desmatamento, emissões e desmatamento evitado. É possivel manter a floresta em pé? carlos nobre

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DESMATAMENTOS, EMISSÕES E DESMATAMENTOS, EMISSÕES E DESMATAMENTO EVITADO: É POSSÍVEL MANTER A DESMATAMENTO EVITADO: É POSSÍVEL MANTER A

FLORESTA EM PÉ?FLORESTA EM PÉ?

DESMATAMENTOS, EMISSÕES E DESMATAMENTOS, EMISSÕES E DESMATAMENTO EVITADO: É POSSÍVEL MANTER A DESMATAMENTO EVITADO: É POSSÍVEL MANTER A

FLORESTA EM PÉ?FLORESTA EM PÉ?

Carlos A. NobreCarlos A. Nobre

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPEInstituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE

Rio Branco, 28 de Novembro de 2007

Academia Amazônica"O estado do conhecimento em C&T para a Amazônia“

PPG-7 e UFAC

O PROBLEMAO PROBLEMA

Emissões antropogênicas de Gases de Efeito Estufa

Uncertainties are being reduced

Error analysis:

FF + other emissions: 0.3 PgC/yLand Use change: 1.0 PgC/yAtmospheric increase: 0.1 PgC/yOcean uptake: 0.5 PgC/yResidual Land use: 1.2 PgC/y

Emissões de

combustíveis

fósseis

Desmatamento tropical

Acumulação Atmosférica

Sumidouro oceânico

Sumidouro terrestre

Balanço de Carbono Antropogênico

Não há redução de emissões a vista!

Acumulação atmosférica =

FFoss + FLUC + FLandAir + FOceanAir

Source: Pep Canadell, Corinne LeQuere, Mike Raupach, Gregg Marland, Skee Houghton, Tom Conway, Philippe Ciais, Global Carbon Project, 2006.

Raupach et al.(2007)

CO2 de Origem Fóssil & Intensidade de Carbono

Emissões estão

seguindo o mais alto cenário

O que nos aguarda no futuro e o que já foi comprometidoO Aquecimento vai aumentar se of GEEs aumentarem. Se os GEEs fossem mantidos constantes nos níveis atuais, um comprometimento de 0,6°C de aquecimento adicional aconteria até 2100.

1.8oC = 3.2oF

2.8oC = 5.0oF

3.4oC = 6.1oF

CO2 Eq

850

600

4000.6oC = 1.0oF

IPCC 2007 WGI

CDIAC, 2006

• Média global de emissões de CO2 per capita

1980 0,93 t C

1990 0,96 t C

1999 1,04 t C

2005 1,21 t C

• Para estabilização em 550 ppm em 2050, deve-se

reduzir as emissões de CO2 em aproximadamente

60% a 70% em relação ao presente

• Para uma população estimada de 9 bilhões de

pessoas em 2050, isto significa emissão per capita de

0,28 t C a 0,35 t C

• Requer: RADICAL DESCARBONIZAÇÃO DOS

SISTEMAS DE PRODUÇÃO

Emissões Per Capita de Dióxido de Carbono de Origem Fóssil

O tamanho do desafio GLOBAL de mitigar as emissões

1,8 hectares globais per capita

“Footprint” Global e Desenvolvimento Sustentável

Salto para o Desenvolvimento

Desenvolvendo Resiliência

Cortesia: Mathis Wackernagel, Global Footprint Network

Potencial de Redução de Emissões de GEE por Setores

Serviços Principais de Florestas Tropicais

Gullison et al., 2007 Science

• Decréscimo do desmatamento em 50% até 2050• Até 15% emissões evitadas de CO2 para estabilização em 550 ppm

O que o pode o Brasil fazer no tocante às O que o pode o Brasil fazer no tocante às mudanças climáticas globais?mudanças climáticas globais?

Como e onde mitigar as emissões

• As emissões de gases de efeito estufa advindas dos desmatamentos das florestas tropicais.

• É possível reduzir desmatamentos da Amazônia e do Cerrado de forma permanente?

Emissão brasileira de CO2 em 1994 por setor

23%

3%

0%

74%

0%

Energia Processos IndustriaisAgropecuária Desmatamento e queimadasTratamento de resíduos

v

¾ das Emissões Brasileiras de CO2 advindas dos Desmatamentos!

Emissões brasileiras de CO2 (per capita):

• 0,5 ton C/ano de origem fóssil• 1,5 ton C/ano com desmatamentos médio• 1,0 ton C/ano com desmatamento de 2007

Concentrações de CO2 desde o IGY (1957-58)

Kyoto

IPCC éformado

Convenção C

limática

Primeiro passo: reduza o dano!• 2004: 27.361

km² desmatado

na Amazônia

Brasileira

• 2005 – 2007:

~60% de redução

no desmatamento≈17.000 km² de desmatamento evitado em 3 anos (linha de base de 20.000 km2/ano)

~ 220 milhões de ton C

~US$ 2,2 bilhões de valor de carbono

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

km

2/y

ea

r

INPE/Prodes & Deter

Carbono na Biomassa

Grande Estoque de CarbonoAlta Biodiversidade

Grande Estoque de Carbono

Baixa Biodiversidade

Baixo Estoque de CarbonoAlta Biodiversidade

Baixo Estoque de CarbonoBaixa Biodiversidade

Florestas Tropicais Florestas Temperadas

Sistemas do tipo Mediterrânico

Desertos/Terras Agrícolas

O potencial de interação entre Sequestro de Carbono e Biodiversidade

• Estabilidade do ciclo hidrológico e do clima; • Estabilidade do solo;• Armazenando, tamponando e sequestrando

carbono• Mantendo e genrando alta biodiversidade• Oportunidades de exploração racional

Principais Serviços Ambientais ds Florestas Tropicais

Primeiro passo: reduza o dano!

• Preços das commodities agrícolas estão subindo (soja, carne, leite)

• Amazônia é a última fronteira de madeira tropical

• Biocombustíveis: competição por terras disponíveis (pastagens) => desmatamento

A diminuição das taxas de desmatamento é sustentável?

O caso dos biocombustíveis• Necessidade de reduzir emissões criaram grandes

oportunidade de mercado para bioscombutíveis nos países tropicais

• Brasil leva vantagem pelos investimentos em P&D e capital desde o programa Proálcool

Fonte: André Meloni Nassar/ICONE

Exportações Mundiais de Etanol

Emissões do Etanol vs. gasolina

SUNFLOWER

NORTE

CENTRO-OESTE

NORDESTE

SUDESTE

SUL

PALM

ANIMAL FAT

SOY

RAPESEED

CASTOR

COTTON

PEANUTS

Biocombustíveis não são a panacéia …

• Se o objetivo primário dos biocombustíveis for a mitigação do aquecimento global no curto prazo (30 anos), é melhor enfocar o aumento na eficiência do uso de combustíveis fósseis

• Conversão de áreas de florestas para biocombustíveis pode colocar pressão adicional no meio ambiente

Righelato and Spracklen, Science 17.Aug.2007

Necessitamos de um novo modelo e sustentável modelo para os Trópicos

O que deve ser feito?

Unesco Science Report 2005Gross Expenditure in R&D (GERD)

Fortaleça P&D; evite “fuga de cérebros”; Implante centros regionais de excelência na Amazônia

Ciência Básica: necessária…

Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA)

~350 pós-graduados da Amazônia156 projetos de pesquisa

Mais de 150 instituições (70 Brasileiras)

1,456 artigos(1,070 com autores ou co-autores

brasileiros)

… mas não suficiente

• A dimensão de sustentabilidade é a menos desenvolvida do LBA• O LBA enfatizou ciências naturais e entendimento báxio e

menos ciências sociais e conhecimento aplicado• Estruturas de incentivo limitam a produção de ciência voltada

para o uso sustentável de recursos naturais

“O tipo de cientista no LBA, de modo geral, não está preocupado com políticas públicas que influenciem a Amazônia”Daniel Nepstad

Source: Lahsen & Nobre 2007

Necessidade de um novo modelo para os Trópicos

Madeira

Plano Regional

Sojicultura

Agricultura Familiar

Recursos Hídricos Biodiversi-dade

Serviços Ambientais

Pecuária

Castanha do Brasil, um exemplo que conta uma história

• Extração com baixa tecnologia e marketing inadequado na Amazônia Brasileira

• Tahuamanu S.A. em Cobija, Bolivia, desenvolveu técnica para reduzir aflotoxinas das castanhas

• Bolivia tornou-se o grande exportador da castanha do Brasil

• Barreira principal: não foi econômica, mas de informação e no nível de política de desenvolvimento regional

Sustainabilidade requer acoplando pesquisa de ponta com aplicações

A grande questão

Como usar a biodiversidade sustentávelmente e ao mesmo tempo beneficiar a população local?

?

Globalização dos Produtos da Biodiversidade

– “Trazer valor econômico ao âmago da floresta”

Bertha Becker, UFRJ

– Como dar escala econômica global aos produtos de base florestal?

• Em primeiro lugar, planejar o uso racional dos recursos naturais da Amazônia como um fator estratégico e determinante do futuro do país.

• Meta de globalizar cerca de 100 produtos Amazônicos, triplicando o PIB Regional

Recursos, Tecnologia E CAPACITAÇÃO

– Capacitação em C&T na Amazônia• Até mesmo programas de capacitação ignoram capacitação

científica – GEF: somente adaptação e gerenciamento

– PPG7: projetos demonstrativos, pouca capacitação científica

– Centros de Excelência na Amazônia: Definição local da agenda científica, e auxílio financeiro

Ciência da Sustentabilidade

• Ciência em apoio a uma transição para a sustentabilidade• Fundamental, integrativa, regional e local• Interações Natureza-Sociedade• Motivada por preocupações com a condição humana, e NÃO

pela agenda científica tradicional

• Problema: Impõe desafios a práticas e referenciais antigos e institucionalizados em ciência (Lahsen & Nobre 2007)

Source: Robert W. Kates, Global Change Open Science Conference, July 10-13, 2001, Amsterdam

• Ligação de ciência a agendas de sustentabilidade ao nível local: um grande desafio do Século XXI

• Pesquisa necessária na interface ciência-políticas públicas

– Para que a ciência é útil e utilizável?;

– O que limita a utilidade e uso da ciência?

• Necessidade de ciência da sustentabilidade para e pelas regiões menos desenvolvidas

– Fortalecimento das instituições Amazônicas – Criação de novas instituições de ciência e tecnologia

apropriadas para a região

Desafios para o Futuro

“Institutos de Tecnologia para a Amazônia”ITA

Novos Centros de Excelência na Amazônia:– 5 a 6 novos centros de educação superior, pós-graduação

de qualidade e pesquisa tecnológica apropriada e avançada

– Diversidade regional– 2000 a 3000 novos pesquisadores, engenheiros e

tecnologistas– R$ 600 milhões por ano + custos de implantação

Considerações Finais …

Brasil: uma potência ‘ambiental’ ou o primeiro país tropical

desenvolvido?

In 2007, total deforested area (clear-cutting) reached about 700,000 km2 in Brazilian Amazonia (18%)

Amazônia: greatest liability for Brazil to become an ‘environmental’ power!

• 70% a 80% de emissões de CO2 pelo desmatamento• Impactos desconhecidos na biodiversidade• Trajetória insustentável de desenvolvimento

Principais Serviços Ambientais da das Florestas Tropicais

Gullison et al., 2007 Science

• Diminuição das taxas de desmatamento em 50% até 2050• Até 15% de emissões evitadas de CO2 p/ estabilizar em 550 ppm

Fot

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OBRIGADO!

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