física iv para engenharia elétrica 2º semestre de 2014

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Física IV para Engenharia Elétrica

2º Semestre de 2014

Instituto de Física - Universidade de São Paulo

Professor: Valdir GuimarãesE-mail: valdirg@if.usp.br

Aula -6: Modelo atômico

1

2Interpretação quântica para o átomo

Espectro Hidrogênio

Espectro Contínuo

Espectro Emissão

Espectro AbsorçãoGás frio

Gás quente

Existência de “Espectros Discretos”, ou seja, a observaçãode que a radiação emitida por um gás era compostaprincipalmente de alguns comprimentos de ondadiscretos não podia ser explicada pela mecânica quântica.

4

A matéria é descontínua e formada por partículasindivisíveis os átomos.

(A = não tomo = partes)

ÁTOMO = NÃO + DIVISÍVEL

Demócrito e Leucipo (400 a.c.)

5Modelo Atômico de Dalton

John Dalton foi o criador daprimeira teoria atômica moderna.

Em 1803, propôs uma teoria, baseado emobservações empíricas que explicava as leisda conservação de massa e da composiçãodefinida, é a chamada Teoria Atômica deDalton.

Dalton acreditava que o átomoera uma esfera maciça,homogênea, indestrutível,indivisível e de carga elétricaneutra. Se fizermos umacomparação, os átomos seriamsemelhantes a bolinhas de gude:maciças e esféricas.

6 J. J. Thomson, estudando os raios catódicos,descobriu o elétron. Mas que relação oselétrons tinham com os átomos da matéria?

7Modelo Atômico de Thomson

Em 1898, o físico inglês Joseph John Thomson, realizouexperimentos científicos com descargas elétricas de gases ecom a radioatividade, e sugeriu um modelo atômico.

Segundo ele, como a tendência da matéria é ficar neutra, onúmero de cargas positivas teria que ser igual ao número decargas negativas.

O modelo atômico de Thomson consiste emuma esfera carregada positivamente eque elétrons de carga negativa ficamincrustados nessa.

Modelo de Thomsom:"pudim com passas".

8Experiência de Rutherford

Rutherford bombardeou uma finíssima laminade ouro (de aproximadamente 0,0001cm) compequenas partículas de carga positivas,denominada partículas alfa, emitidas por ummaterial radioativo.

9

Observações Conclusões

Grande parte das partículas alfa atravessa a lâmina sem

desviar o curso.

Boa parte do átomo é vazio. No espaço vazio (eletrosfera)

provavelmente estão localizados os elétrons.

Poucas partículas alfa (1 em 20000) não atravessam a

lâmina e voltavam.

Deve existir no átomo uma pequena região onde esta concentrada sua massa (o

núcleo).

Algumas partículas alfa sofriam desvios de trajetória

ao atravessar a lâmina.

O núcleo do átomo deve ser positivo, o que provoca uma repulsão nas partículas alfa

(positivas).

Experiência de Rutherford

10

Átomo é um grande vazio, com um centro pequeno e denso

10,000 vezes menor que o átomo,

99,9% do peso do átomo

da ordem de fento-metros (fm) = 10-15 m.

1911 - Ano da publicação de Rutherford

“The scattering of a and b particles by’ Matter and the Structure of the Atom.E. Rutherford

Philosophical Magazine, Series 6, vol. 21 (May 1911), p. 669-688

A idéia de se lançar partículas contra um alvo foi tão espetacularque continua sendo até hoje a base para experimentos deinvestigação da Física Nuclear (interior do átomo).

Influenciado pelo modelo atômicosaturniano de Nagaoka Rutherfordpropoe o modelo solar.

11

O modelo atomico de Rutherford constitui-se de um núcleo pequenoe denso onde se encontram os protons e neutrons, e de umaeletrosfera, na qual os elétrons ficam girando em órbitas. Átomo é um grande vazio, com um centro pequeno e denso:

Modelo Atômico de Rutherford

As partículas presentes no núcleo,chamadas prótons, apresentamcarga positiva. A partículaconhecida como nêutron foiisolada em 1932 por Chadwick,embora sua existência já fosseprevista por Rutherford.

10,000 vezes menor que o átomo,

99,9% do peso do átomo

da ordem de fento-metros (fm) = 10-15 m.

Espectro Hidrogênio

Espectro Contínuo

Espectro Emissão

Espectro AbsorçãoGás frio

Gás quente

Existência de “Espectros Discretos”, ou seja, a observaçãode que a radiação emitida por um gás era compostaprincipalmente de alguns comprimentos de ondadiscretos não podia ser explicada pela mecânica quântica.

13Modelo Atômico Clássico

Considere um átomo como um sistemaplanetário. A força de atração entre um elétrone o núcleo com carga positiva +e é dada por:

𝐹𝑒 =1

4πε0

𝑒2

𝑟2=𝑚𝑣2

𝑟onde v é a velocidade tangencial do elétron: 𝑣 =

𝑒

4πε0𝑚𝑟

𝑈 = −𝑒2

4πε0𝑟

𝐾 = 12𝑚𝑣2 = 1

2

𝑒2

4πε0𝑟energia cinética:

energia potencial

𝐸 = 𝐾 + 𝑈 = −𝑒2

8πε0𝑟

energia total

14Colapso modelo planetário

Da teoria clássica do eletromagnetismo, uma carga elétricaacelerada irradia energia. Sua energia total deve diminuir ecom isso o raio da orbita deve diminuir.

Plank já tinha proposto uma mudança radical para a estruturado átomo com um comportamento quântico (energia discretapara explicar corpo negro). Bohr aperfeiçoou essa idéia.

15Linhas do hidrogênio

Em 1885m Joham Balmer apresentou uma fórmula que elehavia obtido empiricamente, e que fornecia com precisão osvalores dos comprimentos de onda correspondentes as quatroraias visíveis do hidrogênio.

R=1,097x107 1/m

constante de Rydberg

16Outras Linhas do hidrogênio

Mais tarde outras linhas na região do ultra-violeta e infra-vermelhoforam observadas e também seguiam equações semelhantes.

17Espectros de emissão Hidrogênio

R = 1,097 x 107 m-1

18Modelo de Bohr para o átomo de hidrogênio

Niels Bohr (1885-1962) Os elétrons se movem em órbitas circulares

bem definidas em torno do próton.

Mantendo-se em uma dada órbita o elétronnão irradia.

A radiação seria quantizada apenas quando oelétron salta de uma órbita para outra. Aenergia dessa radiação seria dada por:

As órbitas seriam dadas por certos valores domomento angular do elétron e deve sermúltiplos de ħ.

ℎ𝑓 = 𝐸𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 − 𝐸𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙

𝐿 = 𝑛ħ

19Ponto importante – quantização do

momento angular

𝐿 = 𝑛ħ

20

𝐿 = 𝑚𝑣𝑟 = 𝑛ħ

Consequências do Modelo de Bohr

O momento angular é dado por:

Com esse momento angular obtemos aseguinte equação para a velocidade: 𝑣 =

𝑛ħ

𝑚𝑟

𝑣 =𝑒

4πε0𝑚𝑟Mas a velocidade também pode ser dada por:

Assim igualando as duas e isolando o raio temos:

𝑟𝑛 = 𝑛2𝑎0 𝑎0 =4πε0ħ

2

𝑚𝑒2

a0 é chamado de raio de Bohr. É o raio do átomo dehidrogênio no seu estado de mais baixa energia, ouestado fundamental.

21As energias do átomo de hidrogênio

Usando o resultado clássico para a energia

Com o valor do raio de Bohr:

𝑟𝑛 =4πε0ħ

2

𝑚𝑒2𝑛2

𝐸𝑛 = −𝑒2

8πε0𝑎0𝑛2= −

𝐸0𝑛2

𝑟𝑛 = 𝑛2𝑎0

𝐸0 = −13.6 𝑒𝑉 (𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑛 = 1)estado fundamental

𝐸 = 𝐾 + 𝑈 = −𝑒2

8πε0𝑟

22As linhas do átomo de hidrogênio

A emissão de radiação ocorre quando o átomo está numestado excitado e decai para um estado de menor energia.

1

λ=𝑣

𝑐=ℎ𝑓

ℎ𝑐=𝐸𝑖 − 𝐸𝑓

ℎ𝑐

𝐸𝑛 = −𝑒2

8πε0𝑎0𝑛2

ℎ𝑓 = 𝐸𝑖 − 𝐸𝑓

1

λ= 𝑅∞(

1

𝑛𝑓2 −

1

𝑛𝑖2)

𝑎0 =4πε0ħ

2

𝑚𝑒2

𝑅∞ =𝑚𝑒2

(4πħ)3𝑐ε02= 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑅𝑦𝑑𝑏𝑒𝑟𝑔

23𝐸𝑛 = −

𝑒2

8πε0𝑎0𝑛2= −

𝐸0𝑛2

𝐸0 = −13.6 𝑒𝑉 (𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑛 = 1) estado fundamental

24

Evolução das teorias

25O Átomo de Hidrogênio

de acordo com a mecânica quântica

Equação de Schrödinger em coordenadas esféricas:

,,,,2

22

rErrV

Separação de variáveis:

FrRr ,,

Cada variável gera um número quântico

n, l, m

26Os números quânticos

Conventionalmente, as camadas sãodesignadas pelas letras K,L,M...

K , n =1

L , n =2

M , n =3

As sub-camadas correspondem aosvalores de L

n=4, N

n=3, M

n=2, L

n=1, K

27

Interpretação da função angular

...,,2,1,0mmLz

1...,,2,1,01 nL

número quântico magnético

número quântico orbital

L está relacionado à grandeza momento angular orbital e seu módulo é quantizado:

Lz é a componente na direção z do momento angular orbital

28A Função Angular

Exemplo: 2

6122 L

2,1,0, mmLz

Observe que:- Tanto o módulo quanto a componente z do momento angular são quantizados

29A Função Angular

Portanto, o par (l, ml) define o tipo de simetria da função de onda:

Orbital (s)

Orbital (p)

Orbital (d)

Orbital (f)

0

1

2

3

30

31Autofunções para Átomo de Hidrogênio

0

3

0

1

1 ar

s ea

r

Solução mais simples para Equação de Schrödinger é para o estado 1s

Onde a0 é o raio de Bohr. Essa equação satisfaz as condições de contorno:1) Aproxima-se de zero no infinito 2) É finita para r=0

Como depende só de r deve ter uma simetria esférica

32Probabilidade

224 rrP

Probabilidade de encontrar o elétron em um volume esférico dVé dado pela função densidade de probabilidade radial P(r), que por sua vez é a probabilidade de por unidade de distância radial de encontrar o elétron em uma casca esférica de raio r.:

drrdVdrrP 2224

0

2

3

0

2

1

4 ar

s ea

rrP

33

34 Para uma dada carga nuclear, à medida que o número

quântico principal aumenta, as regiões de alta densidadeeletrônica se estendem cada vez mais além do núcleo.

35A Função Angular – orbital s

Quando l = 0, a função de onda exibe simetria esférica.

0,0 m

4

1,00 Y

36Orbitais do tipo sO orbital com n = 1, l = 0, m = 0 representa o estado fundamental ou de mais baixa energia o qual é descrito pela função de onda:

Como este orbital depende apenas da coordenada r então, ele é um orbital esfericamente simétrico.

Probabilidade de encontrar o elétron (representada pela densidade de pontos) diminui à medida que nos afastamos do núcleo.

Representa o volume esférico no qual o elétron passa a maior parte do tempo.

37A Função Angular – orbital p

0,1 m

cos8

3,10 Y

1,1 m

ieY sen8

3,11

Quando l = 1, a função de onda exibe simetria em torno do eixo z.

38 Orbital tipo p

A forma geométrica dos orbitais p é a de duas esferasachatadas até o ponto de contato (o núcleo atômico ) eorientadas segundo os eixos de coordenadas.

39

40orbital tipo f

41

42

43Resumo: Átomo de Hidrogênio

• Elétron confinado em 3 dimensões: 3 números quânticos

• n determina a energia do átomo

• L e mL determinam o momento angular do átomo e e a simetria da função de onda

O elétron possui um número quântico intrínseco de “spin”, formando um total de 4 números quânticos

2

1 SSz mmS

44notação espectroscópica.

De acordo com a mecânica quântica umadescrição completa de um estado dos elétronsrequerem 4 números quânticos, n, L, mL e ms.

Símbolo Nome

n número quântico principal

L número quântico orbital

mL número quântico magnetico

ms número quântico de spin

45

Átomos com muitos elétrons

Devido ao Princípio de Exclusão de Pauli dois elétrons nãopodem ter um mesmo conjundo de números quânticos(n,l,ml,ms).’ (Wolfgang Pauli, 1929).

Por exemplo a órbita n =1 (camada K) pode ter no máximo2 elétrons.

n l ml ms

1 0 0 +1/2

1 0 0 -1/2

Símbolo Valores permitidos

n n=1,2,3,4,…

l l=0,1,2,3,…,(n-1)

ml -l, -l+1,…..,(l-1),+l projeção de L

ms +1/2 and -1/2 projeção de s.

46

preenchimento

47

48

A tabela periódica pode ser utilizada como um guia para as configurações eletrônicas.

O número do periodo é o valor de n.

Os grupos 1A e 2A têm o orbital s preenchido.

Os grupos 3A -8A têm o orbital p preenchido

Os grupos 3B -2B têm o orbital d preenchido.

Os lantanídeos e os actinídeos têm o orbital f preenchido.

Configurações eletrônicas e a tabela periódica

49Configurações eletrônicas e a tabela periódica

50

51

Ionização e De-excitação

e-

n=4, N

n=3, M

n=2, L

n=1, K

K series

L series

M series

Ka

K series

La

L series

52

Espectro de raios X

Os raios X foram descobertos acidentalmente por W. C. Roentgen em 1895 quando ele estava trabalhando com tubos de raios catódicos.

Devido a natureza desconhecida desses raios penetrantes foi denominado raio X.

raios X corresponde a radiação eletromagnética de comprimentos de onda ao redor de 0.1 a 10 A

53

História do raio X

O primeiro raio-X foitirado da mão de suaesposa mas um anodepois, em 1986, já eraamplamente aplicado emmedicina tornando-seuma das grandesdescobertas do século XX.

Em 1916 raios-X já eramusados para inspecionarcargas de navios.

54

Produção de raio X

O filamento de tungstênio é aquecido pela passagem de corrente ( I< 80 mA) e emite elétrons

Elétrons são acelerados por uma diferença de potencial (DV=20 kV ou 30 kV) entre o filamento (catodo) e um eletrôdo de Cobre (anôdo).

Válvula de produçãode raio-X

Ao atingirem o ânodo de cobre oselétrons são freados bruscamente,emitindo radiação e ionizando osátomos de cobre.

O processo é como um efeito foto-elétrico invertido.

Radiação eletromagnética emitida temvários cumprimentos de onda.

55

Espectro de raio-X do Cobre

Componente continua – bremsstrahlung. Componente discreta – ionização do átomo de Cobre

(fenômeno de fluorescência). Mínimo bem definido para uma dada energia dos

elétrons, lmin.

lmin

56

O fóton de menor comprimento de onda, lmin, seria emitido quando o elétron perdesse o máximo (toda) de sua energia cinética durante a colisão (K´=0).

Parte continua do espectro - Bremssstrahlung

KK

elétron

K´núcleo

Fóton de bremsstrahlung

Efóton = hu = K – K´

Efóton = hc/l = K – K´

energia inicial do eletron K = eV = hc/lmin

determinando lmin constante. de Planck

h = eVlmin/c

57Parte discreta do espectro de raio X

Elétrons do catodo (filamento) se chocam com os elétrons dos átomos arrancando-os.

A energia do fóton é dada pela diferença de energia das órbitas.

No processo de recombinação

Emissão de fóton

Idéia de órbitas Niels Bohr

e-

58

lmin

59

Lei de Moseley

60

Lei Moseley

l comprimento de onda do raio-X da transição Kα

Z número atomico do elemento

s constante correspondente a blindagem da carga nuclear devida ao eletron e outros (deve ser da ordem de 1).

A é o fator de escala. Sendo R a constante de Rydberg

(Z-s) carga efetiva observada pelos eletrons da camada L

61

Usado para prever existência de novos elementos

38 39 40 41 42 43 44 45 46

62

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