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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
PÓS - GRADUAÇÃO - GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
ESTRESSE OCUPACIONAL E A SÍNDROME DE BURNOUT NA VIDA
PROFISSIONAL DAS MULHERES
CURITIBA - PR
DEZEMBRO/2011
2
LUCIMERI SCHOTKA GUEBUR
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
ESTRESSE OCUPACIONAL E A SÍNDROME DE BURNOUT NA VIDA
PROFISSIONAL DAS MULHERES
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
como requisito parcial para obtenção do grau
de Pós Graduação em Gestão Estratégica de
Pessoas. Nível de Especialização da
Universidade Tuiuti do Paraná.
Professor MSc. Ubiracir Mazanek de Almeida
CURITIBA - PR
DEZEMBRO/2011
3
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo, destacar o Estresse Ocupacional e a Síndrome de
Burnout, um dos grandes problemas com conseqüências negativas para a saúde
física e mental da mulher profissional. Objetiva-se com este trabalho, evidenciar na
trajetória profissional das mulheres, as formas de estresse ocupacional no ambiente
de trabalho. Traz referências ao histórico, à legislação, à patologia e aos
danos impostos a mulher no ambiente de trabalho. Concluir com idéias para a
solução ou, pelo menos, para a redução e prevenção dessa doença ocupacional.
Palavras-chave: Ambiente de Trabalho, Estresse Ocupacional, Síndrome de Burnout
e a Mulher Profissional.
4
ABSTRACT
This paper aims at highlighting the Occupational Stress and Burnout syndrome, a
major problem with negative consequences for physical and mental health of the
professional woman. The objective with this work, highlighting the career of women,
the forms of occupational stress in the workplace. Behind the historical references to
legislation, the pathology and damage imposed on women in the workplace. Finish
with ideas for the solution or at least to the reduction and prevention of occupational
disease.
Keywords: Working Environment, Occupational Stress, Burnout syndrome and
Professional Women.
5
SUMÁRIO
1 JUSTIFICATIVA ................................................................................ 07
2 OBJETIVOS DA PESQUISA ............................................................ 12
2.1 OBJETIVO GERAL............................................................................ 12
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................. 12
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................ 13
3.1 A mulher no mercado de trabalho .................................................... 15
3.2 Danos da humilhação à saúde do trabalhador ................................. 17
3.3 Nexo causal ...................................................................................... 19
3.4 Estresse ............................................................................................ 20
3.4.1 Conceitos e definições de estresse .................................................. 24
3.4.2 Estresse ocupacional ........................................................................ 24
3.4.3 Qualidade de vida no trabalho .......................................................... 26
3.4.4 Estresse e qualidade de vida no trabalho a partir de fatores
organizacionais ................................................................................
27
3.5 Programas de redução do estresse organizacional ......................... 30
3.5.1 Programa – Arte de reduzir o estresse ............................................. 30
3.5.2 Técnicas para redução do estresse .................................................. 30
3.6 Síndrome de Burnout ........................................................................ 31
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ......................................... 37
5 CONCLUSÃO.................................................................................... 40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 42
6
LISTA DE ANEXOS
ANEXOS 48
Anexo I – Quadro Clínico da Síndrome de Burnout ........................................ 49
Anexo II – Características da personalidade .................................................. 50
7
1 - JUSTIFICATIVA / PROBLEMA
Este estudo se justifica devido à Síndrome de Burnout ser um fenômeno
pouco conhecido em nossa realidade, que pode ser considerado um problema de
saúde pública. Para que se possa compreender a síndrome de burnout, se faz
necessário compreender a natureza e a evolução dos fatores estressores que os
trabalhadores são submetidos; especialmente em razão da redução de empregos e
do crescente risco de desemprego, quando as relações de trabalho se tornaram
fragilizadas e estressantes.
Assim sendo, a escolha do tema foi importante; porque a pesquisa serviu
para elucidar e esclarecer algumas dúvidas, e será de benefício para todos os
profissionais, tendo em vista que a mesma acomete muitos trabalhadores.
Muitas empresas em um processo econômico competitivo podem fragilizar os
indivíduos, para atingir os próprios objetivos, sendo complacente com certos abusos
de poder, o que acaba causando o estresse ocupacional.
No Brasil, por conservar fortes características patriarcais, e à medida que vem
aumentando a representatividade das mulheres nas empresas, em diversas funções
e níveis hierárquicos, as doenças ocupacionais podem se tornar criticas, já que
estão geralmente relacionadas às disputas de poder e competitividade.
A mulher nas últimas décadas vem ganhando cada vez mais espaço no
mercado de trabalho seja por necessidade ou pela busca de independência e
realização.
As mulheres hoje são mais escolarizadas que os homens (a média nacional é
de um ano a mais de estudos para as mulheres) e ainda sim ganham de 60 a 70%
dos salários dos homens (as diferenças se acentuam com a questão racial, as
mulheres negras têm rendimento ainda inferior, 35% a 50% do recebido pelos
homens brancos e 45% a 65% em relação às mulheres brancas). Esta diferença
salarial aumenta quanto maior for à escolaridade e o cargo: mulheres em cargos de
gerência ou de chefia (maior a escolaridade e maior a diferença salarial).
Muitos chefes, portadores de acentuado "conservadorismo", quase imperial,
creditam tais ações como "educativas" ou "disciplinadoras". Essa afirmação é
baseada em um estudo elaborado em outubro de 2002, para avaliação no Curso de
Pós-Graduação em Direito Constitucional da Unigran, Dourados, MS, produzidos por
8
ilustres autores, à exemplo, Dr. Luiz Salvador, advogado em Curitiba, em Consultor
Jurídico.
Num mesclar, de ação administrativa com tortura psicológica, olvidam limites. No
entanto, é importante frisar que o poder de chefia extingue-se na própria ação
administrativa, normatizada, que dosa sanções e determina limites.
Sabemos que no mundo do trabalho, as mulheres vivenciam situações
particulares que se desencadeiam em violência.
As profissões ditas “femininas” trazem em seu bojo o peso da maternidade,
do cuidado, da dedicação, do altruísmo. O movimento organizado de mulheres vem,
de muito, denunciando as condições insatisfatórias do trabalho das mulheres,
principalmente a dupla ou tripla jornada e, até o momento não houve grandes
mudanças neste campo. O trabalho doméstico, além de não remunerado, é
desqualificado e desconsiderado nas contas públicas nacionais.
A mulher mesmo com todas as dificuldades em sua vida, no mundo privado
ainda têm que enfrentar a guerra da competição contra os homens estando ainda
mais sujeitas ao desemprego ou à postos de trabalho mais precários, de baixa
qualificação, nas atividades laborais remuneradas, encontraremos a razão da maior
incidência de doenças ocupacionais no trabalho.
Neste mundo do trabalho violento, com aumento de incertezas diante do
crescente desemprego; a perda cada vez maior do poder de negociação com
empregadores; a flexibilização do trabalho e tantos outros obstáculos à
sobrevivência ocupacional, as mulheres são consideradas pela “Secretaria Especial
de Políticas para as Mulheres”, como “população de risco”. Enquanto isto, o
mercado competitivo vem ajudando a ampliar este círculo de terror, quando,
desprezando os valores humanitários, vê no maior lucro a única saída para o
desenvolvimento.
Neste contexto as questões apontadas interferem consideravelmente na
saúde mental das mulheres. Muitas deixam, inclusive de, por exemplo, cumprir o
calendário de visitas a ginecologistas, acompanhamento de gravidez entre outras
medidas adequadas para seu bom estado de saúde física. É aí que surge a
“Síndrome de Burnout”.
Todas as situações de Sindrome de Burnout, que afetam as mulheres,
surgem em conseqüência do medo de perder o emprego, o que acarreta na
redução da auto-estima, de sentir-se diminuída, incompetente e ineficiente, que
9
jorram como cascata sobre os ombros das trabalhadoras, afetando de forma
incontida a sua saúde mental.
Como exemplo gritante trazemos a situação das empregadas domésticas
que, não tendo os mesmos direitos que as demais trabalhadoras, estão sujeitas, de
forma mais abrangente, a doenças ocupacionais . Vale ressaltar que o perfil dessas
trabalhadoras se enquadra, em sua maioria, nas mulheres sem educação formal ou
capacitação específica, que em muitas situações são tratadas de forma grosseira
por seus patrões e patroas.
A saúde do empregado como resultado de uma existência saudável,
equilibrada e harmônica é alvo de interesse nas empresas atuais.
Esse interesse por uma melhor qualidade de vida surgiu a partir de 1960, com
o impacto dos problemas de saúde ocupacional que, em termos financeiros, passam
a ser representativos e preocupantes (MARQUES, 2002, p.14-15).
As questões que podem interferir na produtividade do homem dentro das
empresas, torna-se significativa quando se analisa a problemática sob o ponto de
vista econômico. “Empregado doente é fator de prejuízo”. A preocupação das
organizações com as necessidades de saúde de seus empregados, é garantia de
rendimento para a empresa e sociedade, sendo impossível ignorar tal fato quando
se busca desempenho eficaz. (TAMAYO, 1997, p.2).
O ser humano, para concretizar seus projetos de vida, depende do trabalho
que pode ser fonte de satisfação ou de frustração. Na discussão sobre esse assunto
emergem diferentes concepções. As que defendem o trabalho como esforço, meio
de subsistência, um mal necessário, uma obrigação e até mesmo como castigo e a
visão do trabalho como prazer e como forma de dignificar o homem (MENDES,
1999, p.27). Assim, as atividades laborais que garantem a sobrevivência e
determinam a condição social do indivíduo, podem, dependendo das condições em
que o trabalho é realizado, tornarem-se penosas e dolorosas. Atualmente, o
mercado de trabalho marcado pela competitividade e a necessidade de atualização
profissional decorrentes das mudanças rápidas demais que ocorrem na sociedade
contemporânea, deixam o homem em situação constante de desequilíbrio físico e
mental. A falta de autonomia e de participação nas decisões, as dificuldades de
reconhecimento e relacionamento com os chefes e colegas quando vivenciadas na
situação de trabalho, causam insatisfações, frustrações e fracassos culminando em
sofrimento para o trabalhador. O estresse ocupacional é observado em todas as
10
partes do mundo como fator de interferência na produtividade, causa de doenças e
até mesmo de morte (TAMAYO 2002, p. 292; SPECTOR,1997, p. 2; MENDES, 1999
p.19-20). Sendo essas situações laborais, algumas vezes, insuportáveis e o
sofrimento no trabalho impossível para uma pessoa saudável, o trabalhador - na
tentativa de buscar prazer - condições favoráveis para o seu bem estar, cria de
forma individual ou coletiva suas próprias formas de de enfrentamento (MENDES,
1995 apud. TAMAYO, 1997, p.2-3).
Essa situação vivenciada no quotidiano para todos os profissionais, ao longo
do tempo, pode desencadear o desenvolvimento da síndrome de burnout que é
conhecida como a “síndrome do cuidador descuidado” ou do “assistente
desassistido” (GEPEB, 2003, p.1). Considerada como consequência do estresse
laboral crônico, esse quadro provoca no indivíduo uma sensação de esgotamento,
de perda de energia e da desvalorização da sua competência deixando o
trabalhador menos humano e descomprometido com seus pacientes.
Queixas de cansaço sem explicação, de sensação de “esvaziamento”, e,
principalmente, o excesso de crítica com o meio ambiente, esta característica que
Codo (1999, p.242) aponta como despersonalização – quando o indivíduo coisifica a
relação - na síndrome de burnout, sempre foram observadas na experiência
profissional da autora. Sabendo-se que as consequências, quando o indivíduo “não
mais se importa com o outro”, podem ser catastróficas para uma profissão que tem
como razão de ser o cuidado com o ser humano.
Sabendo-se que a síndrome de burnout desenvolve-se quando o indivíduo está
exposto à estresse ocupacional prolongado, considerando-se que a instalação do
estresse depende de fatores individuais, da vulnerabilidade do organismo e da
inadequação da forma de se enfrentar a situação, pretendeu-se identificar as
estratégias de enfrentamento das mulheres no ambiente profissional.
De acordo com Ferreira (2006), a ausência do verdadeiro sentido de trabalho,
em um ambiente adverso, portanto psicologicamente áspero e pesado, repercute na
saúde física, mental e emocional dos trabalhadores. E o caso, por exemplo, da
síndrome de burnout, se manifestam especificamente em trabalhadores como
consequência das pressões repetitivas vividas por estes em ambiente de trabalho
adverso.
11
Este trabalho tem como objetivo dar uma base de sustentação para o
presente estudo, destacando a inserção da mulher na economia, na cultura
brasileira e nas organizações e principalmente o assedio moral nas organizações.
12
2 – OBJETIVOS
2.1 - OBJETIVO GERAL
Apresentar as características e sintomalogias da Síndrome de BURNOUT nas
atividades profissionais das mulheres.
2.2 - OBJETIVO ESPECÍFICO
• verificar como a mulher tem se relacionado com os outros profissionais e com
o mercado de trabalho;
• identificar formas de estresse de que a mulher foi ou tem sido vitima durante
a trajetória profissional;
• investigar os danos que o estresse ocupacional pode causar a saúde do
trabalhador.
13
3 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este trabalho tem como proposta discutir e procurar investigar alguns
comportamentos relacionados ao sofrimento psíquico do trabalhador e a
possibilidade de atuação do pedagogo empresarial para amenizar ou prevenir tais
danos à sua saúde. A motivação para tratar deste tema surgiu devido à constatação
de que as doenças ocupacionais vêm ganhando espaço nos debates da sociedade
brasileira, e principalmente nas organizações. O objetivo-fim deste trabalho é o de
conhecer mais sobre o Estresse e a Síndrome de Burnout nas organizações
brasileiras, destacando os aspectos culturais, sociais, econômicos e políticos da
mulher brasileira. Para tanto, mesmo com o aumento de representatividade feminina
nas empresa, ainda persistem desigualdades de salários, taxas de desemprego e
posições hierárquicas, o que acaba ocasionando problemas de saúde para as
mulheres profissionais.
Segundo Selye (1956, p.2),
“As palavra estresse vem do inglês stress. Este termo foi usado
inicialmente na física para traduzir o grau de deformidade sofrido por um
material quando submetido a um esforço ou tensão e transpôs este
termo para a medicina e biologia, significando esforço de adaptação do
organismo para enfrentar situações que considere ameaçadoras a sua
vida e a seu equilíbrio interno.”
No mundo globalizado cada vez mais se observa o sofrimento psíquico dos
trabalhadores. Tal fato parece estar relacionado a uma carga excessiva de trabalho
mental e de tarefas solicitadas ao profissional nas diversas áreas.
Assim, busca entender de que forma o profissional submetido a uma pressão
e solicitação constante pode apresentar o sofrimento psíquico, principalmente
quando se percebe “impotente” por não conseguir manter o ritmo e desempenho
esperado, na sua atividade profissional. Este sofrimento poderá levá-lo ao estresse,
e em algumas situações desenvolvendo a Síndrome de BURNOUT, caracterizada
por um tipo de estresse ocupacional crônico, onde o indivíduo tem o desgaste
profissional, resultando na perda do interesse pelo trabalho.
Pretende-se nessa pesquisa investigar e desenvolver os motivos que levam o
trabalhador a apresentar os sintomas do Estresse e da Síndrome de BURNOUT,
14
buscando também qual a melhor forma de amenizar essas doenças ocupacionais
que causam sérios danos e sofrimento as mulheres no ambiente de trabalho.
O Estresse é completamente prejudicial à saúde do trabalhador, e se alastra
de uma maneira que pode levar o trabalhador a condições frágeis de saúde. Muitos
profissionais têm sofrido com a Síndrome de Burnout, que é definida por Malasch e
Jackson (1981) como “uma reação à tensão emocional crônica sofrida por pressão
trabalhista exagerada sobre o profissional, a partir de contato direto e excessivo com
outros seres humanos”.
Para desenvolver a pesquisa a metodologia utilizada e a revisão bibliográfica,
buscando em teorias da área da saúde do trabalhador e da área de educação
subsídio para a execução dessa tarefa.
O estudo tem como conceito contribuir não só para um bom desempenho no
trabalho, mas resultados na melhoria da qualidade de vida do trabalhador.
Diante do exposto, pretende-se, nesta pesquisa, abordar e discutir a melhor
forma para atuar na prevenção e na forma corretiva onde o Estresse Ocupacional
surge como causador de problemas na saúde do trabalhador.
Para Lipp (1996, p.9), o estresse pode ter origem em fontes externas e
internas:
“As fontes internas estão relacionadas com a maneira de ser do
indivíduo, tipo de personalidade e seu modo típico de reagir à vida.
Muitas vezes, não é o acontecimento em si que se torna estressante,
mas a maneira como é interpretado pela pessoa. Os estressores
externos podem estar relacionados com as exigências do dia-a-dia do
indivíduo como os problemas de trabalho, familiares, sociais, morte ou
doenças de um filho, perda de uma posição na empresa, não concessão
de um objetivo de trabalho, perda de dinheiro ou dificuldades
econômicas, notícias ameaçadoras, assaltos e violências das grandes
cidades, entre outros. Muito frequentemente, o estresse ocorre em
função dos diversos tipos de cargos, de ocupação que a pessoa exerce.”
Maslach (apud Dias, 2003: 24), conceitua a Síndrome de BURNOUT como:
“Burnout é uma síndrome de exaustão emocional, despersonalização e
reduzido envolvimento pessoal que pode ocorrer entre indivíduos que
por profissão se ocupam de pessoas”.
15
3.1 - A mulher no mercado de trabalho
No inicio do século XIX, a presença feminina concentrava-se nas fabricas de
fiação e tecelagem por ser mão-de-obra barata e qualificada.
As dificuldades enfrentadas no mundo corporativo levam muitas profissionais
a optarem pelo empreendedorismo.
Segundo Madeleine Blankenstein, sócia e diretora do IBC – International
Business Center da Grant Thornton Brasil, a luta das mulheres por igualdade
profissional vem de longa data. Melhores salários, oportunidades iguais às dos
homens, mas, acima de tudo, respeito no ambiente profissional. Embora muitas
mulheres já ocupem cargos de liderança, a resistência no mercado de trabalho ainda
existe. O estudo realizado pela especialista aponta que mais de 55% das brasileiras
possuem qualificação, mas ainda enfrentam resistência para conquistar boas vagas
por conta do desejo em formar uma família.
Para Sérgio Nardi, consultor em gestão empresarial, muitos empresários
ainda acreditam que o gasto com auxílio maternidade é totalmente desnecessário e,
para ele, a concessão do benefício faz com que as mulheres não tenham a mesma
chance de promoção que os homens. A evolução da presença feminina no mercado
de trabalho tem sido acompanhada por avanços importantes de seus empregos e na
diversificação de suas oportunidades de trabalho. Ao menos em parte, tais avanços
podem ser atribuídos ao aumento de seus níveis de escolaridade e, em especial, ao
crescente número de mulheres com educação superior.
Em 2009, aproximadamente 35,5% das mulheres estavam inseridas no
mercado de trabalho como empregadas com carteira de trabalho assinada,
percentual inferior ao observado na distribuição masculina (43,9%). As mulheres
empregadas sem carteira e trabalhando por conta própria correspondiam a 30,9%.
Entre os homens, este percentual era de 40%. Já o percentual de mulheres
empregadoras era de 3,6%, pouco mais da metade do percentual verificado na
população masculina (7,0%). No mesmo ano foram abertos 163 mil postos de
trabalho para mulheres na Grande São Paulo. Elas representam 45% da população
ocupada. A taxa de desemprego feminina recuou pelo sétimo ano seguido, atingindo
14,7%, ainda bem acima da masculina (9,5%). O rendimento médio aumentou em
ambos os casos, mas essa alta foi maior para os homens, fazendo aumentar a
diferença entre a remuneração entre os gêneros. Em média, em 2009, as mulheres
16
ganhavam 79,8% dos valores médios recebidos pelos homens. Ja no ano de 2008,
essa proporção havia caído para 75,2%.
Enquanto 61,2% das trabalhadoras tinham 11 anos ou mais de estudo, ou
seja, pelo menos o ensino médio completo, para os homens este percentual era de
53,2%. A parcela de mulheres ocupadas com nível superior completo era de 19,6%,
também superior ao dos homens (14,2%). Por outro lado, nos grupos de menor
escolaridade, a participação dos homens era superior a das mulheres.
De acordo com a SEADE/DIEESE, com essa analise verificou-se a queda da
presença de mulheres menos escolarizadas. "Tal retração pode ser explicada pela
simples redução do número de mulheres com pouca instrução formal, mas pode
também ser reflexo do aumento das exigências de escolarização para o ingresso
nos postos de trabalho disponíveis, que excluem as mulheres com baixa
escolarização do mercado de trabalho, ou o adiamento desse ingresso pelas mais
jovens, que preferem privilegiar sua formação escolar".
O ensino superior mostra ser um diferencial na inserção no mercado. No ano
de 2009, a taxa de participação feminina (proporção de mulheres ocupadas ou
desempregadas com 10 anos ou mais) era de 56,2%. Entre as mulheres com curso
superior, a taxa chegou a 83,6%. Segundo o estudo, as taxas de participação
feminina só aumentaram no ensino médio ou superior, caindo entre analfabetas e no
ensino fundamental. A taxa de desemprego total em 2010 para trabalhadoras foi de
16,5%. Para trabalhadoras com nível superior, foi de 6,2%.
A formalização também vem crescendo, em ambos os casos. Em 2000, 33%
das mulheres sem ensino superior tinham carteira assinada – esse número chegou a
43,8% em 2010. Entre trabalhadores com nível superior, 75,8% das mulheres
ocupavam postos formais de trabalho.
Apesar de desde 2003 ter ocorrido uma redução de aproximadamente 36
minutos na diferença entre a média de horas trabalhadas por homens e mulheres,
em 2009 as mulheres continuaram trabalhando, em média, menos que os homens.
Cabe esclarecer que essa queda foi ocasionada pela redução na média de horas
trabalhadas pelos homens. As mulheres, em 2009, trabalharam em média 38,9
horas, 4,6 horas a menos que os homens.
As mulheres trabalhavam menos que os homens em todos os grupamentos
de atividade. Com a exceção das mulheres ocupadas em “Outros Serviços”, as
demais atividades apresentaram aumento da média de horas trabalhadas para as
17
mulheres. No grupamento “Administração Pública”, as mulheres trabalharam, em
média, 36,4 horas semanais.
Em 2009, as mulheres com 8 a 10 anos de estudo foram as que declararam
trabalhar mais horas semanais (39,4 horas). No entanto, aquelas com 11 anos ou
mais de estudo foram as que apresentaram a menor diferença na média de horas
trabalhadas em relação aos homens, 3,6 horas. Em 2003, esta diferença era de 4,4
horas.
As mulheres com 1 até 3 anos de estudo foram as que apresentaram a maior
diferença (7,2 horas) na média de horas trabalhadas, quando comparadas aos
homens. Tal realidade é similar à verificada em 2003, quando a diferença era de 7,3
horas.
O número de horas trabalhadas pelas mulheres que possuíam curso superior
completo somente ultrapassava ao das que tinham até 3 anos de estudos.
Já as mulheres com 11 anos ou mais de estudo foram as únicas a aumentar a
média de horas trabalhadas semanalmente, em todo o mercado de trabalho: de 38,8
horas em 2003 para 39,1 horas em 2009.
3.2 - Danos da humilhação à saúde do trabalhador
A humilhação constitui um risco invisível, porém concreto nas relações de
trabalho e a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras, revelando uma das formas
mais poderosa de violência sutil nas relações organizacionais, sendo mais frequente
com as mulheres e adoecidos. Sua reposição se realiza ’invisivelmente’ nas práticas
perversas e arrogantes das relações autoritárias na empresa e sociedade. A
humilhação repetitiva e prolongada tornou-se prática costumeira no interior das
empresas, onde predomina o menosprezo e indiferença pelo sofrimento dos
trabalhadores/as, que mesmo adoecidos/as, continuam trabalhando.
Freqüentemente os trabalhadores/as adoecidos são responsabilizados/as
pela queda da produção, acidentes e doenças, desqualificação profissional,
demissão e conseqüente desemprego. É atitudes como estas que reforçam o medo
individual ao mesmo tempo em que aumentam a submissão coletiva construída e
alicerçada no medo. Por medo, passam a produzir acima de suas forças, ocultando
suas queixas e evitando, simultaneamente, serem humilhados/as e demitidos/as.
18
Os laços afetivos que permitem a resistência, a troca de informações e
comunicações entre colegas, se torna ’alvo preferencial’ de controle das chefias se
’alguém’ do grupo, transgride a norma instituída. A violência no intramuros se
concretiza em intimidações, difamações, ironias e constrangimento do ’transgressor’
diante de todos, como forma de impor controle e manter a ordem.
Em muitas sociedades, ridicularizar ou ironizar crianças constitui uma forma
eficaz de controle, pois ser alvo de ironias entre os amigos é devastador e
simultaneamente depressivo. Neste sentido, as ironias mostram-se mais eficazes
que o próprio castigo. O/a trabalhador/a humilhado/a ou constrangido/a passa a
vivenciar depressão, angustia, distúrbios do sono, conflitos internos e sentimentos
confusos que reafirmam o sentimento de fracasso e inutilidade.
As emoções são constitutivas de nosso ser, independente do sexo. Entretanto
a manifestação dos sentimentos e emoções nas situações de humilhação e
constrangimentos é diferenciada segundo o sexo: enquanto as mulheres são mais
humilhadas e expressam sua indignação com choro, tristeza, ressentimentos e
mágoas, estranhando o ambiente ao qual identificava como seu, os homens sentem-
se revoltados, indignados, desonrados, com raiva, traídos e têm vontade de vingar-
se. Sentem-se envergonhados diante da mulher e dos filhos, sobressaindo o
sentimento de inutilidade, fracasso e baixa auto-estima. Isolam-se da família, evitam
contar o acontecido aos amigos, passando a vivenciar sentimentos de irritabilidade,
vazio, revolta e fracasso.
Passam a conviver com depressão, palpitações, tremores, distúrbios do sono,
hipertensão, distúrbios digestivos, dores generalizadas, alteração da libido e
pensamentos ou tentativas de suicídios que configuram um cotidiano sofrido. É este
sofrimento imposto nas relações de trabalho que revela o adoecer, pois o que
adoece as pessoas é viver uma vida que não desejam, não escolheram e não
suportam.
Entrevistas realizadas com 870 homens e mulheres vítimas de opressão no
ambiente profissional revelam como cada sexo reage a essa situação (em
porcentagem):
19
Sintomas Mulheres Homens
Crises de choro 100 -
Dores generalizadas 80 80
Palpitações, tremores 80 40
Sentimento de inutilidade 72 40
Insônia ou sonolência excessiva 69,6 63,6
Depressão 60 70
Diminuição da libido 60 15
Sede de vingança 50 100
Aumento da pressão arterial 40 51,6
Dor de cabeça 40 33,2
Distúrbios digestivos 40 15
Tonturas 22,3 3,2
Idéia de suicídio 16,2 100
Falta de apetite 13,6 2,1
Falta de ar 10 30
Passa a beber 5 63
Tentativa de suicídio - 18,3
Fonte: BARRETO, M. Uma jornada de humilhações. São Paulo: Fapesp; PUC, 2000.
3.3 - Nexo causal
Obviamente, nem todos os desacertos entre chefia e trabalhador, bem como
os aborrecimentos corriqueiros, significam causas de estresse ocupacional. Daí a
importância de se estabelecer prudentemente um nexo causal.
A Resolução 1.488/98 do Conselho Federal de Medicina recomenda, ao
médico do trabalho, a busca do nexo causal entre o transtorno de saúde, físico ou
mental e a atividade do trabalhador. Uma anamnese, com minuciosa história clínica,
familiar e ocupacional do examinando, somada a cuidadoso exame físico e
psicológico, são componentes importantes para o diagnóstico correto e elucidativo,
por conseqüência, para o estabelecimento da relação causa/efeito. A visita pessoal
do médico, ao local de trabalho e o conhecimento das condições em que o mesmo é
exercido, pode ser esclarecedora. O sistema organizacional e os dados
epidemiológicos da empresa são de extrema importância. O domínio e a integração
do profissional com disciplinas correlacionadas ao quadro clínico, mais a
20
identificação de riscos profissionais e a posse de literatura atualizada, são
indispensáveis ao perito médico do trabalho.
Prova pericial insuspeita é condição "sine qua non" para o estabelecimento do
nexo causal e para o bom acolhimento do processo pelo sistema judiciário.
Para o estabelecimento do nexo causal entre os transtornos de saúde e as
atividades do trabalhador, além do exame clínico (físico e mental) e dos exames
complementares, quando necessários, deve o médico considerar:
• A história clínica e ocupacional, decisiva em qualquer diagnóstico e/ou
investigação de nexo causal;
• O estudo do local de trabalho;
• O estudo da organização do trabalho;
• Os dados epidemiológicos;
• A literatura atualizada;
• A ocorrência de quadro clínico ou subclínico em trabalhador exposto a
condições agressivas;
• A identificação de riscos físicos, químicos, biológicos, mecânicos,
estressantes, e outros;
• O depoimento e a experiência dos trabalhadores;
• Os “conhecimentos e as práticas de outras disciplinas e de seus
profissionais sejam ou não da área de saúde.” (Artigo 2o da Resolução CFM
1488/98).
• Acrescentamos:
• Duração e repetitividade da exposição dos trabalhadores a situações
de humilhação.
3.4 - Estresse
O termo estresse foi utilizado pela primeira vez na área da saúde em 1926 por
Selye para designar um conjunto de reações específicas que ele havia observado
em pacientes sofrendo as mais diversas patologias. Em 1936, Hans definiu a reação
do estresse como uma síndrome geral de adaptação e em, 1974, ele redefiniu
21
estresse como uma resposta não específica do corpo a qualquer exigência (SEYLE,
1956). No entanto, os fatores que geram os sintomas depressivos podem estar
relacionados ao estresse. Os fatores são: ruído, alterações do sono, sobrecarga de
trabalho, falta de estímulos, mudanças determinadas pela empresa e mudanças
devido a novas tecnologias.
a - RUÍDO
O ruído excessivo pode levar ao estresse, provocando irritações, reduzindo o
poder de concentração, principalmente nas atividades que apresentam um certo
grau de complexidade, o que afetará o desempenho do indivíduo, levando a fadiga
física. Podendo também alterar suas funções fisiológicas, como o sistema
cardiovascular.
b - ALTERAÇÕES DO SONO
Ocorre através dos trabalhos que são realizados em turnos alternados.
Fazendo com que aumente o desgaste do trabalhador, afetando seu desempenho,
pois a sensação de cansaço e sono é maior quando estão acordados, alternando o
Ciclo Circadiano, provocando reações no corpo, fazendo alterações tanto na vida
familiar e social do sujeito. Vale ressaltar que o bruxismo e o sonambulismo também
estão ligados ao distúrbio do sono, devido ao estresse que sofrem no trabalho.
c - SOBRECARGA
A sobrecarga de tarefas no trabalho é considerada como um dos motivos que
leva ao estresse no ambiente de trabalho. Isso ocorre devido as exigências que são
impostas no ambiente e que sempre ultrapassam nosso limite de capacidade de
adaptação. Os quatros fatores que resultam na sobrecarga no trabalho são:
1. exigência de maior rapidez na realização das tarefas;
2. responsabilidade excessiva;
3. falta de apoio;
4. expectativas contínuas de nós mesmos e daqueles que estão a nossa
volta
22
d - FALTA DE ESTÍMULOS
A falta de estímulos no trabalho poderá ocorrer quando as tarefas se tornam
repetitivas, não tendo um certo grau de importância, resultando em um profissional
altamente estressado e desmotivado com o seu trabalho. Com relação as doenças,
o profissional poderá sofrer ataques cardíacos.
e - MUDANÇAS DETERMINADAS PELA EMPRESA
Esse tipo de mudança pode ser feita pela chefia ou devido à nova direção da
empresa, isto é, por causa de alguma aquisição da empresa. Geralmente esse tipo
de mudança gera estresse e insegurança.
No entanto, o profissional que sofre com as mudanças da empresa, passa por
momentos de ansiedade afinal, “teme” que seu setor seja “desativado”. É importante
constatar que mesmo que isso aconteça fazendo com que o trabalhador perca a sua
posição, ele continuará sendo o mesmo profissional, onde seus conhecimentos
continuarão intactos e a empresa poderá aproveitá-lo da melhor forma possível, na
Organização.
f - MUDANÇAS DEVIDO A NOVAS TECNOLOGIAS
Com as consequentes inovações tecnológicas, aliadas a velocidade das
mudanças no processo produtivo, fazendo com que as pessoas desenvolvam
competências e habilidades. Dessa forma, as pessoas são solicitadas a se
adaptarem as novas exigências impostas no mercado de trabalho.
Dessa forma sofrerão mais com esse tipo de mudança, as pessoas que
estejam passando por uma certa instabilidade afetiva, que apresentam
características de insegurança, ansiedade e indivíduos que não conseguem se
adaptar com as novas tecnologias.
Segundo Bernick (1997) “qualquer mudança de vida, boa ou ruim, pode ser
considerada como um fator que leva ao estresse.”
Antigamente o setor industrial era tido como alto índice de estresse, onde se
tinha adoecimento no trabalho. Hoje, estudos voltados nessa área mostram que
profissionais ligados a educação, a saúde, executivos e profissionais liberais com
características no aspecto organizacional do trabalho e com elevada capacidade de
autogerenciamento de suas carreiras.
23
Sendo assim é possível se observar que os fatores que geram os riscos à
saúde e ao sofrimento psíquico estão crescendo cada vez mais devido às exigências
que são impostas ao profissional, que muitas vezes ultrapassam sua capacidade de
adaptação.
Outro fator que pode ser considerado estressante é a perda do emprego, pois
gera dificuldades financeiras, refletindo na identidade social do indivíduo. Afinal, o
trabalho satisfaz tornando o sujeito importante e reconhecido socialmente.Com o
desemprego, a sua identidade pessoal e a sua auto - estima também são abaladas.
A ausência do trabalho pode estar associada à queda do nível da qualidade
de vida, que como consequência terá a saúde abalada. Esses fatores resultarão no
sofrimento mental, ficando mais frágil, se afastando do grupo social de lazer. São
manifestados comportamentos negativos como a agressão, a rispidez e a apatia.
Além da perda do emprego, a aposentadoria também está relacionada ao
tédio, a solidão e a e a inutilidade provocando esses fatores que são altamente
estressante. No entanto, o indivíduo perdeu o seu espaço no sistema produtivo,
sendo necessário uma recolocação e reorganização, na sua vida e no setor
profissional.
Segundo França e Rodrigues (1997),
“Pessoas que apresentam um elevado nível de ansiedade dentro
de si, se “acostumaram” a lidar com o estresse no trabalho, usando
este como um meio de descarga e tensão sendo chamados de
workaholics, ou seja, “viciados no trabalho”. Estes profissionais têm
uma enorme dificuldade de desfrutar de seu tempo livre, seja na
família, no lazer ou até mesmo no seu convívio social.”
Este tipo de profissional é muito valorizado no ambiente empresarial e pela
sociedade tecnológica, pois são pessoas que tem um rendimento profissional bem
elevado. Sendo assim, o estresse passou a ser muito importante no nível de tensão
organizacional e pessoal, servindo como qualidade de vida dos funcionários,
produtos, serviços e resultados.
24
3.4.1 - Conceitos e definições de estresse
As primeiras referências à palavra stress, com significado de "aflição" e
"adversidade", são do século XIV. No século XVII, o vocábulo de origem latina
passou a ser utilizado em inglês para designar opressão, desconforto e adversidade
(LIPP, 1996).
Nunca se falou tanto em estresse.O mundo de hoje é realmente estressante.
A competição feroz entre as empresas, a globalização, os programas de qualidade,
produtividade e tantos outros deixam o indivíduo estressado (MARINS, 2003).
O estresse é uma reação muito forte do organismo quando o indivíduo
enfrenta qualquer tipo de evento seja ele bom ou mau e que altera a vida desse
sujeito.
A partir desses conceitos notou-se que um boa parte de pessoas admitem,
em pesquisas e entrevistas de um modo geral, que reconhecem o estresse no
momento que o sentem, e apesar de não ser unânime, já se observou uma certa
concordância na definição de estresse, como um desequilíbrio físico, mental e
psíquico.
O estresse também pode ser positivo quando caracterizado pelo entusiasmo,
pela gana, pela excitação, quando as pessoas encaram os desafios, as pressões do
dia-a-dia como uma forma de crescimento pessoal e profissional.
3.4.2 - Estresse ocupacional
Segundo Kyriacow e Sutcliffe (1981 apud CAMELO; ANGERAMI, 2004),
definem o estresse ocupacional como um estado emocional desagradável, pela
tensão, frustração, ansiedade, exaustão emocional em função de aspectos do
trabalho definidos pelos indivíduos como ameaçadores.
Pode-se definir o estresse ocupacional a partir do enfoque nos estressores
organizacionais que permitem diferenciar dois tipos de estudo: os de estresse
ocupacional e os de estresse de forma geral. O ocupacional enfoca estressores
relacionados ao ambiente de trabalho, e os de forma geral estressores gerais na
vida do indivíduo (PASCHOAL; TAMAYO, 2006).
25
“Quanto à definição do estresse ocupacional a partir das respostas aos
eventos estressores, pode-se apontar sua contribuição para a
identificação e compreensão de consequências do estresse. A principal
crítica a esta abordagem refere-se à dificuldade em estabelecer se
determinados comportamentos, estados afetivos e problemas de saúde
são consequências de estresses organizacionais ou de outros contextos
e eventos da vida do indivíduo (JONES; KINMAN, 2001 apud
PASCHOAL; TAMAYO, 2006, p.3).”
A abordagem que enfoca os estressores organizacionais tem contribuído para
a identificação de demandas organizacionais potencialmente geradoras de estresse.
Apesar das contribuições, esta abordagem tende a considerar o carácter objetivo
dos estressores e tem sido alvo de inúmeras críticas (PASCHOAL;TAMAYO, 2006).
Para Albrecht (1988 apud CAMELO; ANGERAMI, 2004), os estressores
podem ser classificados em três fatores na situação de trabalho: físicos, sociais e
emocionais. Consideram-se fatores estressante relacionados ao estresse funcional a
sobrecarga de trabalho, causada pela designação de muitas tarefas com prazos
curtos para sua execução, e com muitas interrupções, a ambiguidade de prioridades,
o nível de autoridade e de autonomia, a incerteza quanto ao futuro e o convívio com
colegas insatisfeitos.
Para que isto não ocorra, é necessário que a pessoa perceba e avalie os
eventos como estressores, o que quer dizer que fatores cognitivos têm um papel
central no processo que ocorre entre os estímulos potencialmente estressores e as
respostas do indivíduo a eles. A existência de um evento considerado estressor na
organização não quer dizer que ele seja percebido desta maneira pela pessoa
(PASCHOAL; TAMAYO, 2006
Por exemplo, um trabalhador que relata a existência de excesso de trabalho
pode não percebê-la como prejudicial, mas sim, como positiva e estimulante. Essas
características situacionais e pessoais podem interferir no julgamento do indivíduo.
Assim, definir estresse ocupacional como estressores organizacionais deixa uma
lacuna relativa à avaliação do indivíduo sobre os eventos do trabalho (PASCHOAL;
TAMAYO, 2006).
O estresse ocupacional agrava-se quando há por parte do indivíduo a
percepção das responsabilidades e poucas possibilidades de autonomia e controle.
As dificuldades em adaptar-se a essas situações levam ao estresse. Dessa forma, a
26
adaptação de um indivíduo a uma nova situação requer um investimento de recursos
que vai depender do seu tipo de comportamento, suas crenças e expectativas frente
ao mundo.
3.4.3 - Qualidade de vida no trabalho
O termo Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) foi descrito por Louis Davis, na
década de 1970, quando desenvolvido um projeto sobre desenho de cargos. Para
ele, o conceito de QVT refere-se a “preocupação com o bem-estar geral e a saúde
dos trabalhadores no desempenho das tarefas”.(DAVIS, apud CHIAVENATO, 1999,
p. 391).
A Qualidade de Vida no Trabalho é mais do que a segurança e saúde no
trabalho. É necessário associá-la a qualidade total e a melhoria do clima
organizacional, dar condições adequadas, respeitar e ser respeitado como
profissional.
Para França (1997 apud VASCONCELLOS, 2001, p.80),
“Qualidade de vida no trabalho (QVT) é o conjunto das ações de uma
empresa que envolvem a implantação de melhorias e inovações
gerências e tecnológicas no ambiente de trabalho. A construção da
qualidade de vida no trabalho ocorre a partir do momento em que se
olha a empresa e as pessoas como um todo, o que chamamos de
enfoque biopsicossocial. O posicionamento representa o fator diferencial
para a realização de diagnóstico, campanhas, criação de serviços e
implantação de projetos voltados para a preservação e desenvolvimento
das pessoas, durante o trabalho na empresa.”
Embora muito se fale de qualidade enquanto filosofia de gestão provida de
uma dimensão estratégica que atravessa todos os patamares da vida das
organizações, na prática, tal termo tem-se restringido a uma série de procedimentos
de conformidade com regras preestabelecidas como é o caso das certificações e
das normatizações, incidindo, sobretudo, na segurança do produto (MICHEL, 2001).
A política de qualidade aplicada às condições de trabalho, visa a melhoria do
ambiente físico e psicossocial do trabalhador, como forma de aumentar a
produtividade, o bem-estar e a segurança. Trata-se de uma abordagem mais
dinâmica, essencialmente de matriz preventiva, incidindo sobre as causas dos
27
acidentes e das formas de as eliminar e/ou diminuir, ao invés de uma visão estática,
centrada nos seus efeitos.
Segundo Michel (2001, p.89), para que possa haver mudanças referentes a
qualidade de vida no trabalho, têm que estar garantidas as seguintes condições:
• reconhecimento da necessidade de mudança – sem haver uma
vontade expressa de mudar, tendo em conta a obtenção de uma
melhoria das condições de trabalho, tal não é possível;
• cooperação nas relações profissionais inter-hierárquicas – a
informação, bem essencial de qualquer organização, deve circular nos
vários níveis quer horizontal, quer verticalmente;
• implicação dos trabalhadores no processo de melhoria contínua – a
empresa passa a ser vista como um bem comum – e não uma
entidade abstracta – suscita uma maior identificação e participação
ativa no seu seio.
• permanente controle dos resultados – não basta elaborar um
diagnóstico e fazer uma proposta de melhorias, há que testá-las
continuamente, e adaptá-las sempre que for necessário, tendo em
conta as alterações de equipamentos, de instalações, da organização
do trabalho, do ambiente de trabalho.
Baseados nesses referenciais teóricos, considera-se o conceito de qualidade
de vida como a condição biopsicossocial de bem estar, relativa a experiências
humanas objetivas e subjetivas e considerada dentro das particularidades individuais
e sociais de cada situação.
3.4.4 Estresse e qualidade de vida no trabalho a partir dos fatores organizacionais
Desde o início da humanidade, o homem se preocupava em procurar objetos
artificiais para que se tornassem utilitários e dessa forma a produção artesanal não
mecanizada surgiu sem nenhum controle ou melhor, sem intencionalidade e sim
como objetos de sobrevivência. Mas a Revolução Industrial trouxe maiores
complicações a esse tipo de produção, uma vez que não havia preocupação em se
resguardar a saúde dos funcionários. As primeiras fábricas eram sujas, barulhentas,
escuras, perigosas e as jornadas de trabalho chegavam a ter 16 horas diárias, sem
férias e em regime de semiescravidão.
28
Na Europa em meados de 1900 vários e diferentes estudos tiveram origem
sobre a área da fisiologia do trabalho, com a intencionalidade de se transferir idéias
e atitudes para o terreno prático dos conhecimentos de fisiologia gerados em
laboratórios (ANEZ; DAVID; LOBO, 2006).
“Com o surgimento da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), utilizaram-
se os conhecimentos disponíveis para construir instrumentos bélicos
relativamente complexos como, submarinos, aviões, tanques, radares,
etc. Estes instrumentos exigiam muitas habilidades do operador, que
operava em condições ambientais bastante desfavoráveis e tensas no
campo de batalha. Os erros e acidentes com consequências fatais eram
frequentes. Isto fez com que aumentassem as pesquisas para adaptar
os instrumentos bélicos às características e capacidades do operador,
reduzindo a fadiga e os acidentes (IDA, 1992 citada por ANEZ; DAVID;
LOBO, 2006, p.4).”
De acordo com Ida (1992 apud ANEZ; DAVID; LOBO, 2006, p.4), logo após o
término da guerra, a ergonomia tentou melhorar as condições de vida da população
e também dos trabalhadores em particular, mas era o Departamento de Defesa dos
Estados Unidos quem apoiava as pesquisas na área.
Conforme Andrews (2003), a economia globalizada da década de 90 lançou
uma competição feroz, que para manter o emprego tem que trabalhar muito mais,
não só para arcar com a sobrecarga de trabalho e os desafios mais complexos, mas
também para não ser dispensado.
“No Brasil, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), a média de horas trabalhadas bateu 41 horas por
semana no final dos anos 1990, contra 39 do começo da década. Parece
pouco, mas não é: duas horas a mais por semana significam oito a dez
horas a mais por mês, cerca de cem horas a mais portanto. Isso coloca o
Brasil em oitavo lugar em horas trabalhadas, por ano, no mundo – pior
do que o workaholic dos EUA, que têm mais férias! ( ANDREWS, 2003,
p.16).”
A era do conhecimento é o ponto que advém exclusivamente das pessoas.
Esse conhecimento não é obtido da experiência passada como ponto referencial; ele
se renova a cada dia, sendo o poder pertencente àqueles que prioritariamente o
29
disseminam - as organizações. Essas organizações adotam estratégias diferentes
para alcançarem à máxima eficiência de seus colaboradores. Muitas empresas
começam a prestar mais atenção nas qualidades aparentemente abstratas de seus
funcionários como lealdade, capacidade de se relacionar com os clientes e
disposição para correr riscos e procuram meios de avaliá-las de maneira formal.
Os fatores organizacionais que mais afetam a qualidade de vida, segundo
Ballone (2006), podem ser: sobrecarga de trabalho - o ambiente de trabalho exige
muito e com isso a falta de adaptação; falta de estímulos – neste caso existe o tédio,
a sensação de nulidade ou solidão, portanto a falta ou escassez de solicitações
também proporciona situações estressoras; ruídos – muitas profissões onde o ruído
é intensivo existe mais estresse; alteração do sono – atraso nos horários do sono
provocados pelo horário de trabalho, viagens, entre outros podem levar a insônia e
consequentemente ao estresse; a falta de perspectivas – a falta das boas
perspectivas, ou o que é pior, na presença de perspectivas pessimistas a pessoa
ficará sobre os efeitos ansiosos do quotidiano, sem esperanças de recompensas
agradáveis; necessidades de mudanças – essas necessidades podem ser
comparadas a um ciclo vicioso; o momento presente está quase sempre exigindo
mudanças e com isso trazendo novos problemas; mudanças determinadas pela
empresa – esse tipo de mudança pode ser feito por uma nova chefia. Mudanças
devido à novas tecnologias – as tecnologias estão em constante mudança e com
isso as pessoas são obrigadas a se adaptar ao novo; mudanças devido ao mercado
– as oscilações do mercado sempre são levadas a sério pelas empresas e
determinam mudanças de trabalho; mudanças auto-impostas - essas são
determinadas pelo próprio indivíduo; ergonomia - deve existir um conforto no
trabalho, porque sem esse conforto e segurança ocasiona o estresse.
Segundo Marins (2003, p.136), “o maior problema que ocorre nos dias atuais
é que as empresas têm pressa. Muita pressa. Querem resultados rapidamente. Pra
ontem, se possível.” Quando um sujeito se vê sob tanta pressão, começa a se sentir
muito preocupado, duvida até se realmente vai conseguir atingir o que deseja, e esta
ansiedade pode levar ao estresse, ocasionando os já citados problemas
organizacionais.
30
3.5. - Programas para Redução do Estresse Organizacional
3.5.1 - Programa – Arte de reduzir o estresse
O Programa de Redução do Estresse – A Arte de reduzir o estresse tem
como propósito prevenir e reduzir os efeitos nocivos da tensão e do estresse
emocional através de práticas que capacitem as pessoas estabelecerem uma nova
maneira de vivenciar as pressões e os desafios do dia-a-dia. Utilizando métodos de
reflexão, contemplação e meditação o trabalho constitui de um processo de
investigação e transformação dos hábitos mentais e emocionais que regem nossas
experiências de vida, convidando seus participantes a explorar uma forma mais
consciente e autêntica de viver e, desta forma, desenvolver uma maior habilidade
para lidar com o estresse.
Este Programa é baseado em metodologias utilizadas na área de
desenvolvimento humano e organizacional e em ensinamentos e práticas de
meditação e contemplação do Budismo Tibetano da Linhagem Nyingma, orientados
por Sua Eminência Chagdud Tulku Rinpoche. Tem como base científica e
bibliográfica as visões de Daniel Goleman (Inteligência Emocional) e de sua esposa
Tara Bennett-Goleman (Alquimia Emocional); o trabalho desenvolvido pelo Dr. Jon
Kabbat-Zinn (A Mente Alerta) no Centro Médico da Universidade de Massachussetts
(SAIORO, 2008).
3.5.2 Técnicas para redução do estresse
Tirar proveito das técnicas para redução do estresse é uma excelente
maneira de manter corpo e mente saudáveis. Se a pessoa estiver depressiva,
furiosa, com problemas no trabalho ou simplesmente estressada, é importante
encontrar uma saída e impedir que os sentimentos afetem o coração. Às vezes,
compartilhar os problemas com um parente ou com um amigo já ajuda. Uma outra
opção é procurar ajuda de um profissional de saúde qualificado ou de um psicólogo,
se necessário (FORMAN, STONE, 2008).
Há casos em que apenas uma atividade física já é suficiente. Aprender
técnicas de relaxamento para diminuir o estresse pode causar alívio.
A meditação transcendental (MT) consiste em sentar em silêncio por 20
minutos, duas vezes ao dia, com os olhos fechados, enquanto se repete um mantra
31
para produzir um estado profundo de vigilância tranqüila e paz interior. Defensores
afirmam que a MT reduz o risco de doença cardíaca baixando a pressão arterial, o
colesterol alto e o estresse psicológico. Isso, por sua vez, reverte a aterosclerose e
diminui a doença cardíaca e o risco de morte. No entanto, críticos sustentam que a
maioria dos estudos sobre a MT é induzida e mal elaborada, realizada
frequentemente por pesquisadores envolvidos com organizações que defendem a
MT. Até hoje, não há provas concretas de que a MT é uma técnica eficaz para
diminuir o risco de doença cardíaca. Na verdade, a meditação transcendental pode
ter benefícios saudáveis ao coração, mas testes clínicos futuros ainda terão que
comprovar isso (FORMAN, STONE, 2008).
O tai chi é uma forma suave de artes marciais que utiliza movimentos
corporais lentos, descontraídos e contínuos. Os movimentos do corpo - alguns com
nomes de animais - são acompanhados de respiração profunda e meditação. Na
verdade, o tai chi, que é uma forma de baixo impacto de exercício aeróbico, às
vezes, é chamado de "meditação em movimento". Ele ajuda a promover equilíbrio e
flexibilidade, diminui o risco de quedas (no caso de idosos), alivia a rigidez da artrite,
ajuda a baixar a pressão arterial e está associado a um melhor funcionamento
cardiovascular. Apesar dos benefícios conhecidos do tai chi, não se sabe se ele
diminui o risco de doença coronariana. Entretanto, se quiser trabalhar corpo e mente
para melhorar sua saúde, talvez você queira participar de uma aula de tai chi para
iniciantes (FORMAN, STONE, 2008).
A redução do estresse envolve vários aspectos e nenhum deles pode ser
deixado de lado para garantir que os resultados sejam satisfatórios. Os fatores para
redução de estresse são: alimentação, relaxamento, exercício físico, estabilidade
emocional e qualidade de vida.
3.6 - Síndrome de Burnout
O Burnout surgiu em 1974. Quem aplicou este termo foi o psicólogo
Fregenbauer, que constatou esta Síndrome em um de seus pacientes que trazia
consigo energias negativas, impotência relacionado ao desgaste profissional.
32
O termo Burnout é uma composição de Burn = queima e Out = exterior,
sugerindo assim que a pessoa com esse tipo de estresse consome-se física e
emocionalmente, passando a apresentar um comportamento agressivo e irritadiço.
A expressão Burnout em inglês, entretanto, significa aquilo que deixou de
funcionar por completa falta de energia, por ter sua energia totalmente esgotada,
metaforicamente, aquilo que chegou ao seu limite máximo .
Apesar de ser bastante semelhante ao estresse, o Burnout não deve ser
confundido com o mesmo. O Burnout é muito mais perigoso para a saúde. No
estresse existem maneiras de controlá-lo. Como exemplo, um trabalhador
estressado quando tira férias volta novo para o trabalho, mas isso não acontece com
um trabalhador que esteja sofrendo a Síndrome de Burnout. Assim que ele retorna
ao trabalho os problemas voltam a surgir novamente.
Qualquer trabalhador pode apresentar o Burnout, porém vale ressaltar que
essa Síndrome aparece mais em profissionais que trabalham em atividades onde se
tenha responsabilidade pelo outro, seja por sua vida ou por seu desenvolvimento.
Essa Síndrome aparece em profissionais que tenham contato interpessoal mais
exigente, como é o caso dos profissionais que estão ligados na área da educação e
saúde, carcereiros, atendentes públicos, funcionários que dentro da Organização
exercem cargos de gerente, diretores, chefias e telemarketing.
O conceito de Burnout pode ser dividido em três dimensões que são:
1. Exaustão emocional - é a situação em que o trabalhador percebe que suas
energias estão esgotadas e que não podem dar mais de si mesmo. Surge o
aparecimento do cansaço, fica propenso a sofrer acidentes, ansiedade, abuso
de álcool, cigarros e outras drogas ilícitas.
2. Despersonalização - desenvolvimento de imagens negativas de si mesmo,
junto com um certo cinismo e ironia com as pessoas do seu ambiente de
trabalho, com clientes e aparente perda da sensibilidade afetiva.
3. Falta de envolvimento pessoal no trabalho - diminuição da realização
afetando a eficiência e a habilidade para a concretização das tarefas,
prejudicando seu desempenho profissional.
33
O Burnout está associado entre o que o trabalhador dá, ou seja, tudo aquilo
que investe no trabalho, e o que ele recebe, isto é, reconhecimento de seus
supervisores, de sua equipe de trabalho. Muitas vezes, o profissional dá tudo de si e
não é valorizado, fazendo com que fique frustrado, tendo a sensação de inutilidade
para com o trabalho.
Para Farber (1991),
“Burnout é uma síndrome do trabalho, que se origina da
discrepância da percepção individual entre esforço e consequência,
percepção esta influenciada por fatores individuais, organizacionais
e sociais.”
Um profissional que entra em Burnout, assume um comportamento de frieza
com seus clientes e com quem trabalha. As relações pessoais são cortadas, passam
a agir como se estivessem em contato com objetos, também ocorre a perda da
sensibilidade afetiva, deixando de se responsabilizar pelos problemas e dificuldades
das pessoas que cuidam.
Análise feita mostra que a violência, a falta de segurança no emprego,
burocracia no processo de trabalho, falta de autonomia, baixos salários, tendência a
se isolar das pessoas que trabalham, falta de apoio, também são fatores que estão
relacionados ao Burnout.
A falta de perspectiva com relação a ascensão na carreira profissional, pode
gerar sentimentos de ansiedade e frustração constante no quotidiano do trabalho.
Quando o profissional está afetado pela Síndrome, as idéias pessimistas, o
medo, predominam com uma certa influência no local de trabalho.A chamada
Síndrome de Burnout é definida por alguns autores como uma das consequências
mais marcantes do estresse profissional, e se caracteriza por exaustão emocional,
avaliação negativa de si mesmo, depressão e insensibilidade com relação a quase
tudo e todos (até como defesa emocional). Enfim, a Síndrome de Burnout representa
o quadro que poderíamos chamar “de saco cheio” ou “não aguento mais”.
A prevalência da Síndrome de Burnout ainda é incerta, embora os dados
sugiram que acomete um número muito expressivo de pessoas. A epidemiologia da
Síndrome de Burnout tem aspectos bastante curiosos, onde o desenvolvimento da
sindrome resultam dos primeiros anos da carreira profissional.
34
Também parece haver uma preponderância do transtorno nas mulheres,
possivelmente devido à dupla carga de trabalho que concilia a prática profissional e
a tarefa familiar. Com relação ao estado civil, tem-se associado a síndrome mais
com as pessoas sem parceiro estável.
Com muita frequência este quadro está associado a outros transtornos
emocionais, geralmente com a depressão e/ou ansiedade.
Esse transtorno tem importância na medida em que afeta a vida pessoal, seja
através das repercussões físicas desse estresse psíquico, seja no comprometimento
profissional quanto a eficiência e desempenho, seja social na desarmonia dos
relacionamentos interpessoais.
Como síndrome, o Burnout seria o resultado da combinação entre as
características individuais do paciente com as condições do ambiente ou do
trabalho, o qual geraria excessivos e prolongados momentos de estresse no
trabalho. Essa síndrome se refere a um tipo de estresse ocupacional e institucional
com predileção para profissionais que mantêm uma relação constante e direta com
outras pessoas, principalmente quando esta atividade é considerada de ajuda
(médicos, enfermeiros, professores).
De fato, esta síndrome foi observada, originalmente, em profissões
predominantemente relacionadas a um contacto interpessoal mais exigente, tais
como médicos, psicanalistas, carcereiros, assistentes sociais, comerciários,
professores, atendentes públicos, enfermeiros, funcionários de departamento
pessoal, telemarketing e bombeiros. Hoje, entretanto, as observações já se
estendem a todos profissionais que interagem de forma ativa com pessoas, que
cuidam e/ou solucionam problemas de outras pessoas, que obedecem técnicas e
métodos mais exigentes, fazendo parte de organizações de trabalho submetidas à
avaliações.
Outros autores, entretanto, julgam a Síndrome de Burnout algo diferente do
estresse genérico. Para nós, de modo geral, vamos considerar esse quadro de
apatia extrema e desinteresse, não como sinônimo de algum tipo de estresse, mas
como uma de suas consequências bastante sérias.
Definida como uma reação à tensão emocional crônica gerada a partir do
contato direto, excessivo e estressante com o trabalho, essa doença faz com que a
pessoa perca a maior parte do interesse em sua relação com o trabalho, de forma
35
que as coisas deixam de ter importância e qualquer esforço pessoal passa a parecer
inútil.
Entre os fatores aparentemente associados ao desenvolvimento da Síndrome
de Burnout está a pouca autonomia no desempenho profissional, problemas de
relacionamento com as chefias, problemas de relacionamento com colegas ou
clientes, conflito entre trabalho e família, sentimento de desqualificação e falta de
cooperação da equipe.
Os autores que defendem a Síndrome de Burnout como sendo diferente do
estresse, alegam que esta doença envolve atitudes e condutas negativas com
relação aos usuários, clientes, organização e trabalho, enquanto o estresse
apareceria mais como um esgotamento pessoal com interferência na vida do sujeito
e não necessariamente na sua relação com o trabalho.
No Brasil, segundo o decreto 3.048 de 6 de maio de 1999, que fala sobre
agentes patogênicos causadores de doenças ocupacionais, a Síndrome de Burnout
está classificada junto aos Transtornos Mentais e do Comportamento Relacionados
com o Trabalho, manifestando-se com a sensação de estar acabado. Neste caso a
Síndrome de Burnout aparece como sinônimo de Síndrome de Esgotamento
Profissional.
Refletindo mais realisticamente sobre alguns preceitos culturais que envolvem
o trabalho, tais como “o trabalho enobrece... etc.”, Dejours (1992) já afirmava que
nem sempre o trabalho possibilita a realização profissional . Algumas vezes o
trabalho pode causar desde insatisfação ou frustração, até a exaustão emocional.
Freudenberg foi um dos primeiros a descrever essa síndrome em 1974,
inicialmente constatando-a apenas em funcionários das equipes de saúde mental.
Observava que, com o passar do tempo, alguns desses funcionários apresentavam
uma síndrome composta por exaustão emocional e adaptativa, desilusão ou
frustração e vontade de isolamento social.
Os sintomas básicos dessa síndrome seriam, inicialmente, uma exaustão
emocional onde a pessoa sente que não pode mais dar nada de si mesma. Em
seguida desenvolve sentimentos e atitudes muito negativas, como por exemplo, um
certo cinismo na relação com as pessoas do seu trabalho e aparente insensibilidade
afetiva.
36
Finalmente o paciente manifesta sentimentos de falta de realização pessoal
no trabalho, afetando sobremaneira a eficiência e habilidade para realização de
tarefas e de adequar-se à organização.
Esta síndrome é o resultado do estresse emocional incrementado na
interação com outras pessoas. Algo diferente do estresse genérico, a Síndrome de
Burnout geralmente incorpora sentimentos de fracasso. Seus principais indicadores
são: cansaço emocional, despersonalização e falta de realização pessoal (anexo 1).
O sintoma descrito como exaustão emocional se refere a um conjunto de
ocorrências, tais como sentimentos de desesperança e de solidão, um misto de
depressão e raiva, impaciência e irritabilidade, tensão e ansiedade, diminuição da
empatia, sensação de baixa energia, aumento das preocupações, suscetibilidade
para doenças físicas, tensão muscular, dores lombares ou cervicais e distúrbios do
sono.
Apesar de não ser possível estabelecer uma fórmula mágica ou regra para
análise do estresse no trabalho devido a grande diversidade entre as empresas,
vejamos agora algumas situações mais comumente relacionadas ao estresse no
trabalho, de um modo geral.
Considera-se a Síndrome Burnout como provável responsável pela
desmotivação que sofrem os profissionais da saúde atualmente.
As pessoas propensas à Síndrome de Burnout são exatamente aquelas mais
ativas. Os trabalhos apontam como características da personalidade das pessoas
que mais apresentara a Síndrome de Burnout o seguinte: pessoas que se envolvem
intensamente em tudo o que fazem, acreditam possuir domínio da situação,
encaram as situações adversas com otimismo, responsabilizam-se exclusivamente
pelo sucesso (ou insucesso), (anexo 2).
37
4 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Neste tópico, objetiva-se detalhar a metodologia escolhida para apresentar e
discutir as relações frágeis de trabalho, que , de modo geral, estão na base das
doenças ocupacionais. Contudo, o interesse maior deste item cai sobre as
condições de trabalho as quais muitas mulheres sao submetidas nas suas relações
de trabalho.
Cabe inicialmente esclarecer que a presente pesquisa caracterizou-se na
escolha da elaboração de um Artigo, para evidenciar formas de Estresse
Ocupacional e a Sindrome de Burn-out, observadas durante a trajetória profissional
de mulheres nas organizações.
O estudo se propõe a apresentar e discutir as doenças ocupacionais
causadas nas organizações, detendo-se sobre os males desta a saúde do
trabalhador, bem como suas origens e o papel da mulher na sociedade brasileira.
Para alcançar o objetivo proposto, foram percorridas as seguintes etapas: (i)
realizou-se uma pesquisa bibliográfica, a fim de abrir as portas para uma discussão
mais aprofundada sobre o Estresse e a Sindrome de Burn-out; (ii) investigou os
danos que o estresse pode causar a saúde do trabalhador, enfocando a sindrome de
burn-out; (iii) identificou diferentes fatores que causam doenças aos trabalhadores
nas suas relações trabalhistas.
As pesquisas bibliográficas sobre o tema Estresse Ocupacional e Sindrome
de burn-out foram realizadas através do levantamento de uma revisão sistemática
da literatura em livros, artigos científicos, revistas e publicações na internet.
Nesta pesquisa identificou que a Sindrome de burn-out, alem de ser pouco
conhecida, afeta muitos trabalhadores que, no entanto, acabam por assumir para si
a responsabilidade de falhas no ambiente de trabalho, uma vez que passam a ser
vistos, por seus empregadores, como problemáticos, pessoas que sempre estão
doentes, e, portanto, sao mais produtivas para o desempenho de suas funções.
As mulheres, quando expostas à humilhação, respondem com o choro, com a
tristeza, com o ressentimento e com a mágoa, rejeitando o ambiente que antes era
seu. Os homens manifestam revolta, indignação, raiva, sensação de traição e desejo
de vingança. Os sentimentos de fracasso, desonra e inutilidade afastam, ambos os
sexos, de cônjuges, amigos e familiares. Somada a essas sensações a vergonha,
que encaminha a vítima ao isolamento funcional, familiar e social. Ansiedade,
38
irritabilidade, insônia, tremores, distúrbios do sono, hipertensão arterial, palpitações,
taquicardia, queixas digestivas, dores generalizadas, alteração da libido e,
perigosamente, pensamentos, tentativa ou consumação de suicídio configuram o
quadro de baixa auto-estima. Na mulher, é evidente a instalação ou o agravamento
da tensão pré-menstrual e da frigidez. Indiferente de sexo são referidos casos de
síndrome do pânico, com enorme sofrimento para a vítima. A agressão psíquica,
continuada e duradoura, leva o indivíduo finalmente à alterações imunitárias, que
têm, por resultado, menor resistência a processos infecciosos e favorecimento do
câncer.
Buscou-se também entender como tem ocorrido a transição das mulheres
para cargos gerências, uma vez que as pesquisas vem mostrando a crescente
ocupação da mulher em cargos de poder, porém indicando que tem sido mais vitima
de estresse. Dessa forma, pensou-se que a mulher nos cargos de poder poderia já
ter superado as desigualdades e preconceitos, como as barreiras a ascensão
profissional e o desnível salarial, estando em um processo de consolidação e
respeito profissional. O que foi constatado e que as mulheres continuam sofrendo
pressões constantemente, mesmo em cargos de gerência, sendo talvez ate mais
expostas a Sindrome de Burnout por estarem em um terreno de domínio masculino,
ficando fragilizadas, inseguras e submissas ao poder, o que remete aos fatores
culturais brasileiros. Verifica-se, então, que a mulher ainda tem um caminho a trilhar
para se igualar em direitos ao homem.
Diante do trabalho apresentado, podemos observar que as mudanças que
estão ocorrendo no processo de trabalho estão afetando diretamente na vida do
trabalhador causando males a sua saúde.
As exigências que o mercado de trabalho está impondo ao trabalhador estão
em algumas situações levando ao sofrimento psíquico. Alguns fatores foram
identificados tais como: o ruído, que é considerado um fator altamente prejudicial,
influenciando no seu comportamento tornando-o mais agressivo, a fadiga
incessante, falta de perspectivas, a Sindrome de Burn-out, frustração, ansiedade,
depressão, medo, desmotivação com o trabalho, sobrecarga de tarefas, fazendo
com que o rendimento do trabalhador seja insuficiente, pelo fato deste não conseguir
dar conta de cumprir suas tarefas que são repetitivas.
Desta forma, as cobranças constantes que ocorrem no ambiente de trabalho,
faz com que o trabalhador apresente o estresse quando seu desempenho
39
profissional passa a ser insuficiente, levando-o a insatisfação com a sua atividade.
Podendo também levar o profissional a adquirir a Síndrome de Burnout, onde ocorre
a desmotivação do trabalho, fazendo com que a pessoa que apresente esta
Síndrome queira “abandonar” seu trabalho.
No entanto, em face de fatores culturais brasileiros, as mulheres ainda são
minoria em cargos de poder, podendo ser mais vÍtimas de doenças ocupacionais
que os homens, especialmente no que se refere aos baixos salários e a dificuldade
em ascender profissionalmente, e ate mesmo pelo compromentindo maior que a
mulher tem no ambiente de trabalho. Constatou-se a necessidade do Estado e das
organizações contribuírem para a proposição de práticas e leis que inibam esse
fenômeno organizacional, evidenciar como os comportamentos de estresse
degradam as relações de trabalho, podendo adoecer indivíduos e colocar em risco o
emprego. Isso reforça pelo fato das mulheres estarem buscando realização
profissional e conquistando, aos poucos, um espaço nas organizações.
40
5 - CONCLUSÃO
Diante do trabalho apresentado, podemos observar que as mudanças que
estão ocorrendo no processo de trabalho estão afetando diretamente na vida da
mulher causando males a sua saúde.
As exigências que o mercado de trabalho está impondo a mulher estão em
algumas situações levando ao sofrimento psíquico. Alguns fatores foram
identificados tais como: o ruído, que é considerado um fator altamente prejudicial,
influenciando no seu comportamento tornando-a mais agressiva, a fadiga
incessante, falta de perspectivas, frustração, ansiedade, depressão, medo,
desmotivação com o trabalho, sobrecarga de tarefas, fazendo com que o rendimento
do trabalhador seja insuficiente, pelo fato deste não conseguir dar conta de cumprir
suas tarefas que são repetitivas.
Desta forma, as cobranças constantes que ocorrem no ambiente de trabalho,
faz com que a mulher apresente o estresse quando seu desempenho profissional
passa a ser insuficiente, levando-a a insatisfação com a sua atividade. Podendo
também levar a profissional a adquirir a Síndrome de Burnout, onde ocorre a
desmotivação do trabalho, fazendo com que a pessoa que apresente esta Síndrome
queira “abandonar” seu trabalho.
Concluindo em relação a atuação do pedagogo empresarial sendo este
dotado de competências, tem como objetivo usá-las de modo que possa identificar
as habilidades dos trabalhadores, elevando seu nível produtivo, melhorando sua
capacitação e propiciando um ambiente de trabalho estável e saudável. Podemos entender Burnout como o produto de uma interação negativa entre
o local, a equipe de trabalho e os clientes como afirma Alvarez Gallego e Fernandez
Rios (1991). De fato, a Organização Internacional do Trabalho reconhece que o
estresse e a síndrome de Burnout não são fenômenos isolados, mas ambos foram
convertido em um risco ocupacional significativo (Barona, 1991). Aluja (1997),
confirma através de uma pesquisa a relação existente entre saúde mental,
psicopatologia e Burnout.
Segundo Figueroa; Veliz-Caquias (1992) as profissões mais afetadas pela
síndrome são: polícia, enfermeiras, professores. Neste grupo ainda se encontram os
terapeutas ocupacionais, psicoterapeutas e outros relacionados à saúde mental.
41
Fica claro a importância do bem-estar e a saúde da mulher no trabalho, pois é
no trabalho que passa-se a maior parte do tempo. A qualidade de vida está
diretamente relacionada com as necessidades e expectativas humanas e com a
respectiva satisfação desta. Atualmente o estresse não é visto apenas como
prejudicial ao trabalhador, mas principalmente à organização que despendem altos
custos em absenteísmo, acidentes, doenças, conflitos, abandono e desinteresse,
verificado em todos os níveis de trabalho (Moreno-Jimenez, 1995)
A qualidade de vida no trabalho é uma compreensão abrangente e
comprometida das condições de vida no trabalho, que inclui aspectos de bem-estar,
garantia da saúde e segurança física, mental e social, e capacitação para realizar
tarefas com segurança e bom uso de energia pessoal. Não depende só de uma
parte, ou seja, depende simultaneamente do trabalhador e da organização, e é este
o desafio que abrange o trabalhador e a organização.
42
6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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48
7 - ANEXOS
49
ANEXO I - QUADRO CLÍNICO DA SÍNDROME DE BURNOUT
Quadro Clínico da Síndrome de Burnout
1. Esgotamento emocional, com diminuição e perda de recursos emocionais;
2. Despersonalização ou desumanização, que consiste no desenvolvimento de
atitudes negativas, de insensibilidade ou de cinismo para com outras pessoas no
trabalho ou no serviço prestado.;
3. Sintomas físicos de estresse, tais como cansaço e mal estar geral;
4. Manifestações emocionais do tipo: falta de realização pessoal, tendências a
avaliar o próprio trabalho de forma negativa, vivências de insuficiência profissional,
sentimentos de vazio, esgotamento, fracasso, impotência, baixa autoestima;
5. É frequente irritabilidade, inquietude, dificuldade para a concentração, baixa
tolerância à frustração, comportamento paranóides e/ou agressivos para com os
clientes, companheiros e para com a própria família;
6. Manifestações físicas: Como qualquer tipo de estresse, a Síndrome de Burnout
pode resultar em Transtornos Psicossomáticos. Estes, normalmente se referem à
fadiga crônica, freqüentes dores de cabeça, problemas com o sono, úlceras
digestivas, hipertensão arterial, taquiarritmias, e outras desordens gastrintestinais,
perda de peso, dores musculares e de coluna, alergias, etc;
7. Manifestações comportamentais: probabilidade de condutas aditivas e evitativas,
consumo aumentado de café, álcool, fármacos e drogas ilegais, absenteísmo,
baixo rendimento pessoal, distanciamento afetivo dos clientes e companheiros
como forma de proteção do ego, aborrecimento constante, atitude cínica,
impaciência e irritabilidade, sentimento de onipotência, desorientação,
incapacidade de concentração, sentimentos depressivos, freqüentes conflitos
interpessoais no ambiente de trabalho e dentro da própria família.
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ANEXO II - CARACTERÍSTICAS DA PERSONALIDADE
Características da personalidade (Fatores Individua is) associadas a altos
índices de Burnout*
Padrão de
Personalidade
Pessoas competitivas, esforçadas, impacientes, com
excesso de necessidade em ter o controle da situação,
dificuldade de tolerância das frustrações.
Envolvimento Pessoas empáticas e agradáveis, sensíveis e humanos,
com alta dedicação profissional, altruístas, obsessivos,
entusiasmados.
Pessimismo Costumam destacar aspectos negativos, suspeitam sempre
do insucesso, sofrem por antecipação
Perfeccionismo Pessoas muito exigentes com si mesmas e com os outros,
intolerância aos erros, insatisfeitas com os resultados.
Grande expectativa
profissional
Pessoas com grande chance de se decepcionarem
Centralizadores Pessoas com dificuldade em delegar tarefas ou para
trabalhar em grupo
Passividade Pessoas sempre defensivas, tendem à evitação diante das
dificuldades
Nível educacional São mais propensas pessoas com maior nível educacional
Estado civil As pessoas solteiras, viúvas ou divorciadas são mais
propensas ao Burnout
*Trigo TR, Teng CT, Hallak JEC, Síndrome de burnout ou estafa profissional e os transtornos
psiquiátricos, Rev. Psiq Clinica, vol.34, no.5, 2007.
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