estudo da produção de enzimas ligninolíticas por fungos
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA
TAIANA DE ARAÚJO CONCEIÇÃO
ESTUDO DA PRODUÇAO DE ENZIMAS LIGNINOLÍTICAS POR FUNGOS AGARICOMYCETES CULTIVADOS EM
RESÍDUOS AGRO-INDUSTRIAIS DO ESTADO DA BAHIA
Feira de Santana, BA
2010
ii
TAIANA DE ARAÚJO CONCEIÇÃO
ESTUDO DA PRODUÇAO DE ENZIMAS LIGNINOLÍTICAS POR FUNGOS AGARICOMYCETES CULTIVADOS EM
RESÍDUOS AGRO-INDUSTRIAIS DO ESTADO DA BAHIA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em
Biotecnologia, da Universidade Estadual de Feira de Santana como
requisito para obtenção do título de mestre
Orientador: Prof. Dr. Aristóteles Góes Neto (UEFS)
Co-orientador: Prof. Dr. Hélio Mitoshi Kamida (UEFS)
Feira de Santana, BA 2010
iii
Ao meu pai Emanuel in memorian, dedico.
iv
AGRADECIMENTOS
A DEUS, TODA HONRA, TODA GLÓRIA E TODO LOUVOR!
À MINHA FAMÍLIA, MEU ALICERCE: VOVÓ MARLENE, DINDO WILÓ, TIA
GUEGA, TIO BINHO, TIA QUINHA, TIA SANDRA, TIA BETE, TIA LITA E TIA LILI.
AOS PRIMOS QUERIDOS.
À MINHA MÃE JÔ E IRMÃ VICTÓRYA POR TODO APOIO E AMOR
INCONDICIONAL.
AOS QUERIDOS ORIENTADORES ARI E HELIO PELA CONFIANÇA,
ORIENTAÇÃO, AMIZADE E ENSINAMENTOS.
AOS QUERIDOS AMIGOS DO LAPEM: GÓ, CISSA, SÚ, GI, RITA POR TODA
BOA VONTADE, TODA AJUDA! OBRIGADA!
A AMIGO PAULINHO PELA AJUDA NO SEQÜENCIAMENTO DAS AMOSTRAS.
A PROF. DRA. MARIA ALICE NEVES PELA CONCESSÃO DAS AMOSTRAS E
COLABORAÇÃO NO TRABALHO.
AOS AMIGOS DE TODAS AS HORAS PELAS ATIVIDADES EXTRA
LABORATÓRIO, SEM AS QUAIS NÃO TERIA CHEGADO ATÉ AQUI.
AO AMIGO JOÃO RONALDO PELAS DISCUSSÕES QUE MUITO
ENRIQUECERAM O TRABALHO.
A PROF. DRA. MARIA GABRIELA KOBLITZ PELA ORIENTAÇÃO VALIOSA NA
EXECUÇÃO DA METODOLOGIA DA PARTE ENZIMÁTICA.
A FUNDAÇAO DE AMPARO A PESQUISA (FAPESB) PELA CONCESSÃO DA
BOLSA
v
Ó profundidade das riquezas! Tanto da ciência como da sabedoria de Deus.
Quão insondáveis são os seus juízos e quão inescrutáveis os seus caminhos!
Porque quem compreendeu o intento do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro?
Ou quem lhe deu primeiro a Ele, para que lhe seja recompensado? Porque Dele,
por Ele e para Ele são todas as coisas; glória pois a Ele eternamente. Amém!
Carta aos Romanos, Cap. 11, vers. 33-36
vi
RESUMO
A lignina é um dos compostos que fazem parte da parede celular dos vegetais
e, devido à sua complexidade estrutural, representa um dos compostos naturais
mais recalcitrantes na natureza. A capacidade dos fungos basidiomicetos de
degradar compostos ligninolíticos, como a madeira, torna este grupo alvo de
pesquisas biotecnológicas e as principais enzimas relacionadas à degradação de
compostos ligninolíticos são as lacases, lignina peroxidase e manganês peroxidase.
Os Agaricomicetos coletados no estado da Bahia mostraram ser potenciais
produtores de enzimas ligninolíticas pela capacidade em descolorir o corante
Remazol Briliant Blue R (RBBR). Os resíduos de cevada e casca de mandioca foram
bons substratos para produção de lignina peroxidase e manganês peroxidase. Os
resultados de otimização de uma linhagem Polyporus tricholoma (Mont.) indicou boa
produção de lignina peroxidase nas condições de substrato com 30% de cevada e
70% de mandioca, umidade de 90%, pH 3,0 e temperatura de 23° C por 7 dias. Já a
linhagem Lentinus tigrinus (Bull.) teve boa produção de manganês peroxidase em
substrato composto de 50% de cevada e 50% de mandioca, umidade de 90%, pH
7,0, e incubação a 28° C por 28 dias. No pH 5,0, a manganês peroxidase teve seu
ótimo de atividade.
Palavras-chave: lacases, manganês peroxidades, lignina peroxidase,
Agaricomycetes, degradação de lignina.
vii
ABSTRACT
Lignin is one of the compounds that constitutes in the cell wall of plants
and, due to their structural complexity, represents one of the most recalcitrant
natural compounds in nature. The capacity of Basidiomycetes to degrade
ligninolytic compounds such as wood, makes this group a target to
biotechnology research. The key enzymes related to degradation of the
ligninolytic compounds are: laccase, lignin peroxidase and manganese
peroxidase. The Agaricomycetes collected in Bahia State, proved to be
potential producers of ligninolytic enzymes by the ability to decolorize the dye
remazol brilliant blue R. The residues of barley and cassava shell shown to be
good substrates for production of lignin peroxidase and manganese
peroxidase. The optimization results of lineage Polyporus tricholoma (Mont.)
indicated good production of lignin peroxidase in conditions of substrate
composition of 30% barley and 70% cassava, 90% moisture, pH 3.0 and
temperature 23° C. The strain Lentinus tigrinus (Bull.) also show good
production of manganese peroxidase in substrate composed by 50% barley
and 50% cassava, 90% moisture, pH 7.0, and incubated at 28° C for 28 days.
At pH 5.0, the manganese peroxidase achieves maximum activity.
Key words: laccase, manganese peroxidadese, lignin peroxidase,
Agaricomycetes, lignin degradation.
viii
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 1
2 REVISÃO DA LITERATURA 3
2.1 DIVERSIDADE E IMPORTANCIA DOS FUNGOS 3
2.2 FUNGOS DEGRADADORES DE LIGNINA 5
2.2.1 Fungos de degradação macia 5
2.2.2 Fungos de degradação marrom 6
2.2.3 Fungos de degradação branca 7
2.3 LIGNINA 7
2.4 ENZIMAS LIGNINOLÍTICAS 9
2.5 RESÍDUOS AGRO-INDUSTRIAIS 12
2.5.1 Coco 13
2.5.2 Cana-de-açúcar 13
2.5.3 Mandioca 14
2.5.4 Cevada 14
3 MATERIAIS E MÉTODOS 16
3.1 COLETA E PRESERVAÇAO DOS ESPÉCIMES 16
3.2 IDENTIFICAÇAO DOS ESPÉCIMES 17
3.2.1 Taxonomia clássica 17
3.2.2 Taxonomia molecular 17
3.2.2.1 Extração de DNA 17
3.2.2.2 PCR das amostras 17
3.2.2.3 Purificação e seqüenciamento do produto de PCR 18
3.2.2.4 Análise no banco de dados 18
3.3 ISOLAMENTO 18
3.4 SELEÇÃO DE FUNGOS QUANTO À CAPACIDADE DE
PRODUÇÃO DE ENZIMAS LIGNINOLÍTICAS
19
3.5 OBTENÇÃO E PROCESSAMENTO DOS SUBSTRATOS 19
3.6 OTIMIZAÇÃO DO MEIO DE CULTIVO PARA PRODUÇÃO
DAS ENZIMAS LIGNINOLÍTICAS
20
ix
3.7 INCUBAÇÃO DOS FUNGOS E OBTENÇÃO DOS
EXTRATOS ENZIMÁTICOS
21
3.8 DETERMINAÇÃO DO POTENCIAL HIDROGENIÔNICO 21
DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE DE ENZIMAS
LIGNINOLÍTICAS
21
3.9.1 Lacase 21
3.9.2 Manganês peroxidase 21
3.9.3 Lignina peroxidase 22
3.10 DETERMINAÇÃO DE PROTEÍNA TOTAL 22
3.11 DETERMINAÇÃO DE ATIVIDADE ESPECÍFICA 23
3.12 EXPERIMENTO DO TIME COURSE 23
3.13 CARACTERIZAÇÃO BIOQUÍMICA DAS ENZIMAS
LIGNINOLÍTICAS
23
3.13.1 Efeito do pH na atividade 23
4 RESULTADOS E DISCUSSAO 24
4.1 COLETA, ISOLAMENTO E PRESERVAÇÃO DOS
ESPÉCIMES
24
4.2 SELEÇÃO DE FUNGOS QUANTO À CAPACIDADE DE
PRODUÇÃO DE ENZIMAS LIGNINOLÍTICAS
27
4.3 IDENTIFICAÇÃO DAS LINHAGENS SELECIONADAS 36
4.4 PRÉ TESTES PARA OS EXPERIMENTOS DE
OTIMIZAÇÃO
39
4.5 OTIMIZAÇÃO DO MEIO DE CULTIVO PARA PRODUÇÃO
DE ENZIMAS LIGNINOLÍTICAS E DETERMINAÇAO DE
SUA ATIVIDADE
41
4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA
PARA Polyporus tricholoma
43
4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA
PARA Lentinus tigrinus
48
4.8 EXPERIMENTO DO TIME COURSE 51
4.9 EFEITO DO pH NA ATIVIDADE DE MNP DE Lentinus
tigrinus
54
x
5 CONSIDERAÇOES FINAIS 57
6 REFERÊNCIAS 59
7 APÊNDICES 69
8 ANEXOS 79
xi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Cálculo do mix para o PCR 18
Tabela 2 Planejamento experimental gerado pelo software Statistica 6.0 20
Tabela 3 Coleta, isolamento e preservação dos espécimes 25
Tabela 4 Linhagens testadas quanto à sua capacidade de
descolorir o corante RBBR
28
Tabela 5 Análise de variância das taxas de crescimento e descoloração
das amostras em meio AEM+RBBR
33
Tabela 6 Atividades enzimáticas das linhagens P. tricholoma (16) e L
tigrinus (27) obtidas nos ensaios de otimização.
42
Tabela 7 Tabela ANOVA para atividade de Lac para P. tricholoma. 43
Tabela 8 Tabela ANOVA para atividade de MnP para P. tricholoma. 43
Tabela 9 Tabela ANOVA para atividade de LiP para P. tricholoma. 43
Tabela 10 Referencias bibliográficas pesquisadas 47
Tabela 11 Tabela ANOVA para atividade de LiP para L. tigrinus. 48
Tabela 12 Tabela ANOVA para atividade de Lac para L. tigrinus. 48
Tabela 13 Tabela ANOVA para atividade de MnP para L. tigrinus. 48
Tabela 14 Atividade específica no time course da MnP para L tigrinus. 52
Tabela 15 Atividade da MnP frente a diferentes valores de pH do meio
reacional.
55
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Molécula de lignina, simulação da estrutura e das possíveis
ligações (KLOCK et al., 2005).
08
Figura 2 Região de coleta: Feira de Santana (UEFS), Salvador (19° BC),
Ituberá, Itaitu e Miguel Calmon.
16
Figura 3 Basidioma das coletas. 26
Figura 4 Descoloração do meio AEM+RBBR dos isolados cedidos pela
Prof.ª Maria Alice Neves com 14 dias de crescimento.
29
Figura 5 Descoloração do meio AEM+RBBR dos isolados coletados no
campus da UEFS e região da Chapada, com 14 dias de
crescimento.
30
Figura 6 L. tigrinus, formação dos primórdios do corpo de frutificação em
placa após 3 semanas de incubação.
31
Figura 7 Gráfico do crescimento e descoloração de RBBR das linhagens
ao longo de 14 dias.
32
Figura 8 Eletroforese do gel com o produto de PCR das amostra TAC 16 e
TAC 27
36
Figura 9 Basidioma do P. tricholoma 37
Figura 10 Basidioma do L. tigrinus 38
Figura 11 Atividade enzimática de Lignina Peroxidase nos pré testes. 40
Figura 12 Atividade enzimática de Lacase nos pré testes. 40
Figura 13 Atividade enzimática de Manganês Peroxidase nos pré testes. 41
Figura 14 LiP: gráfico de Pareto – variáveis significativas. 44
Figura 15 Gráfico de tendência da Lignina Peroxidase: substrato X
temperatura
45
Figura 16 Gráfico de tendência da Lignina Peroxidase: substrato X pH 45
Figura 17 Gráfico de tendência da Lignina Peroxidase: pH X temperatura 46
Figura 18 MnP: gráfico de Pareto – variáveis significativas. 49
Figura 19 Gráfico de tendência da Manganês Peroxidase: pH X substrato 50
Figura 20 Gráfico de tendência da Manganês Peroxidase: temperatura X
substrato
50
Figura 21 Gráfico de tendência da Manganês Peroxidase: temperatura X pH 51
xiii
Figura 22 MnP: gráfico do time course de MnP de L tigrinus. 52
Figura 23 Atividade enzimática de MnP de L. tigrinus no time course. 53
Figura 24 Gráfico da variação de pH dos extratos brutos usados no time
course.
53
Figura 25 L tigrinus no 28º dia de incubação. 53
Figura 26 Gráfico da variação da atividade específica de MnP com pH do
meio reacional.
55
1
1 INTRODUÇÃO
A biodegradação dos materiais lignocelulósicos constitui um dos mais
importantes ciclos do carbono na natureza e o entendimento desse processo, por si,
representa contribuição significativa às ciências naturais (KIRK; CULLEN, 1998).
Os fungos juntamente com os insetos são um dos grupos mais diversos da
Terra. São conhecidos apenas cerca de 105.000 espécies de fungos,
aproximadamente 7% do estimado de 1,5 milhões de espécies. Devido à sua
diversidade e distribuição, ocupam virtualmente todos os biomas terrestres
desempenhando um importante papel ecológico. Estes organismos são
responsáveis pela ciclagem de diversas substâncias no meio, principalmente
madeira e seus compostos (ALEXOPOULOS et al., 1996).
Dentre os componentes da madeira, a lignina é o que apresenta maior
resistência à decomposição. A biodegradação de lignina é um dos mais importantes
fatores determinantes da degradação da madeira e, consequentemente, do ciclo de
carbono na biosfera (CAMARGO, 2003). Esta capacidade de degradar os
componentes da madeira foi quase que exclusivamente associada à produção de
enzimas ligninocelulolíticas extracelulares (BLANCHETTE et al., 1997; KULLMANN;
MATSUMURA, 1997; REDDY et al., 1998; MASON et al., 2001; GELPKE et al.,
2002), sendo que as enzimas melhor caracterizadas são as lacases (Lac), as lignina
peroxidases (LiPs) e as manganês peroxidases (MnP) (CONESA et al., 2002;
MARTÍNEZ, 2002; GUILLÉN et al., 2000).
Os fungos são capazes de utilizar uma grande diversidade de substratos para
sua nutrição, o que permite sua ubiqüidade. Na natureza, existe uma grande
abundância de polímeros que podem ser aproveitados por fungos como fonte
nutricional, principalmente os resíduos de origem vegetal. Os fungos possuem os
mecanismos enzimáticos apropriados para transformar moléculas complexas em
compostos simples pela sua habilidade de deslignificação seletiva. Nas últimas
décadas tem havido uma crescente busca da utilização de resíduos agroindustriais,
devido à incessante demanda das atividades agrícolas. O acúmulo destes resíduos
gera a deterioração do meio ambiente e perda de recursos, com contribuição
significante para o problema da reciclagem e conservação da biomassa. Diversos
processos são desenvolvidos para utilização desses materiais, transformando-os em
compostos químicos e produtos com alto valor agregado. Os resíduos
2
lignocelulósicos são também uma grande alternativa para geração de energia,
devido a sua grande disponibilidade na natureza. O uso de resíduos agrícolas como
substratos em bioprocessos, além de poder ser economicamente viável, ajuda a
resolver os problemas ambientais decorrentes de seu acúmulo na natureza
(MENEZES et al., 2009; ALEXANDRINO et al., 2007).
Este trabalho teve como objetivo geral estudar a secreção de enzimas
ligninolíticas (lacase, manganês peroxidase e lignina peroxidase) por fungos
agaricomicetos (cogumelos s.l.) coletados no estado da Bahia em fermentação semi-
sólida usando como substratos de crescimento resíduos agro-industriais gerados no
semi-árido. E como objetivos específicos (i) coletar isolados de fungos
agaricomicetos (cogumelos s.l.) em diversas regiões do Estado da Bahia (Mata
Atlântica, Semi-árido), realizar sua identificação e purificação dos isolados para
obtenção de culturas puras; (ii) realizar a prospecção de fungos basidiomicetos de
acordo com o potencial de produção de enzimas ligninolíticas utilizando o corante
Remazol Briliant Blue R (RBBR) como indicador e selecionar os isolados que
apresentassem maior potencial de produção de enzimas ligninolíticas; (iii) otimizar
as condições de cultivo, testando diversos substratos lignocelulósicos, visando
indicar as melhores condições de temperatura, pH, umidade, substrato e tempo de
crescimento; (iv) caracterizar bioquimicamente as enzimas produzidas visando
indicar o pH ótimo de atuação das enzimas.
A importância deste trabalho reside no fato de realizar a prospecção de
fungos basidiomicetos do grupo dos Agaricomycetes s.l. (cogumelos) coletados
principalmente na região do semi-árido do estado da Bahia de acordo com o
potencial de produção de enzimas ligninolíticas. Os fungos coletados nesta região
podem ser vantajosos, pois, como são encontrados em condições adversas como
altas temperaturas e baixa umidade, podem apresentar características desejáveis
em diversas aplicações industriais. As enzimas ligninolíticas são reconhecidamente
empregadas em diversas aplicações, como na produção de ração animal e na
degradação de poluentes recalcitrantes. Desta forma, a utilização de resíduos
agroindustriais é uma alternativa para as indústrias de biotecnologia obterem
enzimas hidrolíticas e oxidativas com um custo mais baixo em relação às enzimas
que estão no mercado. Além destas vantagens mencionadas, a produção destas
enzimas utilizando tais resíduos dispõe-se também como uma maneira viável de
agregar valor a estes resíduos, diminuindo assim o impacto ao meio ambiente.
3
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 DIVERSIDADE E IMPORTÂNCIA DOS FUNGOS
Os fungos são organismos eucarióticos, quimioheterotróficos, de nutrição
absortiva com digestão extracorpórea parcial, predominantemente aeróbicos ou
fermentadores facultativos, que apresentam estrutura corpórea pluricelular micelial
(fungos filamentosos) ou unicelular leveduriforme (leveduras), com parede celular
constituída de quitina e glicanos e tendo o ergosterol como principal esteróide
constituinte da membrana plasmática. Os fungos são predominantemente sapróbios
e a decomposição, particularmente em ambientes terrestres, é a principal função
ecológica desempenhada por este grupo de organismos. Eles podem ainda viver
associados a outros organismos como parasitas ou mutualistas, como também
formarem associações que não compreendem nem relação de parasitismo estrito
nem mutualismo estrito, como no caso dos líquens e fungos endobióticos
(ALEXOPOULOS et al., 1996).
A importância econômica dos fungos para as sociedades compreendem tanto
aspectos negativos, ou danos que estes organismos podem causar à economia,
quanto aspectos positivos, podendo ser aproveitados economicamente. Os aspectos
positivos dos fungos na economia, entretanto, suplantam os negativos. No setor
agropecuário, os fungos já são utilizados para a micorrização de sementes de
algumas plantas cultivadas e no controle biológico de animais, plantas e fungos
parasitas de vegetais agricultáveis. O impacto positivo dos fungos na economia
decorre principalmente do setor industrial, já que diversos produtos são o resultado
direto da atividade biológica desses organismos. Toda a indústria de processos
fermentativos, quer de bebidas ou de alimentos fermentados, baseia-se na utilização
industrial do processo natural de fermentação realizado por fungos. Os fungos são
ainda utilizados para a produção tanto de metabólitos primários como alcoóis, ácidos
orgânicos, enzimas, vitaminas e esteróis, como de metabólitos secundários como
antibióticos, alcalóides e pigmentos. Recentemente, os fungos ainda têm sido
utilizados na biorremediação de compartimentos ambientais (ex. solo)
comprometidos por altos índices de poluentes, de forma que vêm sendo utilizados
para uma decomposição mais eficiente do lixo orgânico, de compostos naturais
recalcitrantes e de xenobióticos, assim como na biosorção de metais pesados e
compostos radioativos que podem ocorrer naturalmente (CARLILE; WATINKSON
4
2001). Além disso, os fungos compreendem uma importante fonte de novos
compostos bioativos. Como apresentam crescimento rápido e ciclo de vida curto,
podem ser cultivados em espaços menores, sob condições altamente controladas,
com grande produção de biomassa. O período de tempo e o custo de um programa
de bioprospecção de compostos de interesse comercial em fungos são
consideravelmente menores do que em plantas e animais.
Os fungos compreendem um dos principais clados de seres vivos do Planeta
Terra, com, aproximadamente, 105.000 espécies já descritas, no entanto,
informações sobre distribuição geográfica, hospedeiros e, principalmente potencial
biotecnológico, ainda é escassa (MUELLER; SCHMIT, 2007). Se a estimativa mais
aceita de existirem 1,5 milhão de espécies (HAWKSWORTH, 2004) estiver correta,
então o número total de espécies conhecidas abrange menos de 7% de todas as
prováveis espécies atualmente existentes. Portanto, os fungos compreendem um
dos grupos de organismos menos conhecido e supõe-se que a maior parte dos
táxons ainda por serem descobertos esteja predominantemente na região tropical.
Muitos destes fungos são basidiomicetos que participam diretamente da
degradação dos principais compostos vegetais como celulose e a lignina. Apesar
dos recorrentes estudos deste grupo, sua delimitação precisa ainda é difícil. O
conhecimento da diversidade de basidiomicetos em regiões tropicais e,
especialmente no Brasil, ainda é escasso, sendo geralmente restrito às áreas de
estudo dos especialistas. Esta situação não é diferente do que se conhece sobre a
região semi-árida brasileira, com o agravante de que, em geral, historicamente, a
região litorânea, domínio de Florestas Ombrófilas Úmidas, tem sido muito mais
inventariada quanto à diversidade de basidiomicetos do que a região semi-árida do
interior do Nordeste (GÓES-NETO; BASEIA, 2006)
Estima-se que existam aproximadamente 30.000 espécies já descritas de
basidiomicetos, o que corresponderia a algo em torno de 37% dos fungos
verdadeiros (KIRK et al., 2001). De uma maneira geral, os basidiomicetos são
fungos que produzem, em alguma etapa de seu ciclo de vida, microestruturas
reprodutivas especializadas, os basídios, que são células que funcionam como
esporângios de reprodução sexuada, produzindo meiósporos, denominados de
basidiósporos devido a sua origem.
A grande maioria das espécies de Basidiomycota e aproximadamente 98%
das espécies de Agaricomycotina conhecidas são Agaricomycetes. Os
5
Agaricomycetes compreendem todos os Basidiomycota que formam basidiomas,
com himênio definido. É exatamente neste grupo que estão os agaricomicetos mais
comumente conhecidos – os cogumelos (HIBBETT et al., 2007).
2.2 FUNGOS DEGRADADORES DE LIGNINA
Os fungos degradadores da madeira podem ser divididos e três grupos, de
acordo com a morfologia da degradação: fungos de degradação branca, marrom e
macia. Os fungos degradadores da madeira são taxonomicamente diversos e a
maioria deles pertence à subdivisão Basidiomycotina. Os basidiomicetos de
degradação branca são os mais eficientes organismos degradadores de lignina. São
capazes de mineralizar lignina e, eventualmente, até CO2 e H2O. Os fungos de
degradação marrom e macia são capazes de degradar lignina em alguma extensão,
embora preferencialmente ataquem a celulose na madeira. (KIRK; FARRELL, 1987;
RODRIGUES; DURÁN, 1988; ORTH et al., 1993; HATAKKA, 1994; TUOR et al.,
1995).
2.2.1 Fungos de degradação macia
Os fungos pertencentes ao Filo Ascomycota e os fungos assexuais podem
causar um tipo específico de degradação na madeira, caracterizada por ser suave,
de aparência úmida, que sob condições de secagem pode lembrar a degradação do
tipo marrom (BLANCHETTE, 1991). Os fungos de degradação macia
preferencialmente colonizam e degradam madeiras duras, especialmente as de alta
umidade (ESLYN et al., 1975). Em madeiras moles, a velocidade de degradação por
fungos de degradação macia é geralmente mais lenta que a dos fungos de
degradação branca e marrom. Embora normalmente metabolizem os
polissacarídeos da madeira, são capazes de ocasionar algumas transformações da
lignina. No caso dos fungos de degradação marrom, a lignina é usualmente
modificada por desmetilação (ESLYN et al., 1975). Entretanto, os fungos de
degradação macia são deficientes na despolimerização de ligninas sintéticas,
embora convertam rapidamente compostos fenólicos relacionados com lignina
(ANDER et al., 1988).
6
2.2.2 Fungos de degradação marrom
Produzem tipicamente uma quebra extensiva dos polissacarídeos da madeira
(ex: celulose e hemicelulose) e deixam a maioria da lignina intacta. Logo, a madeira
degradada por esses fungos tem um aspecto amarronzado e de aparência frágil
(BLANCHETTE, 1991). Os fungos de degradação marrom predominantemente
atacam madeiras moles, enquanto os de degradação branca são eficientes no
ataque a madeiras duras. Os fungos responsáveis pela degradação marrom também
pertencem ao Filo Basidiomycota e a maioria das espécies às famílias Polyporaceae
e Hymenochaetaceae, entretanto, correspondem a apenas 6% de todos os
basidiomicetos que degradam a madeira (RAYNER; BODDY, 1988).
Embora esses fungos não sejam capazes de efetivamente despolimerizar a
lignina, podem fazer modificações, resultando em decréscimo dos grupos metoxilas
da lignina da madeira. Logo, os grupos fenólicos aumentam significativamente (JIN
et al., 1990), alterando a lignina para subseqüentes biodegradações. Além disso, um
aumento dos grupos hidroxilas alifáticos, como os carboxílicos, também produzem
quebras parciais de interunidades de ligações com cadeias laterais (JIN et al., 1990).
Além disso, as propriedades da degradação mostram grande variedade entre as
espécies, não sendo possível dessa forma fazer generalizações (ERIKSSON et al.,
1990).
O mecanismo pelo qual os fungos de degradação marrom modificam a lignina
é ainda desconhecido, já que não produzem enzimas ligninolíticas. Acredita-se que
moléculas pequenas (glicoproteínas), que quelam ferro, poderiam participar das
transformações da lignina através da produção de radicais de hidroxila (ENOKI et
al., 1990; BACKA et al., 1992; DURÁN, 1996).
Os fungos de degradação marrom produzem porosidade e erosão nas células
da parede da madeira, devido a uma quebra rápida do suporte celulósico das
microfibrilas (ERIKSSON et al., 1990). Perda da lignina, em particular das células
dos cantos, e remoção dos grupos metoxilas são visualizadas por técnicas de
microscopia eletrônica (BLANCHETTE, 1991). Com base nessas observações, as
hifas de fungos de degradação marrom podem ser divididas em dois grupos
fisiológicos: a) hifas que degradam todos os componentes da parede celular da
madeira, incluindo a lignina; b) hifas que podem somente modificar a lignina, quando
estão degradando os polissacarídeos da madeira (HIGHLEY et al., 1985).
Microfibrilas específicas como extensões lineares e emaranhado de células das
7
paredes das hifas, foram detectadas nesses fungos (LARSEN et al., 1992), que
podem transportar enzimas hidrolíticas a um contato direto com seu substrato
(GREEN et al., 1992).
2.2.3 Fungos de degradação branca
Os basidiomicetos causadores de degradação branca na madeira produzem
degradação seletiva da lignina na parede celular, deixando a celulose praticamente
intacta (BLANCHETTE, 1991; BLANCHETTE et al., 1994). Entretanto, esses fungos
variam consideravelmente, de acordo com o tipo de ataque à lignina e aos
polissacarídeos da madeira. Além disso, demonstram velocidades diferentes na
remoção da lignina (KIRK; FARRELL, 1987). Com base nessas propriedades, os
fungos de degradação branca podem ser divididos em dois subgrupos: a) fungos
que degradam simultaneamente todos os componentes, aproximadamente à mesma
velocidade e, b) fungos que preferentemente degradam lignina. Os últimos, que
degradam seletivamente a lignina, criam tipicamente áreas localizadas de
degradação e assim são designados fungos de bolsos brancos ou manchados
(ERIKSSON, 1990).
A identificação dos fungos de degradação branca é baseada nas
características morfológicas e fisiológicas das hifas. A maioria dos basidiomicetos
tem hifas dicarióticas com conexões específicas entre os septos do micélio
(BLANCHETTE, 1991). Sua habilidade comum é oxidar compostos fenólicos,
relacionados à lignina, que na maioria das vezes está associada a enzimas
extracelulares ligninolíticas, especialmente lacases.
Estudos de microscopia eletrônica nos últimos anos têm revelado que esses
fungos colonizam a madeira, invadindo o lúmen de traqueídeos e fibras, segregando
enzimas que degradam a lignina e polissacarídeos (RUEL; JOSELEAU, 1991;
BARRASA et al., 1992; DANIEL et al., 1992).
2.3 LIGNINA
A lignina é composta basicamente de unidades de fenilpropano formando
uma macromolécula tridimensional e amorfa, representando de 20 a 30% do total
dos compostos lignocelulósicos. É encontrada nas lamelas médias das fibras e nas
paredes das fibrilas e constitui um polímero fenólico que confere à madeira sua
coloração marrom, densidade e massa característica. O acoplamento das unidades
8
de fenilpropano não ocorre de forma regular e repetitiva, o que é atribuído ao
mecanismo de biossíntese da lignina que se processa por via radicalar a partir da
reação de três diferentes alcoóis cinamílicos precursores: o álcool cumaril, álcool
ciniferil e álcool sinapil. (FERRAZ, 2004).
Figura 1: Molécula de lignina, simulação da estrutura e das possíveis ligações (KLOCK et al., 2005).
9
2.4 ENZIMAS LIGNINOLÍTICAS
A atividade de fenoloxidases extracelulares, indicando a presença de enzimas
ligninolíticas, foi descoberta na década de 30 em fungos de degradação branca
(ERIKSSON et al., 1990) e posteriormente foi demonstrado que as reações eram
catalisadas por oxidoredutases do tipo lacases e peroxidases (KIRK, 1971; ANDER;
ERIKSSON, 1976). A habilidade para oxidar compostos fenólicos, especificamente,
tem sido utilizada como critério de identificação para fungos de degradação branca
verdadeiros (KÄÄRIK, 1965). Após o isolamento de lacases, duas peroxidases,
denominadas lignina peroxidase e manganês peroxidase, foram evidenciadas na
participação da quebra da lignina.
O Phanerochaete chrysosporium é um dos mais potentes organismos
ligninolíticos conhecidos, sendo o mais estudado. Este basidiomiceto tem
crescimento rápido, degrada extensivamente a lignina a altas temperaturas,
apresenta formação abundante de conídios na fase assexual e seu ciclo de vida é
rápido. Para o metabolismo da lignina, esse fungo produz um sistema ligninolítico,
que se expressa somente durante a fase de micélio secundário e é induzido pela
limitação de carbono, sulfato e nitrogênio, sendo altamente oxidativo (LEISOLA;
FLEITCHER, 1985; GHOSH; SINGH, 1993). As enzimas extracelulares associadas
com a degradação de lignina por Phanerochaete chrysosporium incluem as lignina
peroxidases (LiPs), as manganês peroxidases (MnPs) e a glioxal oxidase geradora
de peróxido de hidrogênio (RAJARATHANAM et al., 1992).
A MnP, ou peroxidase corante, tem máxima atividade a pH 4,5 e demonstrou
dependência absoluta de Mn2+ e lactato. A enzima é estimulada pelo aumento da
concentração protéica nas reações e inibida completamente por NaNO3, KCN e
EDTA 1mM. Demonstrou-se que Mn2+ tem função na mineralização da lignina
sintética por fungos da degradação branca, tanto como mediador ativo para MnP
como regulador da sua produção, bem como da produção da LiP e lacase (KEREM;
HADAR, 1993).
A LiP descoberta em 1982 por Glenn et al. (1983), citado por Haapala e Linko
(1993) em filtrados de cultura de P. chrysosporium, foi inicialmente designada por
diferentes nomes tais como oxigenase dependente de H2O2, ligninase e
diarilpropano oxigenase, até que se verificou tratar-se de peroxidases (LEISOLA;
WALDNER, 1988). Essa enzima possui um grande potencial de oxidação, podendo
oxidar substratos fenólicos e não-fenólicos (SANTOS et al., 2010). A LiP de P.
10
chrysosporium tem uma atividade ótima de pH de aproximadamente 2,0 à
temperatura ambiente e é facilmente superoxidada pelo excesso de H2O2 à forma
inativa. A inativação também pode ocorrer pela perda do grupo heme sob agitação
forte (LEISOLA; WALDNER, 1988).
As LiPs e as MnPs são glicoproteínas. Aproximadamente quinze peroxidases
diferentes de MnP foram isoladas e purificadas considerando seu ponto isoelétrico.
Todas as peroxidases contêm um grupo heme porfirina-ferro por molécula. O ferro é
oxidado por H2O2 a um estado de oxidação maior, o que torna a enzima capaz de
oxidar a lignina e outros compostos relacionados (LEISOLA; WALDNER, 1988). A
MnP relaciona-se à LiP, pois oxida Mn2+ e a Mn3+, este último cátion pode oxidar
unidades fenólicas da lignina e, pode estar envolvido na sua fragmentação
(RAJARATHANAM et al., 1992). Podem oxidar fenóis monoaromáticos e compostos
aromáticos (SANTOS et al., 2010).
Em meio líquido, a produção de enzimas ligninolíticas pode ser dividida em
duas fases. A primeira, de crescimento do fungo, quando a velocidade de agitação
não é crítica. Durante a segunda fase, de produção da enzima, a velocidade de
agitação tem um papel chave. Nesta fase, as culturas limitantes em nitrogênio
podem ser agitadas acima de 150 rpm e as limitantes em carbono até 30-40 rpm,
para manter a atividade ligninolítica (LEISOLA; WALDNER, 1988; MOYSON;
VERACHTERT, 1993).
Um outro fator crítico é a tensão de oxigênio, pois o crescimento procede
rapidamente quando as culturas em meio líquido são aeradas; entretanto, a
atividade ligninolítica ocorre mais rápido alcançando maiores teores quando a
atmosfera é de 100% de oxigênio (LEISOLA; WALDNER, 1988). No entanto, em
meio sólido, o oxigênio não é fator limitante para a taxa de degradação da lignina,
nem a taxa de respiração do fungo é afetada pelo enriquecimento com oxigênio
(KEREM et al., 1992).
A temperatura de crescimento para o P. chrysosporium têm um papel
importante na produção e na máxima atividade da MnP e LiP. Nas temperaturas de
39, 33 e 28ºC houve produção da MnP e LiP, mas a 23ºC houve maiores
quantidades de MnP e a 18ºC somente a atividade de MnP foi detectada (VYAS et
al., 1994). Esse fungo é termotolerante com uma temperatura ótima para
crescimento entre 39-40ºC. Sua taxa de crescimento diminui com a queda da
11
temperatura, determinando um atraso na produção de MnP e LiP e diminuindo a
atividade proteolítica.
O álcool veratril é conhecido como indutor de fenoloxidases, atuando também
como um mediador na transferência de um elétron. Desta forma compostos que não
são diretamente acessíveis à enzima podem ser oxidados pela via do álcool veratril.
Outra função é estabilizar a LiP pela remoção de excesso de peróxido de hidrogênio
(LEISOLA; WALDNER, 1988). Pode aparecer como metabólito secundário nas
culturas de P. chrysosporium e Pleurotus florida (DHALIWAL et al., 1992). O álcool
veratril é oxidado pelas LiPs sob condições aeróbias a veratrildeído e é o único
produto da oxidação. Entretanto, sob condições anaeróbicas, outros produtos são
formados, incluindo duas quinonas e um produto da clivagem do anel aromático.
Portanto, na presença de peróxido, as LiPs podem mediar a abertura do anel
aromático (LEISOLA; WALDNER, 1988).
Uma outra enzima, a lacase (Lac), tem recebido considerável atenção nesses
últimos dez anos devido ao seu papel na degradação da lignina e aplicações
potenciais na destoxificação de poluentes fenólicos (KUMARAN et al., 1997). A
lacase é uma polifenoloxidase de natureza glicoprotéica e é produzida por alguns
fungos da podridão branca tais como Lycoperdon sp., Coriolus versicolor, Phellinus
ignarius (GUZMÁN et al., 1993) com exceção do P. chrysosporium que exibe pouca
atividade (TUOR et al., 1995).
A lacase é uma enzima que possui íon cobre no seu sítio ativo e tem ampla
especificidade ao substrato. Essa enzima emprega o oxigênio molecular como
redutor e também oxida anéis fenólicos para radicais fenóxi. A lacase oxida
compostos fenólicos por abstração de um elétron, com formação de radicais que
podem repolimerizar ou serem levados à despolimerização. A especificidade da
enzima ao substrato depende da origem da lacase. Sua função fisiológica ainda não
é clara e seu papel na biodegradação da lignina é incerto (GOLD; ALIC, 1993;
SANTOS et al., 2010), contudo a lacase e a MnP devem agir complementarmente
ou sinergisticamente. Além disso lacases isoladas de fungos tem atraído atenção
considerável para ciência e indústria, até hoje cerca de 100 isoenzimas tem sido
isoladas de culturas de fungos e suas propriedades bioquímicas, assim como suas
características catalíticas tem sido caracterizadas (LIU et al., 2009).
A lacase de Pleurotus ostreatus é uma ο-difenil oxidase que utiliza guaiacol e
o pirocatecol, sendo inativada por hidroquinona, resorcinol e tirosina; seu ponto
12
isoelétrico é de 2,9 (SANNIA et al., 1986). O pH ótimo para sua atividade depende
do substrato; na presença de guaiacol e siringadalzina, variando de 5,0-6,0 e 6,0-
7,0, respectivamente; é uma enzima estável a várias temperaturas mas, a partir de
55ºC, sua atividade diminui (PALMIERI et al., 1993).
Dentre os fungos da degradação branca produtores de lacases e outras
ligninases, encontram-se as espécies de Pleurotus. Alguns estudos conduzidos com
P. ostreatus, compilados por Rajarathanam e Bano (1989), mostram que os
principais parâmetros culturais afetando a degradação da lignina por esses
basidiomicetos são o substrato de crescimento, a fonte de nitrogênio, bem como sua
concentração e condições de cultivo. De um modo geral, a carência de uma fonte
externa de nitrogênio, temperatura de 25-30ºC, disponibilidade de oxigênio e cultivo
estático de Pleurotus spp., favorecem a degradação de lignina.
Kerem e colaboradores (1992) assim como Akhmedova (1994), observaram
uma alta atividade de lacase no início do período de degradação da lignina. De
acordo com estes pesquisadores, a lacase pode atuar na destoxificação de
compostos do substrato como oxidar grupos fenólicos, agindo como uma enzima
inicial na clivagem de cadeias laterais e anéis aromáticos das porções fenólicas da
lignina. Outras enzimas de natureza oxidativa tal como a álcool veratril oxidase
podem ter um papel importante na degradação da lignina.
2.5 RESÍDUOS AGRO-INDUSTRIAIS
Nas últimas décadas há uma crescente busca da utilização de resíduos
agroindustriais, devido a incessante demanda das atividades agrícolas. O acúmulo
destes resíduos gera a deterioração do meio ambiente e perda de recursos, com
contribuição significante para o problema da reciclagem e conservação da biomassa.
Diversos processos têm sido desenvolvidos para utilização desses materiais,
transformando-os em compostos químicos e produtos com alto valor agregado. Os
resíduos lignocelulósicos são também uma grande alternativa para geração de
energia, devido a sua grande disponibilidade na natureza. O uso de resíduos
agrícolas como substratos em bioprocessos, além de poder ser economicamente
viável, ajuda a resolver os problemas ambientais decorrentes de seu acúmulo na
natureza (ALEXANDRINO et al., 2007; MENEZES et al., 2009).
13
2.5.1 Coco
O consumo de água de coco verde no Brasil é crescente e significativo e
atualmente o país possui cerca de 50 mil hectares cultivados em todo território. No
ano de 2000 já havia no país cerca de 80 indústrias de pequeno e 3 de grande porte
(CARRIJO et al., 2002). O nordeste se destaca sendo a região com a maior
produção de coco no país, com uma produção no ano de 2001 superior a 960 mil
frutos, ou seja, 68% de toda produção nacional. Em nível estadual a Bahia se
destaca, pois sua produção atingiu cerca de 30% do total nacional e 44% da
produção nordestina no ano de 2001 (PIRES et al., 2004). Observa-se nessa região
um subaproveitamento do resíduo do coco verde após consumo ou industrialização
da água, sendo muitas vezes depositado em lixões e às margens de estradas.
Além disso, este material é de difícil decomposição no solo levando cerca de
8 anos para se decompor devido a grande porcentagem de lignina e celulose e à
pequena quantidade de hemicelulose, que conferem a esse substrato uma grande
durabilidade, o que gera um problema ambiental (ROSA et al., 2001; CARRIJO,
2002; NOGUEIRA et al., 1998).
2.5.2 Cana-de-açúcar
O bagaço de cana é um dos resíduos lignocelulósicos obtidos na indústria
açucareira. É quase totalmente utilizado nas caldeiras como combustível. Porém,
estudos têm apontado para a viabilidade desse substrato no cultivo de espécies de
cogumelos (PANDEY et al., 2000a). Estudos indicam que até 2020 a melhor relação
custo benefício para produção de etanol será a partir de cana-de-açúcar até que a
tecnologia de produção a partir de outros resíduos lignocelulósicos esteja
comercialmente madura (CALLE; WALTER, 2006).
O bagaço de cana consiste aproximadamente de 50% de celulose, 25% de
hemicelulose e 25% de lignina. Em comparação com outros resíduos agrícolas,
pode ser considerado um rico reservatório da energia solar (PANDEY et al., 2000a).
O expressivo crescimento da produção de cana-de-açúcar, no Brasil, nas
últimas décadas, tem determinado importantes mudanças no que se refere ao
aspecto agroambiental. Os números do setor canavieiro impressionam pela grande
extensão de terra cultivada. A cana-de-açúcar ocupa hoje por volta de 6 a 6,5
milhões de hectares de terras, o equivalente a 1,5% dos solos cultivados do Brasil,
14
caracterizando um sistema de monocultivo que tem especial significado econômico e
social para o país (MACHADO; HABIB, 2009).
2.5.3 Mandioca
A mandioca (Manihot esculenta) é considerada um importante recurso
alimentício em um grande número de países tropicais. De origem amazônica, a
mandioca foi então disseminada na África durante o século 16 e Ásia durante o
século 18. Cerca de 60% da mandioca produzida no mundo é usada no consumo
humano, outra grande parte é usada na indústria de ração para animais
(aproximadamente 33%) e os 7% restantes é usado na indústria como as têxteis, de
papel, etc. Com o advento da abordagem biotecnológica, o foco tem sido
direcionado no intuito de aumentar a aplicação da mandioca e seus resíduos em
novos processos com objetivo de agregar valor a mandioca. Durante sua manufatura
dois tipos de resíduos são gerados, um líquido e um sólido, sendo este último
descartado no ambiente, tornando-se uma grande preocupação ambiental (PANDEY
et al., 2000b).
A produção mundial de raízes tuberosas de mandioca em 2004 foi de quase
204 milhões de toneladas (FAO, 2006). Em 2005, segundo o IBGE, a colheita
brasileira foi de 25,9 milhões de toneladas. O estado da Bahia, por vários anos, tem
se destacado na produção de mandioca no Brasil sendo considerado o segundo
maior produtor de mandioca nos últimos anos, com produção de 4,6 milhões de
toneladas em 2005, superado apenas pelo Pará (CARVALHO et al., 2007).
2.5.4 Cevada
A cevada (Hordeum vulgare sp. vulgare) é um cereal de inverno que ocupa a
quinta posição, em ordem de importância econômica, no mundo. O grão é utilizado
na industrialização de bebidas (cerveja e destilados), na composição de farinhas ou
flocos para panificação, na produção de medicamentos e na formulação de produtos
dietéticos e de subprodutos de café. A cevada é ainda empregada em alimentação
animal como forragem verde e na fabricação de ração. No Brasil, a malteação é o
principal uso econômico da cevada, já que o país produz apenas 30% da demanda
da indústria cervejeira. A produção brasileira de cevada está concentrada na Região
Sul, com registros de cultivo também nos estados de Goiás, de Minas Gerais e de
São Paulo. Atualmente, a cevada é mais cultivada em mais de 140 mil hectares, e a
15
produção é de aproximadamente 380 mil toneladas. Há três maltarias em atividade,
instaladas no Rio Grande do Sul, no Paraná e em São Paulo. O agronegócio de
cevada-malte no Brasil supera 200 milhões de dólares/ano, com possibilidades de
crescimento no curto prazo devido à expansão da capacidade das indústrias. Devido
ao aumento no consumo de cerveja no nordeste brasileiro, as grandes companhias
têm investido bastante nessa região, no intuito de aumentar a produção.
Recentemente uma grande marca anunciou o investimento de alguns milhões de
reais na produção de cerveja no estado da Bahia, o que acarretou no aumento de
geração de resíduos de cevada (EMBRAPA, 2009a, 2009b).
16
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 COLETA E PRESERVAÇÃO DOS ESPÉCIMES
No campo, os espécimes foram coletados manualmente com auxílio de faca e
acondicionados em sacos de papel. Todos os exemplares coletados (por número de
coleta) foram georreferenciados com sistema de posicionamento global (GPS) e
dados de campo, como substrato, cor, luminosidade incidente, data e local também
foram devidamente registrados no momento da coleta. Na preservação e
herborização foi seguido o protocolo de Fidalgo e Bononi (1989).
Figura 2: Região de coleta: Feira de Santana (UEFS), Salvador (19° BC), Ituberá, Itaitu e Miguel Calmon.
17
3.2 IDENTIFICAÇÃO DOS ESPÉCIMES
3.2.1 Taxonomia clássica
A identificação dos espécimes de basidiomicetos coletados foi baseada na
morfologia das estruturas macroscópicas e microscópicas dos basidiomas. Os
basidiomas foram analisados macroscopicamente quanto às características (tipo,
cor, dimensões, consistência, textura) do himenóforo, dos tubos, e do contexto e,
quando necessário, comparados com material já identificado depositado no Herbário
da Universidade Estadual de Feira de Santana (HUEFS).
Para a observação microscópica do material, foram feitos cortes à mão livre
de cada basidioma, com auxílio de lâminas de aço inoxidável. Os cortes foram
acondicionados em lâminas de vidro e corados com hidróxido de potássio 3% e
floxina 1%. Também foi utilizado o reagente de Melzer, segundo Singer (1951), de
modo a se observar a reação amilóide ou dextrinóide dos basidiósporos, hifas e
outras microestruturas.
3.2.2 Taxonomia molecular
3.2.2.1 Extração de DNA
O micélio das espécimes crescido por cerca de 20 dias foram macerados em
cadinhos de porcelana com nitrogênio líquido. O pó foi transferido para tubos
Eppendorf (2mL) contendo 1mL de Brometo de cetil-trimetil-amônio (CTAB) e 4 µL
de 2-mercaptenol e estes colocados em banho-maria (60˚C/30min). Acrescentou-se
800 µL de clorofórmio álcool isoamílico e colocou-se os tubos para agitar por pelo
menos 1 hora. Os tubos foram então centrifugados (10min/13.000rpm) e o
sobrenadante pipetado para novos tubos Eppendorf (1,5mL) e acrescentado 800 µL
de isopropanol. As amostras foram colocadas em freezer por 12 horas. Após esse
período os tubos foram centrifugados por 10 minutos a 13.000 rpm e o sobrenadante
descartado. Foram feitas três lavagens sucessivas em 800 µL de etanol 70%. O
pellet foi deixado em bancada para secagem por pelo menos 12 horas e
ressuspendido em tampão TE.
3.2.2.2 PCR das amostras
Foram utilizados os primers ITS 1, ITS4, LR0R e LR5. A reação de PCR foi
feita em termociclador da marca Eppendorf em 28 ciclos (94°C – 4 min., 94°C – 1
min., 50°C – 1min., 72°C – 3min. e 72°C – 7 min.)
18
Tabela 1: Cálculo do mix para o PCR
Reagentes Quantidades Tampão 10X 5 µL MgCl2 50mM 1,5 µL DNTPs 10X 1 µL
Primer F 0,5 µL Primer R 0,5 µL
DNA 1,0 µL Taq 0,25 µL BSA 0,5 µL
Água miliQ 39,75 µL Total 50,0 µL
3.2.2.3 Purificação e seqüenciamento do produto de PCR
Os produtos de PCR foram purificados através da digestão com a fosfatase
alcalina e a exonuclease (kit ExoSap IT, GE). A reação de seqüenciamento foi
realizada com Big Dye terminator versão 3.1 (Applied Biosystems). As amostras
foram seqüenciadas em ambas as direções usando o seqüenciador automático SCE
2410 (Spectrumedix LLC) no Laboratório Molecular (LAMOL) da Universidade de
Feira de Santana (UEFS).
3.2.2.4 Análise no banco de dados
Os eletroferogramas resultantes foram editados através do programa GAP4
do Pacote Staden (Staden, 1998). As seqüências resultantes foram submetidas à
pesquisa no BLASTn do NCBI (National Center for Biotechnology Information –
www.ncbi.nlm.nih.gov), alinhadas utilizando o programa Clustral X (Thompson et al.
1997) e ajustadas manualmente.
3.3 ISOLAMENTO
O isolamento de culturas foi feito em câmara de fluxo laminar, seguindo
padrões de esterilização de laboratório. Uma fração de tecido do basidioma que não
estivesse em contato direto com o ar foi retirada para fazer o isolamento em placas
de Petri com meio de cultura. O meio de cultura utilizado foi o Agar batata dextrose
(BDA) suplementado com extrato de levedura (EL) (BDAL: BDA 3,9%, EL 2% e ágar
1,5%) e incubados em BOD, à 28ºC, no escuro. Observações diárias foram
19
realizadas para verificar o crescimento de culturas puras e repicagens foram
realizadas quando necessário. A preservação dos isolados purificados a
médio/longo prazo foi realizada em água destilada estéril. Os isolados purificados e
conservados em água destilada estéril serão depositados na Coleção de Culturas de
Microrganismos da Bahia (CCMB).
3.4 SELEÇÃO DE FUNGOS QUANTO À CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DE
ENZIMAS LIGNINOLÍTICAS
Foi utilizado meio de cultura ágar extrato de malte (AEM, 1,2% de ágar e
1,5% extrato de malte) acrescido do corante RBBR na concentração de 0,02% (p/v)
para testar as espécies de basidiomicetos quanto à habilidade ligninolítica (GLENN;
GOLD, 1983; FREITAG; MORELL, 1992; MACHADO, 2005). O meio acrescido do
corante foi preparado e esterilizado a 121ºC / 20 min. e vertidos em placas de Petri
(9 cmØ) em triplicata. Posteriormente as placas foram inoculadas na região central
com discos (0,6 cm Ø) retirados das margens das culturas de fungos com micélio de
7 dias. Estas foram incubadas em BOD sob condições de 28±2°C no escuro por 14
dias. Foram utilizadas placas sem a presença dos fungos como controle. Avaliações
diárias foram realizadas com auxílio de uma régua milimetrada para medir a taxa de
crescimento vegetativo e o halo de descoloração. No final do experimento, as
imagens de pelo menos um dos exemplares de cada espécie foram registradas
através de câmara fotográfica digital.
3.5 OBTENÇÃO E PROCESSAMENTO DOS SUBSTRATOS
A casca de coco, a casca de mandioca e o bagaço da cana de açúcar foram
obtidos em feiras livres do município de Feira de Santana - BA e o resíduo da
cevada foi obtida já moída em uma cervejaria situada na cidade de Alagoinhas-BA.
Os substratos não receberam qualquer tratamento além de secagem e moagem. A
secagem foi realizada em estufa de ventilação forçada a 50ºC e, posteriormente,
triturados em partículas de 1mm através de moinho de faca.
20
3.6 OTIMIZAÇÃO DO MEIO DE CULTIVO PARA PRODUÇÃO DAS ENZIMAS
LIGNINOLÍTICAS
Foi utilizado um planejamento experimental multivariável através da aplicação
do programa Statistica (6.0), no qual o programa gerou planilhas de ensaio e as
superfícies de resposta. As seguintes variáveis foram analisadas: tipo do substrato
lignocelulósico, temperatura de incubação e pH inicial do meio, conforme a tabela
abaixo:
Tabela 2: Planejamento experimental gerado pelo software Statistica 6.0
Otimização Variável - α -1 0 +1 +α
Substrato 0¹:100² 30¹:70² 50¹:50² 80¹:20² 100¹:0²
pH 3,0 4,6 7,0 9,4 11,0
Temperatura 20 23,2 28 32,8 36
Ensaio Subst.
(%) pH Temp. (ºC)
1 30¹:70² 4,6 23,2
2 30¹:70² 4,6 32,8
3 30¹:70² 9,4 23,2
4 30¹:70² 9,4 32,8
5 80¹:20² 4,6 23,2
6 80¹:20² 4,6 32,8
7 80¹:20² 9,4 23,2
8 80¹:20² 9,4 32,8
9 0¹:100² 7 28
10 100¹:0² 7 28
11 50¹:50² 3 28
12 50¹:50² 11 28
13 50¹:50² 7 20
14 50¹:50² 7 36
15 50¹:50² 7 28
16 50¹:50² 7 28
17 50¹:50² 7 28
18 50¹:50² 7 28
1- cevada;
2-mandioca
21
3.7 INCUBAÇÃO DOS FUNGOS E OBTENÇÃO DOS EXTRATOS ENZIMÁTICOS
Foram colocados em frascos Erlenmeyers (250 mL) 5g dos substratos
separados (bagaço de cana, casca de mandioca, fibra de côco verde e cevada) ou
misturados em diversas proporções e ajustados à umidade de acordo com o
planejamento experimental anteriormente descrito. O material foi autoclavado a
121°C, 1 atm, durante 20 min. Posteriormente, foram adicionados quatro discos (0,5
cmØ) contendo micélio dos fungos selecionados. O controle consistiu em material
sem inoculação dos discos contendo micélio. Os frascos foram incubados no interior
de estufa BOD, sob condição de escuro e o tempo de incubação e temperatura
variaram de acordo com os parâmetros de otimização enzimática.
Foi adicionada água destilada aos frascos e o material homogeneizado com
auxílio de bastão de vidro e, em seguida, filtrado em filtro sintético de nylon. O
filtrado foi centrifugado a 13.000 rpm por 10 minutos a 4ºC e o sobrenadante obtido
utilizado para determinação de pH e atividade das enzimas ligninolíticas.
3.8 DETERMINAÇÃO DO POTENCIAL HIDROGENIÔNICO
A determinação de pH das amostras obtidas foram realizadas com auxílio de
medidor de pH calibrado com tampão a pH 4,0; 7,0.
3.9 DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE DE ENZIMAS LIGNINOLÍTICAS
3.9.1 Lacase (SZKLARZ et al.,1984, modificado)
Foi realizada empregando-se siringaldazina como substrato enzimático. A
mistura da reação foi composta de 0,6 mL de sobrenadante (obtido através da
centrifugação do filtrado – 2687,3 g / 10min); 0,1 mL de tampão citrato-fosfato 0,05
M (pH 5,0); 0,1 mL de água destilada e 0,1 mL de siringaldazina (0,1% em etanol). A
oxidação da siringaldazina (∈525= 65.000/Mcm) até quinona foi acompanhada
durante 10 min a 525 nm, sendo a atividade expressa em UI/L (unidade
internacional/Litro - onde unidade internacional significa µmol.min).
3.9.2 Manganês peroxidase (KUWAHARA et al., 1984)
A atividade desta enzima foi determinada avaliando-se a oxidação do
vermelho de fenol (∈610 = 4460 mol/cm) na presença de manganês e H2O2. A reação
foi obtida mediante a mistura de 0,5 mL do extrato enzimático; 0,1 mL de lactato de
22
sódio 0,25 M; 0,05 mL de MnSO4; 0,2 mL de albumina bovina 0,5%; 0,1 mL de
vermelho de fenol 0,1%; 0,05 mL de H2O2 em tampão succinato de sódio 0,2 M pH
4,5. A mistura foi incubada a 30ºC por 5 min e a reação interrompida pela adição de
0,04 mL de NaOH 2,0 N. A absorbância foi lida a 610 nm e a atividade expressa em
UI/L.
3.9.3 Lignina peroxidase (TIEN; KIRK, 1984)
Esta atividade foi determinada mediante oxidação do álcool veratrílico (∈310 =
9300 mol/cm). O meio de reação de oxidação foi composto de 0,6 mL de
sobrenadante, 0,2 mL de H2O2 2,0 mM, 0,2 mL de álcool veratrílico 2,0 nM em
tampão tartarato de sódio a 0,4 M (pH 3,0). A reação foi iniciada pela adição de H2O2
e o aparecimento do aldeído veratrílico foi determinado fazendo-se a leitura de
absorbância a 310 nm. A atividade foi expressa em U/L.
O cálculo da atividade enzimática seguiu a fórmula:
Enzima UI/L = ∆ Abs x 106
∈ x R x T
onde:
∆ Abs = Absorbância final - Absorbância inicial.
∈ = coeficiente de extinção da enzima, dependente do comprimento de onda em que
é lida (310 nm = 9300 L/M.cm, 525 nm = 65000 L/M.cm, 610 nm = 4460 L/M.cm).
R = volume, em mL, do sobrenadante utilizado na reação.
T = tempo de reação.
3.10 DETERMINAÇÃO DE PROTEÍNA TOTAL
A determinação de proteína total foi feita pelo método de Bradford (1976),
seguindo as instruções do kit de reagentes da BioAgency para o macroensaio. Foi
feita a curva padrão de albumina nas concentrações variando de 0,01 a 0,5 mg/mL.
As medições foram feitas em espectrofotômetro do tipo Nanodrop.
23
3.11 DETERMINAÇÃO DE ATIVIDADE ESPECÍFICA
A atividade específica de cada enzima foi calculada como sendo o quociente entre a
atividade bruta e a quantidade de proteína total dada pelo método Bradford:
3.12 EXPERIMENTO DO TIME COURSE
Após a indicação do software Statistica 6.0 das melhores condições de cultivo
(proporção de substrato, pH e temperatura) para produção das enzimas, foi
realizada a determinação do time course para as enzimas nas condições
preconizadas. As leituras de atividade enzimática foram realizadas em seis tempos
diferentes de incubação: 4, 7, 14, 21, 28 e 35 dias.
3.13 CARACTERIZAÇÃO BIOQUÍMICA DAS ENZIMAS LIGNINOLÍTICAS
3.13.1 Efeito do pH na atividade
O efeito de pH foi avaliado pela variação do pH do meio reacional entre 3,0 e
11,0 e determinação da atividade das enzimas no meio sob exposição ao valor de
pH preconizado.
Atividade específica (U/mg) Atividade bruta (U/L)
Proteína Bradford (mg/L)
24
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 COLETA, ISOLAMENTO E PRESERVAÇÃO DOS ESPÉCIMES
Foram realizadas coletas em cinco localidades diferentes no Estado da Bahia
(Figura 2): (i) no campus da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS); (ii)
na trilha da cachoeira Véu de Noiva localizado no distrito de Itaitu (município de
Jacobina); (iii) na trilha da Cachoeira do Jajai localizada no Parque Estadual das
Sete Passagens no município de Miguel Calmon, sendo as duas últimas na região
da Chapada Diamantina; (iv) na reserva da Michelin no município de Ituberá e (v) na
reserva do 19º Batalhão de Caçadores em Salvador (Figura 3). No campus da UEFS
foram coletadas 11 linhagens entre os dias 08 e 11 de novembro de 2008 e mais 4
linhagens entre os meses de janeiro a março de 2009. Dessas apenas 10 tiveram
isolamento bem sucedido. Na Chapada Diamantina foram coletadas 11 linhagens
onde apenas 4 conseguiram ser isoladas. Apenas uma linhagem foi isolada das
duas coletas oriundas da reserva da Michelin e não se conseguiu isolar a linhagem
coletada em Salvador. Foram realizadas também tentativas de isolamento de
amostras coletadas pela Prof. Dra. Maria Alice Neves (UFPB) no estado da Bahia
para o Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio). Das 16 amostras cedidas
11 isolamentos foram bem sucedidos (Tabela 3).
Todos os isolados foram preservados em água destilada estéril em triplicata e
serão depositados na Coleção de Cultura de Microrganismos do Estado da Bahia
(CCMB-UEFS).
25
Tabela 3: Coleta, isolamento e preservação dos espécimes
Coleta Local Isolamento Preservação
TAC 04 UEFS SIM SIM TAC 05 UEFS SIM SIM TAC 06 UEFS SIM SIM TAC 07 UEFS NÃO NÃO TAC 08 UEFS NÃO NÃO TAC 09 UEFS SIM SIM TAC 10 UEFS NÃO NÃO TAC 11 ITUBERÁ SIM SIM TAC 12 ITUBERÁ SIM NÃO TAC 13 UEFS SIM SIM TAC 14 UEFS SIM SIM TAC 15 UEFS SIM SIM TAC 16 UEFS SIM SIM TAC 17 ITAITU NÃO NÃO TAC 18 ITAITU NÃO NÃO TAC 19 ITAITU NÃO NÃO TAC 20 ITAITU SIM SIM TAC 21 ITAITU NÃO NÃO TAC 22 ITAITU NÃO NÃO TAC 23 ITAITU NÃO NÃO TAC 24 ITAITU SIM SIM TAC 25 M. CALMON NÃO NÃO TAC 26 M. CALMON NÃO NÃO TAC 27 M. CALMON SIM SIM TAC 28 UEFS NÃO NÃO TAC 29 UEFS NÃO NÃO TAC 30 ITAITU PERDIDO PERDIDO TAC 31 SALVADOR SIM NÃO TAC 32 UEFS SIM SIM TAC 33 UEFS SIM NÃO
MAN 197 Serra Ramalho SIM SIM MAN 198 Serra Ramalho SIM SIM MAN 201 Serra Ramalho SIM SIM MAN 202 NÃO NÃO MAN 206 NÃO NÃO MAN 208 NÃO NÃO MAN 264 Morro Chapéu SIM SIM MAN 269 Morro Chapéu SIM SIM MAN 270 Morro Chapéu SIM SIM MAN 277 NÃO NÃO MAN 304 UEFS SIM SIM MAN 306 Feira VI SIM SIM MAN 307 NÃO NÃO MAN 309 Entre Rios SIM SIM MAN 311 Entre Rios SIM SIM MAN 312 Entre Rios SIM SIM
26
TAC 20 TAC 21 TAC 22 TAC 31
TAC 28 TAC 32 TAC 27
TAC 04
TAC 06 TAC 08 TAC 10 TAC 09
TAC 11 TAC 12 TAC 18
TAC 25
Figura 3: Basidioma das coletas
27
4.2 SELEÇÃO DE FUNGOS QUANTO À CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DE
ENZIMAS LIGNINOLÍTICAS
Das 28 amostras que foram isoladas, 15 foram capazes de descolorir o
corante RBBR (Figuras 4 e 5); 10 não apresentaram descoloração e 3 amostras não
puderam ser avaliadas devido a problemas de contaminação (Tabela 4). Os testes
foram feitos em triplicata, e cada placa foi medida em dois eixos perpendiculares a
fim de minimizar o erro. Foi calculada então a média de crescimento e descoloração
ao longo de 14 dias. Das amostras avaliadas, 4 apresentaram halo de descoloração
maior que o halo de crescimento e 6 já tinham alcançado uma taxa de descoloração
de 100% do diâmetro da placa no 14º dia (Anexos 1e 2).
TAC 13 TAC 16 TAC 17 TAC 19
Figura 3: Basidioma das coletas (continuação)
28
• NA=não avaliado; S. Id. = sem identificação.
Amostra Local de
coleta Identificação Descoloração de
RBR Descoloração
MAN 197 Serra do Ramalho Marasmius sp. Sim 64,8%
MAN 198 Serra do Ramalho s/id. Não
MAN 201 Serra do Ramalho
Panaelous sp. Sim 58%
MAN 264 Morro do Chapéu Marasmius sp. Não
MAN 269 Morro do Chapéu
Galerina sp. Sim 47,7%
MAN 270 Morro do Chapéu Panaelous sp. Não
MAN 304 UEFS Coprinus sp. NA MAN 306 Feira VI s/id. Sim 58,3% MAN 309 Entre Rios s/id. Sim 75,5% MAN 311 Entre Rios Pleurotus sp. Não MAN 312 Entre Rios Lentinus sp. Sim 100% TAC 04 UEFS S. Id. NA TAC 05 UEFS S. Id. Sim 100% TAC 06 UEFS S. Id. Não TAC 09 UEFS S. Id. Sim 100% TAC 11 ITUBERÁ S. Id. Sim NA TAC 12 ITUBERÁ S. Id. Não TAC 13 UEFS S. Id. Não TAC 14 UEFS S. Id. Não TAC 15 UEFS S. Id. Não TAC 16 UEFS Polyporus tricholoma Sim 100% TAC 18 ITAITU S. Id. Sim NA TAC 20 ITAITU S. Id. Sim 100% TAC 25 ITAITU S. Id. Sim NA TAC 27 M. CALMON Lentinus tigrinus Sim 100% TAC 31 SALVADOR S. Id. NA TAC 32 UEFS S. Id. Sim 79% TAC 33 UEFS S. Id. Não
Tabela 4: Linhagens testadas quanto a sua capacidade de descolorir o corante RBBR.
29
Figura 4: Descoloração do meio AEM+RBBR dos isolados cedidos pela Prof.ª Maria Alice Neves com 14 dias de crescimento.
MAN 197 MAN 201.1 MAN 201.2
MAN 264.2 MAN 269 MAN 306
MAN 309 MAN 312
30
TAC 05.1 TAC 06.1 TAC 09
TAC 09.1 TAC 13 TAC 14
TAC 15 TAC 16 TAC 27
TAC 32
Figura 5: Descoloração do meio AEM+RBBR dos isolados coletados no campus da UEFS e região da Chapada, com 14 dias de crescimento.
31
Com a ajuda do programa SISVAR foi aplicado o teste de variância
juntamente com teste de Tukey (ANOVA - em nível de significância de 5%) para a
escolha das linhagens que seriam utilizadas para os ensaios de atividade
enzimática. Três se mostraram bem promissoras, pois foram capazes de
descolorirem toda a placa contendo RBBR na primeira semana de crescimento, são
elas: TAC 16, TAC 20 e TAC 27 (Tabela 5). Foram escolhidas as linhagens TAC 16
em virtude desta apresentar resultados de descoloração do meio contendo o corante
RBBR em apenas 48 horas de crescimento (8,25mm), e TAC 27 por esta apresentar
além de 100% de descoloração de RBBR, a característica de formar os primórdios
do corpo de frutificação no crescimento em placa de Petri em apenas 3 semanas de
cultivo (Figuras 6 e 7). Tal característica, única dentre todas as linhagens isoladas,
indica que o fungo TAC 27 possui um crescimento rápido em meios sintéticos e não
é exigente de grandes quantidades de C e N, além de ser esta uma característica
taxonômica.
Figura 6: L. tigrinus, formação dos primórdios do corpo de frutificação em placa após 3 semanas de incubação
32
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Tempo (dias)
Cre
scim
en
to (m
m)
32
20
09.1
9
16
13
15
27
05.1
06.2
14
201.2
264.2
269
309
197
312
306
201.1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Tempo (dias)
De
sc
olo
raç
ão
(m
m)
32
20
09.1
9
16
13
15
27
05.1
06.2
14
201.2
264.2
269
309
197
312
306
201.1
Figura 7: Gráfico de crescimento e descoloração de RBBR das linhagens ao longo de 14 dias
33
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
309 11.183571 a1
2012 11.343571 a1
269 19.269286 a1 a2
2011 23.985000 a1 a2
306 26.330000 a1 a2
197 28.556429 a1 a2 a3
32 42.670714 a2 a3 a4
51 58.342143 a3 a4 a5
15 59.939286 a4 a5
9 62.962143 a4 a5
91 63.970000 a4 a5
62 66.283571 a4 a5
13 66.714286 a4 a5
312 66.945000 a4 a5
2642 68.521429 a4 a5
27 73.176429 a5
16 74.321429 a5
14 75.605714 a5
20 78.272143 a5
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
TRAT 18 139208.737407 7733.818745 15.630 0.0000
erro 247 122218.128721 494.810238
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 265 261426.866128
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 43.20
Média geral: 51.4943233 Número de observações: 266
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV TRAT
DMS: 29,898094881542 NMS: 0,05
Média harmonica do núm. de repetições (r): 14
Erro padrão: 5,94504738500026
Crescimento
Tabela 5: Análise de variância das taxas de crescimento e descoloração das amostras em meio
AEM+RBBR
34
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
15 0.000000 a1
62 0.000000 a1
2642 0.000000 a1
13 0.000000 a1
14 0.000000 a1
2012 15.956429 a1 a2
2011 27.485000 a1 a2 a3
306 27.543571 a1 a2 a3
32 29.871429 a1 a2 a3
269 32.413571 a2 a3
197 36.647143 a2 a3 a4
309 43.805714 a2 a3 a4 a5
51 47.852143 a3 a4 a5
312 48.357143 a3 a4 a5
9 63.401429 a4 a5
91 64.327143 a4 a5
27 68.272143 a5
20 68.593571 a5
16 70.107143 a5
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
TRAT 18 170373.474386 9465.193021 18.938 0.0000
erro 247 123451.459136 499.803478
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 265 293824.933522
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 65.89
Média geral: 33.9280827 Número de observações: 266
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV TRAT
DMS: 30,0485703881094 NMS: 0,05
Média harmonica do núm. de repetições (r): 14
Erro padrão: 5,97496848935053
RBBR
O uso de corantes, como indicadores de atividade ligninolítica, foi sugerido a
partir de evidências que corantes poliméricos atuavam como substrato de enzimas
ligninolíticas. Os primeiros autores a proporem o uso de corantes poliméricos, para
seleção de microrganismos ligninolíticos foram Glenn e Gold (1983), com o objetivo
de aperfeiçoar os testes. Desde então esse método é utilizado para detectar a
habilidade ligninolítica de espécies de alguns fungos (BALLAMINUT, 2007).
Segundo Machado e colaboradores (2005), o uso de corantes para avaliação
preliminar do potencial degradativo de fungos oferece uma série de vantagens por
35
ser estável, solúvel e barato além de ter baixa toxidade para os esses organismos.
Há evidências que o sistema capaz de descolorir corantes faz parte do sistema de
despolimerização de lignina. A taxa de descoloração não pode ser relacionada à
atividade de uma enzima em particular, mas no resultado da ação de um mecanismo
ligninolítico. Estudos anteriores mostraram que os corantes são descoloridos em
cultura de Phanerochaete chrysosporium e que a inibição da degradação de lignina
também inibe a descoloração do corante. A absorção do corante nessas culturas
sem que haja degradação é mínima, chegando ao máximo de 11% (POINTING,
2001).
A capacidade da maioria dos fungos testados nesse trabalho em descolorir o
corante RBBR em meio sólido está consoante com os resultados encontrados por
Machado e colaboradores (2005) citados no parágrafo anterior. O trabalho de
Moreira-Neto e colaboradores (2009) traz a espécie L. crinitus como sendo capaz de
modificar o pH do meio contendo AEM+RBBR de modo a produzir enzimas e
apresentar altas taxas de descoloração. As dissertações de mestrado de Niebisch
(2009) e Ballaminut (2007) também mostram a habilidade de L. crinitus em descolorir
não só o corante RBBR, como outros tipos de corantes.
Eichlerová e colaboradores (2006) encontraram taxas de descoloração de
fungos em AEM+RBBR de no máximo 80% ao longo de 14 dias, enquanto as taxas
de descoloração obtidas no presente trabalho já chegavam a 100% com apenas 7
dias de incubação.
A degradação de corantes por espécies da família Polyporaceae são
observadas nos trabalhos de Machado e colaboradores (2005), Solarska e
colaboradores (2009) e Bajwa e Arora (2009).
36
4.3 IDENTIFICAÇÃO DAS LINHAGENS SELECIONADAS
4.3.1 Identificação molecular
A amplificação por PCR da região ITS das linhagens TAC 16 e TAC 27 com
os primers ITS 1 e ITS 4 originou fragmentos característicos de aproximadamente
600 pb (Figura 8 e Anexo 3), conforme demonstrado por muitos trabalhos na
literatura (SCHIMIDT; MORETH, 2003; KISS, 1997; ERLAND et al., 1994; GARDES;
BRUNS, 1993) para a região em questão. A análise molecular das amostras mostrou
que a linhagem TAC 16 tem 99% de identidade com Polyporus tricholoma, e a
linhagem TAC 27, 86% de identidade com Lentinus tigrinus.
M 416(1) 416(2) 416(3) 416(4) 16(1) 16(2) 16(3) 27(1) 27(2) 27 (3)
Figura 8: Eletroforese do gel com o produto de PCR das amostra TAC 16 e TAC 27
500 600
37
4.3.2 Identificação clássica
A comparação da descrição morfológica das espécies com os dados
indicados no Mycobank corroboraram a identificação das duas linhagens
Descrição de campo: Basidioma anual, estipitado. Píleo centralmente
estipitado, umbilicado, de creme a levemente castanho, margem com cílios filiformes
de aspecto coriáceo. Margem inteira, ondulada, aguda, ciliada. Contexto reduzido.
Superfície himenial poróide. Gregário, crescendo em tronco (Figura 9).
Polyporus tricholoma
Reino – Fungi
Filo - Basidiomycota
Classe - Agaricomycetes
Ordem - Polyporales
Família - Polyporaceae
Genero - Polyporus
Espécie – Polyporus tricholoma
Figura 9: Basidioma do P. tricholoma
38
Descrição de campo: Píleo coriáceo profundamente umbilicado creme a
castanho, com fibrilas marrons, contexto reduzido. Estipe central e cilíndrica.
Superfície himenial lamelar, com lamelas decurrentes. Gregário, crescendo em
tronco (Figura 10). Em laboratório formou primórdios do corpo de frutificação em
placa com meio BDAL, segundo o MycoBank (Acesso em 12/08/2010) essa
característica distingue essa espécie das demais espécies do genero.
Lentinus tigrinus
Reino – Fungi
Filo - Basidiomycota
Classe - Agaricomycetes
Ordem - Polyporales
Família - Polyporaceae
Genero - Lentinus
Espécie – Lentinus tigrinus
Figura 10: Basidioma do L. tigrinus
39
4.4 PRÉ TESTES PARA OS EXPERIMENTOS DE OTIMIZAÇÃO
Para os experimentos de otimização do meio de cultivo para secreção das
enzimas ligninolíticas foi realizado um pré-experimento para observar em quais dos
quatro substratos propostos ocorreria a maior produção de atividade enzimática:
bagaço de cana (CA), resíduo de cevada (CE), casca de coco (CO) e casca de
mandioca (MA); e quais valores de umidade (80%, 85% e 90%) as linhagens
apresentariam melhor produção após 7 dias de crescimento. De acordo com os
resultados foi observada atividade da enzima lignina peroxidase em todos os
substratos, exceto para L. tigrinus em cevada; da enzima lacase apenas para a
linhagem P. tricholoma em cevada e coco, e L tigrinus em mandioca e coco; e da
manganês peroxidase para P. tricholoma em cevada e L tigrinus em cana. Os
fungos só cresceram em umidade acima de 90%, sendo esta então fixada para os
testes posteriores. Os melhores resultados foram observados para os substratos de
cevada e mandioca sendo estes então selecionados para os experimentos de
otimização (Figuras 11, 12 e 13).
Atividade enzimática de agaricomicetos nos substratos resíduo de cevada,
casca de mandioca e bagaço de cana-de-açúcar já foi observada anteriormente em
diversos trabalhos: Regina e Broetto (2005), Silva e colaboradores (Acesso em
12/12/2009), Menezes e colaboradores (2009) para bagaço de cana-de-açúcar;
Gómez e colaboradores (2005), Gassara e colaboradores (2010), Hatvani e Mécs
(2001), Lorenzo e colaboradores (2002) para resíduo de cevada; Regina e Broetto
(2005), Pandey e colaboradores (2000) para casca de mandioca; Pedra e Marino
(2006) para casca de coco.
Outros substratos alternativos já foram utilizados em diversos trabalhos sobre
atividade lignocelulolítica de cogumelos sensu lato, como: casca de banana, maça,
kiwi, noz, uva, bagaço de laranja, sagu, castanha entre outros com bons resultados
de atividade enzimática de LiP, MnP e Lac (ELISASHVILI; KACHLISHVILI, 2009;
ELISASHVILI et al., 2008; ALEXANDRINO et al., 2007; REDDY et al., 2003;
VIKINESWARY et al., 2006; LORENZO et al., 2002; HATVANI; MÉCS, 2001;
GASSARA et al., 2010; GÓMEZ et al., 2005).
40
CA CO MA CE
L. tigrinus
P. tricholoma0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
Susbtrato
Atividade Enzimática
(U/L)
Atividade enzimática de LiPAtividade enzimática de LiP
Substrato
Atividade enzimática
(U/L)
Figura 11: Atividade enzimática de Lignina Peroxidase nos pré testes
CA CO MA
CE
L. tigrinus
P. tricholoma0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
Substrato
Atividade enzimática
(U/L)
Atividade enzimática de LacAtividade enzimática de Lac
Substrato
Atividade enzimática
(U/L)
Figura 12: Atividade enzimática de Lacase nos pré testes
41
CA CO MA CE
L. tigrinus
P. tricholoma0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
Substrato
AtividadeEnzimática
(U/L)
Atividade enzimática de MnP
4.5 OTIMIZAÇÃO DO MEIO DE CULTIVO PARA PRODUÇÃO DE ENZIMAS
LIGNINOLÍTICAS E DETERMINAÇAO DE SUA ATIVIDADE
Com a ajuda do software Statistica 6.0 foram geradas 18 planilhas de ensaio,
variando-se a concentração relativa dos substratos, pH e temperatura de incubação.
A umidade foi fixada em 90% como citada anteriormente. Os frascos foram
incubados por 7 dias e após esse período foi realizado a extração das enzimas. Para
lacase o maior resultado encontrado para P. tricholoma foi de 6,93 U/L na condição
de cultivo com 100% mandioca, pH 7,0 e 28ºC; para L tigrinus, 8,71U/L no ensaio
com 50% mandioca + 50 % cevada, pH 7,0 e 28ºC. Para lignina peroxidase foi
encontrado o valor de 3,58 U/L para P. tricholoma nas condições de 30% mandioca
+ 70% cevada, pH 4,6 e 23,2ºC e 6,95 U/L para o fungo L tigrinus em 50% mandioca
+ 50% cevada, pH 3,0 e 28ºC. Para manganês peroxidase, 4,66U/L para P.
tricholoma na condição de 50% mandioca + 50% cevada, pH 7,0 e 28 ºC e para L
tigrinus 23,58 U/L em 50% mandioca + 50% cevada, pH 7,0 e 28 ºC (Tabela 6).
Atividade enzimática de MnP
Substrato
Atividade enzimática
(U/L)
Figura 13: Atividade enzimática de Manganês peroxidase nos pré testes
42
Lac (U/L) LiP (U/L) MnP (U/L) pH E.B. Ensaio Subst. pH Temp.
16 27 16 27 16 27 16 27
1 30¹:70² 4,62 23,2 0,277 0,092 3,585 0,000 0,000 0,000 5,1 5,3
2 30¹:70² 4,62 32,8 0,000 0,000 0,000 0,824 0,000 0,000 5,5 5,8
3 30¹:70² 9,38 23,2 0,000 5,841 2,867 0,000 0,000 0,000 5,2 5,6
4 30¹:70² 9,38 32,8 0,082 4,938 0,000 0,932 0,000 1,076 5,3 5,8
5 80¹:20² 4,62 23,2 0,621 0,595 0,000 0,000 0,000 0,000 5,8 5,8
6 80¹:20² 4,62 32,8 0,369 0,949 0,000 0,000 0,000 0,000 5,1 5,8
7 80¹:20² 9,38 23,2 0,000 6,933 0,000 0,000 0,000 0,000 5,6 5,6
8 80¹:20² 9,38 32,8 0,282 8,282 2,437 0,179 0,000 0,000 5,2 5,7
9 0¹:100² 7 28 0,949 4,467 2,258 0,287 0,000 0,000 5,6 6,0
10 100¹:0² 7 28 6,933 4,036 0,036 1,541 0,000 0,000 5,9 5,5
11 50¹:50² 3 28 0,549 7,508 0,000 6,953 0,000 0,000 5,9 5,6
12 50¹:50² 11 28 0,000 5,026 0,000 2,258 4,395 0,000 5,7 5,4
13 50¹:50² 7 20 0,333 0,000 0,000 1,075 0,000 0,000 5,3 5,3
14 50¹:50² 7 36 1,236 7,585 0,000 4,982 3,408 0,000 6,0 5,5
15 50¹:50² 7 28 0,569 8,697 0,000 1,004 4,664 14,709 5,3 5,5
16 50¹:50² 7 28 0,169 8,713 0,000 3,620 0,807 23,587 6,0 5,4
17 50¹:50² 7 28 0,338 8,344 0,000 5,305 1,256 15,247 5,4 5,3
18 50¹:50² 7 28 0,200 0,000 0,000 5,950 0,000 17,220 5,9 5,1
Tabela 6: Atividades enzimáticas das linhagens P. tricholoma (16) e L tigrinus (27) obtidas nos ensaios de otimização (E.B.=extrato bruto; 1-CEVADA; 2-MANDIOCA).
43
4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA PARA P. tricholoma
Tabela 7: Tabela ANOVA para atividade de Lac (P. tricholoma).
SQ= soma quadrática; GL= graus de liberdade; MQ= média quadrática
Tabela 8: Tabela ANOVA para atividade de MnP (P. tricholoma).
R² = 0,66642 SQ GL MQ Fcalc Regressão 19,6061 9 2,1784 0,6664
Resíduo 22,8821 7 3,2688 Ftab
Falta de ajuste 13,9859 5 10% - 2,72
Erro puro 18,8962 2 5% - 3,68
Total 42,4882 16 1% - 6,72
SQ= soma quadrática; GL= graus de liberdade; MQ= média quadrática
Os valores de R² e Fcalc observados nas tabelas 7 e 8 não foram
significativos, portanto esses dados não puderam ser aproveitados para avaliação.
Tabela 9: Tabela ANOVA para atividade de LiP (P. tricholoma).
SQ= soma quadrática; GL= graus de liberdade; MQ= média quadrática
A análise de variância apresentada na tabela 9 demonstrou que os resultados
foram estatisticamente significativos em nível de 5%. A secreção de lignina
peroxidase é dependente do fator substrato, como observado no diagrama de Pareto
onde apenas a barra correspondente a essa variável está posicionada a direita de p
(Figura 14). A análise das interações entre as variáveis mostrou que as melhores
condições de secreção da enzima lignina peroxidase do P. tricholoma tendeu a ficar
R ² = 0,59744 SQ GL MQ Fcalc Regressão 25,4080 9 2,8310 1,15
Resíduo 17,1205 7 2,4458 Ftab
Falta de ajuste 17,0509 5 10% - 2,72
Erro puro 0,0696 2 5% - 3,68
Total 42,5285 16 1% - 6,72
R² = 0,87768 SQ GL MQ Fcalc Regressão 21,7302 9 2,4145 5,5814 Resíduo 3,0285 7 0,4326
Falta de ajuste 3,0285 5 Ftab
Erro puro 0,0 2 5% - 3,68 Total 24,7587 16 1% - 6,72
44
entre as condições de substrato com porcentagem maior de mandioca, temperatura
mais baixa e pH mais ácido (Figuras 15, 16 e 17).
Como as indicações dadas acima têm validade estatística, tentou-se fazer o
experimento de análise de secreção da enzima ao longo do tempo de incubação
(time course) usando como parâmetros temperatura de 23ºC, pH 3,0 e substrato
com 30% de cevada e 70% de mandioca, porém não houve crescimento nas
condições preconizadas e o experimento não pôde ser levado adiante.
Figura 14: LiP: gráfico de Pareto – variáveis significativas
Substrato
pH
Temperatura
Figura 14: LiP: gráfico de Pareto – variáveis significativas
45
2,0 1,5
1,0 0,5
0,0 -0,5
-1,0 -1,5
-2,0 substrato
2,0 1,5
1,0
0,5 0,0
-0,5
-1,0
-1,5
-2,0
temperatura
4
5
6
7
8
9
10
Figura 15: Gráfico de tendência da Lignina Peroxidase: substrato X temperatura
0
1
2
3
4
5
6
2,0 1,5
1,0 0,5
0,0 -0,5
-1,0 -1,5
-2,0 2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
-0,5
-1,0
-1,5
-2,0
substrato
pH
Figura 16: Gráfico de tendência da Lignina Peroxidase: substrato X pH
46
O gênero Polyporus caracteriza-se principalmente, por apresentar basidioma
estipitado e sistema hifálico dimítico. A análise do tamanho dos poros e também dos
esporos, é importante na identificação das espécies deste gênero. Todas as
espécies são heterotálicas e tetrapolares, lignícolas e crescem em troncos de
árvores ou madeira morta, possuem exoenzimas que degradam hemicelulose,
celulose e lignina. São causadores da podridão branca, contribuindo para a ciclagem
de nutrientes em ambientes terrestres, o que faz com que esses fungos sejam mais
utilizados que os outros decompositores na aplicação de certos processos
biotecnológicos baseados em materiais lignocelulósicos (VIEIRA, 2005; ISRAEL,
2005).
As condições de cultivo usadas nos ensaio de otimização dessa espécie não
foram favoráveis a produção de Lac e MnP, contudo Peláez e colaboradores (1995),
encontraram para Polyporus arcularius atividade de Lac de 30 U/L e MnP menor que
1 U/L em meio basal por 7 dias, assim como para LiP (< 1 U/L. Semelhantemente
Solarska e colaboradores (2009) detectaram para algumas espécies causadoras de
podridão branca atividade de MnP (60 µmol/L) e Lac (40 µmol/L) em menos de 3
pH
temperatura
-2
-1
1
2
3
4
0
2,0
1,5 1,0
0,5 0,0
-0,5 -1,0
-1,5 -2,0 2,0
1,5 1,0
0,5 0,0
-0,5 -1,0
-1,5 -2,0
Figura 17: Gráfico de tendência da Lignina Peroxidase: pH X temperatura
47
dias de incubação em matéria orgânica. O máximo de atividade de LiP encontrada
por esses autores foi de 20 µmol/L em 24 horas de incubação. A atividade de LiP
detectada, 3,58 U/L, foi maior que a atividade detectada por Zhao e colaboradores
(1996) e Arora e colaboradores (2002), que detectaram apenas 0,173 U/g e 1 U/mL
respectivamente de outros fungos de podridão branca (Tabela 10).
Atividade observada Autor e ano Espécie
Meio/Substrato/ condições LiP Lac MnP
PELÁEZ et al. (1995)
Polyporus arcularius
Meio basal / 7d <1U/L 30U/L <1U/L
Polyporaceae
0,173U/g ZHAO et al.
(1996) Lentinus tigrinus
Meio sólido: ágar + corante
1,463U/g
ARORA et al. (2002)
Polyporaceae
Farelo de trigo 0,1U/mL 8,5U/mL 29,8U/mL
SOLARSKA et al. (2009)
Polyporus sp.
Matéria orgânica: 5d/30°C/125rpm
144U/L 23U/L
FENICE et al. (2003)
Lentinus tigrinus
Água de lavagem de moinho de
azeitona
Não detectada
400U/L
JAOUANI et al. (2003)
Lentinus tigrinus
Água de lavagem de moinho de
azeitona
Não detectada
49U/L 32U/L
D’ANNIBALE et al. (2004)
Lentinus tigrinus
Água de lavagem de moinho de
azeitona
Não detectada
150U/L
LECHNER e PAPINUTTI
(2006)
Lentinus tigrinus
Farelo de trigo Não
detectada 2U/g 19U/g
Tabela 10: Referencias bibliográficas pesquisadas
48
4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA PARA L tigrinus
Tabela 11: Tabela ANOVA para atividade de LiP (L. tigrinus).
SQ= soma quadrática; GL= graus de liberdade; MQ= média quadrática
Tabela 12: Tabela ANOVA para atividade de Lac (L. tigrinus).
SQ= soma quadrática; GL= graus de liberdade; MQ= média quadrática
Os valores de R² e Fcalc observados nas tabelas 11 e 12 não foram
significativos, portanto esses dados não puderam ser aproveitados para avaliação.
Tabela 13: Tabela ANOVA para atividade de MnP (L. tigrinus).
SQ= soma quadrática; GL= graus de liberdade; MQ= média quadrática
A análise de variância apresentada na tabela 13 demonstrou que os
resultados são estatisticamente significativos em nível de 5% e de 1%. A secreção
de manganês peroxidase é dependente dos fatores substrato, pH e temperatura
como observado no diagrama de Pareto onde as barras correspondentes a essas
variáveis estão posicionadas a direita de p (Figura 18). A análise das interações
entre as variáveis mostrou que as melhores condições de secreção da enzima
R² = 0,64139 SQ GL MQ Fcalc Regressão 59,3159 9 6,5906 1,39
Resíduo 33,1648 7 4,7378 Ftab
Falta de ajuste 30,2709 5 10% - 2,72
Erro puro 2,8939 2 5% - 3,68
Total 92,4807 16 1% - 6,72
R² = 0,60719 SQ GL MQ Fcalc Regressão 107,7256 9 11,9695 1,20
Resíduo 69,69 7 9,9557 Ftab
Falta de ajuste 69,6027 5 10% - 2,72
Erro puro 0,0873 2 5% - 3,68
Total 177,4156 16 1% - 6,72
R² = 0,95142 SQ GL MQ Fcalc Regressão 851,0618 9 94,562 15,2337 Resíduo 43,4524 7 6,2074
Falta de ajuste 5,4491 5 Ftab
Erro puro 38,0033 2 5% - 3,68 Total 894,5142 16 1% - 6,72
49
manganês peroxidase de L. tigrinus tendeu a ficar entre as condições de substrato
com porcentagens iguais, temperatura média e pH neutro (Figuras 19, 20 e 21).
Esse resultado corrobora a hipótese levantada por Silva e colaboradores
(Acesso em 12/12/2009) de que a maioria dos fungos basidiomicetos cresce melhor
na faixa de temperatura de 20-30ºC e que o controle da temperatura do
desenvolvimento fúngico é um fator chave na regulação da fermentação semi-sólida
para otimização dos processos de deslignificação.
Figura 18: MnP: gráfico de Pareto – variáveis significativas
Substrato
pH
Temperatura
50
-20
0
10
20
30
-10
temperatura
2,0
1,5 1,0
0,5 0,0
-0,5
-1,0 -1,5
-2,0
substrato
2,0
1,5 1,0 0,5
0,0 -0,5
-1,0 -1,5
-2,0
1,5
-20
0
10
20
30
-10
pH
2,0
1,5 1,0
0,5 0,0 -0,5
-1,0
-1,5
-2,0
substrato
2,0 1,5
1,0 0,5
0,0 -0,5
-1,0 -1,5
-2,0
Figura 19: Gráfico de tendência da Manganês Peroxidase: pH X substrato
Figura 20: Gráfico de tendência da Manganês Peroxidase: temperatura X substrato
51
4.8 EXPERIMENTO DO TIME COURSE
Como as indicações dadas acima têm validade estatística, foi realizado o
experimento de análise de secreção da enzima ao longo do tempo de incubação
(time course) usando como parâmetros: temperatura de 28ºC, pH 7,0 e substrato
com 50% de cevada e 50% de mandioca. A análise de secreção da enzima foi feita
no 4º, 7º, 14º, 21º, 28º e 35º dia.
De acordo com o gráfico da Figura 22 observou-se um aumento da atividade
específica até o 28º dia, após o qual foi decrescente até cair pela metade no 35º dia.
A análise de variância com teste de Tukey para comparação das médias foi aplicada
para todos os tempos, havendo diferença estatística significativa entre eles em nível
de significância de 5% (tabela 14), portanto 28 dias de incubação (Figura 25) foi
considerado o melhor tempo para secreção de MnP nas condições de cultivo
otimizadas para L tigrinus (Figura 23). Nesse experimento, de uma forma geral o pH
-20
0
10
20
30
-10
temperatura
2,0
1,5
1,0
0,5 0,0
-0,5 -1,0
-1,5
-2,0
pH
2,0 1,5
1,0 0,5
0,0 -0,5
-1,0 -1,5
-2,0
Figura 21: Gráfico de tendência da Manganês Peroxidase: temperatura X pH
52
dos extratos brutos obtidos variou entre 5,5 e 6,0 mostrando uma tendência de
aumento de pH desses extratos ao longo dos tempos de incubação (Figura 24).
Tabela 14: Atividade específica no time course da MnP (L tigrinus)
Ensaio Tempo (dias)
Ativ. Esp.* (U/mg) (média±desvio)
1 4 0,001 ± 0,000 a
2 7 0,037 ± 0,002 b
3 14 0,083 ± 0,009 c
4 21 0,088 ± 0,004 d
5 28 0,125 ± 0,051 e
6 35 0,052 ± 0,006 f
* Ativ. Esp.: atividade específica Obs.: Os valores de atividade são as médias das replicatas. Médias com letras iguais não diferem entre si, segundo o teste de Tukey
Figura 22: Gráfico do time course de MnP de L tigrinus
Time Course da MnP de L. tigrinus
0,0000,0100,0200,0300,0400,0500,0600,0700,0800,0900,1000,1100,1200,1300,140
0 7 14 21 28 35 42
Tempo (dias)
Atividade específica(U/mg)
Time course da MnP de L. tigrinus
53
Figura 25: L tigrinus no 28º dia de incubação
Figura 24: Gráfico da variação de pH dos extratos brutos usados no time course
pH dos extratos brutos usados no time course
4,5
5,0
5,5
6,0
6,5
4 7 14 21 28 35
Tempos de incubaçao (dias)
pH
pH dos extratos brutos usados no time course
Figura 23: Atividade enzimática de MnP de L. tigrinus no time course
Atividade Enzimática de MnP de L. tigrinus no time course
048
121620242832
4 7 14 21 28 35
Tempo (dias)
Atividadeenzimática (U/L)
Atividade enzimática de MnP de L. tigrinus no time course
54
Como observado na tabela 10, Jaouani e colaboradores (2003) encontraram
para uma linhagem de L. tigrinus em 4 dias de crescimento valor semelhante de
MnP (32 U/L) que o observado no presente trabalho (30 U/L). Por outro lado Lechner
e Papinutti (2006) encontraram para outra linhagem, valor menor de atividade para
MnP (19 um/g) com 7 dias de incubação, o experimento de time course mostrou que
o pico de atividade da enzima MnP foi em torno de 90 dias de incubação (750 um/g),
diferentemente do encontrado no presente trabalho que foi de 28 dias.
D’Annibale e colaboradores (2004) também não detectaram em uma linhagem
de L. tigrinus atividade de MnP com 4 dias de incubação, porém seu pico de
produção foi no 7° dia chegando a detectar o valor de 150 U/L. Semelhantemente
Fenice e colaboradores (2003) não detectaram para outra linhagem da mesma
espécie, atividade de MnP antes do 5° dia de incubação e obtiveram pico de
atividade no 7° dia (400 U/L). A composição do substrato influencia o padrão de
produção da enzima. O substrato em particular usado nos diferentes trabalhos em
fermentação semi-sólida tem a capacidade de induzir ou aumentar a produção de
lignocelulases (LECHNER; PAPINUTTI, 2006). As características genéticas das
espécies, assim como os parâmetros físico-químicos como pH, nitrogênio,
temperatura, oxigenação e presença de minerais também interferem na produção e
ação das enzimas (KAMIDA et al., 2005).
As condições de cultivo desse fungo não foram favoráveis à produção de Lac
e LiP e as melhores condição para produção de MnP foram: Composição de
substrato com 50% de cevada e 50% de mandioca, pH 7,0, umidade de 90%,
incubação de 28° C por 28 dias. Corroborando os dados obtidos em literatura
(Tabela 10), não foi detectada atividade de LiP. Essa enzima é tida como catalizador
primário na deslignificação fúngica, sendo que sua atividade extremamente difícil de
detectar nos processos de degradação. Tem sido relatado que geralmente fungos de
degradação branca somente expressam LiP durante seu metabolismo secundário
(idiofase) e a produção dessa enzima está atrelada a diminuição de certos nutrientes
(nitrogênio, carbono ou enxofre) (ZHAO et al., 1996).
4.9 EFEITO DO pH NA ATIVIDADE DE MNP DE L. tigrinus
Determinado o melhor tempo de incubação para secreção dessa enzima foi
realizado o experimento de determinação de pH ótimo de atividade da enzima,
variando o pH do meio reacional. A MnP de L. tigrinus obtida nas condições
55
otimizadas de substrato 50% cevada e 50% de mandioca com 90% de umidade em
pH 7,0 e incubado por 28 dias a 28° C atuou bem em uma faixa grande de pH, que
variou de 4,0 a 8,0 (Tabela 15). A melhor atividade verificada foi em pH 5,0 com
18,65 U/L (Figura 26).
Tabela 15: Atividade da MnP frente a diferentes valores de pH do meio reacional
Os valores de atividade são as médias das replicatas. Médias com letras iguais não diferem entre si, segundo o teste de Tukey
pH Ativ. Enzimática (U/L)
(média±desvio)
3,0 11,18 ± 4,208 a
4,0 17,61 ± 3,123 b
4,5 16,32 ± 5,748 c
5,0 18,65 ± 2,199 d
6,0 18,48 ± 4,215 e
7,0 18,42 ± 4,454 f
8,0 17,79 ± 5,108 g
9,0 14,89 ± 3,963 h
10,0 10,55 ± 0,903 i
11,0 13,3 ± 3,670 j
Figura 26: Gráfico da variação da atividade específica de MnP com pH do meio reacional
Determinação do pH ótimo de atividade da MnP de L. tigrinus
89
1011121314151617181920
3,0 4,0 4,5 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 11,0
pH
Atividade Enzimática (U/L)
56
O amplo espectro de atuação de pH verificado nessa enzima discorda de
outros trabalhos como o de Niebisch (2009). Neste trabalho os fungos de
degradação branca geralmente apresentam uma faixa de atividade de MnP mais
ácida variando de 2,6 a 4,5. A vasta faixa de atuação indica que essa enzima poderá
vir a ser uma vantagem para a utilização em processos industriais.
57
5 CONSIDERACOES FINAIS
• Os agaricomicetos s.l. é um grupo presente em várias regiões do estado da
Bahia, porém ainda é pouco inventariado, sendo de extrema importância
estudos nessa área.
• De uma forma geral os agaricomicetos coletados no estado da Bahia têm
grande potencial de produção de enzimas ligninolíticas, devido à capacidade
da grande maioria das espécies em descolorir o RBBR.
• As condições de cultivo testadas para P. tricholoma não foram favoráveis a
produção de Lac e MnP. Contudo não se pode afirmar que essa espécie não
produza tais enzimas, sendo necessários estudos posteriores para determinar
os parâmetros de produção
• As condições ótimas de produção de LiP de P. tricholoma foram em
concentração de substrato com 30% de cevada e 70% mandioca com 90% de
umidade, pH 3,0 e incubação a 23ºC. Estudos posteriores são necessários
para determinar o melhor tempo de incubação.
• As condições de cultivo testadas para L. tigrinus não foram favoráveis a
produção de Lac e LiP. Contudo não se pode afirmar que essa espécie não
produza tais enzimas, sendo necessários estudos posteriores para determinar
os parâmetros de produção.
• Para L. tigrinus o melhor resultado de secreção de enzima foi da MnP em
condições ótimas de composição de substrato 50% de cevada e 50% de
mandioca, pH 7,0 a uma temperatura de 28°C e por um período de incubação
de 28 dias.
• A enzima MnP de L. tigrinus secretada nestas condições tem seus melhores
resultados de atividade em pH 5,0.
• Estudos posteriores para determinação de temperatura ótima de atividade
devem ser feitos para MnP de L. tigrinus.
• A MnP de L. tigrinus é ativa numa ampla faixa de pH, o que pode indicar uma
aplicabilidade industrial.
• As duas linhagens testadas de P. tricholoma e L. tigrinus mostraram ser
dependentes dos fatores: substrato, umidade, pH, temperatura e tempo de
incubação para produção de enzimas.
58
• Os resíduos agroindustriais de cevada e mandioca usados são bons
substratos para produção de enzimas ligninolíticas como observados nos
resultados obtidos
• São necessários estudos posteriores no sentido de testar a eficiência na
bioconversão de lignina pelas enzimas produzidas no presente trabalho
59
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MnP (U/L)CA – 27 CE – 16
Abs εxRxT Abs εxRxT0,006 1000000 11150 0,009 1000000 11150
TOTAL 0,538117 TOTAL 0,807175
106 106
Lac (U/L)CE – 16 CO – 16
Abs εxRxT Abs εxRxT0,005 1000000 195000 0,010 1000000 195000
TOTAL 0,025641 TOTAL 0,051282MA – 27 CO – 27
Abs εxRxT Abs εxRxT0,193 1000000 195000 0,021 1000000 195000
TOTAL 0,989744 TOTAL 0,107692
106 106
106 106
LiP (U/L)CA – 27 CE – 16
Abs εxRxT Abs εxRxT0,069 1000000 27900 0,048 1000000 27900
TOTAL 2,473118 TOTAL 1,720430CA – 16 MA – 16
Abs εxRxT Abs εxRxT0,050 1000000 27900 0,055 1000000 27900
TOTAL 1,792115 TOTAL 1,971326CO – 16 MA – 27
Abs εxRxT Abs εxRxT0,009 1000000 27900 0,085 1000000 27900
TOTAL 0,322581 TOTAL 3,046595CO – 27
Abs εxRxT0,042 1000000 27900
TOTAL 1,505376
106 106
106 106
106 106
106
7 APÊNDICES
Apêndice 1: Cálculo da atividade enzimática das enzimas lacase, lignina peroxidase e manganês peroxidase nos pré-testes.
70
Apêndice 2: Cálculo da absorbância da MnP de L. tigrinus no time course.
Time Course - MnP (27)
R1 R2 R3 F1 NF1 F1 NF1 F1 NF1 Média
0,159 0,100 0,094 0,107 0,125 0,223 0,017 F2 NF2 F2 NF2 F2 NF2 Média
0,133 0,079 0,086 0,096 0,080 0,107 -0,006 F3 NF3 F3 NF3 F3 NF3 Média
Tempo 1 4dias
0,119 0,125 0,144 0,120 0,095 0,107 -0,002 Total 0,003
R1 R2 R3 F1 NF1 F1 NF1 F1 NF1 Média
0,113 0,211 0,124 0,192 0,103 0,164 0,076 F2 NF2 F2 NF2 F2 NF2 Média
0,118 0,209 0,117 0,219 0,102 0,164 0,085 F3 NF3 F3 NF3 F3 NF3 Média
Tempo 2 7dias
0,140 0,211 0,108 0,223 0,108 0,291 0,123 Total 0,095
R1 R2 R3 F1 NF1 F1 NF1 F1 NF1 Média
0,285 0,488 0,146 0,479 0,271 0,492 0,252 F2 NF2 F2 NF2 F2 NF2 Média
0,313 0,509 0,161 0,613 0,179 0,349 0,273 F3 NF3 F3 NF3 F3 NF3 Média
Tempo 3 14dias
0,162 0,426 0,133 0,475 0,158 0,406 0,285 Total 0,270
R1 R2 R3 F1 NF1 F1 NF1 F1 NF1 Média
0,127 0,428 0,206 0,461 0,133 0,385 0,269 F2 NF2 F2 NF2 F2 NF2 Média
0,167 0,390 0,219 0,499 0,129 0,437 0,270 F3 NF3 F3 NF3 F3 NF3 Média
Tempo 4 21dias
0,128 0,427 0,184 0,468 0,174 0,478 0,296 Total 0,278
R1 R2 R3 F1 NF1 F1 NF1 F1 NF1 Média
0,097 0,247 0,054 0,406 0,060 0,205 0,216 F2 NF2 F2 NF2 F2 NF2 Média
0,116 0,759 0,054 0,379 0,142 0,330 0,385 F3 NF3 F3 NF3 F3 NF3 Média
Tempo 5 28dias
0,063 0,480 0,057 0,657 0,096 0,293 0,405 Total 0,335
R1 R2 R3
F1 NF1 F1 NF1 F1 NF1 Média
0,066 0,093 0,101 0,201 0,090 0,251 0,096
F2 NF2 F2 NF2 F2 NF2 Média
0,096 0,254 0,085 0,302 0,081 0,240 0,178
F3 NF3 F3 NF3 F3 NF3 Média
Tempo 6 35dias
0,068 0,208 0,076 0,396 0,082 0,239 0,206
71
MnP T1 MnP T4Abs 106 εxRxT Abs 106 εxRxT
0,003 1000000 11150 0,278 1000000 11150TOTAL 0,269058 TOTAL 24,932735
MnP T2 MnP T5Abs 106 εxRxT Abs 106 εxRxT
0,095 1000000 11150 0,335 1000000 11150TOTAL 8,520179 TOTAL 30,044843
MnP T3 MnP T6Abs 106 εxRxT Abs 106 εxRxT
0,270 1000000 11150 0,206 1000000 11150TOTAL 24,215247 TOTAL 18,475336
Apêndice 3: Cálculo da atividade enzimática da MnP de L. tigrinus no time course (U/L).
72
Apêndice 4: Determinação do teor de proteína total (método de Bradford) de L. tigrinus no time course.
Tempos [ ] Proteína (mg/mL) Média T1-1-1 0,173 0,196667 T1-1-2 0,151 T1-1-3 0,266 T1-2-1 0,223 0,219333 T1-2-2 0,237 T1-2-3 0,198 T1-3-1 0,184 0,201667 T1-3-2 0,213 T1-3-3 0,208 T2-1-1 0,345 0,266333 T2-1-2 0,312 T2-1-3 0,142 T1-2-1 0,223 0,234333 T2-2-2 0,206 T2-2-3 0,274 T2-3-1 0,197 0,244 T2-3-2 0,284 T2-3-3 0,251 T3-1-1 0,249 0,259 T3-1-2 0,251 T3-1-3 0,277 T3-2-1 0,227 0,313 T3-2-2 0,364 T3-2-3 0,348 T3-3-1 0,271 0,326333 T3-3-2 0,354 T3-3-3 0,354 T4-1-1 0,288 0,281333 T4-1-2 0,207 T4-1-3 0,349 T4-2-1 0,348 0,3 T4-2-2 0,254 T4-2-3 0,298 T4-3-1 0,347 0,292667 T4-3-2 0,286 T4-3-3 0,245 T5-1-1 0,104 0,187333 T5-1-2 0,237 T5-1-3 0,221 T5-2-1 0,279 0,305667 T5-2-2 0,307 T5-2-3 0,331 T5-3-1 0,354 0,328667 T5-3-2 0,34 T5-3-3 0,292 T6-1-1 0,438 0,361333 T6-1-2 0,304 T6-1-3 0,342 T6-2-1 0,364 0,405 T6-2-2 0,464 T6-2-3 0,387 T6-3-1 0,384 0,345 T6-3-2 0,42 T6-3-3 0,231
73
Apêndice 5: Cálculo da absorbância e atividade enzimática nos ensaios de determinação do pH ótimo
pH ótimo - MnP (27) R1 R2 R3
AP P AP P AP P Média
0,326 0,425 0,369 0,578 0,386 0,564 0,162 AP P AP P AP P Média
0,335 0,480 0,341 0,490 0,346 0,472 0,140 AP P AP P AP P Média
pH 3,0
0,351 0,421 0,357 0,400 0,399 0,503 0,072 Total 0,125
R1 R2 R3 AP P AP P AP P Média
0,312 0,542 0,350 0,579 0,356 0,574 0,226
AP P AP P AP P Média 0,312 0,497 0,248 0,483 0,313 0,508 0,205
AP P AP P AP P Média
pH 4,0
0,321 0,550 0,313 0,472 0,318 0,404 0,158 Total 0,196
R1 R2 R3 AP P AP P AP P Média
0,297 0,396 0,296 0,391 0,311 0,466 0,116 AP P AP P AP P Média
0,304 0,581 0,307 0,533 0,300 0,529 0,244 AP P AP P AP P Média
pH 4,5
0,293 0,418 0,302 0,456 0,311 0,590 0,186 Total 0,182
R1 R2 R3 AP P AP P AP P Média
0,291 0,370 0,345 0,604 0,314 0,524 0,183 AP P AP P AP P Média
0,295 0,485 0,295 0,561 0,290 0,530 0,232 AP P AP P AP P Média
ph 5,0
0,323 0,588 0,303 0,439 0,313 0,539 0,209 Total 0,208
R1 R2 R3 AP P AP P AP P Média
0,318 0,575 0,311 0,380 0,324 0,476 0,159 AP P AP P AP P Média
0,317 0,516 0,316 0,661 0,320 0,536 0,253 AP P AP P AP P Média
pH 6,0
0,321 0,500 0,322 0,591 0,314 0,483 0,206 Total 0,206
R1 R2 R3
AP P AP P AP P Média
0,334 0,546 0,317 0,456 0,313 0,444 0,161
AP P AP P AP P Média
0,339 0,456 0,360 0,634 0,349 0,545 0,196
AP P AP P AP P Média
pH 7,0
0,348 0,583 0,346 0,576 0,378 0,689 0,259
Total 0,205
74
R1 R2 R3
AP P AP P AP P Média
0,321 0,419 0,321 0,515 0,322 0,468 0,146
AP P AP P AP P Média
0,337 0,594 0,341 0,487 0,351 0,517 0,190
AP P AP P AP P Média
pH 8,0
0,350 0,486 0,338 0,430 0,355 0,707 0,259 Total 0,198
R1 R2 R3
AP P AP P AP P Média
0,319 0,517 0,309 0,398 0,302 0,360 0,115
AP P AP P AP P Média
0,377 0,553 0,364 0,601 0,347 0,504 0,190
AP P AP P AP P Média
pH 9,0
0,388 0,650 0,354 0,450 0,330 0,429 0,193
Total 0,166
R1 R2 R3
AP P AP P AP P Média
0,299 0,405 0,319 0,477 0,300 0,394 0,119
AP P AP P AP P Média
0,345 0,491 0,335 0,421 0,354 0,442 0,107
AP P AP P AP P Média
pH 10,0
0,370 0,475 0,330 0,475 0,320 0,452 0,127
Total 0,118
R1 R2 R3
AP P AP P AP P Média
0,308 0,449 0,311 0,440 0,322 0,460 0,136
AP P AP P AP P Média
0,305 0,407 0,385 0,540 0,352 0,440 0,115
AP P AP P AP P Média
pH 11,0
0,340 0,496 0,372 0,667 0,365 0,495 0,194
Total 0,148
75
Apêndice 6: Cálculo da atividade enzimática da MnP de L. tigrinus nos ensaios de determinação do pH ótimo
pH 3,0
Abs. 106 εxRxT 0,125 1000000 11150
TOTAL 11,210762 pH 4,0
Abs. 106 εxRxT 0,196 1000000 11150
TOTAL 17,578475 pH 4,5
Abs. 106 εxRxT 0,182 1000000 11150
TOTAL 16,322870 pH 5,0
Abs. 106 εxRxT 0,208 1000000 11150
TOTAL 18,654709 pH 6,0
Abs. 106 εxRxT 0,206 1000000 11150
TOTAL 18,475336 pH 7,0
Abs. 106 εxRxT 0,205 1000000 11150
TOTAL 18,385650 pH 8,0
Abs. 106 εxRxT 0,198 1000000 11150
TOTAL 17,757848 pH 9,0
Abs. 106 εxRxT 0,166 1000000 11150
TOTAL 14,887892
pH 10,0
Abs. 106 εxRxT 0,118 1000000 11150
TOTAL 10,582960 pH 11,0
Abs. 106 εxRxT 0,148 1000000 11150
TOTAL 13,273543
76
Apêndice 7: Teor de proteína total, atividade enzimática e atividade específica de P. tricholoma (16) e L. tigrinus (27), nos ensaios de otimização.
Amostra
27
[ ]
mg/mL
[ ]
mg/L
Lac
(UI/L)
LiP
(UI/L)
MnP
(UI/L)
Lac
(U/mg)
LiP
(U/mg)
MnP
(U/mg)
27-1-2 0,085 85 0,092308 0 0 0,001086 0 0 27-2-2 0,154 154 0 0,824373 0 0 0,005353 0 27-3-2 0,094 94 5,84103 0 0 0,062139 0 0 27-4-3 0,16 160 4,938462 0,9319 1,076233 0,030865 0,005824 0,006726 27-5-3 0,218 218 0,594872 0 0 0,002729 0 0 27-6-3 0,077 77 0,948718 0 0 0,012321 0 0 27-7-1 0,078 78 6,933333 0 0 0,088889 0 0 27-8-1 0,087 87 8,282051 0,179211 0 0,095196 0,002060 0 27-9-3 0,055 55 4,466667 0,286738 0 0,081212 0,005213 0
27-10-1 0,072 72 4,035897 1,541219 0 0,056054 0,021406 0 27-11-3 0,121 121 7,507692 6,953405 0 0,062047 0,057466 0 27-12-2 0,111 111 5,025641 2,258065 0 0,045276 0,020343 0 27-13-2 0,033 33 0 1,075269 0 0 0,032584 0 27-14-3 0,058 58 7,584615 4,982079 0 0,130769 0,085898 0 27-15-1 0,11 110 8,697436 1,003584 14,70852 0,079068 0,009123 0,133714 27-16-3 0,129 129 8,712821 3,620072 23,58744 0,067541 0,028063 0,182848 27-17-3 0,106 106 8,34359 5,304659 15,24664 0,078713 0,050044 0,143836 27-18-3 0,041 41 0 5,949821 17,21973 0 0,145118 0,419993
Amostra
16
[ ]
mg/mL
[ ]
mg/L
Lac
(U/L)
LiP
(U/L)
MnP
(U/L)
Lac
(U/mg)
LiP
(U/mg)
MnP
(U/mg)
16-1-2 0,005000 5 0,276923 3,585229 0 0,055385 0,717046 0 16-2-2 0,016000 16 0 0 0 0 0 0 16-3-2 0,001809 1,8 0 2,867384 0 0 1,592991 0 16-4-1 0,010000 10 0,082051 0 0 0,008205 0 0 16-5-2 0,044000 44 0,620513 0 0 0,014103 0 0 16-6-1 0,025000 25 0,369231 0 0 0,014769 0 0 16-7-3 0,021000 21 0 0 0 0 0 0 16-8-1 0,017000 17 0,282051 2,437276 0 0,016591 0,143369 0 16-9-1 0,001704 1,7 0,948718 2,258065 0 0,558069 1,328274 0 16-10-2 0,027000 27 6,933333 0,035842 0 0,256790 0,001327 0 16-11-3 0,009000 9 0,548718 0 0 0,060969 0 0 16-12-1 0,100000 100 0 0 4,394619 0 0 0,043946 16-13-2 0,031000 31 0,333333 0 0 0,010753 0 0 16-14-2 0,038000 38 1,235897 0 3,408072 0,032524 0 0,089686 16-15-1 0,009000 9 0,569231 0 4,663677 0,063248 0 0,518186 16-16-2 0,027000 27 0,169231 0 0,807175 0,006268 0 0,029895 16-17-1 0,003422 3 0,338462 0 1,255605 0,112821 0 0,418535 16-18-3 0,069000 69 0,2 0 0 0,002899 0 0
77
Curva padrao BSA
y = 0,0021x + 0,0051
R2 = 0,9871
0
0,005
0,01
0,015
0,02
0,025
0,01 0,02 0,05 0,1 0,2 0,4 0,5
[ ] mg/mL
Ab
sorb
anci
a
Apêndice 8: Curva padrão de albumina usada na determinação de proteína total pelo método de Bradford.
78
8 ANEXOS
Anexo 1: Média das triplicatas dos halos de crescimento dos fungos.
Amostra 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
32 8 11.16 14.83 20.66 28 32.33 38.33 45.66 51.5 57.83 64.33 69.83 75.33 79.66
20 18 28.66 41.66 58.33 74.5 82.66 90 90 90 90 90 90 90 90
09.1 12.33 21 29.75 41 53 61 69 77.25 84.25 87 90 90 90 90
9 11.83 16 29 40.5 51.83 59.33 65.83 75.83 82.16 89.16 90 90 90 90
16 19.5 29.75 45.5 64.25 77 84.5 90 90 90 90 90 90 90 90
13 18.5 29.5 38 49 60 67 72 80.5 82 83.5 84 90 90 90
15 15.16 21.5 28 36 44.83 52 59.16 67.5 74.5 80.5 90 90 90 90
27 16 25.16 36.5 48.16 61.5 71.83 83.66 88.16 90 90 90 90 90 90
05.1 12.83 18.66 26.66 35.83 43.5 50.83 58.66 65.33 72.5 78.5 83.83 89.66 90 90
06.2 14.16 22.5 34.16 45 56 64.83 73.16 81 87.16 90 90 90 90 90
14 22.83 34.5 48.33 63.66 81.66 87.5 90 90 90 90 90 90 90 90
201.2 6.16 6.5 7.5 8.33 9 10 10 11.33 12.5 13.83 15.5 17.33 20 20.83
264.2 20 28.66 39.66 49.66 59.33 68.16 73.5 80.33 90 90 90 90 90 90
269 6.66 7.83 9.5 11.16 12.66 14.83 16.83 20.16 22.66 25.5 27.66 30.16 31.16 33
309 6.16 7.16 8.33 8.5 8.83 10 10.33 11.83 12.5 12.83 13.5 14.5 15.5 16.5
197 9.5 12.16 15 17.16 19.66 22.5 25 28.5 31.83 36.33 39.83 44.16 47.33 50.83
312 13.33 23.33 32.33 44.66 59.83 64.5 76.25 85 88 90 90 90 90 90
306 7.5 8.5 11.33 14.5 18.16 22.5 24 27.16 31 34.16 37.33 40.66 44.66 47.16
201.1 0 0 6.66 11.16 16 19.83 23.16 27.16 30.16 34.33 36.5 40 43.5 47.33
79
Anexo 2: Média das triplicatas dos halos de descoloração do RBBR dos fungos.
Amostra 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
32 0 0 0 0 0 22.33 25.5 33 42.4 44.66 53.33 59.66 66.16 71.16
20 10.5 11.66 29.66 48.33 64.5 75.66 90 90 90 90 90 90 90 90
09.1 16.33 23 29.75 41 52.5 61 68.5 77.25 84.25 87 90 90 90 90
9 13.66 22.16 29 40.5 51.66 59.33 65.83 74.16 82.16 89.16 90 90 90 90
16 8.25 14.75 39.5 56.75 57.75 84.5 90 90 90 90 90 90 90 90
13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
15 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
27 0 25.16 36.5 48.16 61.5 71.83 83.66 89 90 90 90 90 90 90
05.1 0 0 0 0 0 41.25 58.25 64 72.5 79.5 83.83 90 90 90
06.2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
14 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
201.2 8 8.66 10.83 13.16 13.83 13.83 14.33 14.33 16.6 17.5 19.16 20.83 25 27.33
264.2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
269 15.5 16.33 19.83 21.83 25.83 29.5 30.83 36.33 40.83 41.16 41.16 44.66 45 43
309 21.83 26.16 28.66 32.33 35.83 39.5 42.33 43.66 48 51.66 57.16 57.66 60.5 68
197 14 17.16 21.5 25.5 30.16 32 34.16 38.33 43.66 43.83 47 51.66 55.33 58.33
312 0 0 0 0 0 0 65 74 88 90 90 90 90 90
306 0 9.66 12.83 14.5 18.16 21.83 24 27.16 34.16 37.33 40.66 44.66 48.16 52.5
201.1 0 6.5 9.5 12.33 18.33 24.5 27 30.16 34.16 36.16 41 44.66 48.16 52.33
80
Anexo 3: Seqüências originadas pelo primer direto das linhagens selecionadas para os testes de otimização.
Fungo16(1) – P. tricholoma
GCCTTACGAGGCATGTGCTCGCCCCTGCTCATCCACTCTACACCTGTGCACA
ATACTGTAGGCTTCAGGAGCTTCTCGGGCTTTCATTAGCTCGGGTTGTAACT
GAGCTTACGTTTACTACAAACATCATACAGTATCAGAATGTGTATTGCGATA
AACGCATCTATATACAACTTTCAGCAACGGATCTCTTGGCTCTCGCATCGAT
GAAGAACGCAGCGAAATGCGATAAGTAAATGTGAATTGCAGAATTCAGTGA
ATCATCGAATCTTTGAACGCACCCTTGCGCTCCTTGGTATTCCGAGGAGCAT
GCCTGTTTGAGTGTCGTGAAATTCTCAACCTAACAAGTTTGGTACGAGCTTG
CTTTAGGCTTGGACTTGAAGGTCTTGCTGGCTGCTCGTCCAGTCCGGCTC
Fungo27 (1) – L. tigrinus
TTGTAGCTGGCCTTCCGAGGCATGTGCACGCCCTGCTCATCCACTCTACACC
TGTGCACTAACTGTAGGCTTTCGGGAGCTTCGAAAGCAGAGGGGACTGGCC
TTCACAAGCCGGTCTCTAATGCCTGTAGTTGTGACCGGGGCTTACGTCTTAC
CACAAACTCTTACAAGTATCAGAATGTGTATTGCGATGTAACGCATCTATAT
ACAACTTTCAGCAACGGATCTCTTGGCTCTCGCATCGATGAAGAACGCAGC
GAAATGCGATAAGTAATGTGAATTGCAGAATTCAGTGAATCATCGAATCTT
TGAACGCACCTTGCGCTCCTTGGTATTCCGAGGAGCATGCCTGTTTAAGTGG
TCATTGAAATTCCTCAACCTACCGGTTTCTTAAACCGGACTTGGCTTAGGGC
TGGAACTTGGAGAGGCTTGTGTCGCGTTTTGCTTCCGGGCATAAGTCGCCCT
CCCCCTCAAATCGCATTAAGCTTGGGTTCCTTTGGGGATCGGCTC
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