grupo focal - analise dos dados
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Grupo focal
O objetivo de se realizar o grupo focal anteriormente a confecção do jogo, era
porque tal metodologia poderia nos oferecer informações que nos ajudasse a revelar,
fazer emergir diferentes pontos de vistas que os alunos possuem sobre o valores.
O grupo focal foi realizado em dois momentos distintos e com dois grupos de
adolescentes com idade entre 9 a 11 anos. Todos são estudantes das séries iniciais do
Ensino Fundamental I de uma escola municipal da cidade de São Paulo, localizada em
Pirituba.
Seguindo a recomendação metodológica de Robert King Merton para a
aplicação do grupo focal, estavam presentes três integrantes do grupo, que se dividiram
entre a função de moderador, relator da sessão e observador geral.
A escolha dos alunos que compuseram o grupo focal foi a descrita no item da
metodologia.
Iniciamos o grupo focal com as apresentações dos integrantes do grupo de
pesquisa e explicando o que faríamos, ou seja, como iria ser encaminhada a conversa.
Abordamos de forma geral, que estávamos realizando um curso de especialização pela
Universidade Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP) em parceria com a
Universidade de São Paulo (USP) e que para finalizar o curso escolhemos realizar um
jogo sobre valores e nos precisaríamos da colaboração deles para elaborar o mesmo. É
importante ressaltar, que somente citamos o tema valores, não realizamos nenhuma
explicação do que seria, ou melhor, do que estávamos considerando valores, pois
compreendemos que qualquer explicação, por mais simples que fosse poderia interferir
na resposta dos alunos no decorrer do grupo focal.
Conforme descrito na metodologia, o tema disparador para o grupo focal foram
imagens selecionadas da internet, a partir de diferentes sites. Ressaltamos que ao
escolher as imagens optamos por aquelas que não houvessem uma mensagem muita
explicita, mas ao mesmo tempo não ficasse muita vaga a problemática que gostaríamos
de abordar, assim selecionamos aquelas que os alunos pudessem compreender o tema e
ao passo que tivessem liberdade para expor suas opiniões sem juízo de valor.
Desse modo, ao escolhê-las tentamos aliar cada uma a um valor em especial e/ou
a uma situação problema. Um valor ou situação que gostaríamos que os alunos
expusessem suas opiniões. Assim os valores/situações que abordamos estavam
relacionados a:
Violência nas escolas;
Violência contra os professores;
Violência domestica/ Questões de gênero;
Homossexualidade;
Pessoas com alguma deficiência;
Relações raciais /racismo/preconceito racial;
Liberdade religiosa;
Desigualdade social;
Maioridade Penal;
Gravidez na adolescência / Sexualidade;
Além das imagens, elegemos também como tema disparador para a discussão
fotos de alguns espaços escola onde foi realizado o grupo focal, ou seja, onde eles
estudam. Escolhemos para tanto, fotos dos seguintes locais: diretoria, refeitório/pátio,
quadra, sala dos professores e banheiros. A intenção ao trazer tais fotos era identificar
compreender a opinião dos alunos sobre os tais espaços.
Visando uma melhor compreensão das informações coletadas, optamos por
realizar uma análise descritiva dos dados, desta forma vinculando as
informações/opiniões dos dois grupos de alunos que compuseram o grupo focal. Assim,
iremos primeiramente relatar o conteúdo das falas dos alunos e suas opiniões referente
às imagens e em um segundo momento com relação às fotos dos espaços da escola.
Antes de prosseguirmos é importante compreender quem são os alunos que
compuseram os dois grupos focais. Compreender para além das idades, que já foram
citado, mas entender quem são suas famílias, com quem moram, em qual bairro dente
outras questões. Isto porque consideramos que tais configurações familiares e
informações influenciam em suas opiniões e principalmente na formação de valores.
A partir da apresentação dos alunos pudemos concluir que:
As maiorias das crianças moram nos bairros de Pirituba, ou seja, nos arredores
da escola;
Moram com seus pais
Todos possuem mais de um irmão. Sendo que é comum os mais velhos
cuidarem dos mais novos, tanto para os pais trabalharem como nos momento de
lazer;
Vão para escola de carro, de ônibus ou ainda de transporte particular;
A primeira imagem foi relacionada ao que nomeamos como violência nas
escolas
Imagem 1 - violência nas escolas
Com relação à imagem 1 os alunos estranharam o policial no ambiente escolar
de tal forma que muitos demoraram para compreender ou mesmo nomear o espaço
como escolar, uma vez que falaram que “era uma delegacia pois tinha grade e
policial”. Outra fala que confirma tal estranhamento do policial no ambiente escolar ao
mesmo tempo em que nos informar o que para esses alunos uma escola tem que ter é
quando um deles diz que “se fosse uma escola teria desenhos na parede e não teria
grades”.
Mas quando questionamos se já tinham visto policial em alguma escola e o que
achavam sobre isso, alguns responderam que já tinha visto, mas somente quando a
escola tinha sido invadida e que nesses casos era preciso policial para que a escola
tivesse segurança e assim, poderíamos evitar que alguém entrasse e matasse alguém.
A segunda imagem refere-se a violência, física e simbólica, que os professores
tem sofrido tanto por parte do alunos quanto dos pais. A intenção ao escolher tal
imagem não era de culpalizar ou polarizar o comportamento dos pais e dos alunos em
prol dos professores, mas sim tentar compreender o que os alunos acham sofre o
comportamento, sobre as relações estabelecidas entre os alunos e os professores
Imagem 2 – violência contra os professores
Sobre tal imagem nenhum dos alunos se atentaram para as datas, não
conseguiram compreender tal passagem de tempo e de concepçao sobre as relaçoes
professores e alunos presente na imagem.
Contudo, todos expressaram que o aluno estava com notas baixas e que o motivo
desta era porque ele não havia estudado o suficiente. Outra questão presente na fala dos
alunos foi com relação ao discurso sobre a competencia do professor que circula na
mídia. Sobre isso uma menina disse que “no jornal fala que os professores não ruins,
mas são os alunos que são”; houveram outros comentários culpalizando os alunos,
como por exemplo afirmando “que o professor deu nota baixa,porque é a nota certa
porque o aluno não estudou” e “o certo é brigar com os alunos”
Quando se trata do acompanhamento dos pais na vida escolar dos alunos eles
também tem um discurso muito contundente no sentido de punição. Um menino
afirmou “que há necessidade de bater sim se a criança não quer estudar”, outra
menina relata “minha mãe briga muito comigo por causa das minhas notas, mesmo
quando são boas”. Houve relatos que os alunos consideram falta de respeito com o
professor. Eles relataram que alguns alunos falam alto e gritam enquanto os professores
estão explicando a matéria. Um outro nos contou ainda que um menino de sua turma
jogou uma tesoura na professora e por pouco não a acertou.
A terceira imagem relaciona-se a violência doméstica.
Imagem 3 – violência doméstica
Interessante as opinioes que geraram esta imagem, em ambos os grupos os
alunos não identificaram imediatamente a violência doméstica, muitos associaram a
imagem a um assalto. Após alguns questionamentos, os alunos citaram que seria briga
de casal, ou ainda a mulher estava falando de mais. Quando disseram isso, foi
perguntado se então era permitido bater na mulher quando ela estivesse falando de mais,
todos os alunos responderam que não.
Além de tal resposta uma menina afirmou que “o homem não pode bater na
mulher... quer dizer ninguém pode bater me niguém porque nenhum é melhor do que o
outro”. Após essa fala um menino complementou dizendo que “as mulheres tem
direitos iguais”. Neste momento, iniciou-se uma discussão pois a primeira menina disse
“é verdade as mulheres tem direitos, mas não são iguais, elas podem trabalhar, mas
iguais, iguais os direitos não são, elas tem que fazer comida, cuidar dos filhos e da
casa”.
A quarta imagem estava relacionada com a questão da tolerância e o respeito a
opção sexual. Assim nomeamos de Homossexualidade
Imagem 4 – Homossexualidade
Com relação a essa imagem ficamos todos surpresos com a reação dos alunos,
pois em nenhum dos dois grupos surgiu a sugestão de que o menino da ilustração fosse
gay e sim que ele usou o sapatp pelo aspecto lúdico, da brincadeira e a vontade de ser
adulto logo, essas opiniões que foram mais marcantes para os adolescentes. Neste
sentido, ouvimos os seguintes comentários com relação a ilustração “ele era baixo e
queria ficar maior, por isso colocou salto”; “salto é de mulher, eu colocaria um tênis”;
“ele queria experimentar como é ficar de salto; “ ele queria fingir que era grande”.
Somente após questionarmos o que as pessoas iriam dizer se ele fosse na rua com o
sapato que os alunos, alguns, disseram que poderiam chamá-lo de “bixa ou gay”, mas
complementaram dizendo que “isso não tinha importância e que ninguém poderia falar
nada, porque a vida era dele”.
Nessa imagem ficou evidente nosso estranhamento por parte das respostas dos
alunos, pois ao elegermos tal ilustração esperávamos, mesmo que de forma velada, que
os alunos viessem com frases de cunho preconceitusoso, que geralmente circulam na
sociedade. No entanto, eles nos surpreenderam com suas respostas o que nos pensar no
fato deles mesmo sendo adolescentes de escola pública conservam/ estão construindo
suas ideias e concepções sobre a sexualidade.
A quinta imagem tinha como objetivo sucitar a discussão a respeito da
convivência com os alunos com deficiência. Assim, nos interessava saber como era as
relações entre estes pares.
Imagem 5 - pessoas com deficiência
Na escola onde a pesquisa foi realizada há muitas crianças com deficiência,
deste modo, encontramos quase que em todas as salas crianças com algum tipo de
deficiência.
Creio que seja por isso que o discurso de todas as crianças foi considerado
inclusivo, todos os alunos disseram conhecer, conversar e também ajudar os outros
alunos com deficiência. É fundamental pontuarmos que os discursos com relação ao
direito a Educaçao, de que a escola é para Todos ficou evidente na discussão. Ouvimos
por exemplo o seguinte comentário “a escola não é só para as crianças que tem perna
boa ou a mão, a escola deve ser para todos” “é umm direito todos as crianças estarem
na escola”.
A sexta imagem trouxe para a discussão o tema do racismo que de acordo com
os dois grupos há muitos casos na escola.
Imagem 6 – relações raciais/racismo/preconceito
Mesmo considerando que o racismo ocorre na escola, achamos interessante que
uma das primeiras respostas sobre o que seria a imagem os alunos falaram: casal de
namorados ou ainda amigos. Tal fato, demonstra que mesmo sabendo da problemática
do racismo na sociedade e vendo e sentindo na escola, eles ainda, podemos assim
inferir, possuem uma imagem positiva dessa possível união.
Em ambos os grupos, e havia alunos negros, as crianças brancas e negras
relataram casos que eles nomearam como racismo. Disseram que “o racismo acontece
quando as pessoas ficam xingando as pessoas negras de macaco ou de gorda”,
relataram ainda que algumas pessoas chamam os alunos negros de “nagueba” de
acordo com eles é uma ofensa, mas não conseguiram explicar o motivo.
Em um dos momento da discussão questionamos se algum deles já tinha
cometido um ato de preconceito/racismo, um menino relatou que “eu não sou racista,
mas um dia aqui na escola eu xinguei uma menina de ‘neguinha da barra funda’ mas
porque ela ficou me zuando. Depois ela ainda falou para a professora”
Ao serem questionados o que a professora fez e o que os professores geralmente
fazem quando presenciam ou alguém reclama de ocorrer isso, os alunos relataram que
leva para a diretoria e a diretora aplica advertência e chama os pais.
Uma menina ainda concluiu dizendo “que o racismo e bullying é igual. As duas
coisas de juntam, são iguais”.
A imagem seguinte mostrada tinha como mote a liberdade religiosa e tolerância
e respeito as diferenças de modo geral.
Imagem 7 – liberdade religiosa
Como a imagem não diz muita coisa sobre a mensagem que queríamos que fosse
mote da discussao, resolvemos ler para os alunos a mensagem escrita e após fazer o
questionamento sobre quais religioes eles conheciam? O que acham sobre haver várias
religiões? Dentre outras questões.
As respostas versaram sobre as religioes protestantes de modo gera, a igreja
católica foi mencionada uma única vez e o mesmo com a umbanda. Um aluno ainda
diferenciou o público que frequenta as igrejas dizendo que “existem igrejas dos negros
e igreja dos brancos”. Outro fato importante que os alunos mencionaram foi o fato de
que algumas pessoas não possuir religião, no entanto tal constatação/comentário veio de
um menino cujo o padrastro é pastor de uma igreja protestante, e ele complementou
dizendo que “essas pessoas [que não tem religião] não tem fé”.
Imagem 8 – desigualdade social
Ao analisarem a imagem acima os alunos logo identificaram as diferenças entre
pobre e ricos, de acordo com as palavras usadas por eles.
O que pudemos perceber é o que está enraizado nos discursos dos alunos é o
mesmo usado na mídia aliado a questão do mérito, pois em ambos os grupos eles
comentaram que “as pessoas tem que trabalhar para comprar uma casa melhor, tem
gente que não quer trabalhar” ou ainda “as pessoas tem casas bonitas porque
trabalharam, por isso rico é rico, porque trabalhou e pobre é pobre porque não gosta
de trabalhar”. E “para ter dinheiro é preciso ter um bom currículo e para isso é
necessário estudar”
Houve também uma diferenciação entre o que eles chamavam de favela, gente
bem pobre que mora em barraco e gente pobre que mora em casal dita normal, neste
segundo caso seria comunidade e não favela. A ideia vigente também de que as pessoas
no que eles nomearam favela não limpas as casas, de que é tudo sujo.
A imagem seguinte deveria suscitar uma discussão sobre a redução da
maioridade penal tão em voga neste momento.
Imagem 9 - Maioridade Penal
Contudo percebemos que os alunos não apresentam vivência suficiente que
oportunizasse tal discussao, isto porque ao verem a imagem os comentários ficaram
pautadas somente no que a imagem mostra, não houve uma leitura mais aprofunda da
situação. Assim os alunos falaram que “a criança queria pegar a chupeta”; a criança
esta no portão da casa dela” etc. Somente um menino que comentou que poderia ser
um abrigo, ao questionarmos o motivo, respondeu que “é o lugar onde as mães largam
os filhos que elas não querem mais”. Tal comentários nos faz inferir se o menino não
teve algum vivência em um abrigo ou tem contato com outra criança que já esteve em
tal situação.
A imagem seguinte foi de uma menina/criança grávida.”
Imagem 10 - Gravidez na adolescência / Sexualidade
Ao verem tal imagem todos alunos afirmaram conhecer meninas também que já
muito novas – entre 10 a 13 anos – já são mães e consideraram errado pois “não tem
idade para ser crianças, é uma criança cuidando de outra criança”. “ ela tem que
estudar e não ser mãe”
Após as imagens mostramos as fotos de alguns dos espaços da escola, pois
gostaríamos de compreender as relações estabelecidas nesses espaços, como era a
percepção pelos alunos da função que cumpre determinados espaços dentro da unidade
escolar.
Assim mostramos fotos da diretoria, sala dos professores, refeitório/pátio;
banheiros; quadra e sala de aula.
Sobre a diretoria os comentários que apareceram foram que é “um lugar para se
sentir melhor”. “que ajuda os alunos a se comportarem”
Diretoria
Sala dos professores
Sobre a sala dos professores que deveria ser maior e que os alunos entram
somente quando os professores pedem. Não é um local para os alunos como não fizesse
parte da escola.
Refeitório/pátio
Sobre o refeitório/pátio as crianças relataram que há muito desperdiço de
comida, muitas crianças estragam a comida, mesmo quando muitas pessoas nas ruas
precisam de comida e não tem.
Banheiros
Sobre os banheiros as crianças elogiaram porque foi pintado recentemente, no
entanto não deixaram de relatar que mesmo sendo pintado teve alunos que já
estragaram, arrancaram os adesivos, cometeram de acordo com os alunos “ato de
vandalismo”. E afirmaram que quando presenciam tal atitude eles contam para um
adulto.
Quadra
Também elogiaram o fato da quadra agora estar coberta e o fato de permanecer
aberta nos finais de semana.
Sala de aula
O local qual passam mais tempo também foi o mais criticado. De acordo com os
alunos o espaço é pequeno e cheio e há problemas com falta de professores e quando
isso acontece às vezes as turmas são divididas.
Ao final da realização do grupo focal consideramos que tal método de coleta de
dados foi de fato adequado para compreendermos melhor a vivência e a realidade dos
adolescentes e ao mesmo tempo, como eles veem e compreendem algumas situaçoes
quais seus valores são solicitados para tomadas de atitudes.
A partir de tais informaçoes, elaborarmos situações problemas para o jogo. Ao
elaborarmos nos pautamos na realidade vivida na escola, nos problemas apresentados
pelos adolescentes tanto com relação as relações estabelecidade entre os pares como
entre os professores e familiares.
O que podemos destacar em suas falas e subsidiados pelos textos lidos no
decorrer do curso é que os valores expressos possuem vinculação com a afetividade, ou,
seja, o modo como reagiram a determinados comportamentos estava atrelado ao
sentimento que tinha com relação a pessoa. Tal fato fica mais claro quando nos
reportamos a imagem de número seis – relações raciais – qual os alunos relataram
manosfestações de racismo na escola e mostram-se incomodados com o fato. A
afirmação Araujo (2007, p. 02) ratifica tal observação, pois de acordo com o autor “[...]
os valores e as avaliações que fazemos cotidianamente pertencem à dimensão geral da
afetividade e, afirma Piaget, o valor é resultado, é construído, a partir das projeções
afetivas que o sujeito faz sobre os objetos ou pessoas”. Nesse sentido, o valor refere-se a
algo que a pessoa gosta, que ela valoriza, sendo assim é possível falarmos que algo pode
se tornar um valor para os alunos.
Se pensarmos deste modo, podemos então demonstrar o quanto a escola é
importante juntamente com as famílias e outros atores sociais, na
construção/estabelecimento de valores. Se os alunos gostam do ambiente da escola, se
sentem-se respeitados por todos neste espaço é esperado que faça o mesmo com os
outros e que cuide do espaço, assim tornando-se um espaço colaborativo.
Para Araujo (2007, p.8) as propostas pedagógicas que visem a construção de
valores,devem buscar reorganizar os tempos, os espaços e as relações escolares por meio da inserção, no currículo e no entorno escolar, de conteúdos contextualizados na vida cotidiana de alunos e alunas, relacionados aos sentimentos, às emoções e aos valores éticos desejáveis por nossa cultura.
Expõe ainda que [...] o universo educacional em que os sujeitos vivem deve estar permeado por possibilidades de convivência cotidiana com valores éticos e instrumentos que facilitem relações interpessoais pautadas em valores vinculados à democracia, à cidadania e aos direitos humanos. Com isso, fugimos de um modelo de educação em valores baseado exclusivamente em aulas de educação religiosa, moral ou ética e compreendemos que a construção de valores morais se dá a todo instante, dentro e fora da escola. Se a escola e a sociedade propiciarem possibilidades constantes e significativas de convívio com temáticas éticas, teremos maior probabilidade de que tais valores sejam construídos pelos sujeitos (ARAUJO, 2007, p.8).
Tal posição exige ações pedagógicas que privilegiem o diálogo e que o tema seja
pauta de discussão em todas as áreas de conhecimento, assim seja incluído no dia a dia
das escolas, juntamente com a comunidade escolar e principalmente deve ser um
trabalho realizado e forma intencional e bem planejada.
A partir das informações coletas pudemos dar continuidade a elaboração do
jogo. Consideramos essencial e de extrema importância ouvirmos os alunos para que
pudéssemos pensar as situações problema do jogo interligada com a realidade das
escolas públicas e ainda mais, na voz dos alunos, sujeitos muitos vezes não ouvidos
pelos adultos/professores.
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