utiliza culos e nem
mesmo capacete de segurana (FIGURA 16).
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FIGURA 17: Baias de Separao
Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas.
Foto: Jefferson Alvarenga (01/02/2010)
Na FIGURA 17 notvel certa desorganizao de materiais a serem prensados. No
corredor, prximo aos sanitrios e vestirio h sustncia lquida no cho pondo em risco
a segurana e sade do trabalhador.
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FIGURA 18: Baias de separao
Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas.
Foto: Jefferson Alvarenga (01/02/2010)
Nas baias de separao nota-se que nenhum trabalhador utiliza culos e capacete de
segurana. possvel detectar tambm um trabalhador sem luvas. O uso rigoroso dos
EPIs como mscaras, luvas, botas e uniformes, visa minimizar a possibilidade de
contaminao e garantir a boa qualidade de trabalho. Sem os mesmos o trabalhador
fica exposto aos perigos inerentes ao local de trabalho, podendo ter srios danos sua
sade. Pode-se considerar que se trata de uma irresponsabilidade social, pois mesmo
com equipamentos de proteo individual (EPIs), existem formas e maneiras
tecnologicamente adequadas de evitar os riscos a que esto expostos os trabalhadores
da usina.
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FIGURA 19: Vestirio e bebedouro
Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas.
Foto: Jefferson Alvarenga (01/02/2010)
comum encontrar pela usina meios de transportes que funcionrios utilizam para
chegar at este local de trabalho. No h um local apropriado para que os mesmos
possam deixar bicicletas por exemplo (FIGURA 19). Prximos ao bebedouro esto duas
bicicletas que podem atrapalhar os funcionrios na sua hidratao.
FIGURA 20: Prensagem e Armazenamento
Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de
Bicas.
Foto: Jefferson Alvarenga (01/02/2010)
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FIGURA 21: Extintor
Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So
Joaquim de Bicas.
Foto: Jefferson Alvarenga (01/02/2010)
A carga dos extintores possui validade conforme especificado pelo fabricante ou
recarregador, no existindo, em normas, um prazo especfico. Tanto, os fabricantes,
quanto as empresas que efetuam recargas, apem ao aparelho um selo, com data de
validade da garantia dos servios. No extintor encontrado na usina no h nenhuma
data de manuteno, data de fabricao etc.
FIGURA 22: rea externa- pia
Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas.
Foto: Jefferson Alvarenga (01/02/2010)
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Vrios materiais esto expostos a chuvas sem devida proteo (FIGURA 22).
FIGURA 23: rea Externa Pia Caixa de Passagem
Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas.
Foto: Jefferson Alvarenga (01/02/2010)
Capacetes encontrados abaixo da pia. H tambm o perigo da caixa de esgoto
quebrada prximo a ela.
FIGURA 24: Disjuntores eltricos- escada
Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas.
Foto: Jefferson Alvarenga (01/02/2010)
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A funo principal do disjuntor que o mesmo simplesmente "desarma", interrompendo
a corrente quando ela se torna perigosa. Pode-se observar a caixa de disjuntores
aberta, prximo a uma rea de circulao intensa de funcionrios: a escada.
FIGURA 25: Prensa
Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas.
Foto: Jefferson Alvarenga (01/02/2010)
As recomendaes da NR-12 que visam estabelecer condies de segurana para
assegurar a integridade fsica do trabalhador e diminuir os riscos de acidentes nos
locais de trabalho determina que todas as mquinas devem ter protees para impedir
o acesso as partes mveis cortantes ou no, como correias, motores, serras, prensas,
etc. A norma, na usina de triagem e compostagem de So Joaquim de Bicas, tambm
no respeitada (FIGURA 25 E 26).
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FIGURA 26: Esmeril
Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas.
Foto: Jefferson Alvarenga (01/02/2010)
Alm do perigo e falta de proteo da mquina, a instalao eltrica totalmente
inadequada colocando em riscos de segurana e sade os funcionrios da usina
(FIGURA 26). Na FIGURA abaixo h o perigo pelo escoamento de lquido em rea de
circulao de trabalhadores.
FIGURA 27: Ptio externo
Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas.
Foto: Jefferson Alvarenga (01/02/2010)
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FIGURA 28: Aterro de rejeitos
Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas.
Foto: Jefferson Alvarenga (01/02/2010)
O perigo de focos de mosquitos transmissores de doenas foi detectado bastante
facilidade conforme a FIGURA 28. No aterro de rejeitos vrios materiais esto expostos
(FIGURA 29).
FIGURA 29: Aterro de rejeitos
Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas.
Foto: Jefferson Alvarenga (01/02/2010)
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A partir das entrevistas e registros observados, foram sugeridas as aes mitigadoras
como reunies semanais, com educadores e psiclogos, para trabalhar e auto-estima e
melhorar o relacionamento interpessoal, principal relato dos funcionrios, aquisio de
equipamentos, para agilizar a prensagem de materiais reciclveis, evitando o acumulo
dos mesmos no galpo, devido ao alto risco de incndio, aquisio de talha para
carregamento e descarregamento de materiais reciclveis com o objetivo de otimizar a
atividade e criao imediata de CIPA.
A situao em que se encontra atualmente a usina de triagem e compostagem de lixo
So Joaquim De Bicas preocupante, pois as condies do local so propicias a
incndio, devido aos diversos tipos de materiais ali existentes de alta combusto como:
papis, papelo, plstico, etc. H tambm a inexistncia de extintores de incndio
devidamente datados instalaes eltricas irregulares, falta de treinamentos para
trabalhadores, EPIs e proteo das prensas. Tudo isso colocam em risco a vida das
pessoas na execuo das atividades.
Foram diagnosticados no ambiente da usina de triagem e compostagem de lixo So
Joaquim de Bicas vrios tipos de riscos ambientais tais como qumicos, fsicos,
ergonmicos,mecnicos e biolgicos, como mostrado no quadro 1 abaixo e
identificados no Mapa de Risco.
QUADRO 1
TIPO DE RISCO
Qumico Fsico Biolgico Ergonmico Mecnico
COR Vermelho Verde Marrom Amarelo Azul SETORES
1- Entrada de Material
Poeira - Vrus, Bactrias
e suor
Postura incorreta
Incndio
2- Esteira Poeira - Vrus, Bactrias
e suor
Postura incorreta
Incndio
3- Prensa Poeira Rudos, calor E frio
Vrus, Bactrias
e suor
Postura incorreta
Equipamento sem proteo
e Postura
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40
Incorreta 4- Sada de
Materiais Poeira - Vrus,
Bactrias e suor
Postura incorreta
Incndio
5- Depsitos de Materiais
Poeira Umidade Vrus, Bactrias
e suor
Postura incorreta
Incndio
6- Vestirio Poeira Umidade Vrus, Bactrias
e suor
Postura incorreta
Incndio
7- Refeitrio Poeira Umidade Vrus, Bactrias
e suor
Desconforto Incndio
8- Cozinha Poeira - Vrus, Bactrias
e suor
M postura Incndio e choque eltrico
9- Escritrio Poeira - - - Incndio Fonte: Usina de Triagem e Compostagem de So Joaquim de Bicas
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Consideraes finais
O Mapa de Riscos Ambientais elaborado para a usina de triagem e compostagem de
lixo So Joaquim De Bicas identifica, informa e orienta trabalhadores e visitantes
sobre os riscos existentes no local de trabalho, contribuindo para melhoria da sade,
segurana e qualidade de vida de todos. As informaes e conhecimento dos riscos
ambientais contidas no mapa fornecem dados importantes que ajudam na preveno
de acidentes e de doenas do trabalho e na conscientizao quanto utilizao de
EPIs.
O Mapa de Risco dever ser implantado em cada setor e afixado em local de fcil
visualizao para que todos sejam alertados sobre os perigos existentes naquela rea,
estando cientes da necessidade de prudncia. As medidas mitigadoras devem ser
implementadas, com a participao dos trabalhadores, visando complementar a
minimizao dos riscos no ambiente de trabalho.
Reunies entre os trabalhadores e coordenao devero ser realizadas no intuito de se
discutir os pontos a serem alterados ou melhorados. Palestras, cartazes e informativos
devero ser providenciados, visando conscientizao dos funcionrios a respeito de
segurana e dinmicas em grupo podem ser incentivadas buscando desenvolver um
melhor relacionamento entre o grupo de trabalho.
Como medidas mitigadoras, para melhorar e minimizar os riscos no ambiente de
trabalho atravs de fontes geradoras sugerido:
Implementar um sistema de gesto organizacional e administrativo visando
otimizao da produo e promovendo o melhoramento da distribuio de
tarefas;
Implantao imediata da Comisso Interna de Preveno de Acidentes
(CIPA) e cumprindo da legislao (NR-5) visando preveno de acidentes e
doenas decorrentes do trabalho;
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Reunies semanais, com educadores e psiclogos, para trabalhar a auto-
estima e melhorar o relacionamento inter-pessoal, principal relato dos
associados;
Implantao com urgncia do sistema de combate a incndio no local, devido
grande quantidade de materiais inflamveis, com treinamento sobre para
todos os trabalhadores;
Reviso da parte eltrica em geral por se tratar de local propenso a
incndios;
Compra de Equipamentos de Proteo Individual (EPIs) indicados para cada
funo, e conscientizao dos associados para a importncia da utilizao
dos mesmos atravs de palestras, cartazes e informativos;
Aplicao imediata do Mapa de Risco, com informaes detalhadas sobre o
mesmo;
Implantao imediata da proteo de segurana da prensa enfardadeira, com
o objetivo de prevenir acidentes na sua operao;
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43
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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