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8 Jornal do ComØrcio - Porto Al egre 12, 13, 14 e 15 de novembro de 2010 9 TECNOLOGIA JC JC Empresas & Negócios Eletricidade inteligente passa pelo smart grid O grande salto dos proj etos deve acontecer quando for feita a regulamentaªo dos medidores inteli gentes A modernizaªo das redes elØtricas passa pelo aumento da capaci dade de gerenciamento desses sistemas, a partir do uso de dispositivos intel i gentes. O smart gri d, conceito que reœne todas as evol uıes possveis nesse setor a partir do uso massivo de TI e sistemas de comunicaªo, Ø uma das apostas para um futuro prximo Patricia Knebel Imagine vocŒ poder contra- tar energia elØtrica sob deman- da, usando um cartªo prØ-pago e liberando uma quantidade especfica de watts, de acordo com a sua necessidade do mo- mento, como tomar banho ou ver televisªo? Esta Ø apenas uma das centenas de possibi- lidades que estªo surgindo a partir da adoªo do conceito de smart grid, que nada mais Ø do agregar s tradicionais redes elØtricas tecnologia de ponta e modernas linhas de comunica- ªo de dados. Ao colocar inteligŒncia nesse processo, Ø possvel tornar a rede elØtrica mais confiÆvel e o consumo transparente, reduzindo os custos e otimizando os reparos. Esse gerenciamen- to, dependendo do nvel de aplicaªo, pode permitir desde a possibilidade de a conces- sionÆria identificar mais rapidamente a necessidade de conserto em algum ponto da rede atØ transformar um consumidor de energia residencial em um fornecedor, nos momentos em que ele nªo estiver utilizando esse insumo, como jÆ acontece em algumas localidades nos Estados Unidos. O smart grid vem sendo utilizado com diferentes nveis de intensidade no mundo. No Brasil, alguns players de tecnologia, governos e concessionÆrias de energia jÆ comeam a olhar atentamente para essa tendŒncia. O CPqD, um dos mais renoma- dos centros de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) do Pas, com sede em Campinas, estÆ envolvido com pelo menos dois gran- des projetos nessa Ærea. A empresa, que surgiu hÆ 34 anos como centro de pesquisa da TelebrÆs, se tornou independente aps a privatizaªo e hoje conta com mais de 1,2 mil profissionais. Em outubro, fechou parceria com as dis- tribuidoras de energia Light, do Rio de Ja- neiro, e a Cemig, de Minas Gerais. Juntas, as concessionÆrias investirªo R$ 65 milhıes em pesquisa e desenvolvimento (P&D) que desenvolverÆ essa nova tecnologia e permiti- rÆ, alØm da melhoria na eficiŒncia operacio- nal, a reduªo das perdas comerciais e uma maior interaªo com o consumidor . Com a Light, o CPqD serÆ o responsÆvel direto pelo projeto que trata de soluıes de monitoramento e supervisªo da rede sub- terrnea, bem como do software utilizado nesse processo. AlØm disso, desenvolverÆ a arquitetura de telecomunicaıes do smart grid. JÆ com a Cemig, farÆ o desenvolvimen- to e a realizaªo de testes de laboratrio e de campo de todas as soluıes de mediªo inteligente. Com o smart grid, temos a in- troduªo massiva de TI e comunicaªo nas redes de energia elØtrica, permitindo um ganho para a sociedade em geral, observa o presidente do CPqD, HØlio Graciosa. No Rio Grande do Sul, a Companhia Es- tadual de Energia ElØtrica (CEEE) participa de um grupo de trabalho do MinistØrio de Minas e Energia que debate o smart grid. Estamos nos atualizando e estaremos pre- sentes nas audiŒncias pœblicas para, assim que for acertada a regulamentaªo federal sobre o tema, iniciarmos um projeto-piloto, explica o assessor da presidŒncia da CEEE que estÆ acompanhando o tema de smart grid, Ricardo Munhoz da Rocha. Ele explica que a companhia jÆ possui alguns nveis de automaªo das suas redes elØtricas, como nas chaves autocomanda- das, que conseguem enxergar a corrente que passa pelo sistema. Com o smart grid, a expectativa Ø poder monitorar tambØm o que acontece na casa do cliente, como algum defeito que possa atrapalhar a prestaªo do servio. O grande salto nesses projetos, porØm, s deve acontecer quando for feita a regu- lamentaªo dos medidores inteligentes, que irªo substituir os convencionais, tanto os mecnicos quanto os eletrnicos. Atual- mente, esses dispositivos estªo em fase de especificaªo tØcnica pela AgŒncia Nacional de Energia ElØtrica (Aneel). Esse Ø um procedimento fundamental dentro desse processo, jÆ que esses equi- pamentos mais modernos serªo capazes de medir o nvel de tensªo recebida em cada ponto. Todo investimento feito pelas empre- sas do setor elØtrico tem um custo que acaba sendo repassado para os consumidores e, por isso, esses estudos sªo fundamentais, observa Rocha. A implantaªo da mediªo eletrnica no segmento de energia elØtrica deve trazer uma rie de facilidades para as concessionÆ- rias. A maioria diz respeito pr- pria conduªo de questıes como reparos nas redes e corte remoto de energia no caso dos clientes inadimplentes. Hoj e em dia, as empresas cos- tumam ficar sabendo que existe al guma falha ou queda de energia, seja em funªo de condi ıes adver- sas do clima ou por vandalismo, a partir das reclamaıes dos clientes. Cientes disso, direcionam as suas equipes para as proximi- dades dos locais mapeados, com a missªo de identificar o exato ponto a ser reparado. A evoluªo desse modelo prevŒ, a partir de sensores espalhados pela rede elØtrica, que a empresa possa nªo apenas saber o local exato do problema como tamm fazer o conserto a distncia. Mas Ø a possibilidade da cria- ªo de cotas tarifÆrias diferen- ciadas um dos principais apelos do smart grid. Isso porque esse modelo tornarÆ possvel que o con- sumidor residencial saiba quais os horÆrios em que o custo da energia Ø menor. uma grande novida- de o fato de o consumidor poder aj ustar o seu comportamento de uso da energia para poder ter um gasto menor no final do mŒs, comenta o coordenador do grupo multidisciplinar de smart grid do CPqD, Luiz Hernandes. As tarifas diferenciadas por horÆrio estªo disponveis atualmente para os clientes de mØdia e alta tensªo. A AgŒncia Nacional de Energia ElØtrica (Aneel) estÆ estudando a extensªo para os de baixa tensªo, como residŒncias e empresas e indœstrias de pequeno porte. Questıes como essas poderªo provocar mudanas na curva de carga do sistema como um todo. AlØm da reduªo dos custos para o cliente, farÆ com que os picos de demandas sejam minimizados, aliviando as redes, adiando a necessidade de investimentos de expansªo e manutenªo e otimi- zando as usinas geradoras. Atualmente, a mediªo Ø feita uma vez por mŒs, com a ida de um leiturista na casa da pessoa. o consumi dor recebe a conta no final do mŒs. Com a telemediªo, possvel atravØs dos medidores in- teligentes, o cliente pode ter aces- so ao seu medidor em qualquer momento, podendo acompanhar o consumo e, assim, projetar os seus gastos. Esse controle pode ser feito atravØs da internet, em um portal especfico da empresa, ou atravØs de um display interligado ao medidor eletrnico, que pode ficar na prpria residŒncia. A programaªo do horÆrio para que os equipamentos elØtricos passem a funcionar tambØm Ø uma evoluªo esperada. Em al- gumas localidades, jÆ Ø possvel programar uma mÆquina de lavar roupa para que a mesma passe a funcionar de madrugada e atØ mesmo a recarga de um carro elØ- trico, propiciando uma economia de custos para o consumidor e evitando a sobrecarga do sistema elØtrico. Estamos ingressando em um novo mundo no qual serÆ possvel fazer um gerenciamento completo da energia elØtrica. Essa Ø a primeira vez em 30 anos em que vej o algo realmente novo nes- se segmento, destaca o assessor da presidŒncia da CEEE e res- ponsÆvel pelo acompanhamento do tema de smart grid, Ricardo Munhoz da Rocha. Todo esse trÆfego de infor- maıes passarÆ por uma rede de transmissªo de dados, como a fibra tica. Essa infraestrutu- ra poderÆ ser alugada junto s operadoras de telefonia, mas as prprias concessionÆrias poderªo optar por ter o seu prpri o si stema de telecom. O controle inteligente permi- tirÆ ainda a implantaªo de um modelo de energia prØ- paga, como j Æ existe na telefonia. JÆ em uso em pases mais carentes, como a Repœblica Dominicana, esse sis- tema permite que o consumidor carregue o cartªo em uma loja com determinado valor . Antes de usar, basta ele digitar o cdigo no medidor que, automaticamente, uma determinada quantidade de kilowatts Ø liberada. Medi ªo Ø feita uma vez por mŒs, com a ida de um leiturista na casa do consumidor Novo mo d e l o via b i l iza a d o çã o de ta rif as d if e r e n c i adas GILMAR LUÍS/JC M otiva çõ es para uso de tecnologia n a rede el é trica variam p elo mund o Os motivos que levam os pases a adotar o smart grid variam pelo mundo. Na Europa, a principal meta Ø a busca pela otimizaªo das fontes de gera- ªo, que nªo sªo tªo limpas como as encontradas no Brasil. JÆ nos Estados Unidos, procura-se de forma prioritÆria a confiabilidade do fornecimento e, no Brasil, a reduªo das perdas comerciais. O conceito de smart grid Ø completamente aderente s necessidades brasileiras, comenta o presidente do CPqD, HØlio Graciosa. A expectativa Ø que, nos prximos dois ou trŒs anos, o Brasil comece a experimentar as vantagens da mediªo eletrnica e da telemediªo em larga escala. Mas recursos de smart grid mais sistŒmicos deverªo se tornar uma realidade em, no mnimo, dez anos. O Pas possui atualmente 65 milhıes de unida- des consumidoras. Trocar os medidores eletrome- cnicos, que sªo muito confiÆveis e tŒm uma vida œtil longa, por outro novo sistema e em uma base tªo grande exige uma sØrie de padrıes de opera- ªo e funcionalidade. Da mesma forma, espera-se a homologaªo pelos rgªos reguladores, como o Instituto Nacional de Metrologia, Normalizaªo e Qualidade Industrial (Inmetro). Esta migraªo implica uma substituiªo de algo que estÆ dando certo e, por isso, deve demorar um pouco, projeta o coordenador do grupo multidisciplinar de smart grid do CPqD, Luiz Hernandes. Uma das empresas de tecnologia que mais tem apostado no conceito de smart grid Ø a IBM. HÆ cerca de dois anos a multinacional montou um time no Brasil para disseminar esse conhecimento e apresentar ao mercado como as soluıes da com- panhia poderªo ajudar os clientes desde o processo de definiªo das suas estratØgias de smart grid atØ a implementaªo dos projetos. A energia Ø bem escassa e cara e o smart grid Ø um conceito que Necessidades brasileiras serªo consideradas, diz Gracios a CPQD /DIVULGAÇÃO/JC traz ferramentas que ajudam as empresas a serem mais eficientes, permitindo que a infraestrutura de energia seja mais robusta e suporte o crescimento do Pas, aponta o gerente de soluıes para Utilities da IBM Brasil, Gadner Vieira. De acordo com o executivo, alguns pases estªo um pouco mais avanados que o Brasi l . Recentemen- te, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, por exemplo, determinou um investimento gover- namental de US$ 4,5 bilhıes para que as empresas possam fazer os seus primeiros projetos nessa Ærea. Mas o Brasil estÆ avanando nesse conceito e, de certa forma, estÆ alinhado com o resto do mundo. iHouse lana Snap grid para aumentar e !ici Œ ncia no consumo Snapgrid faz o gerenciamento do gasto energØco das residŒncias A iHouse, uma das empresas lderes em automaªo residencial no Brasil, traz para o mercado brasileiro o Snapgrid, produto inovador que faz o gerenciamen- to do consumo energØtico das residŒncias. Instalado na porta do quadro de disjuntores da re- sidŒncia, o dispositivo monitora o gasto de energia elØtrica em kilowatts ou em reais, durante 24 horas por dia. O sistema mede a energia con- sumida em equipamentos como mÆquina de lavar, geladeira ou micro-ondas de forma individual, por tomada, explica o gerente de pesquisa e desenvolvimento da iHouse, Sergio Corrigliano. Essa gestªo Ø feita nos ambientes e nos equipamentos prØ-determinados pelo usuÆrio. Sªo 16 canais para monitoramento. Segundo ele, uma das grandes vantagens para os consumidores Ø que eles podem visualizar de forma online a energia consumida em cada momento. Esse consumo Ø apresentado em um painel de cristal lquido de trŒs formas diferentes. A primeira delas Ø o modo instantneo, que indica o consumo no exato momento da consulta, sendo atualizado a cada um minuto. A segunda opªo Ø o acumula- do, que faz a soma do consumo ini - ciado aps a leitura pela empresa concessionÆria de energia elØtrica atØ a data de consulta. E, por fim, pode ser f eita a escolha pel o mode- lo de previsªo para o mŒs, atravØs do qual o sistema faz uma estima- tiva mensal baseada no consumo mØdio dos œltimos dias. O Snapgrid permite tambØm a visualizaªo da lista de ambien- tes ou equipamentos que mais consomem ou m consumindo energia elØtrica. Para isso, basta deslizar o dedo sobre a tela LCD que Ø sensvel ao toque. Outros diferenciais do Snapgrid sªo a iluminaªo feita por LEDs e o design moderno do gabinete, que valoriza o ambiente. O produto jÆ estÆ disponvel para construtoras e, a partir de 2011, passarÆ a ser ofertado tam- bØm para o consumidor final. A inf raestrutura necessÆria para el e Ø mni ma e nªo sªo necessÆrios co- nhecimentos em automaªo para instalar, comenta Corrigliano. IHOUSE/DIVULGAÇÃO/JC GILMAR LUÍS/JC

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Page 1: , 13, 14 e 15 de novembro de 2010 Jornal do ComØrcio - Porto … · 2014-08-07 · 8 12, 13, 14 e 15 de novembro de 2010 Jornal do ComØrcio - Porto Alegre 9 TECNOLOGIA JJCCEmpresas

8 Jornal do Comércio - Porto Alegre12, 13, 14 e 15 de novembro de 2010 9TECNOLOGIA

JCJCEmpresas & Negócios

Eletricidade inteligentepassa pelo smart grid

O grande salto dos projetos deve acontecer quando for feita a regulamentação dos medidores inteligentes

A modernização dasredes elétricas passa pelo aumento da capacidadede gerenciamentodesses sistemas, a partir do uso de dispositivos inteligentes. O smart grid,conceito que reúne todas as evoluções possíveis nesse setor a partir do uso massivo de TI esistemas de comunicação, é uma das apostas para um futuro próximo

Patricia Knebel

Imagine você poder contra-tar energia elétrica sob deman-da, usando um cartão pré-pago e liberando uma quantidade específica de watts, de acordo com a sua necessidade do mo-mento, como tomar banho ou ver televisão? Esta é apenas uma das centenas de possibi-lidades que estão surgindo a partir da adoção do conceito de smart grid, que nada mais é do agregar às tradicionais redes elétricas tecnologia de ponta e modernas linhas de comunica-ção de dados.

Ao colocar inteligência nesse processo, é possível tornar a rede elétrica mais confiável e o consumo transparente, reduzindo os custose otimizando os reparos. Esse gerenciamen-to, dependendo do nível de aplicação, podepermitir desde a possibilidade de a conces-sionária identificar mais rapidamente anecessidade de conserto em algum pontoda rede até transformar um consumidor deenergia residencial em um fornecedor, nosmomentos em que ele não estiver utilizandoesse insumo, como já acontece em algumaslocalidades nos Estados Unidos.

O smart grid vem sendo utilizado comdiferentes níveis de intensidade no mundo.No Brasil, alguns players de tecnologia,governos e concessionárias de energia jácomeçam a olhar atentamente para essatendência. O CPqD, um dos mais renoma-dos centros de Pesquisa e Desenvolvimento(P&D) do País, com sede em Campinas,está envolvido com pelo menos dois gran-des projetos nessa área. A empresa, quesurgiu há 34 anos como centro de pesquisada Telebrás, se tornou independente apósa privatização e hoje conta com mais de 1,2mil profissionais.

Em outubro, fechou parceria com as dis-tribuidoras de energia Light, do Rio de Ja-neiro, e a Cemig, de Minas Gerais. Juntas,as concessionárias investirão R$ 65 milhões

em pesquisa e desenvolvimento (P&D) quedesenvolverá essa nova tecnologia e permiti-rá, além da melhoria na eficiência operacio-nal, a redução das perdas comerciais e umamaior interação com o consumidor.

Com a Light, o CPqD será o responsáveldireto pelo projeto que trata de soluções demonitoramento e supervisão da rede sub-terrânea, bem como do software utilizadonesse processo. Além disso, desenvolverá aarquitetura de telecomunicações do smartgrid. Já com a Cemig, fará o desenvolvimen-to e a realização de testes de laboratório ede campo de todas as soluções de mediçãointeligente. �Com o smart grid, temos a in-trodução massiva de TI e comunicação nasredes de energia elétrica, permitindo umganho para a sociedade em geral�, observao presidente do CPqD, Hélio Graciosa.

No Rio Grande do Sul, a Companhia Es-tadual de Energia Elétrica (CEEE) participade um grupo de trabalho do Ministério deMinas e Energia que debate o smart grid.�Estamos nos atualizando e estaremos pre-sentes nas audiências públicas para, assimque for acertada a regulamentação federalsobre o tema, iniciarmos um projeto-piloto�,explica o assessor da presidência da CEEE

que está acompanhando o tema de smartgrid, Ricardo Munhoz da Rocha.

Ele explica que a companhia já possuialguns níveis de automação das suas redeselétricas, como nas chaves autocomanda-das, que conseguem �enxergar� a correnteque passa pelo sistema. Com o smart grid,a expectativa é poder monitorar também oque acontece na casa do cliente, como algumdefeito que possa atrapalhar a prestação doserviço.

O grande salto nesses projetos, porém,só deve acontecer quando for feita a regu-lamentação dos medidores inteligentes,que irão substituir os convencionais, tantoos mecânicos quanto os eletrônicos. Atual-mente, esses dispositivos estão em fase deespecificação técnica pela Agência Nacionalde Energia Elétrica (Aneel).

Esse é um procedimento fundamentaldentro desse processo, já que esses equi-pamentos mais modernos serão capazes demedir o nível de tensão recebida em cadaponto. �Todo investimento feito pelas empre-sas do setor elétrico tem um custo que acabasendo repassado para os consumidores e,por isso, esses estudos são fundamentais�,observa Rocha.

A implantação da mediçãoeletrônica no segmento de energiaelétrica deve trazer uma série defacilidades para as concessioná-rias. A maioria diz respeito à pró-pria condução de questões comoreparos nas redes e corte remotode energia no caso dos clientesinadimplentes.

Hoje em dia, as empresas cos-tumam ficar sabendo que existealguma falha ou queda de energia,seja em função de condições adver-sas do clima ou por vandalismo,a partir das reclamações dosclientes. Cientes disso, direcionamas suas equipes para as proximi-dades dos locais mapeados, com amissão de identificar o exato pontoa ser reparado. A evolução dessemodelo prevê, a partir de sensoresespalhados pela rede elétrica,que a empresa possa não apenassaber o local exato do problemacomo também fazer o conserto adistância.

Mas é a possibilidade da cria-ção de cotas tarifárias diferen-ciadas um dos principais apelosdo smart grid. Isso porque essemodelo tornará possível que o con-sumidor residencial saiba quais oshorários em que o custo da energiaé menor. �É uma grande novida-

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de o fato de o consumidor poderajustar o seu comportamento deuso da energia para poder terum gasto menor no final do mês�,comenta o coordenador do grupomultidisciplinar de smart grid do

CPqD, Luiz Hernandes. As tarifasdiferenciadas por horário estãodisponíveis atualmente para osclientes de média e alta tensão.A Agência Nacional de EnergiaElétrica (Aneel) está estudando aextensão para os de baixa tensão,como residências e empresas eindústrias de pequeno porte.

Questões como essas poderãoprovocar mudanças na curva decarga do sistema como um todo.Além da redução dos custos parao cliente, fará com que os picos dedemandas sejam minimizados,aliviando as redes, adiando anecessidade de investimentos deexpansão e manutenção e otimi-zando as usinas geradoras.

Atualmente, a medição é feitauma vez por mês, com a ida deum leiturista na casa da pessoa.Já o consumidor recebe a conta nofinal do mês. Com a telemedição,possível através dos medidores in-teligentes, o cliente pode ter aces-so ao seu medidor em qualquermomento, podendo acompanharo consumo e, assim, projetar osseus gastos. Esse controle pode serfeito através da internet, em umportal específico da empresa, ouatravés de um display interligadoao medidor eletrônico, que podeficar na própria residência.

A programação do horário paraque os equipamentos elétricospassem a funcionar também éuma evolução esperada. Em al-gumas localidades, já é possível

programar uma máquina de lavar roupa para que a mesma passe a funcionar de madrugada e até mesmo a recarga de um carro elé-trico, propiciando uma economiade custos para o consumidor e evitando a sobrecarga do sistemaelétrico. �Estamos ingressando em um novo mundo no qual será possível fazer um gerenciamentocompleto da energia elétrica. Essa é a primeira vez em 30 anos em que vejo algo realmente novo nes-se segmento�, destaca o assessor da presidência da CEEE e res-ponsável pelo acompanhamento do tema de smart grid, Ricardo Munhoz da Rocha.

Todo esse tráfego de infor-mações passará por uma rede de transmissão de dados, como a fibra ótica. Essa infraestrutu-ra poderá ser alugada junto às operadoras de telefonia, mas as próprias concessionárias poderão optar por ter o seu próprio sistemade telecom.

O controle inteligente permi-tirá ainda a implantação de um modelo de energia pré-paga, como já existe na telefonia. Já em uso em países mais carentes, como aRepública Dominicana, esse sis-tema permite que o consumidorcarregue o cartão em uma loja com determinado valor. Antes deusar, basta ele digitar o código no medidor que, automaticamente,uma determinada quantidade dekilowatts é liberada.

Medição é feita uma vez por mês, com a ida de um leiturista na casa do consumidorNovo modelo viabiliza adoção de tarifas diferenciadas GIL

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Motivações para uso de tecnologia na rede elétrica variam pelo mundoOs motivos que levam os países a adotar o smart

grid variam pelo mundo. Na Europa, a principal meta é a busca pela otimização das fontes de gera-ção, que não são tão limpas como as encontradas no Brasil. Já nos Estados Unidos, procura-se de forma prioritária a confiabilidade do fornecimento e, no Brasil, a redução das perdas comerciais. �O conceito de smart grid é completamente aderente às necessidades brasileiras�, comenta o presidente do CPqD, Hélio Graciosa.

A expectativa é que, nos próximos dois ou três anos, o Brasil comece a experimentar as vantagens da medição eletrônica e da telemedição em larga escala. Mas recursos de smart grid mais sistêmicos deverão se tornar uma realidade em, no mínimo, dez anos.

O País possui atualmente 65 milhões de unida-des consumidoras. Trocar os medidores eletrome-cânicos, que são muito confiáveis e têm uma vida útil longa, por outro novo sistema e em uma base tão grande exige uma série de padrões de opera-ção e funcionalidade. Da mesma forma, espera-se a homologação pelos órgãos reguladores, como o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). �Esta migração implica uma substituição de algo que está dando certo e, por isso, deve demorar um pouco�, projeta o coordenador do grupo multidisciplinar de smart grid do CPqD, Luiz Hernandes.

Uma das empresas de tecnologia que mais tem apostado no conceito de smart grid é a IBM. Há cerca de dois anos a multinacional montou umtime no Brasil para disseminar esse conhecimento e apresentar ao mercado como as soluções da com-panhia poderão ajudar os clientes desde o processo de definição das suas estratégias de smart grid até a implementação dos projetos. �A energia é bem escassa e cara e o smart grid é um conceito que

Necessidades brasileiras serão consideradas, diz Graciosa

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traz ferramentas que ajudam as empresas a serem mais eficientes, permitindo que a infraestrutura deenergia seja mais robusta e suporte o crescimento do País�, aponta o gerente de soluções para Utilities da IBM Brasil, Gadner Vieira.

De acordo com o executivo, alguns países estão um pouco mais avançados que o Brasil. Recentemen-te, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, por exemplo, determinou um investimento gover-namental de US$ 4,5 bilhões para que as empresas possam fazer os seus primeiros projetos nessa área. Mas o Brasil está avançando nesse conceito e, de certa forma, está alinhado com o resto do mundo.

iHouse lança Snapgrid paraaumentar e!iciência no consumo

Snapgrid faz o gerenciamento do gasto energéti co das residências

A iHouse, uma das empresas líderes em automação residencial no Brasil, traz para o mercadobrasileiro o Snapgrid, produto inovador que faz o gerenciamen-to do consumo energético das residências. Instalado na porta do quadro de disjuntores da re-sidência, o dispositivo monitorao gasto de energia elétrica em kilowatts ou em reais, durante 24 horas por dia.

�O sistema mede a energia con-sumida em equipamentos como máquina de lavar, geladeira ou micro-ondas de forma individual,

por tomada�, explica o gerente de pesquisa e desenvolvimento da iHouse, Sergio Corrigliano. Essa gestão é feita nos ambientes e nos equipamentos pré-determinados pelo usuário. São 16 canais para monitoramento.

Segundo ele, uma das grandes vantagens para os consumidores é que eles podem visualizar de forma online a energia consumida em cada momento. Esse consumoé apresentado em um painel de cristal líquido de três formas diferentes. A primeira delas é o modo instantâneo, que indica o

consumo no exato momento da consulta, sendo atualizado a cada um minuto.

A segunda opção é o acumula-do, que faz a soma do consumo ini-ciado após a leitura pela empresa concessionária de energia elétricaaté a data de consulta. E, por fim, pode ser feita a escolha pelo mode-lo de previsão para o mês, atravésdo qual o sistema faz uma estima-tiva mensal baseada no consumomédio dos últimos dias.

O Snapgrid permite também a visualização da lista de ambien-tes ou equipamentos que mais consomem ou vêm consumindo energia elétrica. Para isso, bastadeslizar o dedo sobre a tela LCD que é sensível ao toque. Outrosdiferenciais do Snapgrid são a iluminação feita por LEDs e o design moderno do gabinete, que valoriza o ambiente.

O produto já está disponível para construtoras e, a partir de 2011, passará a ser ofertado tam-bém para o consumidor final. �A infraestrutura necessária para ele é mínima e não são necessários co-nhecimentos em automação parainstalar�, comenta Corrigliano.

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