legat rt 2010 mercurio total em tecido hepatico do boto cinza
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XIV Reunião de Trabalho de Especialistas em Mamíferos Aquáticos da América do Sul (RT) 8º Congresso da Sociedade Latinoamericana de Especialistas em Mamíferos Aquáticos (SOLAMAC)
Florianópolis (SC), 24 a 28 de outubro de 2010
Sociedade Latinoamericana de Especialistas em Mamíferos Aquáticos – SOLAMAC
MERCÚRIO TOTAL (HgT) EM TECIDO HEPÁTICO DO BOTO-CINZA, Sotalia guianensis (CETACEA, DELPHINIDAE), DA BAÍA DE SEPETIBA, RIO DE JANEIRO – BRASIL
Legat, L. N. A1.; Vidal, L. G.1; Bisi, T.1,2; Azevedo, A. F.1; Flach, L.3; Dorneles, P. R.1,2; Malm, O.2;
Lailson-Brito, J.1,2 1 Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores ‘‘Profa. Izabel Gurgel’’ (MAQUA), Faculdade de Oceanografia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil - let.legat@gmail.com 2 Laboratório de Radioisótopos Eduardo Penna Franca, Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, CCS, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil.
3 Projeto Boto Cinza, Rua Sta. Terezinha, 531, Muriqui, 23870-000 Mangaratiba, Rio de Janeiro, Brasil. O mercúrio (Hg) é um dos elementos mais estudados sob o ponto de vista toxicológico. Sua principal via de absorção em vertebrados marinhos se dá através da dieta, que junto à baixa taxa de excreção leva ao aumento das concentrações do elemento ao longo da cadeia trófica. Os cetáceos, por serem predadores de topo de teias alimentares e apresentarem grande longevidade, terminam por exibir altas concentrações de poluentes com longa meia-vida biológica em seus tecidos. Desta forma, tais animais são freqüentemente utilizados como sentinelas da saúde ambiental em relação aos micropoluentes. O Estado do Rio de Janeiro é a área mais densamente habitada de toda a costa brasileira, gerando séria contaminação ambiental por metais. Um local crítico é a Baía de Sepetiba (BS), onde o boto-cinza, Sotalia guianensis, é regularmente avistado durante todo o ano. A fidelidade de habitat torna a espécie um modelo adequado para estudo dos processos de bioacumulação de poluentes. Neste estudo, determinou-se as concentrações de mercúrio total (HgT) no tecido hepático de S. guianensis da BS, verificando a influência de variáveis biológicas em sua acumulação. Para determinação do HgT, amostras frescas foram digeridas com solução sulfonítrica (HNO3: H2SO4) em sistema aberto a quente, com leitura em Espectrofotômetro de Absorção Atômica por geração de vapor frio (FIMS-400, Perkin-Elmer). A certificação do método foi realizada por análise do material de referência DOLT-4 (NRCC). A concentração média encontrada foi 6,25±14,42 mg.Kg-1 peso úmido, com valores entre 0,04 e 64,70 mg.Kg-1p.u. Foram analisadas amostras provenientes de 16 machos e 5 fêmeas, não havendo diferenças significativas nas concentrações entre sexos (Mann-Whitney - U= 30; p= 0,4089). Os valores de comprimento total (CT) variaram entre 132 e 200 cm, sendo observada correlação positiva entre tal parâmetro e concentrações de HgT (Spearman - rS= 0,46; p= 0,0377). Registros prévios das concentrações do elemento para a espécie foram realizados em outras regiões da costa brasileira como o Estado do Ceará (4.62±8.73 mg.Kg-1p.u) e os Estados do Paraná e São Paulo (1,05±0,63 mg.Kg-1p.u.). As concentrações nas áreas da Baía de Guanabara (17,74±30,60 mg.Kg-1p.u.) e Norte do Estado do Rio de Janeiro (8,32±7,39 mg.Kg-1p.u.) são significativamente maiores do que as encontradas no presente estudo (Mann Whitney U – 97; p= 0,0007 e U – 81,5; p= 0,0009). Embora os valores aqui encontrados estejam dentro da faixa previamente observada para a espécie, a crescente urbanização e industrialização da área constituem motivo de alerta em relação à contaminação por micropoluentes. Palavras chave: Mercúrio, Sotalia guianensis, Baía de Sepetiba Apoio Financeiro: Leticiaà Legat é bolsista FAPERJ; Programa Pensa Rio - FAPERJ, Edital APQ1-2009/1 FAPERJ (Proc. E26-110.858-2009); e PRONEX 2010 - FAPERJ/CNPq.
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