filosofia da educação r2
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SILVANA MARA CAMPANHOLO
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO MÍTICO PARA A EDUCAÇÃO
TAUBATÉ-SP2014
SILVANA MARA CAMPANHOLO
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
TAUBATÉ-SP
2014
2
Trabalho sobre Filosofia da Educação - A Importância da Filosofia da Educação Para a Formação Docente apresentado a Faculdade de Nanuque, Como requisito para obtenção Parcial de grau do Curso de Licenciatura R2/1997 em Filosofia.
3
4
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RESUMO
Este trabalho sobre Filosofia da Educação aborda a importância Filosofia, e da Filosofia da educação sua função no quadro social , a relevância do se repensar os meios, os caminhos que a educação vem tomando. Trata também da importância da filosofia na formação do pedagogo.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................9
1. HISTORIA DA
FILOSOFIA........................................................
2. A IMPORTANCIA DA FILOSOFIA DA
EDUCAÇÃO..............11
2.1O Papel da Filosofia da
Educação.................................... 12
2.2O Que é Filosofia da
Educação..........................................12
2.3Modelos
Antropológicos....................................................14
3. O MITO DA
CAVERNA..............................................................15
3.1 A Transição do Pensamento Mítico para o Filosófico
19
4. TENDENCIAS LIBERAIS E
PROGRESSISTAS......................20
5. A IMPORTANCIA DE PAULO FREIRE PARA A
EDUCAÇÃO NO
BRASIL ...............................................................................2
1
CONCLUSÃO E BIBLIOGRAFIA 23
8
INTRODUÇÃO
Muito tem sido falado e debatido nas redes de comunicação e redes
sociais, sobre os rumos da educação no Brasil. Para os professores que estão em
contato com a realidade da sala de aula numa base diária resta nada mais do que a
desesperança. Estão incrédulos quanto à uma melhora no sistema de ensino
brasileiro. Até arrisco dizer que ser professor hoje é “chave de cadeia” e se não vier
uma intervenção por parte das autoridades governamentais, pelo rumo que as
coisas estão tomando, quando esta geração de professores na ativa vier a aposenta,
apenas detentos irão ministrar aulas nas escolas públicas e com benefício de
remissão de pena. Lecionar hoje, além de ser uma tarefa árdua, também é uma
profissão de risco e de insalubridade mental, inúmeros são os relatos de professores
em ajustamento funcional que surtaram em sala de aula, tendo um choque nervoso.
O que levou o país a esta crise? Seria por conta da corrupção que
assola nossa nação, ou fatores culturais e sociais que vêm contribuindo para
chegarmos aonde chegamos – no caos. Há previsões no futuro próximo para
mudanças, ou estamos entregues à sorte?
Qual a linha de pensamento ou a formação mental dos nossos
governantes? Quais as diretrizes ou qual cartilha seguem quando elaboram planos e
metas para a nação, e sobre tudo, para a educação? Quem dita as regras? E a
9
educação é voltada para quem? E Para que? Se não está funcionando, por que não
mudamos?
Já que educação segundo o dicionário Hoauaiss, é a “ aplicação dos
métodos próprios para assegurar a formação e o desenvolvimento físico, intelectual
e moral de um ser humano; pedagogia didática, ensino3 aquilo que fala de posturas
a serem adotadas a fim de possibilitar a formação do indivíduo interessa o educador
num todo.
Outro aspecto importante da função da filosofia da educação neste
contexto que vivemos é o de refletir sobre o que é, ou o que deveria ser o
pensamento em torno da educação. Ela em si, não é a resposta, mas o
questionamento dobre a educação. E ao que tudo indica há muitos filósofos
populares questionando sobre tal assunto.
10
1. O QUE É O HOMEM?
Considerando as ciências e os diferentes saberes, o homem está
sempre em busca de respostas, e no decorrer de sua vida muitas perguntas
passarão sem respostas, até porque nem sempre a resposta que obtivemos é a que
queremos ouvir.
Já que ciência foi mencionada, quem é o sujeito da ciência senão o
homem que é o sujeito da busca científica. E a fim de definir o homem muitos
filósofos engajaram na árdua tarefa de defini-lo, e até hoje não temos um termo
Universal que possa definir o Homem.
A filosofia passou por quatro períodos:
1 Período pré-socrático ou cosmológico, do final do século VII ao final do
século V a. C. quando a Filosofia se ocupa fundamentalmente com a origem do
mundo e as causas das transformações da natureza;
2 Período socrático ou antropológico, do final do século V e todo o século IV
A.C., quando a Filosofia investiga as questões humanas, isto é, a ética, a política
e as técnicas;
3 Período sistemático, do final do século III a.C., quando a Filosofia busca
reunir e sistematizar tudo quanto foi pensado sobre a cosmologia e a
antropologia, interessando-se, sobretudo em mostrar que tudo pode ser objeto
do conhecimento filosófico, desde que as leis do pensamento e de suas
demonstrações estejam firmemente estabelecidas para oferecer os critérios da
verdade e da ciência;
4 Período helenístico ou greco-romano, do final do século III a.C. até o século
VI d. C.. Nesse longo período, que já alcança Roma e o pensamento dos
primeiros Padres da Igreja, a Filosofia se ocupa, sobretudo com as questões da
ética, do conhecimento humano e das relações do homem e a Natureza e de
ambos com Deus.
Filósofos buscavam compreender a essência do ser tanto das coisas
quanto do homem. Vários termos formam usados para definir o homem, porém só
conseguiram dizer o que ele faz e não quem ele é na essência.
O termo zoon logon echon – definia o homem como um animal dotado
de pensamento e palavra. Para Aristóteles o homem era zoon politikon – um animal
11
social que organizava as cidades para nela viver e conviver. Para alguns
antropólogos o homem é o homo faber - um ser que tem a capacidade de construir
utensílios, para outros cientistas ele é o homo laborans – que produz coisas para
proveito próprio. Ainda há filósofos que definiam o homem como homo aeconomicus
– ser capacitado para organizar recursos de modo produtivo e planificado com
objetivo de assegurar sua subsistência. (Jasper, 1965, p.47)
O Homem é um Ser que Virá- a- ser, por esta razão fica difícil defini-
lo. Este está em constante mutação, e o que ele apresenta ser hoje, amnahã já não
o será mais. Às vezes uma informação que este ouviu num noticiário, ou assistindo a
um debate na TV, ele pode mudar toda sua concepção de vida da noite para o dia, e
no dia seguinte fazer ajustes à sua conduta. Portanto, homem nunca é o que
apresenta ser. Podemos atribuir ao homem o que Aristóteles fala sobre Acto e da
Potência. Para este, a semente, por exemplo, é uma árvore em potencial, embora
seja ainda uma semente. Ela, se não for plantada nunca será uma árvore. Mas
dentro de cada semente há uma árvore em potencial. Daí o ser humano pode passar
a sua vida toda sendo apenas – mais um, sem nunca descobrir nesta vida a sua
potencialidade. Portanto fica também difícil de definir realidade, pois o que apresenta
ser hoje, amanhã, já não o é. E aí os filósofos da antiguidade tiveram um papel
fundamental de questionar sobre a realidade, o ser, (o princípio da identidade) o não
ser e o terceiro excluído.
Os filósofos também tinham um dilema, o desafio de definir o que é a
realidade. É ela real?
“ a realidade em seu sentido profundo tem algo de permanente e imutável.´
Para Parmênides, um precursor da metafísica, também considerado o
filósofo do ser (to eon) deu a seguinte definição:
os sentidos não são os melhores instrumentos para se conhecer o ser das coisas. O
ser imutável está por trás da mudança e só pode ser visto pelo pensamento ou pela alma;
os órgãos sensoriais só captam as aparências, as transformações. Portanto ainda que algo
esteja em constante mudança, ele tem uma identidade. E a isto a Filosofia chama de
princípio da identidade: a realidade em seu sentido profundo tem algo de permanente e
imutável. (Webstar Dicitionary).
Ao analisarmos um filme de ficção, por exemplo, ele parece real aos
nossos sentidos, ou aquelas pegadinhas de testes para a visão onde um objeto
estático parece se mover. Quando analisamos estas coisas chegamos á conclusão
12
que não dá para confiar em nossos sentidos. E a pergunta é se não podemos confiar
nos nossos sentidos, como saber que sabemos? Ou ainda, como saber se o que
sabemos é verdadeiro?
Assisti ao filme uma Mente Brilhante, um relato real de um Matemático
ganhador do Nobel, que sofria de esquizofrenia, e tinha amigos imaginários. Após o
filme tive a sensação de que as coisas ao meu redor poderiam ser de mentira, e se
eu estava realmente sã? Até onde a realidade é real então?
Assim de forma simplista podemos dizer que a preocupação pela
origem da existência dos seres, da realidade e das mudanças, transformações tanto
dos seres quanto da realidade teve início no século VI A.C. chegando até nossos
dias, e com certeza será objeto de investigação pelos séculos afora.
Do século VI A.C. até o fim do século XVI D.C. , esta fonte de
conhecimento foi considerada como algo mais externo ao homem do que algo que
dizia respeito ou próprio do homem. Com exceção de Sócrates, é claro. Assim
sendo muitos defendiam a ideia de que o conhecimento era originário de uma
entidade externa ao homem. (Monistas – a Substancia), ou de uma fonte divina
(Deus), em ambos os casos a ciência dotada de métodos de pesquisa e indagação
ainda era algo impensado. A mudança só aconteceu a partir de Aristóteles.
Em resposta a Parmênides, Platão se lança no desafio de definir ou
buscar entender o que realidade significava, ambos buscavam respostas para
entender e compreender o mundo ao seu redor, e Platão então, escreve sobre o
Tratado do Ser, não-ser e do Contraditório.
13
1.1 A IMPORTANCIA DOS PRINCÍPIOS DA IDENTIDADE, NÃO
CONTRADIÇÃO E TERCEIRO EXCLUIDO PARA OS PENSADORES
No geral o que significam os termos: Identidade, Não-contradição e
Terceiro excluído?
Princípio da identidade, cujo enunciado pode parecer surpreendente: "A é A" ou "O
que é, é". O princípio da identidade é a condição do pensamento e sem ele não podemos pensar. Ele
afirma que uma coisa, seja ela qual for (um ser da Natureza, uma figura geométrica, um ser humano,
uma obra de arte, uma ação), só pode ser conhecida e pensada se for percebida e conservada com
sua identidade.O princípio da identidade é a condição para que definamos as coisas e possamos
conhecê-las a partir de suas definições.
Princípio da não contradição, (também conhecido como princípio da contradição),
cujo enunciado é: "A é A e é impossível que seja, ao mesmo tempo e na mesma relação, não-A".
Assim, é impossível que a árvore que está diante de mim seja e não seja uma mangueira; que o
triângulo tenha e não tenha três lados e três ângulos; que o homem seja e não seja mortal; etc.Sem o
princípio da não contradição, o princípio da identidade não poderia funcionar. O princípio da não
contradição afirma que uma coisa ou uma ideia que negam a si mesmas se auto destroem,
desaparecem, deixam de existir. Afirma, também, que as coisas e as ideias contraditórias são
impensáveis e impossíveis
.Em outras palavras, uma proposição tem que ser apenas verdadeira ou apenas falsa, não pode ser
verdadeiro e falso ao mesmo tempo.
Princípio do terceiro excluído , cujo enunciado é: "Ou A é x ou é y e não há terceira
possibilidade". Por exemplo: "Ou este homem é Sócrates ou não é Sócrates". Este princípio define a
decisão de um dilema - "ou isto ou aquilo" - e exige que apenas uma das alternativas seja verdadeira.
Mesmo quando temos, por exemplo, um teste de múltipla escolha, escolhemos na verdade apenas
entre duas opções - "ou está certo ou está errado" - e não há terceira possibilidade ou terceira
alternativa, pois, entre várias escolhas possíveis, só há realmente duas, a certa ou a errada.
Há duas maneiras apenas de analisar uma proposição ou ela é Falsa ou é Verdadeira, não existe
uma terceira maneira de analisar uma proposição.1
Platão na sua obra o Sofista aborda a questão do não-ser, dirigindo
sua crítica a Parmênides. No pensamento eleata, o não-ser define os limites do ser,
e a necessidade da via positiva é sublinhada através da impossibilidade da via
negativa. Após uma distinção radical entre ser e não-ser, vistos como contraditórios,
Parmênides nega qualquer possibilidade de expressão do não-ser. Ao não-ser
1 :(http://www.oocities.org/mundodafilosofia/principios.htm)
14
excluído da realidade, do pensamento e do discurso se contrapõe o ser sempre em
relação consigo mesmo.
No Sofista, para dar consistência ontológica ao lógos que permite uma
escolha entre o ‘é’ e o ‘não é’, Platão apresenta uma ontologia relacional que busca
propiciar a convivência da unidade com a multiplicidade, da identidade com a
diferença. Para tanto, ele propõe que os seres participam de algumas formas e não
participam de outras (Sofista 252d-e). a participação e a não-participação são
relações ontológicas que dão razão ao ser de uma coisa, pois os seres são
constituídos por sua participação em várias formas e por sua não-participação em
outras.
Para Platão se algo é negado um próximo passo é necessário para
resolver o problema da falsidade, assim o problema tratado na obra o Sofista é o da
negação. O que seria a problemática entorno da negação? Ela deve ser formulada
de muitas e diferentes maneiras. Dois casos são de interesse neste caso: O
problema de afirmativas existenciais negativas e o problema de predicativos
contraditórios. O primeiro pergunta como a sentença ‘ Papai Noel não existe’ pode
ter significado? Se Papai Noel não existe, então estamos falando sobre algo
inexistente ou nada. Papai Noel é uma referencia significativa, se assim não o fosse
poderíamos trocar a palavra PAPAI por qualquer outra combinação de letras sem
significado, tipo: ewlaps e não mudaríamos o sentido da sentença. Alguém pode
dizer que o Papai Noel é apenas um conceito ou uma ideia. Isto ainda não resolveria
o problema. Com isto: Papai Noel não existe, mas seu conceito sim. A pessoa Física
do Papai Noel não está lá, mas há toda uma ideia e significados ao redor dele.
Tendo dito isto, quando nego a existência de algo, estou afirmando sua existência,
pois se algo não existe, não há o que falar dela. Não é pronunciável. Porém, quando
nego a existência de algo estou com isto afirmando que ela existe.
O conceito do ‘Não ser’ e o conceito do contraditório (falsidade) são
expressos no diálogo do Estrangeiro e de Parmênides (237A).
O Estrangeiro assegura que a possibilidade do Falso (contraditório) depende da
possibilidade do “o que é’ uma vez que, de acordo com ele, quando alguém fala
falsamente, ele ou ela está falando sobre algo que não é real. Já Parmênides,
insistentemente enfatiza que nós não podemos enfatizar ou pensar naquilo que ‘ não
15
é’ ou até mesmo falar sobre isto, uma vez que, neste caso, nossos pensamentos ou
fala não denotam nada, e se tornam absoletos.
Outro problema aparece em Theaetetus, o tópico do diálogo é sobre a
verdadeira natureza do Conhecimento. Há três sugestões de definições para
Conhecimento: O primeiro é conhecimento como percepção (187 A -201C) O
segundo é conhecimento como opinião verdadeira (187A-201C). E o terceiro é o
conhecimento como opinião verdadeira mais o logos (201C-210B). Mas nenhum
deles é admitido como sendo uma definição satisfatória, e cada uma delas é
rejeitada uma após a outra. O mais importante é que se podemos falar sobre juízos
verdadeiros, também podemos falar sobre aqueles que lhes são opostos. De novo, o
julgamento falso, contraditório é entendido como pensar algo que não é.
Assim sendo, o problema se torna um círculo vicioso, uma vez que
pensar no que é falso, significa pensar no que não é, o que significa pensar em
nada, porque pensamento tem que ser pensamento de algo, e em suma não é
pensar em nada. Uma vez que ninguém pode pensar naquilo que não é, parece
haver então lugar para falácias (Ibid. p.115).
O Sofista e força Thaetetus e o Estrangeiro a Theaetetus a admitir que
no’ que não é’ tem um certo ‘ser’. Platão também dá uma detalhada descrição de
uma afirmação falsa. Neste sentido logos pode ser entendido como fala interior, isto
é, contém traços de uma expressão. Para Platão o dizer é apenas o pronunciamento
do discurso de um juízo feito pela mente em seu diálogo interior consigo mesma.
Platão então define contraditório (falso) introduzindo o ‘que não é’. Como já foi
mencionado um juízo falso não é verdade uma vez que fala de algo diferente do que
é. Já foi mencionado antes que ‘o que não é’ não quer dizer que não exista (exemplo
do papai Noel acima). É apenas diferente do ‘que é’ e tem algumas similaridades
com o que é. Parece que Platão quer fazer uma distinção entre o que não é’ daquilo
que é meramente diferente ‘do que é’. E procura estabelecer uma transformação
ontológica na natureza do pronunciamento e estabelecer a correspondência entre o
campo da realidade e o campo do discurso.
Em suma para Platão em contrapartida a Parmênides, ele tenta provar
que ‘o que não é’ pode ainda ter uma certa forma de ‘existência’. Platão acreditava
que havia um fato correlato entre fato e linguagem.Ele diz que se algo ´’, ele deve
16
também ser inteligível e pronunciável. Dessa forma, se algo é pensável e exprimível
através da linguagem, isto deve ter uma existência.
Se analisarmos um filme de ficção por exemplo ele parece real aos
nossos sentidos, ou aquelas pegadinhas de testes para a visão onde um objeto
estático parece se mover. Quando analisamos estas coisas chegamos á conclusão
que não dá para confiar em nossos sentidos. E a pergunta é, se não podemos
confiar nos nossos sentidos, como saber que sabemos? Ou ainda, como saber se o
que sabemos é verdadeiro?
Assisti ao filme uma Mente Brilhante, um relato real de um
Matemático ganhador do Nobel, que sofria de esquizofrenia, e tinha amigos
imaginários. Após o filme tive a sensação de que as coisas ao meu redor poderiam
ser de mentira, e se eu estava realmente sã? Até onde a realidade é real então?
Assim de forma simplista podemos dizer que a preocupação pela
origem da existência dos seres, da realidade e das mudanças, transformações tanto
dos seres quanto da realidade inicia-se no século VI a.C. Chegando até nossos dias,
e com certeza será objeto de investigação pelos séculos afora.
Do século VI a.C. até o fim do século XVI d.c. , esta fonte de
conhecimento foi considerada como algo mais externo ao homem do que algo que
dizia respeito ou próprio do homem. Com exceção de Sócrates, é claro. Assim
sendo muitos defendiam a ideia de que o conhecimento era originário de uma
entidade externa ao homem. (Monistas – a Substancia), ou de uma fonte divina
(Deus), em ambos os casos a ciência dotada de métodos de pesquisa e indagação
ainda era algo impensado. A mudança só aconteceu a partir de Aristóteles. Ainda
assim somente séculos depois, foi que Hegel acerta em cheio a definição de
realidade.
Na visão Aristotélica o objeto do conhecimento é a realidade. Ao
contrario de Platão, que a realidade era a ideia, Aristóteles traz a realidade para o
campo do conhecimento e a define como a substância, como realidade primeira,
composta de matéria e forma.
No Século XIX surge Hegel e este define a realidade como sendo a
própria ‘razão’. Para ele, tudo que é real é racional. Na filosofia de Hegel o
contraditório anda na a mesma mão que o não contraditório, e esta colisão das
forças dá a luz ao que chamamos de realidade que a cada encontro e desencontro
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nos remete ao absoluto, e o absoluto na concepção de Hegel é Deus. Deus, então é
a realidade. Para Hegel a dialética é de suma importância e dá o nome á sua
filosofia de filosofia dialética, a qual está submetida a um processo, e é regida e
movida pela contradição, encontra-se internamente relacionada e é constituída como
oposição de contrários. Assim, cada realidade particular remete para a totalidade,
para o todo, e só pode ser compreendida e explicada em relação ao todo. Por isso,
Hegel expressa isto de modo breve e preciso na seguinte frase: “O verdadeiro é o
todo”.
Qual é a importância de tudo isto para a filosofia da educação?
Em primeira instância, o alvo deste estudo é levar o leitor a refletir
sobre a realidade da educação no contexto brasileiro. O que percebemos com
nossos sentidos é real? Podemos confiar nos nossos sentidos quando damos nosso
veredicto sobre a educação e a condição do educador e do educando? Essa
realidade é mesmo real? Ou os meio de comunicação fazem uma cortina de fumaça,
e colocando isto nos dizeres de Platão, “Portanto, se alguém o forçasse a olhar para a própria
luz, doer-lhe-iam os olhos e voltar-se-ia, para buscar refúgio junto dos objetos para os quais podia
olhar, e julgaria ainda que estes eram na verdade mais nítidos do que os que lhe mostravam?
(República, Livro VII, 514ª-517c).
Se tivermos uma visão distorcida da realidade, e fixarmos nossos olhos
nos problemas educacionais perderemos o foco. Pois se mantivermos nossos olhos
na luz do problema, queimaremos os olhos, correndo o risco de ficarmos cegos.
Para obtermos uma resposta real do que se passa na educação brasileira, é
importante mantermos a interdisciplinaridade. A filosofia deve manter diálogo com as
demais ciências, inclusive a teologia, na busca de dar uma resposta imparcial a um
problema de nossos tempos.
18
2. A IMPORTANCIA DA FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
Segundo o dicionário Hoauaiss, a educação é a “ aplicação dos
métodos próprios para assegurar a formação e o desenvolvimento físico, intelectual
e moral de um ser humano; pedagogia didática, ensino.3 Portanto, abrange também
as posturas a ser adotadas que possibilitem a formação do indivíduo num todo.
A educação na escola deve proporcionar ao indivíduo uma
experiência de transformação, e como tal possibilitar a reconstrução social.
O ser humano está em constante mudança, ele se constrói a cada
nova possibilidade. Ele é um ser potencial, pois tem possibilidades de sempre
adicionar novos conhecimentos ao seu repertório. É um ser cultural, uma vez que
está inserido em uma estrutura – familiar, social e cultural (micro e macro
ambientes).
Por que é tão difícil para o indivíduo fazer suas escolhas? E se ele
escolher o que não parecer ser certos aos olhos de outro e for certo para ele?
Questões de certo e errado, dependerão da cultura ou subcultura que o individuo
estiver inserido. Quanto maiores as possibilidades de escolhas, mais difícil e
complexa é a circunstância de decisão.
Cada ação do dia a dia só adquire significado com o passar do
tempo. Isso ocorre quando o agir passa a ser orientado por uma mera formalidade
doq eu está fazendo. A maturidade chega com a compreensão da realidade.Por isso
é fundamental que se tenha compreensão da realidade. O próprio tempo e o espaço
se encarregarão de demonstrar tal realidade.
A filosofia da educação busca refletir sobre o que é, ou o que deveria
ser o pensamento em torno da educação. Não é a resposta, mas o questionamento
dobre a educação.
19
2. O PAPEL E OS OBJETIVOS DA FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
“Em primeira instância precisamos
entender que as pessoas são educadas e não doutrinadas”.
Neste passo vamos definir o que é doutrinar a alguém e o que é
educá-la.
Doutrina O termo pode ser definido como o conjunto de princípios que servem
de base a um sistema político, religioso, filosófico, pedagógico. Entre outros.
As doutrinas podem ser propagadas de diversas maneiras, via
Catequese, meio utilizado pela igreja católica para propagar o cristianismo; O
ensinamento dirigido, sistematizados utilizados para os ais diversos fins, quer sejam
religiosos, e até mesmo comerciais – podemos notar isto nitidamente nesta cultura
tecnológica e consumista. Outro meio utilizado pelos religiosos é a pregação; A
opinião de autores, também é considerada uma forma de doutrinamento.
Deste modo, discordo da frase do professor Laíno o que realmente
quer dizer doutrinar a alguém?
Se doutrina é um conjunto de princípios que servem de base a um
sistema político, religioso, pedagógico, entre outros, logo quando lançamos mão de
princípios que norteiam a educação e que definem o rumo que ela deve tomar, e dá
critérios e meios sistematizados de como atingi-la e isto se torna uma forma de
pensar e de agir, este método esta fórmula se tornou uma doutrina, por exemplo o
Construtivismo ou o Behaviorismo são em si doutrinas. Quando um lança mão tanto
de uma quanto de outra, este por sua vez está aplicando a doutrina, digamos
behaviorista, ele está sim doutrinando alguém.
O que é educar?
Educação engloba os processos de ensinar e aprender. É um fenômeno observado
em qualquer sociedade e nos grupos constitutivos destas, responsável pela sua manutenção e
20
perpetuação a partir da transposição, às gerações que se seguem, dos modos culturais de ser, estar
e agir necessários à convivência e ao ajustamento de um membro no seu grupo ou sociedade.3
Assim educamos e doutrinamos ao mesmo tempo. Este assunto
deve em minha opinião ser tratada com ceticismo filosófico, uma vez que ceticismo é
“a doutrina da qual a mente humana não pode atingir nenhuma certeza a respeito
da verdade”. (Wikipédia).
E qual é então a verdade a respeito da educação?
Será que podemos saber na íntegra, ou estamos apenas sendo
ludibriados por algo maior e por motivos mais abrangentes do que meramente
observa-se?
O caos instaurado na educação escolar e formação mental dos
alunos brasileiros não seria algo mais além do que um conjunto de regras a nós
apresentado por um francês que viveu tão longe e fora de nossa realidade tropical?
Será que Piaget foi traduzido e contextualizado para a realidade dos brasileiros?
Uma coisa é adotar um sistema de ensino e desenvolvimento da mente humana no
contexto europeu, onde deveras, as pessoas sabem são intelectualmente mais
cônscias do que nós brasileiros. Mais disciplinadas também. Apresentar uma forma
de educação onde não se pode por limites para os brasileiros é deixá-los na mão.
Cada dia mais temos a certeza (misturada de muita incerteza) de que seja qual for o
método que estamos aplicando ele não está funcionando, e antes a tão defendida
liberdade do educando se tornou a sua prisão.
Na defesa da liberdade o construtivismo de Piaget tem provado ser
nesta geração a forma mais prática de aprisioná-los a um caos mental. Esta geração
experimenta toda sorte de escravidão, a das substâncias químicas, a do sexo
desenfreado, da violência, da histeria coletiva e por último, graças as pesquisas da
Dr Ana Beatriz: “Mentes Perigosas, o psicopata mora ao lado”, (Silva, Ana Beatriz
Barbosa OBJETIVA, 2010) escravidão da psicopatia social, onde ela revela que em
cada dez pessoas, quatro são psicopatas.
21
Se o construtivismo tem arestas que precisam ser aparadas, por que
ninguém faz nada sobre este assunto? O construtivismo pode sim ser ótimo na
formação de adultos que tiveram e tem uma experiência de vida, mas não dá para
aplicá-lo na educação infantil ou de adolescentes, posto que estes estão apenas
iniciando sua jornada quanto à formação da razão e dos processos lógicos.
Deixar o adolescente e o jovem à sua própria sorte pode conduzir e
vai conduzir a sociedade a um caos, a uma anarquia generalizada, onde ninguém
respeita ninguém. Hoje em dia o que mais se houve entre diretores escolares e
professores é: “Eles não tem limites”! Como poderiam ter? Se nosso sistema de
ensino removeu os limites da moral, da família, questionou autoridade dos pais
sobre os filhos e apregoa (doutrina) que os alunos devem ser livres para aprender
sem restrições. Deixem que eles experimentem! Uma vez que nossa sociedade e
nosso sistema educacional (por que não dizer político –cultural) removeu estes
limites, nada mais a fazer a não ser chorar e de vez em quando, ir até a delegacia e
fazer um boletim de ocorrência. Nosso construtivismo tem bases sólidas no
egoísmo humano. No consumismo, e no capitalismo desenfreado, por isso podemos
recorrer à mitologia para exemplificar o que estamos vivenciando nestes dias.
2.1 O Que é Mito?
Mitos são relatos, narrativas, as formas mais antigas por meio das
quais o ser humano procura esclarecer o mistério de sua existência no mundo,
valendo se assim de narrativas, relatos, lendas passadas de geração a geração.
Apresenta-se como ato cultural ou fenômeno, como uma palavra reveladora ou
epifânica. Segundo Francisco Garcia Bazán 2 mito envolve:
Símbolo
Palavra derivada do grego que quer dizer lançar conjuntamente e ao mesmo
tempo. O símbolo é atividade reveladora, por esse motive reúne o que está
separado, aponta para um significado que é real e diferente do que sua estrutura
imediata comunica ao conhecimento empírico ou habitual.
Palavra
2 BAZAN, G. Francisco Aspectos Incomuns do Sagrado. São Paulo: Paulus, 2002.
22
O mito é palavra que relata reúne ou liga, relaciona-se com o logos no sentido
especial(palavra que reúne e enlaça mediante o exercício racional”), mas com
sentido amplo de reunir. O mito é palavra autorizada que se impõe pelo prestígio
da união com a origem de seu caráter legendário. O Logus em seu sentido mais
restrito, é a palavra do discurso em seu deslocamento racional, lógico e retórico
ou persuasivo. Esta passagem do mito ao logos ocorreu na cultura grega na
época dos filósofos pré-socráticos.
História
O relato mítico é também palavra tradicional, ou seja símbolo relato que se
transmite, se recebe, conserva e interpreta ou reatualiza e de novo se entrega. A
origem do mito é não humana ou pessoal. O mito é a memória ancestral da
Humanidade a partir de um momento pleno, na qual o desenvolvimento do tempo
sucessivo atual não existia.
Tempo atemporal
O tempo original ou primordial em que os atos do mito se refere é um tempo que
está fora do tempo, uma atemporalidade da natureza intensa, de expectativa
global e que não se desdobra sucessivamente. Por isso o tempo do estado mítico
que se expressa na continuidade linear do relato, não gera o desgaste nem se
desgasta com seu transcorrer os seres e os acontecimentos que nele aparecem.
O tempo primordial contem em seu germe, o conjunto uno e total das realidades
mutáveis que se desdobrarão através do tempo natural vivido biológica, social,
psicológica e cronologicamente, em cuja dimensão está a origem, a corrupção e o
aniquilamento.
Seres Sobrenaturais
Estes não vivenciam as experiências humanas de fragilidade, falha, desilusão e
destruição. Estas personagens pertencem à esfera dos deuses, semideuses, e
são mais que humanos, possuem poderes e atributos que, salvo exceções, não
são vivenciados no cotidiano, participam das potencialidades que se fizeram
efetivas no momento do nascimento do cosmos e de seu equilíbrio. Por
conviverem no marco de um clima sagrado, realizaram atos prototípicos
individuais inesquecíveis como criadores ou fundadores.
Atos Excepcionais
As proezas são apreendidas pela memória coletiva ou corporativa, como ações
singulares, devido a sua força exemplar, paradigmática ou prototípica. Diante
delas a fuga do tempo, as limitações locais, a diversidade e mutabilidade dos
suportes físicos representam riscos de desaparecimento. As características
únicas e universais dos acontecimentos protofigurativos transmitidos por meio da
força ilustrativa das histórias míticas aconteceram no espaço e tempo primordiais,
dentro de uma cronologia e geografia figurada carregadas de sentido sagrado,
tornando-os orientadores da existência comum, razão porque se quer voltar a
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eles, pois representam a origem. O homem arcaico não suporta estar
desorientado, extraditado e alheio à sua origem.
Ponto de Partida do Cosmos ou de Parte Dele
Os relatos míticos são primordialmente cosmogônicos. Eles ilustram como
aconteceu o nascimento do mundo e da ordem primitiva ou narram o modo como
algum aspecto dele sofreu alguma alteração substancial.
Levando em consideração que educação vai além das paredes de uma
escola e engloba a cultura, a sociedade em geral, e é objeto de pesquisa da
sociologia e da filosofia, e mantém comunicação com as demais áreas do
saber, quero aqui neste capítulo lançar mão da Ciências da Religião, como
diálogo interdisciplinar para tentar explicar o que se passa no consciente
coletivo, ou na cosmovisão do brasileiro. A justificativa para tal é que o mito
tem papel importante na sociedade, deve ser levado a sério na pesquisa
histórica. Não podemos olhá-lo simplesmente como uma etapa primitiva
superada pela razão. Isto posto, queremos entender o papel dos mitos em
sociedades antigas, quanto ao seu caráter legitimador ou questionador do
cosmos-realidade, para Mircea Eleade o mito é transmissor de paradigmas,
modelos exemplares e arquetípicos. O mito é entendido como sistema
cultural, reflete a cosmo visão de um povo ou um grupo e como este entende
a si mesmo.
Neste conjunto cultural como o brasileiro percebe entende a si
mesmo? Fomos programados para amar as culturais alheias a nossa? Em
que isto colabora para o domínio financeiro, espiritual e cultural que os
Estados Unidos exerce sobre os brasileiros?
Como anda a mente do povo brasileiro, e principalmente a do
educando? Como podemos aprender com o mito?
2.2 O Mito do Dragão
O que é o dragão? Dragões ou dragos (do grego drákon, δράκων) são
criaturas presentes na mitologia dos mais diversos povos e civilizações. São representados como
animais de grandes dimensões, normalmente de aspectoreptiliano (semelhantes a
imensos lagartos ou serpentes), muitas vezes com asas, plumas, poderes mágicos ou hálito de fogo.
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A palavra dragão é originária do termo grego drakôn, usado para definir grandes serpentes.Em vários
mitos são apresentados literalmente como grandes serpentes, como eram inclusive a maioria dos
primeiros dragões mitológicos, e em suas formações quiméricas mais comuns. A variedade de
dragões existentes em histórias e mitos é enorme, abrangendo criaturas bem mais diversificadas.
Apesar de serem presença comum no folclore de povos tão distantes como chineses ou europeus, os
dragões assumem, em cada cultura, uma função e uma simbologia diferentes, podendo ser fontes
sobrenaturais de sabedoria e força, ou simplesmente feras destruidoras.(dicionário online Wikipédia).
A simbologia do dragão está associada ao mal e ao terror,
principalmente em países ocidentais, onde na nossa concepção, de dragão é
associado à figura de Lúcifer. Além de representar o mal e o terror, o dragão
simboliza a proteção dos tesouros, para os nórdicos são guardiões de pérolas e
esmeraldas da sabedoria, lutar contra o dragão quer dizer a iniciação e a evolução
através das provações. E para se ter acesso aos seus tesouros é necessário lutar e
vencê-lo.
Podemos por assim dizer que o dragão representa a ganância humana.
A necessidade de ter, nem que para isto a pessoa tenha que infligir medo, terror
sobre os outros. Mas, vamos um pouco mais adiante, em nossa busca da
compreensão da realidade com uma abordagem metafísica. Podemos também
lançar mão do mito do combate.
2.3 O Mito do Combate
Este mito descreve a batalha entre dois seres divinos e seus aliados
pelo domínio universal. O dragão é um dos combatentes, e representa o caos e a
esterilidade, já o seu oponente esta associado à ordem e a prosperidade. O
resultado desta batalha constituirá ou abolirá a ordem na sociedade e a fertilidade na
natureza. Neste mito há alguns aspectos repetitivos em todas as culturas onde este
predomina:
a. Um casal de dragões – o oponente é sempre um par de dragões ou
bestas, pode ser um marido e uma esposa, irmão,irmã, mãe e filho.
b. Caos e desordem – forças que o oponente representa.
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c. O ataque – o oponente quer impedir que o deus principal chegue ao
poder.
d. O herói
e. A morte do herói
f. O reino do dragão – enquanto o deus esta morto e confinado ao
submundo, o dragão (caos e desordem) governa destrutivamente,
saqueia e satisfaz os seus vários desejos; em particular ataque a
mãe ou a esposa do deus.
g. Pela mágica a esposa, a mãe ou a irmã do herói empenha-se em
reestabelecer a força perdida do deus.
h. Batalha renovada e vitória
i. Restauração e confirmação da ordem.
O dragão está associado ao caos e a desordem, porque representa
uma ameaça à ordem cósmica.
É neste ponto da alegoria que queria chegar, não estamos nós
enfrentando o dragão do caos e desordem em nossa cultura? Do planalto central às
favelas, do campo ás grandes cidades o caos está instaurado. Enquanto de um lado
o dragão do capitalismo devora e retém os tesouros do povo, do outro lado o caos e
desordem avançam.
Os brasileiros buscam na política a figura de um messias, um salvador e
herói. O Presidente Lula sendo seu representante, mas se deram conta que não foi
a solução, e se bem aplicado, podemos ver a dupla de deuses, O Lula e a Dilma,
será que estão tentando representar o mito? O herói confinado, enquanto a
desordem instaura-se no campo político? Não estamos reavivando o
“Sebastianismo”? No post de Lúcia Gaspar lemos sobre o sebastianismo o seguinte:
“O sebastianismo tem suas raízes na concepção religiosa do messianismo, que
acredita na vinda ou no retorno de um enviado divino, o messias; um redentor, com capacidade para
mudar a ordem das coisas e trazer paz, justiça e felicidade. É um movimento que traduz uma
inconformidade com a situação política vigente e uma expectativa de salvação, ainda que miraculosa,
através da ressurreição de um morto ilustre. Chegou ao Brasil, principalmente ao Nordeste brasileiro,
no século XIX. Unindo fanatismo religioso com ideias socialistas, o movimento se redescobriu no
sertão nordestino, assumindo características próprias através de símbolos e do imaginário popular.” 3
3 ttp://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=419&Itemid=126
Ou a mentalidade do brasileiro avança um pouco mais e viaja nos
filmes norte-americanos onde o heróis (Norte Americano) salva a população da
desgraça. Não ficamos nós a espera que os Estados Unidos invada os morros e
favelas e ponha um fim no narcotráfico? Estariam os educadores olhando para os
Norte Americanos, e aguardando São Jorge com sua espada salvar a donzela em
perigo?
Infelizmente, nosso arquétipo cultural não nos permite sermos a
resposta que esperamos receber, pois religiosamente, ou culturalmente fomos
treinados, até mesmo através do consciente coletivo, a olhar para a lua (fora de nós)
e buscar o auxílio do herói salvador (são Jorge). Não estamos deitados eternamente
em berço esplêndido, mas estamos passivos neste combate entre o caos e a
desordem, entre a instauração de um reinado da ganância, onde, um par de tênis
vale mais que uma vida humana.
Que esta analogia baseada nas Ciências da Religião tem a ver com
educação e filosofia da educação?
A educação mantém um relacionamento de interdisciplinaridade, e o que
se passa no consciente coletivo, é alvo de investigação científica, e se estudamos
estes Fenômenos é para que possamos ajudar as pessoas a ter uma compreensão
mais ampla de mundo, da realidade e de si mesmas. Afinal, não é a compreensão
de si mesmo, o refletir dos atos que leva à maturidade? E não é este o objeto da
filosofia e de todo o processo da educação?
Como podemos nós, educadores, ajudar nossos alunos nesta tarefa
de conhecerem a eles mesmos se nós nem sabemos ou percebemos a realidade ao
nosso redor. Não uma realidade aparente, falsa e contraditória, mas uma realidade
metafísica, instaurada na formação mental de todo um povo, ou de toda uma
geração, um protótipo de um povo manso, totalmente “ controlável”, que se tornaram
alvos de uma máquina consumista, capitalista, que os domina e lhes priva o direito
de pensar.
Assim sendo, o papel do filósofo da educação é o de ajudar a desvelar as exigências
e as necessidades no processo de ensino-aprendizagem. Muito mais que apresentar uma resposta o
papel da filosofia da educação está latente nas circunstâncias em que se percebem as atitudes e os
motivos que estão orientando uma ação.4
4 Schneider, A. Laíno, , Filosofia da Educação, ULBRA 2008 p. 1927
Como o objetivo da filosofia é a formação de um homem integral, isto
é, um homem com essência. É papel da filosofia buscar, então, desenvolver no
educador uma atitude que possibilite a compreensão da essência de cada indivíduo,
ajudar a compreender a lógica que sustenta o agir de cada um. É tarefa da filosofia,
permitir um novo olhar sobre circunstâncias já existentes, tendo como princípio
desbanalizar o banal. Com isto, nós educadores devemos manter uma postura mais
crítica no que tange a educação e buscar novas respostas para o caos, e ao mesmo
tempo contemplar com esperança ainda que gasta, um dia de remissão está por
chegar.
Uma última analogia de mito, e não poderia ficar de fora deste estudo
é o Mito da Caverna escrito por Platão.
2.4 O MITO DA CAVERNA
O Mito da Caverna de Platão representa ou caracteriza uma sociedade
fundamentada nas verdades aparentes, para se justificar e organizar a partir destes
princípios os pressupostos básicos que definem toda uma forma de dizer de uma
conjuntura social. O mito da caverna apresenta de forma alegórica estruturas sociais
fechadas, “inquestionáveis” com caráter dogmático, uma verdade absoluta. Essa
verdade é tão definitiva e cegante que as pessoas membros dessa sociedade
passam a não questionar um modelo diante do qual se deparam. A verdade é um
processo de busca e jamais de conclusão.
O Mito da Caverna
Extraído de "A República" de Platão . 6° ed. Ed. Atena, 1956, p. 287-291
SÓCRATES – Figura-te agora o estado da natureza humana, em relação à ciência e à
ignorância, sob a forma alegórica que passo a fazer. Imagina os homens encerrados em
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morada subterrânea e cavernosa que dá entrada livre à luz em toda extensão. Aí, desde a
infância, têm os homens o pescoço e as pernas presos de modo que permanecem imóveis e
só vêem os objetos que lhes estão diante. Presos pelas cadeias, não podem voltar o rosto.
Atrás deles, a certa distância e altura, um fogo cuja luz os alumia; entre o fogo e os cativos
imagina um caminho escarpado, ao longo do qual um pequeno muro parecido com os
tabiques que os pelotiqueiros põem entre si e os espectadores para ocultar-lhes as molas dos
bonecos maravilhosos que lhes exibem.
GLAUCO - Imagino tudo isso.
SÓCRATES - Supõe ainda homens que passam ao longo deste muro, com figuras e objetos
que se elevam acima dele, figuras de homens e animais de toda a espécie, talhados em pedra
ou madeira. Entre os que carregam tais objetos, uns se entretêm em conversa, outros
guardam em silêncio.
GLAUCO - Similar quadro e não menos singulares cativos!
SÓCRATES - Pois são nossa imagem perfeita. Mas, dize-me: assim colocados, poderão ver
de si mesmos e de seus companheiros algo mais que as sombras projetadas, à claridade do
fogo, na parede que lhes fica fronteira?
GLAUCO - Não, uma vez que são forçados a ter imóveis a cabeça durante toda a vida.
SÓCRATES - E dos objetos que lhes ficam por detrás, poderão ver outra coisa, que não as
sombras?
GLAUCO - Não.
SÓCRATES - Ora, supondo-se que pudessem conversar, não te parece que, ao falar das
sombras que vêem, lhes dariam os nomes que elas representam?
GLAUCO - Sem dúvida.
SÓRATES - E, se, no fundo da caverna, um eco lhes repetisse as palavras dos que passam,
não julgariam certo que os sons fossem articulados pelas sombras dos objetos? GLAUCO -
Claro que sim.
SÓCRATES - Em suma, não creriam que houvesse nada de real e verdadeiro fora das
figuras que desfilaram.
GLAUCO - Necessariamente.
SÓCRATES - Vejamos agora o que aconteceria, se se livrassem a um tempo das cadeias e
do erro em que laboravam. Imaginemos um destes cativos desatado, obrigado a levantar-se
de repente, a volver a cabeça, a andar, a olhar firmemente para a luz. Não poderia fazer tudo
isso sem grande pena; a luz, sobre ser-lhe dolorosa, o deslumbraria, impedindo-lhe de
discernir os objetos cuja sombra antes via. Que te parece agora que ele responderia a quem
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lhe dissesse que até então só havia visto fantasmas, porém que agora, mais perto da
realidade e voltado para objetos mais reais, via com mais perfeição? Supõe agora que,
apontando-lhe alguém, as figuras que lhe desfilavam diante dos olhos o obrigasse a dizer o
que eram. Não te parece que, na sua grande confusão, se persuadiria de que o que antes via,
era mais real e verdadeiro que os objetos ora contemplados?
GLAUCO - Sem dúvida nenhuma.
SÓCRATES - Obrigado a fitar o fogo, não desviaria os olhos doloridos para as sombras que
poderia ver sem dor? Não as consideraria realmente mais visíveis que os objetos ora
mostrados?
GLAUCO - Certamente.
SÓCRATES - Se o tirassem depois dali, fazendo-o subir pelo caminho áspero e escarpado,
para só o liberar quando estivesse lá fora, à plena luz do sol, não é de crer que daria gritos
lamentosos e brados de cólera? Chegando à luz do dia, olhos deslumbrados pelo esplendor
ambiente, ser-lhe ia possível discernir os objetos que o comum dos homens tem por serem
reais?
GLAUCO - A princípio nada veria.
SÓCRATES - Precisaria de algum tempo para se afazer à claridade da região superior.
Primeiramente, só discerniria bem as sombras, depois, as imagens dos homens e outros seres
refletidos nas águas; finalmente erguendo os olhos para a lua e as estrelas, contemplaria mais
facilmente os astros da noite que o pleno resplendor do dia.
GLAUCO - Não há dúvida.
SÓCRATES - Mas, ao cabo de tudo, estaria, decerto, em estado de ver o próprio sol, primeiro
refletido na água e nos outros objetos, depois visto em si mesmo e no seu próprio lugar, tal
qual é.
GLAUCO - Fora de dúvida.
SÓCRATES - Refletindo depois sobre a natureza deste astro compreenderia que é o que
produz as estações e o ano, o que tudo governa no mundo visível e, de certo modo, a causa
de tudo o que ele e seus companheiros viam na caverna.
GLAUCO - É claro que gradualmente chegaria a todas essas conclusões.
SÓCRATES - Recordando-se então de sua primeira morada, de seus companheiros de
escravidão e da ideia que lá se tinha da sabedoria, não se daria os parabéns pela mudança
sofrida, lamentando ao mesmo tempo a sorte dos que lá ficaram?
GLAUCO - Evidentemente.
SÓCRATES - Se na caverna houvesse elogios, honras e recompensas para quem melhor e
mais prontamente distinguisse a sombra dos objetos, que se recordasse com mais precisão
30
dos que precediam, seguiam ou marchavam juntos, sendo, por isso mesmo, o mais hábil em
lhes predizer a aparição, cuidas que o homem de que falamos tivesse inveja dos que no
cativeiro eram os mais poderosos e honrados? Não preferiria mil vezes, como o herói de
Homero, levar a vida de um pobre lavrador e sofrer tudo no mundo a voltar às primeiras
ilusões e viver a vida que antes vivia?
GLAUCO - Não há dúvida de que suportaria toda a espécie de sofrimentos de preferência a
viver da maneira antiga.
SÓCRATES - Atenção ainda para este ponto. Supõe que nosso homem volte ainda para a
caverna e vá assentar-se em seu primitivo lugar. Nesta passagem súbita da pura luz à
obscuridade, não lhe ficariam os olhos como submersos em trevas?
GLAUCO - Certamente.
SÓCRATES - Se, enquanto tivesse a vista confusa -- porque bastante tempo se passaria
antes que os olhos se afizessem de novo à obscuridade -- tivesse ele de dar opinião sobre as
sombras e a este respeito entrasse em discussão com os companheiros ainda presos em
cadeias, não é certo que os faria rir? Não lhe diriam que, por ter subido à região superior,
cegara, que não valera a pena o esforço, e que assim, se alguém quisesse fazer com eles o
mesmo e dar-lhes a liberdade, mereceria ser agarrado e morto?
GLAUCO - Por certo que o fariam.
SÓCRATES - Pois agora, meu caro GLAUCO, é só aplicar com toda a exatidão esta imagem
da caverna a tudo o que antes havíamos dito. O antro subterrâneo é o mundo visível. O fogo
que o ilumina é a luz do sol. O cativo que sobe à região superior e a contempla é a alma que
se eleva ao mundo inteligível. Ou, antes, já que o queres saber, é este, pelo menos, o meu
modo de pensar, que só Deus sabe se é verdadeiro. Quanto à mim, a coisa é como passo a
dizer-te. Nos extremos limites do mundo inteligível está a ideia do bem, a qual só com muito
esforço se pode conhecer, mas que, conhecida, se impõe à razão como causa universal de
tudo o que é belo e bom, criadora da luz, e do sol no mundo visível, autora da inteligência e da
verdade no mundo invisível, e sobre a qual, por isso mesmo, cumpre ter os olhos fixos para
agir com sabedoria nos negócios particulares e públicos.
Na compreensão do Mito da Caverna, os homens presos a grilhões
são aqueles indivíduos que, condicionados pelo mundo das aparências, procuram
solidificar a verdade, não como ela é realmente, mas sim como pensam ser. Para
Platão, o mundo das aparências é o mundo sensível, é o contorno externo de todo e
qualquer processo simbólico e de visualização. È mais cômodo estar atento ao
externo do que buscar respostas do que seja a realidade.
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O que isto tem a ver com a educação? Tome o caso de uma criança que
não consegue entender o conteúdo de uma matéria e vai mal nas provas,
alcançando nota 2. Para o professor a compreensão é apenas a nota. Dizendo
assim que a criança não conseguiu assimilar o conhecimento. Já outra criança, tira
nota 7, e é vista como quem compreendeu bem a matéria. No contexto do mundo
das aparências, o olhar se fixa nas notas 2 e 7. Essa perspectiva apresenta uma
lacuna e é deficiente, e compromete a possibilidade de buscar compreender a que
se deve a diferença do desempenho. A busca da verdade requer um incessante
estado de vigilância. Necessário se faz, que se perceba que nesse caminhar há
uma necessidade diária e constante de rever as concepções paradigmáticas em
construção.
Estaríamos nós, educadores de hoje ofuscados pela verdade aparente do
sistema de ensino, que não nos permite questionar ou ver o que está além destes
escombros? Ao meu ver aceitamos passíficamente as idealogias exportadas da
Europa sem questionar e as passamos a outros de geração a geração, e nem
paramos para questionar: isto está mesmo funcionando? O que pode ser feito para
melhorar? Temos outras alternativas, podemos mudar nossos conceitos e criar outra
realidade? Pode nossa mudança de atitude em relação ao qu está ai, trazer alguma
mudança para o caos e a desordem social instaurados no nosso país, e
principalmente no sistema de educação?
Com a contaminação capitalista nas universidades brasileiras, fica
meio difícil de treinar educadores que desafiem o status quo e apresentem uma
solução tropicalizada do jeitinho do brasileiro com o cheiro de brasileiro, que possa
influenciar este povo manso nas próximas gerações. A saber, que mansidão é uma
arma que se bem manejada pode desarmar exércitos, pois foi esta a grande lição
que homens como Ghandi, na Índia e Jesus de Nazaré, ensinaram aos homens.
Em outras palavras o grande desafio da atualidade é a de ajudar os
jovens e crianças a compreender as implicações de suas ações.
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3 MODELOS ANTROPOLÓGICOS
Um dos grandes desafios do século na área da educação é o de colocar o
homem como centro do processo educacional, deixando o conteúdo em um segundo
plano de importância. Forma um homem integral está muito acima da técnica, do
conteudismo. Claro que o conteúdo formal é importante, mas o foco deve ser a
formação dos er humano e a educação do cidadão. Diante disto qual seria o modelo
antropológico que deve ser assumido como foco?
Aspectos importantes dos modelos antropológicos
a) Modelo Funcionalista – cada um tem sua função, a educação precisa
cumprir seu papel dentro da estrutura social.
b) Modelo estruturalista- A estrutura é o que importa. Na educação essa
estrutura fica clara quando todos entram em uma sistemática de
condicionantes e devem ter a mesma padronização. Todos se
enquadram dentro de uma sistemática lógica.
c) Modelo evolucionista – processo comparativo e excludente é presença
obrigatória, a preocupação é a formação do indivíduo para saber quem é
o melhor.Interessam as potencialidades que o indivíduo recebe por
herança genética.
d) Modelo Historicista- a cultura assume um processo de dinâmica e
justifica as suas circunstancias. As pessoas aprendem e vão passando
seu aprendizado.O desenvolvimento do meio é o entendido a partir dos
aspectos sócioculturais. A ênfase está no homem cultural.
O filósofo educacional não reinventa a roda, cabe a ele transitar em
várias matrizes teóricas, seu papel é rever o tipo de ser humano que existe, verificar
o tipo que se quer e propor o tipo que se sonha, porque o filósofo parte dos modelos
apresentados para avaliar e apontar o melhor caminho. Esses modelos podem ser
trabalhados de forma conjunta.
A proposta não é criar ou elaborar algo novo, mas de se achar
caminhos mais eficazes e se ter um diálogo e sincronização dos caminhos já antes
apontados, experimentados. E trazer para a realidade de um povo. Enquanto o
Brasil exportar seu modelo educacional, teremos falhas nestas estruturas.
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CONCLUSÃO:
Há um pano de findo muito mais amplo no que tange a educação e o
modelo educacional, ainda que se busque respostas baseadas na razão pura, ainda
nos deparamos com assuntos míticos que envolvem todas as culturas. Ainda que se
façam esforços para silenciar ou abafar acultura religiosa de um povo ou uma
nação, a voz do mito se faz ouvir, nem que para isto os homens desenvolvam mitos
contemporâneos para explicar o consciente coletivo. Como é o caso hoje do mais
completo mito existente: Tolkien, “o Senhor dos Anéis, e o Hobbit”.
Alguns dizem que esta geração não tem religião, por certo, mas mito e
religião não são sinônimos. Ainda que lendas mitológicas conhecidas pelos
brasileiros pareçam ter caído no esquecimento, outras tomaram seu lugar, e estão
latentes nos jogos de Vídeo game, nos filmes e desenhos animados, que por ironia
do destino são estrangeiros. Assim mais uma vez, nossos jovens vão perdendo sua
identidade como povo e se tornam uma grande massa coletiva, não mais baseada
só na esfera geográfica, mas também global.
Para sabermos o que achamos que sabemos hoje, muito foi
questionado, muito foi pesquisado, e ainda permanece dentro de cada um de nós as
resposta que não temos. Mas também dizer isto nos leva a diversas implicações, por
exemplo, que respostas certas teria uma pessoa com a visão distorcida de si mesmo
e da realidade que o cerca? Outra coisa é se o que nos cerca é real mesmo? Ou
estamos vivendo “o mito da Caverna” e a compreensão da realidade e de quem é o
homem extrapolar as barreiras metafísicas e achar resposta em outro lugar que não
seja o ego humano? Me pergunto se a resposta está realmente no homem ou fora e
além dele?
Pergunto-me isto, baseada nas premissas de que a Psicologia e a
Filosofia e também as teologias, tentam explicar o fenômeno Humano voltando
sempre o olhar para dentro do homem, mas a cada dia que passa este homem está
cada vez mais arcaico, rústico, embora a ciência tenha evoluído, a mente do homem
ao meu ver parece ter encolhido e caído na esfera de viver para suprir seus
instintos básicos – o que é de certa forma um retrocesso no processo evolutivo do
ser.
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O por que isto está acontecendo a esta geração? Bom uma das razões
seria esta formação mental massificadora, que desrespeita o indivíduo e foca no
coletivo. Esta geração esta perdendo o direito de dizer “eu” e é ensinada pela mídia
a dizer “nós”. Em fim fica difícil ao educador ajudar alguém a repensar seus atos e
redirecioná-los enquanto os olhos desta pessoa estiverem voltados para o conjunto,
o nós, e não o eu.
Este indivíduo foi doutrinado pelo sistema a dizer eu faço isto porque
os outros estão fazendo. Por que devo parar de fazê-lo se os outros fazem? Aos
poucos esta massa não pensante, faz e repete suas ações baseados nos outros e
não em convicções e princípios pessoais.
Mas como educadores, baseados na metodologia que aplicamos
podemos ensinar a este aluno o que é certo e errado ou deixa-lo construir seu
conhecimento baseado na experiência? E se a experiência que ele tem de mundo,
de vivência vem de realidade de drogas, do crime, dos abusos, da imoralidade, o
que deve o educador fazer?
Ao meu ver, precisamos urgentemente de uma reforma no sistema de
ensino, mas mais ainda, na metodologia na forma que escolhemos de ensinar.
Buscar um diálogo entre os demais modelos propostos e desenharmos uma
educação que realmente forme o homem holisticamente.
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BIBLIOGRAFIA
CHAUÍ, Marilena Introdução `a história da Filosofia: dos Pré Socráticos a
Aristóteles. Volume 1 e 2 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2002
CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ed. Ática, 1997;
ULBRA, Filosofia da Educação 2008
SILVA, B Ana Beatriz, Mentes Perigosas, o psicopata mora ao lado Objetiva, R.J.
2010
PORTELA, Solano, O Que Estão Ensinado Aos Nossos Filhos? Pedagogia Crítica Editora
Fiel 2012
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