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INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL
IMPACTO NA PRODUÇÃO E QUALIDADE DO LEITE PELA
COMBINAÇÃO OU NÃO DE VOLUMOSOS EM DIETAS DE
VACAS HOLANDESAS
Guadalupe Aparecida Espicaski Parren
Nova Odessa
Fevereiro, 2014
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS
INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL
IMPACTO NA PRODUÇÃO E QUALIDADE DO LEITE PELA COMBINAÇÃO
OU NÃO DE VOLUMOSOS EM DIETAS DE VACAS HOLANDESAS
Guadalupe Aparecida Espicaski Parren
Orientador: Dr. Fábio Prudêncio de Campos
Co –orientador: Ricardo Lopes Dias da Costa
Nova Odessa
Fevereiro - 2014
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação do Instituto de Zootecnia,
APTA/SAA, como parte dos requisitos para
obtenção do título de Mestre em Produção
Animal Sustentável.
Ficha catalográfica elaborada pelo
Núcleo de Informação e Documentação do Instituto de Zootecnia
Bibliotecária: Tatiane Helena Borges de Salles CRB 8/8946
P258i Parren, Guadalupe Aparecida Espicaski
Impacto na produção e qualidade do leite pela combinação ou não de
volumosos em dietas de vacas holandesas / Guadalupe Aparecida Espicaski
Parren.
Nova Odessa, SP: [s.n.], 2014.
62 f.: il.
Dissertação (Mestrado) – Instituto de Zootecnia. APTA/SAA, Nova
Odessa.
Orientador: Dr. Fábio Prudêncio de Campos
Co-orientador: Dr. Ricardo Lopes Dias da Costa
1. Cana-de-açucar. 2. Silagem de milho. 3. Produção de leite. 4. Eficiência
alimentar. I. Campos, Fábio Prudêncio II. Costa, Ricardo Lopes Dias da III.
Titulo.
CDD 636.211
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS
INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO
TÍTULO: IMPACTO NA PRODUÇÃO E QUALIDADE DO LEITE PELA
COMBINAÇÃO OU NÃO DE VOLUMOSOS EM DIETAS DE VACAS
HOLANDESAS
AUTOR:GUADALUPE APARECIDA ESPICASKI PARREN
Orientador: Fábio Prudêncio de Campos
Co-orientador: Ricardo Lopes Dias da Costa
Aprovado como parte das exigências para obtenção do título de MESTRE em produção
animal sustentável, pela Comissão Examinadora:
Dr. Fábio Prudêncio de Campos
(IZ/APTA/SAA)
Dr. Marcos Veiga dos Santos
(FMVZ/USP – Pirassununga)
Dr. Laerte Dagher Cassoli
(ESALQ/USP)
Data da realização: 03 de Fevereiro de 2014
Presidente da comissão examidora
Dr. Fábio Prudêncio de Campos
(IZ/APTA/SAA)
Mãe,
Você é responsável por grande parte desta conquista, e aproveito este momento para agradecer
todo o amor incondicional, carinho, palavras, conselhos e amizade.
Por toda batalha e dedicação fazendo o possível e o impossível para que nada me faltasse.
A você dedico a nossa vitória
TE AMO.
AGRADECIMENTOS
Deus por conceder o dom da vida e por todas as oportunidades e desafios para
realizar mais esta etapa da vida.
Aos meus pais Rene Parren e Maria Lucia Espicaski pelo amor incondicional e
apoio.
Aos meus irmãos Selma, Solange, Helder, Pedro, aos sobrinhos Guilherme,
Renan, Vinicius, Letícia, Eduardo, Laís e Júlia e as minhas cunhadas Michele e Cirlene,
por acreditarem em mim e por tolerar a minha ausência.
As madrinhas Conceição, Tia Jussara e aos primos que mesmo distantes sempre
estiveram presentes em pensamento.
Ao Leonardo Simões e família pelo amor, paciência e incentivo constante.
As amigas constantes Carol, Damares, Gislaine e Ellen, vocês foram
fundamentais para esta conquista, foram mais que amigas e sim irmãs, afinal amigo é a
família que a gente escolhe. Agradeço a Deus por terem colocado vocês em minha vida
e peço para que ele continue abençoando nossa amizade.
As companheiras de república Ana e Thayná pelos ouvidos, lágrimas, sorrisos e
conquistas compartilhadas.
Ao Sr. Mauro pelas conversas e atenção dispensada em nosso convívio no
laboratório.
Ao meu coorientador Ricardo Lopes pelos ensinamentos constantes, apoio,
dedicação, paciência, oportunidade de realizar o mestrado e amizade. Serei eternamente
grata.
Agradeço o Prof. Dr. Fábio Prudêncio de Campos pela orientação e apoio.
A todos que não citei, mas que de alguma forma são parte integrante de minha
vida.
E por fim, agradeço a CAPES pela bolsa concedida.
“Teremos coisas bonitas pra contar
E até lá, vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás, apenas começamos
O mundo começa agora, apenas começamos”
(Renato Russo)
SUMÁRIO
Lista de Tabelas viii
Lista de abreviaturas ix
Impacto na produção e qualidade do leite pela combinação ou não de volumosos
em dietas de vacas Holandesas
x
Resumo x
Impact on production and milk quality by mixture or not roughages diets of
Holstein cows
xi
Abstract xi
CAPÍTULO 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS 12
1. INTRODUÇÃO 12
2. REVISÃO DE LITERATURA 15
2.1 Cana-de-açúcar 18
2.2 Silagem de milho 20
2.3 Ambiente 21
2.4 Qualidade do leite 24
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 29
CAPÍTULO 2 – Impacto na produção e qualidade do leite pela combinação ou
não de volumosos em dietas de vacas Holandesas
37
Resumo 37
Impact on production and milk quality by mixture or not roughages diets of
Holstein cows
38
Abstract 38
1. INTRODUÇÃO 40
2. MATERIAL E MÉTODOS 42
2.1 Animais 42
2.2 Instalações 42
2.3 Tratamentos 43
3. ANÁLISE ESTATÍSTICA 47
4. RESULTADOS 48
5. DISCUSSÃO 53
6. CONCLUSÃO 59
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 60
viii
LISTA DE TABELAS
TABELA 1. Relação proporcional dos ingredientes na dieta, em % e kg na
matéria seca, do concentrado total, da relação volumoso:concentrado e
composição químico-bromatológica das dietas experimentais
46
TABELA 2. Composição químico-bromatológica dos volumosos e
ingredientes concentrados utilizados para formulação inicial da dieta
experimental
46
TABELA 3. Ingestão de matéria seca da dieta, eficiência e conversão
alimentar, em função dos efeitos de densidade energética da dieta, ambiente e
de tipo de volumoso, e suas respectivas significâncias
49
TABELA 4. Valores médios da ingestão de mistura concentrada, forragem e
ureia em função dos efeitos de densidade energética da dieta, ambiente e de
tipo de volumoso, e suas respectivas significâncias
50
TABELA 5. Valores médios da qualidade do leite em função dos efeitos de
densidade energética da dieta, ambiente e de tipo de volumoso, e suas
respectivas significância
51
TABELA 6. Valores médios dos parâmetros ambientais obtidos no período
da manhã e da tarde e média do período durante as fases de coletas 52
ix
LISTA DE ABREVIATURAS
AGV – Ácidos graxos voláteis
CA – Conversão alimentar
CCS – Contagem de células somáticas
CMS – Consumo de matéria seca
CSM – Cana-de-açúcar + silagem de milho
CNF – Carboidratos não fibrosos
CVN – Com ventilador e nebulizadores
EA – Eficiência alimentar
EE – Extrato etéreo
FDA – Fibra em detergente ácido
FDN – Fibra em detergente neutro
GN – Globo negro
H – Entalpia
IMS – Ingestão de matéria seca
ITU – Índice de temperatura e umidade
MS – Matéria seca
NDT – Nutrientes digestíveis totais
NUL – Nitrogênio uréico no leite
PB – Proteína bruta
PC – Peso corporal
PDR – Proteína degradável no rúmen
SVN – Sem ventilador e nebulizadores
SM – Silagem de milho
TPO – Temperatura de ponto de orvalho
TBS – Temperatura do bulbo seco
UR – Umidade relativa
x
RESUMO
Impacto na produção e qualidade do leite pela combinação ou não de volumosos
em dietas de vacas Holandesas
Objetivou-se avaliar o desempenho produtivo de vacas em lactação submetidas à dieta,
composta por volumosos suplementares e concentrados com densidades energéticas
distintas, em condição ambiente diferenciado, a fim de detectar os principais fatores que
mais interferem na produção e qualidade do leite. Foram utilizados 8 vacas Holandesas,
em quadrado latino 8 x 8, em esquema fatorial 2x2x2, com os seguintes fatores: dieta
para níveis de exigência de produção de 20 e de 40 kg de leite/dia, duas fontes de
volumosos (silagem de milho: SM, combinação de cana-de-açúcar com silagem de
milho 1:1 na MS: CSM) e duas condições ambientais (com e sem ventiladores e
nebulizadores: CVN e SVN, respectivamente), com períodos de 20 dias, sendo 11 dias
de adaptação e 9 dias de coleta, com duração de 160 dias. Analisando os resultados,
constatou-se que houve maior ingestão de matéria seca (IMS) em percentagem do peso
corporal (4,14% x 3,79% PC) para dieta programada para produção 40 L leite/dia
(P≤0,05), entretanto, a conversão e eficiência alimentar foram melhores para dieta de 20
(0,91 x 1,01; 112,6% x 103,9%, respectivamente) (P≤0,05). Avaliando a IMS, de
maneira fracionada, constatou-se que a dieta 40 propiciou as maiores ingestões de
concentrado (10,8 x 9,3 kg/dia), forragens (11,3 x 10,4 kg/dia) e ureia (0,303 x 0,280
kg/dia); enquanto que para o efeito volumoso, a CSM propiciou maior ingestão de
concentrado (10,9 x 9,1 kg/dia) e ureia (0,333 x 0,278 kg/dia) e menor ingestão da
forragem (10,1 x 11,6 kg/dia) (P≤0,05). Para efeito de produção e qualidade do leite a
dieta de 40 propiciou, maior concentração de nitrogênio uréico no leite (NU) (22,03 x
20,24 mg/dL) em relação a dieta de 20. No efeito de ventilador + nebulizadores, a
condição SVN propiciou maior concentração de gordura e NU no leite (3,94 x 3,88%;
21,75 x 20,52 mg/dL, respectivamente) em relação a CVN. Para efeito de tipo de
volumoso, a CSM propiciou menor concentração de lactose, porém maior concentração
de NU no leite 4,56 x 4,51%, 19,95 x 22,33 mg/dL). A mistura de cana-de-açúcar com
silagem de milho, 1:1 na MS, aumenta a concentração nitrogênio uréico no leite e
diminui o teor de gordura, por conta do aumento de concentrado na dieta, sem alterar a
produção leite de vacas holandesas. A dieta formulada para exigência de produção de 20
kg/dia de leite para os animais avaliados apresentaram melhor eficiência produtiva. O
uso dos ventilador e nebulizadores provocam aumento no índice de temperatura e
umidade deixando os animais acima do nível crítico de estresse térmico (76,6 de ITU)
na região avaliada.
Palavras-chave: cana-de-açúcar, concentrados, silagem de milho, nebulizadores,
ventiladores
xi
Capítulo 2 - Impact on production and milk quality by mixture or not roughages
diets of Holstein cows
Abstract
This study aimed to evaluate the performance of lactating cows subjected to diet,
consisting of additional bulky and concentrates with different energy densities in
different environment conditions in order to detect the main factors that influence the
production and quality of milk . 8 Holstein cows were used in a latin square 8 x 8 in a
2x2x2 factorial with the following factors: diet for levels of production requirement of
20 and 40 kg milk/day, two sources of roughage (corn silage: SM, combination of cane
sugar with corn silage 1:1 in MS:CSM ) and two environmental conditions (with and
without ventilators and nebulizers: CVN and SVN, respectively), with periods of 20
days and 11 days of adaptation and 9 days of collection, lasting 160 days. Analyzing the
results, it was found that there was a higher dry matter intake (DMI) as a percentage of
body weight (4,14 % vs. 3,79 % BW ) for diet programmed to produce 40L milk/day
(P≤ 0.05), however, the conversion and feed efficiency were better diet for 20 (0,91 x
1,01; % 112,6 x 103,9 %, respectively) (P ≤ 0,05). Evaluating IMS, fractional way, it
was found that the diet of 40 provided the greatest intakes of concentrate (10,8 x 9,3
kg/day), forage (11,3 x 10,4 kg/day) and urea (0,303 x 0,280 kg/day), while for the
massive effect, CSM provided greater intake of concentrate (10,9 x 9,1 kg/day) and urea
(0,333 x 0,278 kg/day) and lower intake of forage (10,1 x 11,6 kg/day) (P≤0,05). For
the purpose of production and quality of milk from the diet led to 40, higher
concentration of milk urea nitrogen (UN) ( 22,03 x 20,24 mg/dL) compared the diet of
20. In effect fan + nebulizers, the SVN condition produced the largest concentration of
fat in milk and NU (3,94 x 3,88 %; 21,75 x 20,52 mg/dL, respectively) compared to
CVN. For purposes of roughage type, CSM showed lower lactose concentration, but
higher concentration of the milk NU 4,56 x 4,51%, 19,95 x 22,33 mg/dL). The mixture
of cane sugar with corn silage, 1:1 in MS, increases in milk urea nitrogen concentration
and decreases the fat content, due to the increase of concentrate in the diet without
changing the milk production of Holstein cows. The diet formulated for the demands of
producing 20 kg/day of milk for animals evaluated had better production efficiency. The
use of nebulizers fan and cause an increase in the rate of temperature and humidity
leaving the animals above the critical level of heat stress (76,6 ITU) in the evaluated
region.
Keywords : cane sugar, concentrates , corn silage , nebulizers , ventilators
12
CAPITULO 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS
1. INTRODUÇÃO
A cadeia produtiva do leite possui grande destaque no complexo agroindustrial
brasileiro. Nos últimos anos, o número de vacas em lactação aumentou 1,4%, com taxa
de crescimento anual média de 0,1% ao ano. Além disso, a bovinocultura de leite é a
atividade de maior expressividade na composição da renda familiar e regional
(BRASIL, 2011).
Este sistema é composto por importantes segmentos para a economia brasileira,
pois são responsáveis pela geração de empregos, riquezas, impostos, além de
representar um dos maiores sistemas agroindustriais do mundo, devido ao incremento
de novas tecnologias, que visam melhorar as condições de manejo alimentar,
reprodutivo e sanitário dos animais (CAMPOS, 2007; VERNEQUE et al., 2008).
As inovações observadas, no que se refere ao manejo alimentar da vaca leiteira,
visam atender as exigências nutricionais e energéticas dos diferentes estádios de
produção, prevenindo a escassez ou excesso de nutrientes, e evitando perdas
econômicas de produção (NETO et al., 2011).
O suprimento adequado de energia e proteína para os animais através da dieta
13
traz como consequência a melhor utilização de nutrientes (FREITAS et al., 2002). Os
concentrados, em relação aos volumosos, apresentam maior concentração energética e
podem apresentar baixo incremento calórico, quando estrategicamente usados (ALVIM
et al., 1999). Além disso, ao se manusear a relação concentrado:volumoso, pode
influenciar o consumo do alimento, o desempenho e a viabilidade econômica
(BURGER et al., 2000).
Os volumosos têm importante participação na composição da dieta, pois podem
representar até 80% da matéria seca de rações das diversas categorias que compõe o
rebanho leiteiro. Assim, a qualidade do volumoso pode influenciar na quantidade e na
qualidade da ração concentrada (COSTA et al., 2005).
A utilização de fontes forrageiras misturadas na dieta de vacas leiteiras induz à
maior uniformização no consumo de nutrientes, retirando os riscos decorrentes da falta
de algum nutriente (DHIMAN e SATTER, 1997). Entretanto, isso dependerá do teor de
matéria seca, matéria orgânica e arranjamento das fibras, tamanho de partículas e
aceitabilidade dos animais (VIEIRA, 2010).
A silagem de milho (Zea mays) e a cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.)
representam duas das principais fontes de forragem para a alimentação de bovinos
leiteiros durante o período de entressafra no Brasil. Sendo que a cana-de-açúcar possui
elevada produtividade, o baixo custo por unidade de MS e a manutenção do valor
nutritivo por períodos prolongados (WILSON et al., 2012).
Dietas ricas em volumoso, principalmente de baixa qualidade, tendem a
promover o maior incremento calórico no processo digestivo e que por sua vez, em
condições de temperaturas ambientais estressantes tendem a diminuírem o consumo de
matéria seca. Bacari Junior (2001), afirma que às respostas de vacas em lactação ao
estresse calórico incluem redução no consumo de forragem como porcentagem do total
de alimento, quando oferecida separadamente.
Vacas leiteiras de alta produção são mais sensíveis aos efeitos do estresse
térmico do que aquelas de menor produção láctea, pois em condições ambientais
estressantes, vacas de produção elevada têm o seu consumo alimentar reduzido e,
portanto, os animais não têm as suas necessidades nutricionais atendidas, implicando
em queda na produção leiteira (SILVA, 2000).
A magnitude do estresse térmico é causada pelo efeito combinado de alta
temperatura e umidade relativa do ar, elevada incidência de radiação solar e baixa
14
velocidade do vento, o que reduz a eficiência da perda de calor (DIKMEN e HANSEN,
2009).
Para redução dos efeitos causados pelo estresse térmico, em particular sobre a
produção de leite, podem-se adotar tecnologias que possibilitem o manejo estratégico do
rebanho atendendo as exigências nutricionais de raças adaptadas ao ambiente (SOUZA
et al., 2003).
O presente trabalho teve o objetivo avaliar o desempenho produtivo de vacas em
lactação submetidas à dieta, a base de volumosos suplementares e concentrados com
densidades energéticas distintas, em condição ambiente diferenciado, a fim de detectar
os principais fatores que mais interferem na produção e qualidade do leite de vacas
Holandesas confinadas.
15
2. REVISÃO DE LITERATURA
A produção animal, baseada no uso de pastagens e de forragens conservadas,
consiste em uma das alternativas mais competitivas e rentáveis de exploração do fator
produtivo da terra. Entretanto, para categorias de animais que apresentam requerimentos
nutricionais mais elevados, o fornecimento de apenas pastagens ou forragens
conservadas pode ser incapaz de obter altos desempenhos (REIS e SILVA, 2006).
Os alimentos consumidos pelos ruminantes são inicialmente expostos à ação dos
microrganismos ruminais antes de sofrerem as digestões no abomaso e no intestino.
Bactérias e protozoários agem sobre substratos na dieta, promovendo a fermentação e
determinando o desempenho produtivo do ruminante (MACKIE; WHITE, 1990).
O consumo de matéria seca (MS) é uma das variáveis mais importantes que
afetam o desempenho, sendo influenciado por características do animal, do alimento, e
das condições de manejo alimentar. O consumo é inversamente correlacionado ao teor
de fibra em detergente neutro (FDN), quando este se situa acima de 55 a 65%. Tem-se
também que, quando a densidade energética é alta, em relação às exigências do animal,
e quando a dieta apresenta baixa densidade energética, o consumo será limitado pelo
enchimento físico (MERTENS, 1992).
16
O consumo de MS irá depender, de forma direta, da eficiência do ruminante em
processar e utilizar o alimento no ambiente ruminal para a produção de energia, sendo o
consumo dependente da digestibilidade do alimento (NRC, 2001).
A estimativa da digestibilidade é reconhecida como um parâmetro do valor
nutritivo do alimento, sendo definida como a fração do alimento ingerido que pode ser
absorvida no trato digestivo e não recuperada na excreção fecal (CABRAL et al., 2008).
O consumo e digestibilidade de nutrientes podem estar correlacionados entre si, em
função da qualidade da ração. Forragens de melhor qualidade atingem rapidamente o
ponto final de digestão, minimizando a limitação de consumo pelo “enchimento”
ruminal (PATERSON et al., 1994).
A digestibilidade dos nutrientes é um dos componentes básicos na determinação
da energia dos alimentos para a produção de leite. Entretanto, existe uma complexa
relação entre proteína dietética e energia e a quantidade de proteína que será utilizada
pelo animal (BRODERICK, 2003).
A qualidade da forragem está diretamente relacionada com o consumo
voluntário do alimento, sua digestibilidade e eficiência com o qual os nutrientes
digeridos são utilizados pelo animal (VALENTE, 1977). O consumo pelo animal é
importante para avaliar o valor nutritivo dos alimentos, tendo em vista que o volume de
nutrientes ingeridos e o desempenho animal dependem da quantidade e qualidade dos
alimentos consumidos.
O consumo é influenciado por uma série de fatores que afetam o desempenho,
como: o animal (nível de produção, estado fisiológico, peso, tamanho, variação de peso
vivo), o alimento (FDN efetiva, densidade energética, volume), as condições de
alimentação (disponibilidade e frequência de alimentação, tempo de acesso ao alimento
e espaço no cocho), e fatores do ambiente (MERTENS, 1994).
A fibra pode ser definida nutricionalmente como a fração do alimento que ocupa
espaço no trato gastrointestinal dos animais que é lentamente digestível ou indigestível,
sendo indispensável na dieta de ruminantes (MERTENS, 1997).
A concentração elevada da fração fibrosa do alimento também irá reduzir o
consumo voluntário e, consequentemente, a disponibilidade de energia no rúmen. Isto
ocorre pelo efeito de enchimento do rúmen antes que todos os nutrientes necessários aos
animais sejam ingeridos, como também a saturação da capacidade de ruminação, o que
refletirá na limitação da produção do leite. Entretanto, a quantidade mínima de fibra é
17
essencial para manter o balanço adequado da fermentação ruminal, prevenir a depressão
de gordura no leite e queda do pH ruminal. É por isso que a qualidade da fibra torna-se
um fator muito importante na dieta de ruminantes, particularmente vacas em lactação
(MERTENS, 1992; DIAS, 1997).
Alimentos ricos em fibra promovem maior incremento calórico no organismo de
animais ruminantes, devido à fermentação que sofrem no processo digestivo (NOBRE
et al., 2013). Com o objetivo de reduzir a produção ou promover a perda de calor,
evitando assim o estoque adicional de calor corporal, os animais realizam alterações no
seu comportamento como redução do consumo de forragem em relação ao concentrado
(SOUZA et al. 2011).
A principal fonte de produção de calor pela vaca é através do metabolismo
digestivo dos alimentos. As bactérias que fermentam os grãos e forragens produzem
calor quando convertem o amido e as fibras em ácidos graxos voláteis (AGV´s: acetato,
propionato e butirato). As reações químicas destas conversões não são 100% eficazes,
sendo que a energia perdida é liberada em forma de calor. Assim, entender como o calor
é produzido permite compreender como as alterações na dieta podem mudar a
quantidade de calor produzido pela vaca (SANCHEZ, 2003).
A FDN é um nutriente primário nas rações de vacas leiteiras, e representa a
fração de carboidratos estruturais dos alimentos (parede celular: celulose, hemicelulose
e lignina) que exerce influência no desempenho e no teor de gordura no leite, e estimula
as atividades de mastigação e secreção da saliva. Assim, dietas para vacas em lactação
devem conter uma concentração mínima de FDN (25%) para manter a função ruminal
normal e evitar a ocorrência de distúrbios metabólicos (NRC, 2001).
A baixa ingestão de fibra ocasiona mudança na população microbiana, com
aumento na produção de lactato ruminal, diminuindo o pH e reduzindo a atividade das
bactérias celulolíticas (SANTINI et al., 1992). Como o pH ruminal está diretamente
relacionado aos produtos finais da fermentação e a taxa de crescimento dos
microrganismos ruminais, a sua estabilidade é atribuída em parte, à saliva, que possui
alto poder tamponante, e a capacidade da mucosa ruminal em absorver os ácidos graxos
voláteis produzidos na fermentação ruminal (VAN SOEST, 1994).
Animais, cujo pH ruminal se encontra abaixo de 6,0, a degradação da fibra é
bastante prejudicada, diminuindo a produção de ácido acético, em contraposição ao
ácido propriônico que irá aumentar. Sendo o ácido acético o principal precursor da
18
gordura do leite, a sua redução está diretamente relacionada à queda na produção de
gordura (NOCEK, 1997).
A diminuição do pH reduz a degradabilidade da proteína, celulose, hemicelulose
e pectina, embora seus efeitos sejam memores sobre a digestão do amido (HOOVER e
STOKES, 1991). Caso ocorra redução moderada no pH ruminal, até aproximadamente
6,0, a digestão da fibra decresce moderadamente, embora o número de microrganismos
fibrolíticos não seja normalmente influenciado.
Quando o pH atinge 5,5 a 5,0, ocorre a redução no número de microrganismos
fibrolíticos, bem como suas taxas de crescimento, podendo causar inibição na digestão
da fibra (HOOVER, 1986).
Sendo assim, conhecer o metabolismo ruminal é fundamental para entender
quais são os pontos críticos na nutrição e manejo alimentar da vaca leiteira que
influenciam de forma direta na produção e composição do leite. Em nutrição de gado
leiteiro os principais objetivos são promover o consumo dos alimentos, maximizar a
fermentação ruminal elevando a produtividade (CLARK, 1992; STOKES et al., 1991).
2.1 Cana-de-açúcar
O uso de cana-de-açúcar fornecida fresca na alimentação de ruminantes tem
importância cada vez maior no Brasil, tendo em vista a redução do custo de alimentação
sem perdas expressivas no desempenho animal. Em sistemas de produção bovina de
leite, tem se utilizado a cana-de-açúcar em substituição às silagens de milho e sorgo,
fontes de alimentos volumosos mais utilizados. Entretanto, as limitações nutricionais
desta forrageira, com baixo teor de proteína, fibra de baixa degradação ruminal,
aumento na quantidade de protozoários no rúmen e desbalanço de minerais, têm
limitado seu uso em sistemas de produção de leite de maior nível de manejo e
alimentação. Assim, sua utilização em sistemas de menor manejo e alimentação tem
sido prática de suplementação comum no período da seca (PRESTON, 1982;
BALSALOBRE et al., 1999).
As principais justificativas para sua utilização é a facilidade de cultivo, execução
da colheita nos períodos de estiagem e o alto potencial de produção de MS e energia por
unidade de área, simplicidade operacional para manutenção, condução da cultura e
facilidade em aquisição de mudas, manutenção do valor nutritivo por longo espaço de
tempo após atingir sua maturidade (até seis meses), desenvolvimento de tecnologia para
19
o seu cultivo (FREITAS et al., 2006; SIQUEIRA et al., 2008; OLIVEIRA, 2007).
Entretanto, vários aspectos relacionados a manejo agronômico, colheita,
picagem são negligenciados pelos produtores, o que leva o insucesso do uso desta
forrageira. Outra questão são as formas de uso, pois, normalmente, é colhida todos os
dias, o que muitas vezes inviabiliza sua utilização (SIQUEIRA et al., 2012).
O valor nutricional da cana-de-açúcar está diretamente correlacionado com o seu
alto teor de açúcar, variável entre 40 a 50% na MS. Em função do seu alto teor de
carboidratos solúveis, a cana é classificada como um volumoso de média qualidade,
contendo um valor médio de 58,9% de nutrientes digestíveis totais (NDT), mas com
baixos teores de proteína bruta (PB - valor médio de 3,8%), e fósforo, com valor médio
de 0,06%. Por isso a cana-de-açúcar é um alimento desbalanceado, não sendo
recomendado o seu uso como alimento exclusivo (THIAGO e VIEIRA, 2002).
Com relação à FDN, a cana-de-açúcar apresenta 40 a 50%, quando colhida no
momento adequado, porém esta fibra é de baixa qualidade, o que resulta em efeito
marcante no consumo voluntário dos animais (BONOMO et al., 2009). Enquanto, em
silagens de milho a porção indigestível da fibra é de 28% (PIRES et al., 2010).
Essa maior porção da fração indegradável, é o principal entrave da utilização
desta forrageira, pois proporciona baixa digestibilidade da fração fibrosa o que afeta a
repleção ruminal, de modo a impactar negativamente no consumo dessa forrageira
(SIQUEIRA et al., 2012). A repleção ruminal expressa o tempo que o alimento
permanece no rúmen, sofrendo os efeitos físicos de passagem, decorrentes da
mastigação durante a ruminação e da digestão pelos microrganismos do rúmen
(WALDO et al., 1972).
No caso da cana-de-açúcar, outra saída para a sua utilização pode ser a redução
de seu uso na dieta de acordo com o aumento na participação do concentrado. Estas
mudanças podem proporcionar maior aporte de matéria orgânica digestível, o que
levaria a um aumento da concentração de energia, diminuição da concentração de fibra
de baixa digestibilidade e, consequentemente, ao maior consumo de matéria seca para
atender às exigências energéticas do animal (COSTA et al., 2005).
Por outro lado, excesso de concentrado na dieta pode provocar diversos
distúrbios metabólicos, como consequência do rápido abaixamento do pH ruminal,
principalmente porque a cana-de-açúcar apresenta alto teor de carboidratos prontamente
fermentáveis. Além de que, como o custo do concentrado geralmente é elevado,
20
aumentar as proporções na dieta podem não ser economicamente viáveis (COSTA et al.,
2005).
O uso de diferentes proporções de volumoso:concentrado pode influenciar
indiretamente, a produção de leite em função do consumo voluntário, e diretamente o
teor de gordura no leite. Assim a, maior participação da ração concentrada na dieta pode
influenciar os valores de pH ruminal e, sobretudo, afetar a relação acetato:propionato,
que por consequência pode reduzir o teor de gordura do leite pela diminuição desta
relação (COSTA et al., 2005).
Segundo Dhiman e Satter (1997), a utilização de duas forrageiras misturadas em
dietas de vacas lactantes é uma prática de manejo nutricional que induz maior
uniformização no consumo de nutrientes, retirando, dessa forma, os riscos decorrentes
da falta de algum nutriente.
2.2 Silagem de milho
A silagem é o principal volumoso conservado utilizado nos diferentes sistemas
de produção animal no Brasil, sendo que a silagem de milho ocupa lugar de destaque
em relação à de sorgo ou de gramíneas perenes. Por suas características qualitativas e
quantitativas, o milho (Zea mays L.) é a cultura de maior utilização para ensilagem, pois
permite o armazenamento e conservação do volumoso em maior quantidade nos
períodos de sazonalidade, além de ter boa aceitação pelos animais (ARAÚJO, 2011).
Este volumoso tem sido bastante utilizada devido ao fato de se adaptar a uma
grande diversidade de ambientes, sua composição bromatológica que atende as
exigências para a confecção de uma boa silagem, elevada produtividade, baixo poder
tampão e níveis adequados de carboidratos solúveis para a fermentação (NUSSIO et al.,
2001).
A qualidade e o valor nutricional de uma silagem irão depender
fundamentalmente do cultivar utilizado, do estádio de maturação no momento do corte e
da natureza do processo fermentativo, o que refletirá diretamente na composição
química e consequentemente no desempenho animal (RODRIGUES et al., 1996).
Estudos realizados por Lavezzo e Siqueira (1997), sendo o milho ensilado
quando os grãos apresentavam nos estádios de leitoso, pamonha, farináceo e semi-duro,
registraram valores médios de proteína bruta nas silagens variando de 6,75% a 7,66%,
FDN variando de 56,45% a 61,57%, FDA de 30,05% a 37,74%, lignina de 6,82% a
21
8,01% e cinzas variando de 4,87% a 5,58%.
Entretanto, a utilização de silagens de milho requer investimento financeiro
anual em mão de obra, cultivo, corte e ensilagem, resultando em uma silagem mais
onerosa em relação à utilização de capineiras. Logo, a implementação de uma
tecnologia que possibilite o aproveitamento da cana-de-açúcar, permite a redução dos
custos de produção na cadeia produtiva do leite (SILVA, 2012).
2.3 Ambiente
O ambiente exerce forte influência sobre o desempenho animal, por afetar
mecanismos de transferência de calor e, assim, a regulação do balanço térmico animal e
o meio. O animal dentro de um ambiente considerado adequado produziria de acordo
com seu potencial genético, no qual os limites térmicos do ambiente são estabelecidos
como confortantes ou estressantes (PERISSINOTTO, 2009).
O ambiente é considerado confortável quando o animal se encontra em
equilíbrio térmico, ou seja, o calor produzido pelo metabolismo é perdido para o
ambiente sem prejuízo na homeostase animal (SILVA et al., 2010).
Em ambientes tropicais, a magnitude do estresse térmico é causada pelo efeito
combinado de alta temperatura e umidade relativa do ar, elevada incidência da radiação
solar e baixa velocidade do vento, o que reduz a eficiência da perda de calor (DIKMEN
e HANSEN, 2009).
A temperatura ótima para exploração leiteira depende da espécie, raça, idade,
consumo alimentar, nível de produção, pelame e grau de tolerância do animal ao calor e
frio. A raça Holandesa, especializada em produção leiteira, possui zona de
termoneutralidade situada entre 4 a 26ºC (HUBER, 1990), em que a homeotermia é
mantida indiretamente pelos processos de transferência de calor por radiação,
convenção, condução e evaporação que ocorrem na superfície do animal (AZEVEDO et
al., 2005).
Animais que são submetidos à temperatura fria conservam a energia por
isolamento, isolamento do tecido (vasoconstrição periférica) e produção de calor
induzida pelo frio (calafrios). Em temperatura elevada a produção de calor é mínima, e
as respostas termorreguladoras estão limitadas em diminuir o isolamento de tecido por
vasodilatação e aumento da área de superfície efetiva, alterando a postura (CURTIS,
1983; YOUSEF, 1985).
22
A temperatura crítica superior depende do grau de aclimatação, nível de
produção, estádio gestacional, circulação de ar em torno de animais e umidade relativa
(FUNQUAY, 1981; SHEARER E BEED, 1990; YOUNG, 1981).
O animal perde calor através de duas formas: sensível e insensível. A forma
sensível de perda de calor ocorre por meio de radiação, condução e convenção e,
acarreta alterações na temperatura ambiente. O aumento gradativo da temperatura do
meio dificulta a dissipação do calor da forma sensível, sendo necessária então a ativação
de outros mecanismos como a sudorese e aumento da frequência respiratória, sendo esta
de forma insensível, que é influenciada pela umidade, ou seja, quanto maior a umidade
relativa do ar aliada a altas temperaturas, menos eficiente é a dissipação do calor.
(SOUZA e BATISTA, 2012).
Segundo Silva et al. (2002), ao se utilizar artifícios geradores de melhorias das
condições ambientais das instalações (ventiladores, nebulizadoreses e nebulizadores), a
resposta dos animais é sempre positiva, pois favorece a criação de um microclima capaz
de promover o bem-estar animal, a partir de uma determinada zona de neutralidade.
Existe uma grande variedade de sistemas de resfriamento ambiental disponível
para vacas leiteiras. O sistema comumente utilizado é o de aspersão, onde se borrifa
água nos animais, permitindo a perda de calor devido à evaporação da água retida na
superfície da pele e pêlos e elevando a umidade do ambiente (PERISSONOTTO et al.,
2007). Assim, o principal benefício deste sistema está baseado no consumo de alimento
e consequente aumento de produção (BUCKLIN e BRAY, 1998).
Bacari Junior (2001) relata que além das altas temperaturas, que expõe os
animais ao estresse térmico, a ingestão de alimentos também influencia a produção de
calor nos ruminantes e ainda, tanto a quantidade quanto a qualidade do alimento
interferem na produção do calor endógeno, com consequente aumento das variáveis
fisiológicas. Como consequência desse estresse calórico, ocorre uma redução na
ingestão de matéria seca e um balanço energético negativo, que resulta em falta de
nutrientes para o crescimento, produção e reprodução.
À medida que a temperatura aumenta a quantidade de energia consumida para a
manutenção da homeotermia também se eleva, para isso, a ingestão de matéria seca
precisaria aumentar, porém, quando o estresse térmico é intenso a ingestão de matéria
seca diminui, os níveis de energia da vaca são duplamente afetados: maior necessidade
de energia para manter a homeotermia e menor consumo de energia; em consequência a
23
produção de leite também diminui (STAPLES, 2009).
A redução da disponibilidade de nutrientes para a produção de leite é o grande
fator responsável pela queda de produção de vacas em estresse térmico pelo calor. O
processo de ingestão e digestão dos alimentos gera em torno de 25 a 30% do calor
corporal da vaca leiteira a ser dissipado para o ambiente. Além do calor produzido pela
alimentação, soma-se ainda o calor produzido pela produção de leite, que envolve
grande produção e liberação de calor. Assim as vacas leiteiras diminuem a produção de
leite para reduzir essa produção e liberação de calor (FERREIRA, 2005).
Animais submetidos a estresse térmico reduzem o número de refeições diárias,
duração das refeições e o consumo de MS por refeição. Altas temperaturas reduzem a
frequência de alimentação durante as horas mais quentes do dia, aumentando a
frequência nas primeiras horas da manhã e no final da tarde. O consumo de água
também é influenciado pelo estresse térmico, sendo maior nas horas mais quentes do
dia, nas primeiras horas da manhã, final da tarde e noite (DAMASCENO et al., 1999).
Ominski et al., (2002) observaram uma diminuição de 6,5% do consumo de
ração após o estresse térmico a curto prazo, e quando o animal foi submetido a fase de
recuperação do consumo de MS permaneceu deprimido, o que indica que a recuperação
do estresse térmico não é imediata.
Chen (1993) avaliou o efeito da qualidade suplementar em vacas leiteiras
expostas a estresse térmico. A produção de calor foi maior que 11% para vacas
alimentadas com proteína de alta qualidade, do que as alimentadas com proteína de
qualidade inferior.
Passini et al. (2009), relataram que vacas leiteiras, mesmo quando não lactantes,
submetidas a estresse térmico, reduzem consideravelmente a ingestão alimentar e, como
consequência, ocorre um comprometimento do aproveitamento dos nutrientes da dieta
por parte dos mesmos, uma vez que foi verificado uma redução (P<0,05) de 49 e 55 %
na digestibilidade de matéria seca e proteína bruta, respectivamente, dos animais
estressados, comparado aos animais mantidos em conforto térmico. Nesse trabalho o
grupo submetido ao estresse térmico permaneceu em ambiente com temperatura em
torno de 21ºC, e os animais submetidos a condições de estresse, a temperatura média foi
de 38ºC.
Em razão da redução do consumo de alimento, se faz necessário oferecer aos
animais uma dieta com maior densidade de nutrientes para evitar a queda na produção
24
de leite. Dietas com baixo teor calórico reduzem a quantidade de calor e o decréscimo
na relação de forragem com concentrado pode ser considerada uma alternativa,
principalmente se a dieta contiver uma maior concentração de lipídeos (PIMENTEL,
2007).
As condições ambientais também são determinantes para que os animais possam
expressar o seu potencial genético. Diferente dos transtornos metabólitos que possam
causar dificuldade do organismo animal em superar o desafio da alta produção de leite,
o estresse causado pelo calor abrange animais em qualquer nível de produção de leite.
Altas temperaturas, dias longos e sombreamento insuficiente no verão não são as
melhores condições para vacas em lactação. Segundo West (2003), em tais condições as
vacas leiteiras têm dificuldades de dissipar o excesso de calor corpóreo e,
consequentemente, apresentam redução na produção de leite e alteração na composição
do leite.
2.4 Qualidade do leite
O leite contém aproximadamente 87,4% de água e 12,6 % de sólidos totais.
Dentre os sólidos totais 3,9% corresponde a proteína bruta, 4,6% à lactose e 0,9% aos
minerais e vitaminas (HARDING, 1995).
A produção e a qualidade do leite de vaca são influenciadas por fatores
ambientais como nutrição, clima, estação do ano, número e intervalo entre ordenhas,
fatores genéticos como raça, e fatores fisiológicos como idade ao primeiro parto,
período de lactação e ordem do parto. As variações que ocorrem com o avanço da idade
da vaca são, principalmente, causadas por fatores fisiológicos e proporcionam
desempenhos máximos com a maturidade do animal (RIBEIRO et al., 2008).
Entretanto, a manipulação da dieta é uma importante ferramenta e tem sido
utilizada com intuito de alterar a produção e composição do leite, buscando produzir um
alimento de melhor qualidade e, concomitantemente, elevar a taxa de seus componentes,
aumentando o retorno econômico para o produtor (OLIVEIRA e CÁCERES, 2005).
Segundo Fredeen (1996), dentre os componentes do leite capazes de sofrer
variações pela nutrição, 50% são no teor de gordura e proteína do leite; enquanto a
lactose apresenta pouca capacidade de se alterar.
A faixa de alteração no teor de proteína no leite varia entre 0,1% e 0,2%. A
tentativa de se aumentar o teor de proteína no leite pela nutrição, é, geralmente,
25
acompanhado pelo volume de produção (SANTOS e FONSECA, 2007).
A excreção de proteína no leite é dependente do fluxo de proteína no intestino
delgado, sendo que a principal fonte para esse segmento é a proteína microbiana,
majoritariamente das bactérias ruminais. Assim, quanto mais aminoácidos forem
absorvidos, mais substrato haverá para a síntese de caseínas e proteína do leite
(MATTOS, 2005).
A síntese de proteína microbiana é dependente da disponibilidade de energia e
esqueletos de carbono durante o metabolismo ruminal de carboidratos (HALL e
HEREJK, 2001). Carboidratos rapidamente fermentescíveis, como o amido, têm sido
associados ao maior conteúdo de proteína no leite devido à maior energia disponível e à
maior quantidade de propionato e proteína microbiana produzida (JENKINS e
MCGUIRE, 2005).
O aumento no teor de proteína do leite está relacionado ao consumo de matéria
seca, otimização da proteína microbiana, uso de gordura na dieta e a relação
volumoso:concentrado. Maior disponibilidade de ácido propriônico no rúmen, que
estimula a concentração de insulina e uma fermentação ruminal mais ativa com maior
produção de proteína microbiana, que contribui para este aumento (LIMA, 2005).
O estágio da lactação também possui influência sobre o teor de proteína. Santos
e Fonseca (2007) citam que uma vaca Holandesa na primeira semana de lactação com
nível de proteína de cerca de 4%, sofre declínio para 3% próxima a sexta semana e volta
a aumentar no fim da lactação.
O teor de nitrogênio ureíco no leite (NUL) é influenciado pela ingestão de PB da
dieta, que pode ser pela fração de proteína degradável no rúmen e/ou da proteína não
degradável no rúmen, além disso, pela relação destas com a ingestão de energia
(BRODERICK e CLAYTON, 1997). Diante disso, o NUL tem sido utilizado como
indicador da fração proteica (KOHN, 2000), principalmente pela adequação da relação
proteína e energia da dieta de vacas em lactação (BRODERICK e CLAYTON, 1997).
A concentração de ureia no sangue está altamente relacionada com a
concentração de NUL (BUCHOLTZ e JONHSON, 2007). O valor médio de NUL em
um rebanho leiteiro deve estar entre 12-16mg/dL, respectivamente. Valores médios
acima de 16mg/dL indicariam deficiência na fermentação de carboidratos não fibrosos,
excesso de proteína na dieta e/ou desequilíbrio entre as disponibilidades de energia e
nitrogênio dentro do rúmen (GRANT, 2005).
26
A gordura é o maior componente energético do leite e responsável por algumas
propriedades físicas, qualidades industriais e sensoriais dos produtos lácteos. E vem
despertando o interesse dos produtores devido seu valor econômico e pelo fato de
representar o menor custo energético para as vacas na produção dos componentes do
leite (BAUMAN e GRIINARI, 2001).
A gordura do leite é composta principalmente por triglicerídeos, sendo que 50%
deles são sintetizados nos alvéolos da glândula mamária, formada a partir de ácidos
graxos de cadeia curta, acetato e betahidroxibutirato, produzidos pela fermentação no
rúmen. Os outros 50% sintetizados a partir de ácidos graxos de cadeia longa obtidos
diretamente da dieta e sofrem alterações no trato digestório ou mobilizados da gordura
corporal (FONSECA e SANTOS, 2000).
Este é o componente do leite mais passível de oscilações, que podem ocorrer por
fatores fisiológicos e ambientais. Os fatores fisiológicos têm relação com o balanço
energético e oferecem um pequeno potencial prático de manipulação. Quanto aos
fatores ambientais, a nutrição se destaca como uma ferramenta prática para alterar a
produção e composição de gordura no leite (BAUNAN e GRIINARI, 2001).
Os principais fatores que modificam a composição da gordura são: a natureza da
fonte lipídica e a fonte de fibras das dietas (MORAND-FEHR et al., 2000).
As vacas alimentadas com menor quantidade de fibra pode ter seu desempenho
reduzido, e pode ser descrita por uma série de eventos que se inicia pela redução da
atividade mastigatória, menor secreção de saliva, favorecendo redução do pH ruminal,
alteração do padrão de fermentação, redução da relação acetato:propionato que altera o
metabolismo animal, reduzindo o teor de gordura no leite (CARVALHO et al., 2001).
As principais dietas que causam redução no teor de gordura no leite se dividem
em dois grupos: o primeiro é formado por rações que fornecem grandes quantidades de
carboidratos fermentáveis e reduzidas quantidades de componentes fibrosos, enquanto
que o segundo grupo abrange rações com conteúdos de fibra adequada, porém, com
reduzido tamanho da partícula que dificulta a atividade normal do rúmen (GRIINARI et
al., 2004).
A lactose é o principal componente osmoticamente ativo do leite e o menos
afetado pela dieta. A lactose é considerada um “marca-passo” da produção de leite, ou
seja, quanto mais ácido propiônico estiver disponível para a síntese de lactose no úbere,
maior será a secreção de leite. À medida que se aumenta o fornecimento de concentrado
27
na dieta, aumenta a produção de ácido propiônico no rúmen, consequentemente, a
síntese de lactose na glândula mamária e a produção de leite (SANTOS; FONSECA,
2000).
A contagem de células somáticas (CCS) é o principal indicador da qualidade do
leite e são todas células no leite que tem origem do sangue (leucócitos) e células de
descamação do epitélio glandular secretor (NATZKE, 1981). A CCS é um critério de
qualidade do leite cru, já que a glândula mamária doente produz leite com composição
alterada, o que resulta em leite fluido e produtos lácteos de qualidade reduzida
(GIGANTE, 2008).
Essa redução ocorre devido à alteração nas células epiteliais secretoras e na
permeabilidade vascular no alvéolo secretor durante a infecção. A extensão da perda é
influenciada por diversos fatores como gravidade da infecção, tipo de microrganismo
causador, duração, idade do animal, época do ano, estado nutricional e potencial
genético. À medida que a ordem e o estádio de lactação avançam, são observados
aumentos na CCS em razão da maior resposta celular de vacas adultas à ocorrência de
mastite subclínica, aumento da prevalência de infecções e lesões residuais de infecções
anteriores (SCHULTZ, 1977).
As alterações da composição do leite provocadas pela elevada CCS são:
diminuição da concentração da caseína, gordura, lactose e potássio, bem como aumento
da concentração de sódio, cloro e proteínas do soro (RIBAS, 1999).
Segundo Fuquay (2011), vacas submetidas ao estresse térmico apresentam a
CCS elevadas no leite. Esses autores constataram que a vacas expostas a esta condição
apresentaram redução de 16% do número de leucócitos no sangue. Nesse sentido,
afirma que o sistema imune das vacas fica deprimido e assim fica menos apto a lidar
com as infecções da glândula mamária.
O ambiente aliado ao grau nutricional dos animais pode ocasionar distúrbios
fisiológicos. Dessa maneira, uma vaca em lactação em condições de frio intenso poderá
utilizar parte do incremento calórico, que é o calor excedente do metabolismo gerado
por ineficiência bioquímica na célula, para manter a temperatura corporal. Contudo em
condições de ambiente com calor intenso e baixa qualidade das fibras dos volumosos
nas dietas, o incremento calórico torna-se um problema para o animal, em decorrência
do gasto energético para manter a homeotermia, levando assim a menores produções de
leite, provavelmente pelo estresse e desconforto térmico (CONCEIÇÃO, 2010).
28
Nessas condições, dietas mais equilibradas e de alta qualidade, aliada aos fatores
de melhorias de conforto térmico, como ventiladores e nebulizadores, seriam uma
ferramenta importante para minimizar os gastos energéticos para a manutenção da
homeotermia, diminuir o incremento calórico e melhorar a eficiência produtiva e a
qualidade do leite de vacas Holandesas confinadas.
29
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37
Capítulo 2 – Impacto na produção e qualidade do leite pela combinação ou não de
volumosos em dietas de vacas Holandesas
Resumo
Objetivou-se avaliar o desempenho produtivo de vacas em lactação submetidas à dieta,
composta por volumosos suplementares e concentrados com densidades energéticas
distintas, em condição ambiente diferenciado, a fim de detectar os principais fatores que
mais interferem na produção e qualidade do leite. Foram utilizados 8 vacas Holandesas,
em quadrado latino 8 x 8, em esquema fatorial 2x2x2, com os seguintes fatores: dieta
para níveis de exigência de produção de 20 e de 40 kg de leite/dia, duas fontes de
volumosos (silagem de milho: SM, combinação de cana-de-açúcar com silagem de
milho 1:1 na MS: CSM) e duas condições ambientais (com e sem ventiladores e
nebulizadores: CVN e SVN, respectivamente), com períodos de 20 dias, sendo 11 dias
de adaptação e 9 dias de coleta, com duração de 160 dias. Analisando os resultados,
constatou-se que houve maior ingestão de matéria seca (IMS) em percentagem do peso
corporal (4,14% x 3,79% PC) para dieta programada para produção 40 L leite/dia
(P≤0,05), entretanto, a conversão e eficiência alimentar foram melhores para dieta de 20
(0,91 x 1,01; 112,6% x 103,9%, respectivamente) (P≤0,05). Avaliando a IMS, de
maneira fracionada, constatou-se que a dieta 40 propiciou as maiores ingestões de
concentrado (10,8 x 9,3 kg/dia), forragens (11,3 x 10,4 kg/dia) e ureia (0,303 x 0,280
kg/dia); enquanto que para o efeito volumoso, a CSM propiciou maior ingestão de
concentrado (10,9 x 9,1 kg/dia) e ureia (0,333 x 0,278 kg/dia) e menor ingestão da
forragem (10,1 x 11,6 kg/dia) (P≤0,05). Para efeito de produção e qualidade do leite a
dieta de 40 propiciou, maior concentração de nitrogênio uréico no leite (NU) (22,03 x
38
20,24 mg/dL) em relação a dieta de 20. No efeito de ventilador + nebulizadores, a
condição SVN propiciou maior concentração de gordura e NU no leite (3,94 x 3,88%;
21,75 x 20,52 mg/dL, respectivamente) em relação a CVN. Para efeito de tipo de
volumoso, a CSM propiciou menor concentração de lactose, porém maior concentração
de NU no leite 4,56 x 4,51%, 19,95 x 22,33 mg/dL). A mistura de cana-de-açúcar com
silagem de milho, 1:1 na MS, aumenta a concentração nitrogênio uréico no leite e
diminui o teor de gordura, por conta do aumento de concentrado na dieta, sem alterar a
produção leite de vacas holandesas. A dieta formulada para exigência de produção de 20
kg/dia de leite para os animais avaliados apresentaram melhor eficiência produtiva. O
uso dos ventilador e nebulizadores provocam aumento no índice de temperatura e
umidade deixando os animais acima do nível crítico de estresse térmico (76,6 de ITU)
na região avaliada.
Palavras-chave: cana-de-açúcar, concentrados, silagem de milho, nebulizadores,
ventiladores
Capítulo 2 - Impact on production and milk quality by mixture or not roughages
diets of Holstein cows
Abstract
This study aimed to evaluate the performance of lactating cows subjected to diet,
consisting of additional bulky and concentrates with different energy densities in
different environment conditions in order to detect the main factors that influence the
production and quality of milk . 8 Holstein cows were used in a latin square 8 x 8 in a
2x2x2 factorial with the following factors: diet for levels of production requirement of
20 and 40 kg milk/day, two sources of roughage (corn silage: SM, combination of cane
sugar with corn silage 1:1 in MS:CSM ) and two environmental conditions (with and
without ventilators and nebulizers: CVN and SVN, respectively), with periods of 20
days and 11 days of adaptation and 9 days of collection, lasting 160 days. Analyzing the
results, it was found that there was a higher dry matter intake (DMI) as a percentage of
body weight (4,14 % vs. 3,79 % BW ) for diet programmed to produce 40L milk/day
(P≤ 0.05), however, the conversion and feed efficiency were better diet for 20 (0,91 x
1,01; % 112,6 x 103,9 %, respectively) (P ≤ 0,05). Evaluating IMS, fractional way, it
was found that the diet of 40 provided the greatest intakes of concentrate (10,8 x 9,3
kg/day), forage (11,3 x 10,4 kg/day) and urea (0,303 x 0,280 kg/day), while for the
massive effect, CSM provided greater intake of concentrate (10,9 x 9,1 kg/day) and urea
(0,333 x 0,278 kg/day) and lower intake of forage (10,1 x 11,6 kg/day) (P≤0,05). For
the purpose of production and quality of milk from the diet led to 40, higher
concentration of milk urea nitrogen (UN) ( 22,03 x 20,24 mg/dL) compared the diet of
20. In effect fan + nebulizers, the SVN condition produced the largest concentration of
fat in milk and NU (3,94 x 3,88 %; 21,75 x 20,52 mg/dL, respectively) compared to
CVN. For purposes of roughage type, CSM showed lower lactose concentration, but
higher concentration of the milk NU 4,56 x 4,51%, 19,95 x 22,33 mg/dL). The mixture
of cane sugar with corn silage, 1:1 in MS, increases in milk urea nitrogen concentration
and decreases the fat content, due to the increase of concentrate in the diet without
changing the milk production of Holstein cows. The diet formulated for the demands of
39
producing 20 kg/day of milk for animals evaluated had better production efficiency. The
use of nebulizers fan and cause an increase in the rate of temperature and humidity
leaving the animals above the critical level of heat stress (76,6 ITU) in the evaluated
region.
Keywords : cane sugar, concentrates , corn silage , nebulizers , ventilators
40
1. INTRODUÇÃO
O aumento da produtividade leiteira tem sido um dos principais objetivos de
produtores especializados, pois depende de fatores genéticos, sanitários, ambientais e
nutricionais. Nesse sentido, o manejo nutricional é importante para que as vacas
expressem seu potencial, aumentando a resposta produtiva por unidade de uso de
nutrientes (LANA, 2007).
Dessa forma, as dietas, destinadas à produção leiteira, necessitam de forragens
com alta qualidade de modo a obter redução nos custos provenientes da utilização de
concentrados, visando o fornecimento de energia e, ou, proteína para o animal, sem,
contudo, comprometer seu desempenho (MOREIRA et al., 2001).
A utilização de duas forrageiras misturadas em dietas de vacas lactantes é uma
prática de manejo nutricional que induz maior uniformização no consumo de nutrientes,
e diminuí os riscos decorrentes da falta de algum nutriente, que por ventura, possa
ocorrer, por intermédio de diversos fatores ambientais (DHIMAN e SATTER, 1997).
Entre as opções de forrageiras para suplementação no período de estiagem a
cana-de-açúcar tem-se destacado pelo alto potencial de produção e baixo custo, quando
comparada aos alimentos tradicionais como as silagens de milho e sorgo (MENDONÇA
et al., 2004).
Segundo Oliveira et al. (1999) e Soares et al. (2001), a redução do desempenho
animal em consequência à menor quantidade de fibra na dieta é descrita através de uma
série de eventos que se iniciam pela redução da atividade mastigatória, o que eleva à
menor secreção de saliva, e favorece a redução do pH ruminal, alteração do padrão de
fermentação, redução da relação acetato:propianato, que em última análise, altera o
metabolismo animal, com redução no teor de gordura no leite.
Devido à grande ingestão de alimento necessária à produção leiteira, as vacas em
lactação são a categoria que mais sofre os efeitos do estresse térmico. Vacas em
lactação expostas a altas temperaturas ambientais associados à alta umidade relativa e
radiação solar, usualmente respondem com redução na produção leiteira, menor
ingestão de alimento e diminuição no desempenho reprodutivo (WHEELOCK et al.,
2010).
Segundo West (2003), em tais condições as vacas leiteiras têm dificuldades de
dissipar o excesso de calor corpóreo e, consequentemente, apresentam redução na
produção de leite e alteração na composição do leite.
41
Segundo Silva et al. (2002), ao se utilizar artifícios geradores de melhorias das
condições ambientais das instalações (ventiladores, aspersores e nebulizadores), a
resposta dos animais é sempre positiva, pois favorece a criação de um microclima capaz
de promover o bem-estar animal, a partir de uma determinada zona de neutralidade.
O presente trabalho teve por objetivo avaliar o desempenho produtivo de vacas
em lactação submetidas à dieta, composta de dois tipos de volumosos e concentrados
com densidades energéticas distintas, em condição diferenciada de ambiente, a fim de
detectar os principais fatores que mais interferem na produção e qualidade do leite de
vacas Holandesas confinadas.
42
2. MATERIAL e MÉTODOS
O experimento foi conduzido no Instituto de Zootecnia, localizado no município
de Nova Odessa, SP, a altitude de 550 m, coordenadas 22º 33’ 02” de latitude Sul e 47º
38' 05" de longitude Oeste. O clima da região é do tipo Cwa da classificação Köppen,
tropical, quente e úmido com estação chuvosa no verão e seco no inverno. A
temperatura média anual é de 22ºC, a pluviosidade média anual está próxima de 1200
mm e os ventos são predominantes do sudeste.
O período experimental consistiu de 160 dias, entre os meses de maio a
novembro, sendo 72 dias de coleta de dados, de acordo com o nível de produção de leite
ou persistência da lactação.
2.1 Animais
Foram utilizadas oito vacas Holandesas, multíparas, em lactação, com peso
médio de 600 kg e produção média de 20 kg de leite por dia, distribuídas de acordo com
idade, peso corporal, número de lactação e produção na lactação anterior.
2.2 Instalações
A instalação utilizada com as seguintes características construtivas: 36 m de
comprimento e 12 m de largura, laterais abertas, orientação leste-oeste, corredor de
circulação de 2,9 m, pé-direito lateral de 3,80 m, telhado de duas águas com cobertura
de telha de bar. O piso é de concreto rústico, com linha de alimentação em toda a
extensão de todo galpão, compostos de 6 bebedouros automáticos, localizada
estrategicamente junto ao cocho de alimentação.
O sistema de aspersão possuía 2,5 m acima da linha da cama e constituído por
tubo PVC, com espaçamento entre bicos de 2,8 m. A vazão de água na linha de aspersão
foi de 30 L hora-1
em todos os tratamentos. Foram utilizados 3 ventiladores com
diâmetro de 0,9 m, espaçados a cada 12 m, equipados com motor de 1/4 CV, vazão de
300 m3 hora
-1 495 RPM, com capacidade de produzir movimentação de ar de até 2,5 m
s-1
na altura do dorso do animal.
As instalações do tipo Freestall foram divididas em duas unidades, com
isolamento das condições de umidade e temperatura para a condução do experimento.
Inicialmente, antes de montar o experimento, realizou-se um monitoramento ambiental
(temperatura de bulbo seco e umidade relativa) nas duas unidades para verificar
43
possíveis diferenças no microclima interno. Essa avaliação teve duração de 30 dias, nos
quais os equipamentos de climatização não foram acionados.
Durante o período experimental foram registrados dados de temperatura do
bulbo seco (TBS), umidade relativa do ar (UR) e temperatura de globo negro (TGN),
precipitação pluvial, radiação solar e horas de brilhos de sol. Posteriormente,
determinou o índice de temperatura e umidade (ITU) segundo Kelly et al. (1971): ITU =
ts – 0,55 (1-UR) (ts-58), em que ts: temperatura de bulbo seco, TºC; e UR: umidade
relativa do ar expressa como valor decimal. A temperatura e a umidade do ar foram
registradas por intermédio de termoigrógrafo instalado na extremidade leste de frente
dos currais. A partir dos dados foram consideradas as seguintes variáveis: umidade
relativa média do ar, temperatura mínima, máxima e média e número de horas do dia,
definindo temperaturas inferiores a 21oC (frio), entre 21 e 27
oC (conforto) e superior a
27oC (quente) de acordo com Igono et al. (1992).
Adotou-se o sistema de classificação do ITU proposto por Du Preez et al.(1990)
em que ITU inferior a 70 (ausência de estresse), entre 70 e 72 (alerta, alcançando o
nível crítico de estresse), entre 72 e 78 (alerta, acima do ponto crítico), 78 a 82 (perigo)
e superior a 82 (emergência). Os termômetros de globo negro foram instalados a 1,70 m
na lateral do Freestall. As leituras foram efetuadas diariamente em intervalos de uma
hora das 7 as 18 h no período inicial do experimento para estabelecer as faixas padrões
de temperatura.
Para a avaliação do conforto térmico de vacas leiteiras, realizou-se a seleção dos
dias críticos, baseados no conceito de entalpia, a qual representa a quantidade total de
calor presente em uma massa de ar seco, sendo expressa em kJ kg ar seco-1
. De acordo
com a zona de termoneutralidade proposta por Johnson et al. (1976), a entalpia crítica
ocorre quando a TBS é igual ou superior a 24ºC e a UR igual a 76%.
2.3 Tratamentos
O delineamento estatístico utilizado foi quadrado latino (8 x 8), esquema fatorial
2x2x2, com os seguintes fatores: dois níveis de exigência para produção de 20 ou 40 kg
de leite/dia, com o objetivo de explorar o potencial produtivo (efeito de densidade da
dieta); duas fontes de volumosos (tipo de volumoso); e duas condições ambientais
(ventilador + nebulizadores). Dessa maneira, os tratamentos foram compostos por: T1=
20 + SM + C; T2 = 20 + SM + S; T3= 40 + SM + C; T4 = 40 + SM + S; T5 =20 + CSM
44
+ C; T6 = 20 + CSM + S; T7 = 40 + CSM + C; T8 = 20 + CSM + S; em que SM =
silagem de milho; CSM = combinação de cana-de-açúcar e silagem de milho, na
proporção de 1:1, com base na % MS, C = com ventilador e nebulizadores; S = sem
ventilador e nebulizadores. Foram adotados períodos de 20 dias, dos quais 11 dias
foram para adaptação aos tratamentos e 9 dias de coleta de dados. Avaliou-se as
variáveis produtivas como ingestão voluntária de matéria seca (IMS em % peso corporal
– PC e em kg/dia), produção de leite, eficiência produtiva e parâmetros físico-químicos
do leite.
O manejo agronômico das glebas destinadas à produção dos volumosos em
teste foi monitorado para que essas plantas apresentassem elevada produtividade
agrícola. O manejo de colheita das plantas foi definido para a maximização do valor
nutritivo das mesmas, cana-de-açúcar com maturidade entre maio-outubro e com
período de crescimento superior a 10 meses e planta de milho para confecção de
silagem foram colhidas aos 100 – 120 dias (maturidade) após emergência de panícula,
com ½ linha leite no grão.
O arraçoamento dos animais durante o período experimental consistiu em dois
horários de alimentação (8 e 16 h), a qual foi fornecida na forma de dieta completa
conforme a tabela 1, composta de silagem de milho ou silagem de milho+cana-de-
açúcar, milho moído, caroço de algodão e/ou farelo de soja e/ou soja grão, premix, sal
mineral e uma mistura de ureia/sulfato de amônio (9:1) a fim de atender as exigências
de produção. A dieta foi formulada de maneira a atender as exigências nutricionais para
a manutenção, produção de leite e gestação, de acordo com o NRC (2001).
Os animais foram ordenhados diariamente, duas vezes ao dia (7:00 e 15:00
horas) em ordenhadeira mecânica, com estrutura de ordenha tipo Tanden, com registro
da produção de leite individual em balão escalonado. A produção de leite foi corrigida
para 3,5% de gordura no leite (SKLAN et al., 1992). Durante as duas ordenhas diárias
foram colhidas amostras de leite individual, dentro de cada período de avaliação e por
cinco dias consecutivos. Essas amostras de leite foram acondicionadas em um frasco
plástico de 50 mL, com a adição de uma pastilha de Bronopol (2-bromo-2-nitropropano-
1,3-diol) e encaminhadas para Clínica do Leite– ESALQ/USP para estimativas dos
parâmetros físico-químicos. As determinações das concentrações de gordura, proteína
bruta, lactose e sólidos totais do leite (leite cru) foram realizadas por equipamento de
absorção infravermelha (BENTLEY INSTRUMENTS, 1995a). A concentração de
45
nitrogênio uréico no leite (mg/dL) foi avaliada por método enzimático e
espectrofotométrico de trans-reflectância (BENTLEY INSTRUMENTS, 1998). A
contagem de células somáticas (CCS x 103 células/mL) foi determinada por citometria
de fluxo (BENTLEY INSTRUMENTS, 1995b). O escore linear da CCS do leite (EL)
foi emitido por Lauda do Laboratório Clínica do Leite – ESALQ/USP, obtido pela
transformação da CCS (EL = [Log2 (CCS/100.000)] + 3) (SILVA et al., 2000).
O consumo voluntário de matéria seca (MS) foi mensurado diariamente, no
período de coleta de dados, a partir da diferença entre a quantidade fornecida e a
quantidade de sobras de MS. Ao final de cada 9 dias foi efetuados a pesagem dos
animais com intuito de avaliação da condição corporal por período e obtenção posterior
do consumo de matéria seca (IMS) com base na percentual do peso corporal e em
kg/dia. A determinação da eficiência (EA) de produção de leite foi obtida pela razão
entre leite produzido pelo consumo de matéria seca e a conversão alimentar (CA) que é
o inverso da EA.
O experimento teve inicio com 160 dias pós-parição e constou do ajustamento
de energia em função das fases de estágio de lactação dos animais. Os animais foram
mantidos em confinamento do tipo Freestall adaptado, com e sem ventilador e
nebulizadores, os quais receberão os tratamentos.
Foram realizadas coletas diárias de amostras dos alimentos, tanto dos cochos,
quanto dos silos para análises químico-bromatológicas convencionais. Os volumosos
colhidos foram picados e secos a 60ºC, em estufa de circulação de ar forçada por 72
horas. As amostras foram moídas a tamanhos de partículas de 1 mm e posteriormente
analisadas a composição químico-bromatológica. As amostras foram analisadas para
matéria seca (MS) a 105ºC, cinzas e extrato etéreo (EE) (AOAC, 1990), proteína bruta
(PB) (Wiles et al., 1998), fibra em detergente neutro (FDN; sem sulfito de sódio e de
alfa-amilase, expressa, inclusive da cinza residual), e sequencialmente fibra em
detergente ácido (FDA) de acordo com Van Soest et al., (1991), lignina (Robertson e
Van Soest, 1981). A matéria orgânica (MO) foi calculada como a perda de peso da
amostra após incineração. Carboidratos não fibrosos foi computada MO – CP – FDN –
extrato etéreo.
As proporções e composição químico-bromatológica das forragens utilizadas nas
dietas, bem como a relação volumoso:concentrado estão apresentadas nas Tabelas 1 e 2.
46
Tabela 1 -Relação proporcional dos ingredientes na dieta, em % e kg na matéria seca, do concentrado
total, da relação volumoso:concentrado e composição químico-bromatológica das dietas experimentais
Dieta SM Dieta CSM
20 40 20 40
Ingredientes % kg % kg % kg % kg
Silagem de Milho 60,6 10,6 56,1 13,5 25,5 4,8 24,5 5,9
Cana-de-açúcar - - - - 25,2 4,7 24,2 5,8
Mistura Concentrada1 31,4 5,5 30,1 7,2 35,5 6,6 38,4 9,2
Caroço de algodão 8,0 1,4 13,9 3,3 13,8 2,6 12,8 3,1
Concentrado total oferecido 39,4 6,9 43,9 10,5 49,3 9,2 51,2 12,3
Ingestão MS Estimada - 17,5 - 24,0 - 18,7 - 24,0
Rel. volumoso:concentrado 61:39 - 56:43 - 51:49 - 49:51 -
Nutrientes
Proteína bruta 17,4 - 17,6 - 18,7 - 17,5 -
Extrato etéreo 3,8 - 4,8 - 4,6 - 4,5 -
Fibra em detergente neutro 47,3 - 47,3 - 43,4 - 42,6 -
Fibra em detergente ácido 27,4 - 28,4 - 26,4 - 25,5 -
Carboidratos não fibrosos 27,5 - 26,1 - 31,6 - 31,8 -
Nutrientes digestíveis totais 66,5 - 67,0 - 68,5 - 69,0 -
Energia líquida, Mcal/kg MS 1,6 - 1,6 - 1,6 - 1,6 -
Cálcio, g 0,52 - 0,48 - 0,61 - 0,60 -
Fósforo, g 0,29 - 0,32 - 0,31 - 0,32 -
Potássio, g 1,15 - 1,17 - 1,14 - 1,14 -
1Composição da mistura concentrada: milho triturado, 45%; farelo de soja, 26,5%; farelo de trigo,
19,5%; calcário dolomítico, 2,5%; Bicarbonato de sódio, 1,0%; ureia, 2,6%; sulfato de amônio 0,4%;
sal mineral, 1,5%, sal comum (cloreto de sódio), 1,0%.
Tabela 2 -Composição químico-bromatológica dos volumosos e ingredientes concentrados utilizados para
formulação inicial da dieta experimental
Nutrientes Silagem de
milho
Cana-de-
açúcar
Milho
triturado
Farelo
de trigo
Caroço de
algodão
Farelo
de soja
MS, % 30,10 34,50 87,11 88,31 66,13 87,69
MM, % MS 3,95 1,64 1,24 5,48 3,87 6,57
PB, % MS 8,77 1,63 11,39 16,41 24,35 54,18
EE, % MS 1,99 0,89 4,36 4,02 20,13 2,89
FDN, % MS 58,61 50,55 22,32 46,79 50,66 14,82
FDA, % MS 35,18 32,90 15,99 14,77 46,99 10,58
LIG, % MS 4,60 6,18 1,54 4,64 15,72 1,01 MS = matéria seca; MM = matéria mineral; PB = proteína bruta, EE = extrato etéreo; FDN = fibra em
detergente neutro; FDA = fibra em detergente ácido; LIG = lignina
47
3. ANÁLISE ESTATÍSTICA
Inicialmente, os dados foram analisados quanto à homogeneidade de variâncias e
normalidade dos resíduos, para atendimento das pressuposições da análise de variância.
Quando necessário foram realizadas transformações dos dados de cada variável testada
e os modelos foram adicionados em nota de rodapés de tabelas.
As variáveis respostas ou dependentes analisadas foram: ingestão de matéria
seca (kg/dia e % de peso corporal), produção de leite e leite corrigido para 3,5% de
gordura, composição do leite (proténa bruta, gordura, lactose, sólidos totais, nitrogênio
uréico, escore linear do leite, contagem de células somáticas) analisadas pelo PROC
Mixed do SAS (SAS, 2005), segundo o delineamento em Quadrado Latino 8x8, em
esquema fatorial 2x2x2, com os seguintes fatores: dois níveis de exigência para
produção de 20 ou 40 kg de leite/dia, com o objetivo de explorar o potencial produtivo
(efeito de densidade da dieta), duas fontes de volumosos (efeito de tipo de volumoso) e
duas condições ambientais (com ou sem efeito de ventilador + nebulizadores).
As médias dos tratamentos foram comparadas usando o comando LSMEANS e
testes T e F. O nível de significância considerado foi de 5% de probabilidade.
48
4. RESULTADOS
Constata-se na Tabela 3, que não houve efeito de interação entre os fatores
avaliados, mas houve efeito somente dos fatores isolados para as variáveis IMS (% PC e
kg/dia), CA e EA. Houve maior ingestão de matéria seca (IMS, %PC e kg/dia), em
percentagem do peso corporal, (4,14 x 3,79% PC, 22,07 x 19,91 kg/dia) para dieta
programada para produção 40 L leite/dia (P≤0,05), entretanto, a conversão e eficiência
alimentar foram melhores para dieta de 20 (0,91 x 1,01; 112,6% x 103,9%,
respectivamente) (P≤0,05) (Tabela 3).
Quanto aos efeitos de com ventilador+nebulizadores e de tipo de forragem não
foram observadas diferenças significativas quanto as variáveis avaliadas.
49
Tabela 3 - Ingestão de matéria seca da dieta, eficiência e conversão alimentar, em função da densidade da
dieta, ambiente, e de tipo de volumoso, e suas respectivas significâncias
Densidade energética da dieta P
Variáveis 20 40 Média Conc. Forr. Inter EP
IMS, %PC 3,79b 4,14a 3,97 <0,0001 0,0734 0,5396 0,0418
IMS, kg/dia 19,91 22,07 20,99 <0,0001 0,2191 0,9609 0,2708
Leite, kg/dia 21,03 21,52 21,28 0,3489 0,9253 0,8330 0,3668
Leite-G, kg/dia 22,28 22,87 22,58 0,2744 0,7490 0,9838 0,3747
CA 0,91a 1,01b 0,96 0,0008 0,3168 0,9359 0,0172
EA, % 112,64a 103,86b 108,25 0,0008 0,3168 0,9357 1,7191
Ambiente P
CVN SVN Média Amb. Forr. Inter EP
IMS, %PC 3,98 3,95 3,97 0,5349 0,0734 0,7314 0,0418
IMS, kg/dia 21,17 20,81 20,99 0,3555 0,2191 0,9606 0,2708
Leite, kg/dia* 21,27 21,28 21,28 0,9835 0,9253 0,8580 0,3668
Leite-G, kg/dia* 22,42 22,73 22,58 0,5576 0,7490 0,8444 0,3747
CA 0,97 0,95 0,96 0,1079 0,3168 0,5961 0,0172
EA, % 106,25 110,25 108,25 0,1080 0,3168 0,5961 1,7191
Tipo de volumoso P
SM CSM Média Forr. Conc. Inter EP
IMS, %PC 3,91 4,02 3,97 0,0734 0,0734 0,5396 0,0418
IMS, kg/dia 20,75 21,23 20,99 0,2191 0,2191 0,9609 0,2708
Leite, kg/dia* 21,25 21,29 21,27 0,9253 0,9253 0,8330 0,3668
Leite-G, kg/dia* 22,49 22,66 22,56 0,7490 0,7490 0,9838 0,3747
CA 0,96 0,96 0,96 0,3168 0,3168 0,9359 0,0172
EA, % 109,48 107,02 108,25 0,3168 0,3168 0,9357 1,7191 Letras diferentes, dentro de cada fator e variável, se diferem pelo teste F (P≤0,05). Efeito de dieta: 20 = dieta formulada para produção
de 20 kg de leite/dia; 40 = dieta formulada para produção de 40 kg de leite/dia); Efeito de ambiência: Cvn = com ventilador e
nebulizadores, Svn= sem ventilador e nebulizadores); Efeito de forragem: SM = silagem de milho, CSM = cana-de-açúcar + silagem de milho, 1:1, na MS. I Conc.= Ingestão de mistura concentrada; IMS, %PC – ingestão de matéria seca em % de peso corporal, Leite-
G = Leite corrigido para 3,5% de gordura, EA = eficiência alimentar e CA= conversão alimentar. Valores médios originais e dados
transformados para efeito de análise estatística: 1/conversão alimentar
*Produção correspondente aos 9 dias de coleta para avaliação da conversão e eficiência alimentar.
Avaliando a IMS, pelo fracionamento das dietas isoladamente (Tabela 4),
constatou-se que houve efeito tanto da densidade energética da dieta (20 e 40) como
para o efeito do tipo de volumosos (SM e CSM) para as variáveis ingestão de forragem,
concentrados e uréia (P≤0,05), não havendo efeito de ventilador + nebulizadores nas
variáveis avaliadas. Nesse sentido, constatou-se que a dieta 40 propiciou as maiores
ingestões de concentrado (10,8 x 9,3 kg/dia), forragens (11,3 x 10,4 kg/dia) e ureia
(0,303 x 0,280 kg/dia) (P≤0,05) em relação à dieta 20, respectivamente. O mesmo
ocorrendo para o efeito de tipo de volumoso, em que houve maior ingestão de
concentrado (10,9 x 9,1 kg/dia) e ureia (0,333 x 0,278 kg/dia) para a dieta CSM em
relação à dieta SM (P≤0,05). No entanto, para efeito de tipo de volumoso, a dieta CSM
apresentou menor ingestão de volumoso (10,1 x 11,6 kg/dia) em relação a SM (P≤0,05).
50
Tabela 4 - Valores médios da ingestão de mistura concentrada, forragem e ureia em função dos efeitos de
densidade energética da dieta, de ambiente e de tipo de volumoso, e suas respectivas
significâncias Densidade energética da dieta P
Variáveis 20 40 Média Conc. Forr. Inter EP
I Conc., kg/dia 9,25b 10,76a 10,01 <0,0001 <0,0001 0,5604 0,1322
I Forr., kg/dia 10,42b 11,29a 10,86 <0,0001 <0,0001 0,3901 0,0060
I Ureia, kg/dia 0,280b 0,303a 0,292 <0,0001 <0,0001 0,6490 0,0040
Ambiente P
CVN SVN Média Amb. Forr. Inter EP
I Conc. kg/dia 10,09 9,92 9,97 0,3157 <0,0001 0,9222 0,1359
I Forr., kg/dia 10,95 10,76 10,86 0,3256 <0,0001 0,9282 0,0060
I Ureia, kg/dia 0,307 0,303 0,305 0,3638 <0,0001 0,9616 0,0040
Tipo de volumoso P
SM CSM Média Forr. Conc. Inter EP
I Conc. kg/dia 9,09b 10,92a 10,01 <0,0001 <0,0001 0,5604 0,1322
I Forr., kg/dia 11,64a 10,07b 10,86 <0,0001 <0,0001 0,3901 0,0060
I Ureia, kg/dia 0,278b 0,333a 0,306 <0,0001 <0,0001 0,6490 0,0040 Letras diferentes, dentro de cada fator e variável, se diferem pelo teste F (P≤0,05). Efeito de dieta: 20 = dieta formulada para
produção de 20 kg de leite/dia; 40 = dieta formulada para produção de 40 kg de leite/dia) Efeito de ambiência: Cvn = com ventilador e nebulizadores, Svn= sem ventilador e nebulizadores. Efeito de forragem: SM = silagem de milho, CSM = cana-de-
açúcar + silagem de milho, 1:1, na MS. I Conc.= Ingestão de mistura concentrada; I Forr.= ingestão de forragem, I Ureia = ingestão
de ureia na dieta. Valores médios originais e dados transformados para efeito de análise estatística: Log10 (I Forr.)
Na Tabela 5 estão apresentados os valores médios de produção de leite e os
parâmetros qualitativos do leite. Houve respostas significativas para efeito de densidade
energética das dietas, de ventilador + nebulizadores e de tipo de volumoso em função
das variáveis e fatores testados.
A dieta 40 foi superior em concentração de NU no leite (22,03 x 20,24 mg/dL,
respectivamente) comparada a dieta de 20. No entanto, para efeito de ventilador +
nebulizadores, houve menor (P≤0,05) produção de gordura no leite na condição de
SVN e maior concentração de NU no leite (3,94 x 3,88%; 21,75 x 20,52 mg/dL,
respectivamente) em relação a CVN. Na condição de CVN as respostas foram inversas,
ou seja, melhor produção de gordura no leite e menor NU (3,88% x 3,94%; 20,52 x
21,75 mg/dL, respectivamente) em relação a SVN (P≤0,05).
No efeito do tipo de volumoso (Tabela 5), a CSM propiciou menor concentração
de lactose, porém maior concentração de NU no leite (4,51 x 4,56%, 22,33 x 19,95
mg/dL) em relação a SM (P≤0,05). Para SM houve maior teor de lactose e menor
concentração de NU no leite (4,56 x 4,51 %, 19,95 x 22,33 mg/dL, respectivamente) em
relação a CSM (P≤0,05).
51
Tabela 5 - Valores médios da qualidade do leite em função dos efeitos da densidade energética da dieta,
ambiente distinto e tipo de volumosos, e suas respectivas significância
Densidade energética da dieta P
Variáveis 20 40 Média Conc. Forr. Inter EP
PB, % 3,27 3,28 3,28 0,4321 0,1109 0,8164 0,0111
Gord., % 3,88 3,93 3,91 0,0844 0,7744 0,1102 0,0020
ST, % 12,65 12,71 12,68 0,1784 0,6190 0,2447 0,0330
Lact., % 4,54 4,54 4,54 0,9809 0,0216 0,0626 0,1316
NU, mg/dL 20,24b 22,03a 21,14 <0,0001 <0,0001 0,8467 0,3049
EL 4,61 4,41 4,51 0,3686 0,4480 0,3092 0,1684
CCS 90,49 97,91 94,20 0,2937 0,3238 0,4794 0,0524
Ambiente P
CVN SVN Média Amb. Forr. Inter EP
PB, % 3,29 3,27 3,28 0,1752 0,1109 0,4846 0,0108
Gord., % 3,88a 3,94b 3,91 0,0374 0,7744 0,1737 0,0002
ST, % 12,66 12,70 12,68 0,2491 0,6190 0,3135 0,0324
Lact., % 4,53 4,54 4,53 0,5346 0,0216 0,6211 0,1290
NU, mg/dL 20,52b 21,75a 21,00 0,0026 <0,0001 0,9063 0,2988
EL 4,49 4,52 4,51 0,8752 0,4480 0,8497 0,1651
CCS 85,76 96,42 91,09 0,8290 0,3238 0,9779 0,0513
Tipo de volumoso P
SM CSM Média Forr. Conc. Inter EP
PB, % 3,27 3,29 3,28 0,1109 0,4321 0,8164 0,0111
Gord., % 3,91 3,91 3,91 0,7744 0,0844 0,1102 0,0020
ST, % 12,69 12,67 12,68 0,6190 0,1784 0,2447 0,0330
Lact., % 4,56a 4,51b 4,54 0,0216 0,9809 0,0626 0,1316
NU, mg/dL 19,95b 22,33a 21,14 <0,0001 <0,0001 0,8467 0,3049
EL 4,42 4,59 4,54 0,4480 0,3686 0,3092 0,1684
CCS 97,31 91,09 94,45 0,3238 0,2937 0,4794 0,0524 Letras diferentes, dentro de cada fator e variável, se diferem pelo teste F (P≤0,05). Efeito de dieta: 20 = dieta formulada para
produção de 20 kg de leite/dia; 40 = dieta formulada para produção de 40 kg de leite/dia) Efeito de ambiência: Cvn = com
ventilador e nebulizadores, Svn= sem ventilador e nebulizadores). PB = proteína bruta, Gord. = gordura, ST = sólidos totais, Lact.=
lactose, NU = nitrogênio uréico, EL = escore linear do leite, CCS= contagem de células somáticas. Valores médios originais e
dados transformados para efeito de análise estatística: 1/gordura, Log10(CCS), kg leite**1,5 e lactose**2
Observando os parâmetros ambientais isoladamente, no período da manhã,
durante as fases de coletas constatou-se que houve diferenças significativas (P≤0,05) em
todas as variáveis ambientais que refletiam o efeito ambiência quanto ao uso ou não de
ventilador e nebulizadores (VN).
As variáveis ambientais, como UR, TA, TPO e H, diminuíram
significativamente com o uso do VN em comparação a condição SVN. Houve redução
da UR do ar de 70,6 para 67,9 com a presença do VN, o que provavelmente tenha
aumentado o ITU de 72,3 para 72,8 no período da manhã.
52
Tabela 6 – Valores médios dos parâmetros ambientais obtidos no período da manhã e da tarde e média do
período durante as fases de coletas
Variáveis UR
(%)
TA
(oC)
TPO
(oC)
H
(kJ)
ITU
P. Manhã
Sem VN 70,6 24,1 19,5 18,02 72,3
Com VN 67,9 23,9 18,8 17,5 72,8
Valor t 3,49 10,84 3,56 5,18 6,77
95% IC 1,2, 4,4 0,2, 0,3 0,3, 1,1 1,1, 2,6 0,4, 0,7
Prob. 0,001 0,000 0,001 0,000 0,000
P.Tarde
Sem VN 46,3 28,9 15,7 17,8 75,7
Com VN 53,1 28,6 19,0 18,8 76,6
Valor t -6,90 15,76 -7,13 -6,20 -5,16
95% IC dm -8,7, -4,8 0,3; 0,4 -4,3;-2,4 -5,2;-2,7 -1,2;-0,6
Prob. 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
Média do dia
Sem VN 58,5 26,5 17,6 17,9 74,0
Com VN 60,5 26,2 18,9 18,2 74,2
Valor t -2,68 18,29 -4,34 -2,39 -1,73
95% IC dm -3,5; -0,5 0,3-0,3 -1,9;-0,7 -1,9;-0,2 -0,4; 0,03
Prob. 0,008 0,000 0,000 0,018 0,085
N= 144 medições; Teste T pareado para diferença mínima = 0 (significativo quando diferente de 0);
Prob.= probabilidade > F, 95% IC DM = 95% de intervalo de confiança para diferença mínima (UR =
Umidade relativa do ar; TA = temperatura ambiente; TPO= temperatura em ponto de orvalho; H =
entalpia, energia contida no ambiente; ITU = índice de temperatura e umidade; VN = ventilador +
nebulizadores)
No período da tarde (Tabela 6), observa-se que a temperatura ambiente
permaneceu ao redor dos 29ºC para ambos ambientes (com ou sem VN), porém, na
condição de CVN apresentou maiores valores de UR (53,1 x 46,3%), TPO (19,0 x
15,7oC), H (18,8 x 17,8
oC) que refletiram no aumento do ITU de 76,6 x 75,7.
No valor médio do dia as condições de ITU se mantiveram em condições de
ambiente em estado de alerta de estresse térmico aos animais (74,0 x 74,2).
53
5. DISCUSSÃO
A maior IMS das vacas da dieta 40, na Tabela 3, ocorreu provavelmente pela
proporção de concentrado consumido pelos animais, pela menor relação
volumoso:concentrado e pela composição bromatológica dieta a base de CSM
formulada para a exigência de 40 kg de leite/dia, em que apresentou maior concentração
de CNF (31,2%) e menor teor de FDN (40,5%) em relação a dieta a base de SM
(Tabela 1). No entanto, essa maior IMS não resultaram em maior produção de leite, o
que foi refletido pela baixa eficiência alimentar e pior conversão alimentar. De acordo
com Mertens (1994), quando a densidade energética da dieta é elevada (baixa
concentração de FDN), em relação às exigências do animal, o consumo é limitado pela
demanda energética, não ocorrendo repleção ruminal, que é o tempo que o alimento
permanece no rúmen, sofrendo os efeitos físicos de passagem.
Provavelmente tenha ocorrido no ambiente ruminal o que Santini et al (1992)
mencionaram que quando a baixa ingestão de fibra ocasiona mudança na população
microbiana, com aumento na produção de lactato ruminal, que reduz o pH no rúmen e
por consequência diminui a atividade das bactérias celulolíticas.
54
Outra provável resposta pode estar ligada ao potencial genético dos animais
avaliados em que não apresentavam condições suficiente de aumentar expressivamente
o consumo e esse refletir em aumento de produção de leite, fato comprovado pelos
resultados de conversão e eficiência alimentar (Tabela 3) na dieta 40.
No entanto, a produção de leite foi similar para o efeito de densidade da dieta, de
ventilador + nebulizadores e de tipo de volumoso, comprovando que a mistura supriu as
exigências dos animais, produzindo em média 21 kg/leite por dia. Esse fato corrobora
com Biondi et al., (1978) que avaliaram substituição parcial e total da silagem de milho
por cana-de-açúcar (0, 25, 50, 75 e 100%) da MS do volumoso, com aumentos da
quantidade de concentrado, à medida que se elevaram os níveis de substituição, e
encontraram redução linear na produção de leite com a inclusão da cana na ração.
Entretanto, concluíram que, se corretamente suplementada, a cana-de-açúcar poderia
substituir até 50% a silagem de milho.
Assim, Campos et al. (2001, 2002, 2004) constataram que a mistura de cana-de-
açúcar/silagem de milho (50:50MS) promovia melhoria no padrão fermentativo no
líquido ruminal e digestibilidade in vitro da MS, de acordo com as concentrações dos
carboidratos solúveis e amido em níveis que não prejudicasse o ambiente in vitro.
O aumento do uso de ração concentrada em dietas à base de cana-de-açúcar por
meio da mudança da relação volumoso:concentrado pode proporcionar maior aporte de
matéria orgânica digestível, aumentando a concentração de energia e diminuindo a
concentração de fibra, consequentemente, há maior consumo de matéria seca para
atender seus requerimentos energéticos (RODRIGUES, 1999). Segundo Lucci et al.
(1999), a utilização de concentrados na dieta favorece a ingestão de matéria seca,
incremento na produção de leite e da produção de proteína láctea, mas contribui para o
decréscimo da produção de gordura.
Ao promover o fracionamento da IMS das dietas (Tabela 3), para se detectar em
que momento houve os maiores efeitos nos parâmetros produtivos e qualitativos do
leite, constatou-se que os fatores definidos como efeitos de densidade de dietas (20 e
40) e efeitos de tipo de volumoso são os que mais interferiram nos resultados
apresentados. A dieta 40 propiciou as maiores ingestões de mistura concentrada
(14,0%), de volumoso (7,71%) e de ureia (7,6%) em relação à dieta 20. No efeito de
tipo de volumoso, constata-se que a dieta a base de CSM foi a que proporcionou as
55
maiores ingestões de mistura concentrada (16,8%), de ureia (16,5%) e menor ingestão
desse volumoso (13,5%) e em relação à dieta SM.
Provavelmente, estas ingestões fracionadas dos ingredientes das dietas é que
forneceram maiores bases para explicações dos nutrientes presentes no leite. Fato
constatado para dieta 40, em que houve maior produção de leite e, como consequência,
maior concentração de NU no leite (Tabela 5), provavelmente esteja ligado diretamente
ao excesso de nitrogênio presente na dieta, sendo diretamente relacionado aos
diferenciais de 14% e 7,6% de ingestão de mistura concentrada e de ureia,
respectivamente, em relação à dieta 20 (Tabela 4).
O teor de N-ureico é influenciado pela ingestão de PB da dieta, pela fração da
proteína degradável no rúmen e da proteína não degradável no rúmen, além destas com
relação destas com a ingestão de energia (BRODERICK e CLAYTON, 1997). Diante
disso, esta variável tem sido utilizada como indicador para o monitoramento da
nutrição proteica (KOHN, 2000), principalmente pela adequação da relação entre
proteína e energia da dieta de vacas em lactação (BRODERICK e CLAYTON, 1997).
Os resultados de encontrados neste trabalho foram superior ao estabelecido por
Jonker et al. (1999), que relataram que a concentração de nitrogênio ureico no leite
deve variar de 10 a 16 mg/dL a depender do nível de produção. Nesse caso, valores
acima desse limite podem indicar elevado consumo de nitrogênio ou excesso de
proteína degradável no rúmen.
Entretanto, o efeito de ventilador + nebulizadores, apesar de não ter tido efeito
na IMS e nem na ingestão fracionada das dietas, interferiu nas respostas qualitativas do
leite, evidenciado pelo aumento dos teores de gordura e NU do leite na condição de
SVN (Tabela 5). Provavelmente, esse resultado foi reflexo do excesso de concentrado
utilizado e consequentemente, perda de eficiência de aproveitamento da proteína bruta.
Esse fato pode estar ligado ao processo metabólico dos animais, que necessitam de
maior gasto energético para digerir e metabolizar a proteína bruta da dieta, ou eliminar
o excesso de nitrogênio por vias diretas no leite, pela veia mamária.
Já na condição CVN houve menor produção de gordura e concentração de NU
no leite. Provavelmente os fatores ambientais interferiram nas respostas fisiológicas dos
animais, principalmente no metabolismo das gorduras e proteínas, tanto no processo de
digestão e absorção de proteínas e energia. Fato que pode ser evidenciado pelo fator
ambiental apresentado na Tabela 6. Em que, tanto na condição SVN e CVN no período
56
da manhã o ITU já se encontravam em fase estressante para os animais (72,3 e 72,8,
respectivamente) segundo Armstrong (1994). Fato que se alterou drasticamente no
período da tarde, onde o ITU atingiu os níveis de 75,7 para condição de SVN e 76,6
para condição CVN, sendo considerados críticos para os animais em produção.
Como o ambiente pode ser um elemento estressor ao organismo animal,
provavelmente ele se utiliza de seus mecanismos fisiológicos de homeotasia para
eliminar o mais rápido possível o excesso de nitrogênio da dieta, sendo o leite uma via
de excreção, para não ocasionar o desconforto térmico, pois o processo digestivo pode
aumentar o incremento calórico, com gasto de energia e aumento de calor
(CONCEIÇÃO, 2010).
Para Harris e Bachamn (1988) o fator que mais interfere no teor de gordura no
leite é o teor de fibra na dieta, ou relação de volumoso:concentrado. Essa relação
determina a proporção de ácidos graxos produzidos no rúmen, sendo que quanto maior
a ingestão de fibra maior será a produção de ácido acético e butírico (principais
precursores da gordura no leite), em detrimento da produção de ácido propiônico.
De acordo com Soares et al. (2001) a relação volumoso:concentrado são os
fatores que produzem maior interferência no percentual de gordura no leite. A grande
variabilidade no teor de gordura no leite se refere à qualidade e quantidade de fibra
ingerida na alimentação. Forragens que ocupam menor volume e que retêm menos água,
pela velocidade de digestibilidade da matéria seca, são consumidas em maior
quantidade. O tamanho e a forma da partícula ingerida afetam o consumo, a taxa de
degradação e o tempo de retenção da digesta no rúmen.
Neste trabalho, o efeito de tipo de volumoso proporcionou maior produção de
leite e lactose para dieta a base de SM, isso reflete no processo de digestão e
metabolização dos nutrientes. Visto que as dietas que proporcionam maiores formação
de ácido propiônico irão originar 45 a 60% da glicose sanguínea que será 70%
destinada à síntese da lactose no leite (NORO, 2001). Além disso, este componente do
leite apresenta menor amplitude, devido ao fato de estar relacionada à pressão osmótica
da glândula mamária. Dessa forma, a maior produção de lactose determina a maior
produção de leite (QUERIOGA, 2007). Esse fato foi observado na no efeito da dieta
SM, em que confere maior produção de leite e maior teor de lactose no leite (Tabela 5).
O ITU representa os efeitos combinados da temperatura e umidade relativa do ar
associados com nível de estresse térmico, e consequentemente, poderá afetar o
57
desempenho animal. O valor de ITU abaixo 72 caracteriza um ambiente normal, sem
ocorrência de estresse. Acima ou igual a esse valor significa que o ambiente já se
classifica como estressante, variando entre ameno ou brando (72 a 78), moderado (79 a
88) e severo (89 a 98) (ARMSTRONG, 1994). Portanto, os animais no presente
experimento, tanto na condição de CVN como SVN, realmente se encontravam dentro
da faixa de alerta (ameno ou brando) e sendo mais pronunciado pelo uso de VN (72,8)
(Tabele 6) no período da manhã e estressante no período da tarde.
Johnson (1980) observou que a partir do valor de ITU de 72, e na medida em
que este índice se elevou, a produção de leite foi diminuindo, sendo este declínio mais
acentuado nas vacas mais produtivas. Quanto mais produtiva uma vaca, maior sua taxa
metabólica (produção de calor interno no organismo) e maior, será sua sensibilidade ao
estresse causado pelo calor. O declínio da produção de leite se acentuou partir de ITU
de 76 a 78. Ainda nesse estudo, as vacas de baixa produção (13 kg/dia) foram menos
afetadas com ITU de 76 que as de alta produção (22 kg/dia).
Quando a temperatura ambiente ultrapassa os valores máximos de conforto para
o animal, a umidade relativa assume fundamental importância na eliminação do calor.
Isso ocorre porque em condições de umidade elevada, o ar saturado inibe a evaporação
de água pela pele e sistema respiratório, proporcionando um ambiente ainda mais
estressante para o animal (BROUK, 2001). Esse fato é evidenciado na condição CVN
(Tabela 6) em que houve aumento da UR, TPO e entalpia (H), proporcionando um
índice de ITU de 76,6 caracterizado como ambiente estressante aos animais. E,
provavelmente a umidade tenha provocado esse desconforto aos animais, tendo em
vista que a TA ficou ao redor de 29oC, para ambas condições ambientais.
Provavelmente, as mudanças ambientais tenham ocasionado alterações nos
metabolismos das proteínas, que por sua vez ocasionou na eliminação do excesso de N
no leite, aumentando assim o NU do leite na condição CVN. Fato que também pode ser
constatado para condição SVN, que houve maior concentração de NU no leite, mesmo
com menor UR e ITU.
Apesar dos efeitos ambientais não terem ocasionados diferenças significativas
na IMS e produção de leite no presente experimento (Tabelas 3 e 5). Collier et al,
(1982) mencionaram que o estresse térmico em vacas de alta produção resulta em
redução na ingestão de volumoso, que contribui para o decréscimo na produção de
ácidos graxos voláteis e pode proporcionar alterações na taxa acetato:proprionato.
58
Havendo desta forma, necessidade de aumentar a densidade energética da ração. Por
outro lado, os ruminantes adaptados às condições quentes são capazes de manter sua
ingestão próxima a exigência em manutenção ou em períodos de crescimento moderado
(BROSH, et al., 1988).
Kadzere et al. (2002) relatam que as vacas em estresse térmico têm menor taxa
de passagem, o que reflete uma redução da ingestão de MS, na ruminação e na
motilidade reticular. Fato que não foi observado no presente experimento, tendo em
vista que os fatores ambientais, como temperatura máxima não ultrapassou os 29oC e o
ITU se mantiveram na faixa dos 76 e 77 nas condições de SVN e CVN (faixa de alerta),
respectivamente no período mais quente do dia (vespertino).
59
6. CONCLUSÃO
A dieta formulada para exigência de produção de 20 kg/dia de leite para os
animais avaliados apresentaram melhor eficiência produtiva.
A mistura de cana-de-açúcar com silagem de milho, 1:1 na MS, aumenta a
concentração nitrogênio uréico no leite e diminui o teor de gordura, por conta do
aumento de concentrado na dieta, sem alterar a produção leite de vacas holandesas.
O uso dos ventiladores e nebulizadores provocam aumento do índice de
temperatura e umidade deixando os animais acima do nível crítico de estresse térmico
(76,6 de ITU) na região avaliada.
60
7. REFERÊNCIAS
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