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DISCUSSÃO SOBRE DEMOCRACIA PARTICIPATIVA

ANA CHRISTINA OLSEN

LIDIANE APARECIDA BERTOLDO

PATRÍCIA GONÇALVES DE SOUZA

RESUMOEste trabalho traz uma resenha do artigo “Sobre a democracia participativa: Poulantzas,Mcpherson e Carole Pateman”, escrita por Assis Brandão para a Revista Serviço Sociale Sociedade número 54, onde o autor trata do tema Democracia Participativa na óticade três autores de grande representatividade. Segundo Brandão, a idéia de amplaparticipação ainda é uma utopia, porque o conceito de democracia na sociedademoderna está distorcido, ou seja, as atenções se voltam para as regras criadas peloscapitalistas, as quais protegem uma certa apatia com relação à importância e o caráterdecisivo da participação, desestimulam a participação popular direta que seria o ideal.Para colocar a democracia no centro da democracia diz ser preciso articular aparticipação representativa, institucional, direta e política. Tais idéias são discutidas noseu trabalho tendo como base Poulantzas, Mecpherson e Pateman, porém para se teruma base de estudo apresenta-se a idéia de democracia e participação separadamenteabrangendo seu conceito principal, além de uma abordagem frente a ConstituiçãoFederal do Brasil, onde apresenta a idéia de vivencia por parte dos cidadãos de umademocracia participativa frente as tomadas de decisões a nível de governo e políticassociais. Assim com três teóricos importantíssimos destacamos a idéia de democracia,com ênfase no autor citado acima

Palavras-chave: Democracia Participativa, Estado e Sociedade.

INTRODUÇÃO

Este trabalho é resultado de uma atividade desenvolvida na disciplina de Núcleo

Temático: Espaços participativos e demandas por cidadania. Tal trabalho tem o formato

de resenha, e seu objetivo central é a discussão de democracia, dando enfoque a

modalidade de democracia participativa.

OBJETIVOS

Temos como objetivo central deste trabalho estar discutindo a visão de

democracia participativa a partir de Assis Brandão sendo que este utiliza-se de três

autores diferentes para a elaboração de seu texto. Buscamos a compreensão do tema

para abordar sobre forma de resenha o que apresenta em seu texto. Buscamos como

objetivo num primeiro momento a discussão em sala de aula como indicação de estudo

e leitura para um conhecimento prévio da questão, passando assim a sua explanação

para grupos de interesse sobre o estudo.

DESENVOLVIMENTO

Historicamente a palavra Democracia significa “Governo do Povo” e foi usado

pela primeira vez no século V AC. pelo historiador grego Heródoto, combinando as

palavras gregas Demos que significa “o povo”, e Kratein que significa “governar”.

No quinto século AC Atenas emergiu como a mais proeminente “cidade-estado”

ou polis entre os muitos poderes gregos rivais. As comunidades urbanas gregas

adquiriram um crescente senso de identidade e solidariedade. Entretanto, tal sociedade

era claramente hierarquizada entre dirigentes (cidadãos) e os subalternos (escravos e

outras categorias de pessoas, como estrangeiros, mulheres, crianças e idosos) que não

participavam da vida pública.

O desenvolvimento da democracia de Atenas foi marcado por um processo de

continua mudança durante varias gerações. Problemas como tamanho, complexidade e

discordância na heterogeneidade política - fatores de grande importância para a teoria

democrática moderna - ainda não eram significativos na democracia clássica.

A democracia antiga consolidou-se assim, sob os termos da unidade,

solidariedade, participação direta e uma cidadania altamente restrita. O estado tinha

profunda influencia na vida de seus cidadãos e abarcava apenas uma parcela deles. A

igualdade política referia-se a uma forma de igualdade para aqueles com o mesmo

status (homem, adulto, proprietário e nascido em Atenas).

Desenvolvendo-se a noção de governar ou domínio, o significado pode ser

transmitido de forma mais precisa. Segundo o dicionário do pensamento social do

século XX, Democracia é um sistema político no qual o povo inteiro toma e tem direito

de tomar, as decisões básicas determinantes a respeito de questões importantes de

políticas públicas.

A democracia da Grécia Antiga era uma Democracia Direta, onde o povo

governa de modo efetivo, reunindo-se e tomando diretamente as decisões básicas.

Esta forma de Democracia nunca perdeu sua influência sobre o pensamento

democrático atual.

A forma predominante de Democracia nos dias de hoje é a Democracia Liberal.Seus defensores acreditam que ela é o único tipo de democracia, nela o governo eleito

expressa a vontade do povo, mas seu poder é, não obstante, limitado.

Conceituando participação podemos dizer que esta Não consiste somente na

atuação da própria sociedade, mas também no incentivo e fiscalização, por parte dela,

das ações desenvolvidas por Estado e mercado. A população não pode permitir que as

atividades estatais indispensáveis deixem de ser cumpridas, ou que diminua a

participação das empresas em projetos públicos. Em outras palavras, participação deve

ser entendida por crescimento qualitativo e quantitativo dos programas geridos pela

sociedade e fiscalização e incentivo, por parte desta, do aprimoramento das funções do

Estado e aumento da colaboração do Segundo Setor. Na prática, caberia a ela

demonstrar que a busca do bem comum leva ao benefício individual, e não vice-versa.

A democracia participativa, por seu potencial mobilizador e conscientizador,

permite aos cidadãos desvendar o Estado, gerí-lo e estabelecer um efeito

demonstração para outros setores da sociedade traduzirem este método para suas

esferas da luta política e da competência administrativa. Nosso objetivo é estabelecer a

ligação entre as questões teórico-programáticas e nosso método de construção de uma

experiência de democracia participativa em seus elementos constitutivos.

Nossa convicção funda-se no processo histórico que nos ensina que não há

verdades eternas e absolutas nas relações entre a sociedade e o Estado. Estas se

fazem e se refazem pelo protagonismo dos seres sociais. A busca de uma democracia

substantiva, participante, regida por princípios éticos de liberdade e igualdade social

continua sendo nosso horizonte histórico e nossa utopia para a humanidade.

Nesta ótica a Democracia não se limita ao mero conceito político abstrato e

estático, mas á um processo de afirmação do povo, de garantia dos direito

fundamentais que o povo vai conquistando no decorrer da história, no que tange a

tomada de decisões, esses direitos originam-se de um sistema de regras básicas, tais

como, a Constituição.

No Brasil o processo constituinte de 1987-1988 transcorreu sob o signo das

lutas pela democratização do país e pela conseqüente extensão da cidadania plena dos

trabalhadores e excluídos.

Nesta esteira e ao menos nominalmente, a “Constituição Cidadã” apresenta

conteúdos, que, à data de sua promulgação se revelaram altamente promissores. A

Carta Federal vigente seria uma panacéia para o desenvolvimento da democracia

participativa a partir de uma democracia semidireta face aos seguintes dispositivos:

Art. 1º.- A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos

Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de

Direito e tem como fundamentos:

[...]

Parágrafo único. - Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de

representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Art. 14. - A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto

direto e secreto, com igual valor para todos, e, nos termos da lei, mediante:

I - plebiscito;

II - referendo;

III - iniciativa popular

Neste processo de redemocratização do Brasil, consagrou-se como obrigatória

a presença da sociedade civil no processo de elaboração e implementação,

principalmente das políticas sociais. Essa ênfase na chamada democracia participativa

marca a fase mais inovadora no processo de consolidação da democracia entre nós.

Por isso essa participação assume condição importante para compreendermos a

natureza da democracia em construção. Isso quando partimos do suposto de que a

participação pode ajudar a consolidar tendências distintas, seja na direção da

ampliação/aprofundamento da democracia, seja na redução de intensidade.

Mas, infelizmente, atrás destas normas constitucionais transladadas não havia,

como ainda não há, animando-a e dando-lhe vida, a vontade política da Nação.

Justifica-se tal comportamento por não se tratar de avanço constitucional conquistado

no debate ou pela luta, mas, de concessão do constituinte progressista, que talvez mais

se deva a descuido dos conservadores, mais preocupados com as questões objetivas

da ordem econômica e social.

E é justamente sobre Democracia Participativa que Assis Brandão vem tratar

em seu artigo apresentado à Revista Serviço Social e Sociedade, número 54, de julho

de 1997, cujo tema central da mesma se focava na descentralização, cidadania e

participação.

Assis Brandão em seu trabalho trata do conceito de Democracia Participativa na

visão de Poulantzas, Macpherson e Carole Pateman. A estrutura do texto segue uma

lógica de expor criticamente o assunto, baseando-se no pensamento desses três

autores, que ele usou como referência para sobrepor sua idéia.

No texto Brandão faz um breve comentário sobre Democracia Participativa na

década de 60 e 70, onde o Brasil sofreu uma forte crise, no que se refere a participação

da população isto em conseqüência da Ditadura, que teve seu ápice nesta fase. No

entanto, faz um recorte teórico embasando a discussão nas idéias de cada autor

trabalhado.

Discute sobre cada autor numa ordem que diz ser valorativa quanto a

representação de cada um, com relação ao tema. Segue uma linha padrão de cada

autor citado, fazendo um breve histórico sobre a influência que estes sofrem. Feito isto,

discute o tema proposto, o que facilita a compreensão para o leitor, devido as breves

instruções e dicas que expõe antecipadamente. Assis Brandão também coloca seu

ponto de vista, questionando e clareando as interpretações.

Brandão demonstra a não imparcialidade na escolha dos autores, visto que se

utiliza do pensamento destes para defender e afirmar aquilo que pensa. Com relação a

linguagem utilizada pode-se dizer ser extremamente conceitual, o que deixa o texto

denso, porém, tal texto torna-se referência base para o estudo deste tema.

Quando fala de Poulantzas, aponta conceitos deste que se mostram obscuros e

sem indicações sugestivas, e de forma meio que intencional, cita a influência de

Norberto Bobbio sobre este autor. Assis Brandão sugere o entendimento das idéias de

Bobbio para compreender com profundidade da visão de Poulantzas.

Poulantzas abandona o campo do lenismo, o qual sempre defendeu, e passa

então a discutir Democracia Participativa, numa visão contrária ao que sempre

defendeu.

Trabalha evitando duas alternativas: a Social Democracia, em que caminha no

sentido de acolher a Democracia Participativa, o que permite uma edificação de uma

estrutura estatal bastante ampla, convivendo com uma organização parlamentar de

estilo liberal que teria apatia às massas. A outra alternativa, que crítica, é o Socialismo-

Real que atende uma organização de Democracia Direta definida pela existência do

mandato imperativo e pela revogação dos mandatos, que após um tempo se

transformaria numa ditadura estadista, impedindo a participação das massas.

Poulantzas procura estabelecer uma teoria de Democracia Participativa, de

construção do socialismo que envolvia, simultaneamente, a transformação radical do

Estado e a existência de um amplo movimento de participação da cidadania. Ele

defende a existência de uma Democracia Participativa transformada, onde o

parlamento não funcionaria nos mesmos modelos do parlamento burguês. Segundo

Brandão, (1997, p 115) “Não há socialismo democrático sem pluralismo, sem

liberdades políticas, e estas exigiriam instituições que as defendessem. O parlamento

tradicionalmente vem fazendo este papel. No socialismo, segundo Poulantzas, ainda

nas pegadas de Bobbio, ele poderia continuar a fazê-lo, mesmo não sendo ele um

parlamento exatamente igual ao existente nas sociedades burguesas”.

No entanto para tal feito, é preciso travar uma luta política dentro do próprio

estado, que seja capaz de modificar as relações de forças, como também mudar a sua

estrutura organizativa, tornando cada vez mais democrático o aparelho estatal.

Esta idéia de Democracia Participativa se caracteriza pela existência do

mandato livre e pela não revogabilidade dos mandatos, ao contrário da democracia

direta. Segundo Poulantzas, a articulação entre as democracias teria o sentido de

apontar dentro de um Prazo indeterminado e imprevisível para o próprio

desaparecimento do Estado.

Enfim, Poulantzas coloca que, para se alcançar o socialismo democrático é

necessário à ampla participação das massas, no que tange a ampliação da Democracia

através da difusão das diversas instâncias de representação. Ele propõe rupturas no

interior e no exterior do Estado através de lutas de classes quebrando assim princípios

que foram legalizados e redefinindo-os, ocorrendo um amplo movimento popular que

deve surgir da base da sociedade através dos diversos movimentos, como exemplo o

movimento dos operários fabris, estudantil, regionalista e feminista.

Assis Brandão aponta o pensamento de Macpherson de forma bastante crítica,

demonstrando certas lacunas no pensamento deste teórico, o que é essencial para o

leitor que não conhece na integra a obra citada. Brandão, de forma precisa, demonstra

a mudança de pensamento de Macpherson com relação aos livros: “A democracia

Liberal” e a “Ascensão e queda de Justiça Econômica e outros ensaios”. Neles, o autor,

passa de uma visão otimista para uma pessimista, sobre a participação democrática, na

sociedade ocidental, possibilitando a quem lê entender a complexidade da discussão.

Macpherson, que é socialista e liberal, afirma que o Estado liberal-democrático

está em crise de legitimação nas sociedades modernas, e que a relação, capitalismo e

democracia, nunca foi tranqüila. No entanto, a importância desta discussão se tornou

secundária, tendo em vista a relevância da questão da paz, isto é, as pessoas

começam a viver em extrema insegurança, e a partir desta constatação, não se pode

mais alimentar expectativas quanto uma teoria do dever individual, mas é necessário

adotar uma política mais ampla e global.

Diante do exposto acima, Macpherson passa a defender uma Democracia

Participativa. Contudo percebe que este pensamento não é compartilhado por todos, e

que principalmente, nas décadas de 50 e 60, muitos autores procuraram separar a

Democracia da idéia da ampla participação popular, e para estes a “democracia rima

mais com apatia do que com participação”. (Brandão, 1997, p.120)

Diante de outros autores, Macpherson entende que, democracia e participação

estão intrinsecamente relacionados, mas para tal existir, é necessária uma sociedade

mais igualitária. O autor entende que não é possível extinguir a representatividade

através de governo eleito, mas é necessário responsabilidade e ética por parte dos

políticos.

Outro ponto de destaque do pensamento Marcphesiano é a questão da

necessidade de cumprir dois requisitos para se alcançar a Democracia Participativa.

Um dos requisitos é a mudança de consciência das massas, de consumidor para

executor e desfrutador de seu trabalho, e o outro é que para tal objetivo, de mudar a

consciência e com isso diminuir a desigualdade, é preciso a participação da cidadania.

Dois modelos são apresentados, por Macpherson sobre Democracia

Participativa. O primeiro modelo se caracteriza por um sistema piramidal, com

democracia direta na base e democracia por delegação em cada nível depois desta

base, ou seja, uma democracia direta. Já no segundo modelo é conciliada a estrutura

piramidal com o sistema multipartidário, desta forma, configura-se uma democracia

direta na base e representativa em cada nível superior.

“Alguns anos depois, em Ascensão e queda da justiça Econômica e outrosensaios, Macpherson abandona o seu otimismo exposto ao longo de A democracialiberal, tornando-se bastante pessimista em relação à construção de uma Democracia

Participativa nas sociedades democráticas ocidentais. O fundamento do seu

pessimismo se encontra na análise que o autor realiza dos grupos de pressão

existentes nessas sociedades em relação à sua ação para a transformação das

mesmas em sociedades participativas. Os grupos são divididos em dois amplos

agrupamentos: os grupos de pressão desenvolvimentistas e os de pressão

possessivos.” Brandão (1997, p.124).

Assis Brandão ao citar Carole Pateman não se prolonga tanto na discussão,

quanto nos outros dois autores, até por que o pensamento de Pateman não segue a

mesma lógica dos anteriores, visto que Poulantzas e Macpherson pautam sua

discussão na estruturação e diretrizes para efetividade da democracia. Ao colocar as

idéias de Pateman, abrange a discussão, conseguindo comparar o trabalho de Carole

com o de Poulantzas e Macpherson. O que é muito importante, pois, clarifica tanto a

visão da autora em questão como dos outros autores.

Para Carole Pateman a Democracia Participativa depende de dois fatores

essenciais: a função de pedagogia política e o caráter fundamental da história em

relação à participação democrática. Para a autora, essa função pedagógica se

expressa através da participação, que os indivíduos adquirem com o conhecimento

político, fortalecendo a sua responsabilidade e auto-estima política.Ao falar de

pedagogia política Brandão (1997, p. 127) explicita que “Ela desenvolve a

autoconfiança dos indivíduos em relação à consecução dos fins almejados por suas

ações. Um pouco é como se a participação desenvolvesse o censo de eficácia e a

auto-estima dos indivíduos que, em troca, se empenham ainda mais, exatamente por

se sentirem mais autoconfiantes e terem maior clareza sobre os resultados da sua

atuação”.

O caráter industrial significa que a participação deve explorar as estruturas do

Estado e invadir a indústria, que é à base do sistema capitalista atual. Pois, como o

trabalhador passa grande parte do tempo nas indústrias, à participação possibilita a

tomada de decisões, que gera, por conseqüência, uma igualdade sócio-econômica.

Desta forma, pode-se entender que “A indústria é o centro da sociedade capitalista e é

lá que os trabalhadores passam a maior parte de seu tempo. A participação na

indústria, por esta razão, abriria amplas possibilidades para que o trabalhador se

tornasse um cidadão com atuação ativa”. Brandão (1997 p.127).

CONCLUSÃO

Enfim, na conclusão do artigo, Assis Brandão utiliza-se da comparação,

demonstrando os pontos de divergência e convergência entre os três autores. Esta fase

é crucial para o entendimento do texto, pois ele vai amarrando a idéia central de cada

autor. Feito isto, faz suas considerações, quando demonstra não ter sido imparcial na

escolha dos autores, visto que, se utiliza do pensamento destes para defender e afirmar

aquilo que pensa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRANDÃO, Assis. Sobre a democracia participativa: Poulantzas, Macpherson e

Carole Pateman. In: Revista Serviço Social e Sociedade, nº 54, Ano XVIII, Cortez: São

Paulo, 1997, p. 113-131.

BOTTOMORE, Tom e OUTHWAITE, Willian.Dicionário do pensamento social do

Século XX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 1996. p. 179-182

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