infoseram n.º1 - dezembro 2006
Post on 21-Mar-2016
222 Views
Preview:
DESCRIPTION
TRANSCRIPT
Vínculos, Carreiras e Remunerações
O actual Governo criou uma Comissão para Revisão
das Carreiras e Remunerações que, em Setembro de
2006 concluiu o diagnóstico da situação actual e
perspectivas de evolução para a Administração Pública.
Esta medida surge com o intuito de reduzir a
dimensão e o custo do Estado e da Administração
Pública. Depois de meses de luta e de muitas
iniciativas, o Governo deu início, em Novembro, ao
processo negocial de revisão dos Sistemas de
Vínculos, Carreiras e Remunerações da Administração
Pública.
Agora, nesta nova etapa, é importante que estejamos
informados e atentos, para que a futura carreira de
Enfermagem seja, em grande parte aquilo que os
Enfermeiros quiserem.
1 EDITORIAL
2 BENEFICIOS AOS SÓCIOS
3 O FUTURO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
INFORMAÇÃO SINDICAL
4 FÓRUM CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
N.º 1 Dezembro 2006 N.º 1 Dezembro 2006
BOLETIM SINDICAL N.º 1 Dezembro 2006
Editorial
Tendo sido assumido no ultimo acto
eleitoral, no passado mês de Junho, como um
objectivo a concretizar e a consolidar no
decorrer do actual mandato, este editorial
pretende ser o primeiro sinal para o início da
publicação periódica do boletim informativo do
Sindicato dos Enfermeiros da RAM, como mais
um meio de comunicação com os sócios.
Várias foram as circunstancias que ao
longo dos últimos anos conduziram a um
prolongado interregno na publicação do boletim
informativo. A partir de agora é nosso objectivo
manter esta publicação com uma regularidade
trimestral, junto dos sócios do SERAM. Neste
espaço pretendemos abordar diversas
temáticas, dando a conhecer aos sócios do
sindicato, as actividades desenvolvidas pela
direcção, fazer o ponto da situação quanto aos
diversos temas sindicais que estejam a decorrer
em cada momento, assim como conteúdos
legislativos relacionados com a Saúde e a
Enfermagem, entre outros assuntos de
interesse para os Enfermeiros, não excluindo a
possibilidade de participação dos sócios que
pretendam colaborar connosco.
Desde a publicação do último boletim
muitos assuntos e temáticas decorreram e se
alteraram, onde destacamos os novos contextos
laborais e profissionais criando novos
problemas e desafios que se colocam aos
Enfermeiros e à Enfermagem.
S.E
.R.A
.M. S
indic
ato
dos E
nfe
rmeiro
s d
a R
.A.M
.
INFOSERAM N.º 1 Dezembro 2006
Dos vários assuntos que nos têm preocupado durante os últimos anos e para os quais não temos tido mãos
a medir, prende-se em primeiro lugar com as orientações político sociais desenvolvidas a nível nacional e a nível
regional, a perspectiva liberalizadora e privatizadora, que tem acarretado repercussões na vida dos cidadãos, na
administração publica e nos diversos sectores profissionais, incluindo os Enfermeiros.
O quadro em que nos movimentamos é complexo e difícil. Estamos confrontados com um constante
protelamento da negociação para uma nova carreira de Enfermagem. Seguiu-se a alteração das condições de
aposentação dos Enfermeiros. Para além destas situações, as reformas em curso procuram reduzir o emprego,
emagrecer os recursos disponíveis nas organizações, retirar direitos, degradando assim cada vez mais as condições
de trabalho e a qualidade dos cuidados prestados, quadro que a manter-se aumentará a contestação e a
instabilidade laboral na profissão de Enfermagem.
Temos consciência que o problema dos trabalhadores em geral, são também os problemas dos
Enfermeiros. Está a ser assim com o programa de Reorganização e Reestruturação da Administração Central,
empurrando funcionários para o quadro dos supranumerários, está a ser assim como já constatamos no sector da
saúde e vai ser assim no actual processo negocial que está a decorrer sobre a revisão do Sistema de Carreiras,
Vínculos e Remunerações na Administração Pública, que terá profundas implicações na nova carreira de
Enfermagem.
Os desafios que temos pela frente são sensíveis a todos e a resposta aos mesmos passa necessariamente
por cada um de nós, de forma a construirmos um caminho em que todos procurem e detenham o máximo de
informação sobre as mudanças em curso. Que essa informação seja partilhada e transformada em conhecimento,
que cimente a capacidade de intervenção, envolvimento e empenho no sentido de em cada momento tomar decisões
mais adequadas, com os instrumentos disponíveis para enfrentarmos os combates necessários e atingirmos os
melhores resultados para a Enfermagem e para os Enfermeiros.
A todos um bom natal e um feliz ano 2007
Funchal 05 de Dezembro 2006
Juan Carvalho
AO SER SÓCIO DO SERAM BENEFICIA DE:
v Apoio Jurídico v Legislação v Fotocópias v Consulta de Publicações v Informações v Acesso à Internet v Empresas e Lojas com Descontos:
¨ Aldeamento Turístico de Palmela ¨ Perfumaria Nova Fragrância ¨ Servilusa (agência funerária)
¨ Vodafone ¨ Sagres Seguradora ¨ Montepio Geral (complemento de reforma)
¨ Brilho Auto (serviço auto)
Coordenação Helena Vieira
Maria José Ramos Mário Castro
Colaboração Juan Carvalho
Periodicidade Trimestral
Propriedade e Redacção S.E.R.A.M.
Tiragem 1500 exemplares
Impressão Grafimadeira
Distribuição gratuita
S.E
.R.A
.M. S
indic
ato
dos E
nfe
rmeiro
s d
a R
.A.M
.
Vínculos, carreiras e remunerações na administração pública
Actualmente os funcionários da Administração Pública constituem um corpo estável, tecnicamente
competente e politicamente neutro, assegurando de forma eficaz, permanente e imparcial o interesse público. De acordo com a Comissão de Revisão do Sistema de Carreiras e Remunerações, ao longo de século XX, o
Estado sofreu um crescimento de funções e consequentemente de funcionários, originando um crescimento significativo da despesa pública e da carga fiscal. De forma a dar resposta a este crescimento o Estado pretende
adoptar programas de reforma que permitam: reduzir a dimensão do Estado e das Administrações Públicas (pela privatização, externalização de funções, redimensionamento); introdução de novos modelos de orçamentação, gestão e controle (orientado para objectivos e resultados) e modificação da natureza, modalidades e condições de emprego
na Administração Pública. No sentido de melhorar o uso dos seus recursos o Estado considera que deve introduzir alterações, como a
contratação regida pelo direito privado (criando vínculos de trabalho precários e instáveis), alterações nos sistemas remuneratórios (aplicando um sistema remuneratório fixo, pelo desempenho e acrescido de compensações de acordo
com a avaliação do mérito), acesso e desenvolvimento das carreiras (criando postos de trabalho, diminuindo o número de carreiras e de posições remuneratórias), e alinhamento das condições de trabalho dos funcionários públicos com as dos sectores privados.
As reformas a serem adoptadas implicam a descentralização e desregulação dos serviços, pela responsabilização dos gestores pelos resultados, dando-lhes maiores poderes de decisão sobre os recursos. Este
programa do Governo prevê também medidas que implicam a mobilidade dos funcionários, regimes de trabalho a tempo parcial e partilha de postos de trabalho, promoções extraordinárias por mérito, regime de contrato de trabalho a
novas admissões na Administração Pública e a aplicação da regra de entrada de um elemento por cada duas saídas (por aposentação ou desvinculação).
Após meses de luta o Governo iniciou o Processo Negocial de Revisão dos Sistemas de Vínculos,
Remunerações e Carreiras da Administração Pública, este processo desenvolve-se entre a Frente Comum e o Governo.
Nesta negociação está também em causa o futuro da Carreira de Enfermagem. A Lei-Quadro que está em discussão define e estrutura todos os princípios que constituem uma carreira. A Carreira de Enfermagem está
dependente do que aqui for definido. A vontade que o Governo já demonstrou de tentar desregulamentar as carreiras, desvalorizar o trabalho e
retirar direitos consagrados é mais um motivo para seguirmos atentamente esta negociação.
É importante manter-mos a exigência e a pressão por uma carreira digna que reconheça o valor social conquistado por todos os enfermeiros.
INFOSERAM N.º 1 Dezembro 2006
NEGOCIAÇÃO GERAL PARA A ADMINISTRAÇÃO PUBLICA PARA 2007
à Congelamento das progressões até 31 de Dezembro de 2007
Ÿ O tempo de serviço prestado pelos funcionários, agentes e outros trabalhadores da Administração Publica
Central, Regional e Local, não é contado para efeitos de progressão em todas as carreiras, cargos e categorias,
incluindo os corpos especiais.
Ÿ São ainda mantidos em vigor todos os suplementos remuneratórios que não tenham a natureza de remuneração
base, independentemente da sua designação.
à Os descontos para o subsistema de saúde da Administração (ADSE), fica sujeito ao desconto de 1,5 %
Ÿ As pensões de aposentação e de reforma dos beneficiários titulares fica sujeito ao desconto de 1 % quando o
seu montante for igual ou superior ao valor correspondente a uma vez e meia a retribuição mínima mensal garantida.
à Justificação de faltas por doença
Ÿ O funcionário ou agente impedido de comparecer ao serviço por motivo de doença deve indicar o local onde se
encontra e apresentar documento (Atestado medico) comprovativo no prazo de 5 dias, passando a exigir-se uma
declaração emitida pelas entidades competentes do Serviço Nacional de Saúde como único meio de prova idóneo
para justificar as faltas por doença.
S.E
.R.A
.M. S
indic
ato
dos E
nfe
rmeiro
s d
a R
.A.M
.
INFOSERAM N.º 1 Dezembro 2006
O S.E.R.A.M. organizou no dia 10 do passado mês um Fórum Regional sobre
modelos de organização dos Cuidados de Saúde Primários da R.A.M. Este teve o
contributo do Enfermeiro José Carlos, coordenador do Sindicato dos Enfermeiros
Portugueses, da Enfermeira Laurinda Silva, directora dos Cuidados de Saúde
Primários , do Enfermeiro Juan Carvalho, presidente do sindicato dos Enfermeiros
da R.A.M. e o Enfermeiro Élvio Jesus, presidente da secção regional da Madeira
da Ordem dos Enfermeiros.
O fórum teve como principal objectivo, promover a reflexão sobre o futuro dos Cuidados de Saúde Primários, de
modo, a definir estratégias que permitam aos enfermeiros a consolidação do seu papel de parceiro na equipa de
trabalho, imprescindível para uma boa adequação dos cuidados de saúde às necessidades da população.
Neste espaço de debate e discussão entre prelectores e plateia, as principais conclusões foram as seguintes:
Ø Os enfermeiros deverão estar preparados para a intervenção nas mudanças organizacionais dos Cuidados de
Enfermagem à população. Temos de capitalizar o bom trabalho desenvolvido pelos enfermeiros dos cuidados de
saúde primários como uma mais-valia no caminho a percorrer.
Ø No percurso dos cuidados de saúde primários na R.A.M. os enfermeiros desempenharam um papel que contribuiu
para a melhoria da qualidade dos cuidados e para o desenvolvimento da profissão que temos hoje; temos que delinear
o nosso papel no actual contexto político e organizacional.
Ø As diferentes experiências inovadoras implementadas nos cuidados de saúde primários a nível do Serviço Nacional
de Saúde não evidenciaram melhores cuidados de saúde às populações, nem foram alvo de avaliações que
indiciassem a necessidade de mudanças.
Ø Ao nível do Serviço Nacional de Saúde as Unidades de Saúde Familiar têm apresentado constrangimentos de vária
ordem e aos diferentes níveis; na sua candidatura, implementação e operacionalidade como exemplo:
· O facto das experiências do trabalho em equipa de saúde se centrarem nas actividades interdependentes dos
enfermeiros,
· A organização do trabalho por lista médica conduz à desfragmentação das intervenções de Enfermagem, ao sub-
aproveitamento dos recursos, assim como à consequente anarquia e sobreposição das actividades de Enfermagem.
Ø Consideramos que as Unidades de Saúde Familiar não são o caminho para a resposta às necessidades dos
cuidados de saúde das populações. Os participantes no fórum consideram que a organização dos cuidados de
enfermagem à população na R.A.M. deverá ser por área geográfica conjugado com o modelo de enfermeiro de família,
respeitando o rácio Enfermeiro/Família preconizado pela O.M.S.
Ø Decorrente das mudanças ocorridas nos últimos anos, os contextos jurídicos não são os mais favoráveis, vamos
enfrentar problemas a nível da tomada de decisão, aos diversos níveis de gestão com maiores condicionalismos na
Direcção dos Centros de Saúde e nos Centros de Responsabilidade (órgãos unipessoais).
Ø É importante evidenciar o papel dos enfermeiros nos serviços de saúde de forma a manter a imprescindibilidade na
prestação de cuidados, na gestão e a colaboração na definição das políticas de saúde.
Ø O processo de avaliação do desempenho dos enfermeiros, independentemente dos contextos e das mudanças
organizacionais a implementar, só pode ser executado por enfermeiros.
Ø O regulamento interno dos centros de responsabilidade, os contratos programa
e a avaliação dos serviços, devem assentar numa concepção colegial, reunindo
os diversos saberes e conhecimentos, numa perspectiva pró-activa e
potenciadora de mais valias, nos objectivos a atingir e no efectivo
desenvolvimento da nova cultura organizacional que se pretende implementar.
S.E.R.A.M.
Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira
Contactos: telef. 291 224942 fax 291 227664 E-mail: seram@mail.telepac.pt Em breve estaremos na WEB.
Estar Sindicalizado é mais Seguro!
top related