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INSUFICIÊNCIA RENAL INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDAAGUDA

Neonatologia

Residente: Juliana Ferreira GonçalvesLiv Janoville

Orientadora: Dra. Marta

www.paulomargotto.com.br Brasília, 20 e abril de 2015

MARGOTTO, Paulo R. Assistência ao recém nascido de risco,ESCS,Brasília, 3ª Edição, 2013.

IntroduçãoIntroduçãoDeficiência súbita da função glomérulo-

tubular levando a distúrbios da homeostase do organismo.

Caracteriza-se por alterações no equilíbrio hidroeletrolítico e ácido básico, descontrole hormonal, elevação da creatinina e uréia sangüíneas, oligúria, embora alguns casos possa haver poliúria.

97% dos RN urinam nas primeiras 24 horas de vida, destes 4% a 22% apresentam a 1ª micção na sala de parto.

Função Renal no RNFunção Renal no RNNa vida intra-uterina, a contribuição do rim

na manutenção da homeostase é mínima (manutenção do volume de líquido amniótico)

Com o nascimento, o rim passa a atender às necessidades normais do RN, porém quando ocorre desequilíbrio da homeostase, o rim pode não responder de forma adequada dada "imaturidade" ainda observada nesse período.

Função Renal do RNFunção Renal do RN

Função Renal do RNFunção Renal do RN

Homeostase do SódioHomeostase do Sódio RNT tendem a manter um balanço positivo de sódio, devido a

uma forte tendência de reabsorver o sódio filtrado. Frente à sobrecarga apresentam taxa de excreção limitada do

soluto (12 mEq/Kg/dia) com risco de hipernatremia. No período de 2 - 5 semanas de vida, observa-se uma inadequada

reabsorção tubular de sódio, provocando uma resposta natriurética (a hiponatremia é mais severa na 2ª - 3ª semana de vida).

A hipernatremia pode ser observada em duas situações especiais: perdas renais aumentadas de água (diurese osmótica ou perdas insensíveis aumentadas)

Sinais / sintomas: perda de peso acentuada, tendência à hipotensão, com densidade urinária aumentada, aumento da frequência cardíaca, diurese diminuída e algum grau de acidose metabólica.

Homeostase do PotássioHomeostase do Potássio RN MBP apresentam balanço positivo de K+ durante todo o período neonatal. O risco de hipercalemia é grande, mesmo na ausência de oligúria Hipercalemia não oligúrica tem sido relatada em 50% nestes RN na primeira

semana de vida (deficiência da Na-K-ATPase e ao grande desvio de K+ para o extracelular)

Baixo fluxo na veia cava superior (reflexo da redução do fluxo sanguíneo sistêmico)

Papel da Aldosterona  Níveis elevados de aldosterona são insuficientes para promover a absorção

adequada do excesso de potássio que chega ao túbulo distal, incapaz de manter, então, o balanço do íon.

A partir da 3ª semana de vida, os túbulos renais respondem bem a aldosterona). 

FisiopatologiaFisiopatologia

FisiopatologiaFisiopatologia

Causas de IRACausas de IRA

Fluxo sanguíneo renal insuficiente

Obstrução do fluxo urinário depois de formada urina

Lesão do parênquima renal

DefiniçãoDefinição

Insuficiência renal não oligúria pode ser definida como débito urinário menor que 1ml/kg/h depois do primeiro dia de vida.

Em casos de asfixia, os autores observaram a presença de IRA não oligúrica em 61%, IRA oligúrica, em 25% e anúrica em menos de 15%.

Taxas de filtração glomerular persistentemente baixas e disfunção tubular têm sido relatadas em 40% dos sobreviventes de insuficiência renal aguda no período neonatal, na ausência de malformações do trato genitourinário.

Quanto a nefrotoxicidade dos antibióticos, estima-se que 10 a 30% dos pacientes em uso de aminoglicosídeos apresentam IRA transitória, geralmente de natureza não oligúrica.

Níveis de creatinina sérica superiores a 1,5mg% associado com uma função renal materna normal.

INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDAINSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA

DIAGNÓSTICO:

História clínica:

- Enfoque em condições clínicas que potencialmente podem levar a dano renal;

- Suspeitar de oligúria em Rn com ausência de diurese nas primeiras 24 horas (93% dos Rn urinam nesse período);

INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDAINSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA

DIAGNÓSTICO:

Exame físico:

- Investigar estado de hidratação, jato urinário, sinais de choque ou hipovolemia, PA em MMSS e MMII, pulsos, PVC e FC;

- Massas tumorais na região de flanco e hipogastro, malformações da parede abdominal, anormalidades do trato urinário inferior;

INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDAINSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA

DIAGNÓSTICO:

Exames laboratoriais:

1) Sangue:

- Sódio e potássio: hiponatremia dilucional ou por disfunção tubular e/ou hipercalemia;

- Uréia e creatinina: ao nascimento refletem os valores maternos até por volta de 48h de vida;

INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDAINSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA

- UREIA: Na IRA se mantém >28mg%. Alguns fatores que podem determinar o aumento da uréia como dieta rica em proteínas, oferta aumentada de proteínas na NPT, hemorragia do TGI e desidratação.

Por esses motivos: NÃO É O MELHOR INDICADOR PARA AVALIAR FUNÇÃO

RENAL.

- CREATININA: A creatinina EXPRESSA A FUNÇÃO TUBULAR. Na IRA esta acima de 1mg%. Um aumento da ordem de 0,5mg%/dia indica uma redução severa da TFG. Quando seu valor dobra há uma redução da TFG em 50%.

INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDAINSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA

- Hemocultura: pesquisar infecção;

- Gasometria: acidose metabólica;

- Hipocalcemia, hiperfosfatemia e hipomagnesemia;

2) Urina:

Densidade urinária: Normal: 1005-1010 Osmolaridade urinária máxima RNPT: 600mOsm/l RNT:

800mOsm/l , adulto: 1200mOsm/l

INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDAINSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA

IRA pré renal x renal intrínseca

IRA pré- renal: urina hipertônica e relativamente isenta de Na (U Na < 20mEq/L);

Intensa avidez por Na e função renal preservada -> reabsorção de 99% do sódio filtrado e da uréia. Isso resulta em um aumento desproporcional da uréia com relação a creatinina sérica (Ur/Cr > 10).

Isso não ocorre quando há lesão parenquimatosa já que há redução da capacidade renal de concentração e excreção de substancias. U Na: elevado >40mEq/L.

INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDAINSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA3) ECG: Observa-se alterações na hiperpotassemia;

4)Ultrassonografia: avaliação de massas renais e alterações morfológicas na estrutura do parênquima renal;

5)Urografia excretora: pouco utilizado, risco de maior toxicidade

do contraste;

6) Biopsia renal:

7) Cintilografia radioisotópica;

INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDAINSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA Diagnóstico diferencial:

OLIGÚRIA + AZOTEMIA IRA PRÉ-RENAL X IRA RENAL

-> Teste de depleção de volume: administrar solução fisiológica ou plasma 20ml/kg durante 60-120 min podendo chegar à 40ml/kg.

Se persistir oligúria fazer furosemida 2mg/kg/dose. Se não houver diurese > 2ml/kg/h após 60-120 min:

IRA INTRÍNSECA!!!

INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDAINSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA Diagnóstico diferencial:

-> Relação uréia/ creatinina plasmática:

IRA pré- renal (85% dos casos): aumento desproporcional da uréia com relação a creatinina. Proporção: >10:1

IRA renal intrínseca (11% dos casos): aumento proporcional da uréia com relação a creatinina. Proporção: <10:1

IRA pós renal: menos 5% dos casos. Osmolaridade urinária (mOsml/L): IRA pré renal: > 400; IRA

intrínseca <400.

INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDAINSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA TRATAMENTO

1) Administração de líquidos e eletrólitosA reposição de volume deverá se limitar às perdas insensíveis eàs perdas de fluido externo (urina, SOG, drenos).

-> Deve-se levar em consideração: AE: +9ml/kgPI: Variam com peso de nascimento (3 primeiros dias): 700 -1000g: - 82ml/kg1001-1250g: - 56ml/kg1251-1500g: - 46ml/kg>1500g: - 26ml/kg

INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDAINSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA Fototerapia: +20ml/kg/diaCatabolismo tecidual: -0,5-1% de peso/dia

2) Temperatura

Deve ser mantida zona de temperatura neutra.

3) Dietético O paciente com IRA é frequentemente hipermetabólico e

evolui para desnutrição aguda. O catabolismo acentuado leva a instalação acelerada da uremia, hiperpotassemia e acidose, antecipando a necessidade de tratamento dialítico.

INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDAINSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA

Ingesta calórica: 100cal/kg/dia Aporte proteico: 1g/kg/dia Dar preferência a leite materno. NPT: Encontra-se no mercado formulação especial de aminoácidos;

4) Manutenção da pressão arterial

Expansão volumétrica (já descrita anteriormente)

INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDAINSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA

Drogas vasoativas: usadas quando não há depleção de volume circulante e o paciente se mantém hipotenso;

Deve-se procurar manter uma PA aceitável, a fim de garantir uma pressão de perfusão adequada em nível de artérias renais, possibilitando e favorecendo a filtração glomerular.

5) Diurético

Furosemida:

INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDAINSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA

- Sulfonamida, cujo sítio de ação primário é o ramo ascendente da alça de Henle (diurético de alça);

- Inibe a reabsorção ativa de Na, K e Cl;

- Tem efeito protetor pois reduz o consumo de O2 e energia gasta pelas células tubulares, que estão vulneráveis ou já danificadas;

- O fluxo sanguíneo renal aumenta após administração de furosemida, provavelmente secundaria a vasodilatação mediada por prostaglandina (ativa a via RAA);

INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDAINSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA

- Administrada na fase adequada a furosemida pode reverter a IRA oligúrica em não oligúrica em casos que a IRA parece inevitável;

- A IRA não oligúrica esta associada a melhor prognóstico e tem sido sugerido que pacientes que respondem a furosemida deve ter IRA menos grave;

- Deve ser administrada preferencialmente por via endovenosa e resposta pode ser vista em 2-3 minutos após infusão com pico de ação em 30 minutos.

INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDAINSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA

- Na IRA a resposta deve ocorrer em 2-4 horas;

- Dose recomendada in bolus 0,5-1mg/kg. Em casos reservados pode-se usar doses maiores de 2-5mg/kg em uma velocidade que não ultrapasse 4mg/kg/min;

- Na ausência de resposta ao tratamento não existe justificativa para uso de doses adicionais;

- RN > 32 sem: a cada 12 horas; RN< 32 sem: a cada 24 horas;

INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDAINSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA

6) Diálise

• Diálise peritonial preferível com relação à hemodiálise devido a dificuldades técnicas;

• Indicada quando:- Acidose intratável- Hipercalemia intratável- Hipernatremia

• Volume: 25-50ml/kg por ciclo com tempo de permanência de 30 -60 min.

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PROGNÓSTICO

• Mortalidade: 33- 78%, depende da natureza e severidade da lesão renal inicial e habilidade de manuseio dos distúrbios bioquímicos;

• Fatores de mau prognóstico:- Anúria por mais de 4 dias- Falta de visualização renal pela cintilografia- Falência múltipla de orgãos

Consultem Aqui e AgoraConsultem Aqui e AgoraInjúria renal aguda

Autor(es): Paulo R. Margotto, Márcia Pimentel de Castro       

(Capítulo do livro Assistência ao Recém-Nascido de Risco, ESCS, Brasília, 3ª Edição, 2013)

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