licitação e contrato - de como fazer

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Arquivo como fazer licitação e contrato.

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  • 12/06/2015 LicitaoeContrato

    http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/boletins/boletim52001/jurisprudencia/licita%C3%A7%C3%A3o%20e%20contrato.htm 1/7

    LICITAOECONTRATO

    CONCESSODESERVIOPBLICO.ANULAO*

    MandadodeSeguranan.48.8290/800SoPaulo

    Impetrante:F.Andreis&CiaLtda.

    Impetrado:GovernadordoEstado

    AssistenteLitisconsorcial:FazendadoEstadodeSoPaulo

    Mandado de Segurana Invalidao de ato administrativo Anulao de licitao pblica Impugnao mandamental ao recurso, que envolveria ataque ao ato administrativo anterior ArguiodedecadnciarejeitadaAlegaodeilegitimidadedepartepassivaadcausamrepelidaVcios formaisnoeditalde licitaoObrigatoriedadede regulamentaoprviadosserviosaconceder Subjetividade dos critrios de anlise das propostas de metodologia executiva eoperacionalViolaodeprincpios legaisPoderdeverdeaAdministraoanularseusprpriosatosDecisoadministrativaquenoserevestedeilegalidadeSeguranadenegada

    ACRDO

    Vistos, relatados e discutidos estes autos de Mandado de Segurana n. 43.8290/800, daComarcadeSoPaulo,emqueimpetranteF.Andreis&CiaLtda.,sendoimpetradoGovernadordoEstadodeSoPaulo.

    Acordam,emrgoEspecialdoTribunaldeJustiadoEstadodeSoPaulo,pormaioriadevotos,adotadoorelatriodefls.,rejeitaraargiodedecadnciae,unanimidadedevotos,nomrito,denegar a segurana, de conformidade com o voto do relator, que fica fazendo parte integrantejulgado.Custasnaformadalei.

    Participam do julgamento os Desembargadores Dirceu de Mello (Presidente, sem voto), FortesBarbosa,FlvioPinheiro,PauloShintate,ViseuJnior,OettererGuedeseorelatorMrcioBonilha(vencidos na preliminar), e ngelo Gallucci, Fonseca Tavares, Franciulli Netto, Luiz Tmbara,MohamedAmaro,DenserdeS,JosCardinale,DanteBusana,lvaroLazzarini,GentilLeite,JosOsrio,CubadosSantos,DjalmaLofrano,NelsonSchiesari,CunhaBueno,NigroConceio,NeyAlmadaeYussefCahali(vencedores).

    SoPaulo,7deabrilde1999

    DIRCEUDEMELLO,Presidente

    MRCIOBONILHA,Relator

    VOTO

    InsurgeseaimpetrantecontraoatoadministrativodaSecretariadosTransportes,quedeclarouanulidadedoprocedimentodalicitaoinstauradoparaaoutorgadeconcessodosserviostransporteshidroviriosdenavegaointeriordastravessiasdepassageiros,veculosecargasdoEstado,investindo,porm,formalmente,contraoatodoSr.GovernadordoEstado,querejeitouopedidoformuladopelaconcorrente,mantendoadeliberaoqueforaobjetodairresignaorecursal.

    Contudo,aoverdorelator,vencidonessetemapreliminar,odespachoproferidonoProcesson. ST739/94 publicado no Dirio Oficial do Estado, de 18 de maro de 1997 contra o qual, na

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    realidade, se volta a impetrante, pleiteando sua invalidao, no era passvel de exame delegalidade,pelaviamandamental,nadatadaimpetraoem24desetembrode1997,porquantojultrapassadooprazodecadencialde120dias,aqueserefereoartigo18daLein.1.533,de31dedezembrode1951,quedisciplinaomandadodesegurana.

    Seoato acoimadode ilegal o doSecretrio dosTransportes, comose infere, nitidamentedostermos da longa petio inicial, sem margem de dvida, de h muito havia expirado o prazodecadencialmencionado,noseaproveitandoaimpetrantedaocorrnciadaefetivainterposioderecurso,emtempohbil,contraoatoimpugnado,precipuamente,pelasingelarazodequenoseconcedeu efeito suspensivo, na considerao de que no se revestia o caso em exame decondies emergenciais que caracterizassem relevante interesse pblico, como se v dadeliberaodefls.

    Nessecontexto,nochegouasersuspensaaeficciadoatodeclaratriodenulidadedalicitao,nada justificando a dilatao no tempo do incio da contagem do prazo legal de decadncia,consoantebemrealou,nesseparticular,aautoridadeapontadacomocoatora.

    Comose sabe, no "o conhecimentooficiosodoato quedevemarcar o incio doprazoparaaimpetrao, mas sim o momento em que se tornou apto a produzir seus efeitos lesivos aoimpetrante.Seoatoirrecorrvelouapenaspassvelderecursosemefeitosuspensivo,contarseo prazo da publicao ou da intimao pessoal do interessado se admite recurso com efeitosuspensivo,contarsedotrminodoprazoparaorecurso(senofoiinterposto)oudaintimaodo julgamento finaldo recurso (se interposto regularmente).Observamos,porm,queopedidodereconsiderao, na via administrativa, no interrompe o prazo para a impetrao da segurana(STF,Smulan.430),salvosealeilhederefeitosuspensivo",oqueinocorreunahiptesevertente(Hely Lopes Meirelles, Mandado de segurana e ao popular, 6. ed., So Paulo: Revista dosTribunais,p.27).

    Apropsito,aSmulan.430doPretrioExcelsoassimdispe:

    "Pedidodereconsideraonaviaadministrativanointerrompeoprazoparaomandadodesegurana."

    Igualmente,noosuspende(RSTJ22/213STJRT672/201RTFR157/379RJTJERG140/137).

    Nessesentido,ocolendoSupremoTribunalFederal"considerourazovelaopiniodetribunallocaldequeorecursoadministrativocomefeitoapenasdevolutivonointerrompenemsuspendeoprazodedecadncia do direito impetrao" (cf. TheotonioNegro,Cdigo deProcessoCivil, 27. ed.,SoPaulo:Saraiva,nota7aoart.18,p.1.105).

    O recurso administrativo previsto na matria no conta com efeito suspensivo, salvo motivaoespecficadaautoridadecompetente,emquadroderazesde interessepblico,que inocorreunahoptese pendente (Lei n. 8.666/93, art. 109, 2), de sorte que no era mais suscetvel deinterrupooususpensooprazoconcernente invocaoda tutelamandamental,em relaodecisoadministrativarelativadecretaodainvalidadedalicitaoempauta.

    Contudo, esse ponto de vista pessoal no veio a ser adotado pela nobre maioria, sob oentendimentodeque,atquesejajulgadoorecursohierrquico(enomeropedidodereconsiderao,dondeafastadaaSmulan.430doSTF),nofluioprazodecadencialinerenteimpetraodowrit.

    Nesseraciocnio,otermoinicialdoprazodecadencialcomeaafluirdaintimaodadecisofinalno procedimento administrativo, o queafasta a arguiodedecadncia, na hiptese versadanosautos,tantomaisque,semaefetividadedogravame,aparteaindanodispederequisitobsicoparaoexercciododireitojurisdio.

    Em suma, prevaleceu o entendimento de que "a interposio de recurso administrativo cabvel,tenhaounoefeitosuspensivo,relegaoinciodoprazodecadencialparaapsoseujulgamento",naesteiradadiretriz jurisprudencialaque referemosprecedentessobreaquesto,mencionadospor Theotonio Negro (Cdigo de Processo Civil e legislao processual em vigor, 27. ed., SoPaulo:Saraiva,

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    p.1.105).

    Definida a questo prejudicial da decadncia, subsiste, em tema preliminar, a arguio deilegitimidade passiva ad causam, em relao ao Sr. Governador do Estado, que, todavia, pelasrazesqueinformaramarejeiodadecadnciadopedidomandamental,arigor,ficouprejudicada.

    De qualquer modo, questionandose, tambm, a deciso tomada no procedimento recursal, nombitoadministrativo,hqueseconcluirquenoprocedeopedidodeextinodoprocessosemjulgamentodomrito,aessettuloformuladopelaautoridadeimpetrada.

    No mrito, cabe assinalar que a empresa impetrante pretende a decretao da nulidade do atoadministrativo anulatrio da licitao pblica que teve por objeto a concesso dos "servios detravessia martima interior do Estado de So Paulo", que fora autorizada pelo Secretrio dosTransportes, em 25 de maro de 1994, que constituiu Comisso Especial para o respectivojulgamento.

    A nica proponente foi a empresa impetrante, considerada habilitada, e cuja proposta veio a seracolhida, sobrevindo a propositura de ao popular, com fundamento em pretensa lesividade aoscofres pblicos e de flagrante ilegalidade no edital da concorrncia pblica, o que justificou adeterminaodemanifestaodaConsultoriaJurdica,feitapeloentoSecretriodosTransportes,AntnioMrcioMeiraRibeiro,em11dejunhode1994,soboGovernoFleury.

    Com base nos pronunciamentos daConsultoria Jurdica e da Assessoria Tcnica, no sentido dequelicitaoteriaprosseguidoaoarrepiodaLein. 8.666/1993, aps apontadas irregularidades no edital que no foram sanadas, indicadas ascircunstnciasnamanifestaodefls.,oentoSecretriodosTransportesresolveuanular"oeditaldelicitaodaConcorrnciaPblica001/94,tendoporobjetoaoutorgadeconcessodosserviosde travessia litornea,bemcomo todososprocedimentoseatossubseqentes", jnapendnciade ao popular, na qual sobreveio o decreto extintivo do feito, precisamente, pela verificao danova deliberao administrativa, que invalidara o certame, tornando prejudicado o objeto da aomencionada.

    Sucede que, tendo sido ajuizado mandado de segurana anterior, acabou sendo invalidada adecisoadministrativaoriginria,por inobservnciadoprincpiododireitodedefesa,porsentenaconfirmadaemgraudeapelao.

    Mas,aoapreciaradefesaopostapelaoraimpetrante,oSecretriodeTransportesPlnioAssmannresolveu anular o referido procedimento licitatrio, j na gesto da Administrao Mrio Covas,pelasrazesenunciadasnadecisodefls.,naconsideraodafaltadeprviaregulamentaodosservios de travessia litornea, em desacordo com o disposto no artigo 119 da ConstituioEstadual,artigo1daLein.7.835/1991eartigo40incisosIeVIIeseu2,itemIV,c.c.artigo55,incisosI,IIeVII,daLein.8.666/93.

    OsaspectosjurdicosabordadosnoparecerAJGn. 415/97, aprovado pelo AssessorChefe, no mbito do Governo do Estado, a que se referiuexpressamente a deciso que manteve a declarao de nulidade do procedimento licitatrio,abrangem os tpicos concernentes obrigatoriedade de regulamentao prvia dos servios aconceder subjetividade dos critrios de anlise das propostas de metodologia executiva eoperacionaleaopoderdeverdeaAdministraoPblicaanularseusprpriosatos.

    Apreciandoessesvciosquemotivaramaposioadotadapelaautoridade impetrada,pelaordemenunciada nas informaes, cabe, em primeiro lugar, ressaltar que a falha correspondente ausncia de prvia regulamentao dos servios pblicos a serem concedidos, no obstante aargumentao deduzida pela impetrante, que se reporta inexistncia de exigncia legal e aoentendimento doutrinrio no sentido de que a regulamentao questionada deva ocorrer antes dainstaurao do processo licitatrio, para integrar as normas que o regem, na verdade encerraargumentaotautolgica,"vistonoseconceberregulamentaoquenosejaprviaemrelaoaosatosaquesedevaaplicar".

    Nessepasso,induvidosoqueosserviosconcedidosoupermitidosficarosempresujeitos

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    regulamentaoefiscalizaodoPoderPblico,comodispeclaramenteotextoconstitucionalestadual(art.119,CE),oqueexplicaanecessidadedequeoregulamentosejadoconhecimentodoslicitantes,mesmoporqueserianomnimoestranhvelquearegulamentaodosserviosconcedidosfosseprovidenciadaapsalicitaoouemfaseposteriorda

    celebraodocontrato,deixandodefigurarnoeditalrespectivo.

    A propsito, lio antiga, sempre atual, de Hely Lopes Meirelles, bem esclarece a questo, aocuidardocontratodeconcessodeserviopblico:

    "Sendoaconcessoumcontratoadministrativodecolaborao,como,ficasujeitoatodasasimposiesdaAdministraoparaosajustesdessanatureza,especialmenteautorizaoporlei,regulamentaopor decreto e escolha do concessionrio em concorrncia. A leiapenasautorizaaconcessoedelimitaaamplitudedo contratoa serfirmado o regulamento estabelece as condies de execuo doservio o contrato consubstancia a transferncia da execuo doservio,pordelegao,aoconcessionrio,vencedordaconcorrncia.Ocontratohdeobservarostermosdalei,doregulamentoedoeditaldalicitao, sob pena de se expor nulidade" (Licitao e contratoadministrativo,8.ed.,SoPaulo:RevistadosTribunais,p.292293).

    Evidentemente, no seria possvel a celebraode contrato, comobedincia s suas regras, emdecorrncia de concesso, na hiptese de falta de prvia regulamentao dos servios a seremconcedidos.

    No se trata, como se afirmou com propriedade, na manifestao da Assessoria Jurdica doGovernoderegulamentarumaconcessoantesqueelaexista."obrigaodopoderconcedenteeditar normas regulamentares claras, transparentes e abrangentes sobre a forma deoperacionalizao dos servios e sobre as etapas e instrumentos dos processos fiscalizatrio,interventivoepunitivo".

    NapreleosemprevaliosadeHelyLopesMeirelles,"asclusulasprincipaisasereminsertasnocontrato de concesso, alm de outras peculiares ao caso, so as que indiquem e delimitem oobjeto,modoeformadaprestaodoservioqueasseguremoservioadequadoquedisponhamsobreafiscalizao,reversoeencampao,fixandooscritriosdeindenizaoqueestabeleamo incio, termoou condiodeprorrogaodo contrato quedelimitemas reas deprestaodeservio, os poderes e regalias para sua execuo que estabeleam o valor do investimento e omodo de integralizao do capital que forneam os critrios para a determinao do custo doservioeconseqentefixaoerevisodastarifas,nabasedeumajustaerazovelretribuiodocapital(...)."(Direitoadministrativobrasileiro,24.ed.,SoPaulo:Malheiros,1999,p.347348).

    Ora, no edital questionado, houve previso de regulamentao dos servios aps a outorga daconcesso (clusulas 36, alnea a e 49), sem a precisa definio do objeto de licitao,previamente, como se impunha na espcie, ocorrendo violao aos princpios que regem aslicitaes,dentreosquaisosrelativosaojulgamentoobjetivoeigualdadeentreosconcorrentes.

    Semaprviaregulamentao,nohfalaremclareza,precisoedefiniodoobjetodalicitao,comosucedenashiptesessimilarestrazidasacotejopelaautoridadeimpetrada.

    Em segundo lugar, deparase tambm com o vcio de ausncia de objetividade nos critrios deanlisedapropostademetodologiaexecutivaeoperacional,estabelecidosnoedital.

    Naavaliaodestametodologia,indispensvelaobservnciadecritriosrigorosamenteobjetivos,queseprestamnosparaaorientaodosinteressadosnaapresentaodaspropostas,comoparabaseseguradeexamepelaAdministrao,nojulgamentooportuno.Osparmetrosdevemsercertos, objetivos, determinados, devem constar do edital e da prvia regulamentao do servio,sobpenade infringnciaaoartigo30,pargrafo8,daLein.8.666/1993,comosucedeunocasovertente(itens10.12e10.13doedital).

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    Oscritriosencartadosnoitem10.15doeditalnocorrespondemaoscritriosreclamadosparaaapreciao objetiva das propostas, o que poderia at mesmo alijar a impetrante do certame,afetandooprincpiodaimpessoalidade,aqueserefereotextoconstitucional(art.37,n.XXI,CR)eospreceitosdaLeidasLicitaes(arts.3,4,ns.IX,IVeVII,e2,n.III,almdoart.55,ns.IeII,daLein.8.666/1993).

    Somaseaessesvciosformaisaexignciaeditalciadeconstituiodeempresaconcessionria,pelaadjudicatria,apsojulgamentodalicitao,quetraduzilegalidade,tendoemcontaque,noconsensodadoutrina,umadascaractersticasdocontratoadministrativoapeculiaridadedeserintuitupersonae,poisexigeapessoadocontratoparasuaexecuo,cabendolembrar,nesseponto,quealegislaoquedisciplinavaalicitaoempautaerasilentesobreamatria.

    ApenascomoadventodaLeiFederaln.8.987,de13de fevereirode1995,que ficou"facultadoao poder concedente, desde que previsto no edital, no interesse do servio a ser concedido,determinar que o licitante vencedor, no caso de consrcio, se constitua em empresa antes dacelebraodocontrato".

    Alis, seria inusitado permitir a contratao com terceiro, que no participou da licitao, ao seadmitir que a concessionria ser constituda pela adjudicatria, isto , com empresa que noparticipou do certame, especialmente quando no se trata de caso de consrcio, mas deconcorrenteindividual,participantedeformaisolada.

    bvioquenose ignoraapossibilidadedecriaodadenominadaspecialpurposecompanysociedadedeobjetoexclusivo,aquealudiua impetrante,criaoaliengena,que,eventualmente,podeseradmitidaemnossodireito,mas,nombitodaregnciadasleisadministrativascogentes,devemser respeitadasasnormasexpressasdenossa legislao, dadaaposioprivilegiadadoEstado,noscontratosadministrativos,caracterizadosporfisionomiainteiramentepeculiar.

    Apropsito,JosCretellaJniorassinala:

    "Nos contratos administrativos o Estado fica em posio privilegiada,vistoqueseacham,emjogo, finsde interessepblico"(Das licitaespblicas,7.ed.,RiodeJaneiro:Forense,p.261).

    Nessetpico,cabelembrarodispostonoartigo50daLein.8.666/1993,queassimestabelece:

    "A Administrao no poder celebrar o contrato com preterio daordem de classificao das propostas ou com terceiros estranhos aoprocedimentolicitatrio,sobpenadenulidade".

    Portanto, em razo dos vcios mencionados, o Governo do Estado, bem amparado no parecerjurdicodesuaAssessoria,efirmenosargumentosexpendidosemsuasinformaes,cujastesesjurdicassoadotadas,legitimamenteinvalidouoprocedimentolicitatrioemexame.

    Podia fazlo, nos termos do princpio consubstanciado no entendimento jurisprudencial firmadopelo Pretrio Excelso (Smula n. 473), sob a gide das exigncias do interesse pblico e dapreservaodaordemjurdica,pelocrivodalegalidade.

    "A anulao da licitao, por basearse em ilegalidade no seuprocedimento, pode ser feita em qualquer fase e a qualquer tempo,antes da assinatura do contrato, desde que a Administrao ou oJudicirio verifique e aponte a infringncia lei ou ao edital", comoesclarece o insigne Hely Lopes Meirelles, com remisso a julgadosnesse sentido (Direito administrativo brasileiro, 24. ed., So Paulo:Malheiros,1999,p.282).

    A anulao opera efeitos ex tunc, retroagindo s origens do ato anulado, sabido que o ato ilegalno gera conseqncias jurdicas vlidas, nemproduz direitos e obrigaes entre as partes, nosujeitandoaAdministraoaqualquerindenizao,"poisoPoderPblicotemodeverdevelarpelalegitimidadedeseusatosedecorrigiras ilegalidadesdepuradas invalidandooato ilegtimo,para

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    queoutrosepratiqueregularmente"(RDA40/324,52/248RT212/164,219/119).

    Por conseguinte, a despeito do louvvel empenho dialticomanifestado pelo digno representanteprocessualda impetranteedaexcelnciadopareceremquearrimasuapretensomandamental,reconhecidaasuperioridadejurdicadasmanifestaesdaautoridadeimpetrada,nasinformaesenopareceradministrativoemquese funda, impeseadenegaodowrit,comodesacolhimentodopronunciamentodadoutaProcuradoriaGeraldeJustia.

    Nestestermos,semembargodorespeitvelpontodevistadadoutaProcuradoriaGeraldeJustia,denegaseasegurana,repelidasaspreliminares.

    DIRCEUDEMELLO,Presidente

    MRCIOBONILHA,Relator

    VOTO

    DeclaraodeVotoVencedor

    1. Adoto o relatrio de fls. e acompanho o eminenteRelator para denegar a segurana. Em quepese o volume das alegaes, o fulcro da questo posta em discusso pode ser resumido emquatro aspectos essenciais, a saber: da necessidade de regulamentao prvia dos servios aserem concedidos da ausncia de objetividade na anlise das propostas da impossibilidade deconstituio de empresa concessionria para a execuo do contrato e, da possibilidade de aAdministraoPblicaanularseusprpriosatos.

    2. A concesso de servio pblico, como cedio, submetese a normas regulamentares e anormas contratuais. As primeiras so as que interessam ao caso em testilha, ou seja, as quedisciplinam omodo e a forma de prestao do servio, de sorte que so denominadas tambmcomo "leis do servio", conforme o ensinamento de clssico Hely Lopes Meirelles (Direitoadministrativobrasileiro,19.ed.,SoPaulo:Malheiros,p.340).mister ressaltarqueasnormasregulamentares esto includas entre as clusulas principais do contrato administrativo deconcesso,poisneledevemserinseridos,dentreoutros,oobjeto,omodoeaformadeprestaodoservio.Daseconcluiqueasleisdoserviohodeantecederoprpriocontratodeconcesso.Eseassim,invlidaaclusulan.49doanexoVdoedital,porassimdispor,verbis:

    "OPoderConcedente,decorridos90(noventa)dias,contadosdo inciodas travessias pela concessionria, far publicar o regulamentoespecfico da concesso e constituir uma comisso deacompanhamento e fiscalizao das obras e dos servios, de carteropinativo, composta por representantes, em igual nmero, do PoderLegislativo,doPoderExecutivoedosusurios".

    sabido que as clusulas regulamentares podem ser alteradas unilateralmente pelaAdministrao, o que, todavia, no permite se conclua pela desnecessidade de prviaregulamentao,aocontrrio,pois,datesesustentadapelaimpetrante,datavenia.Aceitarseessatese implicar o reconhecimento da validade de um certame de objeto indefinido, inadequado disputaentrelicitantesdealgoaindadesconhecido.

    3.Comrelaoaoscritriosparajulgamentodaspropostas,patenteanecessidadedeadoodecritriosobjetivos. "Oessencialqueseestabeleamasbasesdo julgamento,apontandoqualofator ou fatores preponderantes, e, quando possvel, se lhes atribuam valores ou pesos quepermitam a quantificaomatemtica das vantagens ofertadas, demodo a afastar aomximo osubjetivismodadeciso"(HelyLopesMeirelles,ob.cit.,p.275).Imperioso,portanto,oprincpiodojulgamentoobjetivo.

    Demais, como intuitivo, a j apontada falta de regulamentao conduz ao subjetivismo dojulgamento, circunstncia que no passou despercebida pela Procuradora do EstadoAssessora,emseuparecer,aoanotarque"em faceda inexistnciade regulamentaoprviadosserviosaseremconcedidos,vriosaspectosquedeveriamestarregradosedefinidosficaramaoalvedriodos

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    licitantes,aseremapresentadosnapropostademetodologiaexecutivaeoperacional".Confirase,arespeito,ositensns.10.12e10.13doedital.

    Nem se diga que o critrio de julgamento ficou limitado ao menor preo, pois este " usual nacontrataodeobrassingelas,deserviosquedispensamespecializao,nacomprademateriaisougnerospadronizados,porque,nessescasos,oqueaAdministraoprocurasimplesmenteavantagemeconmica"(HelyLopesMeirelles,ob.cit.,p.273).No,comefeito,ocasodosautos.

    4.Noquedizrespeitoconstituiodeumaempresaconcessionriaparaaexecuodocontrato, importanteressaltarqueoprocedimento licitatrio foi regidopelaLeiFederaln.8.666/1993,quenopreviaaexecuodosserviosporterceiro,sendocertoqueafaltadeprevisonodensejo sua prtica, pois, como sabido, Administrao permitido fazer somente o que a leidetermina, ao contrrio do administrado, que pode fazer tudo o que a lei no probe. Ora, aAdministraoPblicaregidapeloprincpiodalegalidade,entreoutros,hojealadocondiodeprincpio constitucional administrativo (art. 37, caput, da CF). verdade, porm, que a partir davigncia da Lei Federal n. 8.987/1995, especificamente em razo do disposto em seu artigo 20,facultouseaopoderconcedente,desdequeprevistonoeditaleatendidoo interessedoservioaserconcedido,determinarqueo licitantevencedorseconstituaemempresaantesdacelebraodocontrato,pormsesetratardeconsrcio.Taldisposionoseaplicaaocasodosautos,pordois motivos: primeiro porque a licitao em questo regida por lei anterior (Lei Federal n.8.666/1993)e,segundo,porqueavencedoraparticipoudocertameisoladamente,nosecuidando,ento, de consrcio. Prevalece, nessas condies, a execuo pessoal, tratandose de contratoadministrativointuitupersonae.

    5.Porderradeiro,"aanulaodosatosadministrativospelaprpriaAdministraoconstituiaformanormaldeinvalidaodeatividadeilegtimadoPoderPblico.EssafaculdadeassentanopoderdeautotuteladoEstado.umajustiainterna,exercidapelasautoridadesadministrativasemdefesadainstituioedalegalidadedeseusatos."(HelyLopesMeirelles,ob.cit.,p.190).Ademais,noqueinteressaaqui,eissofoibemressaltadopelorelator,emseuvoto,aanulaodalicitaopodeserfeitaemqualquerfaseeaqualquertempo,antesdaassinaturadocontrato,tendoemcontaopoderquedetmaAdministraodevelarporseusprpriosatos.NessesentidoaSmulan.473doSTF,assimredigida.

    6. Ante todo o exposto, em que pese o douto entendimento do ilustrado patrono da impetrante,fundandose em parecer do professor Geraldo Ataliba, prestigiado que foi, outrossim, pela doutaProcuradora de Justia oficiante, denego a segurana. Sem condenao em honorrios deadvogado,eisqueincabveisnaespcie(Smulan.512doSTF).Custas,exlege.

    SoPaulo,9dejunhode1999

    NELSONSCHIESARI

    INCIO

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