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ICMS Substituição Tributária no Estado de Santa Catarina: destino do regime após o Recurso
Extraordinário nº 593849
Julho/2019
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 10, Edição nº 17 Vol. 01 Julho/2019
ICMS Substituição Tributária no Estado de Santa Catarina:
destino do regime após o Recurso Extraordinário nº 593849
Sibeli Maria de Macedo – sibelidemacedo@gmail.com
MBA em Contabilidade e Direito Tributário
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
Florianópolis, SC, 23 de julho de 2018
Resumo
O objeto de estudo deste artigo é analisar o destino do regime do ICMS substituição tributária
no Estado de Santa Catarina, após a decisão do Supremo Tribunal Federal com repercussão
geral reconhecida pelo Recurso Extraordinário n° 593849, de outubro de 2016. A pesquisa
buscou conhecer as medidas adotadas pela Secretaria da Fazenda de Santa Catarina com o novo
entendimento do Supremo sobre o instituto da substituição tributária, na qual o contribuinte tem
o direito à diferença entre o valor do ICMS recolhido previamente e aquele realmente devido
no momento da venda. Elaborou-se uma pesquisa bibliográfica, com a coleta de informações
em sites, artigos, normas e livros, sendo conceitos extraídos desses informativos. Os resultados
encontrados indicam que o Estado de Santa Catarina pretende excluir gradativamente os
produtos do instituto da substituição tributária, que hoje abrangem cerca de 70% das
mercadorias, posto que os processos de restituição do imposto, desde a decisão da Suprema
Corte, já somam cerca de R$ 70 milhões. Conclui-se que, o destino do regime do ICMS
substituição tributária em Santa Catarina, até então, a ferramenta eficaz de arrecadação, tende
a restringir-se a apenas três segmentos, voltando o Estado ao modelo original do sistema débito
e crédito do imposto.
Palavras-chave: ICMS. Recurso Extraordinário n° 593849. Restituição. Santa Catarina.
Substituição Tributária.
1. Introdução
É certo dizer que o Brasil é mundialmente conhecido pelo complexo, burocrático e elevado
sistema tributário, se destacando como um dos países com a carga tributária mais alta do mundo
(REDAÇÃO REDE JORNAL CONTÁBIL, 2016). Segundo dados do Instituto Brasileiro de
Planejamento Tributário (IBPT), cerca de 250 mil normas tributárias já foram editadas desde a
promulgação da Constituição Federal de 1988, tendo uma empresa que cumprir
aproximadamente 3.400 normas em vigor (LUCAS, [entre 2015 e 2017]). Em face dessa
complexidade é que surgem as polemicas quanto à interpretação e aplicação do Direito
Tributário.
Durante muito tempo já se foi discutido sobre a possibilidade de o contribuinte buscar o
ressarcimento do ICMS substituição tributária (ICMS ST) na hipótese de a venda efetiva
ocorrer em valor inferior à base de cálculo presumida.
Foi então que, em outubro de 2016, após anos de conflitos entre os contribuintes e as Fazendas
Estaduais, a Suprema Corte trouxe a pauta o Recurso Extraordinário (RE) nº 593849, trazendo
ICMS Substituição Tributária no Estado de Santa Catarina: destino do regime após o Recurso
Extraordinário nº 593849
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um novo entendimento pelo qual considera ser cabível o ressarcimento do ICMS substituição
tributária da diferença do imposto pago a mais no regime de substituição tributária para frente,
se a base de cálculo efetiva da operação for inferior à presumida.
Até o julgamento deste recurso, o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) era de que
a substituição tributária do ICMS partia da premissa de uma presunção para se antecipar o
imposto, deste modo, não faria sentido em buscar o ressarcimento ou complemento do ICMS
com base na operação real, pois inviabilizaria o próprio instituto da substituição tributária, que
parte justamente de uma presunção (ZAGARI, 2016).
Ainda, analisando a decisão anterior da mais alta Corte, Eyng (2013: 188) chama a atenção ao
descrever que havia prevalecido o argumento do Ministro Ilmar Galvão, ao pronunciar que a
finalidade da ST, por meio de presunção de valores, era justamente tornar viável o sistema de
arrecadação do ICMS; a viabilidade advém da enorme dificuldade operacional, caso fosse
necessário considerar o valor real de cada operação realizada por inúmeros contribuintes, o que
poria por terra todos os princípios da substituição tributária para frente.
Ao longo dos anos o instituto da substituição tributária foi se tornando cada vez mais presente
no sistema tributário nacional. A sua adoção, como técnica tributária reúne a função de
arrecadar, fiscalizar e evitar a sonegação do ICMS, simplificando o seu recolhimento, as quais
as cadeias econômicas estão concentradas em poucos contribuintes (EYNG, 2013: 192).
A insegurança jurídica e o ônus com os processos administrativos e jurídicos que a nova decisão
do STF trouxe a esse regime de tributação, assim como a enorme dificuldade operacional, sendo
necessário considerar o valor real de cada operação, fez com as Fazendas Estaduais adotassem
novas medidas e repensassem a viabilidade do instituto da substituição tributária.
Ante o exposto, a pesquisa busca responder a seguinte indagação: Qual será o destino do regime
da substituição tributária do ICMS no Estado de Santa Catarina, até então, a ferramenta eficaz
de arrecadação e fiscalização, após o novo entendimento do Supremo Tribunal Federal por meio
do Recurso Extraordinário n° 593849?
Cabe ressaltar a relevância do tema, que atinge as indústrias, os comércios, a importadoras e
principalmente os consumidores finais, sendo estes de fato que arcam com o ônus do valor do
imposto pago a maior. Isto posto, Eyng (2013: 117) percebe que o ICMS ST, previsto na
Constituição Federal de 1988, é de grande importância econômica para as finanças públicas e
para as empresas que comercializam mercadorias abrangidas por esta sistemática de
recolhimento do imposto, constituindo um instrumento de arrecadação muito presente no
sistema tributário nacional. Esta modalidade de arrecadação possibilitou que os Estados
arrecadassem o ICMS de maneira muito mais eficiente, antecipando o imposto.
Assim, o estudo se propõe a elucidar a apresentação de aspectos envolvendo a matéria no Estado
de Santa Catarina e quais foram às medidas adotadas pelo governo deste Estado visando alinhar
os pedidos de restituição, que desde a decisão da Suprema Corte já somam 70 milhões de reais.
2. Método Aplicado
A pesquisa é de natureza qualitativa, com objetivo exploratório que visa maior proximidade
com o problema, bem como a torna-lo mais transparente ou a construir hipóteses.
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Por sua vez, o instrumento de coletas dados é bibliográfico, sendo realizado a partir do
levantamento de referências teóricas já publicadas em meios eletrônicos, como sites, jornais,
artigos e por meio de livros impressos, com a análise de exemplo que ative a compreensão. Para
contribuição na elaboração deste artigo buscou-se complementar o assunto com base em
normas, regulamentos, leis e decretos.
3. Conceito do ICMS
Ao introduzir o tema do ICMS substituição tributária, faz-se necessário previamente conhecer
do que se trata o ICMS, que é a principal fonte de recurso dos governos estaduais.
A Constituição Federal de 1934 trouxe o IVC, que se tratava do Imposto sobre Vendas e
Consignações, tendo como fato gerador todas as fases de circulação de uma mercadoria, desde
o produtor até o consumidor final. Desta forma, era um tributo em cascata, sendo exigido
repetidamente em todas as cadeias da operação (VALOR TRIBUTARIO, 2017).
Em 1965, por meio da Emenda Constitucional nº 18, o IVC foi substituído pelo ICM – Imposto
Sobre Circulação de Mercadorias. Diferente do IVC, que era cumulativo, sendo paga em cada
etapa da circulação das mercadorias, o ICM era calculado sobre o valor agregado, isto é, a
diferença maior entre o valor da operação tributada e o da operação anterior (VALOR
TRIBUTARIO, 2017).
Com o advento da Constituição Federal de 1988, foi incluído no campo de incidência do ICM,
que passou a ser chamado de ICMS, as prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação.
Em 1996, foi aprovado pelo Congresso Nacional, na gestão do Deputado Antônio Kandir como
Ministro do Planejamento do Governo Fernando Henrique Cardoso, a Lei Complementar nº 87,
de 13 de setembro de 1996, e transformou-se desde então, na chamada “Lei Kandir”, tornando-
se o principal diploma legal com as principais regras de cobrança do ICMS (CUNHA SOARES,
2007: 4).
ICMS é a sigla para Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de transporte de
natureza intermunicipal e interestadual e comunicação. Trata-se de um imposto de competência
dos Estados e do Distrito Federal e que possui seu fato gerador sobre:
I - operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de
alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares;
II - prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer
via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores;
III - prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a
geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a
ampliação de comunicação de qualquer natureza;
IV - fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na
competência tributária dos Municípios;
V - fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto sobre
serviços, de competência dos Municípios, quando a lei complementar aplicável
expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual.
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§ 1º O imposto incide também:
I – sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por pessoa física ou
jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua
finalidade; (Redação dada pela Lcp 114, de 16.12.2002)
II - sobre o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior;
III - sobre a entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive
lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica,
quando não destinados à comercialização ou à industrialização, decorrentes de
operações interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver localizado o
adquirente (LEI COMPLEMENTAR nº 87, 1996).
Gorjes (2013: 813) define o ICMS como sendo um “imposto indireto”, já que admite a
transferência do encargo, mediante o fenômeno da repercussão, bem como um “imposto real”,
pois grava a circulação econômica das mercadorias, independendo da capacidade contributiva.
Na visão de Eyng (2013:130) apesar de vários autores e legisladores destacarem as operações
relativas à circulação de mercadorias, a tributação do ICMS, em sua essência, é suportada pelo
consumo das mercadorias.
4. O ICMS Substituição Tributária
O ICMS Substituição Tributária, no jargão tributário conhecido como ICMS ST, trata-se de
uma forma de tributação prevista na Constituição Federal de 1988 (art. 155, § 2º, inciso XII,
alínea b) que atribui a um determinado responsável o recolhimento do imposto. A Lei
Complementar Federal nº 87 de 1996 (Lei Kandir), disciplina nos arts. 6º a 10 as normas gerais
pertinentes ao ICMS ST aos Estados e ao Distrito Federal.
Já no Estado de Santa Catarina, objeto desse estudo, a matéria está disciplinada atualmente pela
Lei Estadual nº 10.297 de 1996 e pelo Decreto 2.870 de 2001, Anexo 3.
De acordo com Gorjes (2013: 1397) esta forma de tributação atribui ora ao destinatário da
mercadoria a responsabilidade pelo recolhimento do imposto na condição de substituto
tributário (operações antecedentes), ora atribui ao remetente (operações subsequentes).
O ICMS ST das operações antecedentes – diferimento – está previsto no Anexo 3, arts. 1º a 10º,
do RICMS/SC, e ocorre quando o imposto é diferido para uma etapa seguinte a circulação da
mercadoria: o ICMS é diferido na “operação 1” e recolhido na “operação 2” pelo destinatário
(GORJES, 2013: 1398). Abaixo segue ilustração de como ocorre a operação:
Figura 1 – Substituição tributária nas operações antecedentes
Fonte: Gorjes (2013)
Na regra geral, o sistema débito e crédito (princípio da não-cumulatividade), na saída da
mercadoria cada contribuinte paga o ICMS, deduzindo o que foi pago pelo remetente na etapa
anterior. Para exemplificar a dinâmica de apuração desse imposto, se a empresa “A” vende uma
mercadoria por R$ 100,00 para a empresa “B”, que posteriormente vende essa mercadoria para
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um consumidor final por R$ 132,00 e for aplicada a alíquota de 17%, o cálculo do valor a ser
recolhido em cada operação será conforme figura abaixo (GORJES, 2013: 1398):
Figura 2 – Regra geral do recolhimento do ICMS
Fonte: Gorjes (2013)
Este método de recolhimento do imposto das operações subsequentes é suprido pela
substituição tributária, disposta no RICMS/SC, Anexo 3, arts. 17 e ss., e acontece quando o
imposto devido por todas as cadeias até chegar ao consumir final, é recolhido integralmente na
“operação 1” pelo remetente das mercadorias, conforme demonstra o esquema a seguir:
Figura 3 – Regra geral do ICMS substituição tributária nas operações subsequentes
Fonte: Autor (2018)
É realizada uma pesquisa de preço médio de mercado para calcular o ICMS de todas as
operações subsequentes. No exemplo citado anteriormente, se a mercadoria fosse vendida na
primeira etapa por R$ 100,00 e chegasse no consumidor final por R$ 132,00, presumisse que a
Margem de Valor Agregado foi de 32% (trinta e dois por cento). Deste modo, o ICMS ST
devido pela empresa “A” seria calculado da seguinte forma:
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Tabela 1 – Memória de cálculo do ICMS substituição tributária nas operações subsequentes
Fonte: Autor (2018)
A empresa “A” é denominada Substituta Tributária e recolhe o imposto devido por todas as
cadeias seguintes, denominados Substituídos Tributários, até chegar ao consumidor final. Desta
forma, a empresa “A” substitui todos os demais contribuintes no recolhimento do imposto,
recolhendo-o de forma antecipada.
4.1. Contribuinte Substituto Tributário
Explica Rodrigues ([entre 2010 e 2017]) que “o contribuinte substituto é aquele responsável
por efetuar a retenção ou recolhimento do ICMS das operações subsequentes, nas próprias
operações ou quaisquer operações acessórias”. Diante disso, extrai-se que a responsabilidade
pelo recolhimento do ICMS de toda a cadeia de circulação da mercadoria até chegar ao
consumidor final é atribuída a um contribuinte, denominado substituto tributário, tomando por
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base uma margem de valor agregado – MVA – presumida.
Schulze (2013: 99) amplia o conceito ao definir que a responsabilidade pelo recolhimento do
imposto relativo às operações subsequentes até o praticado pelo comerciante varejista será
atribuída ao fabricante, ao atacadista, ao importador, ao arrematante da mercadoria importada
e apreendida ou a depositário a qualquer título, na condição de sujeito passivo por substituição
tributária.
O imposto recolhido na fonte para todas as etapas da mercadoria até ao consumidor final é
destacado no campo Valor do ICMS Substituto, conforme exemplo constante no Anexo A, o
qual representa uma nota fiscal emitida por um contribuinte substituto tributário.
Com este regramento a fiscalização e controle de arrecadação do ICMS tornam-se mais
qualitativas e de modo muito mais eficiente, já que os substitutos, via de regra, são os
contribuintes de maior porte, responsáveis pela maior fatia do recolhimento do ICMS ST, e
possuem vários controles fiscais como Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) e o Sistema Público de
Escrituração Digital (EFD ICMS/IPI).
4.2. Contribuinte Substituído Tributário
Se o contribuinte substituto tributário é aquele responsável pelo recolhimento do imposto na
fonte, devido por todas as cadeias produtivas e comerciais até chegar ao consumidor final, o
contribuinte substituído é aquele que recebe a mercadoria desse contribuinte. Neste caso, o
contribuinte substituído não recolhe o ICMS em suas operações de vendas para não ocorrer a
bitributação que seria o pagamento do mesmo imposto sobre o mesmo fato gerador
(RODRIGUES, [entre 2010 e 2017]).
Para que não ocorra este fato, Rodrigues ([entre 2010 e 2017]) indica que a nota fiscal deve ser
emitida sem destaque do ICMS, informando no campo Informações Complementares que o
imposto foi retido por Substituição Tributária e a respectiva base legal. O exemplo constante
no Anexo B representa a nota fiscal emitida por um contribuinte substituído tributário.
Enfim, Gorjes (2013: 489) conceitua de forma mais objetiva que o contribuinte substituído
tributário é aquele que, na relação jurídico-tributária do ICMS, teve o imposto que lhe cabia
recolhido pelo “contribuinte substituto”.
4.3. Mercadorias Sujeitas ao Regime do ICMS Substituição Tributária
Com o objetivo de auxiliar a identificação, abaixo segue uma tabela com os segmentos das
mercadorias sujeitas à substituição tributária do ICMS no Estado de Santa Catarina, a qual foi
extraída do Decreto n° 2.870/01, Anexo 1-A, Seção I:
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Tabela 2 – Segmentos de mercadorias sujeita a substituição tributária no Estado de Santa Catarina
Fonte: Anexo 1-A do Decreto n° 2.870/01 (2018)
Deve-se registrar que, Eyng (2013: 155) acrescenta a matéria ao discorrer que as mercadorias
sujeitas à incidência do instituto da ST têm como característica a concentração em poucos
fabricantes, distribuidores, atacadistas ou aos importadores; no entanto, no varejo, a quantidade
de contribuintes multiplica-se por centenas, dificultando a fiscalização e contribuindo com a
sonegação, motivo pelo qual os Estados buscam a garantia da arrecadação pelo uso do regime
da substituição tributária.
Eyng (2013: 155) apresenta, ainda, importante contribuição ao deixar claro que as mercadorias
sujeitas a ST dependem de vários instrumentos legais combinados, pode haver variações entre
os Estados. Quando um contribuinte realiza operações em território catarinense, ou a ele
destinem, utiliza-se a lei estadual n° 10.297/96, em consonância com a LC 87/96, e a sua
regulamentação no RICMS/SC, Anexo 3, sendo este o instrumento regrador que trata
especificamente da substituição tributária no Estado de Santa Catarina.
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4.4. Conselho Nacional de Política Fazendária - CONFAZ
Após discorrer sobre a forma de cálculo, os contribuintes responsáveis e a lista de mercadorias
sujeitas à ST, faz-se necessário esclarecer a condição em que se dá adoção do instituto da
substituição tributária.
O Ato Complementar nº 34, de 30 de janeiro de 1967, previu que a celebração de Convênios
estabelecendo isenções, reduções e outros incentivos fiscais, seriam realizados pelos Estados
ou Territórios situados em uma mesma região econômica. Deste modo, não havia nenhuma
instancia unificada disciplinando a matéria.
Em 17 de outubro de 1969, por meio de Emenda Constitucional n° 1, regulamentou que as
isenções do ICM fossem concedidas ou revogadas mediantes Convênios celebrados pelos
Estados.
Foi, então, a Lei Complementar nº 24, de 07 de janeiro de 1975, que criou o Conselho Nacional
de Política Fazendária (CONFAZ) prevendo que as concessões, revogações, benefícios e
incentivos fiscais aplicados ao ICMS, seriam celebrados por convênios e ratificados pelos
Estados e pelo Distrito Federal por meio de reuniões para as quais tenham sido convocados
membros de todos os Estados e do Distrito Federal, presididos por um representante do Governo
Federal. O CONFAZ é o órgão competente por celebrar tais convênios.
O colegiado é formando pelos Secretários da Fazenda, Finanças ou Tributação dos Estados e
do Distrito Federal, cujas reuniões são presididas pelo Ministro de Estado da Fazenda. Para
melhor compreensão, no Anexo C consta o organograma da estrutura hierárquica da
organização.
Os objetivos do CONFAZ são garantir a estrutura necessária para analisar a concessão de
benefícios fiscais, bem como regularizar os já concedidos à revelia da Lei Complementar nº 24,
de 1975, dando maior segurança jurídica no âmbito do ICMS, protegendo-os por meio da
redução da chamada guerra fiscal entre as unidades da federação.
4.5. Comissão Técnica Permanente do ICMS – COTEPE/ICMS
Reza o art. 1º, do Regimento da Comissão Técnica Permanente do ICMS (COTEPE/ICMS),
que a Comissão domiciliada no Distrito Federal realizará trabalhos relacionados com a política
e a administração do ICMS, visando uniformizar e harmonizar o tratamento dado a este imposto
em todo o território nacional, assim como desempenhar outras responsabilidades delegadas pelo
CONFAZ.
A COTEPE/ICMS é organizada por representantes do Ministério da Fazenda, Procuradoria-
Geral da Fazenda Nacional – PGFN, Secretária da Receita Federal – SRF e Secretária do
Tesouro Nacional – STN, e um representante de cada Estado e do Distrito Federal que são
designados pelos Secretários da Fazenda, Finanças ou Tributação.
São atribuições submetidas à apreciação da COTEPE/ICMS: proposições de Convênios,
Ajustes SINIEF e Resoluções, Protocolos, pareceres com vistas à homologação para uso de
equipamentos emissores de documentos fiscais, bem como outros assuntos de sua competência.
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4.6. Convênios e Protocolos de ICMS
Alinha o art. 100 do CTN - Código Tributário Nacional que são normas complementares das
leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos:
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que
a lei atribua eficácia normativa;
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios (CTN - LEI n° 5.172, 1966).
Conforme destacado nos tópicos anteriores, compete ao CONFAZ promover a celebração de
Convênios e Protocolos relativos ao ICMS, inclusive no regime da Substituição Tributária. O
referido Conselho poderá delegar ao COTEPE/ICMS a decisão de assuntos técnicos, exceto
sobre a deliberação para a concessão e revogação de isenções, incentivos ou benefícios fiscais.
O Convênio ICMS n° 133, de 1997, dispõe em seu art. 35 e seguintes que os Convênios serão
ratificados e publicados:
Art. 35. Os Convênios e Ajustes SINIEF serão publicados no Diário Oficial da União
em até dez dias da data da reunião em que foram celebrados.
Parágrafo único. As resoluções, os protocolos e outros atos serão publicados no Diário
Oficial da União, em até dez dias da data de sua edição ou recebimento, salvo
disposição expressa em contrário.
Art. 36. Dentro do prazo de quinze dias, contados da publicação a que se refere o
artigo anterior e independentemente de qualquer outra comunicação, o Poder
Executivo de cada Estado e do Distrito Federal publicará Decreto ratificando ou não
os convênios celebrados.
§ 1º Considera-se ratificação tácita a falta de manifestação no prazo assinalado.
§ 2º Na hipótese de rejeição de convênio, o Conselheiro comunicará este fato à
Secretaria-Executiva na mesma data da publicação dessa decisão.
[...]
Art. 37. Considera-se rejeitado o convênio que não for, expressa ou tacitamente,
ratificado pelo Poder Executivo:
I - de todos os Estados e do Distrito Federal, na hipótese de concessão de isenções,
incentivos e benefícios fiscais referidos no artigo 1º da Lei Complementar nº 24, de 7
de janeiro de 1975;
II - de quatro quintos dos Estados e do Distrito Federal, na hipótese de revogação total
ou parcial desses benefícios (CONVÊVIO ICMS nº 133, 1997).
Similar aos Convênios, os Protocolos quando instituídos são submetidos à supervisão da
COTEPE/ICMS, sendo necessária a aprovação da maioria dos representantes deste Conselho e
que os Estados envolvidos assinem o instrumento.
Souza (2016) fortalece o conceito ao dispor que os Protocolos são instituídos por dois ou mais
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Estados e, diferente dos Convênios de ICMS, que possuem validade nacional quando assinados
por todos os Estados, os Protocolos somente tradem validade jurídica para os Estados
envolvidos.
Desta forma, dispõe o Convênio ICMS n° 133, de 1997, em seu art. 38 e seguintes:
Art. 38. Dois ou mais Estados e Distrito Federal poderão celebrar entre si Protocolos,
estabelecendo procedimentos comuns visando:
I - a implementação de políticas fiscais;
II - a permuta de informações e fiscalização conjunta;
III - a fixação de critérios para elaboração de pautas fiscais;
IV - outros assuntos de interesse dos Estados e do Distrito Federal.
Parágrafo único. Os Protocolos não se prestarão ao estabelecimento de normas que
aumentem, reduzam ou revoguem benefícios fiscais.
Art. 39. Os Protocolos serão, previamente, submetidos à apreciação formal da
COTEPE/ICMS, para fins de verificação, inclusive em reunião virtual, de seu
enquadramento às disposições do art. 38.
Art. 40. Obtida a manifestação favorável da maioria dos representantes da
COTEPE/ICMS, e uma vez assinado o Protocolo por todos os signatários, inclusive
por via de certificação digital, será providenciada pela Secretaria-Executiva a
publicação no Diário Oficial da União, para efeito de sua vigência.
Parágrafo único. Poderá o Presidente da COTEPE/ICMS autorizar a publicação do
Protocolo, ad referendum do plenário daquela Comissão (CONVÊVIO ICMS nº 133,
1997).
Visto isso, Souza (2016) explica que o ICMS por sem um imposto de competência dos Estados
é submetido à legislação interna destes entes federativos.
Destarte, um Estado não pode legislar em favor de outro, tão pouco interferir em suas normas
internas, senão estariam descumprindo a Constituição Federal que determina a independência
dos Estados (SOUZA 2016).
O referido autor ratifica que, sendo de competência de o legislador estadual normatizar quem é
o responsável pelo recolhimento do ICMS devido no regime da ST, contribuinte substituto, não
há complicações ao determinar em seu Estado, mas que nas operações interestaduais ocorre à
saída de mercadorias para outros Estados. Devido a isso, surge a necessidade de estabelecer
essas operações por meio dos Convênios ou Protocolos.
5. Novo Entendimento do STF sobre o Instituto da Substituição Tributária
Muito já se foi discutido sobre a possibilidade de restituição do ICMS Substituição Tributária
sobre a diferença entre o valor recolhido a maior do que a realmente devida. Após anos de
conflitos entre os contribuintes e as Fazendas Estaduais e o DF, em outubro de 2016 o STF
trouxe a pauta o Recurso Extraordinário nº 593849 com o seguinte teor:
ICMS Substituição Tributária no Estado de Santa Catarina: destino do regime após o Recurso
Extraordinário nº 593849
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Recurso extraordinário. Repercussão geral. Direito tributário. Imposto sobre
circulação de mercadorias e serviços - ICMS. Substituição tributária progressiva ou
para frente. Cláusula de restituição do excesso. Base de cálculo presumida. Base de
cálculo real. Restituição da diferença. Art. 150, §7º, da constituição da república.
Revogação parcial de precedente. Adi 1.851 (RECURSO EXTRAORDINÁRIO nº
593849, 2016: 2).
De acordo com dados do STF (2016), cerca de 1.380 processos estavam suspensos em tribunais
de todo o País à espera da decisão da Suprema Corte sobre o tema.
Zagari (2016) ressalta que, até o julgamento ocorrido no dia 19 de outubro de 2016, a decisão
anterior do STF, proferida no julgamento da ADI 1.851/AL em 2002, era de que a base de
cálculo e o fato gerador presumidos no regime de ICMS-ST eram definitivos, e que não
comportavam nem restituição nem complementação, sendo a única exceção à hipótese de não
concretização do fato gerador.
O referido autor informa, ainda, que, segundo a Suprema Corte no julgamento dessa ADI, a
substituição tributária no ICMS partia da premissa de uma presunção para se antecipar o
imposto, portanto, não faria sentido buscar o ressarcimento ou complemento do imposto com
base na operação real, pois inviabilizaria o próprio instituto da substituição tributária, que parte
de uma presunção.
Em contrapartida, no julgamento do RE 593.849, O STF alterou o seu entendimento, decidindo
que o contribuinte tem direito a diferença entre o valor do tributo recolhido previamente por
substituição tributária e aquele realmente devido no momento da venda. Ou seja, é possível a
devolução do ICMS pago antecipadamente no regime de substituição tributária, quando a base
de cálculo efetiva for inferior a presumida.
Destacam-se alguns pontos do voto proferido pelo ministro Ricardo Lewandowski, em que
afirma que o tributo somente se torna devido com a ocorrência do fato gerador, a não ocorrência,
total ou parcial, impõe que se faça a devida adequação da regra ao fato, sob pena de afronta aos
princípios da moralidade, da legalidade e do não-confisco.
Por consequência, a tese do julgamento para fim de repercussão geral ficou assim definida:
É devida a restituição da diferença do Imposto sobre Circulação de Mercadorias de
Serviços (ICMS) pago a mais no regime de substituição tributária para a frente se a
base de cálculo efetiva da operação for inferior à presumida (RECURSO
EXTRAORDINÁRIO nº 593849, 2016: 2).
Neste sentido, em 19 de outubro de 2016, foi publicado no site do STF (2016) que o
entendimento RE nº 593849 terá seus efeitos validos para casos futuros. Somente refletirá em
casos anteriores a decisão para os que já estavam em tramite judicial. O ministro Edson Fachin
acredita que essa decisão se torna essencial para o interesse público, visando evitar o
ajuizamento de ações rescisórias e de novas ações sobre o caso.
Na figura a seguir é possível esclarecer ao leitor como ocorre a sistemática do imposto
presumido recolhido a maior:
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Figura 4 – Exemplo de restituição do ICMS por substituição tributária
Fonte: Meira (2017)
Enquanto algumas empresas aguardam a regulamentação por parte das Fazendas Estaduais,
Meira (2017) indica que outros contribuintes têm ido ao judiciário solicitar o crédito desde
outubro de 2016 e tem recebido um retorno positivo de aprovação para sua utilização e em
casos de saldo de crédito, a autorização para transferi-los para seus fornecedores e, por isso,
já estão usufruindo do impacto desta medida no seu fluxo de caixa.
6. O Destino do ICMS ST em Santa Catarina após a Decisão do RE nº 593849
O Estado de Santa Catarina anunciou que vai retirar quase a totalidade de seus produtos da
sistemática da substituição tributária, a atual ferramenta eficiente de controle e arrecadação,
sendo sua saída de forma gradativa (PIMENTEL, 2018).
Santi (2018) afirma que a decisão é motivada pelo novo entendimento do Supremo Tribunal
Federal que, ao julgar o Recurso Extraordinário nº 593849 decidiu que o contribuinte tem
direito a restituir a diferença do imposto nos casos em que o valor da venda da mercadoria for
menor que o presumido.
Descreve Pimentel (2018) que, o Secretário da Fazenda do Estado de Santa Catarina, Paulo Eli,
informou que “a decisão do Supremo trouxe insegurança jurídica e vai representar um custo
tributário elevado tanto para as empresas como para os Estados”, acrescentando que somam 70
milhões de reais, as decisões judiciais e pedidos administrativos reivindicando o imposto
recolhido a maior, somente no Estado de Santa Catarina.
Na visão de Santi (2018) o instituto da ST, inicialmente seria aplicada para mercadorias ou
serviços que atendessem os pressupostos de:
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(i) produção concentrada, (ii) distribuição pulverizada, (iii) dificuldade de
fiscalização, e (iv) impacto significativo na arrecadação (e.g. combustíveis,
telecomunicações, automóveis, cigarros), mantinha total alinhamento aos seus
princípios instituidores. Na segunda metade dos anos 2000 passou a abarcar outros
setores não enquadrados nestes pressupostos, apenas como mecanismo de
maximização da arrecadação e facilitação da fiscalização tributária estadual (SANTI,
2018).
No decorrer dos anos, a aplicação prática do regime de substituição tributária acabou por afastar
o instituto inicial de sua proposta, provocando desvio de finalidade, uma vez que hoje está
centrada exclusivamente na fiscalização e arrecadação, e aplicação generalizada do instituto da
ST (SANTI, 2018). Entre os prejuízos causados pela generalização da substituição tributária, Santi (2018) destaca:
(i) impacto do desenho constitucional do ICMS, que é um imposto plurifásico não-
cumulativo, (ii) violação à liberdade de exercicio das atividades econômicas e à livre
concorrência, pois interfere decisivamente na liberdade de fixação de preços; (iii)
aplicação do regime a empresas de menor porte com consequências significativas para
a sua competitividade; (iv) indexação da economia em razão do cálculo da margem
de valor agregado (MVA) por pesquisas de mercado, cujo custo é embutido no preço
final da mercadoria e que, por sua vez, impacta as revisões futuras das MVAs, e assim
por diante, num circulo vicioso; (v) afastamento da realidade na aplicação de MVA
obtida por média ponderada dos produtos, que pode ser subavaliada ou
superavalidada, oprimindo a legalidade na presunção do fato de forma distorcida da
realidade, e relativizando a legalidade, podendo acarretar aumento do imposto devido
através de simples ato do Poder Executivo, sem necessidade de lei para alterar a
alíquota ou a base de cálculo estabelecida pelo legislador; e (vi) prejuízo às empresas
optantes pelo Simples Nacional que operam com mercadorias e serviços sujeitos à
substituição tributária à medida que arcam com o imposto antecipadamente retido à
alíquota cheia e não têm direito ao crédito respectivo (SANTI, 2018).
Diante do contexto, Santi (2018) acredita que as Fazendas Estaduais estão agitadas com as
recentes decisões do STF que manifestam o fracasso da ST e prenunciam seu fim: a eficiência,
que por anos foi o argumento de apoio das Fazendas Estaduais para aplicação indiscriminada
da ST. O referido autor complementa que quem está em busca de eficiência deverá diminuir ao
máximo o regime da ST, à exemplo do Estado de Santa Catarina que fará a retirada gradativa
para a grande maioria das mercadorias, permanecendo apenas para os setores iniciais aos quais
se destinava: combustíveis, cigarros e bebidas.
6.1. Instituição do Grupo de Trabalho Substituição Tributária em Santa Catarina
A primeira medida adotada pelo Estado de Santa Catarina, após a decisão do Recurso
Extraordinário (RE) 593849, foi a instituição do Grupo de Trabalho Substituição Tributária
(GTST) para tratar das implicações relativas às decisões do STF nas ADIs 2675 e 2777 e no
Recurso Extraordinário (RE) 593849, com repercussão geral reconhecida, na qual o STF alterou
seu entendimento sobre o regime da substituição tributária, na qual o contribuinte tem o direito
a diferença entre o valor do ICMS recolhido previamente e aquele realmente devido no
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momento da venda.
O Ato DIAT n° 01/2017, de 24 de janeiro de 2017, disponibilizado nas publicações eletrônicas
da SEF/SC (Pe/SEF), em 30 de janeiro de 2017, além de instituir o Grupo de Trabalho
Substituição Tributária (GTST), trouxe as competências atribuídas a este grupo, que são:
I - elaborar cronograma de trabalho e apresentá-lo em 15 dias, a partir da publicação
deste Ato DIAT;
II - acompanhar as decisões do STF relativas ao regime de substituição tributária;
III - centralizar a troca de informações e propostas apresentadas pelos grupos
especialistas setoriais (GES) para auxiliar na elaboração das propostas de alteração da
legislação tributária decorrentes das decisões do STF e proceder ao encaminhamento
dos mesmos;
IV - apresentar diagnóstico das implicações das decisões do STF sobre o regime de
substituição tributária, especialmente os efeitos sobre a arrecadação, a restituição e a
fiscalização do ICMS, pontuando as possíveis medidas a serem adotadas pela
administração tributária; e
V - sugerir alterações da legislação que contemplem as soluções encontradas (ATO
DIAT N° 001/2017).
A previsão era de que os trabalhos deveriam concluir-se no prazo de 90 dias, a contar da data
de publicação do Ato DIAT, ou seja, até o final de abril de 2017.
6.2. Início do Processo de Revogação do ICMS ST em Santa Catarina
A Secretaria de Estado da Fazenda iniciou o processo de revogação no CONFAZ dos protocolos
que firmavam acordo para recolhimento do ICMS devido por substituição tributária de três
segmentos, os quais já estavam nesse regime há cerca de nove anos.
A Diretoria da Administração Tributária do Estado de Santa Catarina enviou aos contadores e
contribuintes catarinenses, no dia 27 de fevereiro de 2018, o Correio Eletrônico Circular
SEF/DIAT n° 004/2018, conforme demonstrado no Anexo D, informando a decisão de revogar,
a partir de 01 de abril de 2018, o regime da Substituição Tributária aplicada aos produtos
alimentícios, materiais de limpeza e artefatos de uso doméstico.
Em notícia divulgada na página da SEF/SC (2018), o Secretário da Fazenda Paulo Eli explica
que, o objetivo do Governo do Estado é a exclusão da maior parte dos produtos do regime da
substituição tributária progressiva (para frente). Até a adoção desta medida, o estado de Santa
Catarina, tinha entre 60% e 70% dos produtos sob o regime da substituição tributária do
imposto, equivalente a quase 50 mil produtos. O Secretário acrescentou que o Estado voltará
ao modelo original e manterá a substituição tributária apenas para bebidas, cigarros e
combustíveis.
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6.3. Medida Provisória n° 219 de 2018
Em contrapartida a revogação no CONFAZ de três segmentos do regime da substituição
tributária em Santa Catarina, a Secretaria de Estado da Fazenda publicou no dia 01 de março
2018, no Diário Oficial do Estado, a Medida Provisória n° 219, que estabelece a restituição para
o contribuinte ou a complementação para o Estado do imposto. A medida visa garantir que, até
a saída definitiva do regime da substituição tributária, o Estado vai ressarcir o contribuinte da
diferença paga a maior ou cobra-la quando o preço final ao consumidor final for diferente ao
valor inicialmente presumido.
O art. 2º dessa norma prevê ainda que:
Art. 2º - Poderá ser requerida ou recolhida, conforme o caso, a diferença de que trata
o art. 1º desta Medida Provisória:
I - correspondente às antecipações de pagamento do fato gerador presumido realizadas
após 5 de abril de 2017; ou
II - que seja objeto dos lítigios judiciais pendentes submetidos à sistemática da
repercussão geral (MEDIDA PROVISÓRIA Nº 219, de 2018).
A Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (ALESC), em 23 de maio de 2018,
publicou no Diário Oficial do Estado (DOE), o ato de mesa n° 14/2018, prorrogando o prazo
de vigência da Media Provisória n° 219, de 2018.
6.4. Conversão em Lei da Medida Provisória
Em 28 de junho de 2018, foi publicada no DOE/SC, a Lei 17.538, de 27 de junho de 2018,
convertendo a Medida Provisória n° 219/2018 em Lei, que permite a restituição do ICMS em
que o fato gerador presumido se realize por valor diverso do que serviu de base de cálculo para
a retenção do imposto por substituição tributária.
A referida Lei altera o art. 40 da Lei nº 10.297, de 1996, que dispõe sobre o Imposto sobre
Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), e estabelece outras providências.
O art. 40 da Lei n° 10.297, de 26 de dezembro de 1996, passou a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 40. ........................................................................................
......................................................................................................
§ 3º Caso o fato gerador presumido se realize por valor diverso do que serviu de base
de cálculo para a retenção do imposto devido por substituição tributária, cabe ao
contribuinte substituído, na forma prevista na legislação em vigor:
I – requerer a restituição da diferença, na hipótese de se realizar por valor inferior; ou
II – recolher a diferença, na hipótese de se realizar por valor superior.” (NR) (LEI N°
17.538, 2018).
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A Assessoria de Comunicação da SEF/SC, no dia 01 de março de 2018, divulgou em notícia no
portal da Secretária de Estado, em que o Secretário Paulo Eli vê que o modelo vigente de
arrecadação da substituição tributária vem causando prejuízos principalmente à indústria
catarinense, e em apenas dois meses, desde a decisão do Supremo Tribunal Federal, os pedidos
de restituição já somam 70 milhões de reais. Acrescenta, ainda, o Secretário que a saída do
regime da substituição tributária será de forma gradativa, sem sobressaltos, tendo impactos
positivos na arrecadação a partir do terceiro ano de vigência.
Deste modo, a Lei nº 17.538/2018 visa assegurar aos contribuintes, até a saída definitiva do
Estado de Santa Catarina do instituto da substituição tributária, o ressarcimento da diferença do
imposto pago a mais no regime de substituição tributária para frente, se a base de cálculo efetiva
da operação for inferior a presumida.
6.5. Análise de um Caso Prático de Restituição do ICMS Substituição Tributária
Embora ainda não tenha sido publicada a regulamentação pelo Governo do Estado quanto à
forma de cálculo de restituição do ICMS ST, com vistas a elucidar ao leitor apurou-se o
demonstrativo de cálculo abaixo, com o exemplo de um produto:
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Tabela 3 – Cálculo do ressarcimento do ICMS substituição tributária nas operações com gasolina comum
Fonte: Autor (2018)
A memória de cálculo traz um produto muito popular no cotidiano dos brasileiros: a gasolina
comum. O cálculo leva em consideração a aquisição deste produto por um posto de combustível
na data de 25 de junho de 2018 e a venda deste mesmo produto em 27 de junho de 2018. O
PMPF demonstrado no quadro é a sigla para Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final de
combustíveis e pode ser encontrado em Atos do COTEPE/PMPF publicados no site oficial do
CONFAZ.
Assim, apesar de o exemplo ter demonstrado um valor que, a princípio parece ser irrisório,
convém ressaltar que a quantia a restituir foi determinada em litro. Logo, se multiplicarmos o
valor encontrado pela quantidade total de litros vendidos por um posto de combustível, o
montante poderá se tornar bem mais interessante ao contribuinte.
Meira (2017) destacada que dentre os comércios varejistas que podem se beneficiar do novo
entendimento do STF, o desafio é maior para aqueles quem possuem muitas mercadorias
sujeitas ao regime do ICMS ST, a exemplo dos supermercados, farmácias, lojas de materiais de
construção, concessionárias de veículos e autopeças, dentre outros; posto que o cálculo é
complexo e para quantificar corretamente a diferença é necessário fazer um levantamento
produto a produto.
O referido autor, complementa sua opinião sobre a matéria ao discorrer que apesar do assunto
ser novo e poucas empresas terem conhecimento sobre essa possibilidade de recuperação de
créditos é algo para se ter no radar, em razão dos valores a se recuperar serem expressivos em
boa parte das empresas.
Além da medida permitir ao contribuinte requerer a restituição da diferença, na hipótese de se
realizar por valor inferior ao que serviu de base de cálculo presumida para a retenção do imposto
devido por substituição tributária, convém destacar que caberá ao contribuinte substituído, na
forma prevista na legislação em vigor recolher a diferença, na hipótese de se realizar por valor
superior a presumida.
7. Conclusão
Pelo apresentado durante a pesquisa, extrai-se que foi possível chegar a uma resposta para o
questionamento inicial deste trabalho, baseado nas fontes bibliográficas extraídas de leis,
artigos, notícias, sites e decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal. Transcorridos
quase dois anos após a decisão do STF no RE n° 593849, o Estado de Santa Catarina anunciou
que vai retirar a substituição tributária da grande maioria das mercadorias, que hoje abrangem
cerca de 70% dos produtos ou equivalente a 50 mil produtos, deixando apenas para os setores
tradicionais como bebidas, cigarros e combustíveis.
Enquanto essa retirada não acontece com a maioria dos segmentos, o Estado adotou medidas
visando alinhar os pedidos de restituição, como a instituição do Grupo de Trabalho Substituição
Tributária (GTST), a edição da Medida Provisória nº 219/2018 e a sua conversão na Lei nº
17.538/2018, ficando assegurado aos contribuintes requerem o imposto recolhido a maior na
hipótese de a operação se realizar por valor superior à presumida. É prudente reiterar que
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competirá ao requerente comprovar o recolhimento a maior, bem como complementar o
recolhimento do imposto, se o valor presumido for inferior ao real da operação.
Com base no estudo, restou plenamente comprovado que o Estado de Santa Catarina caminha
para a exclusão massiva do instituto da substituição tributária, retornando ao modelo original
de débito e crédito do imposto, largando mão de uma das ferramentas mais eficazes na
arrecadação e fiscalização do ICMS. A decisão é motivada pela insegurança jurídica e pelo
custo tributário elevado tanto para as empresas como para o Estado, que desde a decisão do
STF, já recebeu pedidos de restituição que somam R$ 70 milhões somente no Estado de Santa
Catarina.
Por último, como recomendação para trabalhos futuros cabe sugerir outros questionamentos
que surgiram no decorrer desse estudo: É viável levantar todas as informações e solicitar a
restituição do ICMS ST ou apenas criou-se mais uma burocracia? O contribuinte conseguirá
comprovar que o valor presumido foi superior ao praticado? Quanto custará aos contribuintes
catarinenses o levantamento dos dados e a realização dos procedimentos para os pedidos de
restituição? Enquanto não forem discutidos novos estudos sobre a matéria ou publicadas novas
orientações pela Secretária de Estado da Fazenda de Santa Catarina, caberá aos contribuintes
catarinenses analisarem o cenário de forma global e não isolado.
Referências
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SANTA CATARINA. Lei nº 10.297, de 26 de dezembro de 1996. Dispõe sobre o Imposto
Sobre Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS e adota outras providencias,
Florianópolis, SC, dez. 1996. Florianópolis, SC, dez. 1996. Disponível em:
<http://legislacao.sef.sc.gov.br/html/leis/1996/lei_96_10297.htm> Acesso em: 23 fev. 2018.
SANTA CATARINA. Decreto n° 2.870, de 27 de agosto de 2001. Aprova o Regulamento do
Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação do Estado de
Santa Catarina, Florianópolis, SC, ago. 2001. Disponível em:
<http://legislacao.sef.sc.gov.br/html/decretos/2001/dec_01_2870.htm> Acesso em: 18 jul.
2018.
SANTA CATARINA. Ato DIAT n° 001/2017, de 24 de janeiro de 2017. Institui o Grupo de
Trabalho Substituição Tributária. Florianópolis, SC, jan. 2017. Disponível em: <
http://legislacao.sef.sc.gov.br/legtrib_internet/html/atos_diat/2017/atodiat_17_001.htm>
Acesso em: 10 jan. 2018.
SANTA CATARINA. Medida Provisória nº 219, de 28 de fevereiro de 2018. Altera o art. 40
da Lei nº 10.297, de 1996, que dispõe sobre o Imposto sobre Operações Relativas à
Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), e estabelece outras providências,
ICMS Substituição Tributária no Estado de Santa Catarina: destino do regime após o Recurso
Extraordinário nº 593849
Julho/2019
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 10, Edição nº 17 Vol. 01 Julho/2019
Florianópolis, SC, mar. 2018. Disponível em
<http://legislacao.sef.sc.gov.br/html/medidas_provisorias/2018/mp_18_219.htm> Acesso em:
20 jul. 2018.
SANTA CATARINA. Ato ALESC n° 14, de 30 de abril de 2018. Comunica a Prorrogação
do Prazo de Vigência da Medida Provisória n° 219, de 2018, Florianópolis, SC, maio 2018.
Disponível em: <https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=360442> Acesso em: 17 jun.
2018.
SANTA CATARINA. Lei nº 17.538, de 27 de junho de 2018. Altera o art. 40 da Lei nº 10.297,
de 1996, que dispõe sobre o Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de
Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal
e de Comunicação (ICMS), e estabelece outras providências, Florianópolis, SC, jun. 2018.
Disponível em: <http://legislacao.sef.sc.gov.br/html/leis/2018/lei_18_17538.htm> Acesso em:
10 jun. 2018.
SANTI, E. M. D. de. Será o Fim da Substituição Tributária? Disponível em:
<https://www.jota.info/opiniao-e-analise/artigos/sera-o-fim-da-substituicao-tributaria-
06032018> Acesso em: 21 jul. 2018.
SCHULZE, O. Manual de IPI/ICMS: para o Estado de Santa Catarina. 5° Edição. Curitiba:
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01 de março de 2018. Santa Catarina Inicia Processo de Desoneração da Cadeia Produtiva
do Estado. Disponível em: <http://www.sef.sc.gov.br/midia/noticia/2043> Acesso em: 20 jun.
2018.
SOUZA, J. Convênio e Protocolo: saiba as diferenças. Disponível em:
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STF, SUPREMO TRIBUAL FEDERAL. Contribuinte tem direito a Diferenças em Regime
de Substituição Tributária, Decide STF. Disponível em:
<http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=327683> Acesso em: 10
jun. 2018.
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em: <https://www.valortributario.com.br/tributos/icms/> Acesso em: 27 fev. 2018.
ZAGARI, D. et.al. Supremo resguarda os contribuintes quanto ao ressarcimento do ICMS
ST. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2016-nov-13/stf-resguarda-contribuintes-
quanto-ressarcimento-icms-st> Acesso em: 15 abr. 2018.
ANEXO A – Nota fiscal emitida por um contribuinte substituto tributário
Fonte: Gorjes (2013)
ANEXO B – Nota fiscal emitida por um contribuinte substituído tributário
Fonte: Gorjes (2013)
ANEXO C – Organograma Do Confaz
Fonte: https://www.confaz.fazenda.gov.br/menu-de-apoio/organograma
ANEXO D – Correio Eletrônico Circular SEF/DIAT/n.º 004/2018
ICMS/SC – Revogação da substituição tributária - Correio Eletrônico Circular
SEF/DIAT/N.º 004/2018
08 de março de 2018
ESTADO DE SANTA CATARINA
SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA
Diretoria de Administração Tributária
Gerência de Fiscalização
Florianópolis, 27 de fevereiro de 2018.
Correio Eletrônico Circular SEF/DIAT/N.º 004/2018
Prezado(a) Senhor(a),
Comunicamos que o Estado de Santa Catarina resolveu denunciar alguns protocolos referentes
ao regime de substituição tributária, deixando-o de aplicá-lo nas operações internas e nas
interestaduais com destino a este estado, em relação aos seguintes produtos:
1. produtos alimentícios;
2. materiais de limpeza;
3. artefatos de uso doméstico.
As alterações nos Protocolos ICMS que versam sobre o tema, bem como no Regulamento do
ICMS de Santa Catarina já estão em processo de confecção e serão publicadas para que a
mudança possa ser implementada a partir de 1º de abril de 2018.
Tão logo as alterações de ordem legal estejam concluídas, enviaremos outro comunicado com
novas orientações. Eventuais dúvidas podem ser dirimidas na Central de Atendimento
Fazendária (CAF) no endereço http://caf.sef.sc.gov.br/Views/Publico/Ticket/Novo.aspx ou
pelo telefone (0300.645.1515), das 8h às 18h.
Cordialmente,
Ari José Pritsch
Diretor de Administração Tributária
Rogério de Mello Macedo da Silva
Gerente de Fiscalização
Fonte: https://informelex.com.br/noticias-tributarias/ver/8374/icmssc-revoga%C3%A7%C3%A3o-da-
substitui%C3%A7%C3%A3o-tribut%C3%A1ria-correio-eletr%C3%B4nico-circular-sefdiatn%C2%BA-
0042018
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