felizmente há luar!
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esscp - 2007/08 - elisa
esscp - 2007/08 - elisa
Nome:Nome: Luís Infante de Lacerda Sttau Luís Infante de Lacerda Sttau
MonteiroMonteiro
Nasce:Nasce: 3-4-1926, Lisboa
Morre:Morre: 23-7-1993, Lisboa
Para mim há uma coisa sagrada:Ser livre como o vento.
Luís de Sttau Monteiro
esscp - 2007/08 - elisa
Ficcionista, autor dramático, encenador e jornalista, formado em Direito.
De ascendência espanhola, viveu uma parte da adolescência em Inglaterra, onde o seu pai foi embaixador.
Nos anos 70 desenvolveu actividade como jornalista.
Da segunda geração neo-realista, recebeu com Felizmente Há Luar!, em 1962, o Grande Prémio de Teatro da Associação Portuguesa de Escritores.
As suas sátiras sobre a ditadura e a Guerra Colonial, fruto do seu espírito crítico e combativo, tornaram-no objecto de perseguição política, chegando mesmo a ser preso.
Conteúdos Essenciais:Conteúdos Essenciais:
Contextualização – histórica – social; Classificação da obra – drama narrativo; Teatro Épico Vs Teatro Aristotélico; Personagens – o Poder – o Contrapoder; Espaço; Tempo – sobreposição metafórica de
dois tempos.
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Contextualização Contextualização – – histórica – socialhistórica – social
-Revolução Francesa (1789).
-Invasões napoleónicas abalam o Ocidente da Europa.
-Só a Inglaterra resiste ao imperador Napoleão Bonaparte.
-Em 29 de Novembro de 1807, com as tropas de Junot às portas de Lisboa, D. João VI, e grande parte da corte, embarcam para o Brasil, para evitar a capitulação.
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Contextualização Contextualização – – histórica – socialhistórica – social
-A corte pede ao governo inglês um oficial para reorganizar o exército.
-É nomeado o general Beresford, generalíssimo do exército português, quando o País sofre as invasões das forças comandadas por Soult e, depois, por Massena.
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Contextualização Contextualização – – histórica – socialhistórica – social
-Após as invasões, Beresford vê os seus poderes consolidados, mas começa a atrair inimigos.
-Começa então uma acção repressiva, nomeadamente contra conspiradores, agrupados em sociedades secretas.
-Em 1815, o general Gomes Freire de Andrade chega a Lisboa, o Intendente da Polícia avisa Beresford da simpatia que o povo nutre pelo general e do ambiente de conspiração que se respira. esscp - 2007/08 - elisa
Trata-se de uma drama narrativo de carácter épico que retrata a trágica apoteose do movimento liberal oitocentista, em Portugal;
Apresenta as condições da sociedade portuguesa do séc. XIX e a revolta dos mais esclarecidos, muitas vezes organizados em sociedades secretas;
Segue a linha de Brecht e mostra o mundo e o homem em constante transformação;
Mostra a preocupação com o homem e o seu destino, a luta contra a miséria, a alienação, a denúncia da ausência de moral, a busca de uma sociedade solidária que permita a verdadeira realização do homem;
De acordo com Brecht, Sttau Monteiro proporciona uma análise crítica da sociedade, mostrando a realidade, de modo a levar os espectadores a reagir criticamente e a tomar uma posição.
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Classificação da obra – drama narrativoClassificação da obra – drama narrativoClassificação da obra – drama narrativoClassificação da obra – drama narrativo
Predomina a acção; Proporciona ao
espectador uma experiência afectiva, implicando-o na acção;
Desperta-lhe sentimentos;
Sugere; Proximidade entre o
espectador e a peça, levando a maior envolvimento.
Predomina a narração; Proporciona ao
espectador uma experiência intelectual, levando-o a observar;
Obriga-o a tomar decisões;
Argumenta; Distanciação entre o
espectador e a peça, levando na maior nitidez de análise. esscp - 2007/08 - elisa
Teatro Épico Vs Teatro AristotélicoTeatro Épico Vs Teatro AristotélicoTeatro Épico Vs Teatro AristotélicoTeatro Épico Vs Teatro Aristotélico
D. Miguel ForjazD. Miguel Forjaz“frio, desumano, calculista,
medíocre, rancoroso”
Marechal Marechal BeresfordBeresford
“preocupado com as aparências, despreza os que o rodeiam, ganancioso, cínico”
Principal SousaPrincipal Sousa“imponente, fanático,
hipócrita”
VicenteVicente“é do povo, mas despreza-o,
inteligente, mas contraditório, traidor”
Morais SarmentoMorais Sarmento Andrade CorvoAndrade Corvo“denunciantes, só dedicados à sua
própria causa”
Dois políciasDois polícias“iguais a todos os polícias”
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Personagens – o Poder :Personagens – o Poder :Personagens – o Poder :Personagens – o Poder :
Os 3 governantes – Os delatores – A Os 3 governantes – Os delatores – A políciapolícia
Gomes FreireGomes Freire“um homem às direitas, um
homem como todos nós”
“lúcido, inteligente, idolatrado pelo povo”
Adquire uma dimensão mítica, sobretudo por nunca aparecer ao longo de toda a obra.
MatildeMatilde“é a companheira de todas as
horas do General”“vestida de negro e desgrenhada”
é a verdadeira imagem da dor.
António de Sousa FalcãoAntónio de Sousa Falcão“o amigo inseparável de Matilde e
de Gomes Freire”
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Personagens – o Contrapoder :Personagens – o Contrapoder :Personagens – o Contrapoder :Personagens – o Contrapoder :
Gomes Freire – Matilde – António de Sousa Gomes Freire – Matilde – António de Sousa FalcãoFalcão
Manuel Manuel “o mais consciente dos
populares, mas indeciso na acção”
“sem esperança de que as coisas mudem”
RitaRita“submissa à vontade do
marido”“impulsiva e solidária com
Matilde”
Outros PopularesOutros Populares“são sempre o pano de fundo da cena”“revoltados contra a miséria, mas
receosos do poder repressivo”
Antigo SoldadoAntigo Soldado“mostra a influência do General sobre
os seus homens”“a noite ainda ficou mais escura
quando prenderam o General”
Frei DiogoFrei Diogo“é um homem sério, que procura
mostrar a outra face do poder religioso”
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Personagens – o Contrapoder :Personagens – o Contrapoder :Personagens – o Contrapoder :Personagens – o Contrapoder :
Manuel, Rita, Outros Populares, Antigo Soldado, Frei DiogoManuel, Rita, Outros Populares, Antigo Soldado, Frei Diogo
EspaçoEspaço
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Rossio Largo do Rato
S. Julião da Barra
ESPAÇOESPAÇO
O espaço físico não assume grande relevância, por isso são escassas as referências explícitas aos locais;
Só os diferentes espaços sociais importam;
A acção começa na rua(segundo Brecht é o espaço
mais próprio para revelar o homem nas suas relações sociais)
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A agitação social que levou à revolta liberal de 1820 - conspirações internas; revolta contra a presença da Corte no Brasil e influência do exército britânico;
regime absolutista e tirânico classes sociais fortemente
hierarquizadas; classes dominantes com
medo de perder privilégios; povo oprimido e resignado;
Obscurantismo; Miséria, medo, ignorância;
Perseguições dos agentes de Bereford;
Denúncias de Vicente, Andrade Corvo e Morais Sarmento, hipócritas e sem escrúpulos;
Censura; Severa repressão dos
conspiradores; Processos sumários e pena
de morte; Execução do General
Gomes Freire. esscp - 2007/08 - elisa
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Tempo: sobreposição metafórica de 2 temposTempo: sobreposição metafórica de 2 temposTempo da históriaTempo da história
Tempo: sobreposição metafórica de 2 temposTempo: sobreposição metafórica de 2 temposTempo da históriaTempo da história
Agitação social dos anos 60 - conspirações internas; guerra colonial;
Regime ditatorial de Salazar; Maior desigualdade entre
abastados e pobres; Classes exploradas, com
reforço do seu poder; Povo reprimido e explorado; Miséria, medo e analfabetismo; Obscurantismo, mas crença nas
mudanças;
Luta contra o regime
totalitário e ditatorial; Agitação social e política
com militares antifascistas a protestarem;
Perseguições da PIDE; Denúncias dos chamados
"bufos", que surgem na sombra e se disfarçam, para colher informações e denunciar;
Censura à imprensa; Prisão e duras medidas de
repressão e de tortura; Condenação em processos
sem provas.esscp - 2007/08 - elisa
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Tempo: sobreposição metafórica de 2 temposTempo: sobreposição metafórica de 2 temposTempo do discursoTempo do discurso
Tempo: sobreposição metafórica de 2 temposTempo: sobreposição metafórica de 2 temposTempo do discursoTempo do discurso
Tempo histórico: século XIX.
Tempo da escrita: 1961, época dos conflitos entre a oposição e o regime salazarista.
Tempo da representação: 1h30m/2h.
Tempo da acção dramática: a acção está concentrada em 2 dias.
Tempo da narração: informações respeitantes a eventos não dramatizados, ocorridos no passado, mas importantes para o desenrolar da acção.
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