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L A B V I R - I C B S – U F R G S

2 0 1 5

EPIDEMIOLOGIA DAS INFECÇÕES VIRAIS

EPIDEMIOLOGIA

“Estudo das doenças em populações, investigando

os seus determinantes, a sua dinâmica e

distribuição.”

VÍRUS

3

• Partícula infecciosa composta de:

• Ácido nucléico

• Capsídeo

• Envelope (às vezes)

VÍRUS E O MEIO (AMBIENTE) EXTERNO

• A maioria dos vírus torna-se inviável após longos períodos no meio externo !

• Crítico : a transmissão pode ser perdida pela inativação no ambiente.

UV

Umidade relativa do ar

Temperatura

pH

Produtos químicos,......

4

ESTRATÉGIAS PARA ASSEGURAR A SUA SOBREVIVÊNCIA COMO ESPÉCIE

A CADEIA DO PROCESSO

INFECCIOSO:

• 1- Penetração e multiplicação no hospedeiro;

• 2- Produção de progênie viável;

• 3- Progênie deve ser excretada do hospedeiro a

tempo, pela via adequada e em quantidade

suficiente para permitir a sua transmissão a outros;

• 4- Resistir no meio ambiente o tempo necessário

para encontrar outro hospedeiro suscetível.

A CADEIA DO PROCESSO

INFECCIOSO:

FONTES DE INFECÇÃO

8

Qualquer animal vertebrado que esteja infectado e

seja capaz de transmitir o agente para outros animais

susceptíveis.

- DOENTES: animais infectados que manifestam sinais

clínicos de doença.

- PORTADORES: animais que abrigam e excretam o

agente sem estar manifestando alterações clínicas

indicativas de doença. Hospedeiros assintomáticos.

FONTES DE INFECÇÃO

9

Doentes : manifestam sinais clínicos de doença.

facilmente reconhecidos

permitem o diagnóstico

permitem a adoção das medidas de controle pertinentes.

Cães com sinais clínicos de raiva;

hospedeiros doentes podem ser as fontes de infecção mais comuns e epidemiologicamente importantes.

PORTADORES

• Portadores PASSIVOS: apenas abrigam e replicam o agente sem excretá-lo ou transmiti-lo.

• Portadores ATIVOS: são aqueles que excretam o vírus.

PORTADORES ATIVOS

• Permanentes: excretam o vírus continuamente.

• Temporários: excretam o agente, sem manifestar

sinais clínicos concomitantes, por determinados

períodos.

PORTADORES

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• Portadores em período de incubação ou portadores prodrômicos:

Quando a excreção viral inicia-se no período de incubação.

Ex: bovinos infectados com vírus respiratórios.

• Portadores em fase de convalescença:

Quando o hospedeiro segue disseminando o vírus após a resolução da doença clínica.

PORTADORES E A PERPETUAÇÃO DA INFECÇÃO

• Portadores ativos temporários intermitentes (ou esporádicos) : excretam o vírus apenas esporadicamente, a intervalos variáveis.

• Portadores podem permanecer por longo tempo na

população excretando o vírus e perpetuando a infecção no rebanho.

• O reconhecimento (e isolamento) desses portadores é ponto-chave do combate a essas infecções.

RESERVATÓRIOS

É a espécie animal que abriga e mantém agentes infecciosos em um

ecossistema, podendo transmití-los para outras espécies.

• espécies silvestres ou domésticas que sirvam de fontes de infecção

e, como tal, mantenham e transmitam agentes infecciosos.

• Geralmente, as principais espécies que servem de reservatórios de

agentes virais na natureza são as espécies de origem desses

agentes, também chamadas de hospedeiros ou reservatórios

naturais.

RESERVATÓRIOS

• Ciclo natural da raiva de herbívoros:

RESERVATÓRIOS

• Ciclo natural dos alfavírus e vírus do Nilo Ocidental [WNV] em animais silvestres e infecção acidental de humanos e

espécies domésticas.

RESERVATÓRIOS

• Espécies domésticas também podem servirem de

reservatórios e transmitirem para animais silvestres.

Ciclo natural do vírus da cinomose e transmissão acidental para

espécies de vida livre.

RESERVATÓRIOS

VIAS DE EXCREÇÃO

• Vias de eliminação ou portas de saída.

É denominada pelo seu tropismo, ou seja, pelo

tecido ou órgão-alvo onde ocorre sua replicação.

Tipo de hospedeiro:

- de pessoa a pessoa

- de animal para animal;

- de animal para animal, porém com

envolvimento eventual de pessoas (zoonoses)

- através de vetores artrópodos

Transmissão

TRANSMISSÃO

TRANSMISSÃO

TRANSMISSÃO VERTICAL

• Mãe para o filho • Transovariana

• Transplacentária

• Perinatal

• Via leite ou colostro

TRANSMISSÃO VERTICAL

Transmissão vertical e infecção persistente pelo vírus da diarréia bovina (BVDV).

TRANSMISSÃO VERTICAL

Transmissão vertical do herpesvírus canino [CaHV-1] e possíveis consequências.

TRANSMISSÃO HORIZONTAL DIRETA

• Por contato direto

• resistência a condições ambientais é irrelevante.

• Por contato indireto

• resistência a condições ambientais é importante.

TRANSMISSÃO HORIZONTAL INDIRETA

• Por veículos

• Agulhas, material cirúrgico, luvas de palpação, etc.

• Por vetores [biológicos ou mecânicos]

• Transmitidos por insetos [artrópodes].

VIAS DE PENETRAÇÃO

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• SUSCEPTIBILIDADE: conjunto de condições

apresentadas pelo hospedeiro para permitir a

multiplicação do vírus.

• RESISTÊNCIA: conjunto de barreiras que o

organismo oferece para impedir ou eliminar a

infecção.

O NOVO HOSPEDEIRO

O NOVO HOSPEDEIRO

Resistência: • (espécie, raça, sexo, idade, exposição prévia ao agente, estado

nutricional e fisiológico, estresse, outros).

• Suscetibilidade natural x experimental (modelos)

PATOGENIA E RESPOSTA IMUNOLÓGICA

• Patogenia: mecanismo pelos quais os agentes

infecciosos produzem doença em seus hospedeiros.

• Resposta imunológica: conjunto de respostas do

hospedeiro à infecção vírica.

• Período de incubação: intervalo de tempo entre a

penetração do agente e o início dos sinais clínicos.

MECANISMOS DE MANUTENÇÃO DOS VÍRUS NA NATUREZA

• Infecções persistentes;

• Infecções latentes;

• Infecções de várias espécies animais;

• Infecções de vetores;

• Sobrevivência no meio ambiente.

INFECÇÕES PERSISTENTES

• Durante o período de infecção, o vírus fica

disponível no organismo do animal e pode ser

excretado de forma contínua.

Infecções persistentes de vírus de animais: vírus da anemia infecciosa equina (EIAV).

INFECÇÕES LATENTES

• Presença do genoma viral inativo, esporadicamente

a infecção latente pode ser reativada.

Infecções latentes de vírus animais: vírus da doença de Aujeszky (PRV).

INFECÇÕES DE VÁRIAS ESPÉCIES ANIMAIS

• Alguns agentes virais podem infectar mais de uma

espécie.

Ciclo natural dos alfavírus e WNV em animais silvestres e infecção acidental de

humanos e espécies domésticas.

INFECÇÕES DE VÁRIAS ESPÉCIES ANIMAIS

Evolução do vírus da influenza A H5N1por meio de infecções em várias

espécies.

SOBREVIVÊNCIA NO AMBIENTE

• Depende da estabilidade física da partícula viral;

• Condições ambientais: temperatura, umidade,

radiação solar, etc.

Sobrevivência ambiental dos vírus

animais: parvovírus canino (CPV).

DOENÇAS EM POPULAÇÕES

POPULAÇÃO

Grupo de indivíduos no qual se está estudando

aspectos relacionados à saúde e à doença.

População local: grupo de indivíduos que habita

uma determinada área, sujeito às mesmas

condições e cujos indivíduos interagem

frequentemente entre si.

POPULAÇÃO

• População de risco: parcela da população que é

susceptível à infecção ou enfermidade em

questão.

• População aberta: é aquela que não são impostas

restrições à movimentação.

• População fechada: grupos de animais mantidos

sob certo isolamento.

INCIDÊNCIA X PREVALÊNCIA

• Incidência: frequência relativa de novos casos da

doença que surgem em relação ao tempo.

• Prevalência: frequência relativa de casos de uma

doença em um determinado momento.

PADRÕES TEMPORAIS DE OCORRÊNCIA DAS DOENÇAS

•Doenças esporádicas;

•Doenças endêmicas;

•Doenças epidêmicas.

DOENÇAS ESPORÁDICAS

• Agente está sempre

presente na

população ou no

ecossistema.

DOENÇAS ENDÊMICAS

• Ocorrem continuamente, com frequência pouco

variáveis. • Presença do agente;

• O número / proporção adequado de hospedeiros;

• Presença de mecanismo de transmissão.

Cinomose e parvovirose em cães.

DOENÇAS EPIDÊMICAS

• Caracterizam pela ocorrência de um número

excessivo e inesperadamente alto de casos em um

determinado período em uma população.

DOENÇAS EPIDÊMICAS

• Febre aftosa nos EUA 2011. • Único caso em um país livre do agente.

• Surto de febre aftosa no RS em 2000.

• Epidemias de grandes proporções:

• SARS [2003 – 2004]: Ásia, Europa e Canadá

• Pandemias:

• HIV no mundo a partir da década de 80.

• Influenza H1N1 iniciou em abril de 2009.

DISTRIBUIÇÃO ESPECIAL DAS INFECÇÕES VÍRICAS

• Doenças víricas de distribuição mundial

• Doenças víricas com certa limitação geográfica

• Doenças víricas restritas geograficamente

• Áreas livres naturais

• Áreas livres artificiais

DOENÇAS VÍRICAS DE DISTRIBUIÇÃO MUNDIAL

• Viroses de animais de companhia;

• Cinomose, parvovirose

• Rinotraqueíte infecciosa felina

• BoHV-1

• BVDV

• Rotavirose

• Parvovirose suína

DOENÇAS VÍRICAS COM CERTA LIMITAÇÃO GEOGRÁFICA

• - Arboviroses

• Existência de condições climáticas.

• Dengue

• Febre amarela

• WNV

DOENÇAS VÍRICAS RESTRITAS GEOGRAFICAMENTE

• Limitadas a determinadas regiões ou países.

• Vírus Hendra: equinos na Austrália. • Paramyxoviridae; • Henipavirus; • Austrália – Brisbane – 1994; • Surto fatal de uma síndrome respiratória hiperaguda em equinos;

52

HENDRA 1994: Austrália: 21 cavalos e dois casos humanos

2008: Novo surto na Austrália

- Variam de doença gripal leve a

respiratória fatal ou doença

Neurológica.

- Doença neurológica

75% de letalidade.

ÁREAS LIVRES

NATURAIS

• Barreiras naturais que

dificultam a introdução.

• Austrália: livre de raiva

• Chile: manteve-se livre de

febre aftoso por décadas.

ARTIFICIAIS

• Erradicar viroses de seus

territórios.

• Peste suína clássica: sul do

Brasil.

• Febre aftosa: Europa

DOENÇAS VÍRICAS EMERGENTES

Doença nova causada por vírus nunca antes

descrito ou por mutação de um vírus já existente.

Doença infecciosa com incidência aumentada

nas últimas duas décadas ou que tendem a

aumentar no futuro.

OU

MECANISMOS DE SURGIMENTO

• Surgimento de vírus desconhecido pela evolução de nova variante viral;

• Introdução, no hospedeiro, de um vírus existente em outra

espécie (transposição da barreira de espécie);

• Disseminação de determinado vírus a partir de uma

pequena população humana ou animal, na qual este vírus

surgiu ou em que foi originalmente introduzido.

ALGUMAS CAUSAS

• Mobilidade urbana;

• Hábitos alimentares;

• Devastação de florestas;

• Crescimento de cidades limítrofes à áreas de florestas;

• Mutação de agentes.

VÍRUS CHIKUNGUNYA

• A febre chicungunha é uma doença viral

parecida com a dengue;

• Transmitida por mosquitos;

• Vírus RNA que pertence ao gênero Alphavirus

da família Togaviridae;

• Isolado pela primeira vez em 1952 na Tanzânia.

2005: costa do Quênia mais de 500 mil casos.

2006/10: ilhas do Oceano Indico mais de 1,39 milhão de pessoas.

VÍRUS CHIKUNGUNYA

• No Brasil:

458

330

2

17 3

2

2

2

3

2

2

2 3

828 Casos.

299 Casos autóctones.

MS, 2014

CHIKUNGUNYA

OBRIGADO

LABVIR

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