guia vo ip 02
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Guia VoIP – O essencial da Telefonia IP para Iniciantes
Breve Histórico
A história da telefonia e a trajetória de uma tecnologia que atingiu um uso massivo, como
nenhuma outra tecnologia, é surpreendentemente muito recente quando comparada com a
história da humanidade, e isto se apenas considerarmos o período que compreende o
advento dos primeiros assentamentos agrícolas até os tempos atuais, o que cobre ao
menos 10.000 anos de história. As primeiras tecnologias de voz vieram ao mundo por
volta de 1870, embora pareça para nós que sempre tenham existido, sendo muito difícil
imaginar o mundo sem o telefone, assim como sem televisão ou computador. Este
período da história curiosamente coincide com o ápice dos movimentos nacionalistas e a
consolidação das grandes nações, movimento que nos apresentou a guerra em escala
industrial. Não devemos ter dúvidas, as tecnologias de comunicação e a telefonia
contribuíram muito para as transformações radicais que a humanidade sofreu no último
século.
Costuma-se atribuir a invenção do telefone ao escocês Alexander Graham Bell, embora
tal paternidade tenha sido sempre contestada ao longo do tempo. Se é controversa a
primazia da invenção, que na verdade deveu-se, para sermos justos, como conseqüência
dos grandes movimentos inventivos de uma determinada época, graças ao esforço
conjunto e competitivo entre diferentes cientistas e inventores, é correto atribuir-lhe a
primazia por ter sido o primeiro a patentear a sua invenção. Seria correto também atribuir
a Thomas Edison a co-autoria do aparelho e tecnologia que ele então patenteava.
Os primeiros equipamentos de telefonia não possuíam teclas para discagem, e com isto
era necessário o operador do outro lado da linha para fazer a conexão, em um processo
que vemos nos filmes mais antigos, onde um operador conectava um plug entre o
chamador e o destinatário daquela ligação. O primeiro “PBX” foi criado em 1889, por
Almon B. Strowger, juntamente com o primeiro telefone de discagem. O mais incrível de
tudo isto é que, apesar do mais de um século nos separa da criação do telefone, em
muitos lugares do Brasil, senão em sua maioria, o aparelho analógico que utilizamos
incorpora praticamente os mesmos princípios e tecnologia dos telefones primordiais, o
que denota o grande mérito daqueles inventores de outrora.
Recentemente, o maior avanço que experimentamos foi a adoção do tom de discagem
digital, substituindo o pulso, possibilitando com isto a adoção dos serviços de Call e
Contact Center, através dos quais nos comunicamos com bancos e outros serviços. Ainda
assim, e apesar das centrais mais modernas incorporarem algum tipo de inteligência e a
comunicação digital entre centrais, em nossos escritórios e residências ainda é bastante
comum o uso em larga escala da telefonia analógica tradicional.
O motivo deste sucesso é que a telefonia atingiu um grau de confiabilidade e perfeição
que chegou ao padrão de disponibilidade de 99.999%. É curioso observar como causa
mortífera indignação o fato de o telefone ficar mudo por algumas horas, ainda que seja
por uma única vez em vários anos, a indignação e o sangue subindo à cabeça.
O fato é que nos acostumamos a entender o telefone como uma peça de tecnologia
perfeita que não pode, não deve, e não irá nunca quebrar. Por outro lado, a
indisponibilidade de água, ou o corte abrupto de energia elétrica, ou mesmo o atraso de
aeronaves, engarrafamentos ou o “bolo” no dentista ou médico não causam a mesma
indignação que um telefone mudo. Esta tecnologia atingiu aquilo que chamamos de
“estado da arte”, acaba e pronto, e portanto definitivo. Por isto, o senso comum
acostumou-se com a noção de que não haveria nenhum motivo para substituí-la por
outra.
Por que substituir uma “tecnologia perfeita” por uma alternativa ? Na seqüência deste
guia iremos responder a esta questão fundamental. Afinal, porque usar o VoIP se estamos
falando do “estado da arte em tecnologia” ? Uma tecnologia entrante, como o VoIP não
vai, com certeza propiciar o grau de disponibilidade de 99.999% que já era obtido com a
tecnologia clássica e mais do que centenária. Então, porque usar o VoIP ? Há vários
motivos, e não é somente devido ao custo. O fato é que vivenciamos uma nova revolução
tecnológica, que é aquela representada pela comunicação total, que veio para alterar
radicalmente usos e costumes. Mas antes, voltemos aos fundamentos da telefonia para
melhor compreender o que deve ser levado em consideração antes de avaliar um sistema
de telefonia baseado em VoIP.
Alguns Fundamentos Chave
É importante entender que freqüências nosso ouvido é capaz de perceber. Teoricamente,
uma pessoa dotada de boa capacidade de audição e que não tenha sofrido redução de sua
sensibilidade auricular devido à idade ou algum trauma é capaz de perceber os sons na
faixa de freqüência que compreende de 20Hz a 20kHz (20.000 Hz). Somos capazes, no
entanto, de produzir sons audíveis apenas na faixa de 50Hz para cima, ao passo que a
maior parte da energia sonora que produzimos através do nosso aparelho vocal está
concentrada na faixa de 300 Hz a 3 kHz. Por este motivo, entre outros, determinou-se que
a faixa compreendida entre 300Hz e 3.4kHz é a que concentra a maior parte da
inteligibilidade e informação relativa ao reconhecimento da voz.
Desta forma, os sistemas de telefonia foram projetados para utilizar a faixa entre 300 Hz
e 3.4 kHz, o que é o suficiente para manter uma conversação de qualidade e
possibilitando o emprego de tecnologia mais eficiente para lidar com esta faixa de
freqüência.
A maioria dos telefones analógicos que conhecemos emprega um sistema conhecido
como “loop-disconect”, ou “loop start”, conectando o sinais de voz em duas direções,
usando dois fios (two-wire), transportando eletricamente a informação correspondente
aos dígitos discados e a voltagem de campainha. Uma voltagem de 48V sobre o par de
fios é empregada para alimentar o telefone, e por isto não o ligamos na tomada – o sem
fio é outra estória, e monitorar a “tirada do gancho”, “colocação no gancho” e pulsar a
atividade de discagem.
Para iniciar uma chamada, o usuário levanta o fone, ação esta que fecha um switch no
telefone e faz a corrente elétrica fluir em loop, motivo pelo qual chamamos este sistema
de “loop start”. A corrente gerada é detectada na Central e fornece um tom para a linha,
tom este que sinaliza ao usuário que agora ele pode iniciar a discagem.
Atualmente o método mais empregado é baseado em DTMF. Neste sistema, cada número
é representado por dois tons, associados a um grupo de freqüências alto (1209Hz,
1336Hz e 1447Hz), e a um grupo de freqüências baixas (697Hz, 770Hz, 852Hz e 941Hz).
Estes tons são transmitidos simultaneamente, por um curto período de tempo, um padrão
que é definido pelo ITU-T. Foi a introdução deste sistema que possibilitou a implantação
dos sistemas atuais baseados em menu, tais como home banking, serviços de seguros, call
centers automatizados, e outros sistemas baseados em reconhecimento de tons.
Relativamente em relação aos Estados Unidos, estas implementações demoraram muito a
acontecer no Brasil, mas hoje são de uso corrente e de conhecimento por boa parte da
população, o que passou a acontecer graças às reformas tornadas possíveis após a
privatização das Teles e da inversão maciça de investimentos que permitiu a
disseminação destes sistemas.
A maioria dos sistemas de telefonia baseados em PBX atualmente é digital, embora isto
não implique no uso de telefones digitais, necessariamente. Dado o seu elevado custo no
mercado brasileiro, é muito comum o uso do telefone analógico, ainda que acoplado a
uma central digital. Neste caso, a interface do PBX converte o sinal analógico do
aparelho telefônico na codificação PCM (*). O sonho de muitos é possuir uma Central IP
de última geração, com o aparelho mais barato da praça, o que nem sempre faz sentido...
Sistemas de PBX
De maneira geral, o PBX é o sistema de interligação telefônica pertencente a uma
organização. Seu objetivo e fornecer comunicação de voz e frequentemente dados entre
os seus usuários. Os usuários podem estabelecer chamadas uns com os outros na sua
organização, simplesmente discando o seu ramal. Chamar uma pessoa não conectada na
mesma rede de um PBX requer que a chamada seja roteada através da rede pública PSTN
(Public Switched Telephon Network), que no caso do Brasil pode ser a Telemar,
Telefônica, Brasil Telecom, GVT, entre outras. Isto usualmente envolve a discagem de
um código de acesso, como um “9” ou “0”, seguido da numeração completa de discagem
referente, com referência ao código de área ou país, conforme o caso.
A maioria dos maiores sistemas de PBX fornecidos atualmente é digital, significando que
a conversação deve ser convertida primeiramente de analógica na codificação PCM. O
núcleo do PBX é composto pelo Controle de Comandos e a Matriz de Chaveamento. O
Centro de Comando é o “cérebro” que controla a operação do PBX. Entre suas funções
está o reconhecimento de que o telefone foi tirado do gancho e conectar um gerador de
tom àquele aparelho, interpretar os dígitos discados e rotear a chamada para uma
interface de ramal ou tronco. A matriz de switch compõe múltiplos canais de 64Kbps ,
conectando-os a outros canais de 64Kbps ou a uma determinada interface.
As interfaces do PBX são compostas de dois tipos principais: linhas de ramal e troncos.
Linhas de Ramal conectam dispositivos dos usuários como aparelhos de telefone
analógicos e digitais, ou outros dispositivos, como terminais de dados. Troncos
significam linhas compartilhadas que podem carregar conexões originadas da interfaces
de linha do mesmo PBX, ou outros troncos também conectados àquele PBX. Troncos
analógicos suportam apenas uma conexão por vez, enquanto troncos digitais podem
suportar muitas conexões simultaneamente. Existem também os troncos da PSTN
(Central Office) e troncos privados. Os troncos da PSTN conectam o PBX à rede pública
e os troncos privados conectam o PBX a outros PBXs em uma rede privada.
Interfaces de Voz no PBX
Dentre as variadas interfaces de voz destacamos as mais comuns:
Interfaces de Linha – são as interfaces no PBX que conectam o telefone de mesa. As mais
comuns são as de dois fios 2-fios loop disconnect/loop start e as interfaces digitais de 4
fios, normalmente aderentes ao padrão ISDN ou proprietárias, em outros casos.
Interfaces de Tronco Privadas – estas interfaces fornecem as conexões entre os PBXs em
uma rede composta por múltiplos PBXs. Geralmente possuem sinalização E&M, ou
digital com sinalização CAS ou CCS.
Interfaces de Tronco Públicas – estas interfaces fornecem a conexão do PBX à rede
pública (PSTN) para chamadas entrantes e saintes. Geralmente são compostas por tronco
analógico Ground Start com dois fios, ou digital CAS ou CCS.
No Brasil é mais comum o oferecimento da conexão E1/R2, padrão brasileiro, digital,
com 30 canais de voz. Esta quantidade de troncos pode ser fracionada, geralmente a partir
de 8 e sua oferta varia de operadora para operadora. Para menos de 8 canais de voz é
mais comum o oferecimento de um sequenciamento de linhas, geralmente em instalações
para onde convergem 6 ou menos troncos analógicos.
A Mudança
O preâmbulo que descrevemos brevemente no capítulo anterior refaz brevemente o
percurso da telefonia ao longo do último século, período durante o qual a telefonia
experimentou uma lenta e consistente evolução, rumo àquilo que poderíamos denominar
o estado da arte em tecnologia, visto que a confiabilidade dos sistemas de telefonia, desde
que devidamente mantidos, alcançou o tão almejado fator dos cinco noves “99.999%” de
confiabilidade.
De fato, em princípio, poucos motivos haveria para se realizar qualquer substituição em
um moderno sistema de telefonia que não fosse por motivos relacionados à expansão ou
ampliação dos recursos, geralmente quando se requer um “Contact Center’ ou “Call
Center”. Desta forma, tem permanecido pouco claro para muitos ainda o motivo pelo
qual deveríamos substituir um moderno sistema de telefonia por outro “mais moderno
ainda” e baseado em VoIP. Tais decisões podem ser afetadas por complicadores
adicionais, como a oferta de serviços diversos por parte das operadoras, que
compreendem planos de subscrição altamente vantajosos, alguns subtendendo uma
subestrutura de voz que permite oferecer as mesmas vantagens de uma implementação
VoIP, ou seja, tarifas muito agressivas. Serviços agregados e de IP Centrex também
podem aparentemente obscurecer as razões para se usar VoIP. Ainda assim, o VoIP tem
apresentado uma evolução inexorável e contínua em todos os mercados, contanto ainda
que possa competir com variadas implementações oferecidas pelas operadores, enquanto
for possível oferecer uma vantagem financeira, postergando a sua adoção.
Em outras palavras, Operadoras tem sido de fato capazes de oferecer planos e
“outsourcings” de telefonia que fazem uso da estrutura atualmente existente, motivo pelo
qual a telefonia IP tem encontrado algumas barreira de entrada. Porém, tem sido
observado também que as operadoras oferecem tais vantagens apenas para os seus Mega-
Clientes, ou clientes “premium”. É fato, contudo, que estas ofertas por parte das
operadoras não pode contemplar a totalidade do mercado. Neste contexto, é importante
entender como se deu a evolução da tecnologia de voz digital e como esta progressão em
direção à adoção do VoIP vem ocorrendo.
A voz digital nada mais é do que a representação dos sinais de voz analógica que usa a
codificação binária de “0”s e “1”s. Esta codificação é conhecida como Pulse Code
Modulation (PCM) G.711. Basicamente, quando uma pessoa fala, é criada uma pressão
no ar. O aparelho de telefone captura estas alterações de pressão e transforma-as em
sinais elétricos que são análogos ao sinal acústico emitido do falante. Este sinal analógico
é transformado em uma seqüência de bits de dados que representam o sinal de voz.
O sinal de voz é amostrado a uma taxa de 8000 vezes por segundo. Esta taxa deriva de
uma teoria desenvolvida por Harry Nyquist, que estabelece que a taxa de amostragem
deva ser ao menos duas vezes a máxima taxa do sinal amostrado, ou seja (2 x 3.4KHz).
Por uma questão de otimização apenas as freqüências mais usadas na conversação
humana são transmitidas em uma conversação telefônica. Este é o motivo pelo qual não é
possível ouvir determinadas freqüências, em favor da conversação telefônica pura e
simples.
No Brasil é mais comum o uso da interface E1, de 2,048 Mbps, nos PBXs. É bastante
comum a interligação com ISDN PRI, porém, para as aplicações que mais demandam o
VoIP tem sido mais comum a utilização da interface E1, eleita preferencialmente como
interface padrão para conexão entre PBX’s ou entre Gateways VoIP e PBXs. Por este
motivo, este tipo de interface será preferencialmente tratada neste Guia. As seguintes
recomendações são referenciadas:
G.703: define a interface física elétrica
G.704: define as estruturas de enquadramento utilizadas
G.711: PCM; define a modulação da voz em si
No caso do G.703 podem ser usados dois tipos de interface, sendo o primeiro o cabo
coaxial de 75-Ohms ou o cabo par trançado de 120 Ohms. Novamente, é mais comum
atualmente que os equipamentos de VoIP utilizem o cabo par trançado, e por este motivo
assumiremos a conexão par trançado como a preferencial, interligados ao PBX com um
baloon, quando o conector do PBX for coaxial.
Por outro lado, a forma de sinalização mais encontrada no uso do E1, na ligação entre o
gateway (VoIP) e o PBX, tem sido o CAS (Channel Associated Signaling) ou CCS. No
caso do Brasil, empregamos em geral o padrão E1/R2. É comum também a interligação
através do ISDN PRI, sempre entre gateways e o PBX. Estes esquemas ficarão mais
claros adiante, quando descrevermos a função do Gateway VoIP e sua relação com a rede
pública e os PBXs.
Compressão de Voz
A compressão de voz descreve o processo de digitalizar a fala em uma taxa de
transmissão inferior a 64Kbps. É normal, entretanto, começar com uma taxa de 64Kbps
da codificação PCM e comprimi-la para uma taxa inferior. A compressão de voz é
possível por causa da quantidade de dados redundantes que a codificação PCM carrega.
Além disto, é possível tratar as pausas de conversação para suprimir dados igualmente
redundantes. Por outro lado, é necessário apensar dados e controles que, entre outras
coisas, permitem suprimir o eco. A combinação de algorítimos, controles e técnicas de
compressão determinam um maior ou menor consumo do processador referente àquele
Codec (o compressor utilizado), bem como efeitos colaterais, mas conhecidos como
distorção da voz. A eficiência da compressão estará muitas vezes ligada ao volume de
tráfego concorrente naquele circuito, no caso em que há compartilhamento com o link de
dados, e o meio empregado para a transmissão. Fatores como delays, congestionamento e
QoS poderão ter grande influência sobre a qualidade de voz e, dependendo da codificação
empregada, a sensibilidade poderá ser maior ou menor a estes fatores.
Em geral as compressões mais agressivas requerem premissas acerca da qualidade do
link, controle de banda e congestionamento mais otimistas, estando muito mais sujeitas a
distorções em função das condições do link. Apenas para fins de ilustração,
evidentemente, um link em laboratório, dedicado apenas à transmissão de voz, bem
comportado e sem influência do meio externo permitirá exibir uma excelente ligação com
6kbps de uso de banda, ou até menos, sem problemas de eco ou distorção.
Evidentemente, estamos falando de um laboratório, em condições que jamais serão
encontradas no mundo real. Em termos acadêmicos discutem-se níveis de compressão
ainda menores, sem distorção excessiva, porém com qualidade assegurada apenas em
ambiente de laboratório altamente controlado, sem qualquer fonte de ruído ou
interferência presente, requerendo um grande processamento e técnica de inteligência
artificial, tratando-se de limites teóricos, neste momento, portanto. Atualmente, a
compressão mais usual e utilizada no Brasil é aquela proporcionada pelo Codec G.729, e
que resulta em um consumo de banda ao redor de 30kbps, nas melhores condições.
A seguir apresentamos um quadro típico de menu de um PBX IP, com relação à escolha
dos Codecs:
G.723 (MP-MLQ speech coding at 6,3(5,3) kbit/s rate)
G.726-16 (ADPCM speech coding at 16 kbit/s rate)
G.726-32 (ADPCM speech coding at 32 kbit/s rate)
G.726-24 (ADPCM speech coding at 24 kbit/s rate)
G.729a (CS-ACELP speech coding at 8 kbit/s rate) (preferred)
G.711a (PCM audio coding standard, 8 kHz sample rate, 8 bits, 64 kbit/s data rate)
G.711u (PCM audio coding standard, 8 kHz sample rate, 8 bits, 64 kbit/s data rate)
O que é um Gateway de voz ?
Existem várias definições para a palavra Gateway, que não possui tradução em português,
e designa uma classe de dispositivos que é capaz de fazer, literalmente falando, o
encaminhamento de fluxos de informações de uma rede para outra, independente do seu
protocolo. Alguns “Gateways” agem como conversores de protocolos, permitindo que
determinados tipos de informação codificados de uma certa maneira, e em um
determinado tipo de rede, possam ser convertidos em outro tipo de protocolo, e
encaminhada em outro tipo de rede.
Este tipo de definição distinguiria o Gateway de um roteador, que age sobre redes
diferentes, porém sob o mesmo protocolo. O Gateway, portanto, realiza um determinada
forma de tradução entre redes díspares e encaminha fluxos de informações distintos entre
redes que possuem protocolos de comunicação também distintos.
Especificamente no caso do Gateway de voz, este tipo de equipamento é capaz de
interpretar um fluxo de informação que é constituído pelo tráfego de voz, como o
analógico, por exemplo, e converter um determinado tipo de sinalização em pacotes de
dados aderentes ao protocolo IP, para que então, aí sim, possam ser roteados por
roteadores. Por outro lado, ao chegar ao seu destino, estes pacotes podem ser
reconvertidos no sinal original, via um Gateway equivalente.
É comum que alguns equipamentos de VoIP sejam incorporados em um Roteador ou
mesmo dentro de um PBX. Em todo o caso, o que teremos em um ou outro caso, é
sempre um Gateway incorporado em outro equipamento, e ainda que possa haver uma
“impressão” de integração, o que existe apenas é o empacotamento 2 em 1 ou 3 em 1,
mas sempre haverá o componente Gateway de Voz inserido em algum lugar.
Por outro lado, temos os equipamentos de VoIP puros, ou seja, equipamentos que
perfazem a solução de telefonia fazendo uso apenas do tráfego IP, e com a função de
telefonia, normalmente um processador IP, integrada, sem uso de telefonia analógica ou
digital. Neste caso, os aparelhos telefônicos são todos IP, havendo apenas uma conversão
do IP em voz humana no próprio aparelho. Neste caso, não temos Gateways, visto que
todos os aparelhos telefônicos são inteligentes e embutem dispositivo IP.
No Brasil, atualmente, a forma mais comum de implementação da telefonia IP tem sido
realizada através de Gateways, de uma forma ou de outra, visto que o custo, a
confiabilidade, bem como a questão do sistema legado tem representado uma barreira de
entrada para os sistemas baseados puramente na telefonia IP, ou seja, tem sido adotada
preferencialmente a convivência do VoIP com os PBXs tradicionais, muitos dos quais
baseados em telefonia analógica. Outro fator que representa a barreira de entrada é a
resistência evidente que teremos em fazer a transição de um central de telefonia que se
encontra em funcionamento há anos, com centenas ou milhares de usuários, para uma
nova tecnologia. Os Gateways têm possibilitado a adoção de características híbridas na
telefonia, ou seja, permitem tanto o uso de telefonia analógica como telefonia IP.
Em termos gerais, a telefonia analógica é composta por aparelhos de baixo custo, de uso
amplamente difundido no Brasil, que se conectam ao Gateway por meio de uma linha do
tipo FXS. Em alguns casos, determinados Gateways possuem a função de telefonia IP,
casos estes em que podemos ter um PBX IP com telefonia analógica e IP integrado com o
Gateway em um único equipamento.
O aparelho de telefone IP nada mais é do que o telefone baseado em software. Pode ser
desde um aparelho à parte, com inteligência variada, com um tipo de handheld acoplado
com múltiplas funções, ao aparelho cego, que possui apenas a capacidade de interpretar o
pacote IP e transformá-lo em conversação de voz. De qualquer forma, tais aparelhos de
telefonia IP são, em última instância, dispositivos de rede, interligados à rede local,
peferencialmente alimentados pelo cabo de rede (PoE – Power Over Ethernet). Podem ser
também aparelhos Wi-Fi internos ao escritório. De qualquer forma, são dispositivos de
rede local que falam IP e produzem como resultado a conversação. O mesmo vale para o
notebook ou estação de rede com softphone. O notebook com softphone registrado na
rede é um aparelho de telefonia IP.
Desta forma, nos casos em que se deseja usar telefones IP, sob variadas formas e
tamanhos, teremos um PBX IP, que incorporará as funções do roteador, do Gateway e do
PBX IP. Este equipamento geralmente irá funcionar sozinho. Em alguns casos haverá o
desejo de se conectar um Gateway ao PBX para ampliar o número de portas FXS/FXO,
ou mesmo uma porta E1/R2, preferencialmente. Sempre lembrando, um PBX IP é um
software. Enfim, é o uso destes dispositivos de telefonia IP que determinará a
substituição dos equipamentos de telefonia tradicionais pelos PBX’s IP.
Se a quantidade de linhas não for grande, poderá ser usado o Gateway FXS, com
múltiplas portas e usar algumas linhas de tronco não utilizadas no PBX para fazer a
conexão ao mundo VoIP. Algumas operadoras tendem a oferecer um serviço conhecido
como IP Centrex. Este é um conceito interessante e que deverá concorrer com o conceito
de rede de telefonia interna. Neste caso, a Operadora possui um “PBX” remoto,
totalmente baseado em software, IP, (protocolos MGCP, SIP ou H.323), e oferecendo em
seu lugar um Gateway de borda. Em outras palavras, a Operadora oferece, por exemplo,
“swtiches” de voz, com padrão 1U e 24 portas cada, empilháveis, conectados a uma
central inteligente, plenamente IP, por meio de uma linha de dados. Todo o tratamento da
telefonia é realizado no IP Centrex. Este tipo de serviço vem sendo oferecido por
algumas operadoras em contraposição ao modelo híbrido, que usa gateways e PBXs
híbridos e ao modelo baseado em PBX IP puro dentro das instalações do cliente.
Estes modelos hoje concorrem entre si e há muita discrepância de análise quanto às
perspectivas de mercado de cada um deles. O fato é que a melhor solução dependerá
sempre da melhor relação custo/benefício, da topologia e contexto de cada cliente. Estas
soluções concorrerão por muito tempo ainda entre si. A melhor análise de solução,
portanto, deve ser baseada nos seguintes fatores:
1) Retorno (Payback)
2) Confiabilidade
3) Contingenciamento
4) Continuidade
5) Qualidade
O atendimento destes cinco pontos é fundamental para o sucesso de um projeto. Uma
perda em qualquer dos cinco quesitos aqui citados poderá comprometer seriamente o
projeto. Descreveremos a seguir os cinco quesitos e os pontos de avaliação a eles
referenciados.
1) Payback – o sentido de todo e qualquer projeto deve ser o retorno financeiro. Este
retorno muitas vezes é complexo de medir, mas no caso da telefonia IP é
rapidamente mensurável baseado nos seguintes custos:
1.1 Ganho com “Toll Bypass”: estamos falando aqui do ganho com redução de
custos de telefonia global. Uma análise detalhada das contas de telefonia e a
tarifação oferecida pela operadora tradicional pode ser confrontada com um
demonstrativo das tarifas oferecidas pela Operadora de Telefonia IP.
1.2 Ganho com mobilidade e desempenho: aqui devemos saber medir o ganho
com o aumento da flexibilidade de equipe comercial potencialmente realizável
com a utilização de telefonia IP e seus recursos de office-phone. Mais difícil
de mensurar, é preciso detalhar os usos e necessidades e o impacto no
desempenho da equipe.
1.3 Devolução de linhas fixas. Com o custo extremamente elevado da assinatura
telefônica básica, principalmente para as empresas, é extremamente tentador
pensar na possibilidade de devolver ao menos parte do pacote de linhas, em
favor das linhas “virtuais” oferecidas pela Operadora de Telefonia IP.
2) Confiabilidade – uma característica clara e verdadeira do velho e bom sistema de
telefonia é que sua confiabilidade é extremamente elevada, impossível de
suplantar. O número de minutos parados de um sistema de telefonia é bastante
reduzido ao longo de um ano. Isto não é verificado em uma rede local, por
exemplo, que pode ser atingida por vírus e outras ameaças. É preciso medir a
sensibilidade da solução e o tempo potencial de horas paradas que a mesma
poderá acarretar, bem como o impacto em falhas de telefonia para a operação da
empresa. A adoção de um sistema de telefonia IP, no momento atual, acarretará,
necessariamente, em perda de confiabilidade. Por outro lado, a pressão por
redução de custos pesa do outro lado da balança.
3) Contingenciamento – sabidamente os sistemas baseados em IP são menos
confiáveis do que as redes de telefonia tradicionais. Tendo em vista tal
característica, que é inerente ao sistema de Voz sobre IP, é preciso projetar a rede
para que ela possa retornar ao seu estado normal de operação no menor tempo
possível, sem necessidade de peças de reposição que podem demorar a chegar e
possibilitando o estabelecimento de um procedimento alternativo de operação em
caso de falhas, para que a telefonia nunca sofra interrupções ou, se sofrer, que tais
interrupções sejam as mais breves possíveis. O contrato de manutenção deve
prever um contingenciamento.
4) Continuidade – em concomitância com o contingenciamento, é preciso avaliar se
a solução proposta permite a continuidade das operações sensíveis de telefonia e
permitem a recuperação a partir de um incidente conforme o tempo previsto.
5) Qualidade – sabemos que a qualidade da voz em telefonia não confere com a alta
fidelidade, porém nos acostumamos com certo padrão de qualidade de voz,
exatamente aquele livre de ruídos, inteligível e confortável oferecido pela
telefonia tradicional. Um sistema de telefonia que produza atrasos na voz,
flutuações, distorções, ecos e outros efeitos corrosivos na inteligibilidade da
conversação poderão tornar o sistema intolerável para o uso interno e, sobretudo,
para com o mundo externo, com os seus clientes. A despeito de se ter obtido
sucesso com os quatro primeiros quesitos, se a qualidade da voz não for
disponibilizada o tempo todo e houver um nível de degradação da qualidade
acima do determinado, o sistema poderá causar sérios prejuízos de imagem e
relacionamento interno e externo, anulando por completo todo o ganho obtido no
payback financeiro. Em última instância, será boicotado e desativado pelos
próprios usuários.
Protocolos de VoIP
As sinalizações abordadas nos capítulos anteriores garantem a compatibilidade e
interconexão entre diferentes equipamentos e centrais público-público, privado-privado e
privado-público. Por outro lado, o VoIP tem alcançado rápida popularização, a despeito
de considerações mais sérias a respeito de qualidade de voz, gerenciamento de banda,
QoS e restrições de qualidade quando empregada na Internet.
VoIP quer dizer, em termos gerais, o tráfego de voz, analógico ou digital, convertido e
reconvertido em uma série de pacotes IP. O pacote IP, por ser reconhecível em qualquer
rede TCP/IP pública e privada, sendo uma destas redes a Internet, pode ser facilmente
roteado e transportado entre localidades ao redor do globo. De forma geral, o VoIP
permite trafegar a voz na forma de pequenos pacotes de dados, sob o protocolo IP.
Entretanto, existem algumas outras considerações que devem ser levadas em conta de
forma a permitir a emulação completa do contexto de telefonia sobre uma rede de dados.
O “roteamento” de chamadas deve seguir um determinado protocolo, que destacamos em
seguida, geralmente empregando-se o SIP, H.323 ou MGCP, sobre os quais
discorreremos rapidamente mais adiante. Estes protocolos é que permitem emular o
contexto de telefonia, permitindo o início das chamadas, seu roteamento e seu
encerramento. Desta forma, precisamos saber se o contexto onde ocorrerá a telefonia é
SIP, H.323 ou MGCP. Muitas vezes será preciso determinar o “domínio” de rede a que
pertencem os dispositivos VoIP de uma rede, tal qual uma pequena, média ou grande rede
VoIP.
O padrão vinha sendo mais utilizado até mais recentemente foi o H.323, que responde por
grande parte do legado atual de dispositivos, motivo pelo qual é o protocolo preferido
quando se insere novos equipamentos em redes legadas. Entretanto, o SIP é o protocolo
que mais rapidamente vem sendo adotado, sendo o protocolo preferido das grandes
operadoras, ainda que as mesmas estejam apenas timidamente ensaiando a oferta de
serviços VoIP. O SIP é o protocolo mais flexível e aberto, permitindo uma grande
interoperabilidade entre diferentes fabricantes de Centrais IP (softswitches) e Gateways.
O SIP é o protocolo do presente e também do futuro. O MGCP, por seu turno, é muito
empregado por operadoras de TV a cabo por causa da arquitetura destas estruturas, sendo
o protocolo adotado por estas operadoras.
Para a implantação de novas redes de telefonia internas, onde ainda não exista um padrão
pré-definido, é bastante recomendável que a implanatação seja realizada através do SIP.
Desta forma, o SIP deve ser a primeira escolha, caso não exista alguma restrição devido
ao parque legados.
Devemos considerar dois outros protocolos importantes, mas que são constituintes de
todos os protocolos acima, o RTP (Real Time Protocol) e o RSVP. De forma geral, são
protocolos que se preocupam em resguardar uma característica extremamente distinta do
tráfego de voz em relação ao de dados. O tráfego de voz é extremamente sensível a jitters
e delays, ou seja, é preciso que o tráfego siga um determinado fluxo, dentro de uma certa
taxa, com pequenas flutuações e a mínima variância. Para tanto, marcadores especiais,
bem como protocolos específicos são empregados para orientar outros elementos da rede,
tais como os gerenciadores de banda e dispositivos de QoS em geral, a tratar estes
tráfegos com o prioridade e evitando deslocamentos temporais que provocarão, na ponta
ouvinte, distorções na voz, picotagem da mesma, perda de conexão, ecos, entre outros
efeitos indesejáveis que podem causar desconforto.
Cabe notar que, quando se submete o tráfego de voz a uma rede pública como a Internet,
não existe, dentro da estrutura da própria Internet, nenhuma infra-estrutura implantada
para lidar com este tráfego. Desta forma, a qualidade da voz na Internet estará
condicionada ao best-effort (máximo esforço) dos dispositivos implementados nas
extremidades. Desta forma, não há garantias de qualidade, embora a experiência do VoIP
em meio hostil, como a Internet, dadas as devidas condições e configurações de
equipamentos, tratamento devido de QoS e qualidade dos equipamentos empregados,
possa produzir resultados bastante positivos. Entretanto, mesmo os melhores
equipamentos não poderão exercer um firme controle sobre o tráfego na Internet, de
natureza caótica, por melhores que sejam os resultados. A rigor, tal controle somente
poderia ser possível onde houvesse controle fim-a-fim do transporte de dados de VoIP.
O SIP
O protocolo SIP (Session Initiation Protocol (SIP), desenvolvido pelo IETF, é um
protocolo de sinalização projetado para ser mais simples e flexível do que o protocolo
H.323. O SIP usa as estruturas existentes na estrutura Internet e no HTML para propiciar
transmissões VoIP. Adicionalmente, o SIP é mais escalável, permitindo desta forma o
crescimento sem vinculação com a estrutura existente. O SIP provê aos administradores
de rede a flexibilidade necessária para se encaixar em qualquer tipo de arquitetura, desde
uma rede fortemente concentrada, controlada extensivamente por um servidor, a uma
rede menos concentrada, onde a inteligência é encontrada nas extremidades que se
comunicam umas com as outras. A grande vantagem do SIP, portanto, é sua grande
flexibilidade, opções de arquitetura, escalabilidade, grande nível de interoperabilidade
entre diferentes fabricantes, e distribuição de inteligência.
H.323
O padrão H.323 é definido pelo ITU-T, e sua primeira versão foi divulgada em 1996. É
um padrão complexo, porém flexível e abrangente, amplamente utilizado e preferido por
alguns dos grandes fabricantes. Sua implementação é mais difícil, pois existem
implementações baseadas em subconjuntos das definições, e uma polêmica em torno da
interoperabilidade entre diferentes fabricantes. Gatekeepers são os componentes mais
importantes neste tipo de estrutura e atuam como um ponto central para todas as
chamadas sob domínio de um Gatekeeper e provêem serviços de controle de chamada
para registrar participantes. O H.323 possui uma grande base instalada e pode ser o
padrão requerido necessariamente em uma rede de VoIP já existente.
MGCP
O protocolo de Meda Gateway (MGCP) endereça as necessidades de uma rede de
telefonia “carrier-based”. O protocolo é usado por Media Gateway Controllers (MGCs)
para controlar os Media Gateways, como os Gateways de voz de ponta, por exemplo. No
ambiente MGCP, a inteligência é encontrada no centro da rede com o MGC. A natureza
do MGCP é do tipo master-slave, de forma que o master controla os slaves remotamente.
Com o MGCP os pontos extremos não têm a capacidade de se comunicar diretamente uns
com os outros. Este tipo de estrutura é adequada a Operadoras (Carrier) ou ISP’s que
desejam manter controle sobre as transmissões de VoIP, com objetivos de bilhetagem e
segurança. É um protocolo muito empregado em operadoras de TV a cabo.
Que Protocolo Usar ?
O SIP é um protocolo emergente que possui uma construção muito mais simples do que o
H.323 e é otimizado para obter uma melhor performance. O SIP possui menos overhead
do que o H.323 e uma arquitetura mais simples. O MGCP também é largamente
empregado, especialmente onde se requer um controle exercido a partir de uma
localidade central. O SIP tende a ser o protocolo mais usado pelas operadoras de
telefonia, especialmente nas redes de nova geração. Contudo, o H.323 possui uma grande
base instalada, ao passo que o MGCP vem ficando restrito às operadoras de TV a Cabo.
De qualquer forma, a partir do ponto zero, o custo de implantação da solução SIP é
menor do que as demais, e de implantação bem mais simples do que os demais
protocolos. O SIP tem recebido o endosso de todos os fabricantes e adquirido a
preferência do mundo adepto dos padrões abertos, motivo pelo qual a matriz de
compatibilidades é bastante ampla.
PBX IP
O PBX IP é um PBX por software, emulando todas as funções de um PBX, agregando
outras mais ao equipamento de telefonia, e que se comunica através da rede IP. De modo
geral, um PBX pode ser implementado com um micro-computador e placas de telefonia a
ele acopladas. Se for puramente IP, bastará o software e o micro. Equipamentos mais
elaborados e completos, porém, possuem um hardware mais apropriado e seguro,
possuindo também inúmeras funções de programação do PBX que, geralmente, e de
forma desejável, sejam manipuladas através do browser, abrindo sua configuração para a
rede interna. Desta forma, toda a programação das regras, políticas, Codecs,
acessibilidade, call forwarding e relay, bem como funções referentes ao auto-
atendimento, voice-mail e demais funções do “office-phone” podem ser programadas
através de uma interface GUI, no Windows, pelo browser da rede interna.
A diferenciação entre os modelos de PBX diz respeito ao empacotamento de hardware,
quantidade de linhas FXS e FXO, ou E1, se híbrido ou “puramente IP”, e funções
inteligentes de PBX. É comum que estes equipamentos incorporem funções de
networking, tais como roteamento, firewall, VPN, entre outras funções, compactando
todas estas funções, de telefonia e roteamento em um único equipamento.
Os modelos de menor porte suportam algo que varia entre 16 e 70 ramais, entre ramais IP
e ramais IP/FXS, sendo comum a hibridização, ou seja, que algo como 16 linhas FXS
sejam nativas do equipamento, por exemplo. As demais extensões serão necessariamente
IP, obrigando ao uso do telefone IP. Entretanto, é possível acoplar Gateways FXS a uma
estrutura deste tipo, ampliando a capacidade para 24, 48, ou mais portas FXS, além
daquelas nativas. Desta forma, é possível configurar um PBX IP usando apenas portas
analógicas e telefones de baixo custo, destinando os telefones IP de alta funcionalidade
para um determinado grupo.
Para equipamentos de maior porte esta capacidade pode ser escalada para 100, 200, 500
até 1000 usuários ou mais. Entretanto, para este tipo de escala de implementação, é
desejável o uso da rede de telefonia puramente IP, com telefones IP, e um uso apenas
residual de telefonia analógica. A hibridização em larga escala apresenta um custo muito
alto e perde o seu sentido. Geralmente é difícil encontrar sistemas baseados em telefonia
IP que apresentem mais do que 32 telefones analógicos em concomitância com os demais
telefones IP, já que faria mais sentido manter o PBX analógico para cumprir esta função.
Cabe lembrar que o PBX IP pode vir sem nenhuma porta real, do tipo FXS, estando
subtendido que devam ser agregados a ele telefones IP ou Gateways.
Asterisk
O Asterisk é um PBX Open Source que fornece toda a funcionalidade de um sistema de
telefonia. O software é livre e roda em cima de qualquer plataforma Linux. O Asterisk foi
criado originalmente por Mark Spencer, da Digium, e atualmente é patrocinado pela
própria Digium, enquanto o software permanece Open Source. É muito comum e popular
a implementação de sistemas de telefonia baseados no Asterisk e com uma interface
própria de cada fornecedor. A Digium é um fabricante especialmente interessado no
desenvolvimento do Asterisk, visto que acabou tornando-se o principal fornecedor de
hardware para integração.
Existe uma miríade de integrações, com maior ou menor conjunto de características,
robustez e confiabilidade do hardware, mais ou menos user-friendly. Entre as funções
suportadas pelo Asterisk estão:
Suporte às interfaces analógicas e digitais, do tipo E1, T1, PRI, SIP, IAX e H.323
Suporte a VoIP com telefones analógicos
Podem funcionar como softswitches
Funcionalidades diversas de telefonia, tais como transferência de chamadas,
conferência-3, voice mail, chamada em espera com música, entre outras
funcionalidades básicas da telefonia profissional
Muitos equipamentos do tipo PBX usam o Asterisk sem, contudo, explicitá-lo, a despeito
da performance, interfaceamento e confiabilidade. É uma importante opção quando se
pensa em uma rede de telefonia IP fechada, sem a operadora. Como desvantagem,
apresenta o fato de ser difícil de manipular para os não iniciados. Contudo, versões
“amaciadas” e com interfaces mais agradáveis podem rodar em diversos equipamentos.
O que é ATA e IAD
ATA significa adaptador de telefone analógico, normalmente um Gateway que possui
duas interfaces FXS (para telefone analógico) e uma ou duas entradas de rede. Refere-se
geralmente a aparelhos do tipo Gateway de uso residencial, geralmente com protocolo
SIP. Podem também ser usados em pequenos escritórios (SOHO). Em alguns casos, para
alguns tipos de Gateways permite a interligação ao PBX. Nestes casos, entretanto, dada a
miríade de fabricantes, é uma utilização sensível que requer homologação da Anatel. O
uso de aparelhos inadequados em concomitância com PBXs de porte maior pode
ocasionar efeitos indesejáveis face a possíveis incompatibilidades de implementação nos
padrões de telefonia, nem sempre seguidos com o devido rigor pelos fabricantes.
O uso de Gateways ATA tem sido bastante divulgado junto ao público residencial, para
uso doméstico e a qualidade e capacidade de compressão de voz são bastante distintas
entre os aparelhos, muitos dos quais não são homologados pela Anatel. Em virtude destes
aparelhos em muitos casos serem interligados apenas aos aparelhos de telefonia
analógicos domésticos e conectados à Internet através do Modem, e por não estarem
conectados à rede pública, o controle sobre o uso e comercialização dos mesmos não tem
sido rigoroso. Este equipamento é também conhecido pela sigla IAD (Integrated Access
Device), ou Dispositivo de Acesso Integrado. Para uso profissional recomenda-se,
portanto, que o aparelho seja homologado pela Anatel e por Operadoras.
FXS e FXO
Portas FXS (Foreign Exchange Station) conectam telefones analógicos, aparelhos de fax
e a linhas de cobre dos troncos de um PBX. As portas FXS, em um Gateway conectado a
uma rede de telefonia interna, comportam-se como “ramais”.
Portas FXO (Foreign Exchange Office) conectam-se diretamente a linhas PSTN, da rede
de telefonia pública, ou a extensões de ramal dos PBXs, conectando-o à rede IP.
Geralmente as portas FXS são empregadas com maior freqüência, em função da conexão
direta aos aparelhos da rede de telefonia, em substituição às portas do PBX. As portas
FXO são empregadas em geral para fazer a conexão à rede pública, PSTN, ou para
propiciar a ligação das portas de extensão ramal do PBX (que são FXS) à rede IP.
A seguir apresentamos alguns diagramas que apresentam a posição correta, e também a
incorreta, de uso em relação às portas FXS e FXO.
ALGUMAS ARQUITETURAS VoIP:
A seguir apresentamos alguns diagramas de interligação de equipamentos do tipo
Gateway, empregando diagramas do fabricante (Mediatrix), onde são dispostas as
interligações típicas.
Neste cenário, troncos de PBX externos, à esquerda, que se conectariam à Central
Telefônica e na PSTN são ligados alternativamente aos Gateways de acesso FXS (1104).
Para realizar uma chamada, um usuário do PBX disca um dígito pré-configurado para
encontrar o tronco habilitado para o IP. O Mediatrix gera um tom de discagem para que o
usuário do PBX disque um número pré-definido para ligar para o escritório pretendido.
Neste caso, o “toll-bypass” é simplesmente utilizar a rede IP para conduzir o tráfego de
voz entre as localidades.
ACESSO REMOTO À PSTN
Neste cenário os Gateways FXS (série 11XX), fornecem conectividade aos PBX’s
legados, enquanto os Gateways FXO (1204) estão localizados nas localidades remotas.
Desta forma, os troncos do PBX (Office 1) são conectados ao equipamento 1104, neste
caso 4 troncos, e os usuários do PBX central podem discar um determinado dígito para
colocar uma chamada em outra cidade, através da PSTN remota. As unidades 1204 na
localidade remota conectam-se diretamente ao tronco local da PSTN local por meio das
portas FXO.
ARQUITETURA CONVERGENTE
Em uma rede convergente a tecnologia apropriada de telefonia se encaixa em uma VPN existente, ou a ser implantada, garantindo a integridade dos dados e das conversações telefônicas, bem como a sua privacidade. Um servidor de comunicação IP, tal como um SIP Server, pode realizar o papel de redirecionador de chamadas, ou mesmo tarefas adicionais, tais como o auto-provisionamento. Na arquitetura acima é possível potencializar o parque de telefonia legado, e ao mesmo tempo o acesso de telefonia por parte de todas as unidades.
INTERLIGANDO AO SERVICE PROVIDER
No exemplo acima os escritórios podem ser interligados através do serviço oferecido por
uma Operadora de Telefonia IP, ou um Service Provider.
DISPOSIÇÃO DO TIPO “OPERADORA”
Neste exemplo, os equipamentos do tipo Gateway 1124 podem ser utilizados para abrir
ramais telefônicos no cliente, ou escritório, ou mesmo em uma rede condominial. Toda a
função de telefonia fica a cargo do Service Provider, em um esquema de IP-Centrex. O
próprio cliente pode hospedar a estrutura de SIP Server, neste caso.
Quadro E1/T1 PBX Legado
QuadroE1/T1 Rio de Janeiro
PSTN Telefonica
Conexão com PBX‘s existentes.
Todas as extensões PBX podem fazer chamadas IP
Conecta através do roteador da companhia ou diretamente à Internet
Também pode estabelecer uma VPN para tornar as chamadas seguras
Quadro4x São Paulo
Internet
PSTN Telemar
E1
Neste exemplo o Gateway E1 pode suportar 30 ligações simultâneas, via SIP,
interligando outras unidades como, neste caso, uma filial dotada de PBX IP. O Gateway
interliga-se ao PBX de modo bastante simples, por meio de uma porta E1 do PBX. Desta
forma, de maneira instantânea, é possível habilitar 30 ligações simultâneas entre o PBX e
a rede VoIP, por meio de uma única porta.
QUESTIONÁRIO
O questionário abaixo auxilia no levantamento de informações que poderão facilitar a
elaboração do projeto e a qualificação do mesmo.
Informações Cadastrais do Cliente
Empresa (*)
Endereço:
Bairro: Cep:
Município: UF:
CNPJ: IE:
Pessoa para Contato: (*)
Cargo:
E-mail: (*)
Telefone:
(*)
Fax:
Informações sobre a Infra-estrutura de Internet
1) Tipo de acesso Internet? (*)
(Nome do fornecedor: ____________________________________)
a. ( ) Link dedicado
b. ( ) Velox (ADSL)
c. ( ) Speed (ADSL) d. ( ) Via Rádio
e. ( ) Via TV a Cabo
f. ( ) Outro: ___________________________
2) É VPN ? _________________________________________
3) Existe algum desenho da rede que está conectada ao roteador ?
____________________________________________________________
4) Velocidade do seu Acesso Internet? (*)
a. ( ) 128 Kbps
b. ( ) 256 Kbps c. ( ) 300 Kpbs
d. ( ) 512 Kbps
e. ( ) 600 Kbps
f. ( ) 800 Kbps g. ( ) 1Mb
h. ( ) 2Mb
i. ( ) Outra: ___________________________
CIR: _________________
5) Discriminar a taxa de:
a. Upload__________________
b. Download________________
6) Verificar se já foi feita alguma medição quanto à utilização do link, i.e,
se o link está sobrecarregado ou se há folga na utilização.
____________________________________________________________
7) No caso de seu acesso ser do tipo ADSL, como está instalado seu Modem? (*)
a. ( ) Bridge
b. ( ) Router
8) A navegação está aberta?
__________________________________________________________
9) Existem aplicações especiais, tais como transferências muito grandes de
arquivos em Upload? ____________________________________________________________
________
10) No caso de seu acesso ser do tipo ADSL, Qual a Marca e Modelo do seu
Modem ADSL? (*)
Marca: __________________________
Modelo: __________________________
11) Sua rede possui quantas estações de trabalho? (*)
________
12) Qual o sistema operacional usado nos servidores de rede de sua
empresa? (*)
a. ( ) Windows
b. ( ) Linux
c. ( ) Outro __________________________
13) Possui Firewall na sua Rede ? (*)
a. ( ) Sim
b. ( ) Não
14) Administração da sua rede é própria ou terceirizada? (*)
a. ( ) Própria
b. ( ) Terceirizada : Empresa:_________________
Contato:__________________
Fone:____________________
15) Quantidade de filiais ? (*)
_________________
Informações sobre a Infra-estrutura de Telefonia
16) Você possui PABX na sua empresa? (*)
a. ( ) Sim b. ( ) Não
17) Qual a marca e modelo de seu PABX? (*)
Marca: ______________________
Modelo: ______________________ Empresa de Manutenção do PABX: _____________________
Contato: ___________________
Fone: ____________________
18) Quantidade de troncos analógicos no PABX (Posições para receber
linhas telefônicas)? (*)
Em Uso: ______________________
Sem uso: ______________________
19) Quantidade de ramais no PABX? (*)
Em Uso: ______________________ Sem uso: ______________________
20) Verificar quantas portas analógicas (se for do tipo FXS/FXO) estão
livres; definir quantas FXS e quantas FXO, no lado do PBX, estão
disponíveis.
(*) informações essenciais
CUIDADOS E PROBLEMAS
A tecnologia VoIP vem alcançando rápida popularização e um dos fatores mais atraentes
para a adoção deste tipo de tecnologia é, sem dúvida, a redução de preços substancial que
pode ser obtida por meio do uso do VoIP. Por outro lado, existe uma miríade de
fornecedores de “tecnologia VoIP”, que pode alcançar a casa das centenas de
fornecedores.
Um dos maiores cuidados a serem tomados em um projeto de VoIP é, justamente por
isto, a qualificação dos fornecedores, principalmente da Operadora de Telefonia VoIP.
Muitas empresas optam pela interligação VoIP por meio de rede “interna”, quando são
usados SIP Servers internos para rotear as chamadas que ficarão confinadas na rede
interna do cliente, dispensando o uso de uma Operadora de Telefonia IP. É cada vez mais
comum, porém, o emprego de estruturas baseadas em Telefonia IP, onde a Operadora
VoIP será a responsável pelo roteamento das chamadas saintes e entrantes. Neste caso, a
continuidade, integridade e qualidade do serviço devem ser fatores preponderantes na
escolha.
Um dos erros por parte dos clientes é o uso de Operadoras de Telefonia IP sem
credenciamento junto à Anatel, que muitas vezes fazem apenas o “brokerage” de minutos
junto a Grandes Corretoras que muitas vezes sequer possuem estrutura no Brasil. Existe
um mercado de compra e venda de minutos, ao nível internacional, e que satisfazem em
muitos casos as necessidades de clientes individuais e de empresas informais, pelo menos
enquanto o serviço estiver disponível. O problema maior ocorre quando se utiliza este
tipo de serviço em substituição à telefonia tradicional, expondo muitas vezes o serviço de
telefonia a falhas e indisponibilidades que muitas vezes são intoleráveis.
Para piorar a situação, é comum o emprego de golpes nesta área, ao melhor estilo da
pirâmide albanesa, quando um País inteiro sucumbiu a uma grande pirâmide. Neste caso,
é de se desconfiar de todo e qualquer serviço que cobre uma taxa de adesão ou compra de
linha. É mau sinal. O brasileiro é especialmente sensível a propostas que representem um
negócio da China. Caso típico é a oferta de serviços de telefonia onde se cobram 6, 5, 4
ou menos centavos por minuto, às vezes até ligação ilimitada por US$ 80,00, desde que, é
claro, “compre-se” uma linha por US$ 500.00. Desconfie destas ofertas. Evidentemente,
se o serviço é prestado internamente, não poderia ser cobrado em dólares, e tarifas muito
baixas não vão remunerar alguma contraparte. Em algum momento o serviço poderá sair
do ar. Em todo o caso, o critério mais acertado é verificar se os equipamentos e serviços
oferecidos são regulados e normalizados pela Anatel. Se possível verifique a estrutura de
serviços da Operadora e pesquise os clientes da mesma.
Outros fatores que podem alterar o resultado e a qualidade do serviço de telefonia IP são:
Segurança
Integridade e Inviolabilidade
Vírus
QoS interno externo
Qualidade da Operadora
Link dedicado x ADSL
Perdas na Internet
Linhas presas
Como Analisar tarifas
Ao contrário do que se costuma pensar, a telefonia de IP pode ser “grampeada”, mas não
da mesma forma que a telefonia tradicional. Ela pode ser “grampeada” da mesma forma
que os dados da rede do cliente. Desta forma, a única forma de garantir a integridade e
inviolabilidade da Telefonia IP é através do uso de VPN’s, com o emprego de túneis e
criptografia. Em uma rede interna de telefonia VoIP, portanto, é interessante adotar
VPN’s, visto que é uma tecnologia bastante acessível para se obter a inviolabilidade, a
privacidade e integridade dos dados (voz, VoIP).
Outro fator a ser considerado é o QoS. Os Gateways de Voz, VoIP, são capazes de fazer a
marcação do pacote de VoIP, possibilitando ao roteador priorizar os dados na saída.
Quando possível e estiver disponível é recomendável fazê-lo. Em determinadas
circunstâncias, especialmente para um número maior de ligações e dependendo do perfil
de tráfego, é requisito essencial implementar o QoS. Muitos roteadores e os próprios
Gateways são capazes de marcar os pacotes e fazer o QoS, por este motivo não há porque
não fazê-lo.
Quando se utiliza um link de internet ADSL para trafegar VoIP, convém analisar algumas
limitações. Uma destas limitações é que o Uplink da ligação pode estar limitado a
128Kbps ou 256Kbps, mesmo que para Download se disponha de 1Mbps. Nestes casos, o
que vale é o link de Upload. Por outro lado, dificilmente poderá se contar com mais de
50% de disponibilidade real deste link de Upload. Usando o Codec G.729 o consumo de
banda é de 30Kbps. Desta forma, para um link com Upload de 256Kbps, dificilmente se
poderá se contar com mais de 4 ligações simultâneas concorrentes com o tráfego de
dados. Para mais do que 4 ligações simultâneas o uso do VoIP deverá requerer
necessariamente um link dedicado de pelo menos 256Kbps, para que o resultado seja
condizente com a qualidade esperada e uma disponibilidade plena. Um link deste
tamanho poderá disponibilizar até 6/8 ligações VoIP simultâneas (mas cuidado com o
CIR). Acima deste número deve-se usar links a partir de 512Kbps, chegando a 1Mbps.
No caso de links maiores, o uso deve ser concomitante com a conexão E1 ao PBX.
Outro fator a ser considerado é que a Internet é um meio de baixa confiabilidade, logo
alguma flutuação na qualidade de Voz pode ocorrer em função das condições de tráfego
na Internet, sobre o qual não existe controle, de parte a parte, pois não é possível QoS
fim-a-fim na Internet com os serviços oferecidos atualmente. Estes fatores devem ser
levados em consideração no projeto de VoIP.
Por outro lado ainda é muito comum nos links ADSL a oferta real de banda muito abaixo
do nominal apresentado. Devemos sempre ter em conta que, com um Codec de G.729,
haverá necessidade de 30Kbps por canal, efetivo, incondicionalmente. Desta forma, se o
link efetivo em um determinado momento for muito abaixo do necessário, haverá
redução de capacidade e qualidade nas ligações. Todos estes fatores devem ser
necessariamente medidos, pesados e quantificados.
Por fim, devemos lembrar que uma rede de telefonia VoIP é essencialmente uma rede de
dados. A diferença é que o tratamento destes dados deve obedecer a regras que
caracterizam os requerimentos da Voz, daí a necessidade do protocolo RTP (Real Time
Protocol) e do controle de QoS. Por outro lado, a rede VoIP estará sujeita a fatores que
ameaçam uma rede de dados, como ataques de DoS, DDoS, vírus e outros fatores que
podem derrubar uma rede de dados. Desta forma, os requisitos de segurança que devem
ser adotados em uma rede dados devem ser rigorosamente obedecidos. Estes cuidados
devem levar em conta que os firewalls da rede não devem barrar o tráfego de UDP
proveniente da rede interna. A política de segurança e as regras devem, portanto, levar
em consideração, a partir de agora, os dispositivos de VoIP, sem contudo impedir o seu
funcionamento.
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