higienizaÇÃo na indÚstria de alimentos

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HIGIENIZAÇÃO NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS

Eng. Ma. Amanda Peregrine Primo

Apresentação

• Apresentação da palestrante• Titulação;

• Trajetória profissional.

• Apresentação dos participantes• Nome;

• Formação;

• Trajetória profissional.

Qualquer tipo de processamento industrial de alimentos

REQUISITO ESSENCIAL

MANUTENÇÃO DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITARIAS

microrganismos

presentes na matéria-prima

microrganismos que

que se agregam

ao produto ao longo

das várias etapas do processo

CARGA

MICROBIANA

CONTAMINANTE

DO PRODUTO

FINAL

principalmente em função do contato com superfícies e equipamentos, intensidade e condições de manuseio, qualidade da água e do ar, bem como fatores ambientais diversos

Importância da Higienização

Higienização: todo procedimento voltado à preservação da saúde (“eliminação” de agentes causadores de doenças).

• A higienização na indústria de alimentos se insere junto às Boas Práticas de Fabricação (BPF) e às Análises de Perigos e Pontos Críticos

de Controle (APPCC) e tem como objetivo principal a obtenção de produtos seguros para a população humana.

(ANDRADE, 2008)

Higienização

Importância da Higienização

Para qualquer ambiente onde se produza, processe,porcione ou armazene alimentos a higienizaçãoadequada do ambiente é fundamental para que seconsiga obter a segurança do alimento que ali está.

Higienização

O QUE É UM ALIMENTO SEGURO???

• É fundamental no sentido de evitar a ação dosfatores causadores da contaminação dos alimentosque pode levar:Perda de suas qualidades sensoriais e nutricionais;

Degradação do produto;

Enfermidades de maior ou menor gravidade para oconsumidor.

Higienização

COMO ESTAS ENFERMIDADES

PODEM SER VEICULADAS???

O agente é uma toxina previamente elaborada por um

determinado micro-organismo no alimento.

Não há necessidade de ingestão de micro-organismo,

mas uma simples ingestão de toxinas.

Quando há ingestão de alimentos que contêm micro-organismos

patogênicos vivos, sendo que estes se multiplicam no

organismo (infecção) e ao mesmo tempo produzem toxinas

(intoxicação).

Toxinfecção

Infecção de origem alimentar

Toxinose ( Intoxicação)

Ingestão de alimentos contendo

células vivas de micro-organismo

patogênico, colonização e/ou

invasão.

• A indústria de alimentos, ou qualquer ambiente que manipulealimentos, deve procurar meios que possibilitem efetuar uma perfeitahigienização no menor tempo possível e garantir ao consumidor finala segurança de adquirir um produto de altíssima qualidade semabsoluta presença de contaminantes.

Higienização

QUAIS SÃO ESTES CONTAMINANTES???

LEMBRANDO RAPIDAMENTE DOS MICRORGANISMOS• Microrganismo é o nome dado a todos os organismos compostos por

uma única célula e que não podem ser vistos a olho nu, sendo visíveis apenas com o auxílio de um microscópio. Embora, alguns, em determinadas fases de seu crescimento atingem tamanho macroscópicos, a exemplo dos fungos conhecidos como cogumelos, que chega a formar um falso tecido.

Os mais estudados na Microbiologia são as bactérias, fungos, vírus ealgumas algas. Além destes, protozoários, helmintos, ácaros sãoestudados em Parasitologia.

Quais os tipos de microrganismos existem?

• VÍRUS

• BACTÉRIAS

PROTOZOÁRIOS

FUNGOS

Vírus

• A palavra “vírus” vem do latim, e significa veneno ou toxina. Os vírus são agentes infecciosos que causam doenças, como por exemplo: • Gripe

• Caxumba

• Sarampo

• Catapora

• Aids

• Dengue

• Poliomielite

Bactérias

• São micro-organismos extremamente pequenos.

• Tamanho médio: 0,000001 a 0,000003.

• Cárie

• Pneumonia

• Sífilis

• Diarréia

Protozoários

• São micro-organismos causadores de doenças como:

• Doença de Chagas

• Malária

• Toxoplasmose

• Giardia

Fungos

• Micose

• Bolores

• Candidíase

• Dermatite Seborréica

Principais veículos de contaminação

Terminologia técnica

• Limpeza: remoção física de terra, resíduo alimentício, sujidades,graxas ou outras matérias indesejáveis.

• Desinfecção: redução, através de agentes químicos ou métodosfísicos, do número de microrganismos no ambiente, até um nível quenão comprometa a segurança do alimento e/ou seu estado de própriopara consumo.

Fonte: RECOMMENDED INTERNATIONAL CODE OF PRACTICE GENERAL PRINCIPLES OF FOOD HYGIENE -CAC/RCP 1 CAC/RCP 1-1969, Rev. 4 (2003) 1969, Rev. 4 (2003)

CODEX ALIMENTARIUS:

• Desinfecção: eliminação das formas vegetativas dos microrganismos patogênicos – Legislação de Saneantes/2007.

• Desinfetante: agente que elimina todos os patogênicos (formas vegetativas) – Legislação Saneantes/2007.

• Sanitizante: agente que reduz o nº de microrganismos patogênicos a níveis seguros – Legislação de Saneantes/2007.

• De forma geral...

• A sanitização pode ser entendida como sendo um conjunto de procedimentos higiênico-sanitários visando garantir a obtenção de superfícies, equipamentos e ambientes com características adequadas de limpeza e baixa carga microbiana residual.

A higiene na indústria de alimentos visa basicamente à preservação da pureza, da

palatabilidade e da qualidade microbiológica dos alimentos. Assim, a higiene industrial auxilia na

obtenção de um produto que, além das qualidades nutricionais e sensoriais, tenha uma boa condição higiênico-sanitária não vindo a oferecer quaisquer

riscos à saúde do consumidor.

A adoção de práticas higiênicas nas indústrias de alimentos e o uso

adequado dos agentes de limpeza e sanitização têm como finalidade obter

produtos alimentícios de qualidade satisfatória. Especialmente, no caso de

alimentos perecíveis, a aplicação de técnicas apropriadas de higiene e

sanitização permitirá obter produtos de boa qualidade, do ponto de vista de

saúde pública, atendendo exigências de padrões microbiológicos e permitindo

obter produtos com uma vida de prateleira mais longa.

A higiene e a sanitização dos equipamentos são, sem dúvida,

operações fundamentais no controle sanitário em indústrias alimentícias,

entretanto, frequentemente são negligenciadas ou efetuadas em

condições inadequadas.

Princípio - para reflexão

• “Uma desinfecção sem prévia limpeza resulta, no mínimo, em umprocesso antieconômico, e uma limpeza sem desinfecção posteriorresulta num processo higiênico insuficiente (OPAS).

• Nenhum procedimento de desinfecção pode dar resultadosplenamente satisfatórios, a menos que a sua aplicação seja precedidapor uma limpeza completa (Codex Alimentarius).”

• “Para alcançar e manter um controle microbiano, o processo delimpeza deve ser seguido de uma desinfecção (ICMSF).”

A ETAPA LIMITANTE DA HIGIENIZAÇÃO É A LIMPEZA E

NÃO A DESINFECÇÃO

Princípio da Higienização - Sinner

HE = (EQ x EM x ET) x T

4 variáveis determinantes da eficácia Limpeza / Higienização

Antes de dar início a um programa dehigienização, é necessário que hajaconhecimento: do tipo de resíduo que será removido; da natureza da superfície; dos métodos de higienização aplicados.Todos estes fatores são importantes na escolha dos agentes de limpeza e sanificação.

Qualquer material indesejável na superfície dosequipamentos ou local onde o produto é produzido.

Resíduo do produto;Água;Resíduo de detergente;Microrganismo;Vidro/metal.

Resíduo

Visível

Visualizado ao olho nu;

Resíduo de produto

Identificado através de check-list e auditorias;

Remoção: detergente e água

Invisível

Visualizado somente no microscópio;

Microrganismos;

Identificado através de análises específicas;

Remoção: sanitizante

Tipos de Resíduos

Capacidade de sobrevivência ou multiplicação dos

microrganismos

Fatores Intrínsecos

• pH

• Atividade de água (Aw)

• Potencial de óxido-redução (Eh)

• Composição química

• Fatores antimicrobianos

• Estrutura biológica

• Interação entre microrganismos

Fatores Extrínsecos

• Temperatura

• Umidade

• Composição gasosa da atmosfera

Fatores intrínsecospH• Os microrganismos apresentam valores

de pH, mínimo, ótimo e máximo para multiplicação.

• A maioria dos microrganismos crescem melhor em pH próximo daneutralidade (6,5 a 7,5)

TAXA DE CRESCIMENTO DE ALGUNS MICRORGANISMOSMicrorganismo pH ótimo pH máximo pH mínimo

Bactérias (maioria) 6,5 a 7,5 9,0 4,5

Bolores 4,0 a 6,8 8,0 a 11,00 1,5 a 3,5

Leveduras 4,0 a 6,5 8,0 a 8,5 1,5 a 3,5

Fonte: Franco & Landgraf, 2008

• Maior tolerância a valores baixos de pH

BOLORES > LEVEDURAS > BACTÉRIAS

• Microrganismos patogênicos apresentam uma faixa de pH mais estreita

Fatores intrínsecospH

Classificação dos alimentos quanto ao pH

• Baixa acidez = pH > 4,5 ⇒ mais sujeitos ao crescimento microbiano

• Ácidos = pH entre 4,0 e 4,5 ⇒predominância do crescimento de bolores e leveduras• poucas bactérias (láticas e espécies

de Bacillus)

• Muito ácidos = pH < 4,0 ⇒crescimento de bolores e leveduras

Crescimento dos microrganismos em função do pH

Alimentos pouco ácidos4,6 < pH < 7,0

Alimentos ácidospH < 4,6

Bactérias patogênicasBactérias esporuladasBactérias láticasBactérias acéticasBoloresLeveduras

Bactérias acéticasBactérias láticasBoloresLeveduras

Efeito dos ácidos nos microrganismos

• Maior gasto de energia para manter o pH intracelular

• Desnaturação de proteínas, DNA

• Alteração da atividade das enzimas responsáveis pelas atividades vitais da célula

• Menor velocidade de crescimento

Adaptação bioquímica a extremosde pH• Acidófilos e alcalófilos mantém pH interno próximo da

neutralidade eliminam OH- ou H+

• pH ácido = aminoácido descarboxilase produzem aminas ↑ pH

• pH básico = aminoácido desaminase produzem ácidos ↓ pH

Atividade de água (Aw)

Os microrganismos necessitam de água livre para suas atividades metabólicas

• Os microrganismos apresentam• Aw ótima• Aw mínima• Aw máxima

𝐴𝑤 =𝑃

𝑃0VARIA DE 0 A 1,0

• P = pressão de vapor de água no alimento• P0 = pressão parcial de vapor da água pura

Aw e o desenvolvimento de microrganismos• > 0,95 = Bactérias patogênicas ( exceção S. aureus)

• > 0,91 = Bactérias deterioradoras

• 0,60 a 0,91 = bolores e leveduras

• 0,60 = valor limitante de Aw para multiplicação de qualquer microrganismo.

Aw, temperatura e disponibilidade de nutrientes são interdependentes.

Faixa de Aw Microrganismos capazes de se desenvolver

Alimentos com Aw na faixa indicada

1,00 – 0,95 Pseudomonas, Escherichia, Proteus, Shigella, Klebsiella, Bacillus, Clostridium perfringens e algumasleveduras.

Alimentos muito perecíveis (frutas frescas, vegetais, carnes, peixe), lingüiças, salsichas e pães cozidos, alimentos contendo até 40% de sacarose e 7% de sal.

0,95 – 0,91 Salmonella, V. parahaemolyticus, C. Botulinum, Serratia, Lactobacillus, Pediococcus, alguns fungos, Rhodotorula, Pichia.

Alguns queijos (cheddar, suíço, provolone), carnes curadas (presunto), concentrado de frutas, alimentos contendo até 55% de sacarose ou 12% de sal.

0,91 – 0,87 Muitas leveduras (Candida, Torulopsis, Hansenula), Micrococus.

Embutidos fermentados (salames), bolos confeitados, queijos desidratados, margarina, alimentos contendo até 65% de sacarose ou 15% de sal.

Faixa de Aw Microrganismos capazes de se desenvolver

Alimentos com Aw na faixa indicada

0,87 – 0,80 A maioria dos fungos, Staphylococcusaureus, a maioria das Saccharomycesspp., Debaryomyces

Concentrados de frutas, leite condensado, xaropes de chocolate e frutas, farinha, arroz, granulados contendo 15 a 17% de umidade, bolos de frutas, presuntos caseiros, foundies e confeitos açucarados.

0,80 – 0,75 A maioria das bactérias halófilas. Geléias, marmeladas, marzipã, glacê de frutas e marshmallow.

0,75 – 0,65 Fungos xerofílicos (Aspergilluschevalieri, A. candidus, Wallemia sebi), Saccharomyces bisporus.

Flocos de aveia contendo 10% de umidade, cremes para recheio, geléias, marshmallow, melaço, caldo de cana de açúcar, algumas frutas secas e castanhas.

0,65 – 0,60 Leveduras osmofílicas (Saccharomyces rouxii), poucos fungos (Aspergillusechinulatus, Monascus, Monascusbisporus).

Frutas secas contendo de 15 a 20% de umidade: algumas balas, caramelos e mel.

Faixa de Aw Microrganismos capazes de se desenvolver

Alimentos com Aw na faixa indicada

0,50 Sem proliferação microbiana Macarrão e massa similares, contendo 12% de umidade, temperos com 10% de umidade.

0,40 Sem proliferação microbiana Ovo em pó com 5% de umidade

0,30 Sem proliferação microbiana Biscoitos e torradas com 3-5% de umidade

0,20 Sem proliferação microbiana Leite em pó (2 – 3% umidade), vegetais desidratados (5% umidade), flocos de milho (5% umidade), sopas desidratadas

Redução da Aw no alimento• Adição de soluto sal, açúcar, glicerol

• Remoção da água desidratação e congelamento

Diminuição da Aw = aumento da duração da fase lag e diminuição do crescimento microbiano

Potencial de oxi-redução (Eh)

• O que é?• Facilidade com que determinado substrato ganha ou perde elétrons

• Substrato perde elétrons OXIDADO

• Substrato ganha elétrons REDUZIDO

• Quando ocorre a transferência de elétrons de um composto para outro gera diferença de potencial (mV).

• Quanto mais oxidado um composto mais positivo é seu Eh

• Quanto mais reduzido é um composto mais negativo é seu Eh

O que os microrganismos requerem para multiplicação

Potencial de oxi-redução

Microrganismo Eh

Aeróbios (maioria dos bolores, leveduras oxidativas e muitas bactérias, principalmente as causadoras de deterioração (Pseudomonas, Moraxella, Acinetobacter, Flavobacterium) B. cereus)

+ 350 a + 500 mV

Anaeróbios (algumas bactérias patogênicas (C. botulinum) e bactérias deteriorantes (Desulfomaculum nigrificans), algumas espécies de Clostridium (C. perfringens))

Menor que -150 mV

Eh de alguns alimentos

Alimento Eh (mV)

Suco de uva 409

Frutas frescas e vegetais 300 a 400

Leite 200 a 300

Carne moída 200

Carnes em grandes pedaços -200

Grãos de trigo -320 a -360

Queijos -20 a -200Fonte: Falconi, 2012

Composição química

• Nutrientes necessários para a multiplicação microbiana• Água

• Fonte de energia (carbono)• Açúcar, álcool, aminoácido, amido, celulose, gordura

• Fonte de nitrogênio• Aminoácidos, peptídeos, proteínas

• Vitaminas• Complexo B, biotina, ácido pantotênico

• Carne – muita vitamina B

• Frutas – pouca vitamina B

• Sais minerais• Sódio, potássio, cálcio, magnésio, ferro, cobre, manganês, fósforo, zinco,

enxofre, cobalto e molibidênio

Constituintes antimicrobianos

• Substâncias que apresentam a capacidade de retardar ou impedir a multiplicação microbiana.

• Podem ser:

• Naturais;

• Produzidas pelos microrganismos;

• Adicionadas aos alimentos.

Substância Microrganismo

Ácido propiônico Bactéria propiônica

Ácido lático Bacteria lática

Álcool Levedura

Antibiótico Bolores

Bacteriocinas Vários, especialmente bactérias gram-positivas

Água oxigenada Estreptococos e lactobacilos

Constituintes antimicrobianos - Produzido por microrganismos

Fonte: Falconi, 2012

Constituintes antimicrobianos -Adicionados aos alimentos

• Ácidos• Nitratos e nitritos• Dióxido de enxofre e sulfitos• Nisina

Fatores extrínsecos - Temperatura

TEMPERATURA (°C)

GRUPO MÍNIMA ÓTIMA MÁXIMA

Termófilos 40 – 45 55 – 75 60 – 90

Mesófilos 5 – 15 30 – 45 35 – 47

Psicrófilos -5 - +5 12 – 15 15 – 20

Psicrotróficos -5 - +5 25 – 30 30 – 35

Classificação dos microrganismos com base na temperatura ótima para crescimento

• Psicrotróficos• Pseudomonas, Alcaligenes, Flavobacterium, Micrococcus.

• Mesófilos• A maioria das espécies

• Maior parte dos patógenos

• Termófilos• Algumas espécies de Bacillus e Clostridium

Fatores extrínsecosTemperatura

• Outros microrganismos

• Bolores• Faixa ampla de temperatura

• Crescem em temperatura de refrigeração

• Leveduras• Crescem em temperatura de psicrotróficos e mesófilos

Fatores extrínsecosTemperatura

A esta temperatura os micro-organismoscomeçam a morrer em poucos minutos.

Se tiver que aquecer alimentos já prontosassegure que será atingido 82oC no centro doalimento.

É a temperatura ideal para os

micro-organismos se multiplicarem.

(5-63oC )

A esta temperatura os micro-organismos não semultiplicam, mantém-se inativos, mas nãoMORTOS.

Temperatura na qual ocorre o congelamento daágua 0oC.

Ponto de fervura da

água 100oC, cozimento

63-65oC é a mínima temperatura para se iniciar o processode morte de micro-organismos, no mínimo 30 minutos aesta temperatura

Refrigeração

• Os micro-organismos se multiplicam

rapidamente, podendo passar de

1 micro-organismo para mais de 2.000.000.00

em apenas 7 horas.

0 HORA

1

4 HORA

4000 MIL

7 HORA

Umidade relativa (UR)

• 𝑈𝑅𝑒𝑞 = 𝐴𝑤 𝑥 100

• UReq = umidade relativa de equilíbrio

• UR > Aw – absorção de água

• UR < Aw – perda de água

Composição gasosa do ambiente

• Presença de O2 – aeróbios facultativos• Streptococcus, Staphylococcus, Pseudomonas

• Ausência de O2 – anaeróbios facultativos• Fusobacterium, Clostridium

ATMOSFERA MODIFICADA

• Substituição total ou parcial do O2 por outros gases – prolonga o tempo de armazenamento dos alimentos• CO2, nitrogênio

Teoria dos obstáculos

Interações entre os fatores intrínsecos e extrínsecos para impedir a multiplicação de microrganismos deterioradores e patogênicos,

melhorando a estabilidade e a qualidade de alimento.

• São os fatores intrínsecos e extrínsecos que afetam a vida e a morte dos microrganismos

• A ação conjunta ou de mais de dois fatores podem potencializar ou não e até limitar, o efeito isolado dos fatores sobre os microrganismos• impede a deterioração veiculação de doenças

• aumenta a vida útil dos produtos

• garante a qualidade dos alimentos

Teoria dos obstáculos

Formação de biofilmes

• Por muito tempo foi considerado que as bactérias viviam de forma isolada. No entanto, observou-se que ocorre associação, e nas últimas décadas também uma comunicação entre as bactérias. Esse tipo de comportamento comunitário permite a formação de uma estrutura multicelular complexa denominada BIOFILME (FUQUA et al., 1996).

• Os biofilmes mais comuns na natureza são heterogêneos, compostos por duas ou mais espécies• os produtos do metabolismo de uma espécie auxiliam o crescimento das

demais e a adesão de uma dada espécie fornecem substâncias que promovem a ligação de outras

• A competição pelos nutrientes e a acumulação de metabólitos tóxicos produzidos pelas espécies colonizadoras poderão limitar a diversidade de espécies num biofilme.

•Do ponto de vista da segurança de alimentos:• os biofilmes são importantes devido à sua formação em

alimentos, utensílios e superfícies e à dificuldade encontrada em sua remoção. Se formados em materiais da linha de produção da indústria de alimentos, podem acarretar risco à saúde do consumidor e prejuízo financeiro à indústria (FLACH et al., 2005).

• Dos microrganismos frequentemente encontrados num biofilme, predominam-se as bactérias• Dado às elevadas taxas de reprodução, grande capacidade de adaptação e de

produção de substâncias e estruturas extracelulares (NITSCHKE, 2006).

• Dentre os microrganismos que podem participar de processos de adesão e podem gerar problemas de saúde pública ou de ordem econômica, ressalta-se: Pseudomonas aeruginosa, Pseudomonasfragi, Pseudomonas fluorescens, Micrococcus sp. e Enterococcusfaecium. Como exemplos de patogênicos pode-se citar: Listeriamonocytogenes, Yersinia enterocolitica, Salmonella thyphimurium, Escherichia coli O157:H7, Staphylococcus aureus e Bacillus cereus(CRIADO et al. , 1994; LERICHE e CARPENTIER, 1995; SMITH e FRATÂMICO, 1995; ANDRADE et al.,

1998; PARIZZI et al., 2004).

Os biofilmes podem ser benéficos ou indesejáveis na indústria de alimentos

Biofilmes benéficos• Biorreatores para a produção de fermentados;

• Bactérias produtoras de ácido acético se agregam em fragmentos de madeira e convertem diversos substratos em vinagre;

• Tratamentos aeróbios e anaeróbios de águas residuárias na remoção de matéria orgânica e inorgânica.

• Diminuem a eficiência de calor em trocador de calor;

• Diminuem o fluxo das tubulações;

• Desencadeiam processos corrosivos;

• Fontes de contaminação.

Biofilmes indesejáveis

• Na indústria de alimentos os biofilmes podem se acumular em umavariedade de substratos como, por exemplo: aço inox, vidro,borracha, polipropileno, fórmica, ferro, poliestileno de baixadensidade, policarbonato, entre outros.

• Convém ressaltar que o biofilme, quando submetido ao calor, podecristalizar e formar depósitos ou crostas que são muito aderentes,protegendo novos microrganismos e dificultando ainda mais osprocedimentos de higiene

(PARIZZI et al., 2004).

Como evitar a formação de biofilmes

• Para se evitar a formação de biofilmes na indústria de alimentos é essencial o estabelecimento e a adequação das medidas de higiene e sanitização (ARAÚJO, 2006).

• São necessárias duas a quatro semanas para formação de um biofilme, portanto esses se formariam apenas em sistemas onde a limpeza e a sanitização forem deficientes (LEMOS, 2002).

• Um biofilme microbiano presente numa superfície com resíduos oriundos do alimento impede um efetiva penetração do sanitizante para eliminar microrganismos.

• O sanitizante reage inicialmente com: resíduos de proteínas, gordura, carboidratos e minerais.

• Ao final, pouca atividade do sanitizante resta para agir sobre os microrganismos no biofilme.

• Quando o biofilme é tratado corretamente com detergente antes do uso dos sanitizantes, os microrganismos geralmente são eliminados. No entanto, procedimentos de higienização incorretos não removem nem inativam ao microrganismos aderidos

Natureza da superfície

• Materiais que compõe a superfície que entrará em contato com o alimento devem ser:• Resistentes à corrosão;

• Não tóxicos;

• Mecanicamente estáveis;

• Não apresentar influência adversa como: transmissão de odor, cor, ou mancha indesejável;

• Não contribuir para a contaminação do alimento.

• Algumas superfícies podem propiciar processo de adesão bacteriana e a formação de biofilme (DUTRA; ALESS; MARIOT, 2008);

• A adesão ocorre quando a contagem de microrganismo na superfície atinge os valores entre 104 UFC/cm² e 105 UFC/cm², contagens acima destes valores já caracterizam a formação de biofilme (ANDRADE, 2008).

Natureza da superfície

Metais

• AÇO CARBONO: • propenso à ferrugem por detergentes ácidos e clorados, normalmente é

estanhado ou galvanizado. Deve ser utilizado detergente neutro.

• AÇO INOXIDÁVEL: • geralmente resistente à corrosão; liso e impermeável; resistente à oxidação à

altas temperaturas; de fácil limpeza;• Caro, alguns são atacados por átomos de halogênios (cloro, iodo, bromo e

flúor);• A seleção depende de fatores como: propriedade corrosiva (íons, pH,

temperatura), processo de limpeza, produtos químicos;• Presença de fissuras provoca entrada de resíduos, que dificultam o processo

de higienização e facilitam a formação de biofilmes.

Não metais

• MADEIRA:• Podem ser utilizados em casos específicos: quando auxilia na regulação da UR

ou microbiana (maturação) – devem ser higienizadas de forma efetiva;

• Deve ser evitado, a menos que seja imprescindível e que seu controle demostre que não constitui uma fonte de contaminação (BRASIL, 1997);

• MATERIAIS POLIMÉRICOS E ELASTÔMEROS:• Borracha deve ser não porosa e não esponjosa; não é afetada por solventes

alcalinos, mas por solventes orgânicos e ácidos fortes;

• Podem ser danificados por compressões térmicas ou mecânicas excessivas ou deformação, afetando negativamente a higienização do material;

Não metais

• TINTA:• Qualidade da superfície depende da aplicação; pode ser danificada por

substâncias alcalinas fortes;

• VIDRO: • Deve ser liso e impermeável; pode ser destruído por compostos alcalinos

fortes, devendo ser higienizados com detergente moderadamente alcalinos ou neutros;

Características das superfícies nas instalações de uma empresa alimentar

Fonte: MARRIOT, 1997

Agentes detergentes

• A escolha do detergente vai depender do tipo e da quantidade de sujidade a remover, assim como das suas características ao nível da solubilidade.

• Normalmente uma sujidade inorgânica requer um detergente ácido, enquanto que as sujidades orgânicas são melhor removidas por detergentes alcalinos.

Agentes altamente alcalinos

• Estes produtos utilizam-se para a remoção de impurezas incrustadas ou queimadas.

• Nas concentrações em que são usados são extremamente corrosivos para muitos materiais e em contato com a pele podem provocar queimaduras muito graves.

• Na aplicação destes produtos, há que tomar medidas de proteção pessoal.

• Exemplos : hidróxido de sódio (soda cáustica) e silicatos.

Agentes moderadamente alcalinos

• São eficientes na remoção de gorduras mas não na remoção de resíduos minerais.

• Estes compostos apresentam poderes de dissolução moderados e podem ser desde ligeiramente corrosivos a nada corrosivos.

• Exemplo: carbonato de sódio que é muito usado em limpeza manual e em sistemas de produção de vapor.

Agentes alcalinos suaves

• São muito usados para a limpeza manual de áreas ligeiramente sujas.

• Estes compostos (por ex: soluções de bicarbonato de sódio) são eficazes em água sem calcário, mas não removem os resíduos minerais.

Agentes tensoativos

• Também chamados detergentes neutros – quando adicionado a um meio líquido em baixa concentração, diminui sensivelmente a tensão superficial do meio, aumentando a capacidade de molhadura;

• Melhorar a atividade umectante e de penetração do produto

Aniônicos – alquilbenzeno de sódio e o dodecilbenzeno sulfonado de sódioCatiônicos – sais quaternários de amônioNão iônicos - alquil etoxilados e os alquil fenólicos etoxilados

Agentes ácidos

• Removem os materiais que estão secos ou incrustados nas superfícies e dissolvem os minerais.

• São produtos especialmente eficazes na remoção dos depósitos minerais formados pelos agentes de limpeza alcalinos.

• Quando a água é aquecida a temperaturas superiores a 80°C, alguns dos minerais depositam-se e aderem às superfícies metálicas.

• Os agentes ácidos dissolvem os minerais dos depósitos de modo a que sejam facilmente removidos.

Agentes ácidos

• Ácidos orgânicos (como o cítrico, o tartárico, o sulfâmico) não corroem superfícies, não irritam a pele e são facilmente removidos com água.

• Ácidos inorgânicos são excelentes a remover e a controlar os depósitos minerais, mas podem ser bastante corrosivos para as superfícies e irritantes para a pele.

• Os agentes ácidos são usados mais para situações muito específicas do que para uso geral.

• São menos eficazes que os agentes alcalinos na remoção de sujidades causadas por gorduras, óleos e proteínas.

Agentes fortemente ácidos

• Corroem a grande maioria dos metais e estruturas de aço.

• O aquecimento de agentes ácidos leva à produção de gases tóxicos e corrosivos que podem afetar os pulmões.

• Removem minerais e a matéria incrustada nas superfícies dos equipamentos de vapor, caldeiras e alguns equipamentos de processamento alimentar.

• Quando a solução está muito quente, os minerais podem redepositar-se e formar uma película.

• Exemplo: ácido fosfórico.

Agentes moderadamente ácidos

• Estes compostos são ligeiramente corrosivos e podem causar reações sensíveis.

• Alguns destes produtos podem atacar a pele e olhos.

• Exemplos: ácidos levulínico, hidroacético e gluconico.

Os ácidos orgânicos são adequados para limpezas manuais e conseguem amaciar a água.

São, no entanto, mais caros que outros agentes ácidos.

Solventes

• Os solventes consistem em soluções de éter ou álcool.

• Funcionam bem contra sujidades provocadas por produtos à base de petróleo, como óleos e gorduras lubrificantes.

• Habitualmente as empresas alimentares utilizam agentes alcalinos para remover sujidades orgânicas e solventes para remover grandes quantidades de depósitos de petróleo em áreas de manutenção e nos motores.

• O uso de solventes deve ser controlado.

Agentes sequestrantes

• Evitar o depósito ou aglomeração de sais na superfície;

• Mais eficientes nesta função e mais estáveis que os fosfatos em temperaturas mais elevadas;

• Exemplo: EDTA (etilenodiaminotetracetato de sódio).

Fosfatos

• Emulsificação dos resíduos de gordura;

• Diminuem a dureza da água por formação de complexos solúveis com sais divalentes e auxiliam na suspensão destes resíduos.

• Exemplo: ortofosfato de sódio.

Solubilidade em água, facilidade de remoção e efeito do calor dos principais resíduos

Detergentes recomendados na remoção de diferentes tipos de resíduos

Desinfecção• A seguir à limpeza, a desinfecção é usada para reduzir o número de

microrganismos viáveis, por remoção ou destruição e para prevenir o crescimento microbiano durante o período de produção.

• Este processo pode ser alcançado mediante a aplicação de agentes ou processos (químicos ou físicos) a uma superfície limpa.

• Especialmente requerida em superfícies úmidas, as quais oferecem condições favoráveis ao crescimento de microrganismos.

• Existem essencialmente 3 tipos de desinfecção: desinfecção por calor, desinfecção por radiação e desinfecção química.

• Desinfecção por calor: • Bom método, não é corrosivo e destrói todos os tipos de microrganismos; • Limitação: não pode ser utilizada em superfícies sensíveis ao calor, e ser cara. • Eficaz se assegurarmos que a temperatura atinja toda a superfície a desinfetar e

durante o tempo necessário para a destruição dos microrganismos (apresenta bons resultados em circuitos fechados).

• Desinfecção por radiação:• A mais usada é a Ultravioleta;• Usadas em situações específicas e as lâmpadas trocadas a cada 6 meses;

• Desinfecção por produtos químicos• A mais generalizada na indústria alimentar. • Na prática, não existem desinfetantes universais, pelo que é preciso algum

cuidado na escolha e aplicação dos desinfetantes.

Ácido peracético• Odor forte;• pH baixo – 2,8;• Normalmente produzido em concentrações de 5 a 15%;• Mais eficiente que o peróxido de hidrogênio;• Esporocida em baixas temperaturas;• Permanece ativo na presença de matéria orgânica;• Eficiente para gram-positivas, gram-negativas, fungos filamentosos e

leveduras, vírus e esporos bacterianos;• Pode ser aplicado sem enxaguar;• Eficácia não é afetada pelos resíduos de proteínas;• Não corrosivo ao inox [], irritante à pele e mucosas, baixa estabilidade no

armazenamento, incompatível com ácidos alcalinos concentrados e borrachas naturais e sintéticas.

Álcoois

• Os mais utilizados são: etílico, propílico e isopropílico;

• Etílico, mais usado a 70% - ação antimicrobiana mais eficiente –desnaturação proteica e remoção de lipídeos na membrana celular;

• Potentes bactericidas contra formas vegetativas de gram-positivas, gram-negativas, fungos, diversos vírus e micobactérias;

• Não são esporocidas e perdem sua eficácia na presença de matéria orgânica.

Clorhexidina

• Composto químico sintético;

• Não possui bom poder de molhagem, podem ser usadas formulações usando tensoativos catiônicos ou não iônicos.

• Soluções diluídas não possuem odor nem cor e não provocam danos à pele e mucosas;

• Ação contra gram-positivas, gram-negativas, leveduras e fungos. Baixa ação viricida, não atuam contra o bacilo da tuberculose, esporos e fungos filamentosos.

• Age através da perda do conteúdo celular por adsorção.

Compostos clorados

• Classificados em orgânicos e inorgânicos;

• Muito utilizados: baixo valor comercial, efetivos contra gram-positivas, gram-negativas, leveduras, fungos filamentosos e dependendo do pH até contra esporos bacterianos.

• Hipoclorito de sódio: mais eficaz em ambientes de pH ácidos, importante agente antimicrobiano no combate às células do biofime;

• Hipoclorito de cálcio: controle de doenças graves (tétano, tuberculose, etc.);

• Dióxido de cloro: mais esporocida que o ácido hipocloroso, pode ser usado como desinfetante e esterilizante, efetivo na presença de altas cargas de materiais orgânicos e pode ser usado no CIP.

Compostos de amônia quaternária (surfactantes catiônicos) • Agentes sanitizantes eficientes contra gram-positivas e termodúricas,

pouco eficientes contra gram-negativas, coliformes psicrotróficos e ineficientes contra esporos;

• Ineficazes na presença de material orgânico, inativada pelos sabões e água dura reduz sua eficácia;

• Desnaturam a proteína das membranas e do citoplasma bacteriano e quebra dos complexos lipoprotéicos;

• Bacteriostáticos em baixas concentrações e bactericidas em altas concentrações;

• Não são corrosivos nem tóxicos.

Compostos fenólicos

• Incolor, solúvel em água e de difícil manipulação;

• Altera a permeabilidade da membrana celular permitindo o extravasamento de constituintes essenciais à célula como os aminoácidos;

• Fungicidas, porém pouco eficientes contra esporos bacterianos e vírus;

• Ação antimicrobiana residual ao reagirem com a umidade;

• Não são voláteis e nem corrosivos, menos inativados pela matéria orgânica;

• Podem ser irritantes ou até mesmo corrosivos dependendo da concentração e tempo de exposição, odor forte e o contato prolongado pode causar lesões na pele.

Iodóforos

• Compostos derivados do iodo que combinam um agente tensoativo e um agente veiculador ácido;

• Boa ação de molhagem (tensoativo), penetração em fissuras e ranhuras;

• Afetados pela água dura;

• Atuam na prevenção da formação de incrustações e podem ser usados na nebulização para a diminuição da microbiota ambiental;

• Menor eficiência que os compostos clorados contra esporos bacterianos e bacteriófagos;

• Liberam odores indesejáveis.

Ozônio

• Apresenta forte odor e propriedades oxidantes ;

• Pode ser usado contra bactérias, fungos, vírus, protozoários e esporos de fungos e bactérias;

• Atua com a inativação enzimática (oxidação de aa) e oxidação de lipídeos;

• Maior eficiência em temperaturas mais baixas.

Peróxido de hidrogênio

• Forte ação oxidante – liberação de oxigênio;

• Possui atividade contra bactérias gram+ e gram-;

• Baixa toxidade e não tem necessidade de enxágue;

• Corrosivas ao cobre zinco e bronze;

• Na indústria de alimentos é utilizado na [ ] 0,3 e 6%, pH 4 e temperatura ambiente ou a 80°C de 5 a 20 min;

• Se usado em baixas temperaturas o tempo de contato deve ser maior e a concentração deve ser controlada;

• Eficiente contra biofilmes maduros em concentração de 0,08 a 0,2%;

• Seguro, não causa reações alérgicas e pode ser utilizado em concentração elevada.

Condições de uso de sanitizantes químicos mais usados para controle de mo em superfícies de processamento de alimentos

Eficiência sobre mo de alguns sanitizantesquímicos

Qualidade da água

• A qualidade da água é também um fator determinante.

• Deve ser própria para consumo:• limpa e transparente,

• branda (não precipita sabões nem forma incrustações),

• livre de microrganismos,

• não corrosiva.

• Água com dureza excessiva (excesso de sais inorgânicos - cloretos de cálcio e de magnésio, sulfatos e bicarbonatos) – reduz a eficácia de alguns detergentes e desinfetantes e contribui para a formação de incrustações na superfície do equipamento durante a evaporação.

• O uso de águas brandas está particularmente indicado para as operações de limpeza química.

• Relativamente à qualidade da água, existe legislação específica a qual deve ser consultada.

Qualidade da água

• Remoção dos resíduosLimpeza grosseira dos resíduos em contato com a

superfície com o auxílio de abrasivos físicos

• Pré-lavagemRemoção dos resíduos através da água

• LavagemRemoção dos resíduos pelo uso de soluções detergentes

com ou sem auxílio de abrasivos

Etapas da higienização

• EnxágüeRemoção de resíduos de detergente da superfície, através

da água

• SanificaçãoAplicação de solução sanificante para redução dos

microrganismos ainda presentes na superfície

• EnxágüeRemoção dos resíduos da solução sanificante quando

necessário

Etapas da higienização

Materiais de limpeza

• Não colocar equipamentos e utensíliosdiretamente no chão, quando isto ocorreracidentalmente lavá-los antes de utilizarnovamente;

• Não começar a higienização com produtosexpostos ou lixo na linha de produção;

• Lavar primeiramente as partes mais altas;

• Enxaguar seguindo um fluxo.

Procedimentos gerais

PRODUTOS NÃO DEVEM SER MISTURADOS

NUNCA MISTURE OS PRODUTOS OU APLIQUE UMPRODUTO EM CIMA DO OUTRO, POIS PODEMPRODUZIR GASES TÓXICOS OU/E INIBIR(NEUTRALIZAR) A AÇÃO DETERGENTE OUSANIFICANTE.

Procedimentos gerais

• É importantíssimo que todasas pessoas que participamdo processo de higienizaçãotenham consciência de quetodos os produtos delimpeza devem sermanipulados com cuidado ecom o uso de todos os EPI´sfornecidos pela empresa.

Cuidados com segurança

• Manual

Limpeza de superfícies através de esponjas escovas (peças,utensílios e partes de equipamentos);

Aplicada onde a limpeza mecânica não é aplicada, emlocais de difícil acesso e em locais onde a abrasão adicionalé necessária;

Concentração e temperatura do detergente são críticas.

Métodos de higienização

• Manual

Pré-lavagem (água morna);

Lavagem com solução detergente (escovas ou esponjas);

Enxágüe;

Sanificação;

Enxágüe final.

Métodos de higienização

Utensílios

• Escovas – as cerdas/pêlos devem ser tão ásperas/duras quanto possível sem prejudicar a superfície. • Materiais: pêlo de cavalo, fibra, nylon, entre outros.

• Escovas de nylon: fibras fortes, flexíveis, uniformes, duradouras e não absorvem a água.

• Escovas com cerdas/pelos absorventes não são higiênicas, que devem ser evitadas.

• Raspadores – podem ser usados quando a operação apresenta uma dimensão reduzida que não justifica usar limpeza mecanizada.

• Mecanismos abrasivos – tal como “palha de aço”, são bons na remoção manual de sujidades. • Não podem ser usados em superfícies que vão estar diretamente em contato

com alimentos, pois podem danificá-las e causar corrosão.

• Mangueiras/pistolas de água – devem ser suficientemente longas para chegar a todas as áreas que precisam de ser limpas, mas não demasiado devido às quedas de pressão. • Requer alguns cuidados para não “espalhar” a sujidade.

• Lavagem com água quente – é um método de limpeza muito usado. • Os açúcares e outros carboidratos e alguns sais são relativamente solúveis em

água. A água quente remove melhor estes resíduos do que gorduras e proteínas.

• Se não for aplicada em alta pressão, a água pode não atingir todas as áreas.

• Custo elevado de energia e causa condensação.

• Imersão

Empregado para peças, utensílios (válvulas, etc) e partes deequipamentos de difícil acesso à limpeza manual;

Pré-lavagem das peças (água morna);

Lavagem por imersão em tanques contendo detergenteapropriado (podendo usar escovas ou esponjas);

Enxágue;

Sanificação;

Enxágüe final

Métodos de higienização

• Sistema mecanizado

Utilização de máquinas próprias que produzem jatos de altapressão removendo mecanicamente as sujidades;

Pré-lavagem com jato de água (morna);

Lavagem com detergente;

Enxágüe com água;

Sanificação.

Métodos de higienização

• Alta pressãoBombas podem ser portáteis ou fixas – depende do volume e necessidade da operação;Unidades portáteis: normalmente pequenas, bombeiam de 40 a 75L/min a uma pressão

de 41.5 Kg/cm² e têm um compartimento que mistura os componentes de limpeza.Unidades fixas: bombeiam de 55 a 475L/min. Se for através de um pistão ou de uma

turbina a bombagem é de 300 L/min e 475 L/min, respectivamente, com uma pressão de61.5 Kg/cm².

• Baixa pressãoSemelhante às anteriores, trabalhando a uma pressão menor com consequente menor

vaporização do produto e menos danos nas superfícies.

• Pistolas de vaporAcessório que mistura vapor com água e/ou componentes de limpeza;Ajustadas de tal modo que o vapor não crie um nevoeiro;Requer muita energia e pode não ser seguro porque causa nevoeiro - este nevoeiro

condensa e pode promover o crescimento de bolores e bactérias nas paredes e tetos.

• Espuma / sistema gel

Aplicação de espuma/sistema gel mas superfícies a seremlimpas;

Espuma é gerada em gerador de espuma por meio da misturade ar e detergente;

Uma camada de espuma é jateada na superfície suja deixando-se agir por 10-15’ e enxaguando com jato de alta pressão;

Utilizada no exterior dos equipamentos e ambiente.

Métodos de higienização

• Limpeza CIP (Clean in Place)

Utilização: equipamentos que possibilitam a circulação das soluçõesem circuito fechado, sem necessidade de desmontar;

Muito empregado na indústria de laticínios;Pré-lavagem (circulação de água fria ou quente) - controle da

temperatura é fundamental para não ocorrer desnaturação dasproteínas – 45 a 60°C;

Limpeza com detergente alcalino 75 a 80°C;Limpeza com detergente ácido;Enxágue;Sanificação;Enxágue final.

Métodos de higienização

Exemplos de etapas do CIP

• Nebulizantes e fumigantesEmissão do produto desinfetante em forma de névoa com partículas de

diâmetros muito reduzido;

Permite acesso a superfícies escondidas;

Reduzido tamanho das partículas permite prolongar sua permanência no ar.

• AsperçãoPara grandes superfícies como interior e exterior de depósitos;

Importante: tempo de contato

Utilizam-se: distribuidores de baixa, média ou alta pressão; soluções frias ouquentes, inclusive vapor de água.

Métodos de higienização

Comparação entre alguns métodos de higienização

Fonte: ICMSF, (1991)

• É necessário que todas as partes doequipamento sejam higienizadas

Exemplo:Não esquecer:• Borracha de vedação;• Torneira de coleta de produto

Importante

Avaliação da higienização

• O check-list visa verificar a qualidade da limpeza realizada;

• Deve ser preenchido pelo supervisor ou funcionário definido pelo mesmo;

• Contém o resultado da tarefa.

Check-list

Análise microbiológica

LIGHTNING

• Deve ser aplicado os swabs nas regiões já pré-estipuladas.

• Se a leitura for maior que 2.5 deve-se repetir a Higienização de toda a linha.

• Os valores obtidos devem ser escritos na tabela existente na linha e no final de cada período mensal ser encaminhada para o DGQ.

LIGHTNING

Resultados de uma boa higienização

• Aumento da vida útil do alimento fresco e processadona estocagem;

• Condições ideais de processamento, que permitirão aaprovação pelos serviços oficiais de inspeção e pormissões estrangeiras, no caso de exportações;

• Obtenção de um produto final que satisfaça asespecificações individuais e governamentais;

• Redução de riscos de contaminação dos alimentos,causada pelo alimento processado de maneira anti-higiênica;

• Menor rejeição, menos devoluções de produtos emenos reclamações;

• Menor necessidade de reprocessamento dosalimentos;

• Redução de custos de manutenção e de tempoperdido em acidentes.

Resultados de uma boa higienização

PPHO

• Padronizar os procedimentos de limpeza e sanitização de forma a assegurar adequado padrão higiênico das instalações, equipamentos,

utensílios e materiais auxiliares de produção, favorecendo a segurança/inocuidade dos alimentos.

BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO

LEGISLAÇÃO: ANVISA: Portaria 326/97MAPA: Portaria 368/97ANVISA: RDC 216/2004

MS RDC 275 / 2002

MINISTÉRIO AGRICULTURA RESOLUÇÃO 10/2003

PPHO 01: SEGURANÇA DA ÁGUA PPHO 02: HIGIENE SUPERFÍCIES DE CONTATO COM ALIMENTO PPHO 03: PREVENÇÃO CONTAMINAÇÃO CRUZADA PPHO 04: HIGIENE DOS EMPREGADOS PPHO 05: CONTAMINATES E ADULTERANTESPPHO 06: SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS E TÓXICOS PPHO 07: SAÚDE DOS EMPREGADOS PPHO 08: CONTROLE INTEGRADO PRAGAS PPHO 09: REGISTROS

PROCEDIMENTOS

1. Higienização das instalações, equipamentos, móveis e utensílios2. Controle da potabilidade da água. 3. Higiene e saúde dos manipuladores. 4. Manejo dos resíduos. 5. Manutenção preventiva e calibração de equipamentos. 6. Controle integrado de vetores e pragas urbanas. 7. Seleção das matérias primas, ingredientes e embalagens. 8. Programa de recolhimento de alimentos.

MS RDC 275/2002

PROCEDIMENTOS

1. Higienização de instalações, equipamentos e móveis2. Controle integrado de vetores e pragas urbanas 3. Higienização do reservatório4. Higiene e saúde dos manipuladores.

ANVISA RDC 216/2004

PROCEDIMENTOS

OS SERVIÇOS DE ALIMENTAÇÃO DEVEM IMPLEMENTAR PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRONIZADOS

RELACIONADOS AOS ITENS

Ofício Circular nº24, 11 setembro de 2009

• Ferramenta que padroniza e estabelece critérios para a verificação destes programas por parte do Serviço de Inspeção Federal, em sua rotina de fiscalização nos estabelecimentos dos setores lácteo e apícola.

• Os estabelecimentos sob Inspeção Federal que processam leite e fabricam seus derivados, bem como os estabelecimentos que beneficiam o mel e demais produtos apícolas vêm, ao longo do tempo, implantando os chamados Programas de Autocontrole.

Programas de autocontrole

• (1) Manutenção das instalações e equipamentos industriais;

• (2) Vestiários, sanitários e barreiras sanitárias;

• (3) Iluminação;

• (4) Ventilação;

• (5) Água de abastecimento;

• (6) Águas residuais;

• (7) Controle integrado de pragas;

• (8) Limpeza e sanitização;

• (9) Higiene, hábitos higiênicos, treinamento e saúde dos operários;

• (10) Procedimentos Sanitários das Operações;

• (11) Controle da matéria-prima, ingredientes e material de embalagem;

• (12) Controle de temperaturas;

• (13) Calibração e aferição de instrumentos de controle de processo;

• (14) APPCC – Avaliação do Programa de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle;

• (15) Controles laboratoriais e análises;

• (16) Controle de formulação dos produtos fabricados;

• (17) Certificação dos produtos exportados

Porcedimentos

• Monitorados

• Correções

• Verificados

• Ação corretiva

• Registrados

Obrigada pela atenção dispensada durante a

realização desta capacitação!!!

Eng. Ma. Amanda Peregrine Primoamanda.qualiseg@hotmail.com

(45) 99950-1200

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