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Sistemas de Gestão da Segurança Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SST)e Saúde no Trabalho (SST)
Fundamentos e Alternativas
Gilmar da Cunha TrivelatoPesquisador Titular
FUNDACENTRO – Centro Regional de Minas GeraisE-mail: gct.cemg@terra.com.br
Apresentação feita no Seminário Nacional sobre Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho, realizado em Belo
Horizonte (MG), nos dias 17, 18 e 19 de junho de 2002
Sistemas de Gestão da Segurança e Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SST) Saúde no Trabalho (SST) ––Fundamentos e alternativasFundamentos e alternativas
Objetivos desta apresentação• Discutir e refletir sobre os fundamentos
dos Sistemas de Gestão da SST (SGSST)
• Analisar os pontos fortes e fracos desses sistemas
• Apresentar e discutir alternativas para implantação de SGSST nas empresas do setor mineral.
• Levantar questões a serem discutidas nas apresentações subseqüentes.
Fatores que explicam as diferentes Fatores que explicam as diferentes estratégias de Gestão da SST no estratégias de Gestão da SST no
mundomundo! Sistema legal.
! Relações trabalhistas.
! Recursos de SST (humanos e infraestrutura)
! Força dos sindicatos.
! Ideologias políticas.
! Políticas de governo e regras do mercado.
Gestão da Segurança e Saúde no Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SST)Trabalho (SST)
Evolução das abordagens
Ações reativas
Ações preventivas localizadas
Gestão sistematizada
Gestão Sistematizada da Segurança e Gestão Sistematizada da Segurança e Saúde no Trabalho (SST)Saúde no Trabalho (SST)
Responsabilidade • ativa, • abrangente, • programática • e contínua
visando a qualidade da SST, através de um processo gerencial sistemático para detectar, eliminar ou reduzir riscos nos locais de trabalho.
Gestão Sistematizada da Segurança e Gestão Sistematizada da Segurança e Saúde no Trabalho (SST)Saúde no Trabalho (SST)
Evolução da legislação de SST
No países desenvolvidos (Europa e América do Norte):
• Início dos anos 70 : organização da legislação de SST, com exigência de gestão sistematizada - Programa de Segurança e Saúde no Trabalho.
• Eliminação da monetização da saúde (pagamento de adicionais por exposição a condições insalubres ou perigosas e aposentadoria precoce ou especial).
Gestão Sistematizada da Segurança e Gestão Sistematizada da Segurança e Saúde no Trabalho (SST)Saúde no Trabalho (SST)
Evolução da legislação de SST no Brasil
• Até 1978 – Normas específicas isoladas.• 1978 – Portaria 3214 – Conjunto de normas
sem exigência de gestão sistematizada• 1994 – Exigência de gestão sistematizada:
PPRA (NR 9) e PCMSO (NR 7)• 1999 – PRG (NR 22)• Manutenção até o momento atual do
pagamento dos adicionais de insalubridade ou periculosidade e aposentadoria especial.
Gestão Sistematizada da Segurança e Gestão Sistematizada da Segurança e Saúde no Trabalho (SST)Saúde no Trabalho (SST)
Fundamentos básicos da Gestão Sistematizada:
• Ciclo PDCA de DEMING: Avaliação e controle dos riscos como processo de melhoria contínua.
• Estabelecimento de padrões - níveis de risco aceitáveis
• Controle dos riscos – eliminar ou reduzir em níveis aceitáveis ou transferir de forma adequada.
CONCEITO CENTRAL
RISCO = CENÁRIO, PROBABILIDADE, GRAVIDADE
DANO
Gestão Sistematizada da Segurança e Gestão Sistematizada da Segurança e Saúde no Trabalho (SST)Saúde no Trabalho (SST)
Estimativa do Risco = Probabilidade X Gravidade do dano
Processo de Gestão de RiscosProcesso de Gestão de Riscos
Identificação e avaliação dos riscos
Identificação e análise das opções de controle
Tomada de decisão
Implementação
Monitorização e avaliação de desempenho
Revisão
Avaliação
de risco
Controle de
Riscos
Gestão Sistematizada da Segurança e Gestão Sistematizada da Segurança e Saúde no Trabalho (SST)Saúde no Trabalho (SST)
Sistemas legais (exigidos por lei)
X
Sistemas Voluntários
Gestão Sistematizada da Segurança e Gestão Sistematizada da Segurança e Saúde no Trabalho (SST)Saúde no Trabalho (SST)
Sistemas legais (exigidos por lei)• Apresenta número limitado de princípios para a
gestão sistemática.• Documentação simplificada.• Deve ser aplicável a todas as empresas,
inclusive pequenas e médias empresas (PME).• Contempla mais a participação dos
trabalhadores.
Gestão Sistematizada da Segurança e Gestão Sistematizada da Segurança e Saúde no Trabalho (SST)Saúde no Trabalho (SST)
Sistemas voluntários• Baseado em regras do mercado• Promovido tipicamente por firmas de
consultoria privada.• Contém prescrições altamente
formalizadas em como integrar SST numa organização grande e complexa.
• Exige de documentação abrangente.• Dificilmente se aplica a PME.
Gestão Sistematizada da Segurança e Gestão Sistematizada da Segurança e Saúde no Trabalho (SST)Saúde no Trabalho (SST)
Sistemas voluntários• O ator principal é a alta administração.• A responsabilidade da gestão dos
aspectos de SST é de responsabilidade do corpo gerencial (atividade fim). A equipe especializada de SST apenas assessora.
Gestão Sistematizada da Segurança e Gestão Sistematizada da Segurança e Saúde no Trabalho (SST)Saúde no Trabalho (SST)
Tendências atuais:• Promoção ativa da introdução voluntária,
por parte dos empregadores, de sistemas de SST altamente formalizados e documentados, através de consultores privados ou de autoridades governamentais.
• Busca de padrões para sistemas de SST – internacionais (ex. OHSAS 18001 e Diretrizes da OIT) e nacionais.
Gestão Sistematizada da Segurança e Gestão Sistematizada da Segurança e Saúde no Trabalho (SST)Saúde no Trabalho (SST)
Tendências atuais:• Tornar obrigatório alguma forma de
Sistema de Gestão de SST (SGSST), em um número cada vez maior de paises (em particular na União Européia).
• Uma abordagem “híbrida” onde o governo usa vários dispositivos para estimular os empregadores a adotarem sistemas voluntários. (ex. US VPP)
Sistemas de Gestão da Segurança e Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SGSST)Saúde no Trabalho (SGSST)
Um conjunto, em qualquer nível de complexidade, de pessoas, recursos, políticas e procedimentos; componentes esses que interagem de um modo organizado para assegurar que uma dada tarefa é realizada, ou para alcançar ou manter um resultado especificado.
(BS 8800)
Sistemas de Gestão da Segurança e Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SGSST)Saúde no Trabalho (SGSST)
SGSST tem sido:! a principal estratégia para atacar o sério
problema social e econômico dos acidentes e doenças relacionados ao trabalho.
! usado pelas empresas como um fator para aumentar a competitividade no mercado.
Sistemas de Gestão da Segurança e Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SGSST) Saúde no Trabalho (SGSST)
VoluntáriosVoluntários
Metas a serem alcançadas:
Conformidade legal
Gestão eficaz
Redefinição estratégica do negócio
Sistemas de Gestão da Segurança e Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SGSST)Saúde no Trabalho (SGSST)
Principal desafio: COMO OBTER CREDIBILIDADE
(interna e externa)
Importante:
! Transparência
! Participação efetiva (maior inclusão)
! Verificação independente.
Sistemas de Gestão da Segurança e Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SGSST)Saúde no Trabalho (SGSST)
Principais posições sobre a eficácia de SGSST
! Hipótese de sucesso.! Hipótese burocrática – obsessão por papelada.! Hipótese do “blefe” – pretexto para a
desregulamentação.
Sistemas de Gestão da Segurança e Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SGSST) Saúde no Trabalho (SGSST)
VoluntáriosVoluntários
Sistemas disponíveis :! Padrões internacionais
! OHSAS 18001/2! Diretrizes da OIT
! Padrões nacionais (Ex. BS 8800)! Modelos propostos por empresas de consultoria
privada.! Padrões setoriais (Ex. Atuação Responsável).
Sistemas de Gestão da Segurança e Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SGSST) Saúde no Trabalho (SGSST)
VoluntáriosVoluntários
Qual modelo de SGSST é mais adequado para as empresas do setor mineral?
Quais os caminhos possíveis para a implementação de um SGSST?
Vantagens e pontos fracos do Vantagens e pontos fracos do modelos de SGGSTmodelos de SGGST
OHSAS
! Vantagens ! Facilidade de integração com outros sistemas de
gestão adotados pela empresa (Sistema ISO).! Padrão internacional
! Pontos fracos! Genérico! Não propõe ferramentas específicas para a
implementação.! Elevado risco de burocratização
Vantagens e pontos fracos do Vantagens e pontos fracos do modelos de SGGSTmodelos de SGGST
Diretriz da OIT para SGSST
! Vantagens ! Padrão internacional, construído de forma tripartite.! Destaca a participação dos trabalhadores.
! Pontos fracos! Genérico e superficial no item avaliação de riscos.! Não propõe diretrizes ou ferramentas específicas
para a implementação.! Difícil de ser voluntariamente adotado por
empregadores.
Vantagens e pontos fracos de SGGSTVantagens e pontos fracos de SGGST
MODELOS PRIVADOS
! Vantagens ! Dispõe de ferramentas para implementação e
auditoria.! Previamente testado.
! Pontos fracos! Rigidez (nem sempre é adequado às características
do setor de atividade e da empresa)! Não contempla as peculiaridades da legislação
trabalhista e previdenciária.
Possíveis caminhos para a adoção de Possíveis caminhos para a adoção de SGSSTSGSST
1. Contratação de consultorias privadas, incluindo seu modelo de sistema de gestão.
2. Adoção da OHSAS 18001, com a contratação de consultoria externa.
3. Desenvolvimento de um modelo próprio, com ou sem consultoria externa.
Possíveis caminhos para a adoção de Possíveis caminhos para a adoção de SGSSTSGSST
Sugestão para o SETOR MINERAL:Usar o modelo do setor da Indústria Química – O
Programa Atuação Responsável (Responsible Care)
! Integra de forma adequada os setores os aspectos da produção, ambientais e ocupacionais.
! Possui eficácia demonstrada.! É referência comum para todas as empresas do
setor.
Possíveis caminhos para a adoção de Possíveis caminhos para a adoção de SGSSTSGSST
PGR
PCMSO
Programa de SST
SIGSST
Etapas necessárias:
Sistemas de Gestão da SST: Sistemas de Gestão da SST: elementos básicoselementos básicos
LiderançaGerencial e Organização
Prevenção eControle
Formação eComunicação
Avaliação de riscos e
outros requisitos
LIDERANÇA GERENCIAL e ORGANIZAÇÃO LIDERANÇA GERENCIAL e ORGANIZAÇÃO DE SSTDE SST
• Comprometimento da direção: definição da política, diretrizes e responsabilidades de SST; e provimento de recursos.
• Envolvimento dos gerentes.• Envolvimento dos empregados.• Seleção e acompanhamento de contratadas• Planejamento, acompanhamento, avaliação e
revisão dos programas.• Documentação de SST.
LIDERANÇA GERENCIAL e ORGANIZAÇÃO LIDERANÇA GERENCIAL e ORGANIZAÇÃO DE SSTDE SST
Aspectos críticos e desvios• Autoritarismo na implementação.• Utilização da abordagem comportamental (Psicologia
behaviorista) – mudança de comportamento dos trabalhadores e não das condições de trabalho.
• A maioria das contratadas não dispõe de governabilidade nem capacidade para gestão adequada dos riscos.
• Auditorias como um fator de risco à saúde.• Processo de certificação como um fim em si mesmo,
superficial e com ênfase nos aspectos formais.
LIDERANÇA GERENCIAL e ORGANIZAÇÃO LIDERANÇA GERENCIAL e ORGANIZAÇÃO DE SSTDE SST
Aspectos críticos e desvios• CIPA não é um mecanismo efetivo de
participação dos trabalhadores (é burocrática, não permite aos representantes dos trabalhadores acumular experiência)
• O paradigma da gestão de SST ainda continua sendo o das relações de trabalho.
LIDERANÇA GERENCIAL e ORGANIZAÇÃO LIDERANÇA GERENCIAL e ORGANIZAÇÃO DE SSTDE SST
Aspectos críticos e desvios• Os empregadores estão perdendo influência
sobre as condições de SST devido a:– Estruturas de produção em cadeia.– Crescimento do trabalho precarizado ou arranjos
contingentes.
AVALIAÇÃO DE RISCOS E OUTROS AVALIAÇÃO DE RISCOS E OUTROS REQUISITOSREQUISITOS
• Avaliação inicial: Identificação e avaliação de riscos e outros requisitos
• Inspeções regulares nos locais de trabalho• Mecanismos de comunicação de riscos pelos
empregados• Investigação de incidentes e acidentes• Análise das estatísticas de lesões e doenças
relacionadas ao trabalho
AVALIAÇÃO DE RISCOS E OUTROS AVALIAÇÃO DE RISCOS E OUTROS REQUISITOSREQUISITOS
Aspectos críticos e desvios:• Identificação inadequada ou equivocada de riscos.• Número excessivo de riscos levantados – não
dispõe de filtros para eliminar riscos triviais ou bem controlados.
• Processo participativo no levantamento de riscos sem posterior revisão técnica (pode haver atenuação ou amplificação dos riscos por parte de trabalhadores e supervisores).
AVALIAÇÃO DE RISCOS E OUTROS AVALIAÇÃO DE RISCOS E OUTROS REQUISITOSREQUISITOS
Aspectos críticos e desvios:• Não otimização do processo de avaliação de
avaliação de riscos -abordagem gradual e avaliação de riscos como um fim em si mesmo.
• Dar o mesmo tratamento para riscos agudos e crônicos.
• Não contemplar as exigências legais (trabalhistas e previdenciárias).
PREVENÇÃO E CONTROLEPREVENÇÃO E CONTROLE
• Implantação de controle de riscos apropriados
• Manutenção preventiva de instalações e
equipamentos
• Preparação para emergências
• Programa de controle médico
PREVENÇÃO E CONTROLEPREVENÇÃO E CONTROLE
Aspectos críticos e desvios• Não observação da hierarquia de controle: ênfase
no uso de EPIs e modificação do comportamento do trabalhador.
• Planos inadequados, não implementação das medidas planejadas ou manutenção das medidas de controle existentes.
• PCMSO integrado no SGSST apenas formalmente• Inconsistência entre exames médicos e riscos
identificados.
COMUNICAÇÃO E FORMAÇÃOCOMUNICAÇÃO E FORMAÇÃO
• Estratégias de divulgação de informações
(Ex. comunicação de riscos)
• Formação de:
– Gerentes
– Supervisores
– Trabalhadores
COMUNICAÇÃO E FORMAÇÃOCOMUNICAÇÃO E FORMAÇÃO
Aspectos críticos e desvios:
• Ausência de uma estratégia adequada de comunicação de riscos que leve em consideração a representação de riscos dos envolvidos.
• Preocupação maior com o registro formal dos cursos do que com a sua qualidade.
• Não avaliação da eficácia dos cursos de formação.
CONCLUSÃOCONCLUSÃO
Apesar das limitações, dos aspectos críticos ou
eventuais desvios que se observa na prática, os
SGSST podem ser uma ferramenta útil para
obtenção de um elevado desempenho em SST
quando se levam em consideração o contexto
social e as características do setor e da empresa.
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