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UFMT-Pró-Reitoria de graduação

Programa de Consolidação das Licenciaturas – Prodocência

I FÓRUM DAS LICENCIATURAS

TEMA: PRÁTICA COMO COMPONENTE

CURRICULAR

Leda Scheibe

Anped - UFSC/UNOESC lscheibe@uol.com.br

PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E LEGAIS DA FORMAÇÃO DE

PROFESSORES PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA

Diretrizes Curriculares Nacionais para a

Formação de Professores da Educação

Básica

Parecer CNE/CP 9/2001:

Resolução CNE/CP 1/2002

Base comum de formação docente

expressa em diretrizes,

Novas Diretrizes pretenderam :

fomentar e fortalecer processos de mudança no interior das instituições

formadoras;

fortalecer e aprimorar a capacidade acadêmica e profissional dos docentes

formadores;

atualizar e aperfeiçoar os formatos de preparação e os currículos

vivenciados, considerando as mudanças em curso na organização

pedagógica e curricular da educação básica

dar relevo à docência como base da formação, relacionando teoria e

prática;

Implantação das Diretrizes

Desde 2004 as unidades de formação de

professores de todo o país vem discutindo e

implementando reformas nas estruturas

curriculares dos cursos, no sentido de atender

às normas legais. Dado ao caráter de

obrigatoriedade e aos prazos fixados pelos

documentos legais.

Licenciatura / Bacharelado

A nova legislação, implantada a partir da nova LDBN (Lei nº

9.394/1996) bem como os atos legais subseqüentes emanados do

CNE, constituíram avanço importante ao estabelecerem

configuração específica aos cursos de Licenciatura, distinguindo-

os dos cursos de Bacharelado

Essa nova perspectiva conceitual, mas também política,

respondeu às demandas dos educadores

Parecer CNE/CP 9/2001 aponta características consideradas, na

atualidade, como inerentes à atividade docente:

orientar e mediar o ensino para a aprendizagem dos alunos;

comprometer-se com o sucesso da aprendizagem dos alunos;

assumir e saber lidar com a diversidade existente entre os alunos;

incentivar atividades de enriquecimento cultural;

desenvolver práticas investigativas;

elaborar e executar projetos para desenvolver conteúdos

curriculares;

utilizar novas metodologias, estratégias e materiais de apoio;

desenvolver hábitos de colaboração e trabalho em equipe

Orientação epistemológica predominante

nos documentos, revela ênfase sobre a

formação “na prática”, ou, ainda, no

conceito de “competências”.

Quem elaborou as Diretrizes específicas dos cursos:

As Diretrizes Curriculares das áreas específicas de conhecimento

envolvidas com a formação de professores foram pensadas e

elaboradas, por grupos de especialistas de renome em cada área;

Contudo, não contaram especialista da área específica da

educação, (leia-se, formação de professores). Indicador dessa

ausência, é a escassa valorização dos cursos de Licenciatura na

maioria das Diretrizes curriculares específicas , nas quais não há

distinção significativa entre os cursos de Bacharelado e de

Licenciatura;

Parecer CNE/CP 09/2001 afirma:

As questões a serem enfrentadas na formação são históricas. Nos

cursos de licenciatura, em seus moldes tradicionais, a ênfase está

contida na formação nos conteúdos da área, onde o bacharelado

surge como a opção natural que possibilitaria, como apêndice,

também, o diploma de licenciado. É a atuação do físico, do

historiador, do biólogo, por exemplo, que ganha importância, sendo

que a atuação destes como “licenciados” torna-se residual e é vista,

dentro dos muros da universidade, como “inferior”, em meio à

complexidade dos conteúdos da “área”, passando muito mais como

atividade “vocacional” ou que permitiria grande dose de improviso e

autoformulação do “jeito de dar aula”.

Cursos apresentam dificuldades em assegurar a interação entre

processo formador e escolas de educação básica, demandada pela

legislação vigente

Parecer 9/2001:

Uma concepção de prática como componente curricular implica

vê-la como dimensão do conhecimento que tanto está presente nos

cursos de formação, nos momentos em que se trabalha na reflexão

sobre a atividade profissional, como durante o estágio, nos

momentos em que se exercita a atividade profissional.

O planejamento e a execução das práticas no estágio devem estar

apoiados nas reflexões desenvolvidas nos cursos de formação. A

avaliação da prática constitui momento privilegiado para uma visão

crítica da teoria e da estrutura curricular do curso.

Art. 1º A carga horária dos cursos de licenciatura será efetivada mediante a

integralização de, no mínimo, 2800 (duas mil e oitocentas) horas, nas quais a

articulação teoria-prática garanta, nos termos dos seus projetos pedagógicos,

as seguintes dimensões dos componentes comuns:

I - 400 (quatrocentas) horas de prática como componente curricular,

vivenciadas ao longo do curso;

II - 400 (quatrocentas) horas de estágio curricular supervisionado a

partir do início da segunda metade do curso;

III - 1800 (mil e oitocentas) horas de aulas para os conteúdos

curriculares de natureza científico-cultural;

IV - 200 (duzentas) horas para outras formas de atividades

acadêmico-científico-culturais.

(Resolução CNE/CP 2/2002)

Divisão entre teoria e prática continua presente

quando:

encontra-se a persistente, embora inconsistente concepção de que

a formação pedagógica do professor se esgota em sua preparação

para utilizar estratégias e recursos para “ensinar melhor”;

essa aprendizagem seria competência da área da Educação, sendo

o Estágio Supervisionado o “momento supremo” para demonstrar o

que foi aprendido para a prática....

É uma concepção “divisionista” que incide sobre o modo como são

selecionados, organizados e ensinados os conteúdos específicos

de cada área

Parecer 09/2001 aponta uma das falhas do atual sistema

de educação superior do país:

A formação de professores tem sido realizada em instituições que

não valorizam a prática investigativa - não percebem a dimensão

criativa que emerge da própria prática, não estimulam o contato e

não viabilizam o consumo dos produtos da investigação

sistemática.

Deve ser incentivada e valorizada a familiaridade com os

procedimentos de investigação e com o processo histórico de

produção e disseminação de conhecimento

Resolução nº 1/2002 e os Pareceres que a

fundamentam:

assumem o princípio da flexibilidade curricular,

permitindo o exercício da autonomia em relação

aos componentes curriculares de cada curso

sem, contudo, abdicarem da obrigatoriedade de

um núcleo básico comum às Licenciaturas

Tempo e espaço curricular: Res.1 art.12º 1º A prática, na matriz curricular, não poderá

ficar reduzida a um espaço isolado, que a restrinja ao estágio, desarticulado do

restante do curso. § 2º A prática deverá estar presente desde o início do curso e

permear toda a formação do professor. Res. 2 art.1º I - 400 (quatrocentas) horas de

prática como componente curricular, vivenciadas ao longo do curso. Res.1 art. 13º

Art. 13. Em tempo e espaço curricular específico, a coordenação da dimensão

prática transcenderá o estágio e terá como finalidade promover a articulação das

diferentes práticas, numa perspectiva interdisciplinar. § 1º A prática será

desenvolvida com ênfase nos procedimentos de observação e reflexão, visando à

atuação em situações contextualizadas, com o registro dessas observações

realizadas e a resolução de situações-problema. § 2º A presença da prática

profissional na formação do professor, que não prescinde da observação e ação

direta, poderá ser enriquecida com tecnologias da informação, incluídos o

computador e o vídeo, narrativas orais e escritas de professores, produções de

alunos, situações simuladoras e estudo de casos.

Práticas Pedagógicas

. Estágio Curricular

Carga horária do curso: Res. 2 art. 1º II - 400 (quatrocentas) horas de

estágio curricular supervisionado a partir do início da segunda

metade do curso; Articulação das práticas. Res. 1 art.13º § 3º O

estágio curricular supervisionado, definido por lei, a ser realizado em

escola de educação básica, e respeitado o regime de colaboração

entre os sistemas de ensino, deve ser desenvolvido a partir do início

da segunda metade do curso e ser avaliado conjuntamente pela

escola formadora e a escola campo de estágio.

Quase generalizada imprecisão das Matrizes curriculares no que

tange às Práticas de Ensino:

Não se trata apenas de fixação de espaços e horários

Falta compreeder o que realmente quis significar o CNE ao fixar 400

horas de práticas de ensino + 400 horas de Estágio Supervisionado?

O Parecer CNE/CP 9/2001, que fundamenta as Resoluções, apenas

traz a idéia subjacente às denominadas Práticas de Ensino, que é a de

possibilitar aos futuros professores a imersão gradativa em atividades

voltadas a seu futuro trabalho no ambiente escolar

Isto suporia seja a definição de componentes curriculares específicos,

seja a presença da perspectiva da transversalidade, por via da

integração teoria-prática nos diferentes componentes curriculares ou

disciplinas

O saber docente

É formado pela prática e sustentado por teorias da educação. A

teoria alicerça o sujeito de subsídios para uma ação

contextualizada, para que compreenda o contexto histórico-social e

cultural e organizacional e a si próprio como profissional

Cabe aos cursos de formação de professores privilegiar uma

formação organizada em torno de um projeto pedagógico que

favoreça a articulação entre teoria e prática, contextualizada e

inserida ao longo do curso, propiciando ao educador em sua

formação uma visão prática dos conteúdos aprendidos em

disciplinas específicas que servirão como referencial em sua

atuação.

Em relação aos desafios enfrentados pelos cursos de

licenciaturas, Candau (1988) já alertava sobre :

a falta de domínio dos conteúdos específicos e

pedagógicos e das habilidades técnicas por parte do

professor; a falta de integração entre as unidades de

educação e as demais unidades, assim como o sistema

de formação do futuro docente e o sistema que o irá

absorver como profissional; a falta de articulação entre

teoria e prática, entre conteúdo e método, entre

bacharelado e licenciatura.

As Atividades de Prática como componente curricular no curso de Graduação em Pedagogia –

Licenciatura serão realizadas a partir da segunda fase, com carga horária correspondente a 400

horas, assim distribuídas na grade curricular: (UFFS, 2011)

I – Campus Chapecó – período matutino:

a) No 2º. Semestre, sob a responsabilidade dos professores dos componentes

curriculares ofertados, num total de 45 horas.

b) No 3º. Semestre, sob a responsabilidade dos professores dos componentes

curriculares ofertados, totalizando 60 horas.

c) No 4º. Semestre, sob a responsabilidade dos professores dos componentes

curriculares ofertados, totalizando 60 horas.

d) No 5º. Semestre, sob a responsabilidade dos professores dos componentes

curriculares ofertados, totalizando 60 horas.

e) No 6º. Semestre sob a responsabilidade dos professores dos componentes

curriculares ofertados, totalizando 70 horas.

f) No 7º. Semestre sob a responsabilidade dos professores dos componentes

curriculares ofertados, totalizando 45 horas.

g) No 8º. Semestre, sob a responsabilidade dos professores dos componentes

curriculares ofertados, totalizando 30 horas.

h) No 9º. Semestre, sob a responsabilidade dos professores dos componentes

curriculares ofertados, totalizando 30 horas.

Para concluir:

Se faz necessário um trabalho mais profundo e

amplo com relação à Prática como componente

curricular. No sentido de compreender como

essas 400 horas poderiam efetivamente

contribuir para a formação de professores

reflexivos e preparados para atuarem no

cotidiano escolar

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