futebol circo da bola

Post on 16-Jul-2015

239 Views

Category:

Sports

2 Downloads

Preview:

Click to see full reader

TRANSCRIPT

1

Por Fernando Zornitta

Fotos Paulo Zornitta & Fernando Zornitta

O futebol é a modalidade esportiva que mais mobiliza as massas no planeta. E, o esporte - tão

somente o esporte como atividade e prática - deveria estar na raiz de tudo; mas

paradoxalmente tem sido fantasiado e travestido de entretenimento, dando margem à

exploração, ao negócio, ao circo da bola.

Os clubes, que mantém acesa a chama das torcidas tornaram-se verdadeiros palcos do

espetáculo e fonte de arrecadação de dinheiro de fanáticos e neuróticos de todas as idades -

que “ejaculam” suas emoções nos estádios e fora deles; torcendo por seus times e externando

seus instintos que cada vez mais instigam a competição em vez de praticarem o esporte.

Nesse contexto, os jogadores profissionais, tornaram-se não mais do que atores desses

espetáculos, que precisam deles para perpetuar o circo da bola e continuarem faturando.

Também se prestam a gestarem atletas, que depois tornam-se mercadoria e fonte de renda aos

clubes.1

É uma roda viva insana que não promove nem o esporte e nem o futebol. Também, não é uma

recreação sadia para quem assiste e torce, pois incita a competição onde a vitória é o único

objetivo possível, em que vemos os estádios se transformarem em arenas de guerra e suas

redondezas em campos de batalha onde as torcidas digladiam – como nas arenas e as vezes até

a morte.

Exatamente como era no Coliseu de Roma, que oferecia “diversão” às massas em uma arena –

que era o espaço para o combate – incitando a violência e nenhum outro benefício trazia ao

espectador além do circo2.

A principal entidade do futebol, a FIFA, renomeou o palco do circo da bola e do espetáculo

futebolístico, ajudando a instigar a competição, mas principalmente o litígio. O que antes

chamávamos de “estádio”, agora passamos a chamar de “arena”. Uma triste analogia; um claro

convite à batalha, ao litígio, à guerra que não tem ficado só no campo; permeia as torcidas, vai

para as ruas, espaços públicos, metrôs; instiga os instintos e todos os ódios; destrói patrimônio,

ofende racialmente – nos remete às cavernas.

Tudo aos olhos da contemporânea “humanidade”; de organismos internacionais, de governos

que engolem sapos e financiam essa demente forma de futebol-espetáculo mediático

manifestar-se.

Para reverter isso, as iniciativas de incentivo aos esportes – sejam públicas ou privadas - não

devem priorizar os clubes, que se prestam mais a desorientar e a desvirtuar o futebol e,

seguem com suas políticas no rumo e no espírito da competição em vez de focarem na prática

1 Do texto do autor, - BRASIL: CELEIRO DE ATLETAS OU DE FÊNIX DA BOLA ?. Fortaleza, 2006

2 Filosofia do “pão e circo”.

2

desportiva. Os clubes-empresa viraram grandes fontes de negócios, com fundos de

investimento, participações acionárias, comércio de bugigangas e tráfego de seres humanos –

de jogadores e de jovens com potencial para tornarem-se atletas profissionais (tudo mais ou

menos legalizado, mas não eticamente conduzido) – dentre outros contrassensos alienígenas

ao esporte.

O futebol no início da sua gestação no Brasil – no começo do século XX3, tinha na prática

desportiva a base das iniciativas comunitárias e locais. De um esporte de elite, importado no

século XIX da Inglaterra e praticado em clubes fechados naquela época; foi o gosto pelo futebol

e a sua constante prática informal no Brasil que fez esse esporte popularizar-se, sendo

difundido em todos os recanto do país e sedimentando-se nas bases culturais de todas as

classes sociais, envolvendo todas as faixas etárias (desde a tenra idade), todas as etnias e

ambos os sexos.

O futebol como atividade humana, praticado a partir da livre escolha e opção por parte do

indivíduo e, sem um comprometimento profissional, pode ser considerado além de esporte,

uma atividade de lazer e recreação. E é assim mesmo que o futebol deveria continuar sendo

praticado, de forma espontânea, descompromissada e por livre opção; pois o futebol é antes de

tudo uma atividade humana de lazer e recreação.

Esse ato espontâneo de jogar, de brincar com a bola e com outras pessoas é que aproxima o

futebol de uma atividade de “recreação”, a qual por sua vez no Brasil contribuiu

significativamente para sedimentar essa base de difusão e da sua constante e continuada

prática. E essa “prática recreativa do futebol” que fez a modalidade esportiva esparramar-se

pelo país, a qual foi misturada à criatividade e aos dna brasileiro, fez fomentar várias gerações

de talentos.

No dizer de Gilberto Freire, o futebol brasileiro afastou-se do bem ordenado original britânico

para tornar-se a dança cheia de surpresas e de variações dionisíacas.

Mas enquanto as condições para a prática não existirem, enquanto a filosofia estiver

desalinhada e incentivando o que é ilógico e excludente, antiético e contraproducente, não

mais seremos um celeiro de talentos e nem veremos a possibilidade de profissionalização dos

nossos potenciais talentos.

Para voltarmos a ver atletas com princípios, protagonistas da cidadania; os valores do esporte

priorizados, ou ainda, crianças esquecendo-se do mundo enquanto brincam com uma bola, não

são necessários muitos estudos científicos e nem jurídicos nesta especialidade, basta tão

somente embasar-se nos princípios que fazem os homens estabelecer normas, regras e leis: na

ética e na promoção dos valores humanos, que deveriam ser os únicos a serem considerados.4

3 Do texto do autor, - BRASIL: CELEIRO DE ATLETAS OU DE FÊNIX DA BOLA ?. Fortaleza, 2006

4 Idem citação anterior.

3

O Futebol e a Mudança de Foco Necessária

A competição faz parte do esporte contemporâneo, mas esta modalidade tem sido cada vez

mais desvirtuada e deturpada, favorecendo os oportunistas que corrompem o espírito do

esporte e se locupletam no falso poder, encastelando-se num sistema suicida do esporte, que

deve mudar.

Durante a Copa da FIFA em 2014, o Brasil e o mundo vivenciaram o que é considerado o maior

espetáculo da Terra. Jogos e mais jogos. Festa e mais festa. Mídia, propaganda e negócios; mas

também a subserviência imposta do país que hospedou o torneio5.

Não foi diferente nas últimas edições deste evento e não é diferente no ideário desta estrutura

que normatiza, fiscaliza e dá o rumo para a modalidade; que realiza os torneios e os trâmites

que envolvem clubes, transferências de jogadores de futebol no mundo.

Na organização e gestão; no padrão do evento, é inegável a competência da FIFA em fazer

acontecer e em promover esse grande espetáculo futebolístico a cada quatro anos e, para isso

adequando o país realizador às suas exigências e condições, fazendo-o aplicar os recursos

internos em infraestrutura viária e nos “elefantes brancos”6 – as “arenas” - que se prestam a

realização dos jogos e à promoção do circo da bola. Fazendo o país executar em curto espaço

de tempo as obras necessárias e que ele não planejou e nem realizou em décadas; obras

patéticas aos olhos da urbanística e só para ligar os aeroportos aos hotéis e estes aos estádios.

Depois da copa e nos jogos, estas arenas parecem mais mausoléus do que estádios e, quando

em jogos de grandes disputas, como agora no campeonato nacional brasileiro, tornam-se

campos de guerras entre torcidas organizadas – daqueles que assistem e vão para extravasar

suas emoções, mas que não praticam o futebol.

No Brasil, obras para a pretensa mobilidade, feitas às pressas, desabaram e outras não

terminadas se esparramam pelo país. Os clubes, por aqui, estão todos endividados e devendo

fortunas em impostos. Mantém-se com recursos de mídia e marketing, de comércio de

jogadores e de ingressos7. Tornaram-se empresas e dependentes desse contexto que cada vez

mais se afasta dos princípios e benefícios que o esporte pode oferecer. Mas mal administrados

e focados nessa aura do espetáculo “absolutamente todos os clubes de futebol do Brasil são

deficitários” e os débitos dos grandes clubes superam 2,4 bilhões de Reais.

O sistema vigente e capitaneado pela FIFA não é mais futebol; não é esporte, mas um circo – o

circo da bola.

5 O que ficou claro com as vaias que receberam a Presidente Dilma Rousseff e o Presidente da FIFA Joseph Blatter

na abertura dos jogos. Também nas manifestações dos jovens pelas ruas do Brasil durante os jogos da Copa. 6 “Copa: Prejuízo de 'elefantes brancos' já supera R$ 10 milhões” - em:

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/02/150212_elefantes_brancos_copa_rm 7 Segundo a Agência Brasil, a principal renda dos clubes vêm dos direitos de televisão 27% , da transferência de

jogadores 21%, dos patrocínios e publicidade ( 16%), da bilheteria 12%. (Cabe lembrar que o sistema de loterias públicas também alimenta esse sistema)

4

O Brasil já foi o país da prática desportiva, mas hoje se presta a contribuir para desprestigiar

esse esporte, a enriquecer os atores – jogadores, agentes, dirigentes, clubes e, principalmente

os coniventes com o circo: empresas patrocinadoras, mídia e o sistema que lhe dá suporte –

tudo sob o olhar desatento dos governantes, locupletados e omissos a esse poder de anestesiar

as massas e pela incompetência para fazer do futebol um esporte de fato e de direito para o

desenvolvimento humano; para permear com os seus valores individuais, sociais e daqueles

universais - de promoção da paz e do intercambio sociocultural, como foi proposto há mais de

sete séculos antes de Cristo nos Jogos Olímpicos da Grécia.

A base para a prática, a infraestrutura física dos equipamentos inexiste ou está entregue ao

mais completo abandono e falta a orientação técnica para essa prática no Brasil. Nossas cidades

incham e se desqualificam sem a urbanística como guia para, a partir do planejamento,

oferecer as condições para o conforto humano – para habitar, trabalhar, circular e recrear; para

os serviços fundamentais e básicos de educação, saúde, segurança, saneamento básico –

dentre outros; mas principalmente para a inclusão8.

O esporte nesse contexto sequer é pensado como elemento compensador e necessário para a

saúde e bem estar humano, nesse demente estágio de involução contemporâneo. Só uma em

cada três crianças e jovens do mundo pratica alguma atividade esportiva. No Brasil uma em

cada seis e perto de zero% nas faixas de pessoas adultas e idosas. Em outros países mais

atrasados ou em áreas como as de conflito, essa taxa é bem maior.

A dissintonia das necessidades da infraestrutura para a prática desportiva com o luxo e o que é

esbanjado para a estrutura do circo da bola é um disparate. No Brasil, como de resto nos países

mais atrasados e com baixos indicadores de desenvolvimento humano, vemos mega estruturas

para o circo/espetáculo e nenhuma estrutura para a prática do esporte e lazer nas cercanias

dos nossos lares; vemos recursos públicos e das loterias públicas alimentando a voracidade

desse sistema.

Doze mega “arenas” foram construídas para a Copa de 2014 no Brasil9, enquanto nenhuma

mínima estrutura para a prática desportiva nos bairros e periferias das cidades, que cada vez

mais exclui seus jovens10.

No site da FIFA, encontra-se o documento intitulado HOME of FIFA11, em que é apresentada a

sede da entidade na Suíça, com o qual pode-se fazer um paralelo do luxo com o desleixo da

infraestrutura desportiva para a prática disponível para a população no Brasil.

Para mostrar essa realidade, durante a Copa FIFA 2014 aqui no Brasil, convencemos uma

equipe de televisão europeia, a RTS (da Suíça) a nos acompanhar12 a uma visita no entorno da

“Arena Castelão” de Fortaleza (que foi uma das 12 cidades sede dos jogos) para registrarem a

8 100% das cidades brasileiras não apresentam condições de acessibilidade para as pessoas com mobilidade

reduzida – idosos, obesos, pessoas com deficiências, mães com crianças de colo. 9 Ver fotos anexas das 12 “arenas”.

10 Ver exemplo em fotos anexas ao final do texto de uma realidade na cidade de Fortaleza e nas proximidades da

“arena Castelão” – uma das 12 sedes dos jogos da copa de 2014. 11

http://resources.fifa.com/mm/document/affederation/administration/01/28/72/70/hof-ee.pdf 12

Iniciativa minha e de meu irmão Paulo Zornitta.

5

não mais de um km de raio deste estádio o paradoxo da realidade da infraestrutura de esporte

e lazer das comunidades nesta cidade – que é a mesma em todo o país – comparativamente ao

do palco da bola do evento FIFA que estava ali ao lado.

Pois a matéria, comandada pelo repórter da RTS Miguel-Angel Aquiso serviria para ser

veiculada pela Rede na Europa, mas não sabemos se foi13 (Líderes comunitários, crianças,

jovens e profissional de educação física foram entrevistados e deram seus depoimentos para a

equipe14).

A prática desportiva pode contribuir para fomentar os valores intrínsecos do esporte e ajudar a

oferecer a inclusão a milhões de jovens, que sem oportunidades migram para a criminalidade e

para as drogas.

Mas, para a prática desportiva é imprescindível essa infraestrutura para tal, consubstanciada

por uma orientação profissional e, tão somente nos propusemos a mostrar para a equipe da

RTS o paradoxo no Brasil; um país dos maiores concentradores de renda; o 3º mais violento do

mundo (que tem 19 das 50 cidades mais violentas do planeta) e que apresenta índices de

criminalidade alarmantes, para contribuir para a reversão e realinhamento das políticas

públicas, mitigação da violência e promoção da saúde através da prática desportiva; mas que

para isso não oferece as necessárias condições.

O Brasil também é o campeão mundial em homicídios (11% de todos os homicídios do planeta

segundo a OMS/ONU) com uma média de 43,4 assassinatos de jovens por 100 mil habitantes e

mais de 60 mil vítimas de assassinatos por ano - 90% destes crimes nunca são elucidados e nem

os criminosos punidos. 54,3% do total dos assassinatos são de jovens, dos quais 77% são

negros).

O Brasil também é o país com maior número de roubos de toda a América Latina. O número de

roubos, assaltos, latrocínios é absurdo em todo o país e o sentimento de insegurança permeia

todas as partes. Somente no Estado de São Paulo, de janeiro a novembro de 2014 foram

registrados 286.000 roubos.

O custo da violência representa 5% do PIB do país e esse valor é 3 vezes maior do que os

investimentos destinados a segurança.

Fortaleza é a 8ª nesse triste ranking em que milhares de jovens perdem a vida todos os anos

por falta de oportunidade e assédio das drogas que conduzem à criminalidade. Durante os

quatro dias de carnaval de 2015, 79 vítimas de assassinatos no Estado do Ceará, sendo a quase

totalidade delas em Fortaleza.

Assim como registrado na matéria da RTS aqui em Fortaleza, em todas as cidades brasileiras

nossos espaços para a prática do esporte e lazer estão entregues ao mais completo abandono e

a infraestrutura nas proximidades dos nossos lares, que poderia oportunizar a base correta

para a prática desportiva, para a inclusão e para a formação atlética.

13

E se não foi, gostaríamos de saber o porquê não foi - lembrando que a RTS é Suíça. 14

Fotos desse momento em anexos ao final do texto.

6

Mas num país governado e administrado por políticos despreparados e incompetentes, em que

a todos os escaninhos e todos os escalões da República estão contaminados pela corrupção; em

que os poderes constituídos não funcionam com independência, isso sequer chega a ser

considerado como necessidade e direito, enquanto a futilidade e o desperdício que permeiam o

esporte são incentivados para o país sair bem na foto.

Há quase 5 anos, em junho de 2010, tendo participado em Brasília na III Conferência Nacional

do Esporte como delegado eleito do Estado do Ceará, levando a proposta de “realização do

inventário completo da infraestrutura de esporte e lazer em todos os municípios brasileiros

para fundamentar as políticas e ações para estas atividades”15, a qual foi aprovada em plenária

e incluída no Plano Decenal de Esporte do Governo Federal e, a partir daí tendo insistido junto

às instâncias ministeriais para que fosse instituído o “Programa Nacional de Qualificação dos

Equipamentos de Esporte e Lazer” a nível nacional – idealizado como ação para esse fim;

recebemos como resposta o silêncio das tumbas e a inação do poder público - do Ministério do

Esporte, do Governo Federal e de instâncias políticas.

Nesse tempo, os investimentos para a Copa da FIFA sugaram os recursos públicos e atualmente

os 23 maiores clubes de futebol cerceiam o Palácio do Planalto e a Presidência da República

para solicitar isenção e parcelamento dos seus débitos com impostos federais que são

superiores a um bilhão de Reais – parcelamento esse pretendido para ser em 200 meses16.

Os organismos internacionais, a ONU, suas agências e programas, governos e todas as

entidades representativas do esporte deveriam reorientar suas ações e focar no potencial da

prática desportiva e mitigar os efeitos nefastos do espetáculo esportivo na alma humana;

destinando neurônios e recursos para os verdadeiros valores e para a prática do esporte em

todo o planeta.17

Mas, contrariamente a isso e ao que o mundo do esporte precisa, acompanhamos uma luta e

políticas nas entidades desportivas por mais poder, pela perenidade quase imperial e para

continuar a impor seus objetivos que nada tem a ver com o esporte. Várias entidades – dentre

elas a FIFA – andam desalinhadas dos verdadeiros fundamentos do esporte e do seu potencial

benéfico para a promoção dos valores humanos e universais, que por sua vez contribuem para

a cooperação e o estabelecimento da paz que o mundo precisa.

Enquanto essa patética política do circo da bola prevalecer, nenhuma possibilidade do esporte

cumprir o seu fundamental papel de promoção do desenvolvimento humano e construção de

um caminho positivo de compreensão e de entendimento entre as pessoas e povos, para a

sedimentação da estrada da paz e de um mundo melhor, mais ético, mais justo e igualitário –

que todos queremos e precisamos.

15

Eixo 9 – da infraestrutura – ação 5 e metas – aprovado e constante do Plano Decenal de Esporte e Lazer do Governo Federal, em junho de 2010. 16

Não temos dúvidas nenhuma de que os grandes clubes de futebol conseguirão o seu intento de parcelamento rumo ao infinito dos seus débitos – em 200 meses é o que pretendem – tirando dos cofres públicos recursos para melhores destinos. 17

Dispomos de projeto efetivo de uma tecnologia social para essa mudança de rumo.

7

Nem o de promover os valores humanos e contribuir para a educação, para a saúde, para a

socialização – dentre outros aspectos positivos – os quais por sua vez poderiam contribuir

significativamente, para um profícuo intercambio sociocultural, para o desenvolvimento da

espécie humana, para as bases da tolerância entre os povos, para apaziguar os espíritos e para

promover a paz.

Para efetivar as mudanças, a filosofia e as ações das entidades esportivas – clubes,

agremiações, órgão públicos; a começar pela FIFA, devem mudar radicalmente e

estruturalmente. Não é questão de mudança de nome dos gestores e de quem comanda as

entidades, mas de compromisso com o esporte e com os seus valores que estão há muito

esquecidos.

Um único projeto, se replicado pelo planeta como o “Luz para o Esporte”, idealizado pelo autor

e aplicado através de uma ONG criada em 2003 no nordeste brasileiro, pode fazer a diferença e

oferecer oportunidades, inclusão e profissionalização a bilhões de crianças e jovens; a adultos e

idosos do planeta através do esporte.

Mas para sua aceitação, o sistema tem de mudar a filosofia – do circo para a prática desportiva

como foco - e ser permeável aos princípios lógicos e éticos do esporte. Mude-se a filosofia e

mudar-se-á tudo, acabarão os problemas de litígios entre torcidas, as demonstrações de

racismo; acabará o contraste entre o luxo e o desleixo na infraestrutura para a prática do

esporte e lazer nas proximidades dos nossos lares; acabará a má destinação de recurso, o

desperdício e a corrupção; acabará o domínio imperial sobre a modalidade esportiva

capitaneada pela FIFA e a submissão de todo o planeta aos poucos que comandam a entidade e

os muitos que comercializam em nome do esporte.

Para isso, cada um e todos nós, temos parte da responsabilidade nesse processo de mudança de mentalidade e foco. Em nome e prevalência do espírito do esporte precisamos mudar o que aí está.

________________________________________ Fernando Zornitta, Ambientalista, Arquiteto e Urbanista, Especialista em nível de pós-graduação em Lazer e Recreação (Escola Superior de Educação Física da UFRGS/Porto Alegre) e em Turismo, curso de pós-graduação da Organização Mundial de Turismo/ONU-Governo Italiano/SIST-Roma. Período presencial concluído de curso de doutorado junto à Universidade de Barcelona com projeto de pesquisa na AL & Caribe. Participou de Estagio de Aperfeiçoamento em Planejamento Turístico na Universidade de Messina – Itália; Formação como Técnico de Realização Audiovisual e desenvolve atividades como artista plástico e designer. Foi professor universitário em curso de turismo. Membro do FID – Fórum do Idoso e da Pessoa com Deficiência há 8 anos e durante mais de 6 anos contribuiu com os grupos de trabalho de planejamento da acessibilidade e de meio ambiente do Crea Ceará. Tem livro e vários artigos publicados em temas diversos. Pesquisador e palestrante sobre o tema “acessibilidade arquitetônica e urbanística” com mais de 100 exposições sobre o tema. E-mail: fzornitta@hotmail.com _______________________________________________

- Fica autorizada a difusão do presente texto.

8

Bola que as crianças têm para jogar futebol - Bairro Serrinha perto da Arena Castelão em Fortaleza

As crianças da Serrinha – entorno da Arena Castelão

9

Repórter Miguel-Angel Aquiso da RTS da Suiça no Campo da Serrinha, Fortaleza, Ceará, Brasil

10

RTS no Campo da Serrinha, Fortaleza, Ceará, Brasil

11

Campo do Serrinha – Fortaleza, Ceará, Brasil

12

Campo do Serrinha – Fortaleza, Ceará, Brasil

Campo do Ômega, Bairro Serrinha – Fortaleza, Ceará, Brasil

13

Equipe RTS (Rede de Televisão Suíça) e crianças que usam o Campo do Ômega

Campo do Ômega, Bairro Serrinha – Fortaleza, Ceará, Brasil

14

Equipe da RTS entrevista lideranças comunitárias no Campo do Ômega

15

Equipe da RTS entrevista lideranças comunitárias no Campo do Ômega

16

Equipe da RTS entrevista lideranças comunitárias no Campo do Ômega

17

18

19

20

21

22

Arenas Copa 2014 FIFA no Brasil - Fonte Wikipédia

Arena Castelão / Fortaleza

23

Bola Oficial da FIFA na Copa 2014

”Bola Oficial das Crianças” do Campo do Ômega, Bairro Serrinha em Fortaleza

24

Links de alguns outros textos do autor e documentos:

O ESPORTE É PARA A PAZ http://www.slideshare.net/fernandozornitta/o-esporte-para-a-paz-v2006

ESPAÇOS SAGRADOS http://www.slideshare.net/fernandozornitta/espaos-sagrados-v2013

- NEM SÓ PÃO; NEM SÓ CIRCO ! – Texto sobre as manifestações de junho de 2013 http://www.slideshare.net/fernandozornitta/no-s-po-nem-s-circo-by-fernando-zornitta

BASTA FUTEBOL CLUBE http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/basta-futebol-clube

- “IMAGINE” - NO PAÍS DO FUTEBOL ! http://www.slideshare.net/fernandozornitta/immagine-copa-2013

- O BRASIL NÃO EXISTE !!! http://www.slideshare.net/fernandozornitta/o-brasil-no-existe-d

A COPA DO MUNDO DE FUTEBOL, O TURISMO E OS PROBLEMAS PARA AS PCDs http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/a-copa-do-mundo-de-futebol-o-turismo-e-os-problemas-para-as-pc-ds-31782146

A COPA DO MUDO DE FUTEBOL – BENÇÃO OU MALDIÇÃO http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/copa-do-mundo-benao-ou-maldio

EL DEPORTE ES PARA LA PAZ

http://www.redcreacion.org/cgi-bin/sitestats.gif?p=http%3A%2F%2Fwww.redcreacion.org%2Frelareti%2Fdocumentos%2FDeporteParalaPaz.html

Nossa proposta aprovada na CONFERÊNCIA NACIONAL DO ESPORTE Eixo 9 da Infraestrutura (ação 5 e metas) http://www.slideshare.net/fernandozornitta/plenaria-linha9

Nossa proposta de ideograma para um PLANO NACIONAL DE QUALIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE ESPORTE E LAZER http://www.slideshare.net/fernandozornitta/plano-nacional-de-qualificao-dos-equip-de-esp-e-lazer-p2

CARTA DE BRASÍLIA – Resultado da III CONFERÊNCIA NACIONAL DO ESPORTE http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/carta-brasilia-24495700

O CALDEIRÃO DA ACESSIBILIDADE http://www.slideshare.net/fernandozornitta/o-caldeiro-da-acessibilidade-v5-2013-d

+ DIREITOS, + DIGNIDADE, + URBANIDADE, + ACESSIBILIDADE: CALÇADAS ACESSIVEIS (publicado em livro, revista e sites de forma resumida. Aborda a questão da acessibilidade arquitetônica e urbanística e aponta com programas públicos para a mudança de postura da sociedade em função da eliminação de barreiras e promoção da acessibilidade) http://www.slideshare.net/fernandozornitta/artigo-caladas-zornitta-vfinal

ACESSIBILIDADE URBANA – CAMINHOS CONTRA O CAOS http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2014/02/19/noticiasjornalopiniao,3208846/acessibilidade-urbana-caminhos-contra-o-caos.shtml

PESSOAS INVISÍVEIS http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/invisveis

MENINAS DE FORTALEZA http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/meninas-de-fortaleza-c

25

CIDADE ACESSÍVEL, EM BUSCA DOS CAMINHOS DA URBANIDADE E DO DIREITO UNIVERSAL http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/cidade-acessvel-fernando-zornitta

PRAIA SEM FUTURO http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/praia-sem-futuro-bb

PRAIA DE IRACEMA, TURISMO, TUMORES E CÂNCER http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/praia-de-iracema-turismo-tumores-cncer-bb

O TURISMO NA PERSPECTIVA DA SUSTENTABILIDADE http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/o-turismo-na-perspectiva-da-sustententabilidade-24494459

TURISMO E O DESAFIO DA SUSTENTABILIDADE NO BRASIL http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/turismo-e-desafio-da-sustentabilidade-no-brasil-4

O CÂNCER DA TERRA http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/o-cncer-da-terra

PARACURUS http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/paracurus

ACEFALÉIA E O DÉFICIT HABITACIONAL http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/acefaleia-e-o-deficit-habitacional-30536793

DA MICRO E MÉDIA PRODUÇÃO E CONSUMO DE ENERGIA http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/da-micro-mdia-produo-e-consumo-de-energia

FID AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE ACESSIBILIDADE E A COPA DA FIFA EM FORTALEZA http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/96-audincia-do-fid-apresentao-acessibilidade-e-a-copa-da-fifa

PAZ NA TERRA http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/paz-na-terra-5d-paulo-fernando-zornitta

TURISMO E PROSTITUIÇÃO http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/turismo-prostituio-artigo-fernando-zornitta

SINCATUR – SISTEMA INTEGRADO DE CÂMARAS DE TURISMO http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/sincatur-resumo

PROPOSTAS DO FID AOS CANDIDATOS À PREFEITURA DE FORTALEZA http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/propostas-fid-aos-candidatos

TURISMO E GESTÃO http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/turismo-e-gesto

MORADORES DE RUA http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/moradores-de-ruad-24494998

TUDO SOB CONTROLE http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/tudo-sob-controle-d2

CREIO EM MIM – Poesia Oração http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/creio-em-mi-md

CARTA DO TURISMO SUSTENTÁVEL – ONU/UNESCO/INSULA – apresentei trabalho/contribuição http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/carta-do-turismo-sustentvel

- Outros textos em pdf:

ESTALEIRO OUT (DE FORTALEZA) – pdf anexo

A CAPACIDADE ORGANIZATIVA – pdf anexo

26

A COMUNICAÇÃO E AS BASES DA CIDADANIA

ENTRE OGIVAS, URÂNIO E PLUTÔNIO.

BISMARK CONTESTAÇÃO ENTREVISTA SOBRE TURISMO SUSTENTÁVEL – Protocolado SETUR

BONO DAQUI A 50 ANOS ?!?!?!

CADÊ O NOSSO ESPELHO ?

GUARAMIRANGA, QUE RUMO ???

INSTRUMENTOS DE COMUNICAÇÃO E PROMOÇÃO TURÍSTICA

LIVRO DIGITAL MULTIMÍDIA

RIO + 10

RIO + 20

DIREITOS x DEVERES

top related