hanseníase - facimed · •forma caracterizada pela grande variabilidade de manifestações...
Post on 20-Jan-2019
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História
• Até 1874 – Doença hereditária.
– Descobrimento do Micobacterium leprae, por Gerhard H. Amauer Hansen
• 1ª descrição na índia, 600 AC.
• Brasil – Chegou com os portugueses e escravos africanos.
Definição
• Hanseníase é uma doença infectocontagiosade evolução cronica causada peloMicobacterium leprae, acometendo pele enervos.
Definição – Caso de hanseníase.
• Um caso de hanseníase é uma pessoa que apresenta uma ou mais de uma das seguintes características e que requer quimioterapia:– lesão(ões) de pele com alteração de
sensibilidade;
– acometimento de nervo(s) com espessamento neural;
– baciloscopia positiva.
Microbiologia
• O Mycobacterium leprae é um bacilo álcool-ácido resistente, com predileção pela célula deSchwann e pele.
• Não pode ser cultivado, mas existem modelosem animais de laboratório.
• Embora a infecção natural em animais tenhasido demonstrada, esta não parece terimportância epidemiológica, sendo o homem oúnico reservatório com relevância.
Microbiologia
• É um bacilo lento com tempo de
multiplicação entre 11 e 16 dias,
apresentando alta infectividade mas baixa
patogenicidade.
Micobacterium leprae Micobacterium tuberculosis
Genes com proteínas codificicadas
1604 3959
Patogênese
• A transmissão acontece de pessoa a pessoa.
• A maioria dos indivíduos alcança a eliminação da bactéria por meio de uma resposta imune adequada. Por alguma razão ainda não completamente entendida porém relacionada a fatores genéticos (determinados locus do HLA), ambientais e sociais entre outros, algumas pessoas desenvolvem a doença hanseníase.
• O Brasil continua sendo o segundo país em número de
casos no mundo, após a Índia.
• Aproximadamente 80%dos casos conhecidos nas
Américas e 94% dos novos diagnosticados são
notificados pelo Brasil.
Epidemiologia
Apresentação clínica
• A apresentação da doença vai depender do tipo de resposta imunológica que o paciente apresentar ao bacilo.
• De acordo com a Classificação de Ridley e Jopling formulada 1966, a hanseníase pode ser dividida em polos de manifestação clínica e perfis de imunidade
Hanseníase infecção
10-20%
Hanseníase indeterminada
50 a 70%Cura
TTp TT DT DD DV VV VVpForma
++++ -
- ++++++
Mitsuda
Baciloscopia
30-50%
Transmissão Ausente Frequente
Forma Indeterminada
• Após um període de incubação de 2 a 5anos surgem manchas hipocrômicas empequeno número com discretasalterações de sensibilidade, semacometimento de troncos nervosos. Apesquisa de BAAR é sempre negativa.
• Esta forma evolui para cura ou para apolarização entre uma das outrasformas.
Forma Tuberculóide
• Forma com poucas lesões, geralmente representadas por placas com bordas elevadas e hiperemiadas com centro atrófico. A sensibilidade encontra-se prejudicada e pode ocorrer dano neural.
• Nesta forma predomina a imunidade celular.
• Forma caracterizada pela grande variabilidade de manifestações clínicas e “instabilidade imunológica”.
• A lesão mais sugestiva é a lesão foveolar, caracterizada por placas violáceas ou hipermiadas com bordas internas nítidas e bordas externas imprecisas e aparência de cura central.
• Pode ocorrer infiltração de face em graus variáveis e lesões difusas hipocrômicas, bem como o precoce acomentimento neural.
• A baciloscopia pode ser positiva ou negativa.
Forma Dimorfa
Forma Virchowiana
• Padrão polar de resposta imune humoral, com baixa resistência ao bacilo, caracterizada clinicamente pela infiltração difusa e progressiva da face, testículos, mucosas de vias aéreas, olhos, linfonodos, fígado e baço. A face assume aspecto infiltrado chamado de “Face leonina”. Acompanha-se de sinais sistêmicos, como edema e artralgia severa, além de danos neurais, em geral tardios.
• A baciloscopia é fortemente positiva.
Classificação operacional
• Classificação prática para classificação rápida e tomada de conduta terapêutica.
• 1-Paucibacilar- Pacientes com até 5 lesões de pele e no máximo 1 nervo periférico acometido com baciloscopia (-). As formas Indeterminada e Tuberculóide são paucibacilares.
• 2-Multibacilar- Pacientes com mais de 5 lesões de pele ou mais de 1 nervo periférico acometido ou baciloscopia (+). As formas Dimorfa e Virchowiana são multibacilares
•
Estados Reacionais
• São situações de resposta imune aos bacilos e que podem ocorrer antes, durante ou após o tratamento. São mais comuns e mais intensas nos pacientes portadores de formas multibacilares.
Estados Reacionais
• Reação tipo 1/Reação reversa. – Caracteriza-se pelo súbito aparecimento de novas
placas, em geral inflamadas, ou da piora das lesões pré existentes.
– Usualmente não está associado a comprometimento sistêmico de qualquer espécie.
– Usualmente neurites, com novas incapacidades.
• Reação tipo 2/ENL.– Diferencia-se do eritema nodoso clássico por ser
mais generalizado.
– Nódulos de subcutâneo novos sem piora das lesões anteriores.
– Acometimento sistêmico marcante.
Diagnóstico• Baseia-se fundamentalmente na demonstração de
lesões dermatológicas com hipoestesia ou anestesia, ou lesões neurais.
• Outros sintomas: Artralgia, mialgias, febre baixa (Virchowianos).
• A demonstração do bacilo não é obrigatória, sendo sempre negativa nas formas Indeterminada e Tuberculóide, bem como em alguns casos da forma Dimorfa.
• Apesar disto, quando disponível, a baciloscopia deve sempres ser realizada para adequada caracterização dos casos e controle das formas bacilíferas.
• Para o diagnóstico da hanseníase dispomos dos seguintes recursos:
• Exame Clínico:– Teste de sensibilidade táctil;
– Teste de sensibilidade térmica;
– Teste de sensibilidade dolorosa;
– Palpação dos nervos periféricos;
• Exames subsidiários:– Prova da histamina;
– Prova da pilocarpina;
– Pesquisa de BAAR na linfa;
– Biópsia.
Diagnóstico
Incapacidades
• A prevenção de incapacidades deve ser vista como parte fundamental do tratamento do paciente portador de hanseníase e incorporada às demais ações de controle.
• Não é aceitável que um paciente termine seu tratamento com um grau de incapacidade maior que aquele que tinha ao iniciar o tratamento.
Classificação atual.(1)
Olho Mão Pé Grau
Sinais e/ou
sintomas
D E Sinais e/ou
sintomas
D E Sinais e/ou
sintomas
D E
0 Nenhum problema com os olhos
devido à Hanseníase
Nenhum problema com as
mãos devido à Hanseníase
Nenhum problema com os pés devido à
Hanseníase
1 Diminuição ou
perda da sensibilidade
Diminuição ou
perda da sensibilidade
Diminuição ou
perda da sensibilidade
Lagoftalmo e/ou ectrópio
Lesões tróficas e/ou lesões
traumáticas
Lesões tróficas e/ou lesões traumáticas
Triquíase Garras Garras
Opacidade
corneana central
Reabsorção Reabsorção
Pé caído
2
Acuidade visual
menor que 0,1 ou
não conta dedos a 6 m
Mão Caída
Contratura do
tornozelo
Definição de casos• DEFINIÇÃO DE CASO: um caso de hanseníase,
definido pela Organização Mundial de Saúde-OMS, é uma pessoa que apresenta um ou mais dos critérios listados a seguir, com ou sem história epidemiológica e que requer tratamento quimioterápico específico: lesão(ões) de pele com alteração de sensibilidade; espessamento de nervo(s) periférico(s), acompanhado de alteração de sensibilidade; e baciloscopia positiva para bacilo de Hansen.
• Obs: a baciloscopia negativa não afasta o diagnóstico de hanseníase.
• O tratamento será orientado de acordo com a classificação operacional.
• Formas paucibacilares-PQT-PB-6 meses.
• Formas multibacilares-PQT-MB-12 a 24 meses.
• Critério de regularidade - Todos os tratamentos tem de ser completados em no máximo uma vez e meia o tempo mínimo, independentemente do número de faltas.
TRATAMENTO
Prof. Ms. Alex Miranda Rodrigues
• O tratamento será orientado de acordo com a classificação operacional.
• Formas paucibacilares-PQT-PB-6 meses.
• Formas multibacilares-PQT-MB-12 a 24 meses.
• Critério de regularidade - Todos os tratamentos tem de ser completados em no máximo uma vez e meiao tempo mínimo, independentemente do númerode faltas.
TRATAMENTO
TRATAMENTOEstados Reacionais
Reação tipo 1.
• 1. Leve (Sem neurite) - AAS ou paracetamol 500mg de 6/6 horas.
• 2. Grave (Com neurite) - Prednisona 1 a 2 mg/kg/dia. Fazendo retirada gradual.
• Reação tipo 2.
• 1.AAS ou paracetamol 500mg de 6/6 horas.
• 2.Talidomida 100 a 500mg por dia em doses divididas.
• NÃO PODE SER UTILIZADA EM MULHERES EM IDADE FERTIL.- Nesta circunstância usar:
• 3.Prednisona 1 a 2 mg/kg/dia.
• 4.Pentoxifilina 400mg 3x/dia.
• 5.Clorazimina 100mg 3x/dia.
• Quando acompanhado de neurite, orquite ou iridociclite sempre associar a corticóide.
TRATAMENTOEstados Reacionais
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