habitacoes nativas

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HABITAÇÃO DOS POVOS NATIVOS

As sociedades nativas da floresta tropical adotavam normalmente padrões de estabelecimento modestos, construindo núcleos pequenos e dispersos.       

A taba (“aldeia”) tinha em geral entre quatro e oito ocas e 30 a 60 famílias nucleares. Nos aglomerados costeiros residiam, em média, 600 a 700 indivíduos, havendo, no entanto, variações regionais e tribais. Algumas dispunham de estruturas defensivas: as caiçaras (“paliçadas”). A oca (“morada atual”), grande casa comunitária, era edificada em círculo, disposta à volta de um terreiro, a algumas dezenas de metros das vizinhas, abrigando uma família extensa. Aí viviam, em média, entre 85 a 140  pessoas.     

Os padrões de fixação eram condicionados pelas condições de subsistência. Uma vez que a permanência das populações num local era temporária (cerca de três a quatro anos), a precariedade da instalação determinava, naturalmente, os materiais utilizados na edificação das habitações: madeira, cipós e folhas de árvore para as coberturas.     

Os Tupis construíam estruturas habitacionais elípticas ou retangulares, sendo as ligações entre os troncos feitas com trançados de embira. Dispunham de três pequenas aberturas, sendo duas localizadas nas extremidades e uma no centro que dava para o terreiro. O comprimento  variava entre 40 metros para as menores e mais de 160 para as maiores, oscilando a largura entre 10 a 16 metros. 

Os Panará, como a grande maioria dos povos da família lingüística jê, vivem em aldeias circulares na divisa dos estados de Mato Grosso e Pará. As residências encontram-se situadas na periferia do círculo. No centro, espaço para atividades políticas e rituais, localiza-se a Casa dos Homens.Foto: André Villas-Bôas, 1999. 

As aldeias dos Krahó (TO), povo da família lingüística jê, seguem o ideal timbira de disposição das casas ao longo de uma larga via circular, cada qual ligada por um caminho radial ao pátio central. Foto: Vincent Carelli, 1983.

Os Gavião Parkatejê (PA) são falantes do timbira oriental (família jê). Esta é uma de suas aldeias, a Kaikotore. Composta de 33 casas de alvenaria dispostas em círculo, possui cerca de 200 metros de diâmetro. Há um largo caminho ao redor, em frente às casas e vários caminhos radiais que conduzem ao pátio central, onde se desenvolvem todas as atividades cerimoniais. Foto: Arquivo ISA,1984.

Em grande parte das atuais aldeias xavante (povo jê do leste do Mato Grosso), as casas já não seguem o padrão visível na foto: umas combinam base de alvenaria e teto de palha, outras são inteiramente de palha, mas com paredes e teto separados. O gosto por moradias de base circular, dispostas conjuntamente em "ferradura" (um semi-círculo de casas aberto para o curso d'água mais próximo), continua, porém, vigorando entre os Xavante. Foto: Rene Fuerst,1961.

Entre os Marubo, grupo da família lingüística pano que habita o Vale do Javari (AM), a única construção habitada é a casa alongada, coberta de palha e de jarina da cumeeira ao chão, que se localiza no centro da aldeia. As construções que ficam ao redor, erguidas por pilotis, servem mais como depósitos e são de propriedade individual. Foto: Delvair Montager, 1978.

Os Enawenê-Nawê (MT), grupo da família lingüística aruaque, vivem em aldeias formadas por grandes casas retangulares e uma casa circular, localizada mais ou menos no centro, onde ficam guardadas as suas flautas. No pátio central, são realizados diversos rituais e jogos. Foto: Ana Lange, 1979.

Os Yanomami orientais e ocidentais costumam viver numa casa agregando várias famílias, a maloca Toototobi (AM). Lá reúnem-se todos os membros da aldeia, sendo considerada como entidade política e econômica autônoma. Foto: René Fuerst, 1961.

Habitação coletiva yanomami vista de seu interior. Foto: René Fuerst, 1961.

A maloca-museu São João, no rio Tiquié (AM), é um exemplo de como os chamados “nativos da floresta", falantes de línguas das famílias aruaque e tukano, da região da bacia do alto rio Negro, costumavam viver. Não é uma simples moradia comunitária, mas, também, um espaço fundamental para a realização de cerimônias, a trajetória primordial dos antepassados míticos. Foto: Beto Ricardo, 1993.

As casas dos Assurini do Tocantins, grupo de língua tupi-guarani localizado no estado do Pará, são construídas com madeira de paxiúba (paredes e assoalhos) e palha de ubim (cobertura e, às vezes, paredes). A arquitetura das casas segue o padrão regional. Algumas são construídas sobre palafitas. Foto: Michel Pellanders, 1987.

Os Palikur (AP) também são da família aruaque. Suas aldeias são construídas voltadas para o rio. A maior delas, Kumenê, tem suas casas dispostas em duas ruas paralelas. Foto: Vincent Carelli, 1982.

Atualmente, os Fulniô (PE), falantes de uma língua do tronco macro-jê, alternam-se entre duas aldeias. Uma delas localiza-se junto à cidade de Águas Belas. A outra é o lugar sagrado do ritual do Ouricuri, onde os índios se estabelecem nos meses de setembro e outubro. Foto: Jorge Hernandez Dias, 1983.

Texto extraído de:

www.socioambiental.org.br

www.funai.org.br

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