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10 Jornal do Comércio - Porto AlegreSegunda-feira, 27 de abril de 2009

INDÚSTRIA

JCJCEmpresas & Negócios

Marcelo Beledeli

Em tempos de crise, a busca da eficiência na gestão e a dimi-nuição do desperdício tornam-se ainda mais importantes para a saúde financeira das empresas. Para atingir esses objetivos, uma das ferramentas mais lembra-das pelos administradores é a adoção do Sistema Toyota de Produção, ou Toyota Production System (TPS).

Aplicado em todas as plantas da empresa, o TPS é reconhecido, em todo o mundo, por sua efici-ência. Visa a eliminar perdas de equipamentos e materiais, além da melhor utilização de recursos humanos, produzindo somente o necessário e adaptando as má-quinas para produzir diferentes modelos.

Uma das empresas gaúchas que considera o sistema Toyota como uma ferramenta para me-lhorar seus resultados é a Stihl. Nos últimos anos, a empresa, fabricante de ferramentas moto-rizadas portáteis e com um forte perfil exportador, perdeu lucrati-vidade com a valorização do real.

Para fazer frente a este proble-ma, a direção decidiu adotar osistema Toyota, a fim de cortarcustos e desperdícios, além deaumentar a produtividade.

O investimento que está sen-do realizado, de cerca de R$ 500mil ao ano, já vem demonstrandoresultados. �Nos setores onde jáimplantamos, que são as linhasde produção de virabrequim ebrunimento de cilindros, tive-mos um crescimento de 20% naprodutividade, fora os ganhosque tivemos na redução domaterial de elaboração�, explicaHarry Grandberg, diretor-geralda Stihl no Brasil. Os benefíciosestão sendo tão grandes que ou-tras subsidiárias internacionaisda empresa estão visitando afábrica de São Leopoldo paraaprender seu case de sucesso. A previsão é de que até 2011 todosos setores industriais da Stihlestejam utilizando o sistema.

Outra companhia que vemadotando o sistema Toyota é aGKN do Brasil. Com sua linhade produção voltada para afabricação de juntas homociné-ticas, utilizadas na indústriaautomobilística, a empresa, quepossui unidades em Porto Alegree Charqueadas, implantou osmétodos da montadora japonesahá aproximadamente seis anos.Segundo Natálio Cotliarenko,diretor de manufatura da em-presa, o objetivo da adoção do

novo sistema era de melhorar a eficiência. �Tínhamos um plano de produtividade bastante arro-jado para os próximos anos e ne-cessitávamos também aumentar nossa capacidade para atender o mercado�, explica.

Segundo Cotliarenko, a ado-ção da filosofia Lean possibilitou uma melhora substancial na forma dos funcionários e colabo-radores da empresa pensarem e atuarem. �Este sistema tem tra-zido constância em nosso desen-volvimento e as melhorias estão sendo sustentadas à medida que implementamos devido a estas novas mentalidades e formas de trabalhar�, afirma.

A implementação do sistema também está sendo estudada em outras empresas. A Marisol, que atua no ramo de vestuário, já começou a utilizar o TPS em suas unidades catarinenses e planeja sua adoção em sua fábrica de calçados em Novo Hamburgo. Outra companhia que já está se adaptando para usar o novo método de gestão é a Cemar Legrand, fabricante de sistemas de instalação elétrica e de comunicação sediada em Caxias do Sul. Como incentivo à adoção do novo sistema, a companhia irá promover, no dias 14 e 15 de maio, um workshop sobre �Mapeamento do Fluxo de Valor�, uma das ferramentas do TPS.

Sistema Toyota de Produção é adotado pelos gaúchosPrograma foi desenvolvido para a linha de produção da montadora e hoje conquista empresas nomundo inteiro

Segundo o Lean InstituteBrasil, o Lean Thinking é umaestratégia de negócios para au-mentar a satisfação dos clientesatravés da melhor utilização dosrecursos. Ele parte do princípiode que todo processo produtivoestá recheado de atividades quenão agregam valor ao produtooferecido ao cliente. Prega, por-tanto, a eliminação das ativida-des supérfluas, cortando assimcustos e gerando oportunidadesde crescimento sólido e susten-tado para a empresa.

A gestão Lean procura for-necer consistentemente valoraos clientes com os custos maisbaixos através da identificaçãode melhoria dos fluxos de valorprimários e de suporte por meiodo envolvimento de pessoasqualificadas, motivadas e cominiciativa. Aplicado da maneiracorreta, o Sistema Lean inevita-velmente gera benefícios concre-tos a quem implementa.

De acordo com José RobertoFerro, um projeto-piloto focadona manufatura em uma famíliade produtos dura cerca de seismeses para ser implementado, eos resultados são surpreenden-tes. �Freqüentemente envolvemreduções de estoque de 50% a70%, aumento da produtividade

de 15% a 25%, melhoria subs-tancial na qualidade e no nívelde serviços e de entrega, aumen-to de capacidade de 15% a 35%,redução de custos de 10% a 20%,entre outros ganhos�, afirma. Osganhos obtidos geralmente im-plicam aumento da capacidadede oferecer os produtos que osclientes querem, na hora queeles precisam, nos preços queestão dispostos a pagar, com cus-tos menores, qualidade superior,�lead times� mais curtos, garan-tindo assim maior rentabilidadepara negócio.

De acordo com o dirigente,a ideia fundamental por trazdo TPS é a melhoria contínuados métodos de produção e umestilo de liderança diferenciado.No entanto, Ferro lembra quemuitas companhias, emboraadotem aspectos de produção equalidade inventados pela mon-tadora japonesa, esquecem-se deusar sua principal marca que éo estilo de gestão.

�Muitas empresas procuramadotar ferramentas específicasdo sistema, mas não adiantaapenas copiar partes do processosem adotar o estilo de gestão eo modelo de pensamento e lide-rança criado pelos executivos daToyota�, afirma.

A origem do Toyota Produc-tion System se deu na década de 1920, quando a empresa atuava na linha de teares. O sistema como é conhecido hoje começou a operar na divisão automotiva da Toyota em 1940, após a Se-gunda Guerra Mundial, quando a economia japonesa estava ex-tremamente debilitada e havia a necessidade em se otimizar a produção e não desperdiçar tempo nem insumos. A compa-nhia foi obrigada a reinventar

o modo de produção, pois preci-sava produzir com diversidade,em pequena escala, com baixocusto para competir com as jágigantescas empresas norte-americanas GM e Ford.

O sistema da montadora ja-ponesa foi estudado no final dadécada de 1980 em um projetode pesquisa do MassachusettsInstitute of Technology (MIT)sobre a indústria automobilísticamundial. A pesquisa revelou quea Toyota havia desenvolvido um

Crise do pós-guerra gerou novo tipo de gestãonovo e superior paradigma de gestão nas principais dimen-sões dos negócios (manufatura, desenvolvimento de produtos e relacionamento com clientes). A partir deste estudo, foi cunhado o termo Pensamento Enxuto (Lean Thinking(( )gg para designar o tipo de gestão similar ao adotado pela Toyota.

Para disseminar o novo siste-ma de gestão, o norte-americano James Womack fundou em 1997 o Lean Enterprise Institute (LEI). Em novembro de 2008 o Brasil se torna o segundo país no mundo a abrigar a entidade, através da fundação do Lean Institute Brasil (LIB). �Nosso propósito é disseminar essa filosofia�, explica José Roberto Ferro, presidente do LIB.

Segundo ele, o interesse das empresas brasileiras sobre o sistema é crescente. Como exem-plo, cita um evento promovido pelo instituto em junho passado em São Paulo, que reuniu 1.100 profissionais de 270 empresas representantes de 14 setores da economia, vindos de 17 estados e de oito países.

Busca da eficiência é objetivo do método

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