fatores abióticos · adaptações dos animais –patas largas e almofadadas, com garras fortes ou...
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Os fatores abióticos que mais condicionam a existência de umorganismo vivo num dado local são a temperatura, a água, a luz, o ventoe o tipo de solo sobre o qual se deslocam ou vivem.
Fatores abióticos
O ponto ótimo corresponde à intensidade do fator abiótico para o qual o número de indivíduos atinge o máximo.
A intensidade da luz, os valores de temperatura ou as quantidades deágua podem desviar-se muito de um ponto ótimo, passando a funcionarcomo fator limitante.
Numa região desértica, os fatores abióticosexercem um efeito extremo nos seres vivos, determinando o seu número e distribuição no terreno.
Animais homeotérmicos – São animais que conseguem manterconstante a temperatura do seu corpo, independentemente dasvariações da temperatura do ambiente. É o caso das aves e dosmamíferos.
Influência da temperatura
Animais poiquilotérmicos – a temperatura corporal destes animais évariável em função da temperatura ambiental. Sucede cominvertebrados, peixes, anfíbios e répteis.
O feneco habita regiões com temperaturas muito elevadas, como alguns desertos.
A raposa-ártica vive num ambiente com temperaturasmuito baixas.
O feneco tem orelhas grandes, focinho comprido e pelagem curta.
A raposa-ártica tem orelhas curtas, focinho compacto e pelagem comprida e densa.
Os bolbos do narciso-trombetaformam novas plantas com a chegada da primavera.
No inverno, o pilriteiroperde as folhas.
No inverno, o selo-de-salomãofica reduzido a um rizomaenterrado no solo.
O endropassa o inverno na forma de semente.
Adaptações dos animais – Pelagens densas e compridas e camadasespessas de gordura ajudam a conservar calor. Um corpo compacto,com orelhas e focinho curtos, ajuda a diminuir a superfície corporalexposta ao ambiente, reduzindo, assim, as perdas de calor.
As pelagens curtas e extremidades amplas, que aumentam a áreacorporal exposta ao ambiente, ajudam a perder calor.
Migração – Deslocação dos animais, em certas alturas do ano, paraoutras regiões onde as temperaturas lhes são mais favoráveis.
Hibernação e estivação – Redução das atividades vitais para valoresmínimos, num sono letárgico durante o inverno, a hibernação, oudurante o verão, a estivação.
Questões pág. 63
Adaptações das plantas – No inverno, as árvores e arbustos de folhacaduca perdem as folhas e reduzem a sua atividade ao mínimo. Outrasconseguem sobreviver apenas com as raízes ou caules ou, ainda, naforma de sementes.
xerófilas
As espécies com grande afinidade para a água denominam-se hidrófilas;as espécies xerófilas adaptaram-se a ambientes com reduzida e irregulardisponibilidade de água.
Afinidade para a água
hidrófilas higrófilas mesófilas
Influência da água
Adaptações dos animais – A concentração de sais na água ou salinidadeé um fator determinante da presença de organismos vivos nosambientes aquáticos.
Revestimentos impermeáveis, hábitos noturnos ou perdas mínimas deágua através da urina e das fezes são adaptações frequentes em animaissujeitos a climas desérticos.
O dromedário pode viajar pelo deserto escaldante durante oito dias sem beber nem comer.
Obtém da gordura armazenada na sua bossa a água de que necessita para sobreviver.
Quando a água e a comida estão disponíveis, recupera o seu peso em dois ou três dias e consegue beber, de uma só vez, 150 litros de água.
Adaptações das plantas – Nos ambientes secos, as plantas
podem apresentar caules carnudos, que armazenam água,
folhas reduzidas a espinhos, que evitam perdas por transpiração,
e raízes extensas e pouco profundas, que permitem captar água
numa grande área superficial.
As folhas são revestidas por uma camada serosa,
que impermeabiliza e impede perdas
excessivas de água.
Cardo-marítimo
Tem folhas finaspara perder menos
água por evaporação
Madorneira
Algumas adaptações das plantas das dunas à falta de água
Tem folhas enroladaspara perder menos água
por evaporação
Polígono-da-praia
Tem as folhas carnudas para armazenar água.
Funcho-marítimo
Folhas revestidas por pilosidades para evitar perdas de água e proteger do sol.
Luzerna-das-praias
Em solos arenosos, certas espécies apresentam raízes longas
para conseguirem captar água a grande profundidade. Folhas e
caules revestidos por ceras impermeáveis ou por pelos também
ajudam a diminuir as perdas de água por transpiração.
Cato Acácia
Água disponível
No cato, as raízes permitem absorver rapidamente, sempre que
chove, uma grande quantidade de água, pois espalham-se por uma
grande área de terreno.
Cato Acácia
Água disponível
Fotoperíodo – A variação da duração do dia estimula,
frequentemente, os seres vivos a alterar os seus
comportamentos. O período de luz em cada 24 horas denomina-
se fotoperíodo.
Influência da luz
Adaptações dos animais – No inverno, os dias mais curtos
funcionam como um mecanismo de disparo que alerta os animais
para o início das suas migrações ou os prepara para a
hibernação.
Na primavera, com o fotoperíodo a aumentar, muitos animais
iniciam os seus rituais de acasalamento e a sua reprodução.
O fotoperíodo condiciona a atividade de muitos animais que
apresentam, assim, hábitos diurnos, quando são mais ativos
durante o dia, ou hábitos noturnos, quando são mais ativos
durante a noite. Alguns animais, de hábitos crepusculares,
preferem o final do dia para aumentarem a sua atividade.
A luz exerce um efeito de atracão sobre muitos seres vivos que,
assim, se movimentam na sua direção. Estes organismos dizem-
se lucífilos. Ao contrário, há seres vivos que não suportam a
luminosidade e fogem dela. Estes denominam-se lucífugos.
Questões pág. 69
Fitoplâncton
Cavala
Alforreca
Tubarão
Lula
Peixe-lanterna
Zooplâncton
Durante o dia, o zooplâncton
concentra-se a profundidades
superiores a 200 m.
À noite, sobe na coluna de
água, para águas superficiais,
onde está o fitoplâncton que
lhe serve de alimento.
A quantidade e distribuição
dos seres vivos no ambiente é
muito condicionada pela
quantidade de luz e pela
consequente disponibilidade de
alimento, como sucede nos
oceanos.
Fitoplâncton
Cavala
Alforreca
Tubarão
Lula
Peixe-lanterna
Zooplâncton
A exposição de alguns animais à luz induz a produção de
melaninas, pigmentos produzidos pela epiderme e que são
responsáveis pelo escurecimento da pele e pelagem dos
mamíferos ou da plumagem das aves.
A redução do fotoperíodo, durante o inverno, está associada à
diminuição da produção de pigmentos e aos tons mais claros do
revestimento destes animais.
Alguns organismos, como os pirilampos, conseguem produzir e
emitir luz, um fenómeno denominado bioluminescência.
Adaptações das plantas – A luz é indispensável à realização da
fotossíntese pelas plantas e outros seres fotossintéticos.
O fotoperíodo também determina, em certas espécies, a altura da
floração, do crescimento, da maturação dos frutos e da
germinação das sementes.
Noite
Noite
Dia
Dia
Trevo Crisântemo
Trevo Crisântemo
O movimento das plantas orientado para uma fonte de luz, ou no
sentido oposto, designa-se fototropismo.
Plantas localizadas em campo aberto podem apresentar um
aspeto mais robusto e verdejante. As plantas que habitam locais
mais sombrios podem apresentar folhas mais largas que lhes
permitem captar o máximo da pouca luz disponível.
O tipo de solo condiciona fortemente a existência e o modo de
vida dos seres vivos uma vez que é nele que se deslocam ou
vivem.
Influência do solo
Adaptações dos animais – Patas largas e almofadadas, com
garras fortes ou cascos, permitem a deslocação na rocha, na
areia ou no gelo.
Animais como os coelhos, as toupeiras, os ratos, os lagartos e as
cobras escavam galerias ou procuram tocas no solo para
procriarem e protegerem as suas crias.
Fungos
Minhoca
Bichos-de-conta
Lesma
Caracol
BactériasProtistas
Larva
Ácaros
A humidade e a temperatura do solo permitem a sobrevivência de
caracóis, lesmas, bichos-de-conta, insetos e aranhas.
As minhocas, a par de fungos e bactérias, transformam os restos
orgânicos em sais minerais, tornando o solo numa verdadeira
central de reciclagem.
Os restos de animais e
de plantas constituem
detritos orgânicos que,
em processo de
decomposição, originam
o húmus.
Húmus
Adaptações das plantas – Fixas pelas raízes, as plantas estão
adaptadas às condições físicas e químicas do solo.
Disponibilidade de água
Acidez
Salinidade
A produção máxima
verificada na parcela C
deve-se à presença de
ambos os elementos
minerais (azoto e
fósforo), não atuando
qualquer deles como
fator limitante.
O vento agrava, nos seres vivos, os efeitos das baixas
temperaturas e da secura e tem um efeito limitante nas
atividades e na distribuição dos indivíduos.
Influência do vento
Adaptações dos animais – As aves de rapina e as aves
marinhas exploram os ventos com grande mestria.
Devido ao seu baixo peso, insetos e aranhas podem ser
arrastados pelos ventos.
Adaptações das plantas – Plantas com caules flexíveis ou com
crescimento em almofada estão bem adaptadas ao vento.
Em algumas plantas, o vento transporta as sementes para longe.
Quaisquer alterações do meio, de origem natural ou de causa humana,
perturbam o equilíbrio dos ecossistemas e podem ditar a extinção ou,
caso tenham tempo para se adaptar, a evolução das espécies.
A extinção é o desaparecimento total e irreversível das populações de
uma dada espécie. A evolução implica a alteração das características da
espécie, de geração para geração.
Alterações do meioe evolução das espécies
1900
Borboleta clara
sobre tronco claroBorboleta clara
sobre tronco escuro
As borboletas com asas de cor clara estão camufladas, isto é,
confundem-se com a casca de um tronco de cor clara. Os
pássaros não as conseguem ver bem. Mas se o tronco ficar
escuro, estas borboletas são muito visíveis aos pássaros, que
as vão caçar em maior número.
1850
1900
1950
2000
Em troncos de cor clara, num
meio não poluído, sobrevivem
em maior número as borboletas
com asas de cor clara.
Em troncos de cor escura, num
meio poluído, sobrevivem em
maior número as borboletas com
asas de cor escura.
1850
1900
1950
2000
A cor do tronco das árvores
condiciona o tipo de
borboletas que sobrevive,
determinando a sua evolução
ou extinção.
Valores médios da pluviosidade e da temperatura em Portugal continental
Fatores abióticose ecossistemas em Portugal
Devido a sua localização geográfica, com influências atlântica e
mediterrânica, às variações de altitude do terreno e à sua
diversidade geológica, Portugal apresenta uma enorme
diversidade de ecossistemas.
A influência dos fatores abióticos, nomeadamente da
temperatura e da pluviosidade, na dinâmica dos nossos
ecossistemas é diversificada e variável de região para região.
Alguns locais
ilustrativos da
diversidade de
ecossistemas
em Portugal.
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