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História da Cultura e das Artes

O Fim do Império Romano;

Início do estudo do módulo “A Cultura do Mosteiro”;

O choque de civilizações: O Islão;

No início do estudo desta viagem pela Idade Média, convém reflectir sobre o nome que dá título a este módulo – Mosteiro. Esta palavra deriva do grego monasterion e significa “lugar para viver sozinho”. Mais tarde, veio a designar o conjunto de edifícios e terras ocupadas pelas comunidades religiosas. Deste modo, o Mosteiro teve um peso enorme na cultura medieval como centro de difusão do Cristianismo, assim como das artes e letras.

Vamos situar-nos na época histórica!

Séc. V Séc. VI Séc. VII

Séc. VIII

476 – Final do Império Romano

711– Invasão da Península Ibérica pelos Muçulmanos

Reinos bárbaros na Europa

As invasões bárbaras (1ª vaga)

AlamanosAlanosAnglosBurgúndiosFrancosGodosSaxõesSuevosVândalos

Germanos

Consequências

Enfraquecimento das trocas comerciais;

Declínio e redução dos centros urbanos;

Desorganização da administração pública;

Profunda depressão demográfica.

Nascimento da Idade MédiaApós as invasões germânicas e com a consequente desagregação do Império Romano nasceu um período denominado de Idade Média.

Período da História que se situa entre os séculos V a XV da Era Cristã. Começa com a queda do Império Romano do Ocidente, em 476, e termina com a tomada de Constantinopla pelos Turcos Otomanos, em 1453.

Séculos IX (nove) -XII (doze)Nova vaga de invasões: Muçulmanos – a partir do séc. VII; normandos, eslavos e magiares após o século IX

Ruralização da vida económico-cultural

Criação dos laços de dependência pessoal – FEUDALISMO

sistema político, económico e social que vigorou na Idade Média caracterizado pela decomposição da propriedade (feudo), conjugada com a decomposição da soberania do rei, e pelas obrigações recíprocas entre suseranos e vassalos.

As relações feudo-vassálicas

Senhor e o vassalo

A partir do Ano Mil

Abrandamento das guerras privadas entre senhores feudais e mais estabilidade e segurança.

Desenvolvimento das práticas agrícolas e crescimento demográfico.

Dinamização do comércio e reanimação das cidades

Surgimento dos burgos – locais que abrigavam as feiras e os mercados.

As Cruzadas

Expedições religioso-militares destinadas a libertar os lugares sagrados da Terra Santa do jugo do Islamismo. Os seus participantes foram apelidados de “cruzados” pois usavam a cruz como distintivo. Foi o papa Urbano II que, em 1095, pregou a primeira cruzada no Concílio de Clermont. A partir daí, as cruzadas sucederam-se por mais de dois séculos, em oito expedições de resultados e características diferentes.

CARLOS MAGNO

A PRESENÇA MUÇULMANA EM PORTUGAL

A Mesquita de Mértola

PALÁCIO DE ALHAMBRA, GRANADA

A Arte Românica

A arquitectura

História da Cultura e das Artes

Um estilo artístico é uma tendência ou estilo em arte com uma filosofia ou objetivo comum e que possui características formais e estéticas uniformes, seguido por um grupo de artistas durante um restrito período de tempo ou definido por instituições (normalmente por alguns anos, décadas ou séculos).

A arte paleo-cristã

A arquitectura românica

Planta centrada

A planta basilical em cruz latina

HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTESMÓDULO 3 – A CULTURA DO MOSTEIRO

A arquitectura românica

O Canto Gregoriano

A grandeza do Românico deveu-se ao maior fervor religioso aquando da passagem do ano Mil, que anunciaria o fim do mundo. Este sentimento de temor religioso fez crescer a prática de peregrinações aos locais santos como Jerusalém, Roma e Santiago de Compostela.

As igrejas românicas

Capela radiante

Deambulatório

Transepto

Nártex

Planta da Basílica Saint-Martin de Tours, França, séculos XI-XII

Torre lanterna

Catedral de Santiago Compostela, Espanha,Século XII

Torre sineira

Pórtico lateral

TímpanoContraforte

Tópicos a saber• Principais características que definem o estilo românico:

edifícios de aspeto pesado, muros maciços, pequenas janelas,

contrafortes; • Preocupação com aspeto defensivo (torres, merlões e ameias...); • Uso de arcos de volta perfeita e de abóbadas de berço – na nave

principal e nas naves laterais; • Plantas de esquema longitudinal (planta de cruz latina), basilical,

com cabeceiras complexas e transepto desenvolvido; • 3 ou 5 naves (se forem grandes igrejas de peregrinação).

Sé Velha, Coimbra

Sistemas de cobertura Em algumas igrejas românicas, as abóbadas eram

substituídas por cúpulas. Como se fazia a passagem do quadrado da planta para a

semiesfera (cúpula)? Trompas; Pendentes

Cada abóbada ou cúpula forma um tramo: Formado por dois arcos formeiros (que separam as

naves); Arcos cruzeiros que formam as arestas ou nervuras da

abóbada.

As abóbadas românicas

Abóbada de aresta

Abóbada de berço

Arcos toraisArcos cruzeiros

Arcos formeiros

Sistemas de cobertura

Catedral de Durham, InglaterraVista interior

Sistemas de cobertura A pressão contínua exercida por cúpulas ou

abóbadas é descarregada através dos arcos para: Pilares; Colunas.

Dos pilares e das colunas a força é transferida para as naves laterais e para as paredes exteriores do edifício: As paredes eram grossas e tinham o apoio de

contrafortes adossados nas paredes exteriores.

Fazem a divisão entre as naves

Sistemas de cobertura e suporte

Pendente

Trompa

O alçado interno

Alçado interno:A. Catedral de Saint-Étienne de Caen; FrançaB. Catedral de Winchester, Inglaterra

Clerestório

Tribuna

Arcada principal

Catedral de Ely, Inglaterra, século XII

A configuração exterior

A igreja românica possui uma sábia combinação de volumes esféricos, dados pela cabeceira; paralelepipédicos, dados pelo corpo da igreja e pelo transepto, poliédricos e piramidais dados pelas torres sineiras e lanterna.

Esquema volumétrico das catedrais românicas

Decoração arquitetónica A decoração está presente nas cornijas,

rosáceas e portais. Abaixo das cornijas estão os arcos cegos e

cachorradas e algeroses: As cachorradas possuem formas diversificadas –

antropomórficas, geométricas, etc. Os algeroses destinavam-se a escoar as águas

das chuvas. No portal encontramos a rosácea,

trabalhada com motivos geométricos e florais.

CachorradasCornija

A fachada da igreja românica

rosácea

Catedral de Modena, em Itália, c. 1184

As igrejas italianas têm, normalmente, rosácea na frontaria, enquadrada na nave central, facto que é sentido pela forte divisão provocada pelos contrafortes, no exterior.

Os portais românicos

Igreja de Saint-Gilles-du-Gard, França, século XII

arquivoltas

lintel

mainel

tímpano

colunelo

A arquitectura românica

História da Cultura e das ArtesMódulo 3 – A Cultura do Mosteiro

A diversidade da arquitectura românica na Europa;

Os Castelos;

Os Mosteiros;

Apesar dos traços comuns que a definem como estilo, a arquitectura românica religiosa possui uma grande variedade nacional e até regional, que resulta das peculiaridades técnico-construtivas de cada região.

O Românico na Itália

Catedral de Pisa, Itália, consagrada em 1118

O Românico na Alemanha

É uma abadia beneditina, com grande variedade de torres e planos de várias alturas. É sóbria, requintada e os seus volumes possuem grande clareza formal e construtiva.

Abadia de Santa Maria Laach, Alemanha, iniciada em 1093 e consagrada em 1156

O

Românico

Espanhol

Igreja de San Martin deFrómisia, Espanha, séc. XII

Os castelos foram das poucas construções românicas que sobreviveram até aos dias de hoje pois, numa época marcada, ainda, pela recessão material e técnica, a maior parte dos edifícios era construída em madeira e outros materiais perecíveis.

Reconstituição de castelo românico

4. Ponte levadiça

5. Fosso

3. Adarve

2. Torreão

6. Torre de menagem1. merlões e ameias

A torre de menagem

Organização do espaço interno de uma torre medieval enquanto morada de nobres e cavaleiros.

O armamento medieval

elmo

Aqui ao lado direito encontra-se um cavaleiro vestido com uma armadura do século XII; é uma armadura de malha. As luvas do cavaleiro também são de malha, mas as palmas da mão são de cabedal e são designadas de abafadores; as calças de malha têm por objectivo proteger as pernas e os pés; os ombros também são protegidos por uma coifa; por baixo da sobrecasaca encontra-se o jaquetão vermelho; o elmo leva a crista heráldica do cavaleiro.

O Castelo de Pombal

Os castelos eram fortificações militares de cariz defensivo, erguidos geralmente em locais estratégicos (como pontos altos ou linhas fronteiriças).

Adarve

Torreão

O mosteiroAbadia cisterciense de Fontfroide, França, fundada em 1097

O mosteiro dividia-se em diversas dependências (dormitório, refeitório, cozinha, enfermaria, hospedaria). O centro organizador do mosteiro é o claustro – espaço quadrangular descoberto, que orientava o monge para as restantes divisões.

A arquitectura românica em PortugalA escultura românica

História da Cultura e das ArtesMódulo 3 – A Cultura do Mosteiro

O Românico em Portugal A manifestação da arquitectura românica

em Portugal (do Minho ao Alentejo) teve início

no século XII e prolongou-se até finais do séc.

XIII. Este estilo desenvolveu-se durante a

afirmação da independência de Portugal. A

arquitectura românica religiosa em Portugal é

constituída por pequenas igrejas inseridas entre

comunidades rurais que, consoante a riqueza

dos seus patronos e recursos disponíveis, se

revestiu de maior ou menor qualidade técnica e

decorativa.

Igreja de S. Salvador de Bravães, 1088-1125

As Sés

Sé de Lisboa, século XII

«Sé Velha» em Coimbra, séc. XII

As torres de atalaia

Igreja de São Salvador de Travanca, construção do século XIIII.

Torres de atalaia – construída junto a mosteiros e domínios senhoriais.

Os castelos-refúgioCastelo de Almourol, 1171

A escultura medieval

Os primórdios da escultura medieval

encontram-se na arte paleo-cristã e na arte

dos povos bárbaros. De salientar que o

relevo foi o mais usado em detrimento da

estatuária, sendo notória a regressão

técnica.

A escultura românica

Baixo-relevo de um pilar do claustro inferior do Mosteiro de São Domingos de Silos, Burgos, Espanha, séc. XII.

Boccioni, Formas Únicas em Continuidade no Espaço, 1913, Bronze.

A figura humana foi gravada e pouco modelada, encontrando-se sempre de frente, com pouco realismo anatómico, de cabeça e olhos grandes, verticalidade, posição e gestos formais e vestes pregueadas, mas com pouca plasticidade; o nu raramente era apresentado.

Capitel românico

O capitel tem forma troncocónica

Pode apresentar relevos (vegetalistas, animalistas, geométricos...)

Pode ser um capitel historiado relatando cenas do ciclo pascal.

Os capitéis eram aplicados nas colunas e pilares de claustros e igrejas, constituindo, pelo seu significado doutrinal, um autêntico roteiro de ascese.

Capitel românico

Virgens Românicas Com posições muito rígidas;

Eram objetos de veneração;

Por regra eram só trabalhadas de frente e nos lados (por estarem adossadas nas paredes das igrejas);

Feitas em metais preciosos, em madeira, gesso ou pedra estucada.

A pintura paleocristã Era utilizada nas absides e

cúpulas; A cor era utilizada de forma

suave recorrendo ao vermelho, verde e mais raramente ao azul;

As composições eram planas e lineares;

Os corpos eram simplificados e com gestos formais;

Utilização de olhos grandes para reforçar a expressividade

Adão e Eva, fresco da Ermida de Vera Cruz de Maderuelo, Espanha, século XII

O desenho prevalece sobre a cor As posições são formalizadas e esquematizadas em posições angulosas.

Livros sagrados - códices

HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES

A arte muçulmana

A dispersão geográfica do mundo islâmico

Damasco

Bagdade

5 pilares da religião islâmica A religião Islâmica possui cinco pilares, são eles:

a Fé (Não há outra divindade além de Deus e Muhammad é o seu profeta);

a Oração (5 vezes ao dia – alvorada, meio-dia, meio da tarde, crepúsculo, noite);

Zakat (esmola aos pobres); Jejum (durante o mês sagrado do Ramadão); Peregrinação (pelo menos uma vez na vida todos os

muçulmanos devem peregrinar até à cidade de Meca).

A arte muçulmana distinguiu a arquitectura como a arte maior com preferência pelas linhas rectas/curvas. Outro dos traços distintivos desta arte é a recusa da representação figurativa em pintura e escultura a fim de evitar a idolatria (culto a imagens).

Mesquita de Ibn Tulum, no Cairo (879 d.C.)

cubo

cilindro

cúpula

1. Arco em ferradura

2. Arco em ferradura apontada

3. Arco em ferradura peraltada

5 e 6. Arcos polilobados

Arcos usados na arquitectura islâmica

Taj Mahal, Agra, Índia, século XVII

Taj Mahal O templo foi mandado construir pelo

imperador Jahan em memória da sua esposa favorita, que deu o nome ao monumento.

A construção teve início em 1632 e

terminou em 1654.

Os mausoléus serviam para homenagear figuras importantes. Supõe-se que o mármore branco simbolizava a pureza que a esposa do imperador Jahan representava.

Mesquita de Aljama, dita de sexta-feira, em Ispahan, Irão, século XIII

1. Pátio ou sahn2. Fonte de abluções

3. Sala abobadada - iwan

4. haram

Minarete da mesquita de Samarra (Iraque) 848-852 d.C.

Os minaretes eram as torres das mesquitas muçulmanas que serviam para o muecin chamar os crentes para a oração.

Palácio de Alhambra

Palácio de Alhambra Os palácios muçulmanos, em regra, possuem uma planta

quadrangular;

Nos palácios muçulmanos existiam uma multiplicidade de aposentos dispostos em forma labiríntica;

Todas essas divisões eram dispostas em torno de um pátio central aberto, quadrangular;

Os palácios muçulmanos irão evoluir para um modelo mais aberto, com a existência de vários pavilhões rodeados por jardins.

Decoração arquitetónica

Azulejo muçulmano

Ribat de Susa

Questão

Enuncie as artes que concorriam para a decoração arquitetónica na arte muçulmana.

Arte produzida pelos cristãos peninsulares (quer em Portugal e em Espanha) que residiam em território muçulmano.

A arte moçárabe

Igreja de São Pedro da Lourosa (vista noroeste)

(vista da nave central)

Igreja de São Pedro de Balsemão (vista do retábulo)

(vista interior)

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