felizmente ha luar 2003 final

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Apresentação Demo de Felizmente Há Luar

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Centro Social e Cultural de Olival

O tempo da escrita e o O tempo da escrita e o tempo tempo

da acçãoda acçãoO primeiro aspecto a ter em conta no estudo de “Felizmente há luar” é o facto de a obra dever ser lida em função de dois

tempos diferentes, com significados próprios, mas que se entrecruzam:

A- O tempo da escrita – a peça foi escrita – 1961, em, plena ditadura salazarista do “Estado Novo”;

B – O tempo da acção –1817: período após as invasões francesas, com o rei D. João VI ainda ausente no Brasil e Portugal a ser governado por uma Junta de Governadores

(Regência).

FELIZMENTE HÁ LUAR!FELIZMENTE HÁ LUAR!

Luís de Sttau Monteiro

Peça em dois actosPeça em dois actosPublicada em 1961 – Grande Prémio de

Teatro da Associação Portuguesa de Escritores – censurada;

1962 – tentativa do Teatro Experimental do Porto – sem resultado;

1ª Representação – Paris – 1969;Representação em Portugal – 1978 –

Teatro Nacional.2001 – Teatro Experimental do Porto.

Contexto da acção da peça Contexto da acção da peça (Período das invasões francesas)(Período das invasões francesas)Napoleão – Imperador dos franceses

decreta o “Bloqueio continental” a que Portugal não adere, devido à Aliança com a Inglaterra;

Partida da corte portuguesa para o Brasil (1807)

Administração do Reino entregue a uma Junta Provisória

As Invasões FrancesasAs Invasões Francesas1ª Invasão - 1807

Comandada por: JunotItinerário: Castelo Branco, Abrantes,

Santarém, LisboaResultado: Os Franceses são derrotados e

regressam a casa.

2ª Invasão - 1809Comandada por: Soult

Itinerário: Valença, PortoResultado: Milhares de portuenses morrem

ao atravessar a Ponte das Barcas; Muita resistência no Minho

(Lembrar o episódio dos “quinados” de Arrifana)

3ª Invasão - 1810Comandada por Massena

Itinerário: Guarda, Viseu, Buçaco, Linhas de TorresResultado: Derrota dos franceses.

Após as Invasões Após as Invasões FrancesasFrancesas

A partir de 1809, Portugal liberta-se das tentativas francesas de ocupação, mas o rei continua no Brasil, sem justificação aparente, enquanto o país continua a ser governadopor uma Junta de Governadores (Regência). O nosso regime político, apesar de fortemente influenciado pelos ingleses, continuava a ter características absolutistas, ou seja, o poder estava todo concentrado nas mãos do rei ou dos seus representantes, não havia qualquer parlamento representativo, nem eleições para qualquer órgão do estado.

Contexto da acção da peça - Contexto da acção da peça - 18171817Instabilidade social;Perseguições políticas constantes

reprimindo: a liberdade de expressão, a circulação de ideias e as tentativas para implementar o liberalismo;

Repressão contra os conjurados de 1817;

Condenação à morte de Gomes Freire de Andrade.

PersonagensPersonagensGomes Freire de Andrade

MatildeSousa FalcãoManuel, Rita

D. Miguel Forjaz

Principal Sousa

BeresfordVicenteMorais Sarmento / Andrade Corvo

Gomes Freire de AndradeGomes Freire de Andrade

Personagem centralHomem instruído, militar honesto,

ex-combatente nos exércitos napoleónicos, sem nunca ter combatido contra Portugal.

Símbolo da modernidade e do progresso

Adepto das novas ideias liberaisSímbolo da luta pela liberdade

MatildeMatildeMulher de carácter forteCorajosaDenunciadora da hipocrisia do

Estado e da IgrejaSímbolo da mulher que ama e

sofre.

Sousa FalcãoSousa FalcãoAmigo inseparável do general

Gomes F.Representa a impotência perante

os governadoresDominado pelo desânimoAssume a sua cobardia perante o

exemplo de Gomes Freire.

Manuel/RitaManuel/RitaRepresentantes do povo oprimido

e esmagadoSímbolos da consciência popularImpotentes para alterar a situaçãoSímbolos do desespero, da

desilusão, da frustração

VicenteVicenteElemento do povoTraidor da sua classe – renega as

suas origensRepresenta a hipocrisia e o

oportunismoMaterialista – pretende uma

ascensão social rápida

Andrade Corvo / Morais Andrade Corvo / Morais SarmentoSarmento

Representam:CobardiaTraiçãoSubserviênciaVilania

Pers. - Junta GovernativaPers. - Junta Governativa

Nobreza Clero Exército

D. Miguel Pereira Forjaz William Carr BeresfordD. José A. M. Sousa

A nobreza orgulhosa

A prepotência

A corrupção

O absolutismo

representa

D. Miguel ForjazD. Miguel Forjaz

Principal SousaPrincipal SousaO poder da Igreja

O ódio aos revolucionários

O ódio aos franceses

O comprometimento da Igreja com o poder

O conservadorismo da Igreja

representa

Beresford

O exército

O castigo e a denúncia de traidores

A superioridade inglesa

O desprezo por Portugal

O sentido prático

representa

LinguagemLinguagemRecursos de estilo

Expressões populares

Provérbios

Frases sentenciosas

Recursos de estiloRecursos de estiloAliteração (pág.

111)

Antítese (pág. 91)

Comparação (pág. 28)

Diminutivo (pág. 78)

Hipálage (pág. 57)

Hipérbole (pág. 56)

Imagem (pág. 67)

Interjeição (pág. 29)

Recursos de estilo Recursos de estilo (cont.)(cont.)Interrog. Ret.

(pág.57)

Ironia (pág. 23)

Metáfora (pág. 53)

Onomatopeia (pág. 21)

Paralelismo (pág. 21)

Personificação (pág. 77)

Repetição (pág. 23)

Trocadilho (pág. 88)

Felizmente há luar!Felizmente há luar!

Luz Som MovimentaçãoCénica

Caracterizaçãodas

Personagens

Im p ortâ nc ia da s d id a scá lias

LuzMovimenta-se em palco/muda de tonalidade/altera a intensidade

Permite perceber:

-a mudança de cenário;

- a mudança de espaço;

- o destaque das figuras em palco.

Diminui de intensidade no final de cada acto

SOM (didascálias)

Ruído dos tambores

Ameaçador

Obriga ao silêncio

Sinos a rebate

Clima de terror

Prisão dos revolucionários

Vozes humanas

Dramatismo

Execução

Aumenta de intensidade no final de cada acto

Movimentação cénicaMovimentação cénica(didascálias)(didascálias)

Indicação aos actores

Saída/entrada de personagens

Posição das personagens em cena

Expressão fisionómica dos actores

Linguagem gestual

Caracterização das Caracterização das personagenspersonagens(através das didascálias)(através das didascálias)

Tom de voz/flexões

Expressão do estado de espírito

Sugestão do aspecto exterior

Síntese da AcçãoSíntese da Acção

Prisão do General

Perseguição política ao General Gomes Freire

Condenação à morte

Revolta desesperada de Matilde e Sousa Falcão

Resignação do povo

Felizmente há luar!Felizmente há luar! SimbologiaSimbologia

A Saia Verde

A Fogueira

O Luar

O Título

A Saia Verde

Em vida Na morte

•Esperança

•Felicidade

•Liberdade

•Alegria do reencontro

•Tranquilidade

A Fogueira

Presente Futuro

•Tristeza

•Escuridão

•Esperança

•Liberdade

O Luar

Noite

•Morte

•Mal

•Infelicidade

Luz

•Vida

•Saúde

•Felicidade

Felizmente Há Luar!

Opressores Oprimidos

•Efeito dissuasor porque ilumina o

castigo

•Coragem e estímulo para a revolta contra a

tirania

Século XIX Metáfora do Século Século XIX Metáfora do Século XXXXSéculo XIX - 1817 Século XX - 1961

Regime absoluto Regime autoritário – Estado Novo

Anti-liberalismo e nacionalismo Salazar opõe-se ao liberalismo e defende o nacionalismo

Existência da Censura levada a cabo pela Inquisição

Existência da Censura levada a cabo pelo Comité de Censura

Exploração das classes mais baixas que viviam na ignorância

Exploração das classes mais baixas; elevada taxa de analfabetismo

Grande contraste entre os poderosos e o povo que vivia na miséria

Grande contraste entre os poderosos e o povo que vivia na miséria

Sociedade rural, atrasada em relação à Europa

Sociedade rural, atrasada em relação à Europa

A guerra com os exércitos napoleónicos ainda está presente na memória do povo

Início da guerra colonial, responsável pela emigração e exílio de muitos jovens

Forças repressoras: polícia PIDE: sustentáculo do regime

Os que se opunham ao governo eram presos e condenados injustamente

A condenação sem provas levou muitos militantes anti-fascistas e intelectuais às masmorras da PIDE

O povo e alguns militares portugueses, conscientes da situação em que viviam, tentavam derrubar o governo

Militantes anti-fascistas opõem-se à ditadura procurando mudar o regime

Do Conselho de Regência faziam parte membros da Igreja

O regime apoiou-se na Igreja Católica

A Regência assentava numa política maniqueísta

Quem não é por nós é contra nós

O regime salazarista assentava numa política maniqueísta

Quem não é por nós é contra nós

Delatores recebiam dinheiro para identificarem presumíveis conspiradores

Muitos informantes, pagos para denunciarem, ajudaram o regime

1834 - Triunfo do Liberalismo 1974 - Triunfo da Democracia

Sec. XIX / Séc. XXSec. XIX / Séc. XXÉpocas de crise - violência do

poder e ausência de liberdade.Épocas em que aparecem

manifestações reclamando o direito à justiça e à liberdade.

Épocas que anunciam o nascimento de novos tempos (liberalismo oitocentista e o 25 de Abril de 74)

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