enciclopedia dos municípios brasileiros - alagoas e sergipe-parte01

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Edição do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica, Volume 19, dedicado aos estados de Alagoas e Sergipe, publicado em 1959 com dados relativos à economia, população, aspectos geográficos. Muito bem ilustrada, com cartografia simples. Rio de Janeiro. 1959. 491 pag. il.

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ARAUÁ - SE M a p a Munic ipa l n a pág. 383 do 4.O Vol.

HIST6RICO - Na primeira metade do século XIX, o território onde hoje está situado o município de Arauá pertencia ao município de Estância.

Segundo um trabalho do arauaense Dr. Urbano de Lima Neto, escrito por ocasião do centenário da cidade de Arauá - pelo meado do referido século, entre as bacias dos rios Limoeiro e Arauá, estendia-se um tabuleiro circun- dado por meia centena de engenhos de açúcar, e, por im- próprios os seus terrenos à cultura avassalante de cana-de- -açúcar, fora poupado pelos latifundiários vizinhos.

Aí, contudo, estabeleceram-se, em sítios, alguns pou- cos moradores, cujo número de casas, por aquela época, não ia além de uma vintena.

Sentindo então os prósperos e influentes senhores de engenho das redondezas a lonjura da sede do município (a cidade de Estância), "a boas quatro léguas, de caminho", onde, tão-sòmente, iam encontrar a igreja, a escola, o cemi- tério e outras instituições necessárias à vida humana, enten- deram de criar ali mesmo, onde se achavam, um centro de vida social, capaz de proporcionar todos êstes recursos e talvez onde pudesse surgir matéria para as conversações, dos fins-de-semana, nas rodas políticas ou sociais da bri- lhante sociedade estanciana.

Começaram por pleitear junto ao Presidente da Pro- víncia a criação de uma subdelegacia, que, instituída por Ato de 2 1 de dezembro de 1854, foi instalada, no mesmo núcleo de sítios do tabuleiro, onde, se não havia nenhum arruado, representava o único agrupamento demográfico de alguma densidade, existente naquelas paragens e que, por ficar à margem do riacho da Parida, deram-lhe o nome de arraial da Parida.

Sôbre as primeiras penetra~ões naqueles terrenos, que devem ter-se dado nos tempos recuados da colonização da zona do Piauí, encontramos uma carta de sesmaria, data- da de 5 de maio de 1596, expedida em favor de Sebastião de Brito e Francisco Soares, que obtiveram doação de ter- ras ao sul do rio Piauí, testando "com a dada de Jerônimo da Costa que está fronteiro de Bogio, da banda do sul".

Ficando a serra do Bogio próxima à cidade de Arauá, verifica-se terem sido talvez, êstes, os primeiros desbrava- dores do local, que, como vimos, por quase três séculos se-

Prefeitura Municipal

Vista parcial da cidade

guintes, permaneceu como região de fazendas de gado, de cultivo de cana, e de engenhos de açúcar.

Fundado o distrito policial do arraial da Parida, os mesmos habitantes da região que estavam interessados em desenvolver ali um centro de vida social aproveitaram logo no ano seguinte um acontecimento singular que en- cheu de notícias as páginas dos jornais da época - a pro- clama~áo, pela Igreja Católica, do dogma da Imaculada Conceição - e, sem mais tardar, alteraram o nome de sua povoação, para arraial de Nossa Senhora da Conceição da Parida.

Enquanto assim prestavam à Virgem a homenagem de espíritos cheios de fé, buscavam, no prestígio do nome, -conquistar para o lugar as graças dos podêres constituídos

Após isto dirigem-se em abaixo-assinado à Assembléia Legislativa Provincial, pedindo "a criação de um capelão que se encarregasse de ensinar primeiras letras", sendo a petição recebida pela Assembléia, em sessão de 13 de abril de 1855 e transformada em projeto de lei que, votado em regime de urgência, foi aprovado sem debate em todas as discussões, até ''Redação final", em 1P de maio de 1855.

Em 3 de maio do mesmo ano, pela Resolução n.O 423, foi criado o lugar de Capelão para o arraial. A escola foi criada um ano depois, pela Resolução de 22-3-1856.

Pela Resolução nP 510, de 22 de junho de 1858, foi criado o distrito de Paz do povoado da Parida, com os limi- tes marcados para a subdelegacia.

Sentindo-se a falta de uma igreja para os atos do culto, que vinham sendo celebrados em casa particular, com es- cândalo dos sentimentos religiosos da época, os moradores do lugar resolveram construir o seu templo católico, caben- do a iniciativa a Joaquim José de Góis, José Félix do Nas- cimento e seu irmão Tibúrcio Manoel do Nascimento.

O templo foi, porém, construído, mais ao norte do ar- raial, um quilômetro além, por não haver naquele Brea disponível para o planejamento de uma praça.

Ficou, assim, transferida a povoação para o ligeiro planalto, onde hoje está a cidade e onde já havia um so- brado que era de propriedade e residência de Joaquim Góis.

Em tôrno à igreja foi-se formando a praça com a edi- ficaçáo de novas casas e, já em 1864, erigiu-se a povoação em freguesia, pela Resolução n.O 678, de 8 de junho da- quele ano.

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