g5 - projeto lava rapidos rev.5
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CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE SANTO ANDRÉ
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
ANTONIO CARLOS DA SILVA PAZ
BRUNO PINHEIRO CASTELLI
RAFAEL CARDOSO DOS SANTOS
RODRIGO DINIZ
SIDNEI PEREIRA CARDOSO
VINICIUS DE MORAES ARDANA
WEVELI OLIVEIRA ALBENEZE
WILMER ANTONIO VELASQUEZ LOPEZ
SISTEMA DE REAPROVEITAMENTO DE ÁGUA PARA LAVA RÁPIDOS
SANTO ANDRÉ
2015
CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE SANTO ANDRÉ
ENGENHARIA EM PROCESSOS DE PRODUÇÃO
ANTONIO CARLOS DA SILVA PAZ RA 2504118071
BRUNO PINHEIRO CASTELLI RA 2504118076
RAFAEL CARDOSO DOS SANTOS RA 2504118785
RODRIGO DINIZ RA 1106275505
SIDNEI PEREIRA CARDOSO RA 1116306190
VINICIUS DE MORAES ARDANA RA 1185407447
WEVELI OLIVEIRA ALBANEZE RA 1185410421
WILMER ANTONIO VELASQUEZ LOPEZ RA 1106281870
SISTEMA DE REAPROVEITAMENTO DE ÁGUA PARA LAVA RÁPIDOS
Projeto apresentado ao Centro Universitário
Anhanguera de Santo André, como parte dos
requisitos para obtenção de aprovação no
Curso de Engenharia de Produção sob a
orientação do professor Dr. Reinaldo A.
Teixeira.
SANTO ANDRÉ
2015
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Esboço da Caixa Separadora de Água e Óleo.............................................12
Figura 2 – Gráfico de Armazenamento nos Mananciais 2012 a 2015...........................15
Figura 3 – Evolução Redução no consumo de água na Região Metropolitana SP........17
Figura 4 – Gradeamento................................................................................................22
Figura 5 – Representação do Fluxo do Processo..........................................................24
Figura 6 – Caixa Separadora Água e Óleo – Visualização Real....................................25
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Tabela Resumida de Custos do Projeto.......................................................10
Tabela 2 – Critérios de Avaliação do Local....................................................................11
Tabela 3 – Cronograma do Projeto de Pesquisa...........................................................27
LISTA DE SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas e Técnicas
AESA Anhanguera Educacional S.A.
TCC Trabalho de Conclusão de Curso
SABESP Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS........................................................................................................3
LISTA DE TABELAS........................................................................................................4
LISTA DE SIGLAS...........................................................................................................5
1. INTRODUÇÃO...............................................................................................7
2. OBJETIVOS DA PESQUISA..........................................................................8
3. JUSTIFICATIVA.............................................................................................9
4. VIABILIDADE...............................................................................................10
4.2. Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira...........................................10
4.3. Estudo de Viabilidade Técnica.....................................................................11
4.3.1. Estudo de Viabilidade Técnica – Avaliação do Local...................................11
4.3.2. Estudo de Viabilidade Técnica – Espaço Físico Interno..............................12
4.3.3. Estudo de Viabilidade Técnica – Instalações Hidráulicas............................13
4.4. Estudo de Viabilidade Operacional..............................................................13
4.5. Estudo de Viabilidade Ambiental..................................................................13
5. REVISÃO DE LITERATURA........................................................................14
5.1. A água..........................................................................................................14
5.2. Água no Brasil..............................................................................................14
5.3. Água no Mundo............................................................................................16
5.4. Uso Racional da água..................................................................................17
5.2. Formas Alternativas de Reaproveitamento da Água....................................18
5.2.1. A Dessalinização no Oriente Médio.............................................................18
5.2.1. O Combate ao desperdício no Japão...........................................................19
5.3. Lei de Reuso de Água em Láva-Rápido.......................................................19
6. MÉTODOS DE PESQUISA..........................................................................21
6.2. Tratamento Preliminar..................................................................................21
6.2.1 Gradeamento...............................................................................................21
6.3 Tratamento Primário.....................................................................................22
6.4 Separador de Água e Óleo...........................................................................22
6.5 Filtração........................................................................................................23
6.5.1 Filtro de Carvão Ativado...............................................................................23
6.6 Fluxo............................................................................................................24
7. CRONOGRAMA...........................................................................................26
REFERÊNCIAS..............................................................................................................28
GLOSSÁRIO..................................................................................................................29
ANEXO A .....................................................................................................................30
7
1. INTRODUÇÃO
A água é elemento essencial para a sobrevivência do planeta, sendo que 2,5 %
da água do mundo são potáveis e 97,5 % são salgadas. Sabemos que a cada ano que
passa a água está se tornando cada vez mais escassa, tanto pelo aquecimento global,
quanto pela poluição das águas das grandes cidades pelos esgotos que poluem os rios
e mananciais. No estado de São Paulo, onde se concentra a maior população e o maior
pólo industrial do Brasil, a falta de água está se tornando um problema real, onde
diversas cidades já contam com o racionamento de água.
Na região de Sudeste estamos vendo este problema no Sistema Cantareira que
é o maior sistema fornecedor de água para a região metropolitana de São Paulo. Ele
atende boa parte das regiões da capital e mais dez municípios no entorno. Porém,
desde 2013 o sistema vem passando por uma situação crítica e a Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) tem disponibilizado à população
o chamado volume morto há algum tempo.
Diante desta problemática direcionamos nosso foco em um serviço oferecido em
todos os níveis sociais, os lava rápidos. Desenvolveu-se um sistema de
reaproveitamento de água, com o principal objetivo em conter gastos excessivos e
desperdícios em lava rápidos, que tem a água como o principal elemento no
desenvolvimento de suas atividades.
8
2. OBJETIVOS DA PESQUISA
O objetivo do projeto é criar um sistema onde recuperamos grande parte da água
que foi utilizada em um processo de lavagem de veículos em lava rápidos. A água
proveniente da lavagem sofre algum tipo de contaminação como impurezas, solventes,
dentre outros. Essa recuperação irá tornar a água limpa o suficiente para ser utilizada
novamente no processo.
Desta forma iremos reutilizar água que inicialmente iria ser desperdiçada,
reduzindo custos, ajudando o meio ambiente e principalmente auxiliando na crise
hídrica que atinge a região Sudeste.
Os objetivos específicos são:
1- Desenvolver um projeto que consiga obter uma redução do gasto de água;
2- Efetuar análise de custos completa antes a após a implantação do projeto;
3- Contribuir para o meio ambiente e para população;
4- Auxiliar na crise hídrica atual;
5- Promover a idéia para qualquer Lava Rápido existente;
6- Incentivar a reutilização de água.
7- Desenvolver melhorias tecnológicas no processo, criando um diferencial de
utilização no mercado.
8- Propor uma metodologia consistente para o reuso de água em Lava Rápidos.
3. JUSTIFICATIVA
9
Utilizar a água de forma mais racional não é somente uma questão de
sobrevivência das empresas, mas de toda a humanidade. A preservação do meio
ambiente é um imperativo global. A sociedade através de ONGs, a mídia, governo,
investidores e outras partes interessadas vêm exigindo cada vez mais das empresas do
setor público e privado uma postura séria diante do problema. (SABESP, 2010).
É cada vez mais evidente a falta de água e o consumo excessivo da mesma,
tanto em residências quanto em empresas. Juntamente com o crescimento
populacional e industrial este é um recurso que pode vir a faltar em um futuro não muito
distante.
O descarte de efluente de esgoto urbano sem tratamento compromete a
qualidade dos mananciais das regiões metropolitanas e o reuso de água aliviaria este
problema. Atualmente há diversos lava rápidos descartando de forma imprópria os
efluentes provenientes do processo de lavagem. Isso se deve muitas vezes ao fato do
tratamento de esgoto ainda não atender a grande parte da população.
Atualmente o gasto de água medido em um Lava Rápido é um item de grande
preocupação. Algumas alternativas para redução de custos são tomadas como o uso
de máquinas de lavar de alta pressão, inspeção visual nos encanamentos quanto a
vazamentos, dentre outras, porém mesmo assim o valor e o desperdício continuam em
um nível muito elevado.
Segundo dados da Sabesp (2010), as pessoas chegam a gastar até 30 minutos
ao lavar o carro, sendo que com uma mangueira não muito aberta, gastam-se 220 litros
de água e com meia volta de abertura, o desperdício alcança 560 litros. Com a
utilização de um balde economizaria por volta de 70% e com o reuso de água
conseguimos alcançar no mínimo 90%.
4. VIABILIDADE
10
Um estudo de viabilidade é a análise e avaliação de informação procedente de
vários fatores de um projeto, e que nos permite conhecer se uma nova idéia em um
negócio terá estes fatores considerados.
Há diversos estudos de viabilidade que podem ser feitos, porém no nosso caso
iremos focar em quatro viabilidades: Econômica e Financeira, Técnica, Operacional e
Ambiental.
4.2. Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira
Para empresas a redução de custo é o que mais impacta. A aprovação se da
mais facilmente quando um projeto é de baixo custo de implementação, ótimo retorno e
neste caso quando se podem evitar também possíveis multas que são aplicadas com
os desperdícios. Com a economia gerada torna-se possível o investimento em novas
tecnologias.
O custo inicial para a implantação do sistema de reaproveitamento de água em
lava rápido é descrito resumidamente abaixo:
TABELA DE CUSTOS RESUMIDOS DO PROJETO
DETALHAMENTO CUSTOS
MATERIAIS APLICADOS (PEÇAS) R$ 10.000,00
MATERIAIS APLICADOS (CIVIL) R$ 5.000,00
MÃO DE OBRA R$ 2.000,00
Tabela 1 – Tabela Resumida de Custos do Projeto
Fonte: Autor (2015)
11
Conforme tabela acima teremos um total de R$ 17.000,00, com um tempo
previsto de 6 meses para a recuperação do investimento e posterior lucro com o
projeto. O valor descrito neste resumo pode variar de acordo com o local de instalação
do sistema, já que para isso necessitamos de estudo mais aprofundado da forma de
adaptação.
Há diversos fatores que podem influenciar, porém nosso sistema se torna viável
em diversas ocasiões tanto para empresas como para novos projetos de residências, e
de uma forma maior a atingir até grandes construções.
4.3. Estudo de Viabilidade Técnica
O estudo de viabilidade técnica para implantação deste sistema é bem simples e
dependem basicamente de avaliação do local, determinação de espaço físico interno e
ligações hidráulicas adequadas e regularizadas.
4.3.1.Estudo de Viabilidade Técnica – Avaliação do Local
O local a ser instalado o sistema deve seguir alguns critérios conforme tabela
abaixo:
Critério Motivo
Terreno Semi Plano Instalação de canaletas para direcionar a água
Possibilidade de instalar caixa coletora A caixa será instalada no subsolo
Possibilidade de captar água da chuva Caso seja possível pode-se utilizar este recurso
Local para descarte de contaminantes Descarte de água não recuperada pelo sistema.
Tabela 2: Critérios de Avaliação do Local
Fonte: Autor (2015)
12
4.3.2.Estudo de Viabilidade Técnica – Espaço Físico Interno
O espaço físico interno se diz respeito unicamente ao local para instalação da
caixa coletora. A caixa a um primeiro momento deverá ser instalado no subsolo para
utilizar a ação da gravidade para captação da água proveniente do processo de
lavagem.
A caixa é fabricada de acordo com o espaço físico, sendo desta forma altamente
necessário um estudo prévio de espaço e geometria a ser desenvolvida, sendo
geralmente retangular.
Para um lava rápido padrão de postos de combustível, onde se lava apenas um
veículo por vez, recomenda-se a instalação de uma caixa com vazão de 2000 lts/hora
de 1900mm x 1000mm x 1050 (C x L x A).
Figura 1: Esboço da Caixa Separadora de Óleo e Água
Fonte: Autor (2015)
13
4.3.3.Estudo de Viabilidade Técnica – Instalações Hidráulicas
Todas as instalações hidráulicas padrões devem estar devidamente preparadas.
Tais instalações são de responsabilidade do proprietário junto a Sabesp.
Com as instalações básicas funcionando o projeto informará as adaptações
necessárias na rede e posteriormente os direcionamentos da água para o sucesso do
sistema de reuso.
O proprietário deve estar devidamente cadastrado e regularizado na Sabesp
para dar inicio ao projeto.
4.4. Estudo de Viabilidade Operacional
A viabilidade operacional de instalação será dada conforme o aval da avaliação
do local, sendo este determinante para o sucesso do projeto.
Um treinamento básico de manuseio e manutenção primária (Inspeção visual,
troca de peças e limpeza) é fornecido para suprir a viabilidade operacional do
equipamento.
4.5. Estudo de Viabilidade Ambiental
Os descritos anteriormente servem de base para a viabilidade ambiental.
O principal item a se destacar nesta etapa é a possibilidade de descarte
legalizado dos fluidos não recuperados. Contaminantes como borras, graxas, óleos e
sujeiras diversas devem ser tratados.
14
É altamente recomendada a contratação de empresas especializadas e
regulares na legislação para suprir este item.
5. REVISÃO DE LITERATURA
5.1. A água
A água é fonte da vida. Não importa nossa idade, classe social ou local onde
vivemos, o certo é que dependemos totalmente dela para viver. Porém, mesmo com
uma alta importância, a humanidade continua poluindo rios e não aproveitando esse
recurso cada vez menos abundante.
A água é, certamente, o único recurso natural que tem a ver com todos os
aspectos da civilização humana, desde o progresso agrícola e industrial aos valores
culturais e religiosos arraigados na sociedade. É um recurso natural essencial, seja
como parte integrante do corpo dos seres humanos, bem como o meio de vida de
várias espécies vegetais e animais, e até como fator de produção de diversos bens de
consumo final e intermediário.
A Terra possui 1,4 milhões de quilômetros cúbicos de água, mas apenas 2,5%,
desse total, são de natureza doce. Os rios, lagos e reservatórios de onde a humanidade
retira o que consome só correspondem a 0,26% desse percentual. Daí a necessidade
de preservação dos recursos hídricos. Em todo mundo, cerca de 10% da água
disponibilizada para consumo são destinados ao abastecimento público, 23% para a
indústria e 67% para a agricultura. (GOMES, 2011).
5.2. Água no Brasil
15
Quando falamos em quantidade de água, o Brasil pode ser considerar um país
privilegiado. É considerado como a maior reserva de água doce do Planeta com 12%
do total mundial. A distribuição deste recurso, porém, não é uniforme em todo território
nacional, sendo na Amazônia a maior bacia fluvial do mundo. O rio Amazonas é
considerado um dos mais importantes do planeta devido seu elevado volume de água.
No entanto esta região vem a ser uma das menos habitadas do Brasil.
Rios como São Francisco, Amazonas e Paraná ficam a grande distancia do
centro populacional do Brasil, ou seja, capitais e centros urbanos. No Nordeste temos
ainda um maior problema com falta de água por longos períodos, o que tem movido a
população a migrar a região sudeste. Contudo essa tem sido uma cena menos vista
nos últimos tempos, com alguma parte da população voltando as suas origens.
Ultimamente a região sudeste vem sofrendo com uma seca que não é de
costume da região. Grandes mananciais como o Cantareira, Alto Tietê e o
Guarapiranga vem sofrendo quedas constantes nos últimos anos. A falta de chuvas
nestas bacias o gasto descontrolado da população agravou esses números. A Sabesp
está tomando atitudes com campanhas para o consumo consciente de água e redução
de custos para os consumidores que ficarem abaixo da medida estabelecida para a
residência. Abaixo um gráfico representativo dos últimos anos nos mananciais:
Figura 2: Gráfico de Armazenamento nos Mananciais 2012 a 2015
Fonte: Sabesp (2015)
16
Embora pareça ser um cenário preocupante, o Brasil ainda está em condições
privilegiadas em relação ao resto do mundo, principalmente quanto à disponibilidade de
recursos hídricos dentro dos padrões qualitativos e quantitativos aceitáveis; porém, há
de se pensar que os mesmos deverão servir às futuras gerações, o que aumenta muito
nossa responsabilidade sobre esse legado.
5.3. Água no Mundo
A escassez de água no mundo é agravada em virtude da desigualdade social e
da falta de manejo e usos sustentáveis dos recursos naturais. De acordo com os
números apresentados pela ONU - Organização das Nações Unidas - fica claro que
controlar o uso da água significa deter poder. (CETESB, 2015).
São muitas diferenças entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, sendo
a crise hídrica diretamente ligada às desigualdades sociais. No continente africano, por
exemplo, a média de consumo de água chega a 15 litros por pessoa. No contraponto
temos o exemplo de Nova York que demonstra um consumo extremo de água tratada,
aonde alguns cidadãos chegam a gastar dois mil litros/dia.
Segundo a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), menos da metade
da população mundial tem acesso à água potável. A irrigação corresponde a 73% do
consumo de água, 21% vai para a indústria e apenas 6% destina-se ao consumo
doméstico.
Ainda de acordo com a CETESB (2015), Um bilhão e 200 milhões de pessoas
(35% da população mundial) não têm acesso a água tratada. Um bilhão e 800 milhões
de pessoas (43% da população mundial) não contam com serviços adequados de
saneamento básico. Perante estes dados, pode-se constatar que morrem anualmente,
mais de 10 milhões de pessoas em decorrência de doenças intestinais transmitidas
pela água.
17
A água pode ser considerada o novo petróleo. Com o fim das reservas de água
doce no mundo, em um futuro não muito distante a água irá valer muito e países do
mundo todo irão disputar e lutar por cada reserva de água que restará em suas posses.
Infelizmente, cada vez se torna mais visível uma futura possível guerra em busca
do poder deste recurso insubstituível em nossas vidas.
5.4. Uso Racional da água
Não basta apenas investir no melhor aproveitamento dos nossos mananciais. É
preciso, também, atuar junto aos nossos clientes para sensibilizá‐los quanto às
dificuldades para prover água de boa qualidade e em volume suficiente para evitar o
desabastecimento, promovendo o consumo consciente. Neste sentido, o estímulo ao
uso racional da água também faz parte da nossa estratégia e vem sendo bem sucedido.
Nos últimos dez anos, o combate ao desperdício reduziu o consumo per capita na
Grande São Paulo em 14,3%. (SABESP, 2012).
18
Figura 3: Evolução da redução no consumo de água na Região Metropolitana SP
Fonte: Sabesp (2012)
19
1.2. Formas Alternativas de Reaproveitamento da Água
A falta de chuvas não é uma exclusividade do Brasil. Diversos países em todo
mundo sofre com esse mau, porém muitos deles já buscam alternativas a curto, médio
e longo prazo para lidar com esse problema. Investimentos em novas tecnologias,
campanhas contra o desperdício e até a dessalinização são formas utilizadas em
países considerados de primeiro mundo.
1.2.1.A Dessalinização no Oriente Médio
No ano passado, Israel passou pelo inverno mais seco das últimas décadas.
Então qual deve ter sido a atitude deles neste caso? Nenhuma.
A resposta para esta pergunta se deve ao planejamento que a região fez com
muita antecedência. O país sofre 9 meses do ano com seca, a produção de água doce
não passa de 2 bilhões de metros cúbicos por ano e jamais falta água. O motivo se
deve ao investimento em dessalinização, sendo que quase 40% da água própria para o
uso vêm de usinas preparadas para este processo.
O processo virou essencial na região. Em lugares desérticos como a Arábia
Saudita ou os Emirados Árabes também tem água em abundancia devido a utilização
de água do mar que ainda é uma fonte quase que inesgotável.
O reaproveitamento de esgoto para irrigação e recuperação de rios é outra fonte
utilizada em Israel, que ainda conta com água retirada poços a 3000 metros de
profundidade e que alimentam as torneiras da população e a agricultura local.
20
1.2.1.O Combate ao desperdício no Japão
Recentemente, em 2013, Tóquio sofreu uma grande falta de chuvas, sendo esta
temporada classificada como alerta. Para passarem por essa seca adotaram-se
algumas medidas como o bombardeio de nuvens com produtos químicos para forçar a
chover e claro, campanhas para o consumo consciente de água. Porém o que
funcionou foi o combate ao desperdício.
Tóquio possui a maior região metropolitana do mundo, com 30 milhões de
habitantes. Neste quadro é possível imaginar o impacto de uma seca. Então uma das
ações vem a ser um projeto para a troca de tubulações abaixo das belas ruas de
Tóquio. O desperdício com vazamentos ultrapassa os 30% em cidades como São
Paulo e Rio de Janeiro, e este é um item que vem sido evitado em Tóquio.
No Brasil, grande parte da água tratada é perdida, sejam em vazamentos não
esperados ou encanamento antigo e mau tratados. Com um programa correto para a
renovação das tubulações, pode-se evitar grande desperdício de água. Qualquer local
do mundo pode sofrer com a falta de chuvas, porém uma boa organização e
competência dos governantes podem ser decisivas quando a falta de água.
1.3. Lei de Reuso de Água em Láva-Rápido
21
Os postos de combustível e lava-rápidos da capital paulista terão, por lei, que ter
sistemas para reutilizar a água da lavagem de veículos. O projeto de lei sancionado
pelo prefeito Fernando Haddad (PT) foi publicado no Diário Oficial do município em 14
de Abril de 2015.
A Lei nº 16.160 (Anexo A) cria o Programa de Reuso de Água em postos e lava-
rápidos. O texto determina que esses comércios deverão “instalar sistemas e
equipamentos exclusivos para captação, tratamento e armazenamento da água,
visando ao seu reuso em atividades que admitam o uso de água de qualidade não-
potável”. (PINHO, 2015)
A multa é de R$ 1 mil para quem desrespeitar a medida, podendo ser dobrada
em caso de reincidência. Caso os estabelecimentos não consigam se adaptar as
normas, podem perder o alvará de funcionamento.
A lei ainda precisa ser regulamentada e prevê prazo de 120 dias para que isso
aconteça. Já o prazo para as novas medidas entrarem em vigor é de 180 dias a partir
da data de publicação no Diário Oficial.
22
6. MÉTODOS DE PESQUISA
O modo que iremos proceder para que possamos chegar aos objetivos
específicos desejados, consiste em efetuar a implantação de um sistema de captação
da água na lava rápido, limpeza da mesma através de processo de gradeamento e
posteriormente o tratamento do efluente com outras tecnologias como química, física ou
biológica. A escolha do tipo de tratamento varia de acordo com o volume, grau de
tratamento, sistema de reservatório e manutenção e operação pelos responsáveis.
Adiante serão demonstradas as técnicas a serem utilizadas no projeto.
6.1. Tratamento Preliminar
Este tratamento é constituído unicamente de processos físicos. Nesta etapa, é
feita a remoção dos materiais em suspensão, através da utilização de malhas e de
crivos grossos (gradeamento), bem como a separação da água residual das areias a
partir da utilização de canais de areia (desarenação) se necessário.
6.2.1 Gradeamento
Etapa na qual ocorre a remoção de sólidos grosseiros, onde o material de
dimensões maiores do que o espaçamento entre as barras é retido. Há grades
23
grosseiras (espaços de 5,0 a 10,0 cm), grades médias (espaços entre 2,0 a 4,0 cm) e
grades finas (entre 1,0 e 2,0 cm) que têm pôr objetivo reter o material sólido grosseiro
em suspensão no efluente. As principais finalidades do gradeamento são: proteção dos
dispositivos de transporte dos efluentes (bombas e tubulações); proteção das unidades
de tratamento subseqüentes e proteção dos corpos receptores. (SILVA, 2011)
Figura 4: Gradeamento
Fonte: Autor (2015)
6.3 Tratamento Primário
O tratamento primário é constituído unicamente por processos físico-químicos.
Nesta etapa procede-se a equalização e neutralização da carga do efluente a partir de
um tanque de equalização e adição de produtos químicos. Seguidamente, ocorre a
separação de partículas líquidas ou sólidas através de processos de floculação e
sedimentação, utilizando floculadores e decantador (sedimentador) primário. (SILVA,
2011)
24
6.4 Separador de Água e Óleo
O separador de água – óleo, também chamado de SAO, são usados para
receber a água contaminada com óleos e graxas provenientes da lavagem de
veículos.
Os separadores água – óleos empregam métodos físicos e trabalham por
densidade, ou seja, utilizam o método do óleo flutuar na água. Quanto maior a gota de
óleo, maior sua velocidade de ficar sobre a água. Para evitar que gotas menores
fiquem no sistema são utilizadas placas coalescentes que capturam as gotas e as
juntam as em gotas maiores com maior velocidade de ascensão.
6.5 Filtração
Um problema recorrente aos que buscam captação e armazenamento de água é
em relação à manutenção e qualidade durante o armazenamento. A presença de algas
e apodrecimento da água nos reservatórios possa inviabilizá-la para consumo
rapidamente. Para evitarmos estes problemas e ter uma água de boa qualidade, por
longo período, será instalado um filtro de carvão ativado no sistema. Um processo de
desinfecção é descartável, uma vez que a água não terá o uso humano como intuito
principal.
6.5.1 Filtro de Carvão Ativado
25
A escolha do filtro é importante conforme o tipo de fluido utilizado no interior da
cisterna. Existem vários filtros, sendo que cada um tem sua função no tratamento da
água. Em nosso projeto definimos a utilização de um filtro de carvão ativado.
O filtro de carvão ativado é fabricado a partir de cascas de cocos em processos
de alta pressão e temperatura; de granulometria entre 2 e 3 mm é usada para remoção
de cloro, cor, sabor e odores estranhos à água e outros produtos químicos. O carvão
ativado funciona por adsorção química, mas também fisicamente permitindo uma água
de boa qualidade livre de boa parte de particulados. Sua densidade é considerada em
0,5 kg/litro. Existe na forma granulada, pó ou em blocos. Devem ser retro-lavados,
invertendo os fluxos de água limpa em direção oposta ao fluxo normal de filtração para
remover as impurezas e sólidos. Deve ser substituído completamente uma vez que foi
saturado. (SNATURAL, 2015).
6.6 Fluxo
Inicialmente a captação será feita através de canaletas instaladas nas laterais do
local onde o veículo será limpo. As canaletas direcionaram a água ao gradeamento,
processo este que irá eliminar partículas grandes. Posteriormente o fluido é direcionado
a caixa separadora, sendo esta instalada abaixo do nível do local de limpeza, assim a
água chegará a mesma através da ação da gravidade.
Figura 5: Representação do Fluxo do Processo
26
Fonte: Autor (2015)
1 – Local de Lavagem
2 – Caixa de Gradeamento
3 – Caixa Separadora Água/Óleo
4 – Filtro Carvão Ativado
6 – Cisterna de Armazenamento de Água de Reuso
Na saída da caixa separado será instalada uma bomba que direcionará a água
para a uma cisterna, sendo que antes de chegar à mesma o fluido passara pelo filtro de
carvão ativado.
Figura 6: Caixa Separadora Água e Óleo – Visualização Real
27
Fonte: Alpina (2015)
Após a passagem do fluido pelo filtro de carvão ativado o processo segue para
um reservatório chamado água de reuso. O reservatório de reuso será o local onde
deveremos instalar as mangueiras para efetuar novamente a limpeza dos veículos,
iniciando assim um novo ciclo no processo.
28
6. CRONOGRAMA
O cronograma do projeto de pesquisa é apresentado a seguir:
1ª. Etapa – Levantamento de custos atual
2ª. Etapa – Levantamento de informações técnicas para implantação do projeto e
de outras tecnologias utilizadas atualmente.
3ª. Etapa – Projetar e estudar espaço para implantação do projeto
4ª. Etapa – Realizar aquisição dos equipamentos necessários
5ª. Etapa – Efetuar a Instalação de todos os equipamentos
6ª. Etapa – Efetuar teste completo do sistema
7ª. Etapa – Verificar e realizar possíveis ajustes
8ª. Etapa – Efetuar o levantamento das melhorias
9ª. Etapa – Conclusão e finalização da monografia (TCC 2);
10ª. Etapa - Correções finais;
11ª. Etapa - Entrega versão final – monografia.
A apresentação de nosso cronograma se dá através de um gráfico de Gant. O
gráfico apresenta as atividades programadas para serem realizadas durante o
programa de pesquisa, sendo estas realizadas no período disponível, sendo que
algumas atividades podem ser efetuadas junto a outras. Abaixo segue o cronograma:
29
Tabela 3 – Cronograma do Projeto de Pesquisa
30
REFERÊNCIAS
CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. São Paulo-SP, 2015, Acesso em 13 Abril 2015.
GLOBO.COM. Em tempos de seca, países dão exemplo de como gerenciar água. 2015. Disponível em: <http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2015/01/em-tempos-de-seca-paises-dao-exemplos-de-como-gerenciar-agua.html>. Acesso em 23 Abril 2015.
GOMES, Marcos A. F. Água: sem ela seremos o planeta Marte de amanhã. Belo Horizonte-MG , 2011 Disponível em: < http://crv.educacao.mg.gov.br/SISTEMA_CRV /banco_objetos_crv/%7BAEF84190-886B-49B5-86FC-C5D44326F528%7D_pdf-agua-rem-ca.pdf> Acesso em 20 Abril 2015
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GLOSSÁRIO
Fluido: Denominados os líquidos e os gases pelo fato de poderem se escoar com
grande facilidade. No nosso caso o fluido vem a ser a água.
Dessalinização: Refere-se a vários processos físico-químicos de retirada de excesso de
sal e outros minerais da água ou do solo.
Caixa Separadora: Recipiente responsável por receber a água proveniente da lavagem
do veículo, efetuar uma separação da água e óleo e posteriormente reenviar a
tubulação destinada a tratamento e reuso.
Caixa de Gradeamento: Local a ser efetuada uma filtragem inicial de partículas médias
e grandes, provenientes do processo de lavagem ou inseridas acidentalmente no
processo.
Cisterna: Recipiente próprio para receber e armazenar a água de reuso
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ANEXO A - Lei nº 16.160
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