direito civil iv - aula 26 usufruto (cont.), uso, habitação, concessões
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“A avareza é um tirano bem cruel; manda juntar e proíbe o uso daquilo que se junta; visita o e proíbe o uso daquilo que se junta; visita o desejo e interdiz o gozo”
PLUTARCO
Recapitulando
• Extinção da servidão:
▫ Renúncia pelo dono do prédio dominante
▫ Frustração do objeto da servidão
▫ Resgate pelo dono do prédio serviente
▫ Confusão real
▫ Contrato que suprima as obras
▫ Não uso por dez anos
▫ Desapropriação
Recapitulando
• Usufruto▫ Partes:
� Usufrutuário� Usufrutuário� Nu-proprietário
▫ Usufruto ≠ Locação, Comodato, Superfície▫ Classificação:
� Quanto ao modo de instituição: legal, voluntário, misto ou judicial
� Quanto ao objeto: próprio ou impróprio� Quanto à extensão: total ou parcial� Quanto à duração: temporário ou vitalício
Recapitulando
• Usufruto
▫ Quando de imóveis, constitui-se por meio de registro
▫ Em regra, se estende aos acessórios
▫ Intransmissível, mas seu exercício pode ser cedido
▫ Dá direito à posse, uso, administração e percepção
dos frutos
Direito Civil IV - Direito das CoisasDireito Civil IV - Direito das CoisasUsufruto (cont.)
Deveres do usufrutuário
“Art. 1.400. O usufrutuário, antes de assumir o usufruto, inventariará, à sua custa, os bens que receber, determinando o estado em que se acham”
600
receber, determinando o estado em que se acham”
• Prestação de contas que deve ser arcada pelo usufrutuário, dispensável em caso de imóveis � se constar do próprio título do usufruto
• Sem inventário � presunção iuris tantum de que os bens foram recebidos em bom estado de conservação
Deveres do usufrutuário
“Art. 1.400. O usufrutuário (...) dará caução,
fidejussória ou real, se lha exigir o dono, de
601
fidejussória ou real, se lha exigir o dono, de
velar-lhes pela conservação, e entregá-los findo o
usufruto”
• Caução garante a conservação e a entrega da
coisa ao fim do usufruto
Deveres do usufrutuário
“Art. 1.400. (...) Parágrafo único. Não é obrigado
à caução o doador que se reservar o usufruto da
602
à caução o doador que se reservar o usufruto da
coisa doada”
• Usufruto deducto não obriga o ex-proprietário
que se reservou o usufruto a dar garantias
Deveres do usufrutuário
“Art. 1.401. O usufrutuário que não quiser ou não puder dar caução suficiente perderá o direito de administrar o usufruto; e, neste caso, os bens serão administrados pelo
603
usufruto; e, neste caso, os bens serão administrados pelo proprietário, que ficará obrigado, mediante caução, a entregar ao usufrutuário o rendimento deles, deduzidas as despesas de administração, entre as quais se incluirá a quantia fixada pelo juiz como remuneração do administrador”
• Usufrutuário que não prestar caução receberá apenas o rendimento dos bens
Deveres do usufrutuário
“Art. 1.402. O usufrutuário não é obrigado a
pagar as deteriorações resultantes do exercício
604
pagar as deteriorações resultantes do exercício
regular do usufruto”
• Logo, exercício irregular gera obrigação de pagar
• Norma de ordem privada que pode ser
convencionada de forma contrária
Direitos e deveres do usufrutuário
“Art. 1.403 Incumbem ao usufrutuário:
605
“Art. 1.403 Incumbem ao usufrutuário:
I - as despesas ordinárias de conservação dos
bens no estado em que os recebeu”
• Despesas naturais da posse direta e uso da coisa
Direitos e deveres do usufrutuário
“Art. 1.403 Incumbem ao usufrutuário: (...)
II - as prestações e os tributos devidos pela posse
606
II - as prestações e os tributos devidos pela posse
ou rendimento da coisa usufruída”
• Incluem-se as despesas ordinárias de
condomínio
• Tributos: IPTU, ITR
Deveres do usufrutuário
“Art. 1.404. Incumbem ao dono as reparações extraordinárias e as que não forem de custo módico; mas o usufrutuário lhe pagará os juros do capital despendido
607
o usufrutuário lhe pagará os juros do capital despendido com as que forem necessárias à conservação, ou aumentarem o rendimento da coisa usufruída”
• Nu-proprietário deve pagar as reparações extraordinárias e que não forem de custo módico▫ Se tais despesas forem necessárias à conservação ou
aumentarem o rendimento da coisa � usufrutuário pagará os juros do capital investido
Deveres do usufrutuário
“Art. 1.404. (...) § 1o Não se consideram módicas
as despesas superiores a dois terços do líquido
608
as despesas superiores a dois terços do líquido
rendimento em um ano”
• Despesas extraordinárias são superiores a dois
terços do rendimento líquido anual
Deveres do usufrutuário
“Art. 1.404. (...) § 2º Se o dono não fizer as
reparações a que está obrigado, e que são
indispensáveis à conservação da coisa, o
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indispensáveis à conservação da coisa, o
usufrutuário pode realizá-las, cobrando daquele
a importância despendida”
• Nu-proprietário sempre deverá fazer as
reparações a que está obrigado, ou indenizá-las
Deveres do usufrutuário
“Art. 1.405. Se o usufruto recair num patrimônio,
ou parte deste, será o usufrutuário obrigado aos
juros da dívida que onerar o patrimônio ou a
610
juros da dívida que onerar o patrimônio ou a
parte dele”
• Aplicável apenas a casos de universalidade
jurídica de bens � juros de financiamento a
cargo do usufrutuário
Deveres do usufrutuário
“Art. 1.406. O usufrutuário é obrigado a dar
611
“Art. 1.406. O usufrutuário é obrigado a dar
ciência ao dono de qualquer lesão produzida
contra a posse da coisa, ou os direitos deste”
• Boa-fé objetiva: dever anexo de informação
Deveres do usufrutuário
“Art. 1.407. Se a coisa estiver segurada, incumbe
ao usufrutuário pagar, durante o usufruto, as
contribuições do seguro”
612
contribuições do seguro”
• Não há obrigação de fazer o seguro da coisa
usufruída
▫ Se feito, quem deve pagar é o usufrutuário �
despesa ordinária que decorre do uso da coisa
Deveres do usufrutuário
“Art. 1.407. (...) § 1º Se o usufrutuário fizer o
seguro, ao proprietário caberá o direito dele
613
seguro, ao proprietário caberá o direito dele
resultante contra o segurador”
• Indenização diz respeito à perda da coisa �
coisa é de propriedade do nu-proprietário
Deveres do usufrutuário
“Art. 1.407. (...) § 2º Em qualquer hipótese, o
direito do usufrutuário fica sub-rogado no valor
614
direito do usufrutuário fica sub-rogado no valor
da indenização do seguro”
• Qualquer prejuízo do usufrutuário deve estar
compreendido na indenização do seguro
Deveres do usufrutuário
“Art. 1.408. Se um edifício sujeito a usufruto for destruído sem culpa do proprietário, não será este obrigado a reconstruí-lo, nem o usufruto se
615
obrigado a reconstruí-lo, nem o usufruto se restabelecerá, se o proprietário reconstruir à sua custa o prédio; mas se a indenização do seguro for aplicada à reconstrução do prédio, restabelecer-se-á o usufruto”
• Usufruto somente se restabelece se indenização do seguro for utilizada na reconstrução do prédio
Deveres do usufrutuário
“Art. 1.409. Também fica sub-rogada no ônus do
usufruto, em lugar do prédio, a indenização
paga, se ele for desapropriado, ou a importância
616
paga, se ele for desapropriado, ou a importância
do dano, ressarcido pelo terceiro responsável no
caso de danificação ou perda”
• Usufrutuário tem direito à indenização na
medida do seu direito
Direitos e deveres do nu-proprietário
• Código Civil não trata do assunto
617
• Código Civil não trata do assunto
• Basta analisar os direitos e deveres do
usufrutuário para se chegar aos direitos e
deveres do nu-proprietário
Extinção do usufruto
“Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis:I - pela renúncia ou morte do usufrutuário;II - pelo termo de sua duração;
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III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer;IV - pela cessação do motivo de que se origina;V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409;VI - pela consolidação;VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395;VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399)”
• Hipóteses de extinção do usufruto
Extinção do usufruto
“Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis:
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário”
619
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário”
• Renúncia = resilição unilateral▫ Não se admite a renúncia in favorem
• Morte do usufrutuário extingue tanto o usufruto vitalício quanto temporário▫ Morte do nu-proprietário não extingue o usufruto
Extinção do usufruto
“Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: (...)
620
(...)
II - pelo termo de sua duração”
• Caso de extinção de usufruto temporário
• Doutrina aponta possibilidade de extinção por condição resolutiva
Extinção do usufruto
“Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: (...)III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de
621
III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer”
• Prazo máximo de duração de usufruto para pessoa jurídica é 30 anos▫ CC/1916 previa o prazo de 100 anos (“prazo secular”)
Extinção do usufruto
“Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: (...)
622
(...)
IV - pela cessação do motivo de que se origina”
• Motivo: cláusula geral
• Exemplo: usufruto dos pais sobre os bens do filho menor
Extinção do usufruto
“Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o
registro no Cartório de Registro de Imóveis: (...)
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registro no Cartório de Registro de Imóveis: (...)
V - pela destruição da coisa, guardadas as
disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409”
• Disposições mencionadas referem-se à coisa
segurada
Extinção do usufruto
“Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o
registro no Cartório de Registro de Imóveis: (...)
624
VI - pela consolidação”
• Confusão das qualidades de nu-proprietário e de
usufrutuário na mesma pessoa
▫ Sucessão
▫ Aquisição da nu-propriedade pelo usufrutuário
Extinção do usufruto
“Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: (...)VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora,
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VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395”
• Jurisprudência vem ampliando as hipóteses• Culpa lato sensu
▫ Usufrutuário responde por perdas e danos
Extinção do usufruto
“Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o
registro no Cartório de Registro de Imóveis: (...)
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VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o
usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399)”
• Qual o prazo?
▫ Dez anos: SILVIO VENOSA, GUSTAVO TEPEDINO
▫ Não há prazo: CHAVES & ROSENVALD, FLÁVIO TARTUCE
Extinção do usufruto
III Jornada de Direito Civil - Enunciado 252: “A extinção do usufruto pelo não-uso, de que trata o art. 1.410, inc. VIII, independe do prazo previsto no art. 1.389, inc. III,
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VIII, independe do prazo previsto no art. 1.389, inc. III, operando-se imediatamente. Tem-se por desatendida, nesse caso, a função social do instituto”
• Aplicação do princípio da função social da posse, prevalecendo o requisito qualitativo sobre quantitativo
• Não se presume o não uso, e o registro sempre deve ser cancelado
Extinção do usufruto
“Art. 1.411. Constituído o usufruto em favor de duas ou mais pessoas, extinguir-se-á a parte em relação a cada uma das que falecerem, salvo se, por
628
cada uma das que falecerem, salvo se, por estipulação expressa, o quinhão desses couber ao sobrevivente”
• Regra geral: morte de um usufrutuário extingue o usufruto apenas em relação a ele � consolidação parcial da propriedade plena▫ Exceção: direito de acrescer expressamente previsto
Direito Civil IV – Direito das CoisasDireito Civil IV – Direito das CoisasUso
Uso
• Pode ser constituído de forma gratuita ou
onerosa
630
onerosa
▫ Cessão apenas do atributo de utilizar a coisa móvel
ou imóvel
• “Usufruto anão”, “usufruto nanico”, “usufruto
reduzido”
Uso
• Partes:
631
▫ Proprietário, que faz a cessão real da coisa
▫ Usuário, que tem o direito personalíssimo de
utilização da coisa
• Se sobre imóvel, deve ser registrado no CRI
Uso
“Art. 1.412. O usuário usará da coisa e perceberá
os seus frutos, quanto o exigirem as necessidades
632
os seus frutos, quanto o exigirem as necessidades
suas e de sua família”
• Fruição somente possível para atender
necessidades básicas da família � ideia de
patrimônio mínimo
Uso
“Art. 1.412. (...) § 1o Avaliar-se-ão as necessidades
pessoais do usuário conforme a sua condição
633
pessoais do usuário conforme a sua condição
social e o lugar onde viver”
• Variáveis:
▫ Condição social
▫ Local
Uso
“Art. 1.412. (...) § 2o As necessidades da família do
usuário compreendem as de seu cônjuge, dos filhos
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solteiros e das pessoas de seu serviço doméstico”
• Família inclui cônjuge, filhos solteiros e empregados
domésticos
▫ Críticas da doutrina moderna quanto ao conceito de
família desvinculado do princípio da afetividade
Uso
“Art. 1.413. São aplicáveis ao uso, no que não for
635
“Art. 1.413. São aplicáveis ao uso, no que não for
contrário à sua natureza, as disposições relativas
ao usufruto”
• Exemplo dos casos de extinção do usufruto
Direito Civil IV – Direito das CoisasDireito Civil IV – Direito das CoisasHabitação
Habitação
• Mais restrito dos direitos reais de fruição
▫ Cede-se apenas uma parte do atributo de usar:
637
direito de habitar o imóvel
• Partes:
▫ Proprietário, que transmite o direito
▫ Habitante, que tem o direito de moradia em seu
benefício
Habitação
• Origem:
638
• Origem:
▫ Legal
▫ Convencional
� Inter vivos
� Testamento
Habitação legal
“Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito
639
da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar”
• Não importa se o imóvel é comum ou exclusivamente do falecido � proteção ao direito de moradia
Habitação legal
III Jornada de Direito Civil - Enunciado 271: “O
cônjuge pode renunciar ao direito real de
habitação nos autos do inventário ou por
640
habitação nos autos do inventário ou por
escritura pública, sem prejuízo de sua
participação na herança”
• Críticas de parte da doutrina, que entende ser o
direito real de habitação irrenunciável
Habitação legal
I Jornada de Direito Civil - Enunciado 117: “O direito real de habitação deve ser estendido ao companheiro, seja por não ter sido revogada a
641
companheiro, seja por não ter sido revogada a previsão da Lei n. 9.278/96, seja em razão da interpretação analógica do art. 1.831, informado pelo art. 6º, caput, da CF/88”
• Razões:▫ Lei nº 9.278/96 previa o direito real de habitação▫ Prevalência do direito constitucional à moradia
Habitação
“Art. 1.414. Quando o uso consistir no direito de
habitar gratuitamente casa alheia, o titular deste
642
direito não a pode alugar, nem emprestar, mas
simplesmente ocupá-la com sua família”
• Gratuidade é característica do instituto
• Caráter personalíssimo da obrigação
▫ Vedação ao direito real de habitação de segundo grau
Habitação
“Art. 1.415. Se o direito real de habitação for conferido a mais de uma pessoa, qualquer delas que sozinha habite a casa não terá de pagar aluguel à
643
sozinha habite a casa não terá de pagar aluguel à outra, ou às outras, mas não as pode inibir de exercerem, querendo, o direito, que também lhes compete, de habitá-la”
• Direito real de habitação simultâneo �
compartilhamento compulsório do imóvel
Habitação
“Art. 1.416. São aplicáveis à habitação, no que
não for contrário à sua natureza, as disposições
644
não for contrário à sua natureza, as disposições
relativas ao usufruto”
• STJ entende que renúncia ao direito de usufruto
não atinge o direito de habitação, que seria
irrenunciável
Direito Civil IV – Direito das CoisasDireito Civil IV – Direito das CoisasConcessões especiais de uso e para fins de moradia
Introdução
“Art. 1.225. São direitos reais:XI - a concessão de uso especial para fins de
646
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia;XII - a concessão de direito real de uso”
• Lei nº 11.481/2007 adicionou dois novos direitos reais ao Código Civil
Introdução
• Referência a áreas públicas geralmente invadidas
647
• Referência a áreas públicas geralmente invadidas e urbanizadas por favelas
• Alternativas de regularização fundiária possível, já que não se adquire área pública por usucapião
Concessão de direito real de uso
Decreto-lei nº 271/67, “Art. 7º É instituída a concessão de uso de terrenos públicos ou particulares remunerada ou gratuita, por tempo certo ou indeterminado, como direito real resolúvel, para
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tempo certo ou indeterminado, como direito real resolúvel, para fins específicos de regularização fundiária de interesse social, urbanização, industrialização, edificação, cultivo da terra, aproveitamento sustentável das várzeas, preservação das comunidades tradicionais e seus meios de subsistência ou outras modalidades de interesse social em áreas urbanas”
• Natureza híbrida com características da superfície e do uso, realizada pelo Poder Público
Concessão de direito real de uso
Decreto-lei nº 271/67, “Art. 7º (...) § 1º A
concessão de uso poderá ser contratada, por
instrumento público ou particular, ou por simples
649
instrumento público ou particular, ou por simples
têrmo administrativo, e será inscrita e cancelada
em livro especial”
• Inscrição em livro do Cartório de Registro de
Imóveis
Concessão de direito real de uso
Decreto-lei nº 271/67, “Art. 7º (...) § 2º Desde a inscrição da concessão de uso, o concessionário fruirá plenamente do terreno para os fins estabelecidos no
650
plenamente do terreno para os fins estabelecidos no contrato e responderá por todos os encargos civis, administrativos e tributários que venham a incidir sôbre o imóvel e suas rendas”
• Exemplo: impostos prediais ficarão a cargo do concessionário
Concessão de direito real de uso
Decreto-lei nº 271/67, “Art. 7º (...) § 3º Resolve-se a concessão antes de seu têrmo, desde que o concessionário dê ao imóvel destinação diversa da
651
concessionário dê ao imóvel destinação diversa da estabelecida no contrato ou têrmo, ou descumpra cláusula resolutória do ajuste, perdendo, neste caso, as benfeitorias de qualquer natureza”
• Extinção da concessão por (i) destinação diversa dada ao imóvel ou (ii) descumprimento de cláusula
Concessão de direito real de uso
Decreto-lei nº 271/67, “Art. 7º (...) § 4º A concessão de uso, salvo disposição contratual em contrário, transfere-se por ato inter vivos, ou por sucessão legítima ou testamentária,
652
ato inter vivos, ou por sucessão legítima ou testamentária, como os demais direitos reais sôbre coisas alheias, registrando-se a transferência”
• Concessão não possui caráter personalíssimo
• “Como os demais direitos reais sobre coisas alheias” �impropriedade da lei, pois usufruto não se transmite
Concessão de direito real de uso
Decreto-lei nº 271/67, “Art. 7º (...) § 5º Para efeito de aplicação do disposto no caput deste artigo, deverá ser observada a anuência prévia:
653
I - do Ministério da Defesa e dos Comandos da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, quando se tratar de imóveis que estejam sob sua administração; eII - do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência de República, observados os termos do inciso III do § 1º do art. 91 da Constituição Federal”
• Anuência necessária por conta dos interesses envolvidos
Concessão de direito real de uso
Decreto-lei nº 271/67, “Art 8º É permitida a
concessão de uso do espaço aéreo sôbre a superfície de
654
terrenos públicos ou particulares, tomada em
projeção vertical, nos têrmos e para os fins do artigo
anterior e na forma que fôr regulamentada”
• Aproximação com o instituto da superfície no
Estatuto da Cidade
Concessão de uso especial para fins de moradia
Medida Provisória nº 2.220/2001, “Art. 1º Aquele que, até 30 de junho de 2001, possuiu como seu, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, até duzentos e
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ininterruptamente e sem oposição, até duzentos e cinqüenta metros quadrados de imóvel público situado em área urbana, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, tem o direito à concessão de uso especial para fins de moradia em relação ao bem objeto da posse, desde que não seja proprietário ou concessionário, a qualquer título, de outro imóvel urbano ou rural”
• Não se trata de usucapião urbana: “imóvel público”
Concessão de uso especial para fins de moradia
656
• Natureza: cessão de moradia próxima ao direito
real de habitação, mas em imóvel público e sem
o caráter personalíssimo
Concessão de uso especial para fins de moradia
Medida Provisória nº 2.220/2001, “Art. 1º (...) § 1o A concessão de uso especial para fins de moradia será conferida de forma gratuita ao homem ou à mulher,
657
conferida de forma gratuita ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.§ 2o O direito de que trata este artigo não será reconhecido ao mesmo concessionário mais de uma vez”
• Qualquer pessoa pode receber a concessão, desde que não detenha outra
Concessão de uso especial para fins de moradia
Medida Provisória nº 2.220/2001, “Art. 1º (...) § 3º
Para os efeitos deste artigo, o herdeiro legítimo
continua, de pleno direito, na posse de seu
658
continua, de pleno direito, na posse de seu
antecessor, desde que já resida no imóvel por
ocasião da abertura da sucessão”
• Repetição de regra relativa à usucapião especial
urbana
Concessão de uso especial para fins de moradia
Medida Provisória nº 2.220/2001, “Art. 2º Nos imóveis de que trata o art. 1º, com mais de duzentos e cinqüenta metros quadrados, que, até 30 de junho de 2001, estavam ocupados por população de baixa renda para sua moradia, por cinco anos,
659
população de baixa renda para sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos ocupados por possuidor, a concessão de uso especial para fins de moradia será conferida de forma coletiva, desde que os possuidores não sejam proprietários ou concessionários, a qualquer título, de outro imóvel urbano ou rural”
• Similaridade com regra relativa à usucapião urbana coletiva
Concessão de uso especial para fins de moradia
Medida Provisória nº 2.220/2001, “Art. 4º No
caso de a ocupação acarretar risco à vida ou à
saúde dos ocupantes, o Poder Público garantirá
660
saúde dos ocupantes, o Poder Público garantirá
ao possuidor o exercício do direito de que tratam
os arts. 1º e 2º em outro local”
• Garantia tanto do direito à vida e saúde quanto à
moradia
Concessão de uso especial para fins de moradia
Medida Provisória nº 2.220/2001, “Art. 5º É facultado ao Poder Público assegurar o exercício do direito de que tratam os arts. 1º e 2º em outro local na hipótese de ocupação de imóvel:
661
1º e 2º em outro local na hipótese de ocupação de imóvel:I - de uso comum do povo;II - destinado a projeto de urbanização;III - de interesse da defesa nacional, da preservação ambiental e da proteção dos ecossistemas naturais;IV - reservado à construção de represas e obras congêneres; ouV - situado em via de comunicação”
• Hipóteses envolvem interesses coletivos, de ordem pública
Concessão de uso especial para fins de moradia
Medida Provisória nº 2.220/2001, “Art. 6º O título de concessão de uso especial para fins de moradia será obtido pela via administrativa perante o órgão competente da Administração Pública ou, em caso de
662
recusa ou omissão deste, pela via judicial.§ 1º A Administração Pública terá o prazo máximo de doze meses para decidir o pedido, contado da data de seu protocolo (...)§ 4º O título conferido por via administrativa ou por sentença judicial servirá para efeito de registro no cartório de registro de imóveis”
• Interessado pode pleitear a concessão de uso especial para fins de moradia, administrativa ou judicialmente, e o título deverá ser registrado no CRI
Concessão de uso especial para fins de moradia
Medida Provisória nº 2.220/2001, “Art. 7º O
direito de concessão de uso especial para fins de
663
direito de concessão de uso especial para fins de
moradia é transferível por ato inter vivos ou causa
mortis”
• Concessão, portanto, não é personalíssima
Concessão de uso especial para fins de moradia
Medida Provisória nº 2.220/2001, “Art. 8º O direito à concessão de uso especial para fins de moradia extingue-se no caso de:
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extingue-se no caso de:
I - o concessionário dar ao imóvel destinação diversa da moradia para si ou para sua família; ou
II - o concessionário adquirir a propriedade ou a concessão de uso de outro imóvel urbano ou rural”
• Hipóteses de extinção da concessão
Concessão de uso especial para fins de moradia
Medida Provisória nº 2.220/2001, “Art. 9º É facultado ao Poder Público competente dar autorização de uso àquele que, até 30 de junho de
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autorização de uso àquele que, até 30 de junho de 2001, possuiu como seu, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, até duzentos e cinqüenta metros quadrados de imóvel público situado em área urbana, utilizando-o para fins comerciais”
• Exceção à regra da tutela da moradia
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