da escola pÚblica paranaense 2009 - … · o ano letivo nas modalidades esportivas, talvez pela...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
SUMÁRIOSUMÁRIO
Apresentação...........................................................................................................03
Justificativa..............................................................................................................04
Compreensão do Momento Atual da Educação Física Através da História.....07
Quadro de Estrutura Curricular.............................................................................12
INTRODUÇÃO: Jogar Bola Outra Vez.....................................................................13
UNIDADE I ...............................................................................................................13
LUTA: Capoeira, de manifestação Marginal à expressão da cultura brasileira....................15
ATIVIDADES.........................................................................................................................24
ATIVIDADE AVALIADORA...................................................................................................32
PROPOSTA DE RECUPERAÇÃO.......................................................................................32
ATIVIDADE RÍTMICA: Hip-Hop e Street Dance...................................................................33
ATIVIDADES.........................................................................................................................34
ATIVIDADE AVALIADORA...................................................................................................40
PROPOSTA DE RECUPERAÇÃO.......................................................................................40
UNIDADE II ..............................................................................................................42
ESPORTE NÃO É BRINCADEIRA NÃO..............................................................................42
ESPORTE: Futebol de Campo.............................................................................................44
ATIVIDADES.........................................................................................................................52
ATIVIDADE AVALIADORA...................................................................................................52
PROPOSTA DE RECUPERAÇÃO.......................................................................................53
ATIVIDADE RÍTMICA: Hip-Hop e Street Dance...................................................................54
ATIVIDADES.........................................................................................................................57
ATIVIDADE AVALIADORA...................................................................................................58
PROPOSTA DE RECUPERAÇÃO.......................................................................................58
UNIDADE III..............................................................................................................60
ESPORTE: Futsal ................................................................................................................60
ATIVIDADES.........................................................................................................................83
ATIVIDADE AVALIADORA...................................................................................................83
PROPOSTA DE RECUPERAÇÃO.......................................................................................84
Jogo e Esporte: Diferenças conceituais e na experiência dos jogadores ............................85
ATIVIDADES.........................................................................................................................89
ATIVIDADE AVALIADORA...................................................................................................93
2
PROPOSTA DE RECUPERAÇÃO.......................................................................................93
Modalidade popular em outros países: BEISEBOL .............................................................95
ATIVIDADES.........................................................................................................................105
ATIVIDADE AVALIADORA...................................................................................................110
PROPOSTA DE RECUPERAÇÃO.......................................................................................111
UNIDADE IV..............................................................................................................112
ATIVIDADE RÍTMICA: Organização de Festival de Dança e de Expressão Corporais.......112
ATIVIDADES.........................................................................................................................114
ATIVIDADE AVALIADORA...................................................................................................121
PROPOSTA DE RECUPERAÇÃO.......................................................................................121
ESPORTE: Organização de Campeonato Esportivo ...........................................................123
ATIVIDADES.........................................................................................................................125
ATIVIDADE AVALIADORA...................................................................................................131
PROPOSTA DE RECUPERAÇÃO.......................................................................................132
REFERÊNCIAS.........................................................................................................133
3
APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO
Esse Caderno Pedagógico é fruto de um longo período de estudo,Esse Caderno Pedagógico é fruto de um longo período de estudo,
experiências e tentativas de criar suporte didático-pedagógico às aulas de Educaçãoexperiências e tentativas de criar suporte didático-pedagógico às aulas de Educação
Física durante 15 anos de trabalho em diversas escolas do Estado do Paraná.Física durante 15 anos de trabalho em diversas escolas do Estado do Paraná.
Orientado pelo professor Leandro Ricardo Altimari do Departamento de EducaçãoOrientado pelo professor Leandro Ricardo Altimari do Departamento de Educação
Física da Universidade Estadual de Londrina, contou com a participação dosFísica da Universidade Estadual de Londrina, contou com a participação dos
professores participantes do GTR – Grupo de Trabalho em Rede, do Planoprofessores participantes do GTR – Grupo de Trabalho em Rede, do Plano
Integrado de Formação Continuada do Programa de Desenvolvimento Educacional –Integrado de Formação Continuada do Programa de Desenvolvimento Educacional –
PDE. PDE.
Nele estão os conteúdos, os fundamentos teóricos e encaminhamentosNele estão os conteúdos, os fundamentos teóricos e encaminhamentos
metodológicos que orientam o ensino da disciplina de Educação Física, além dometodológicos que orientam o ensino da disciplina de Educação Física, além do
quadro de conteúdos básicos a serem trabalhados na 8ª série do Ensinoquadro de conteúdos básicos a serem trabalhados na 8ª série do Ensino
Fundamental.Fundamental.
As discussões curriculares que nos possibilitaram chegar a esse CadernoAs discussões curriculares que nos possibilitaram chegar a esse Caderno
Pedagógico ocorreram durantes as conversas de recreio (reuniões informais),Pedagógico ocorreram durantes as conversas de recreio (reuniões informais),
reuniões pedagógicas, semanas de Atualização do Processo Pedagógico na escola,reuniões pedagógicas, semanas de Atualização do Processo Pedagógico na escola,
mais recentemente no GTR e nos encontros de orientações no Programa demais recentemente no GTR e nos encontros de orientações no Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE, retomando constantemente a importância e oDesenvolvimento Educacional – PDE, retomando constantemente a importância e o
papel dos conteúdos disciplinares na formação do nosso aluno de forma técnica,papel dos conteúdos disciplinares na formação do nosso aluno de forma técnica,
porém, contextualizada. Houve muita dedicação, pesquisa e envolvimento paraporém, contextualizada. Houve muita dedicação, pesquisa e envolvimento para
chegarmos a esse material que agora apresentamos a coordenação do PDE.chegarmos a esse material que agora apresentamos a coordenação do PDE.
Agora o Caderno Pedagógico da 8ª série está constituído. Muitas pessoasAgora o Caderno Pedagógico da 8ª série está constituído. Muitas pessoas
participaram do processo de construção. A nova fase será a implementação doparticiparam do processo de construção. A nova fase será a implementação do
mesmo em diversas turmas para atestar a qualidade e eficiência deste material. mesmo em diversas turmas para atestar a qualidade e eficiência deste material.
Professor Rogério Aparecido da SilvaProfessor Rogério Aparecido da Silva
4
JUSTIFICATIVA
A Educação Física no ensino fundamental é uma disciplina onde as aulas
acontecem basicamente na prática e os conteúdos são aplicados, de maneira geral,
por meio de aulas expositivas, através de contextualização (sócio-histórica ou não),
demonstração dos movimentos pelo professor e a execução e vivência prática do
aluno.
Segundo GUIRALDELLI Jr, (1988) conceituar conhecimento escolarizado é
primordial para se entender como está inserido o conhecimento da Educação Física
neste contexto.
A ausência de uma conceituação, construída a partir de uma reflexão
filosófica radical, tem implicado na criação de considerações, pautadas em
interesses políticos e econômicos momentâneos.
Como reflexo desta ausência crítica, podemos citar as tendências
pedagógicas que a Educação Física escolar assumiu nos últimos cem anos de sua
existência: Educação Física Higienista, Militarista, Pedagogicista e Competitivista.
Coll (1997) considera que a proposta para o ensino escolar está pautada na
organização curricular de conhecimentos que o aluno deve aprender na escola: os
conceituais, os procedimentais e os atitudinais. Porém, essa classificação não deve
ser entendida como uma tentativa de divisão e de separação das estruturas do
conhecimento, mas como um recurso para que o professor avalie se realmente está
oferecendo um ensino significativo para o aluno.
Contudo, o conteúdo conceitual da Educação Física escolar, diante dos
acontecimentos históricos, políticos e ideológicos acabou sendo abandonado.
Acredita-se que o referencial que norteia o planejamento, o desenvolvimento e a
avaliação dos programas da Educação Física tem contemplado apenas as
dimensões atitudinal (socialização) e procedimental do conhecimento (saber
executar gestos técnicos de modalidades esportivas, lutas etc.).
De acordo com Freire (1999), o que tem se confirmado ainda nos dias atuais
são aulas de Educação Física, baseadas no “saber fazer”, com inúmeras atividades
motoras, sem a preocupação de se garantir o aprendizado de conhecimentos tão
importantes quanto os oferecidos por outros componentes curriculares. Portanto,
esse pode ser o motivo da disciplina ser tratada com diferença na escola em
comparação com os demais componentes curriculares.
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A proposta deste projeto é colocar em discussão a necessidade e a forma de
“sistematizar” e “materializar” os elementos articuladores e os conteúdos
estruturantes de Educação Física e possibilitar que o aluno também manuseie um
material didático teórico (conceitual) associando-os, através de textos e de
ilustrações, permitindo a conexão da aula prática, com professor em quadra, ao
material didático teórico, proporcionando a memorização e a visualização dos
conteúdos a serem apropriados.
Segundo Palma (2008), Os professores de uma maneira geral têm muita dificuldade em sistematizar os conteúdos. Quando ensinar, o que ensinar e para que ensinar em cada uma das séries. As demais matérias possuem conteúdos sistematizados que indicam claramente o que ensinar ao longo dos anos escolares, mas a Educação Física não o possui, e isso acaba por gerar dúvidas e procedimentos de ensino desarticulados e sem seqüência lógica.
Muitos professores de Educação Física, especificamente, usam instrumentos
metodológicos diferenciados, utilizando-se de aulas expositivas teóricas (aulas em
sala), com vídeos ou imagens, porém não existe um material didático comum e
específico que sistematize o conteúdo da Educação Física, mantendo uma
seqüência do mesmo, como acontece nas demais disciplinas.
A ausência deste material nas aulas de Educação Física no Ensino
Fundamental desfavorece o processo ensino aprendizagem do aluno, porque se o
mesmo muda de escola, de turma ou mesmo de professor, a seqüência desse
processo educativo muitas vezes se rompe.
Em 1999 FREIRE já dizia que, “atualmente pode-se observar que ocorre
algum desinteresse dos alunos pelas aulas de Educação Física, pautados,
sobretudo, pela falta de seqüência dos conteúdos apresentados nas diferentes
séries escolares”.
Nos dias de hoje é comum o aluno ter em suas aulas práticas ênfase em
conteúdos técnicos da quinta à oitava série sem, por exemplo, nunca atingir os
conteúdos táticos que organizam o jogo e aumenta o desenvolvimento do raciocínio
e da coletividade. Também é comum o aluno desconhecer conteúdos envolvendo
dança, ginástica, lutas ou conhecimento sobre o corpo, permanecendo durante todo
o ano letivo nas modalidades esportivas, talvez pela falta de sistematização do
conteúdo ou de um material didático que oriente o planejamento das aulas.
Assim, a Educação Física tem se apresentado como uma disciplina
essencialmente procedimental, principalmente voltada para o ensino e a prática de
6
jogos com tipificação esportiva ou recreativa. O que pode levar à compreensão de
que os professores de Educação Física identifiquem a idéia de que os conteúdos
pertinentes à sua área são os advindos, quase que unicamente, dos conhecimentos
de conotação utilitaristas ou voltados para a descontração, afirma FREIRE (1999).
Por que é tão difícil a sistematização dos conteúdos da Educação Física e por
que a Escola Pública do Estado do Paraná não possui um material (livro) didático
para as aulas de Educação Física no Ensino Fundamental?
7
COMPREENSÃO DO MOMENTO ATUAL DA EDUCAÇÃO FÍSICA ATRAVÉS DA HISTÓRIA.
É preciso considerar toda a história da Educação Física no contexto brasileiro,
para compreendermos as características que esta disciplina possui, bem como, o
rumo que ela tomou com o passar do tempo.No século passado, a Educação Física esteve estritamente vinculada às instituições militares e à classe médica. Esses vínculos foram determinantes, tanto no que diz respeito à concepção da disciplina e suas finalidades quanto ao seu campo de atuação e à forma de ser ensinada. (PCN – E.F. 1997, p.19)
Com esta influência a Educação Física passou a visar a constituição de um
físico saudável e equilibrado organicamente, desempenhando um papel fortemente
ligado ao pensamento político da época que era a preocupação de preservar a
eugenia2 da raça branca.
A elite imperial era favorável aos pressupostos eugênicos e físicos, porém
possuíam um forte preconceito com atividades físicas por associarem o trabalho
físico ao trabalho escravo. Este comportamento dificultava que se tornasse
obrigatória a prática de atividades físicas nas escolas.
Embora a atividade física tenha encontrado resistência para se tornar
obrigatória nas escolas, nas instituições militares ela foi favorecida visando a
educação do físico com a finalidade de formar indivíduos fortes e saudáveis que
pudessem defender a pátria.
No ano de 1851 foi feita a Reforma Couto Ferraz, que tornou obrigatória a
Educação Física nas escolas do município da Corte. (PCN – E.F. 1997, p.20). Houve
neste período de modo geral grande contrariedade por parte dos pais, por seus
filhos estarem se envolvendo com uma prática que não tinha caráter intelectual,
principalmente em relação às meninas, porque para os meninos a prática associava-
se às instituições militares.Em 1882, Rui Barbosa deu seu parecer sobre o Projeto 224 – Reforma Leôncio de Carvalho, Decreto n. 7.247, de 19 de abril de 1879, da Instrução Pública – no qual defendeu a inclusão da ginástica nas escolas e a equiparação dos professores de ginástica aos das outras disciplinas. (PCN – E.F. 1997, p. 20)
2 A eugenia é uma ação que visa o melhoramento genético da raça humana, utilizando-se para tanto de esterilização de deficientes, exames pré-nupciais e proibição de casamentos consangüíneos. (PCN – E.F. 1997, p.19)
8
Esta resolução teve grande importância na evolução da Educação Física e na
valorização dos profissionais da área, porém a prática ainda era dicotomizada, pela
função de formar corpo saudável para sustentar a atividade intelectual.
No início deste século, a Educação Física, ainda sob o nome de ginástica foi
incluída nos currículos de alguns estados brasileiros. Nessa época a educação
brasileira sofria uma forte influência do movimento escolanovista, que evidenciou a
importância da Educação Física no desenvolvimento integral do ser humano (PCN –
E.F. 1997, p. 20). Nesse período se ensinava Educação Física com métodos
europeus, cujo os princípios eram biológicos.
Na década de 30, o Brasil sofrendo influências ideológicas nazistas e
fascistas, volta novamente a associar a Educação Física à eugenização da raça, que
se tornou o ideal das instituições militares, e mais tarde cedeu lugar aos objetivos
higiênicos e de prevenção de doenças, estes sim passíveis de serem trabalhados
dentro de um contexto educacional (PCN – E.F. 1997, p. 21). Esta influência
higiênica foi muito forte e duradoura, pois se estendeu até o final desta década.
Somente em 1937, com a elaboração da Constituição Federal, é que a
Educação Física foi incluída no currículo, porém não como disciplina curricular, mas
como prática educativa obrigatória em todas as escolas brasileiras, e ainda havia um
artigo naquela Constituição que citava o adestramento físico como maneira de
preparar a juventude para a defesa da nação e para o cumprimento dos deveres
com a economia. (PCN – E.F. 1997, p. 21)
Ainda nos anos 30 o país sofreu grandes mudanças com o crescimento da
industrialização e a urbanização, a Educação Física mais uma vez ganhou novas
atribuições: fortalecer o trabalhador para melhorar sua produtividade, desenvolver o
espírito de cooperação e coletividade.
Do final da década de 30, ...até a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1961, houve um
amplo debate sobre o sistema de ensino brasileiro. Nessa lei ficou determinada a obrigatoriedade da Educação Física para o ensino primário e médio. A partir daí, o esporte passou a ocupar cada vez mais espaço nas aulas de Educação Física. (PCN – E.F. 1997, p. 22)
Nesse período surge no Brasil o Método Desportivo Generalizado3 que gerou
a esportivização da Educação Física escolar, contrapondo-se aos métodos de
3 Método trazido ao Brasil pelo Prof. Auguste Listello que o difundiu nos Cursos de Aperfeiçoamento técnico-pedagógico. Visa utilizar o desporto como um meio de formação e preparação do aluno para a vida em geral. Bibliografia indicada: MARINHO, Inezil Penna. Sistemas e métodos de Educação Física: 4a ed. p. 377 - 400
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ginástica tradicional e desenvolvendo o esporte na escola com objetivos e práticas
pedagógicas.
A educação sofreu novas influências e mudanças por volta de 1965 com o
surgimento da tendência tecnicista. O ensino passou a dar prioridade à formação de
mão-de-obra qualificada com a difusão dos cursos profissionalizantes. Vale citar que
em 1968, com a Lei n.º5.540, e, em 1971, com a 5.692, a Educação Física teve seu
caráter instrumental reforçado: era considerada uma atividade prática, voltada para o
desempenho técnico e físico do aluno. (PCN – E.F. 1997, p. 22)
Na década de 70, mais uma vez, a Educação Física volta a ter característica
de formação militar, em função de diretrizes que visavam a formação de uma
juventude forte e saudável que iria compor um exército que serviria para
desmobilizar forças políticas oposicionistas. Também, nesse período, as atividade
esportivas foram consideradas colaboradoras da melhoria da força de trabalho,
apresentando estreitos vínculos entre o esporte e o nacionalismo.
Em relação ao âmbito escolar, a partir do Decreto n.º 69.450, de 1971,
considerou-se a Educação Física como “a atividade que, por seus meios, processos
e técnicas, desenvolve e aprimora forças físicas, morais, cívicas, psíquicas e sociais
do educando”. (PCN – E.F. 1997, p. 22). Com a falta de especificidade do decreto, a
Educação Física manteve a ênfase na aptidão física, e na busca de novos talentos
esportivos para representar a pátria. Na década de 80 os efeitos desse modelo começaram a ser sentidos e contestados: o Brasil não se tornou uma nação olímpica e a competição esportiva da elite não aumentou o número de praticantes de atividades físicas. Iniciou-se então uma profunda crise de identidade nos pressupostos e no próprio discurso da Educação Física, que originou uma mudança significativa nas políticas educacionais: a Educação Física escolar, que estava voltada principalmente para a escolaridade de quinta a oitava séries do primeiro grau, passou a priorizar o segmento de primeira a quarta e também pré-escola. O enfoque passou a ser o desenvolvimento psicomotor do aluno, tirando da escola a função de promover os esportes de alto rendimento. (PCN. – E.F. 1997, p. 23)
Com isso surgiram debates, produções apontando novas tendências da
Educação Física, cursos de pós-graduação e o retorno de professores doutorados
fora do Brasil, que também contribuíram para o aumento de publicações de livros e
revistas da área, bem como do número de congressos e etc.
A Educação Física passou então a ser influenciada pelas teorias críticas da
educação, proporcionando um questionamento sobre seu papel e sua dimensão
política. Ocorreu então uma mudança de enfoque, tanto no que dizia respeito à
10
natureza da área quanto no que se referiam aos seus objetivos, conteúdos e
pressupostos pedagógicos de ensino e aprendizagem. (PCN – E.F. 1997, p.23)
dessa forma ampliou-se os objetivos e diversificou-se os conteúdos formando o
aluno integralmente. Atualmente se concebe a existência de algumas abordagens para a Educação Física escolar no Brasil que resultam da articulação de diferentes teorias psicológicas, sociológicas e concepções filosóficas. Todas essas correntes têm ampliado os campos de ação e reflexão para a área e a aproximado das ciências humanas, e, embora contenham enfoques científicos diferenciados entre si, com pontos muitas vezes divergentes, têm em comum a busca de uma Educação Física que articule as múltiplas dimensões do ser humano. (PCN – E.F. 1997, p. 24)
Em 20 de dezembro de 1996 foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases
transformando o caráter que a Educação Física assumiu nos últimos anos ao
explicitar no art. 26, § 3º, que a Educação Física, integrada à proposta pedagógica
da escola, é componente curricular da Educação Básica, ajustando-se às faixas
etárias e às condições da população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos
(PCN – E.F. 1997, p. 24). Assim, a Educação Física passa a ser desenvolvida de
primeira a oitava séries valorizando a disciplina e integrando-a ao projeto
pedagógico da escola.
De acordo com a Diretrizes Curriculares da Educação Básica – DCEs da
Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED, os avanços teóricos da
Educação Física sofreram retrocesso na década de 1990 quando, após a discussão
e aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação da tendência Histórico-
Crítica, verificamos que em sua ação pedagógica, ela deve buscar elementos
(chamados aqui de pressupostos do movimento) da Ciência da Motricidade Humana
(conforme proposta do filósofo português: Prof. Manuel Sérgio). Esta ciência trata da
compreensão e explicação do movimento humano e há dificuldade de compreender
e apreender os elementos buscados nesta ciência, uma vez que as raízes históricas
da Educação Física brasileira, estão postas dentro de um regime militar rígido e
autoritário, visando fins elitistas e hegemônicos. Por outro lado, na dinâmica da
sociedade capitalista, ela sempre esteve atrelada às relações capital x trabalho para
dominação das classes trabalhadoras. (PARANÁ, 1990, p. 175) Nacional (LDB n.
9394/96), o Ministério da Educação (MEC) apresentou os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN) para a disciplina de Educação Física, que passaram a subsidiar
propostas curriculares nos Estados e Municípios brasileiros.
11
O que deveria ser um referencial curricular tornou-se um currículo mínimo,
para além da idéia de parâmetros, e propôs objetivos, conteúdos, métodos,
avaliação e temas transversais, DCEs (2008)
Segundo ainda a dimensão histórica da Educação Física das DCEs, no que
se refere à disciplina, a introdução dos temas transversais acarretou, sobretudo,
num esvaziamento dos conteúdos próprios da disciplina. Temas como ética, meio
ambiente, saúde e educação sexual tornaram-se prioridade no currículo, em
detrimento do conhecimento e reflexão sobre as práticas corporais historicamente
produzidas pela humanidade, entendidos aqui como objeto principal da Educação
Física.
E conclui, nesse sentido, partindo de seu objeto de estudo e de ensino,
Cultura Corporal, a Educação Física se insere neste projeto ao garantir o acesso ao
conhecimento e à reflexão crítica das inúmeras manifestações ou práticas corporais
historicamente produzidas pela humanidade, na busca de contribuir com um ideal
mais amplo de formação de um ser humano crítico e reflexivo, reconhecendo-se
como sujeito, que é produto, mas também agente histórico, político, social e cultural.
12
QUADRO DEQUADRO DE ESTRUTURAÇÃO CURRICULARESTRUTURAÇÃO CURRICULAR
Adequação Idade/Série/ConteúdoAdequação Idade/Série/Conteúdo
1º BIMESTRE1º BIMESTRE 2º BIMESTRE2º BIMESTRE 3º BIMESTRE3º BIMESTRE 4º BIMESTRE4º BIMESTRELutaModalidade: capoeira• Capoeira como
luta, jogo e esporte
• Princípios técnicos e táticos
• Processo histórico
Atividade rítmica• As
manifestações rítmicas de diferentes grupos socioculturais
• As manifestações rítmicas na comunidade escolar e em seu entorno: espaços, tempos e interesses
• Manifestações rítmicas ligadas à cultura jovem: hip-hop, streetdance e/ou outras
• Diferentes estilos como expressão sociocultural
• Principais passos e movimentos
EsporteModalidade coletiva: Futebol• Aprofundament
os nas regras; • Técnicas e
táticas como fatores de aumento da complexidade do jogo;
• Noções de arbitragem;
Atividade rítmica• Manifestações
rítmicas ligadas à cultura jovem: hip-hop, streetdance e/ou outras
• Coreografias
EsporteModalidade coletiva: Futsal• Aprofundament
os nas regras; • Técnicas e
táticas como fatores de aumento da complexidade do jogo;
• Noções de arbitragem;
Jogo e esporte:• Diferenças
conceituais e na experiência dos jogadores
Modalidade “alternativa” ou popular em outros países: beisebol ou outra • Princípios
técnicos e táticos
• Principais regras
• Processo
histórico
Atividade rítmicaOrganização de festivais de dança• Planejamento
do festival• Divulgação do
festival• Realização do
festival• Avaliação do
festival
Esporte Organização de campeonatos• Planejamento
do campeonato• Divulgação do
campeonato• Realização do
campeonato• Avaliação do
campeonato
13
INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO
JOGAR BOLA OUTRA VEZ...Quando vamos para a aula de Educação Física, a primeira coisa que vem na
nossa cabeça é... Isso mesmo. Futebol... E alguém logo grita: “Oba! Vamos jogar
bola hoje!” Afinal, viemos para escola para aprender a jogar bola, não é? Mas, o que
há de diferente e de importante além de ‘jogar bola’?
Sabemos que correr atrás de uma bola é emocionante, é pura diversão. É
bem possível que a bola tenha sido um dos seus primeiros brinquedos na infância.
Esse hábito vem persistindo nas famílias.
Quem nunca chutou uma bola de plástico, de meia, de papel, de lata ou de
qualquer outro material?
Chutar a bola é um hábito que acompanha o ser humano desde tempos
primitivos. No século I a.C.,os gregos utilizavam bexiga de boi cheia de areia, por
exemplo. Mas será que o futebol é o dono da bola ou da Educação Física?
Você consegue identificar as atividades que são mostradas abaixo? Quais
dessas atividades você já jogou? Note que todos são esportes com bola: futebol de
campo, tênis de campo, basquetebol, futebol americano, hóquei sobre grama e
voleibol. Quais delas nem ouviu falar? O que elas têm em comum? Sem dúvida são
pelo menos duas coisas: todas necessitam de bola para serem praticadas, e são
todas atividades esportivas.
Você conhece alguém com mais de 30-35 anos de idade, que já concluiu o
Ensino Médio?
Caso positivo, pergunte a essa pessoa quais atividades costumava praticar
nas aulas de Educação Física, quando freqüentavam a escola. É bem possível que
a resposta seja o esporte. Isso porque havia um tempo, década de 60 e 70, em que
a escola se via na obrigação de formar atletas de: voleibol, handebol, basquetebol e
futebol. Até então a ginástica dividia espaço com o esporte. Na década de 80 e 90 o
esporte foi o “jogador titular” da Educação Física. Apesar de o esporte continuar
sendo muito popular nas escolas, essa situação vem mudando pouco a pouco.
Assim fica fácil entender o porquê ao falarmos em Educação Física, logo nos vem à
cabeça bola. Ainda, muitas pessoas pensam que a escola é lugar de treinamento
esportivo e fazem uma confusão entre o esporte da escola e esporte na escola.
Além disso, a escola tem contribuído para que o futebol fosse o mais popular entre
14
os demais esportes. Podemos dizer que as famílias, o governo e os meios de
comunicação (televisão, rádio, jornais) também incentivaram muito.
Levante a mão quem, ao assistir uma partida, não ficou morrendo de vontade
de ir “bater uma bolinha”.
Daí vem a pergunta: na escola é correto jogar futebol o ano todo, todos os
anos, sem aprender outra atividade? Vamos discutir em aula?
Vamos fazer um esforço: lembra do que você costuma brincar com seus
amigos, avós, pais, irmãos e vizinhos?
Agora, observe as atividades no painel abaixo. Você consegue reconhecer
todas as atividades?
(Imagens: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br)
15
Compare com a sua lista. Note que a bola não está presente em várias delas
e que nem todas são esportes.
Atualmente, nas aulas de Educação Física estuda-se outros conteúdos além
do esporte.(Texto e imagens extraídos do Portal Dia a Dia Educação SEED-PR, autora: Professora DENISE
PIROLO).
16
UNIDADE IUNIDADE I
LUTA: CAPOEIRA, DE MANIFESTAÇÃO MARGINAL À EXPRESSÃO DA CULTURA BRASILEIRA
Você sabia que a capoeira já foi considerada crime,
inclusive pelo código penal? Você sabia que em 15 de
julho de 2008 essa mesma capoeira foi instituída como
Patrimônio Imaterial da Cultura Brasileira?
Como foi possível ocorrer essa transformação da
capoeira, que atravessa momentos de marginalidade, de
legalização e atualmente é reconhecida oficialmente e até
mesmo internacionalmente?
O COMEÇO DA CONVERSA
Para entendermos a capoeira e a nossa questão principal, precisaremos olhar
e pensar um pouco mais profundamente sobre essa manifestação. Pois, não
poderemos enxergar algumas questões sobre ela apenas olhando de longe, ou
somente praticando seus movimentos. Vamos precisar perceber a história da
capoeira e assim, entenderemos o contexto social que lhe dá forma. Mergulhemos
então, nessa viagem pelo tempo...
A HISTÓRIA DE UMA LUTA Peço licença, porque agora eu vou contar A história de uma luta, a história da escravidão Os negros Bantos eram pegos em Angola Pra cá eram traficados, forçados a trabalhar E na senzala, eles ficavam à ferro, Muitos morreram no tronco de tanto apanhar Dor, só existia dor. O chicote abalava E no repique do tambor, uma luta então nascia: A esperança chegou... Mestre Caju, Capoeira Muzenza, v.06, Brasil, 1997.
A chegada dos portugueses ao nosso país acabou por ser chamada de
“descobrimento do Brasil”. No entanto, a historiografia mostrou que essas terras
eram habitadas anteriormente por uma população nativa, nomeada pelos
17
Hector Julio Páride Bernabó, Carybé, O jogo da Capoeira. Caderno de nº 3, Coleção Recôncavo, Salvador, 1951.
colonizadores como índios, pois pensavam estar chegando às Índias. Essa
população foi escravizada, ou seja, colocada para realizar trabalhos forçados e sem
recebimento de salário em troca de sua produção.
Mais tarde, a população vinda da África passou a ser utilizada no trabalho
escravo. Essas pessoas eram retiradas de suas terras, separadas de suas famílias e
amontoadas em porões de grandes embarcações, conhecidas por navios negreiros.
Vinham rumo ao Brasil, onde eram vendidas como mercadorias para serem usadas
e exploradas pelos seus donos nos diversos trabalhos.
Essa forma de trabalho foi mantida por meio de muita violência contra a
população escrava: as chicotadas, os corpos amarrados no tronco e castigados
publicamente, assim como as queimaduras com ferro incandescente, são exemplos
do tratamento ao qual eram submetidas as pessoas escravizadas.
Nesse cenário cruel e de opressão, a população escrava passa a constituir
formas de resistência, organizando fugas das fazendas onde trabalhavam. Desse
mesmo contexto, a capoeira também começa a dar seus primeiros passos, nascida
como uma luta desesperada pela liberdade. Sem muitas opções para conquistar sua
libertação, só restavam aos escravos e escravas seus próprios corpos, que usados
como armas, imitando movimentos de animais, incorporando elementos de danças
tradicionais africanas ou nativas, criaram uma forma ágil de lutar e possibilitar suas
fugas.
UM SURGIMENTO CAMUFLADO Como visto, a capoeira nasceu no Brasil, criada pela população escrava na
sua ânsia por liberdade. Mas como uma luta pela liberdade conseguiu surgir em um
ambiente tão hostil às práticas livres dos escravos? É nesse ponto que precisamos
notar outras partes que compõem a capoeira. A capoeira baiana, por exemplo,
surgiu camuflada, escondendo-se em passos e ritmos dançados, inclusive
musicados, que contribuíram para que fossem escondidos os verdadeiros motivos
daqueles movimentos. A dança no interior da capoeira, se expressa no movimentar
do corpo, no balanço centrado nos quadris adequado ao ritmo musical, onde os
capoeiristas acabam por imprimir coreografias espontâneas, disfarçando nelas, uma
luta letal.
Ainda temos outro elemento muito importante no nascimento da capoeira, que
é sua forma lúdica. O fato de a capoeira ser usada pelos escravos como forma de
18
jogo e brincadeira, nos momentos em que não estavam trabalhando, auxiliou a
construir uma prática corporal diferenciada.
Relatos historiográficos afirmam que a luta, que ora se caracterizava como
única possibilidade de fuga e conseqüente sobrevivência era também observada
sendo praticada na forma de jogo, como uma brincadeira, como uma dança, ou
ainda como um possível treinamento para futuros combates.
Um movimento fundamental na constituição da capoeira é a GINGA. É a
movimentação básica, de onde partem todos os outros movimentos e golpes. Ela se
caracteriza por ser um passo constante, que fornece a imagem dançada da
capoeira. Tem proximidade com os movimentos do caminhar, e de algumas
atividades de trabalho, ela se realiza com a oposição entre braços e pernas, onde os
pés deslizam para trás alternadamente, buscando sempre o equilíbrio.
A GINGA Embora na ginga cada capoeirista imprima sua própria expressão, sua própria
forma de gingar, que tal tentarmos aprender uma forma geral primeiramente? Leia
com atenção a descrição do movimento básico da ginga: Na posição em pé, abra as
duas pernas paralelamente, aproximadamente cinco palmos de distância, mantenha-
as semi-flexionadas, essa será a posição inicial. Afaste a perna direita para trás,
arrastando o pé, como se realizasse um grande passo para trás. A perna esquerda,
que está na frente poderá flexionar-se levemente. Retorne a perna direita para o
mesmo local de onde ela saiu, tendo novamente a posição inicial. Realize o mesmo
movimento com a perna esquerda e da mesma forma sucessivamente. Combine os
movimentos dos braços alternadamente – semelhantes ao movimento do caminhar –
quando estiver com a perna esquerda à frente, o braço direito estará na frente do
rosto, protegendo-o com o cotovelo alto, trocando-os conforme o movimento das
pernas. Dessa forma a ginga estará completa. Observe as imagens abaixo:
19
INTENSIFICAÇÃO DA RESISTÊNCIA ESCRAVA Uma das mais importantes formas de resistência à escravidão era a
organização de comunidades de escravos fugitivos das fazendas, conhecidas como
quilombos. Dessas organizações, a mais conhecida foi o Quilombo de Palmares,
uma comunidade auto-sustentável formada por pessoas até então escravizadas que
haviam escapado das fazendas brasileiras. Ocupava uma área próxima ao tamanho
de Portugal e situava-se onde era o interior da Bahia, hoje estado de Alagoas. Sua
população chegou a alcançar vinte mil pessoas.
Zumbi dos Palmares (1655-1695) foi um de seus principais ícones, nasceu
livre em Palmares e ainda jovem assume a liderança do quilombo. Zumbi foi muito
perseguido pelos governos escravistas, seu comando e a existência do Quilombo de
Palmares eram exemplos ameaçadores para o regime de escravidão e em 20 de
novembro de 1695 o líder foi morto. Esta mesma data, desde 1995, foi adotada no
Brasil como o dia da Consciência Negra.
A DECADÊNCIA DA ESCRAVIDÃO O crescimento da resistência escrava foi um elemento importante para o
declínio da escravidão brasileira. Porém, diferentes fatores contribuíram para o fim
desse período histórico do país, tais como leis nacionais e internacionais, o
desenvolvimento da industrialização na Região Sudeste, entre outros.
A CRIMINALIZAÇÃO DA CAPOEIRA Com a abolição da escravidão no Brasil, e a ocupação de grande parte dos
postos de trabalho por emigrantes europeus na forma de trabalho assalariado,
muitos grupos de ex-escravos enfrentaram problemas para encontrar emprego.
Muitos destes com habilidades em capoeira foram contratados como seguranças em
fazendas. Outros sobreviviam de trabalhos braçais, como nas construções de
estradas de ferro.
A formação de maltas – grupos, bandos ou gangs de capoeiristas – nos
centros urbanos como no Rio de Janeiro, acontecia desde os tempos escravistas e
continuou com mais força nesse período. Foi quando a capoeira acabou se tornando
crime, inclusa até no Código Penal Brasileiro em 1890.
20
Nesse momento, os capoeiristas já não eram mais identificados apenas como
sujeitos negros. Na formação de maltas urbanas, a presença de mulatos também foi
notada. O historiador Carlos Eugênio Soares (2004) percebe em seus estudos, que
a capoeira estava articulada com a cultura das cidades, que era formada pelas
camadas populares e por trabalhadores marginalizados, atraindo não apenas
negros, mas emigrantes brancos pobres, que se amigavam pela afinidade com os
golpes velozes e pela camaradagem dos grupos de rua. Essa forma de ser dos
capoeiristas era identificada pela polícia que realizava perseguições e prisões.
Nesses conflitos, por vezes os capoeiristas saiam vitoriosos, ainda usando apenas
seus próprios corpos ágeis.
A DES-CRIMINALIZAÇÃO DA CAPOEIRA A capoeira era aprendida nas ruas, nas rodas, observava-se e tentava-se
imitar os movimentos. A figura do mestre de capoeira poderia, com sorte, indicar
uma ou outra movimentação para algum aprendiz. Mesmo com sua prática
criminalizada e reprimida, a luta continuou a ser transmitida geração a geração.
Manoel dos Reis Machado, conhecido como Mestre Bimba, segundo Benedito
Araújo (2008), era um homem de origem humilde, trabalhador portuário, de pouca
escolaridade, com fama de grande lutador nas ruas de Salvador. Mestre Bimba é
personalidade central da capoeira moderna, pois criou a chamada Luta Regional
Baiana, na década de 1930. Tal criação era a conhecida capoeira, mas
sistematizada em uma forma específica de ensiná-la, e com noções de defesa
pessoal ressaltadas. Essa nova forma foi criada com a colaboração de José
Cisnando Filho, aluno de Mestre Bimba e aluno da Faculdade de Medicina da Bahia.
Mestre Bimba passou a ensinar a capoeira no interior de uma academia, fato
incomum na época, e sua proximidade com estudantes de medicina, praticantes em
sua academia, aumentava a influência de sua capoeira na elite nordestina do
período. Até que em 1934, Getúlio Vargas, então presidente do Brasil, numa atitude
nacionalista, reconhece a herança cultural da capoeira, e extingue o decreto lei que
proibia e criminalizava a capoeira, o candomblé e a prática de outros cultos afro-
brasileiros.
21
OS MOVIMENTOS DA CAPOEIRAComo já conhecemos a movimentação básica da capoeira, a ginga, contando
até com algumas variações improvisadas, passemos agora ao estudo de outros
movimentos da capoeira. Pratique os seguintes movimentos junto à sua professora
ou professor:
Esquivas: são movimentos ou posições usadas para desviar de golpes
Negativa Negativa fechada Queda de quatro
Negativa com rolê Resistência Cocorinha
Acrobáticos: são movimentos de destreza, servem ao ataque, à defesa ou à beleza
Aú completo
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Macaco completo
Golpes: servem ao ataque e à defesa. São traumáticos ou desequilibrantes
Meia-lua de frente
queixada
Meia-lua de compasso
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armada
Rasteira giratória
Negativa derrubando
O ENSINO DA CAPOEIRA Vimos anteriormente, que é Mestre Bimba quem inicia com a prática de
ensinar a capoeira de forma sistematizada. Foi ele quem levou a capoeira para
dentro de uma academia e passou lecionar a grupos de alunos a sua Luta Regional
Baiana.
Uma das formas de ensinar de Bimba era através de seqüências de
movimentos. Como disse Mestre Nestor Capoeira, são oito conjuntos
predeterminados de golpes, contragolpes, esquivas, quedas e aús para serem
realizadas por duplas de alunos.
Isso foi uma grande mudança para a capoeira da época, pois o aprendizado
era feito na base do olhar e imitar. Antes de Bimba não tínhamos aulas de capoeira,
24
a pessoa iniciante tinha que observar os jogadores na roda e aprender
intuitivamente. Vez por outra, fora da roda, o mestre ou algum jogador mais
experiente dava uma dica que ajudava o aprendiz. Vamos conhecer um pouco
dessa forma de ensinar.
A CAPOEIRA NO MUNDO Em busca de apoio e reconhecimento, a partir do inicio da década de 1970,
muitos capoeiristas brasileiros começaram sair do país para rumo à Europa e
Estados Unidos. Mal sabiam eles que 30 anos depois a capoeira estaria espalhada
pelos quatro cantos do mundo, sendo a atividade brasileira mais praticada em todo
planeta.
Atualmente, a capoeira é praticada em mais de 150 países, nos cinco
continentes desse mundo. Mulheres, homens e crianças de diversas nacionalidades,
etnias e credos praticam a luta escrava, que vem sendo levada por mestres
brasileiros, cada vez mais reconhecidos. No Brasil, já são mais de 5 milhões de
praticantes.
O TOMBAMENTO DA CAPOEIRA NO BRASIL Durante a reunião dos conselheiros do Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (IPHAN) junto ao Ministério Federal da Cultura, em 15 de julho de
2008, deliberou-se pelo reconhecimento da capoeira como Patrimônio Cultural
Imaterial do Brasil. Essa decisão tem objetivo de oficialmente adotar a capoeira
como fundamental na construção cultural brasileira, assim como reconhecer o
esforço dos mestres na guarda dos fundamentos dessa manifestação. Tal
acontecimento, reconhecido como o tombamento da capoeira, foi comemorado por
praticantes de todo o Brasil. (Texto e imagens extraídos do Portal Dia a Dia Educação SEED-PR, autor: Professor NILO SILVA
PEREIRA NETTO).
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ATIVIDADE 01ATIVIDADE 01
CONHECENDO A CAPOIRA E SEUS MOVIMENTOS.CONHECENDO A CAPOIRA E SEUS MOVIMENTOS.Após um diálogo sobre os costumes e gestos da capoeira, os alunos irão se
envolver em uma roda que caracteriza o ritual presente nesse elemento cultural.
Tempo previsto: 3 a 5 aulas.
Conteúdo e temas: movimentos característicos da capoeira; os instrumentos como elementos
culturais e o ritual da roda de capoeira.
Competências e habilidades: identificar os movimentos característicos da capoeira; identificar e
adaptar instrumentos utilizados em uma roda de capoeira; identificar costumes e elementos
ritualísticos da capoeira: a roda.
Recursos: aparelho de som (opcional); CD com músicas de capoeira (opcional); instrumentos de
capoeira (opcional); papel sulfite; canetas; objetos diversos: balde, bambu, arame, latinhas de
alumínio ou potes plásticos, garrafas plásticas, tampas de recipientes plásticos e tampinhas de
garrafa.
Desenvolvimento da ATIVIDADE 01.Desenvolvimento da ATIVIDADE 01.
Etapa 01 Etapa 01 – vivenciando os movimentos– vivenciando os movimentos
Solicite que todos se espalhem em um espaço (quadra, gramado, pátio etc.),Solicite que todos se espalhem em um espaço (quadra, gramado, pátio etc.),
com música de fundo (musicas de capoeira ou aluno tocando algum instrumentocom música de fundo (musicas de capoeira ou aluno tocando algum instrumento
característico ou cantando alguma ladainha). Os alunos irão se movimentarcaracterístico ou cantando alguma ladainha). Os alunos irão se movimentar
conforme o ritmo das musicas, podendo realizar os movimentos que desejarem,conforme o ritmo das musicas, podendo realizar os movimentos que desejarem,
sejam eles da capoeira ou não. É importante que os alunos, nesse primeiro, nessesejam eles da capoeira ou não. É importante que os alunos, nesse primeiro, nesse
primeiro momento, não sejam motivados a reproduzir movimentos, mas aprimeiro momento, não sejam motivados a reproduzir movimentos, mas a
experimentar possibilidades diversas.experimentar possibilidades diversas.
Em seguida, procure destacar movimentos que, realizados por alguns alunos,Em seguida, procure destacar movimentos que, realizados por alguns alunos,
se assemelham aos da capoeira, estimulando os alunos a realizá-los.se assemelham aos da capoeira, estimulando os alunos a realizá-los.
Etapa 02Etapa 02 – Jogo “Fui pego na capoeira”. – Jogo “Fui pego na capoeira”.
Proponha um jogo de perseguição, com as seguintes regras: em uma áreaProponha um jogo de perseguição, com as seguintes regras: em uma área
previamente delimitada, um grupo de alunos deve tentar fugir da vigilância de doispreviamente delimitada, um grupo de alunos deve tentar fugir da vigilância de dois
fiscais, cujo papel é perseguir (correr atrás) dos que ultrapassarem o limitefiscais, cujo papel é perseguir (correr atrás) dos que ultrapassarem o limite
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estabelecido. Para reconduzir estes alunos à área delimitada, os dois fisciaisestabelecido. Para reconduzir estes alunos à área delimitada, os dois fisciais
deverão usar um arco, corda, bola ou rede. deverão usar um arco, corda, bola ou rede.
Permita que o jogo transcorra durante determinado tempo e depois reorganizePermita que o jogo transcorra durante determinado tempo e depois reorganize
o grupo para que todos vivenciem e experimentem as duas funções. É importanteo grupo para que todos vivenciem e experimentem as duas funções. É importante
que os alunos pensem em diferentes estratégias para fugir. Elabore com eles regrasque os alunos pensem em diferentes estratégias para fugir. Elabore com eles regras
para capturas e fugas (por exemplo, quem estiver fazendo algum movimentopara capturas e fugas (por exemplo, quem estiver fazendo algum movimento
característico da capoeira não pode ser pego).característico da capoeira não pode ser pego).
Etapa 03 Etapa 03 – Confecção de instrumentos: agogô, berimbau, caxixi, reco-reco, pandeiro– Confecção de instrumentos: agogô, berimbau, caxixi, reco-reco, pandeiro
e atabaque.e atabaque.
Questione-os: Questione-os: Há necessidade de instrumentos para acompanhar uma rodaHá necessidade de instrumentos para acompanhar uma roda
de capoeira? Os instrumentos de capoeira podem ser produzidos por eles?de capoeira? Os instrumentos de capoeira podem ser produzidos por eles?
Sugira previamente que os alunos tragam imagens dos instrumentos daSugira previamente que os alunos tragam imagens dos instrumentos da
capoeira e diferentes objetos de casa para improvisar e construir algunscapoeira e diferentes objetos de casa para improvisar e construir alguns
instrumentos utilizados na capoeira. Organize-os em grupos, que poderão fazer umainstrumentos utilizados na capoeira. Organize-os em grupos, que poderão fazer uma
apresentação a partir do que foi produzido, movimentando-se ao som e ritmoapresentação a partir do que foi produzido, movimentando-se ao som e ritmo
sugeridos pelos objetos confeccionados.sugeridos pelos objetos confeccionados.
Alguns objetos poderão ser adaptados: Atabaque (balde), berimbau e cabaçaAlguns objetos poderão ser adaptados: Atabaque (balde), berimbau e cabaça
(bambu, arame e latinhas de alumínio ou pote plástico), agogô (duas latinhas de(bambu, arame e latinhas de alumínio ou pote plástico), agogô (duas latinhas de
alumínio), reco-reco e baqueta (madeira/bambu talhado e vareta de bambu), caxixialumínio), reco-reco e baqueta (madeira/bambu talhado e vareta de bambu), caxixi
(garrafa plástica pequena com grãos) e pandeiro (tampa de plástico resistente com(garrafa plástica pequena com grãos) e pandeiro (tampa de plástico resistente com
tampinhas de garrafa).tampinhas de garrafa).
Etapa 04 Etapa 04 – Roda de capoeira.– Roda de capoeira.
Forme uma roda com todos os alunos e sugira que, de forma voluntária, noForme uma roda com todos os alunos e sugira que, de forma voluntária, no
meio da roda, criem alguns movimentos. A forma de acompanhamento dosmeio da roda, criem alguns movimentos. A forma de acompanhamento dos
movimentos pode ser decidida pelo próprio grupo: música, instrumentos ou batidasmovimentos pode ser decidida pelo próprio grupo: música, instrumentos ou batidas
de palmas. Em seguida, destaque os movimentos realizados por alguns alunos ede palmas. Em seguida, destaque os movimentos realizados por alguns alunos e
sugira que todos vivenciem.sugira que todos vivenciem.
O quadro a seguir apresenta a descrição e as imagens de alguns golpes daO quadro a seguir apresenta a descrição e as imagens de alguns golpes da
capoeira.capoeira.
Vale lembrar que não é necessário saber realizar os movimentos, masVale lembrar que não é necessário saber realizar os movimentos, mas
agregar informações a respeito do significado e da intenção de cada gesto.agregar informações a respeito do significado e da intenção de cada gesto.
27
Os movimentos da capoeira
Armada: pode ser aplicado pulando com as duas pernas ou com uma: uma perna
giratória com o tronco ereto. Funciona como esquiva. Aplica-se estando em pé. Um
pé firma no chão e o outro faz um movimento livre; fazendo um movimento de
rotação, varrendo na horizontal, atingindo o oponente com a parte lateral externa do
pé.
Aú: é conhecido como estrela, colocando-se as mãos no chão e jogando-se os pés
para o ar. É utilizado na entrada da roda.
Bênção: tem como objetivo acertar o adversário do abdômen para cima. A perna de
trás da ginga é colocada para a frente com a intenção de empurrá-lo.
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Cabeçada: realizado para desequilibrar o adversário, normalmente para acertar o
abdômen ou o peito.
Chapa ou escorão: golpe executado com a “chapa” (região plantar) do pé.
Cocorinha: esquiva, movimento que consiste em agachar o corpo, ficando de
cócoras (com seus joelhos flexionados, mas sem tocar o dorso no chão), com o
cotovelo fiexionado e o antebraço levantado para bloquear golpes na cabeça.
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Esquiva: a forma de se livrar de um golpe. Pode ser lateral, diagonal, atrás ou com
a mão no chão. Após a esquiva, pode-se realizar um salto mortal.
Ginga: é a parte que mais se assemelha a uma “dança”. É comum esconder na
ginga a malandragem do capoeira e enganar o adversário. A ginga serve também
para descanso, sem tirar a possibilidade de ataque e contra-ataque.
Macaco: movimento que consiste em projetar-se partindo de cócoras. Uma das
mãos pode estar apoiada no chão. Realiza-se um movimento completo (giro) sobre
o corpo, feito de forma transversal ao adversário, sendo crucial o olho no olho
durante a realização desse movimento.
Martelo: movimento que se executa erguendo-se a perna ao mesmo tempo em que
o corpo é inclinado lateralmente, batendo com a parte superior do pé.
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Martelo cruzado: o capoeira dá um salto, girando para o lado em que o oponente
será atingido. Também conhecido como martelo rodado ou parafuso.
Meia-lua de compasso: movimento no qual é usado o calcanhar para acertar o
adversário, girando-se com uma das mãos no chão, colocando-as para a parte de
dentro da ginga.
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Meia-lua de frente: o mesmo movimento da meia-lua de compasso, só que este é
dado com o corpo ereto, formando a imagem de uma meia-lua para baixo.
Ponteira: golpe frontal em que o capoeira usa a ponta do pé para atingir o
adversário. E um golpe que sai de baixo para cima, semelhante ao martelo,
diferindo por ser frontal e não lateral.
Quebra de rins: movimento em que o capoeira finaliza um aú, ou qualquer outro
movimento similar, flexionando o membro superior de apoio (o que é usado para
“sair” do aú) e levando o cotovelo em direção ao abdômen, na altura dos rins,
fazendo assim com que seu corpo fique apoiado sobre o antebraço e o cotovelo
flexionado, enquanto o outro antebraço permanece na altura da cabeça, até que um
de seus pés toque no chão. Nesse momento, deve-se fazer o movimento chamado
negativa para conseguir finalizar o movimento. Ao chegar nessa posição (negativa),
pode-se levantar usando um outro movimento chamado rolê ou apenas “sair da
negativa”, levantando-se e mantendo a posição de base da capoeira, dando
seqüência com outro golpe ou apenas gingando.
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Queixada: movimento que permite dois tipos de execução (lateral e frontal). Na
queixada lateral, a perna de trás da ginga cruza com a da frente que é,
simultaneamente, levantada fazendo um meio círculo. Na queixada frontal, a perna
de trás da ginga faz um movimento circular de dentro para fora para acertar o rosto
do adversário com a parte externa do pé. A queixada frontal também é chamada de
meia-lua de frente.
Rasteira: consiste em apoiar as mãos no chão e girar a perna, em um ângulo de
3600, até que encaixe por trás do pé do adversário, arrastando-o com o objetivo de
derrubá-lo.
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ATIVIDADE AVALIADORAA partir das informações e conhecimentos disponibilizados nas aulas,
complementados por pesquisa na internet e/ou outras fontes, os alunos divididos em
grupos, deverão demonstrar o desenvolvimento das seguintes habilidades:
• Identificar os nomes dos movimentos da capoeira (cinco nomes cada
grupo);
• Identificar, nas músicas de capoeira, os instrumentos utilizados;
• Relacionar e descrever as dificuldades que encontraram para realizar os
movimentos da capoeira;
• Estabelecer relações entre os movimentos da capoeira atual e as
necessidades durante a escravidão, questionando se os movimentos da
capoeira foram úteis para resistir a situação de opressão;
• Identificar e descrever as condutas esperadas durante a realização dos
movimentos em uma roda de capoeira (ritual);
• Descrever os aspectos que identificam ou caracterizam a capoeira como
esporte.
Não é necessário que todos os grupos atendam a todos os tópicos. O resultado da
pesquisa de cada grupo (que poderá incluir textos, imagens, desenhos etc.) poderá
ser apresentado em um mural.
PROPOSTA DE RECUPERAÇÃOAlgumas estratégias poder ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros
momentos, individualmente ou em pequenos grupos, envolver todos os alunos ou
apenas os que apresentaram dificuldades. Por exemplo:
• Resolução de outras situações-problema não contempladas na Atividade
Avaliadora, referente a gestos e movimentos da luta proposta;
• Reapresentação da atividade avaliadora desenvolvida em outra linguagem
(por exemplo: descrever verbalmente e/ou com desenhos ou atividades
realizadas na quadra);
• Atividade-síntese de um determinado conteúdo, em que as várias
atividades serão refeitas em uma única aula e discutidas posteriormente
(por exemplo: ritual da roda de capoeira).(Atividades baseadas no Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série,
volume 01).
34
ATIVIDADE RÍTMICA: HIP-HOP E STREET DANCEA intenção, ao tratar de hip-hop e street dance, é enfatizar suas
características rítmicas, mas para isso é necessário identificar aspectos mais amplos
dessas manifestações, que não se restringem a um estilo musical ou de dança.
O hip-hop surgiu nos Estados Unidos da América no início da década de
1980, após a intensificação da luta dos cidadãos negros daquele país pelos direitos
civis desde o final da década de 1960 e por toda a década de 1970, com a criação
do Partido dos Panteras Negras. O aumento da população imigrante proveniente da
América Latina e do Caribe foi determinante para a miscigenação cultural nos
grandes centros urbanos e regiões metropolitanas, especialmente em Nova Yorque,
criando as condições para que o hip-hop se constituísse ali como manifestação
sociocultural urbana. Há indícios de que na Jamaica já havia manifestações
semelhantes ao que os mestres-de-cerimônia (MCs) faziam, para organizar eventos
populares com música e discussão política.
O estilo mais conhecido dessa cultura urbana e metropolitana tornou-se
sinônimo da dança de rua na época: o break dance. Há duas interpretações para a
nomenclatura, já que break em inglês significa “quebrar” ou “interromper” (fazer um
intervalo de tempo). A dança simulava movimentos como se as articulações
estivessem “quebradas” e ocorria nos intervalos das apresentações dos cantores de
rap e Disc Jockeys (DJ’s) envolvidos.
O hip-hop é uma manifestação sociocultural que pode ser compreendida
somente no próprio contexto dos grupos interessados no seu processo,
coletivamente, e na história de vida de cada uma dessas pessoas. Atualmente, há
grupos interessados também nos produtos derivados do hip-hop e na sua “imagem”
para comercialização.
Há quatro principais elementos constituintes do hip-hop: o rap (rapper e DJ),
o MC (mestre-de-cerimônia ou apresentador do evento), o B boy (dançarino de rua)
e o grafiteiro (interessado na expressão gráfica da cultura urbana). Sua associação
ocorreu pela aproximação dos interesses dos jovens quanto à música mais falada
que cantada (rappers e também cantores de R&B — rhythm and blues), à
discotecagem e produção de música a partir de fragmentos ou samples (DJ5), à
dança (estilos de street dance pelos B-boys), à organização e produção de eventos
(pelos MCs) e à expressão gráfica com um sentido estético diferenciado (grafite).
35
Há, ainda, a aproximação de outros grupos socioculturais ao hip-hop,
acrescentando elementos a essa dinâmica na chamada “cultura de rua”: os jovens
interessados no street ball (basquete de rua) e futebol de rua, ou no uso de patins e
de skates. Em todos os casos há destaque para o protagonismo juvenil de forma
muito ampla, pois o movimento foi criado por jovens como manifestação de um estilo
de vida que confronta certos valores tradicionais.
Embora a questão étnica predominante no contexto original do hip-hop fosse
a realidade vivida por negros em uma região urbana e tenha se popularizado por
evidenciar seus conflitos (McLAREN, 2000), em todo o mundo parece haver
associação entre o hip-hop e a luta por poder e representatividade. Por exemplo, há
rappers norte-americanos judeus e negros que moram em regiões rurais, franceses
muçulmanos e brasileiros umbandistas.(Texto extraído do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série, volume 01).
ATIVIDADE 01
“TODO O PODER PARA O POVO”A frase “todo o poder para o povo” foi proferida por Angela Yvonne Davis, a
primeira mulher a concorrer à vice-presidência dos Estados Unidos, e incorporada
no discurso dos rappers norte-americanos e brasileiros. A música Fight the power
(Combata o poder), do grupo Public Enemy, de Nova Iorque, nos anos 1980, e a
sigla “4P” (Poder Para o Povo Preto), em uma música do grupo paulistano DMN, nos
anos 1990 são exemplos dessa incorporação.
A busca pelo poder para garantir o direito à expressão livre e a reivindicação
de representatividade política pelo próprio povo foi declarada abertamente pelos
jovens naqueles tempos. A música Política do grupo Athalyba e a Firma é um
exemplo nesse sentido. Alguns desses jovens encontraram no hip-hop uma forma
de expressão.
O propósito desta Situação de Aprendizagem é que os alunos identifiquem e
vivenciem algumas formas de expressão comuns ao hip-hop. São apresentadas
inicialmente duas vivências relacionadas à produção de sons com o próprio corpo e,
a seguir, uma terceira com a elaboração de movimentos que acompanham os sons
produzidos.
36
Tempo previsto: 1 a 2 aulas.
Conteúdo e temas: manifestações rítmicas ligadas à cultura jovem: hip-hop e street dance;
diferentes estilos como expressão sociocultural.
Competências e habilidades: identificar os diferentes elementos constitutivos do hip-hop;
compreender o contexto sociocultural do hip-hop e suas manifestações rítmicas.
Recursos: papel sulfite; canetas.
Desenvolvimento da ATIVIDADE 01
Etapa 1 - Percussão corporalPeça aos alunos que se expressem com ritmos e sons produzidos por seus
corpos, experimentando, assim, uma “percussão corporal”. Sugira que todos
comuniquem alguma idéia para os demais, individualmente ou em grupos. Peça que
identifiquem as partes do corpo que emitem sons, classificando-os. Questione-os
sobre como podemos produzir sons que não percebemos no cotidiano e quais são
mais valorizados no convívio social.
Etapa 2 - Beat boxO beat box (caixa de sons) é um termo utilizado para se referir a um rádio de
grandes dimensões, também chamado nesse caso de boom box, ou aos sons
produzidos com o próprio corpo, principalmente com a boca, simulando efeitos
sonoros das pick-ups e dos scratches nos discos. Solicite aos alunos que
comuniquem idéias utilizando o estilo sonoro beat box, produzindo sons com a boca.
Possibilidades InterdisciplinaresProfessor, o tema hip-hop poderá ser desenvolvido de modo integrado com as disciplinas de Artes,
Geografia, História, Língua Portuguesa e Língua Estrangeira, na medida em que os conteúdos
remetem a costumes brasileiros e de outros países, localização geográfica e situação econômica,
expressões idiomáticas, termos estrangeiros e representações estéticas. Converse com os
professores responsáveis por essas disciplinas em sua escola. Essa iniciativa facilitará a
compreensão dos conteúdos de forma mais global e integrada pelos alunos.
Peça que criem passos de dança ao som do beat box, mantendo o ritmo
entre os sons e os movimentos criados. Os sons e os movimentos podem ser
escritos (ou por meio de desenhos), para que possam ser aproveitados para
discussão na seqüência de aulas e também avaliados.
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Professor, não é necessário que você saiba executar os movimentos do street dance. Se for
preciso, peça aos alunos que já possuem vivências das danças de rua para auxiliá-lo em algumas
etapas da Situação de Aprendizagem. A mesma estratégia pode ser utilizada para qualquer outra
manifestação rítmica que seja abordada em aula.
ATIVIDADE 02
SÃO QUATRO ELEMENTOS, SERÁ QUE CABE MAIS UM?No hip-hop, o MC é o responsável pela organização e apresentação do
evento, seja uma batalha entre DJs, um duelo entre rappers, um desafio de B-boys
ou um concurso de grafite. Os DJs são responsáveis pela produção musical, os
rappers, pela elaboração das rimas, os B-boys, pelos passos de dança e os
grafiteiros pela expressão gráfica.
Nesta Situação de Aprendizagem, os alunos vivenciarão um evento
característico do hip-hop, elaborando os elementos culturais que constituem essa
manifestação, e, a seguir, relacionarão os elementos do hip-hop aos estilos de street
dance.
Tempo previsto: 3 a 4 aulas.
Conteúdo e temas: manifestações rítmicas ligadas à cultura jovem: hip-hop e street dance;
diferentes estilos como expressão sociocultural; principais passos e movimentos.
Competências e habilidades: identificar os diferentes elementos constitutivos do hip-hop;
compreender o contexto sociocultural do hip-hop e suas manifestações rítmicas; identificar os
diferentes estilos de street dance; perceber e nomear passos e movimentos característicos de
street dance; criar e nomear movimentos de street dance; perceber e compreender o ritmo
individual e coletivo na construção dos movimentos de street dance.
Recursos: imagens sobre hip-hop; aparelho de som; CD sobre hip-hop; TV; aparelho de DVD;
DVD sobre hip-hop; cartolina; giz; lousa.
Desenvolvimento da ATIVIDADE 02
Etapa 1 - Os quatro elementos do hip-hopApresente rapidamente aos alunos os elementos do hip-hop, se possível
com imagens (verifique as apresentadas neste Caderno). Se preferir, peça para que
38
eles pesquisem previamente o assunto ou verifique se já têm algum envolvimento ou
conhecimento sobre o hip-hop.
Organize os alunos em grupos, associando-os a um dos elementos
constitutivos do hip-hop e às suas respectivas funções: MC, DJ, rapper, grafiteiro e
B-boy (ou B-girl, no caso das alunas). Cada grupo será responsável por uma das
funções: o grupo de MCs organizará eventos envolvendo os demais, propondo
temas ou desafios, os DJs providenciarão a música (com aparelhos de som
eletrônicos, ou com o recurso do bem box e da percussão corporal ou, ainda,
improvisando objetos disponíveis), o grupo de rappers elaborará as rimas (poderão
escrevê-las ou improvisá-las), os grafiteiros farão as ilustrações gráficas (podem ser
criações a partir dos temas que surgirem nas músicas) em cartazes ou utilizando
bastões de giz em uma lousa, por exemplo. E os B-boys e as B-girls elaborarão os
passos de dança.
Peça para os grupos apresentarem suas produções. Pode haver um rodízio
entre eles para que todos possam experimentar diferentes elementos do hip-hop. Se
for possível, peça para que tragam outros objetos que poderiam ser associados ao
hip-hop, à “cultura de rua” contemporânea como, por exemplo, patins e skates.
Alguns movimentos de capoeira poderiam ser também associados aos passos dos
B-boys.
Etapa 2 - São quatro estilos, mas cada um tem o seuHá quatro estilos principais de street dance: no breaking, a impressão é de
que as articulações estão sendo “quebradas” nos movimentos; no popping, parece
que as articulações estão “saltando” em espasmos musculares; no locking, as
articulações estão “trancadas”, restringindo os movimentos; e no freestyle, a
improvisação assemelha-se a uma coreografia.
Apresente aos alunos uma produção audiovisual: trechos de filmes ou
videoclipes sobre o street dance (conferir, em Recursos para ampliar a perspectiva
do professor e do aluno para a compreensão do tema), contendo movimentos
específicos.
A seguir, proponha que analisem a complexidade e o significado dos
movimentos, vivenciando-os e registrando suas impressões e Sensações enquanto
realizam os movimentos.
39
A dinâmica da aula poderá ser agilizada se os alunos tiverem em mãos os
nomes dos principais movimentos e as respectivas imagens para que possam
associá-los à vivência. Procure elaborar esse material com antecedência ou solicite
que os próprios alunos pesquisem e tragam seus registros (textos e figuras) para a
aula.
ATIVIDADE 03
OS MANOS E AS MINAS DO HIP-HOP.A xenofobia é a aversão ao estrangeiro, ao que vem de fora, é um tipo de
“bairrismo” e de preconceito de quem vive na região urbana em relação a quem
mora no interior e vice- versa, ou de quem mora no litoral em relação ao turista.
No Brasil, parece comum a desvalorização da cultura nacional, como ocorre
nos casos de desrespeito e desvalorização da cultura indígena, ou dos costumes
dos migrantes de outras regiões que moram nos estados mais desenvolvidos do
país. O inverso também ocorre: valorizar a cultura nacional sem sequer conhecer
manifestações semelhantes de outros países é evitar o conflito de costumes que
caracteriza a própria identidade brasileira, repleta de contradições desde a
colonização européia e a escravidão negra.
No caso do hip-hop, a contradição é evidente: não se trata de uma
manifestação originalmente brasileira, mas o hip-hop já apresenta características
próprias no nosso país, como a relação com a embolada e o repente nordestino, ou
com expressões regionais O contexto sociocultural parece permanecer: há espaço
para a diversão, mas sem a alienação de quem está se divertindo.
Tempo previsto: 3 aulas.
Conteúdo e temas: manifestações rítmicas ligadas à cultura jovem: hip-hop e street dance;
diferentes estilos como expressão sociocultural; principais passos e movimentos.
Competências e habilidades: identificar os diferentes elementos constitutivos do hip-hop;
compreender o contexto sociocultural do hip-hop e suas manifestações rítmicas; identificar os
diferentes estilos de street dance; perceber e nomear passos e movimentos característicos de
street dance; criar e nomear movimentos de street dance.
Recursos: aparelho de som; CD com música rap; letras de música rap; fumadora (opcional).
40
Desenvolvimento da ATIVIDADE 03
Etapa 1 - Diversão sem alienaçãoOrganize os alunos em dois grupos, um de meninas e outro de meninos.
Solicite que apresentem os movimentos e passos de street dance mais comuns
associados ao seu gênero, conforme sua própria percepção. Os alunos podem
nomear os movimentos apresentados.
A seguir, os movimentos e passos realizados por alunos e alunas devem ser
contextualizados. Por exemplo: Remetem à diversão ou à alienação? Apresente
brevemente aos alunos alguns trechos de música rap ou R&B que apresentem
aspectos ideológicos presentes no hip-hop, voltados ao entretenimento ou à
conscientização política. Por exemplo, na música Lean back (Encoste-se), do grupo
americano Terror Squad, o refrão propõe que as pessoas “não devem dançar, só
ficar segurando as calças, se encostar e relaxar”. Já na música Fim de semana no
parque, do grupo paulistano Racionais MC’s, há uma crítica à exclusão a que estão
submetidos os que vivem longe da região central das cidades. Várias letras de
música podem ser obtidas em sues. Se possível, peça aos alunos para trazerem
músicas e letras de sua preferência.
Etapa 2 - “Na real” ou é só imagem?A expressão em inglês keep it real (que significa ”mantenha as coisas como
são na realidade”), utilizada na Cultura de Movimento hip-hop, indica a crítica que
alguns de seus adeptos fazem ao consumismo e aos modismos associados à
imagem comercializada desse elemento cultural.
Sugira aos alunos, agora em grupos mistos, que dramatizem um videoclipe
envolvendo todos os elementos do hip-hop e os estilos de street dance. A
mensagem do videoclipe deve ficar explícita na dramatização. Opcionalmente, as
apresentações podem ser gravadas em vídeo para que os movimentos possam ser
analisados com mais detalhes.
Depois de terem realizado as dramatizações, solicite aos grupos que opinem
sobre a produção dos demais, desde a complexidade dos movimentos até os
significados e sentidos expressos.
41
ATIVIDADE AVALIADORASolicite que os alunos escrevam uma letra de música rap com informações
pertinentes ao hip-hop e aos estilos de street dance e que apresentem a música com
os movimentos e passos aprendidos. Caso seja possível, a apresentação pode ser
gravada no formato de videoclipe.
Peça também para os alunos identificarem em um mural, com imagens
diversas, trazidas por eles mesmos, as que são associadas aos elementos do hip-
hop e aos estilos de street dance. Sugira que apresentem os principais movimentos
de cada estilo de street dance, nomeando os movimentos que realizarem.
PROPOSTA DE RECUPERAÇÃODurante o percurso pelas várias etapas das Atividades, alguns alunos
poderão não apreender os conteúdos da forma esperada. E necessário, então, que
outras Situações de Aprendizagem sejam propostas, permitindo ao aluno revisitar o
processo de outra maneira. Tais estratégias podem ser desenvolvidas durante as
aulas ou em outros momentos, individualmente ou em pequenos grupos, envolver
todos os alunos ou apenas os que apresentaram dificuldades. Por exemplo:
• Roteiro de estudos com perguntas norteadoras elaboradas por você,
para posterior apresentação por escrito;
• Apreciação e análise de filmes ou documentários, orientados por você;
• Apreciação e registro por parte do aluno dos próprios movimentos e dos
colegas;
• Elaboração e apresentação (pode-se optar pelo registro com uso de
palavras, desenhos, audiovisual etc.) de exercícios, pequenas
coreografias, jogos etc., a partir de referenciais e elementos sugeridos
por você;
• Resolução de outras situações-problema, não contempladas na Atividade
Avaliadora, referentes aos gestos e movimentos das atividades rítmicas
propostas;
• Reapresentação da Atividade Avaliadora desenvolvida em outra
linguagem (por exemplo: descrever verbalmente e/ou com desenhos as
atividades);
42
• Atividade-síntese de um determinado conteúdo, em que as várias
atividades serão refeitas em uma única aula e discutidas posteriormente
(por exemplo: dramatização de videoclipe com elementos do hip-hop).(Atividades extraídas do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série,
volume 01).
43
UNIDADE IIUNIDADE II
ESPORTES NÃO É BRINCADEIRA, NÃO!Afinal qual diferença entre o esporte e os jogos e brincadeiras? Está na
estrutura das regras. Qualquer esporte tem regras fixas e rígidas, ou seja, se você
jogar futebol, atletismo ou outro esporte em outro país, estado ou cidade não precisa
combinar as regras do jogo antes de iniciar uma partida ou disputa. Basta seguir as
regras e regulamento que foram determinados pela Federação Internacional.
Mas, experimente brincar de pega-pega, bola queimada, pé na lata e outros
jogos e brincadeiras populares. É bem possível que as regras sejam diferentes e
menos rígidas do que as de qualquer esporte. Ou seja, ping-pong é diferente de
tênis de mesa; andar de bicicleta é diferente de praticar ciclismo; jogar uma “pelada”
é diferente de praticar futebol profissional; dentre outros. As regras nos jogos e
brincadeiras são mais flexíveis, porém não menos importantes. Outra diferença é
que as regras nos jogos são determinadas por seus participantes, já as regras dos
esportes são determinadas pelas instituições próprias como federações e
confederações de cada esporte.
Regras, normas, leis ou regulamentos estão em todas as partes: na Educação
Física, na família, na escola. Em sua opinião, para que servem as regras? Elas
servem para serem respeitadas ou para organizar uma situação? E se elas não
forem respeitadas o que deve acontecer? Você acha justo que uma regra não possa
ser modificada? Você conhece alguma regra que não pode ser modificada mesmo
que dê mais privilégio a uns que a outros?
No caso do esporte, para mudar as regras, não basta se reunir e discutir qual
é melhor forma de jogar, como fazemos durante uma brincadeira. É necessária a
autorização de um órgão chamado Federação Internacional, responsável por fazer
com que um determinado esporte seja jogado igual em todas as partes do mundo.
Assim, o esporte é administrado por uma Federação Internacional (confira a figura).
A Federação Internacional pode ter uma filiada em cada país, chamada de
confederação. E ainda, cada confederação (nacional) pode ter várias federações
estaduais. Todo esse conjunto de instituições trabalha para o esporte. Por fim, os
atletas são filiados às federações estaduais.
O esporte em clubes e federações é algo que surgiu na Europa na segunda
metade do século XIX. Alguns Clubes montam equipes e mantém financeiramente
44
os atletas. Os atletas treinam várias horas por dia para chegar a uma receber salário
ou remuneração. Uma das formas de remuneração competição de nível nacional ou
internacional. Treinar é o seu trabalho e, em troca precisam é o contrato de emprego
ou de patrocínio. No caso do patrocínio, os atletas divulgam algum produto ou marca
na camiseta ou boné em troca de ajuda financeira.
Ser ou não um atleta? O fato é que se a intenção de praticar uma atividade é
para manter-se com saúde, não precisa ser necessariamente um esporte. Mas,
quem não sonhou em ser um jogador de futebol? Se a intenção é de tornar-se um
profissional ou pelo menos participar do treinamento de qualquer esporte, o melhor
lugar é procurar uma empresa, clube ou lugar especializado em formar atletas, não é
mesmo?
Por trás de um atleta de sucesso existem muitos outros trabalhadores. Os
tipos de trabalhos que conhecemos atualmente é uma invenção do ser humano. Os
homens já trabalharam para sua sobrevivência ou escravizados por outros homens,
recebendo ou não salário. Se atualmente existem máquinas que fazem o trabalho
pesado pelo ser humano, elas também tiram a oportunidade do ser humano
conhecer todo o processo de produção de uma mercadoria, pois a máquina faz uma
parte ou todo o processo. Além do mais, as máquinas garantem lucro mais
facilmente que, infelizmente, não é distribuído igualmente para todos que
trabalharam na produção da mercadoria.
Com o passar dos anos, vão surgindo e desaparecendo várias profissões,
quer um exemplo? Para um torcedor vestir a camisa do time precisa que alguém a
confeccione. Esse processo de costurar pode ser feito por uma costureira ou, em
seu lugar, máquinas farão o trabalho. Já teve oportunidade de visitar uma grande
fábrica de confecção de material esportivo? Sabe como são as condições de
trabalho ali? Você sabia que existe uma fábrica de materiais esportivos que costura
tênis de marcas internacionais, localizada em Vitória da Conquista (BA)?
Acesse http://www.youtube.com/watch?v=KSlYRYcjXzI e comprove.(autora: DENISE PIROLO)
45
ESPORTE: ESPORTE: FUTEBOL DE CAMPOFUTEBOL DE CAMPO
HISTÓRIAOs antecedentes mais remotos do jogo se situam por volta do ano 200 a.C,
durante a dinastia Han, na China. O jogo era chamado de tsu chu, que significa dar
chutes. Até os imperadores chineses participavam do jogo. Os gregos e os romanos
tiveram uma grande variedade de jogos com bolas e alguns deveriam ser jogados
tanto com as mãos quanto com os pés. No século VII, os japoneses desenvolveram
uma forma de futebol chamada Kemari. No século XIV era disputado, em Florença,
um jogo chama do Cálcio (jogo do chute), jogado por equipes de 27 jogadores com
seis árbitros. Neste jogo era permitido usar tanto as mãos quanto os pés.
Em 1846 foi realizada a primeira tentativa séria de se estabelecer um
regulamento. Foi promovido por H. de Winton e J .C. Thring, na Universidade de
Cambridge,
que prepararam um encontro entre os representantes das escolas públicas
mais importantes para tentar criar um jogo de regras padronizado. Chegou-se a um
acordo e formularam-se dez regras conhecidas como as “regras de Cambridge”,
descritas por Thring como “jogo simples”.
Em 1855 foi fundado o Sheffield Football Club, o clube mais antigo do mundo,
e em 1862 começou a existir o Notts County, o clube federado também mais antigo
do mundo.
No final da década de 1870 começou uma longa, e às vezes mordaz, disputa
sobre os prós e os contras da profissionalização e sobre se os jogadores deveriam
ou não ser pagos com dinheiro, como compensação pelos salários perdidos ao
jogarem uma partida. Foi legalizada a profissionalização, mas a discussão continuou
durante anos e afetou outros países. Outro evento importante foi a criação da Liga
de Futebol, em 1888, que se converteu em um modelo para outros países, que a
imitaram posteriormente.
Em Viena havia uma grande colônia britânica, que foi responsável pela
criação do primeiro clube de futebol de Viena e Criquet de Viena, do qual se originou
o FK da
Áustria. A Dinamarca foi outro país europeu que logo começou a praticar o
jogo. Em 1879 havia um clube inglês de futebol em Copenhague, e foi fundada a FA
dinamarquesa em 1889.
46
No princípio do século XX, o jogo já estava difundido pela Europa e a maioria
dos países já tinha formado a sua própria associação & futebol: Bélgica (1885),
Tchecoslováquia (1901), Finlândia (1907), Luxemburgo (1908)...
Na América do Sul, os marinheiros britânicos já praticavam o futebol no Brasil
na década de 1870, mas o principal impulsor deste esporte foi Charles Miller, filho de
imigrantes ingleses. Ele incentivou os trabalhadores ingleses residentes no País a
formarem clubes. O primeiro clube brasileiro importante foi a Associação Atlética em
São Paulo. Na Argentina, o jogo foi introduzido pelos ingleses residentes em
Buenos Aires, e a Asociación de Fútbol Amateur (AFA) foi fundada em 1891.
Em 1904, foi fundada em Paris a Federação Internacional de Futebol - FIFA
(Fédération Internationale de Football Association), órgão diretivo mundial. Entre as
duas guerras mundiais, o futebol começou a ser praticado em outros países, e
depois da Segunda Guerra em países do Terceiro Mundo. Em 2006, a FIFA
alcançou 207 membros associados.
O futebol, como outros esportes, tende a inspirar uma intensa rivalidade entre
os torcedores dos clubes e das seleções nacionais. A fidelidade é expressa pelo uso
das cores nacionais ou do clube (camisetas, cachecóis, gorros) e pelo agito das
bandeiras. Os torcedores dinamarqueses introduziram a moda de pintar o rosto com
as cores dos clubes ou da seleção. Este procedimento se tomou comum em muitas
partes do mundo e alguns torcedores chegam, inclusive, a pintar o cabelo com
essas cores. As músicas e o uso de instrumentos musicais também são
característicos das multidões do futebol moderno. No Brasil e em outros países
latino-americanos são freqüentes as coreografias dos espectadores e o som dos
tambores, coordenados pelas torcidas organizadas das equipes que tomam parte na
partida. A “ola” mexicana chegou a ser adotada em outros esportes.
O apego popular ao “esporte rei” percorreu todos os continentes, ainda que as
principais regiões onde as figuras mais destacadas mostram o seu esforço e o seu
talento ainda sejam a Europa e a América do Sul. De qualquer forma, não podemos
esquecer do futebol africano, cujos jogadores são muitas vezes requisitados pelas
equipes mais importantes do mundo. Os países da Ásia e de outras regiões do
mundo, atualmente,também estão presentes nos grandes eventos do futebol.
47
CAMPO DE FUTEBOL
O campo de futebol costuma ser de grama, ainda que se possa jogar em
outro tipo de superfícies, como a terra, e, em algumas competições, sobre a grama
artificial, O campo não pode medir mais que 119 metros de comprimento por 91
metros de largura, e nem menos de 91 metros de comprimento por 46 metros de
largura.
A BALIZA (OU GOL)
O gol é composto por duas traves colocadas verticalmente, ficando uma
distante da outra 7,32 metros, por um travessão que une as traves e que fica a uma
altura de 2,44 metros, e por uma rede que cobre toda a sua parte traseira.
A BOLA
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A bola é redonda, feita de couro sintético, consideradas as mudanças
realizadas no mundial da Coréia e do Japão, no qual foram modificados a textura e o
material. O peso oscila entre 396 e 453 gramas e a circunferência, entre 68 e 71
centímetros.
ÁRBITROS
Todo jogo de futebol é controlado por um árbitro principal (ou juiz) e dois
árbitros de linha, ou auxiliares (bandeirinhas), que ajudam o juiz a observar as
jogadas polêmicas e os jogadores que estão em situação de impedimento. Além
deles, existe um juiz suplente, encarregado das substituições dos jogadores de cada
equipe.
TEMPO DE JOGO O jogo é disputado em dois tempos de 45 minutos, com um intervalo de 15
minutos entre eles. Em competições eliminatórias, caso haja um empate durante o
tempo regulamentar de 90 minutos, joga-se uma prorrogação de dois tempos de 15
minutos. Caso nenhuma equipe marque um gol durante este período, a vitória é
decidida através da cobrança de pênaltis.
49
O PÊNALTIQuando uma falta é cometida dentro da grande área, o árbitro marca uma
falta que deve ser cobrada pelo jogador a uma distância de 11 metros da linha do
gol. Para que o gol seja válido, é necessário que toda a circunferência da bola
ultrapasse a linha demarcatória embaixo da baliza.
VESTIMENTA
Todos os jogadores devem vestir camisa, calção, meias e chuteiras com
travas. Tanto a camisa quanto o calção levam o número de identificação do jogador.
O goleiro é o único jogador que, obrigatoriamente, deve vestir uma roupa
diferente da dos companheiros de equipe.
SUBSTITUIÇÕESO número de substituições permitidas é de no máximo três em partidas
oficiais. Em jogos amistosos este número pode chegar a cinco.
TIRO INICIAL (SAÍDA)Para começar uma partida, coloca-se a bola no centro do círculo central. A
bola está em jogo quando a sua circunferência der um giro completo para frente.
Para isso, usualmente são dados dois toques entre companheiros da equipe. Vale
destacar que cada vez que um gol for marcado a bola volta a ser colocada no círculo
central, para que a equipe que sofreu o gol reinicie a partida.
50
Cobrança de lateraisPara cobrar um arremesso lateral, o jogador deve colocar os dois pés no solo,
atrás da linha lateral, sem levantar as plantas dos pés. Ele deve segurar a bola com
as duas mãos, estender os braços para cima e por trás da cabeça para jogar a bola.
Cobrança de escanteioO escanteio é cobrado no ponto em que se juntam a linha de fundo e a linha
lateral mais próxima do lugar por onde a bola saiu.
O jogador que cobra o escanteio não pode voltar a tocar na bola até que outro
jogador o faça. Os jogadores da outra equipe devem estar a uma distância mínima
de 9,15 metros.
Impedimento (offside)
Um jogador está impedido se ao receber um último passe, antes de chutar
para o gol, estiver mais próximo da linha de meta contrária que a bola e o penúltimo
51
adversário e estiver interferindo na jogada, tirando vantagem dessa posição
irregular. Ele não estará impedido nas seguintes condições:
1. Cobranças de escanteio.
2. Se um jogador estiver na metade do seu campo e partir para o campo
adversário depois que a bola for tocada.
3. Se o último a tocar a bola para chegar ao jogador adiantado for um jogador
da equipe adversária.
4. Se houver dois jogadores adversários entre o atacante e a linha de gol,
inclusive o goleiro. Esta é a essência da regra de impedimento.
TIRO LIVRE DIRETO OU INDIRETOPode-se marcar um gol de um tiro livre direto mas não de um indireto. Neste
segundo caso, outro jogador deve tocar na bola para que o gol seja consignado. Um
tiro livre direto é cobrado em casos de faltas graves, sendo marcado como um
pênalti se a falta acontecer dentro da grande área. Todos os tiros livres, exceto o
pênalti, são cobrados do ponto onde a falta foi cometida. Os jogadores adversários
devem estar colocados a uma distância mínima de 9,15 metros da bola no momento
da cobrança.
Tipos de infraçõesUm tiro livre indireto é marcado em casos de infrações graves, tais como
faltas intencionais ou conduta antiesportiva. Existem seis situações deste tipo. Seis
são faltas cometidas contra um adversário e uma é falta técnica. As seis primeiras
são:
1. Chutar, fazendo cair um adversário.
2. Saltar sobre o corpo de um adversário.
3. Jogar o peso do corpo sobre um adversário, por trás.
4. Agarrar um adversário.
5. Empurrar um adversário.
6. Jogar o peso do corpo em cima de um adversário de maneira violenta ou
perigosa.
Outras duas faltas graves são dar ou tentar dar um chute no adversário e
bater ou tentar bater nele com a mão. Se alguma destas faltas for cometida dentro
da área por um jogador da equipe que defende, o árbitro marca pênalti.
52
Os tiros livres indiretos são marcados nos seguintes casos:
1. Jogo perigoso (elevação do pé por cima da linha da cintura do adversário
ou descida da cabeça por baixo da linha da cintura do adversário).
2. Jogar o peso do corpo sobre o adversário ao não ter distância suficiente
para chutar a bola.
3. Obstrução.
4. Investir sobre o goleiro, exceto quando ele estiver conduzindo a bola ou
tiver saído da área.
5. Quando o goleiro demorar deliberadamente a pôr a bola em jogo.
6 Quando o goleiro der mais de quatro passos estando com a posse da bola.
7. Quando um jogador passa deliberadamente a bola com o pé ao goleiro e
este a recebe ou golpeia com a mão.
8. Reclamações.
9. Impedimento.
Cartão Amarelo1. É dado o cartão amarelo a todo jogador que entrar ou sair do campo sem a
autorização do árbitro.
2. Caso um jogador persista em cometer as mesmas infrações.
3. Caso não aceite a decisão do árbitro.
4 Por conduta antiesportiva e perda deliberada de tempo.
Cartão VermelhoÉ dado o cartão vermelho a todo jogador que reincidir nas faltas antes
mencionadas. Pode ser dado diretamente um cartão vermelho quando a falta for
muito grave, como chutar um adversário por trás, quando ele for o último jogador
antes do gol e derrubar o adversário, por usar vocabulário ofensivo ou agredir o
árbitro.(Texto extraído do Manual de Educação Física: Esportes e recreação por idades do Professor
Alexandre Moraes de Mello, Ed. Equipe Cultural).
53
ATIVIDADE 01
VAMOS JOGAR O FUTEBOL CONSTRUÍDO?Esta Atividade propõe a vivência de uma partida de futebol completa e
organizada pelos próprios alunos.
Os alunos devem organizar uma partida de futebol completa, com todas as
determinações de regras, responsabilizando-se integralmente pela sua organização:
escolha das equipes e posição/função dos jogadores, arbitragem e comando das
equipes.
Tempo previsto: 2 a 3 aulas.
Conteúdo e temas: dinâmica e organização de uma partida de futebol.
Competências e habilidades: identificar e reconhecer os princípios técnico-táticos do futebol,
aplicando-os em uma partida propriamente dita; organizar-se de modo autônomo para realizar uma
partida de futebol, desempenhando todas as funções necessárias para tal.
Recursos: bolas de futebol, coletes, campo e balizas, apito, bandeira e cartões.
Desenvolvimento da ATIVIDADE 01Proponha a realização de uma partida de futebol “oficial”, com todas as suas
determinações em termos de regras. Além da participação no jogo propriamente
dito, solicite que os próprios alunos arbitrem o jogo e coordenem todas as ações
necessárias para que a partida ocorra, como a organização das equipes, a
determinação das funções de cada jogador no campo etc. Essa é uma ótima
estratégia para que se possa avaliar o entendimento dos alunos em relação à
dinâmica do futebol. No entanto, e sempre que for necessário, pare a partida e
retome aspectos já trabalhados anteriormente, como regras de ação, regras do jogo
etc.
ATIVIDADE AVALIADORAObserve durante o desenvolvimento das Atividades, avaliando suas ações e
seus entendimentos a respeito das atividades propostas. Analise as decisões
tomadas pelo grupo ao longo das atividades, suas ações no que se refere à
dimensão técnico-tática do futebol, ou seja, a forma como os alunos demonstram ter
apreendido os princípios operacionais. Observe e analise as decisões tomadas pelo
grupo durante a partida de futebol, a fim de verificar o entendimento dos alunos em
relação às regras, às funções dos jogadores e às ações de ataque/defesa. Ao longo
54
do percurso de aprendizagem, você poderá sugerir a redação de textos-síntese
sobre aquilo que foi trabalhado e vivenciado na quadra ou fazer questionamentos
orais aos alunos, individualmente ou em grupo, como forma de avaliar o que
compreenderam.
Ao longo das aulas, você pode apresentar algumas questões, como:
• De que forma a equipe de beisebol deveria se comportar em situação
de defesa?
• De que forma a equipe de beisebol deveria se comportar em situação
de ataque?
• Qual(ais) poderia(m) ser a(s) estratégia(s) escolhida(s) para a equipe
que defende?
• Qual(ais) poderia(m) ser a(s) estratégia(s) escolhida(s) para a equipe
que ataca?
Procure, ao longo de cada Atividade, fazer com que os alunos realizem
discussões, problematizações e sínteses que os auxiliem a assimilar a dinâmica
tática do futebol.(Baseada nas atividades do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série,
volume 04, p.29).
ATIVIDADE DE RECUPERAÇÃOAlgumas estratégias poder ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros
momentos, individualmente ou em pequenos grupos, envolver todos os alunos ou
apenas os que apresentaram dificuldades. Por exemplo:
• Roteiro de estudos com perguntas norteadoras referentes aos princípios
técnico-táticos ou às regras do esporte coletivo, e posterior apresentação
em registro:
• Atividade-síntese de um determinado conteúdo, em que as várias
atividades serão refeitas em uma única aula e discutidas posteriormente
(por exemplo: circuito que contemple diferentes preceitos e sistemas
táticos das modalidades do esporte coletivo.)(Baseada nas atividades do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª
série, volume 02, p.19).
55
ATIVIDADE RÍTMICA: HIP-HOP E STREETDANCE
Durante a primeira metade do século XX, alguns ritmos foram
predominantes nos Estados Unidos e, à medida que o país passou a dominar
economicamente e influenciar política e culturalmente todo o mundo, seus costumes
ganharam destaque internacional. Entretanto, a população negra norte-americana se
situava à margem das conquistas globais de seu próprio país. Na década de 1930,
durante a recessão, dançarmos sapateavam nas ruas ao som do jazz e tentavam
estabelecer um estilo de vida de forma pacífica. Décadas depois, ao longo dos anos
1960, os passos de dança seguiam o ritmo predominante do soul e do funk,
enquanto a população negra buscava um estilo de vida que confrontava
explicitamente certos valores da sociedade norte-americana.
Na década de 1980, os passos de dança realizados nas ruas
acompanhavam o ritmo da música rap. O estilo de vida dos negros norte-americanos
passou a repercutir na mídia com mais impacto, com uma atitude agressiva que
revelava contradições na estrutura social dos Estados Unidos. O interesse mundial
pela cultura norte-americana e a exploração desse elemento cultural pela mídia
eclodiu na popularização do movimento hip-hop no início do século XXI. A dança de
rua ou streetdance tornou-se quase um modismo, parecendo uma prática
desvinculada de seu próprio processo histórico. Ao longo desse processo houve
certa confusão entre a “cultura de rua”, da qual não se tem controle, e o movimento
hip-hop, que consiste em um conjunto de elementos culturais articulados entre si de
forma intencional.
Assim como os demais elementos que compõem o hip-hop, o streetdance
apresenta diferentes estilos que se mesclam. No Brasil, a população negra do
estado de São Paulo foi pioneira na popularização desse movimento, ainda no início
dos anos 1980. O termo mais popular utilizado para designar a dança que
acompanhava as manifestações de hip-hop era o break. O sentido do termo era o
mesmo utilizado em Nova Iorque em relação aos “rapazes que dançavam nos
intervalos” (breakdance boys ou b-boys).
Com o passar do tempo, detalhes do streetdance foram identificados a partir
de influências de outras regiões e convencionou- se tratar esse elemento cultural
como um conjunto formado por quatro estilos principais: breaking, popping, locking e
freestyle. O popping e o locking parecem ter sua origem associada às ruas de Los
56
Angeles, ao passo que o freestyle é um estilo ainda mais livre de dançar,
improvisando movimentos.
Top-rock ou Up-rockO top-rock é um movimento realizado em planos altos, ao mesmo tempo é
um tipo de provocação para outro b-boy e serve como preparação para movimentos
mais complexos que serão realizados.
O up-rock tem a mesma função, mas é mais complexo, pois envolve a
presença de dois b-boys que simulam um tipo de combate com ataque e defesa
(algo semelhante à capoeira quando realizada sem contato entre os oponentes).
Down-rock ou Foot-workSão movimentos realizados com os membros superiores e o tronco servindo
como apoio, em contato com o solo, para que os membros inferiores possam ser
movimentados de forma ainda mais complexa.
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Power movesSão movimentos que exigem bastante força nos apoios com os membros
superiores, assumindo posições invertidas de modo semelhante a alguns
movimentos da ginástica.
Freeze ou SuicideÉ a manutenção por alguns segundos da posição final assumida após a
realização de uma seqüência de movimentos. Se houver uma queda proposital do b-
boy ao solo, o movimento final é chamado de “suicídio” (suicide).
(Texto e imagens extraídas do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série,
volume 02).
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ATIVIDADE 01
COREOGRAFIA COM ESTILO LIVRE
Professor, não é necessário que você saiba executar os movimentos do streetdance. Se
necessário, peça a alunos que já possuam vivências das “danças de rua” para auxiliá-lo em
algumas etapas das Situações de Aprendizagem. A mesma estratégia pode ser utilizada para
qualquer outra manifestação rítmica que seja abordada em aula.
Os alunos vivenciarão os passos/movimentos de streetdance e em seguida
irão elaborar e apresentar uma coreografia mais complexa, porém mais livre: o
freestyle.
Tempo previsto: 4 a 6 aulas.
Conteúdos e temas: manifestações rítmicas ligadas à cultura jovem: hip-hop e streetdance;
diferentes estilos como expressão sociocultural; principais passos/movimentos e coreografias.
Competências e habilidades: compreender os diferentes estilos de streetdance e seu processo
histórico; perceber e nomear passos/movimentos característicos de streetdance; criar coreografias
de streetdance; perceber e compreender o ritmo individual e coletivo na construção dos.
movimentos de streetdance.
Recursos: aparelho de som e DVD. CDs, videoclipes (opcional e letras de músicas relacionadas ao
hip-hop).
Desenvolvimento da ATIVIDADE 01
Etapa 1 - A seqüênciaOrganize a turma em vários grupos com quatro alunos em cada um. Se
possível, apresente uma imagem referente a cada movimento (verifique sugestões
no quadro das páginas 23 e 24). Explique que cada componente do grupo será
responsável por apresentar um dos passos/ movimentos do streetdance. Solicite a
cada grupo que realize a seqüência de passos propostos, e que demonstrem aos
demais colegas de turma. E necessário que todos os alunos vivenciem todos os
movimentos propostos. Os nomes dos passos/movimentos têm relação com seu
contexto original (há possibilidade de trabalhar em conjunto com os professores de
Inglês neste tema), mas os alunos podem propor outros nomes. Sugere-se que
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sejam utilizadas músicas relacionadas ao hip-hop durante a aula. Você pode
solicitar, opcionalmente, aos próprios alunos que tragam as músicas que preferirem.
Etapa 2 - A batalhaMantenha os mesmos grupos da etapa anterior e peça que inventem um
nome para o seu grupo. Organize um “torneio” e solicite que cada grupo enfrente os
demais, apresentando a seqüência de passos. A complexidade dos movimentos é
que será determinante para decretar a “vitória” de um grupo sobre outro e os
próprios alunos é que devem escolher os “vencedores”. Discuta as dificuldades
encontradas na vivência.
Etapa 3 - A liberdadeMantenha os mesmos grupos das etapas anteriores e solicite a cada grupo
que elabore uma coreografia que vá além dos passos já vivenciados, criando outros
movimentos. Permita que todos os grupos se apresentem. Ao final, peça que
registrem por escrito a seqüência de movimentos, nomeando os passos que
inventaram.
ATIVIDADE AVALIADORAEscolha em conjunto com os alunos uma música relacionada ao hip-hop e
solicite a eles que elaborem por escrito uma coreografia para essa música, a qual
contenha os movimentos/passos aprendidos, e que a apresentem. As coreografias
realizadas nas aulas também podem ser consideradas nesse sentido, sendo
possível avaliar todo o processo de elaboração. Procure verificar se os alunos
utilizam os passos/movimentos aprendidos, sabem nomeá-los e criam coreografias
em consonância com o ritmo individual e coletivo, bem como em relação à música
proposta. A apresentação poderia, opcionalmente, ser registrada/gravada no formato
de videoclipe para apreciação estética da complexidade dos movimentos pelos
próprios alunos.
PROPOSTA DE RECUPERAÇÃODurante o percurso pelas Atividades, alguns alunos poderão não apreender
os conteúdos e não desenvolver as habilidades da forma esperada. E necessário,
então, que outras Situações de Aprendizagem sejam propostas, permitindo ao aluno
60
“revisitar” de outra maneira o processo. Tais estratégias podem ser desenvolvidas
durante as aulas ou em outros momentos, envolver todos os alunos ou apenas
aqueles que apresentaram dificuldades. Podem ser desenvolvidas individualmente
ou em pequenos grupos Por exemplo:
• Roteiro de estudos com perguntas norteadoras referentes ao hip-hop
e ao streetdance e posterior apresentação em registro escrito.
• Apresentar características do processo histórico do movimento hip-
hop e os passos e coreografias de streetdance.
• Apreciação e análise de filmes ou documentários, orientados pelo
professor.
• Apreciação e registro por parte do aluno dos próprios movimentos e
dos colegas.
• Elaboração e apresentação (pode-se optar pelo registro com uso de
palavras, desenhos, audiovisual etc.) de pequenas coreografias com
base em referenciais e elementos sugeridos pelo professor.
• Reapresentação da Atividade Avaliadora desenvolvida em outra
linguagem (por exemplo: descrever verbalmente e/ou com desenhos
as atividades realizadas).
• Atividade-síntese de um determinado conteúdo, em que as várias
atividades serão refeitas numa única aula e discutidas posteriormente
(por exemplo: dramatização de videoclipe com elementos do hip-hop
e passos de streetdance).(Atividades extraídas do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série,
volume 02).
61
UNIDADE III
ESPORTE: FUTSALA quadra tem o formato de um retângulo, com o máximo de 42 m (mínimo de
30 m) de comprimento e 22 m de largura (mínima de 17 m) para partidas oficiais
nacionais no Brasil.
As linhas demarcatórias da quadra devem estar, no mínimo, a um metro de
qualquer objeto ou equipamento, como cercas e alambrados.
Para partidas oficiais internacionais, a quadra deverá ter um comprimento
entre 38 e 42 metros e uma largura entre 18 e 22 metros.
As linhas demarcatórias deverão ser visíveis e traçadas com 8 cm de largura,
sendo que elas integram e pertencem à quadra de jogo.
BALIZASCada baliza possui 2 metros de altura por 3 metros de largura, e devem ser
posicionadas de forma centralizada sobre cada uma das linhas de fundo.
DEMARCAÇÃO DO LOCAL DE COBRANÇA DA PENALIDADE MÁXIMAÀ distância de 6 metros do ponto central da meta, medida por uma linha
imaginária em ângulo reto com a linha de fundo e assinalada por um pequeno circulo
62
de 10 centímetros de raio, serão marcados os respectivos locais de cobrança da
penalidade máxima.
DEMARCAÇÃO DO LOCAL DE COBRANÇA DE TIRO LIVRE SEM BARREIRADistantes 10 metros do ponto central da meta, medida por uma linha
imaginária em ângulo reto com a linha de fundo, serão marcados os respectivos
sinais, de onde serão cobrados os tiros livres sem barreira, nas hipóteses previstas
nas regras. À distância de 5 (cinco) metros do ponto central da meta em ângulo reto
com a linha de fundo, deverá ser marcada uma linha tracejada de 60 (sessenta)
centímetros, paralela Alinha de fundo, para demarcar a distância mínima em que o
goleiro poderá ficar na cobrança dos tiros livres sem barreira.
DEMARCAÇÃO DA ZONA DE SUBSTITUIÇÃOÉ o espaço marcado na linha lateral, do lado onde se encontra a mesa de
anotações e cronometragem, iniciando-se a uma distância de 3 metros para cada
lado, partindo da linha divisória do meio da quadra. Para cada zona haverá um
espaço de 3 metros identificados com linhas de 80 centímetros, ficando 40
centímetros no interior da quadra e 40 centímetros para fora da quadra, por onde os
atletas deverão entrar e sair da quadra por ocasião das substituições. O espaço à
frente da mesa do anotador e cronometrista com 3 metros de cada lado da linha
divisória do meio da quadra deverá permanecer sempre livre.
A BOLAA bola é esférica e o seu invólucro deve ser de couro macio ou de outro
material aprovado. É vedado o uso de material que possa oferecer perigo ou dano
aos atletas.
Nas categorias principal e juvenil, as bolas em sua circunferência terão no
máximo 64 centímetros e no mínimo 62 centímetros. Seu peso terá no máximo 440
gramas e no mínimo 400 gramas.
Nas categorias infantil e feminino, as bolas em sua circunferência terão no
máximo 59 centímetros e no mínimo 55 centímetros.
O peso máximo é de 380 gramas e mínimo de 350 gramas. As bolas para
estas categorias deverão ter uma marca, em cor diferente, bem visível para sua fácil
identificação.
63
Nas categorias com faixa de idade inferior à infantil, as bolas terão no máximo
55 centímetros de circunferência e no mínimo 50 centímetros. Seu peso terá no
máximo
330 (trezentos e trinta) gramas e no mínimo 300 gramas.
Nas categorias de base (iniciação), as bolas em sua circunferência terão no
máximo 43 centímetros e no mínimo 40 centímetros.
O peso terá no máximo 280 gramas e no mínimo 250 gramas.
Além das exigências anteriores, a bola deverá estar calibrada conforme
especificação do fabricante. Quando largada de uma altura de 2 metros deverá subir
a uma altura de 50 a 65 centímetros.
ObservaçãoSe durante a partida uma outra bola cair dentro da quadra, deverá ser
considerada como um elemento estranho. A partida só deve ser paralisada se o
árbitro interpretar que houve interferência no jogo.
JOGADORES E SUBSTITUIÇÕESCada equipe deverá ter no início do jogo 5 atletas. O jogo não pode ser
iniciado sem que as equipes disponham deste número de jogadores, e deverá ser
interrompida se uma delas ficar com apenas 3 atletas.
As equipes podem ter até 7 atletas reservas e é permitido a cada equipe fazer
o número de substituições “volantes” que quiser, sem paralisação da partida,
podendo o mesmo atleta sair e retomar à quadra. Não é necessário avisar ao
cronometrista ou anotador. A substituição é feita com a bola em jogo, mas o jogador
só pode entrar quando seu colega tiver deixado a quadra. Os jogadores devem sair
e entrar na quadra na zona de substituição, no mesmo lado em que se situa seu
banco de reserva.
Quando um atleta entrar na quadra antes do outro sair levará cartão amarelo,
e haverá contra a sua equipe um tiro livre indireto do local onde se encontrava a
bola. Se a bola estiver dentro da área de meta, será colocada por uma contusão
grave. O capitão da equipe sobre a sua linha demarcatória (6 metros) no local mais
próximo de onde se encontrava no momento da infração.
O mesmo ocorrerá se a troca de jogadores não acontecer na zona de
substituição.
64
Em ambos os casos, o árbitro determinará que o atleta retome ao local que se
encontrava antes da substituição, mandando-o retomar pelo local adequado e após
a saída do jogador a ser substituído.
A partida não poderá ser interrompida para a substituição de atleta, exceto em
caso de contusão grave, comprovada pelo árbitro e confirmada pelo médico ou, na
ausência deste, pelo massagista. Em caso de desclassificação pela 5 2 (quinta) falta
individual ou de expulsão do jogador, a partida também poderá ser paralisada.
A troca de posição entre o goleiro e os outros atletas participantes da partida
poderá ser feita, desde que previamente autorizada por um dos árbitros e no
momento em que o jogo estiver paralisado.
O atleta que estiver lesionado poderá deixar a quadra por qualquer lugar,
desde que autorizado por um dos árbitros, mas o seu substituto deverá entrar pela
zona de substituição.
O atleta desclassificado da partida por praticar 5 (cinco) faltas poderá ser
substituído imediatamente, não podendo mais participar do mesmo jogo, devendo
abandonar a quadra.
O atleta expulso pelo árbitro antes ou durante a partida poderá ser
substituído, sendo-lhe proibido permanecer na quadra de jogo. Se expulso antes do
início do jogo, poderá ser substituído por outro na quadra, mas não poderá ser
relacionado em súmula um outro atleta em seu lugar.
Cada equipe deverá ter um capitão que usará uma braçadeira, e cabe-lhe
determinar o novo capitão, entregando-lhe a referida braçadeira, quando for
desclassificado pela Y’ (quinta) falta, for expulso ou tiver que deixar a quadra não
necessita estar na quadra de jogo para o início da partida.
Quando há o prolongamento de uma partida para a cobrança de uma
penalidade máxima ou um tiro livre sem direito a formação de barreira, a equipe
beneficiada não poderá efetuar substituição de atleta e a equipe infratora poderá
substituir o goleiro.
COMISSÃO TÉCNICAOs membros da comissão técnica não podem permanecer no banco de
reservas usando camisas sem manga, bermudas, “shorts” ou calções. Não é
permitido o uso de qualquer tipo de aparelho de comunicação (rádio, telefone etc.).
65
EQUIPAMENTO DOS ATLETASCompõe-se de camisa (manga curta ou manga comprida), calção, meias de
cano longo, caneleiras, tênis confeccionados com lona, pelica ou couro macio, com
solado e revestimento lateral de borracha ou material similar, ficando
terminantemente proibido o uso de camisa sem manga e de sapatos com solado de
couro ou pneu, ou que contenham travas. As caneleiras deverão estar
completamente cobertas pelas meias e serem confeccionadas em material
apropriado que ofereça proteção ao atleta (borracha, plástico, poliuretano ou
material similar). Os atletas poderão usar tornozeleiras de qualquer cor, por dentro
ou por fora das meias.
Nas costas e na frente das respectivas camisas, obrigatoriamente, será
colocada a numeração com até dois dígitos, sendo veda- entidade, além de calça,
cinto, meias e tênis da a repetição de números na mesma equipe.
Os números das costas terão o tamanho de 15 (quinze) a 20 (vinte)
centímetros de altura e os números da frente terão o tamanho de 8 (oito) a 10 (dez)
centímetros de altura. É igualmente obrigatória a diferenciação entre a cor do
número e a cor da camisa, visando assegurar a identificação pelo árbitro e pelo
público. Para jogos internacionais, a numeração é de 01 (um) a 15 (quinze).
Nos calções, não é obrigatório o uso de numeração, mas se usar deverá ser o
mesmo das camisas.
O goleiro usará uniforme com camisa de cor diferente dos demais atletas, e
lhe é permitido, com exclusividade, para a sua proteção, o uso de calça de agasalho.
O uso do short térmico somente poderá ser feito se for da mesma cor
predominante no calção É vedado ao atleta o uso de qualquer objeto julgado pelo
árbitro como perigoso ou nocivo à prática do esporte. O árbitro exigirá a remoção de
qualquer objeto que, a seu critério, possa molestar ou causar danos ao adversário
ou ao próprio atleta. Não permitido usar piercing, brincos, pulseiras, cordões,
colares, anéis etc. Tais objetos não podem ser usados mesmo que protegidos com
esparadrapo ou similar. É permitido somente o uso de aliança.
Não sendo obedecido em sua determinação, o árbitro ordenará a expulsão do
jogador.
66
EQUIPE DE ARBITRAGEMOs árbitros usarão, obrigatoriamente, camisas de manga curta ou manga
comprida, nas cores determinadas e aprovadas por sua ou sapatos da cor branca.
Os árbitros utilizarão camisas de cor distintas que os possa diferenciar dos
demais atletas.
Os cronometrista e os anotadores usarão, obrigatoriamente, camisas de
manga curta ou manga comprida, nas cores determinadas por sua entidade, além de
calça, cinto, meias e tênis ou sapatos de cor preta.
Os oficiais de arbitragem usarão na camisa, à altura do peito e no lado
esquerdo, o distintivo da entidade a que estiverem vinculados, de acordo com a
regulamentação baixada por seus países.
Os árbitros pertencentes ao quadro nacional ou internacional usarão o
distintivo da entidade máxima nacional ou internacional.
As duplas de arbitragem (árbitro principal e auxiliar) (cronometrista e
anotador) usarão camisas nas mesmas cores, permanecendo inalterados os demais
equipamentos.
ARBITRO PRINCIPALUm árbitro principal deverá ser designado para dirigir uma partida. Sua função
é aplicar as regras de jogo do futsal e decidir sobre qualquer divergência oriunda de
sua prática.
Terá poder irrestrito para interromper a partida em virtude de qualquer
infração às regras, suspender ou terminar a partida por motivos de más condições
atmosféricas, interferências de espectadores ou de qualquer outro fato que imponha
tal medida, sempre que assim julgar conveniente, devendo, neste caso, relatar o
ocorrido com precisão, observado o prazo estipulado pela entidade sob cuja
jurisdição a partida estiver sendo disputada.
ARBITRO AUXILIARUm árbitro auxiliar será designado para a arbitragem de uma partida, devendo
desempenhar suas funções do lado da linha lateral oposta à do árbitro principal. O
árbitro auxiliar tem os mesmos poderes do árbitro principal, exceto para suspender
ou finalizar uma partida por falta de condições (atribuição unicamente do árbitro
67
principal), podendo, inclusive, paralisar o jogo sempre que se cometam infrações às
regras.
Terá ainda os seguintes poderes: utilizar o apito para suas sinalizações;
controlar os 2 (dois) minutos de expulsão temporária se não houver cronometrista;
fiscalizar as substituições volantes; controlar o tempo de 1 (um) minuto nos pedidos
de tempo dos treinadores; fiscalizar o comportamento disciplinar dos integrantes dos
bancos de reservas; assinalar as faltas e infrações praticadas, desde que esteja
convencido de que o árbitro principal não as viu.
O árbitro auxiliar deve seguir as instruções transmitidas pelo árbitro principal
antes do início do jogo e aceitar que a decisão final do árbitro principal é a que
prevalece.
O árbitro principal e o árbitro auxiliar têm o poder de advertir ou expulsar.
Caso haja discordância entre os mesmos, prevalecerá a decisão do árbitro principal.
RECOMENDAÇÕES AOS ÁRBITROSOs árbitros podem aplicar cartões amarelos ou vermelhos nos intervalos ou
após o término dos jogos, enquanto os atletas ou membros da comissão técnica
estiverem dentro da superfície do jogo.
Os árbitros, se julgarem necessário, podem modificar uma decisão caso
percebam que tomaram uma decisão incorreta, desde que não tenham reiniciado ou,
dependendo do caso, terminado a partida.
Se constatarem que alguma pessoa usou um apito e atrapalhou os atletas no
decorrer do jogo, os árbitros poderão paralisar a partida, reiniciando com bola ao
chão.
CRONOMETRISTA E ANOTADORExercem suas funções do lado de fora da quadra de jogo, próximo à linha
divisória do meio da quadra, junto à zona de substituição, e são auxiliares dos
árbitros.
Ao cronometrista cabe todo o controle relativo ao tempo, previsto nas regras.
Suas principais atribuições são:
(a) controlar o tempo de duração da partida;
68
(b) colocar o cronômetro em movimento por ocasião da bola de saída,
arremesso lateral, de canto, de meta, tiros livres diretos e indiretos, penalidade
máxima, bola ao chão e após o tempo solicitado pelo treinador;
(c) controlar os 2 (dois) minutos de expulsão temporária do atleta, fiscalizando
a entrada de outro jogador que ocorrerá somente com a bola fora de jogo;
(d) avisar, mediante sinal acústico diferente ao do apito do árbitro, os finais do
primeiro e segundo tempo de partida e de tempos complementares de prorrogação;
(e) comunicar a solicitação de tempo pelo treinador quando a bola estiver fora
de jogo e somente conceder o pedido de tempo quando a bola for a favor da equipe
solicitante;
(f) ter o controle e domínio do manuseio do cronômetro eletrônico em todos os
seus detalhes;
(g) travar o cronômetro, independente da determinação do árbitro, quando
houver a paralisação da partida pelo árbitro, nos pedidos de tempo, na assinalação
de faltas, na ocasião do atendimento médico aos atletas dentro da quadra de jogo e
nas saídas de bola pelas linhas lateral e de fundo;
(h) por ocasião da cobrança de um tiro livre sem barreira, acionar o
cronômetro somente após haver o segundo toque, a bola toque em uma das traves
ou travessão e retome à quadra, ou ainda quando a bola sair da quadra de jogo e for
executado o arremesso correspondente.
O anotador faz os registros de dados na súmula do jogo e, além disso:
(a) examina as fichas de identificação dos atletas e da comissão técnica no
início da partida e por ocasião das substituições;
(b) registra as 5 (cinco) primeiras faltas acumulativas praticadas pela equipe
em cada período de jogo;
(c) anuncia ao árbitro a marcação da 5ª (quinta) falta acumulativa de cada
equipe mediante o uso de seu apito, de silvo diferente e inconfundível com o
utilizado pelo árbitro;
(d) avisa ao árbitro quando um atleta praticar sua 4ª (quarta) falta individual;
(e) volta a avisar ao árbitro quando o atleta praticar sua 5ª (quinta) falta
individual e desclassificatória;
(f) controla as infrações de faltas técnicas, pessoais e disciplinares praticadas
pelos atletas durante o decorrer da partida.
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DURAÇÃO DA PARTIDAO tempo de duração de uma partida é de 40 minutos, cronometrados,
divididos em dois períodos de 20 minutos cada, com tempo máximo de 10 minutos
para descanso entre ambos, para as categorias Principal e Juvenil.
Na categoria Infantil, os tempos de duração da partida serão de 30 minutos,
cronometrados, divididos em dois períodos de 15 minutos cada, com o máximo de
10 minutos de descanso entre ambos.
Para o futsal feminino o tempo de duração das partidas é igual ao
estabelecido para a categoria infantil.
A duração de qualquer período da partida deverá ser prorrogada para permitir
a execução de uma penalidade máxima ou de um tiro livre, sem direito à formação
de barreira, uma vez esgotado o tempo regulamentar.
Será concedido às equipes, objetivando dar instruções aos atletas, o direito
de solicitar o pedido máximo de 2 (dois) tempos, um em cada período da partida,
sendo de 1 (um) minuto a duração de cada tempo solicitado, respeitando-se os
seguintes princípios:
(a) os técnicos ou treinadores das equipes deverão solicitar o tempo ao
cronometrista, e na ausência ou falta deste solicitarão ao árbitro auxiliar;
(b) os pedidos de tempo somente serão concedidos quando a bola estiver
fora de jogo e for a favor da equipe solicitante;
(c) se uma equipe não solicitar tempo no primeiro período da partida não
poderá acumular para usá-lo no segundo período;
(d) aos técnicos ou treinadores, quando não estiverem expulsos, será
permitido orientar seus atletas durante o transcorrer das partidas, desde que o
façam em frente à zona de substituição de sua equipe. Deverão fazê-lo de maneira
discreta, sem atrapalhar o deslocamento dos árbitros e atletas e sem reclamar ou
perturbar o bom andamento da partida.
Quando em uma partida houver prorrogação, será concedido às equipes um
tempo de 5 (cinco) minutos de descanso entre o término da partida e o início da
prorrogação. Entre o primeiro e o segundo período da prorrogação não haverá
intervalo.
Durante uma prorrogação, as equipes não terão direito a solicitação de tempo
técnico, mesmo que não tenham solicitado no segundo período regulamentar de
jogo.
70
BOLA DE SAÍDANo inicio da partida a escolha de lado ou a saída de bola será decidido por
meio de sorteio procedido pelo árbitro principal.
Se a equipe vencedora escolher o lado da quadra, a outra equipe terá direito
a dar início ao jogo.
Dado o sinal pelo árbitro, a partida será iniciada por um dos atletas, que
movimentará a bola com os pés em direção ao lado contrário, devendo a mesma,
nesse momento, estar colocada imóvel sobre o centro da quadra. Cada equipe
deverá estar em seu próprio lado, e nenhum atleta da equipe contrária à iniciadora
da partida poderá se aproximar da bola ou invadir a meia quadra do adversário,
enquanto a bola não for movimentada. O atleta que executar a saída não poderá ter
contato com a bola enquanto esta não for tocada ou jogada por outro atleta.
Depois de consignado um tento, a partida recomeçará de maneira idêntica,
por um atleta da equipe que sofreu o tento.
Após o descanso regulamentar (intervalo), a partida recomeçará com as
equipes trocando de lado, e o reinício será efetivado por um atleta da equipe
contrária àquela que fez a saída no início do jogo.
Será válido o tento consignado diretamente de bola de saída.
Punição. Caso a equipe não coloque a bola em jogo em 4 segundos após
autorização, será punida com um tiro livre indireto no local onde ocorreu a infração.
Se o atleta movimentar a bola para o lado ou para trás, a equipe infratora será
punida com um tiro livre indireto, com a bola sendo colocada no centro da quadra. O
mesmo ocorre se o atleta que der a saída realizar um segundo toque na bola.
BOLA “FORA DE JOGO” E “BOLA EM JOGO”A bola estará “fora de jogo” quando:
(a) atravessar completamente, quer pelo solo, quer pelo alto, as linhas laterais
ou de fundo;
(b) a partida for interrompida pelo árbitro;
(c) em quadra coberta, a bola bater no teto. Ocorrendo esta situação a partida
será reiniciada com a cobrança de arremesso lateral a favor da equipe adversária à
do atleta que desferiu o chute, na direção e do lado onde a bola bateu no teto.
71
A bola estará “em jogo” em todas as outras ocasiões, desde o começo até o
término da partida, inclusive:
(a) se voltar à quadra por uma rebatida do goleiro ou se bater nas traves ou
no travessão;
(b) se tocar nos árbitros colocados dentro da quadra de jogo;
(c) enquanto não é tomada uma decisão por suposta infração às regras do
jogo.
Se a bola perder sua condição normal de jogo durante o transcorrer da
partida, haverá interrupção, a bola será substituída e a partida reiniciada com a
execução de “bola ao chão” no local onde a mesma perdeu sua condição de jogo.
Se o fato ocorreu dentro da área de meta, a “bola ao chão” será executada fora da
mesma e na direção de onde perdeu a condição de uso.
Na execução de “bola ao chão”, a bola será considerada em jogo no exato
momento em que tocar no solo. Nenhum atleta poderá ter contato com a bola antes
que toque no solo. Se esta disposição não for cumprida, o árbitro determinará a
repetição de “bola ao chão”.
Se a bola perder sua condição normal de jogo no exato momento em que é
posta em movimento (firo inicial, tiros livres direto e indireto, tiro de penalidade
máxima e arremesso lateral, de canto ou de meta) e antes de ser tocada por outro
atleta, a bola será substituída e o lance será repetido.
O árbitro não deve permitir o reinício de uma partida com atleta caído na
quadra, mas deverá verificar se não é uma simulação, quando então ordenará o
reinício da partida e o jogador poderá receber uma penalidade disciplinar.
CONTAGEM DE TENTOSRespeitadas as disposições em contrário referidas neste conjunto de regras,
será válido o tento quando a bola ultrapassar inteiramente a linha de fundo entre os
postes de meta e sob o travessão, e que não tenha sido arremessada, carregada ou
impulsionada com a mão ou braço de atleta atacante.
A equipe que tenha consignado maior número de tentos será considerada
vencedora da partida. Se houver igualdade no número de tentos assinalados por
cada equipe ou se nenhum for consignado pelas equipes disputantes, a partida será
considerada empatada.
72
Se durante a partida ocorrer deslocamento do travessão ou das traves
coincidentemente com o chute à meta, o árbitro poderá validar o tento se a bola
houver cruzado a linha de fundo entre as traves e o travessão quando de sua
posição normal.
Quando do sinal do encerramento da partida, se a bola estiver na trajetória da
meta e penetrar na mesma, sem tocar em qualquer atleta, com exceção do goleiro, o
tento será válido. A bola de saída não precisará ser executada neste caso, O árbitro
encerrará a partida assim que a bola concluir sua trajetória, tocar ou ser tocada por
qualquer outro atleta ou bater nas no goleiro e entrar, o gol será válido.
Não será válido o tento resultante de tiro livre indireto, a menos que a bola,
em sua trajetória, toque ou seja tocada por qualquer outro atleta, inclusive o goleiro,
colocado dentro ou fora de sua área.
Será nulo o tento originado de qualquer arremesso do goleiro adversário ou
de tiro de meta por ele executado com as mãos, salvo se a bola, em sua trajetória,
tocar ou for tocada por atleta (atacante ou defensor) que não seja o goleiro.
Se no movimento de segurar ou arremessar a bola o goleiro permitir que a ela
entre e ultrapasse inteiramente a linha de fundo entre as traves e sob o travessão, o
tento será considerado válido.
AS FALTASNo futsal as faltas são classificadas em: (1) faltas técnicas; (2) faltas pessoais;
e (3) faltas disciplinares.
FALTA TÉCNICAConsidera-se falta técnica aquela em que o atleta comete, intencionalmente,
uma das seguintes infrações:
(a) dar ou tentar dar pontapé no adversário;
(b) calçar o adversário, isto é, derrubar ou tentar fazê-lo usando as pernas,
agachando-se na frente ou por trás dele;
(c) pular ou atirar-se sobre o adversário;
(d) trancar o adversário de maneira violenta e perigosa;
(e) trancar o adversário por trás, a menos que por ele esteja sendo obstruída
a jogada;
(f) bater ou tentar bater em adversário ou cuspir nele;
73
(g) segurar um adversário com as mãos ou impedi-lo de ação com qualquer
parte do braço;
(h) empurrar o adversário com o auxilio das mãos ou dos braços;
(i) trancar o adversário com o ombro;
(j) projetar-se ao solo, deliberadamente, de maneira deslizante, e com os pés
tentar tirar a bola que esteja sendo jogada ou de posse do adversário, levando
perigo para o mesmo;
(k) usar as mãos para segurar ou desviar a bola intencionalmente, carregá-la,
batê-la ou impulsioná-la, excetuando-se o goleiro dentro de sua área.
Punição Através da cobrança de um tiro livre direto a ser executado pela equipe
adversária no local onde ocorreu a infração, se cometida fora da área de meta do
infrator. Na hipótese de a ocorrência ser dentro da área de meta, uma penalidade
máxima será cobrada pela equipe adversária. Uma penalidade máxima deverá ser
assinalada qualquer que seja a posição da bola no momento que a falta é praticada
dentro da área de meta do infrator e que a bola esteja em jogo.
FALTA PESSOALOcorrerá quando um atleta cometer intencionalmente as seguintes infrações:
(a) jogar perigosamente, inclusive tocando no goleiro, ao tentar tirar a bola
das mãos deste após a mesma ter sido agarrada e estar retida em suas mãos;
(b) quando, sem a posse ou o domínio da bola, obstruir intencionalmente um
adversário correndo entre a bola e o mesmo, de maneira a formar um obstáculo às
pretensões do adversário em relação à bola;
(c) trancar o goleiro, salvo se este se encontra fora de sua área;
(d) obstruir a jogada, prender a bola com os pés ou evitar com o corpo sua
movimentação, estando o atleta caído, exceto se for o goleiro dentro de sua área;
(e) um atleta que não estiver devidamente equipado tocar na bola, em jogo;
(f) usar expressão verbal ou vocal para enganar o atleta adversário, fingindo
ser seu companheiro de equipe, tirando vantagens do lance;
(g) ficar parado na frente do goleiro adversário com o propósito de obstruir
sua visão e dificultar a sua ação ou movimento;
74
(h) permanecer a bola mais de 4 segundos dentro da própria área de meta,
estando a mesma em condições de jogo ou de ser jogada. A falta pessoal incidirá
sobre o último atleta que tenha tocado na bola quando da caracterização desta
infração;
(i) persistir os atletas, quando de posse de bola, na troca de passes com o
deliberado propósito de ganhar tempo ou o andamento da partida, estejam
colocados dentro ou fora da respectiva área de meta;
(j) imobilizar a bola, dentro ou fora de sua área de meta, com o domínio dos
pés, por mais de 4 segundos, estando a mesma em condições de ser jogada;
(k) levantar os pés para chutar para trás (bicicleta) ou chutar com o calcanhar
e, mesmo sem intenção, atingir o adversário próximo à jogada ou tentar atingi-lo
perigosamente;
(l) praticar qualquer jogada sem visar o adversário mas, involuntariamente,
atingi-lo ou tentar atingi-lo perigosamente.
FALTA PESSOAL DO GOLEIRO(1) após realizar uma defesa ou receber uma bola legalmente de um
companheiro seu, poderá lançá-la diretamente à meta adversária, podendo
ultrapassar a linha divisória do meio da quadra. Entretanto, se no arremesso do
goleiro executado com as mãos a bola tocar ou não no goleiro adversário, o tento
não será valido e haverá uma falta do goleiro que fez o arremesso;
(2) tocar ou controlar a bola com as mãos depois que um companheiro seu a
tenha passado deliberadamente com o pé;
(3) tocar ou controlar a bola com as mãos depois de um arremesso lateral
efetuado por um companheiro seu, passando-lhe diretamente;
(4) tocar ou controlar a bola com as mãos ou com os pés por mais de 4
(quatro) segundos, em qualquer parte da quadra de jogo;
(5) após haver tocado ou arremessado a bola com as mãos ou movimentando
a mesma com os pés, voltar a recebê-la de um companheiro de equipe sem que a
bola tenha, antes, ultrapassado a linha demarcatória do meio da quadra, ou tenha
sido jogada ou tocada por um adversário.
Punição
75
A equipe infratora será punida com a cobrança de um tiro livre indireto, a ser
executado pelo adversário no local onde ocorreu a infração, se cometida fora da
área de meta do infrator. Se cometida dentro da área de meta do infrator, o tiro livre
indireto deverá ser executado sobre a linha de 6 metros da área de meta e o mais
próximo do local onde ocorreu a infração.
FALTA DISCIPLINARÉ aquela cometida por atletas, técnicos ou treinadores, massagistas ou
atendentes, médicos ou fisioterapeutas e preparadores físicos, nos seguintes casos:
(a) entrar na quadra de jogo para recompor sua equipe antes de transcorridos
os 2 minutos de expulsão temporária ou de sua equipe ter sofrido um tento;
(b) infringir, persistentemente, as regras de jogo;
(c) demonstrar, por palavras ou atos, divergências às decisões tomadas pelo
árbitro;
(d) ser responsável por indisciplina cometida;
(e) trocar o seu número de camisa sem avisar o anotador e o árbitro;
(f) dirigir-se na quadra de jogo, durante a partida, ao árbitro principal, ao
árbitro auxiliar, ao anotador e ao cronometrista para deles reclamar ou discordar ou
para discutir com o público;
(g) numa interrupção da partida, estando a bola junto ao atleta ou indo em sua
direção, se afastar propositadamente, deixando a bola passar para retardar o
reinício da partida;
(h) para comemorar um gol, colocar a camisa na cabeça ou retirá-la do corpo
ou, ainda, fazer gestos provocadores aos adversários ou aos torcedores (cartão
amarelo).
PuniçãoSe a partida for interrompida para aplicação de pena disciplinar prevista nesta
regra, o reinicio da mesma dar-se-á com a cobrança de um tiro livre indireto no local
onde se encontrava a bola no momento da paralisação, salvo se esta se encontrava
dentro da área de meta adversária, quando a bola deverá ser colocada sobre a linha
de 6 metros da área de meta e no local mais próximo de onde ocorreu a paralisação.
A interrupção da partida em hipótese alguma poderá beneficiar a equipe
infratora, devendo o árbitro deixar prosseguir a jogada e, na conclusão do lance,
76
adotar as medidas disciplinares necessárias, salvo se a bola, quando da infração,
estiver de posse de atleta da equipe infratora.
Se na ocorrência da infração a partida estiver paralisada, o árbitro aplicará, ao
infrator, a pena disciplinar de advertência. O atleta ou membro da comissão técnica
que cometer alguma destas infrações deverá ser punido com cartão amarelo.
AS “APENAÇÕES”O atleta que cometer, durante a partida, 5 (cinco) faltas técnicas e/ou
pessoais será desclassificado da mesma.
Um atleta será expulso da quadra de jogo, na opinião do árbitro, quando:
(a) for culpado de conduta violenta;
(b) for culpado de jogo brusco grave;
(c) fizer manifestações injuriosas ou grosseiras;
(d) praticar pela segunda vez infração punível com cartão amarelo de
advertência.
Se a expulsão provocar a interrupção da partida por infração às letras “c” e “d”
sem que nenhuma outra infração tenha sido cometida, a partida será reiniciada com
a cobrança de um tiro livre indireto no local onde ocorreu a infração, salvo se tenha
ocorrido dentro da área de meta do infrator, quando a bola deverá ser colocada
sobre a linha de 6 metros da área de meta e no ponto mais próximo de onde ocorreu
a infração.
A punição de atletas, técnico ou treinador, massagista ou atendente, médico
ou fisioterapeuta e preparador físico será determinada pela exibição de cartões com
as seguintes cores:
(a) cor amarela, significando advertência;
(b) cor vermelha, significando expulsão.
Se um atleta, conduzindo a bola, dirigir-se à meta adversária em condições
plenas de assinalar um tento e, de maneira intencional, um adversário usando meios
ilegais impedir que a equipe do atleta atacante assinale o tento, o atleta infrator
deverá ser expulso da quadra por jogo brusco grave.
Quando um atleta, que não seja o goleiro, impede em sua própria área de
meta que um adversário assinale um tento mediante o uso intencional da mão,
deverá ser expulso da quadra por jogo brusco grave.
77
Deverá ser mostrado ao atleta, obrigatoriamente, o cartão de cor amarela
quanto ocorrer uma das seguintes infrações:
(a) agarrar um adversário, quer pela camisa quer por qualquer parte do corpo,
acintosamente, com o objetivo de interromper a jogada;
(b) usar deliberada e intencionalmente a mão, cortando a trajetória da bola
com o objetivo de interromper a jogada, impedindo a passagem da bola, evitando a
possibilidade de gol contra sua equipe;
(c) impedir, tentar impedir ou dificultar a cobrança, contra sua equipe, de um
tiro livre sem direito à formação de barreira;
Os árbitros poderão determinar, sem necessidade de prévia advertência, a
expulsão do atleta que infringir, acintosamente, qualquer dos itens desta regra.
A expulsão de atleta reserva, técnico ou treinador, massagista ou atendente,
médico ou fisioterapeuta e preparador físico do banco de reservas será definitiva
para o apenado e não implica em expulsão temporária para a equipe.
Não é permitido o uso de qualquer tipo de aparelho de comunicação por
membro da comissão técnica ou atletas registrados em súmula, bem como nas
proximidades dos bancos de reservas.
A expulsão de atleta participante da partida será temporária para a equipe e
pelo tempo de 2 minutos, após o que a equipe poderá ser recomposta com outro
atleta em seu lugar. O atleta expulso estará definitivamente excluído e não poderá
retornar nem permanecer no banco de reservas.
Caso a equipe infratora, no decurso dos 2 minutos, sofra a marcação de um
tento, poderá recompor-se imediatamente.
Um atleta que cometer uma falta passível de capão amarelo e já sendo o
segundo cartão, se os árbitros derem vantagem no lance e esta equipe sofrer o gol,
o jogador faltoso será expulso e sua equipe poderá colocar imediatamente outro
atleta em seu lugar, tendo em vista que a infração foi cometida antes do gol.
TIROS LIVRESNo caso de um tiro livre a favor da equipe São os chutes desferidos quando
da reposição da bola em jogo em razão da paralisação da partida por assinalação de
alguma infração.
Os tiros livres classificam-se em duas categorias:
78
(a) o tiro livre direto, através do qual se pode consignar diretamente um tento
contra a equipe que cometeu a infração; e
(b) o tiro livre indireto, através do qual não se pode consignar diretamente um
tento, salvo se a bola, antes de entrar na meta, seja tocada ou jogada por um atleta
que não o executor do chute.
Na cobrança de tiro livre a bola deverá estar imóvel sobre o piso e a sua
movimentação poderá ser feita para qualquer parte da quadra, entrando em jogo tão
logo seja movimentada.
Antes da execução de um tiro livre, os atletas da equipe adversária deverão
ficar a uma distância mínima de 5 (cinco) metros da bola até que a mesma esteja em
jogo.
Numa linha imaginária entre a bola e o atleta executante da cobrança do tiro
livre, qualquer que seja a distância por ele tomada, não poderá haver nenhum atleta
da equipe adversária.
Quando da cobrança de um tiro livre, se os atletas da equipe infratora
estiverem a uma distância mínima de 5 (cinco) metros da bola, o árbitro autorizará a
imediata cobrança do firo livre, independente da formação da barreira de atletas.
Se o atleta da equipe adversária não respeitar a distância de 5 (cinco) metros
da bola, antes do tiro livre ser executado e a bola movimentada, o árbitro mandará
repetir a cobrança do tiro livre e, na reincidência, advertirá o atleta com cartão
amarelo.
A distância mínima indicada de 5 (cinco) metros será de 3 (três) metros
quando se tratar de quadra com área de meta de 4 metros.
No caso de um tiro livre a favor da equipe atacada, dentro de sua área de
meta, nenhum atleta poderá receber a bola, diretamente, para que a ponha em
movimento logo em seguida. A bola deverá ser chutada diretamente para fora da
área de meta. Se esta situação não for cumprida, o tiro livre deverá ser repetido,
aplicando-se ao infrator, ou infratores, inicial- mente cartão amarelo e, na repetição
da falta, a expulsão por indisciplina.
Se o atleta que executar a cobrança de um firo livre voltar a jogar ou tocar na
bola antes que outro atleta o faça, será concedido um tiro livre indireto a favor da
equipe adversária no local onde ocorreu a infração, salvo se ocorreu dentro da área
de meta da equipe infratora, quando o tiro indireto deverá ser executado com a bola
79
colocada sobre a linha de 6 (seis) metros da área e no local mais próximo de onde
ocorreu a infração.
Se o atleta que for executar o tiro livre demorar mais de 4 segundos para
movimentar a bola, sua equipe será punida com a marcação de um firo livre indireto.
Para distinguir se o tiro livre é direto ou indireto, os árbitros, quando
assinalarem um tiro livre indireto, erguerão um dos braços sobre a cabeça, devendo
mantê-lo erguido até que o tiro indireto seja executado e a bola seja jogada ou
tocada por outro atleta, toque em uma das traves ou travessão e retome à quadra,
ou saia da quadra de jogo.
Se um atleta da mesma equipe, quando da cobrança de um tiro livre (direto
ou indireto), atrasa a bola para o goleiro de sua equipe e entra diretamente no gol,
deverá ser marcado um arremesso de canto a favor da equipe adversária.
No caso de um tiro livre a favor da equipe atacada, dentro de sua área de
meta, a bola poderá ser posta em qualquer parte da área e nenhum atleta poderá
receber a bola diretamente para colocá-la em movimento logo em seguida. A bola
deverá ser chutada diretamente para fora da área de meta. Se algum atleta,
intencionalmente, impedir que esta situação seja cumprida, o firo livre deverá ser
repetido, aplicando-se ao infrator, ou infratores, inicialmente cartão amarelo e, no
caso de reincidência, a expulsão por indisciplina. Se na interpretação dos árbitros
não houve a intenção de tocar na bola, somente será repetido o tiro livre.
Quando ocorrer uma falta dentro da área e no ataque, a infração poderá ser
cobrada de qualquer local da área de meta.
FALTAS ACUMULATIVASSão todas as faltas técnicas, pessoais e disciplinares (estas quando punidas
com cartão amarelo) abordadas anteriormente, além das seguintes situações:
(a) cartão amarelo de advertência, que não seja originário de falta ou infração,
é de anotação obrigatória na súmula de jogo como falta acumulativa da equipe;
(b) cartão amarelo de advertência aplicado a atleta participante da partida ou
integrante do banco de reservas será anotado na súmula de jogo como falta
acumulativa da equipe;
(c) cartão amarelo de advertência aplicado ao técnico ou treinador, ao
massagista ou atendente, ao médico ou fisioterapeuta ou ao preparador físico será
anotado como falta acumulativa para a equipe.
80
As equipes poderão cometer, em cada período da partida, até 5 (cinco) faltas
acumulativas com direito à formação de barreira de atletas.
Após uma equipe cometer as 5 (cinco) faltas acumulativas em cada período
do jogo, os tiros livres indiretos, previstos na regra 12, passarão a ser cobrados
como tiro livre direto sem levar em consideração o tipo de infração cometida,
podendo ser assinalado um tento diretamente na cobrança deste tiro livre.
A partir da sexta falta acumulativa de cada equipe em cada período de jogo,
será vedada a formação de barreira de atletas:
• por ocasião da cobrança desses tiros livres será exigido que todos os atletas
(exceção do goleiro defensor, que deverá ficar dentro de sua área de meta)
coloquem-se, obrigatoriamente, 5 (cinco) metros atrás de uma linha imaginária sobre
a linha da bola, paralela à linha de fundo e fora da área de meta;
• o executor do tiro livre deverá estar plenamente identificado e,
obrigatoriamente, a bola deverá ser acionada diretamente para a meta com a
intenção de assinalar um tento, vedado o passe da bola, em qualquer sentido, para
atleta da própria equipe;
A partir da sexta falta acumulativa, ocorrendo a infração na meia quadra da
equipe infratora, no espaço entre a marca de 10 (dez) metros e a área de meta, o
atleta que for executar o tiro livre poderá optar pela permanência da bola no local da
infração ou colocá-la na marca indicada de cobrança.
PENALIDADE MÁXIMAÉ um firo livre direto cobrado na marca correspondente e, nesse momento,
todos os atletas, com exceção do goleiro e do atleta indicado para a cobrança,
deverão estar dentro da quadra de jogo mas fora da área de meta do infrator e numa
distância de 5 (cinco) metros atrás da linha da bola.
O goleiro deverá postar-se sobre a linha de fundo e entre as traves até que o
chute seja executado, podendo movimentar-se exclusivamente sobre a linha de
fundo.
O atleta encarregado de executar o tiro livre deverá estar plenamente
identificado e deverá chutara bola para frente, e não será permitido ao executante
tocar a bola uma segunda vez, antes que outro atleta o faça.
A bola estará em jogo assim que for movimentada, e desse tiro livre poderá
ser marcado um tento diretamente.
81
Quando a penalidade máxima for executada e a bola bater no goleiro antes
de passar entre as traves e o travessão, esgotando-se o tempo de duração do 1° ou
2° período da partida, o tento será válido.
Concluído o tempo regulamentar do primeiro ou segundo período da partida,
se houver uma prorrogação para a cobrança de penalidade máxima, a partida será
encerrada quando ocorrer qualquer das seguintes situações:
(a) for consignado o tento;
(b) a bola for defendida pelo goleiro;
(c) a bola sair pela linha de fundo;
(d) a bola bater em uma das traves ou travessão e retornar;
(e) a bola, chutada fracamente, parar antes de chegar ao seu destino.
Se o atleta executante do tiro livre de penalidade máxima tocar na bola uma
segunda vez antes que o outro atleta o faça ou demorar mais de 4 (quatro)
segundos para executar o tiro, conceder-se-á um tiro livre indireto a favor da equipe
adversária. Se forem cometidos os dois toques do mesmo jogador, a bola será
colocada no lugar onde o atleta tocou na bola pela segunda vez; se for pela demora
de mais de 4 segundos, a bola será colocada na marca da penalidade máxima.
ARREMESSO (TIRO) LATERALSerá cobrado sempre que a bola atravessar inteiramente as linhas laterais,
quer pelo solo, quer pelo alto.
A bola deve ser colocada, obrigatoriamente, sobre a linha de demarcação
lateral, podendo mover-se lentamente.
O retomo da bola à quadra de jogo dar-se-á com a movimentação da mesma
com os pés, no exato local onde saiu e em qualquer direção, sendo recolocada em
jogo por um atleta daquela equipe adversária à que tocou a bola por último.
O atleta que executar o arremesso deverá fazê-lo voltado de frente para a
quadra de jogo, com uma parte do pé apoiada no solo, podendo pisar em parte da
linha lateral ou do lado de fora da mesma.
A bola estará em jogo assim que o arremesso lateral for concretizado de
acordo com esta regra e a bola movimentada.
Se a bola for arremessada de maneira irregular, o árbitro determinará
reversão do lance, cabendo a um atleta da equipe adversária a execução de novo
arremesso.
82
Se um atleta executar o tiro lateral contra sua própria meta ou contra a meta
adversária e a bola penetrar na mesma, diretamente, o tento não será válido, O
árbitro determinará que a partida seja reiniciada com cobrança de tiro de canto a
favor da equipe adversária, se o atleta cobrou contra sua própria meta, e tiro de
meta, se cobrou contra a meta adversária.
Entretanto, se um atleta executar o tiro lateral contra a meta adversária ou
contra sua própria meta e a bola penetrar na mesma, tocando no goleiro ou em
qualquer outro atleta, o tento será válido.
Quando da realização de tiro lateral, os atletas adversários deverão respeitar
a distância mínima de 5 metros da bola.
TIRO DE METADar-se-á sempre que a bola atravessar inteiramente a linha de fundo pelo alto
ou pelo solo, excluída a parte compreendida entre as traves e sob o travessão, após
ter sido tocada ou jogada pela última vez por atleta da equipe atacante.
Não será considerada infração se o goleiro lançar a bola com as mãos
diretamente para a meia quadra ofensiva. Isto é, não é mais necessário que a bola
toque primeiro na meia quadra defensiva do goleiro ou toque em algum jogador
adversário nessa mesma meia quadra.
Não será válido o tento assinalado diretamente de tiro de meta tocando ou
não no goleiro.
TIRO DE CANTOO tiro de canto dar-se-á sempre que a bola ultrapassar inteiramente a linha de
fundo
(excluída a parte compreendida ente as traves e sob o travessão), quer pelo
solo, quer pelo alto, após ter sido jogada ou tocada pela última vez por um atleta que
estiver na defensiva. O tiro de canto deverá ser executado sempre do canto mais
próximo de onde saiu a bola pela linha de fundo.
O arremesso será executado por um atleta da equipe adversária, com o uso
dos pés, exclusivamente. O executor do arremesso deverá ter uma parte do pé
apoiada no solo, podendo pisar em parte da linha lateral ou de fundo, ou do lado de
fora. O arremessador deverá estar de frente para a quadra de jogo, no vértice do
ângulo formado pelas linhas lateral e de fundo, no ponto em que se juntam.
83
A bola estará em jogo assim que o tiro de canto for executado de acordo com
esta regra e a bola em movimento.
Se um atleta arremessar a bola contra a meta da equipe adversária e a bola
penetrar na mesma, tocando ou não em qualquer atleta, o tento será válido. O
árbitro determinará que a partida seja reiniciada com a cobrança de bola de saída a
favor da equipe adversária.
Entretanto, se a bola for arremessada contra a sua própria meta e a bola
penetrar na mesma ou fora de sua área de meta, o tento não será válido, O árbitro
determinará que a partida seja reiniciada com a cobrança de tiro de canto a favor da
equipe adversária.
“LEI DA VANTAGEM”A regra assegura prerrogativas aos árbitros para deixar de assinalar faltas em
que os infratores se beneficiem, com exceção dos casos em que se impõe a
marcação para não prejudicar a exigível disciplina ou observância das regras.(Texto extraído do Manual de Educação Física: Esportes e recreação por idades do Professor Alexandre Moraes
de Mello, Ed. Equipe Cultural).
84
ATIVIDADE 01
VAMOS JOGAR O FUTSAL CONSTRUÍDO?Esta Atividade propõe a vivência de uma partida de futsal completa e
organizada pelos próprios alunos.
Os alunos devem organizar uma partida de futsal completa, com todas as
determinações de regras, responsabilizando-se integralmente pela sua organização:
escolha das equipes e posição/função dos jogadores, arbitragem e comando das
equipes.
Tempo previsto: 2 a 3 aulas.
Conteúdo e temas: dinâmica e organização de uma partida de futsal.
Competências e habilidades: identificar e reconhecer os princípios técnico-táticos do futsal,
aplicando-os em uma partida propriamente dita; organizar-se de modo autônomo para realizar uma
partida de futsal, desempenhando todas as funções necessárias para tal.
Recursos: bolas de futsal, coletes, campo e balizas, apito, bandeira e cartões.
Desenvolvimento da ATIVIDADE 01Proponha a realização de uma partida de futsal “oficial”, com todas as suas
determinações em termos de regras. Além da participação no jogo propriamente
dito, solicite que os próprios alunos arbitrem o jogo e coordenem todas as ações
necessárias para que a partida ocorra, como a organização das equipes, a
determinação das funções de cada jogador na quadra etc. Essa é uma ótima
estratégia para que se possa avaliar o entendimento dos alunos em relação à
dinâmica do futsal. No entanto, e sempre que for necessário, pare a partida e retome
aspectos já trabalhados anteriormente, como regras de ação, regras do jogo etc.
ATIVIDADE AVALIADORAObserve durante o desenvolvimento das Atividades, avaliando suas ações e
seus entendimentos a respeito das atividades propostas. Analise as decisões
tomadas pelo grupo ao longo das atividades, suas ações no que se refere à
dimensão técnico-tática do futsal, ou seja, a forma como os alunos demonstram ter
apreendido os princípios operacionais. Observe e analise as decisões tomadas pelo
grupo durante a partida de futsal, a fim de verificar o entendimento dos alunos em
85
relação às regras, às funções dos jogadores e às ações de ataque/defesa. Ao longo
do percurso de aprendizagem, você poderá sugerir a redação de textos-síntese
sobre aquilo que foi trabalhado e vivenciado na quadra ou fazer questionamentos
orais aos alunos, individualmente ou em grupo, como forma de avaliar o que
compreenderam.
Ao longo das aulas, você pode apresentar algumas questões, como:
• De que forma a equipe de beisebol deveria se comportar em situação
de defesa?
• De que forma a equipe de beisebol deveria se comportar em situação
de ataque?
• Qual(ais) poderia(m) ser a(s) estratégia(s) escolhida(s) para a equipe
que defende?
• Qual(ais) poderia(m) ser a(s) estratégia(s) escolhida(s) para a equipe
que ataca?
Procure, ao longo de cada Atividade, fazer com que os alunos realizem
discussões, problematizações e sínteses que os auxiliem a assimilar a dinâmica
tática do futsal.(Baseada nas atividades do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série,
volume 04, p.29).
ATIVIDADE DE RECUPERAÇÃOAlgumas estratégias poder ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros
momentos, individualmente ou em pequenos grupos, envolver todos os alunos ou
apenas os que apresentaram dificuldades. Por exemplo:
• Roteiro de estudos com perguntas norteadoras referentes aos princípios
técnico-táticos ou às regras do esporte coletivo, e posterior apresentação
em registro:
• Atividade-síntese de um determinado conteúdo, em que as várias
atividades serão refeitas em uma única aula e discutidas posteriormente
(por exemplo: circuito que contemple diferentes preceitos e sistemas
táticos das modalidades do esporte coletivo.)(Baseada nas atividades do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série,
volume 02, p.19).
86
JOGO E ESPORTE: DIFERENÇAS CONCEITUAIS E NA EXPERIÊNCIA DOS JOGADORES
Falar das diferenças conceituais entre jogo e esporte pode parecer, a
princípio, um tema abstrato e distante da vida cotidiana. Mas a lembrança de
algumas situações muito concretas e próximas da nossa Cultura de Movimento nos
ajudará a esclarecer os conceitos de jogo e esporte.
Imagine um grupo de dez crianças e/ou adolescentes entre 10 e 14 anos de
idade, todos vizinhos que já se conhecem a algum tempo, jogando taco na rua ou na
praça perto de onde moram. Enquanto duas duplas jogam, os outros esperam sua
vez de participar. Alguns se encontram um pouco ansiosos para que a partida
termine. Outros, do lado de fora, ensaiam movimentos com o taco ou, ainda,
executam lançamentos com a bola para o companheiro de dupla. Outros, enquanto
esperam, utilizam o tempo para jogar “bobinho” ou se reúnem para fazer
embaixadas, disputando quem as consegue fazer por mais tempo sem deixar a bola
cair no chão.
Imagine, também, um grupo de adolescentes jogando futebol em um parque
ou uma quadra qualquer no fim de semana. Todo o grupo, aparentemente, joga com
seriedade e quer ganhar. Aquela equipe que vence a partida adquire o direito de
permanecer em quadra, pois somente a vitória lhe garante mais um jogo: desta vez
com o time que está esperando do lado de fora. As vezes, ocorre uma discussão,
principalmente quando acontece algum lance polêmico - se foi falta, se a bola saiu
ou se foi gol. O clima e os ânimos se alteram, mas sempre ocorre uma negociação e
o jogo segue como se nada houvesse ocorrido.
Imagine, agora, um jogo da Liga Mundial de Vôlei feminino entre Brasil e
Cuba. A grande rivalidade está aflorada, os “nervos” das jogadoras, dos técnicos e
de todos os que assistem ao evento, seja pessoalmente ou pela TV, estão, como se
diz popularmente, “à flor da pele”. O ambiente competitivo gera vaia contra a equipe
cubana quando uma jogadora vai sacar ou quando faz um ponto. A carga de
rivalidade dos últimos anos se faz presente nessa partida. Momentos muito tensos
ocorrem, com provocações de ambas as equipes visando desestruturar
emocionalmente as adversárias. Há discussão entre as jogadoras das duas equipes
perto da rede, até que o árbitro é obrigado a intervir com mais veemência,
conversando com as capitães para que a partida prossiga.
• Quais são as semelhanças entre as três práticas?
87
• O que as diferencia?
• Quais são as posturas das crianças no jogo de taco, do grupo de
adolescentes que joga futebol e das equipes de vôlei que disputam a
Liga Mundial?
• Qual é a motivação dos envolvidos?
• Qual é o tempo destinado a tais práticas?
• Em que espaços elas ocorrem?
• Como os três grupos manipulam as regras de suas respectivas
práticas corporais ou lidam com elas?
As respostas a essas questões nos ajudariam a conceituar jogo e esporte. E
ainda que essa tarefa não seja fácil, existem semelhanças e diferenças entre jogo e
esporte que podem ser apresentadas e problematizadas. Inicialmente, cabe uma
colocação: o elemento fundamental de toda prática esportiva é o jogo. O jogo é o
alicerce dos esportes, mas o esporte não se resume ao jogo: ele vai além, em
inúmeros aspectos.
A mais conhecida conceituação de jogo é a de Huizinga. Para esse autor,
jogo é:
“(...) uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados
limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente
obrigatórias, dotada de um fim em si mesmo, acompanhada de um sentimento de tensão e de
alegria e de uma consciência de ser diferente da ‘vida quotidiana” (HUIZINGA, 2007, p.33).
Kishimoto, após apresentar conceitos de diferentes autores (Fromberg, Christie, Caillois e
Huizinga) sobre os jogos, faz a síntese de algumas características apontadas pelos autores:
1. “Liberdade de ação do jogador ou o caráter voluntário, de motivação interna e episódica
da ação lúdica; prazer (ou desprazer), futilidade, o ‘não sério’ ou efeito positivo”.
2. Regras (implícitas ou explícitas).
3. Relevância do processo de brincar (o caráter improdutivo), incerteza de resultados.
4. A não literalidade, reflexão de segundo grau, representação da realidade, imaginação.
5. “Contextualização no tempo e no espaço” (KISHIMOTO, 2007, p. 27).
Aspectos como a liberdade de ação, a improdutividade/produtividade (no
sentido de haver recompensa material) de tais ações, a dimensão lúdica, a
flexibilização/inflexibilização das regras, o espaço e o tempo de realização são
decisivos para a diferenciação e a conceituação entre jogo e esporte.
88
Consideremos tais características em relação às duas primeiras situações
apresentadas no início deste tema: as crianças jogando taco e o grupo de
adolescentes jogando futebol no fim de semana aproximam-se bastante do conceito
de jogo proposto por Huizinga e sintetizado por Kishimoto. Em ambas as situações,
as atividades são voluntárias, ou seja, todos os envolvidos reuniram-se
espontaneamente para jogar, escolhendo, portanto, estar juntos. As regras do jogo
de taco e as do futebol foram definidas e negociadas pelos próprios participantes.
No caso do futebol jogado aos fins de semana, existe uma grande influência da
lógica do esporte de rendimento, mas sem o mesmo rigor na sua aplicação.
Em princípio, os espaços em que as duas primeiras práticas ocorreram não
são necessariamente o aspecto definidor de suas respectivas realizações. O espaço
em que foi desenvolvido o jogo de taco não precisaria ser necessariamente a rua,
podendo ser qualquer outro com as mesmas condições (piso plano e amplo), O
mesmo ocorre com o jogo de futebol: a ausência de uma trave ou de linhas que
delimitam o campo ou o fato de o grupo não possuir uniforme que diferencie seus
jogadores podem ser aspectos que dificultam o jogo, mas não impedem a sua
realização. E comum em parques e praças pelo Brasil ver os chamados “jogadores
de fins de semana” praticando diferentes esportes em locais improvisados.
O tempo destinado a tais práticas também não é rigorosamente definido. O
jogo de taco ocorrerá até o momento em que o grupo de jogadores assim o quiser;
nesse sentido, tanto pode durar muito como pode terminar após poucas rodadas. No
futebol de fim de semana, geralmente, ocorre uma definição prévia sobre o tempo: é
comum a utilização de dez minutos ou dois gols como limite, principalmente quando
existem muitos times do lado de fora esperando a vez de jogar.
Os sentimentos experimentados, como a alegria e a tensão que o jogo
proporciona, são muito próximos nas duas modalidades apresentadas. Algo motiva
os dois grupos para aquelas práticas corporais: o prazer e a alegria vivenciados com
o do jogo e, às vezes, a tensão ou os conflitos. A dimensão lúdica está muito
presente, assim como a questão da competição; no entanto, o lúdico e a
competitividade equilibram-se nas ações dos participantes.
Nesse sentido, o jogo é caracterizado pela maior liberdade das ações de
seus participantes, pois as ações dos indivíduos estão relacionadas ao lazer, à
ocupação do tempo livre, à diversão, à socialização e à prática em si. Sendo assim,
o jogo pode ser pensado sob o ponto de vista da não produtividade, desde que
89
improdutividade seja entendida como algo que não gera um produto rentável, de
lucratividade. Mas o jogo produz bem-estar, prazer e experiências riquíssimas aos
seus participantes; e é sob esse aspecto que se pode dizer que ele é produtivo.
E a partida de vôlei feminino na Liga Mundial?
BRACHT (2005) apresenta o modelo dual de esporte. Para o autor, o
esporte pode ser entendido como prática de alto rendimento! espetáculo ou como
atividade de lazer. De acordo com esse enfoque, o futebol jogado pelos rapazes aos
fins de semana seria o esporte, enquanto atividade de lazer, com características
muito próximas às do jogo. Já a partida entre Brasil e Cuba na Liga Mundial de Vôlei
estaria mais distante das características do jogo, passando do mundo do não
trabalho para o do trabalho, que deve ser produtivo.
Para BRACHT (2005, p. 14), o esporte moderno desenvolvido no interior da
cultura inglesa - entendida como o berço do esporte moderno - assumiu algumas
características básicas que são reproduzidas até hoje: “competição, rendimento
fisico-técnico, recorde, racionalização e cientificização”.
O esporte é caracterizado por uma perda na liberdade de ação. A liberdade
também existe no esporte, porém os limites em relação às regras, ao espaço e ao
tempo de duração influenciam as ações dos atletas.
A dimensão lúdica está presente no esporte de rendimento, mas encontra-se
diminuída por causa da competitividade e do objetivo final - a vitória. Algo existe que
vai além do prazer da disputa, como o título de campeão do mundo. Nesse sentido,
o jogador deve ser produtivo, pois suas ações são fundamentais para o
desenvolvimento e o resultado da partida, o que vai ser decisivo para o futuro da
equipe no campeonato e para o futuro dos atletas em suas carreiras (melhor
estrutura e maior visibilidade dos atletas). Para isso, o atleta precisa treinar,
repetindo inúmeras vezes as técnicas e as táticas envolvidas no esporte que pratica.
Na partida de vôlei feminino na Liga Mundial, as regras são definidas por um
órgão internacional, no caso a Federação Internacional de Vôlei (FIVB). O espaço de
realização da partida de vôlei entre Brasil e Cuba é o mesmo em qualquer lugar do
mundo, já que existe uma série de medidas padronizadas em relação às dimensões
da quadra, à altura da rede etc. Nesse espaço, todas as decisões sobre as ações
dos jogadores são regidas e comandadas pelo árbitro: nada em uma partida ocorre
sem a sua prévia autorização, desde a decisão sobre um lance polêmico - se a bola
90
bateu fora ou dentro da quadra, se o atleta encostou-se na rede ou invadiu a quadra
da equipe adversária - até o simples reinício da partida.
A seguir, apresentamos uma Situação de Aprendizagem em que alguns dos
elementos conceituais trabalhados até aqui estão presentes. Procure
construir/configurar momentos em que esses elementos possam ser discutidos,
rediscutidos e problematizados ao longo do desenvolvimento da situação.(Texto extraído do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série, volume 03).
ATIVIDADE 01
EXPERIMENTANDO AS DIFERENÇAS ENTRE JOGO E ESPORTEO objetivo desta Atividade é proporcionar a compreensão das principais
características que diferenciam o jogo do esporte, a partir de três diferentes
experiências de Se-Movimentar em jogos, cujas dinâmicas vão se tornando
progressivamente mais complexas, com mais exigências de desempenho e
elementos cada vez mais predeterminados. Propõe-se priorizar as variáveis: regras
das atividades, diferenças de execução em relação ao espaço de realização, tempo,
vestimentas, competição, dimensão lúdica e arbitragem.
Os alunos vivenciarão três diferentes experiências de Se-Movimentar em
jogos (o jogo de taco, o “base quatro” e o “base quatro com regras fixas”). Ao
término de cada vivência, propõe-se a discussão sobre a dinâmica do jogo,
buscando identificar os elementos e as ações que as distinguem. Por fim, propõe-se
aos alunos que elaborem um quadro ilustrativo das diferenças entre jogo e esporte.
Tempo previsto: 3 a 4 aulas.
Conteúdo e temas: jogo e esporte: diferenças conceituais e na experiência dos jogadores.
Competências e habilidades: identificar as diferenças (no espaço, no tempo e nas regras) e as
semelhanças (o prazer, a competição e a dimensão lúdica) entre o jogo e o esporte; identificar a
conduta diferenciada entre o jogador (lazer/não trabalho) e o atleta (rendimento/trabalho); identificar
o processo de transformação do jogo no esporte (como atividade de lazer ou esporte de
rendimento).
Recursos: tacos de madeira, bolas de tênis ou de borracha (pequenas), garrafas PET, cartolinas,
canetas ou canetinhas.|
91
Desenvolvimento da ATIVIDADE 01
Etapa 1 - O jogo de tacoProponha o jogo de taco, verificando o que o grupo de alunos conhece sobre
ele, suas principais regras, as maneiras de jogar e o material a ser utilizado. O
objetivo do jogo é fazer 24 pontos. A dupla que os fizer primeiro sagra-se a
vencedora. Jogam duas duplas: uma ataca enquanto a outra defende.
A equipe que ataca deve rebater (com um taco) o maior número de vezes a
bola lançada pela outra dupla. A dupla que defende tem a incumbência de derrubar
o alvo da dupla que ataca. Cada membro do ataque defende um alvo localizado
dentro de uma base, sendo que a base de uma dupla deve ficar a 5 metros de
distância da base da outra dupla. Somente com a derrubada do alvo é que a dupla
de defensores adquire o direito de rebater, ou seja, de atacar. A cada rebatida, a
dupla deve mudar de base. A cada mudança, são contados 2 pontos.
O taco pode ser um pedaço de cabo de vassoura ou uma haste de madeira
qualquer, o importante é que esse implemento possa ser manuseado pelo rebatedor.
O taco não deve ser pesado nem comprido, para permitir que os alunos façam os
movimentos sem forçar os ombros. O alvo pode ser uma garrafa PET ou qualquer
outro objeto que possa ser derrubado. Ele deve ser colocado dentro de um círculo (a
base), onde o rebatedor deve ficar e de onde deve rebater a bola. A bola pode ser
de tênis ou qualquer outra que não seja pesada nem muito grande (nas escolas,
geralmente, existe a bola de iniciação, de borracha, que pode ser uma boa escolha).
Deixe, inicialmente, os alunos livres para que resolvam entre si a maneira de
jogar Somente indique que se dividam em grupos de quatro componentes. Nessa
situação, procure levantar a discussão sobre a postura deles no jogo: como
chegaram às regras definidas, o nível de negociação e a maneira de jogar Ressalte
que, para que o jogo ocorresse, o grupo precisou propor e negociar as regras, e que
tais regras foram sistematizadas por eles com base em suas próprias experiências
em relação àquela prática.
Procure conduzir uma discussão que leve o grupo à identificação da
dimensão lúdica daquela prática, do prazer que o jogo proporciona e da flexibilidade
em relação às regras e às decisões do grupo no jogo.
92
Etapa 2 - O jogo “base quatro”Proponha o jogo “base quatro”. Solicite a formação de duas equipes. E
interessante que todos os alunos da turma sejam distribuídos de forma mista entre
as duas equipes, que atacarão e defenderão em tempos diferentes. Desenhe quatro
bases no chão (círculos de aproximadamente 50 centímetros de raio), dispostas
cerca de 5 metros umas das outras, de modo a formar um quadrado.
O objetivo do jogo é conquistar as quatro bases, tocando-as com os pés. A
equipe que ataca deve rebater (com um taco) a bola lançada por um membro da
equipe defensora (o arremessador). O aluno que rebater deverá percorrer as quatro
bases. Se, após rebater uma bola, ele chegar à primeira base e perceber que a bola
está chegando ao arremessador, deve permanecer naquela base e esperar o
próximo rebatedor de sua equipe, para poder dar continuidade na conquista das
demais bases. A cada volta dada por um atacante (conquista das quatro bases), é
somado 1 ponto para sua equipe.
Todos os membros da equipe têm o direito de rebater uma vez; depois
disso, a equipe passa a defender. O objetivo da equipe que defende é buscar a bola,
trazendo-a ao lançador antes que o atacante chegue à primeira base ou passe por
todas. Se o defensor passar a bola para o lançador antes que o atacante chegue à
base, este estará eliminado. Se os demais atacantes estiverem em deslocamento,
ou seja, se estiverem fora das bases quando a bola chegar ao arremessador, eles
também serão eliminados.
É importante que você, professor, deixe bem flexível a forma como o
atacante rebaterá a bola. Deixe livre a definição em relação a certas ações, como a
direção da rebatida da bola, o número de tentativas de rebatida, o número de
participantes em cada equipe, a forma de fechamento das bases para que o
atacante seja eliminado etc.
Enfatize a dinâmica do jogo e estabeleça o confronto com a atividade
anterior, o jogo de taco. Proponha que o grupo identifique a diferença na
complexidade das ações entre os dois jogos e o nível de competição.
Etapa 3 - “Base quatro com regras fixas”Proponha o mesmo jogo, mas, desta vez, determinando as regras e a
maneira de jogar. Na equipe defensora, devem existir alunos responsáveis por
buscar as bolas rebatidas longe do grupo (esses devem ser previamente
93
escolhidos). Outro grupo de alunos deve ficar mais próximo do quadrado formado
pelas bases. Esse grupo terá o objetivo de receber a bola lançada pelo primeiro
(mais distante), passando-a para o arremessador, para que ele feche as bases. As
bases serão fechadas a partir do momento em que a bola for recebida pelo
arremessador.
Cada membro da equipe que ataca tem apenas três chances de rebater uma
bola boa lançada pelo arremessador. Nesse ponto, você, professor, deverá
determinar qual bola é considerada boa para o rebatedor. Caso a equipe que estiver
atacando tenha três jogadores eliminados - seja porque o rebatedor não conseguiu
rebater três bolas boas, ou seja porque foi eliminado a partir do fechamento da
base-, perderá o direito de atacar
Enfatize as regras e não as flexibilize. Proponha, ao final, uma reflexão
sobre os limites que as regras impõem aos jogadores e a necessidade do melhor
desempenho para a execução das ações. Utilize o exemplo do rebatedor que
necessariamente deve rebater uma bola boa. Para que isso ocorra, os jogadores
precisam de muito treino e aperfeiçoamento na técnica de rebater (técnica do alto
rendimento). Mencione também o posicionamento dos jogadores de defesa (aqueles
mais distantes e os mais próximos do arremessador), reforçando a necessidade de
interação perfeita entre eles.
Elenque as principais características dos esportes de rendimento e as
principais características do jogo. Nesse ponto, é importante que você, professor,
apresente aqueles aspectos que diferenciam o jogo do esporte: (1) a liberdade de
ação; (2) a improdutividade/produtividade de tais ações; (3) a dimensão lúdica; (4) a
flexibilização ou não das regras; (5) o espaço de sua realização; e (6) o tempo de
realização. Proponha a discussão dessas características a partir dos três jogos
vivenciados.
Etapa 4 - Construindo os conceitos de jogo e esporteProponha aos alunos uma discussão, buscando fazer com que eles reflitam
sobre as principais características das três atividades desenvolvidas, relacionando-
as com o esporte. Proponha a elaboração, em conjunto, de um quadro que contenha
as principais diferenças e semelhanças entre jogo e esporte. Na construção do
quadro, sugira que os alunos pensem nas variáveis intervenientes das três
atividades, como:
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(1) diferenças nas regras;
(2) diferenças em relação ao espaço;
(3) diferenças no tempo de jogo;
(4) vestimentas necessárias para a atividade;
(5) necessidade de arbitragem.
Essas variáveis são excelentes parâmetros para a discussão e a construção
do quadro, o que facilitará o entendimento, por parte do grupo, das diferenças
conceituais entre jogo e esporte.
ATIVIDADE AVALIADORAObserve os alunos durante o desenvolvimento da Atividade, avaliando suas
ações e o modo como expõem sua compreensão a respeito das atividades. Analise
as decisões tomadas pelo grupo ao longo do trabalho, as ações realizadas e as
diferentes negociações ocorridas em relação às regras. Avalie o envolvimento do
grupo na atividade de elaboração do quadro que diferencia jogo de esporte. Ao
longo da realização das atividades, proponha a redação de textos-síntese sobre
aquilo que foi trabalhado e discutido durante as aulas ou faça questionamentos orais
aos alunos, individualmente ou em grupo, como forma de checar sua compreensão.
Ao longo das situações de aula, procure apresentar algumas questões,
como:
• Quais as características das atividades desenvolvidas?
• Dessas características, quais são semelhantes e quais são
diferentes?
• Como podemos conceituar e entender o jogo do ponto de vista dos
praticantes?
• Como podemos conceituar e entender o esporte do ponto de vista
dos praticantes?
• Como podemos diferenciar jogo de esporte?
PROPOSTA DE RECUPERAÇÃODurante o percurso pelas várias etapas da Atividade, alguns alunos poderão
não apreender os conteúdos ou deixar de desenvolver as habilidades da forma
esperada. E necessário, então, elaborar outras Situações de Aprendizagem em que
95
os conceitos de jogo e esporte possam ser percebidos e problematizados. Essas
situações devem ser diferentes daquela que gerou dificuldade para os alunos. Tais
estratégias podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos e
envolver todos os alunos ou apenas aqueles que apresentaram dificuldades. Podem
ser, por exemplo:
• Pesquisas em sites ou outras fontes para posterior apresentação.(Atividades extraídas do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série,
volume 03).
96
MODALIDADE POPULAR EM OUTROS PAÍSES: BEISEBOL
O beisebol é um dos principais esportes praticados no mundo,
principalmente nos Estados Unidos da América. Esse esporte também se
popularizou no Japão, em Cuba e em vários países da América Central e do Caribe.
A partir das últimas décadas do século XIX, essa modalidade difundiu-se dos
Estados Unidos para várias partes do mundo, ganhando milhares de praticantes.
O beisebol foi criado por Abner Doubleday, nos Estados Unidos, em 1839.
Há quem diga que o esporte teria raízes na Inglaterra e que já em 1700 era
praticado por jovens nos fins de semana. O beisebol foi levado ao Japão pelos
professores norte-americanos HolIes Wilson e Madjett, que lecionavam na
Universidade de Tóquio, em 1873. Depois disso, o esporte passou a ser difundido
para a América Central e a Europa, ganhando muitos adeptos e praticantes pelo
mundo afora (OI, 1996).
Sabe-se que o beisebol foi introduzido no Brasil por americanos que
trabalhavam em empresas como a antiga Light e a Companhia Telefônica e
também, pelos funcionários do Consulado Geral dos Estados Unidos, que
praticavam o esporte como forma de lazer aos fins de semana. 01(1996) relata que,
já na década de 1920, existia uma liga de beisebol comandada por um diretor da
Companhia Telefônica.
Apesar de não serem os que trouxeram o beisebol ao nosso país, os
japoneses foram os grandes responsáveis pela difusão do esporte em terras
brasileiras. Devido a esse processo, grande parte dos ídolos brasileiros do esporte é
descendente de japoneses, o que é motivo de alegria para a grande população
japonesa aqui residente.
A intensificação do processo de imigração japonesa, ocorrida entre as
décadas de 1920 e 1940, fez com que a prática do beisebol se disseminasse para
diferentes regiões do Brasil. Por isso, a prática desse esporte, acompanhando o
trabalho agrícola dos imigrantes, deu-se inicialmente em zonas rurais, com muitas
dificuldades, porque não havia a estrutura necessária para o seu desenvolvimento.
Depois desse primeiro momento - em que ocorria a improvisação dos materiais de
jogo, como luvas, vestimentas e bastões -, a prática do esporte passou a tomar o
caminho das grandes cidades, a partir de 1950 (OI, 1996).
97
A difusão do beisebol acompanhou as estradas de ferro que foram
construídas para facilitar escoamento da produção de café, partindo principalmente
de São Paulo, por meio das ferrovias Noroeste, Paulista e Sorocabana, nomes que
também figuraram nas primeiras ligas desse esporte. Dessas estradas, o beisebol foi
difundido e passou a ser praticado em outros estados, como o Paraná (OI, 1996).
O Brasil detém os títulos de campeão mundial Jr. (1993) e vice-campeão
mundial júnior (1995) de beisebol. A cada ano, a modalidade vem se desenvolvendo,
permitindo melhores atuações das seleções de base e da principal nos campeonatos
que disputam. Atualmente, no Brasil, existem cerca de 50 equipes de beisebol
distribuídas pelas federações estaduais, totalizando aproximadamente 3 mil atletas.
Dinâmica geral do beisebolPara entendermos como se pratica o beisebol, é preciso conhecer algumas
de suas principais características. A primeira delas é que, nesse esporte, cada
equipe tem seus tempos de ataque e defesa separados. A partida somente acaba
quando é completada a disputa de nove ataques e nove defesas. Cada conjunto de
ataque/defesa é denominado inning, o que seria equivalente ao sei do vôlei. Cada
equipe deve ter nove jogadores.
O campo de beisebol tem uma área equivalente a 1/4 de um círculo com 120
metros de raio. Essa área é divida em duas partes: o jardim externo e o interno.
98
Objetivo do jogo e suas principais regrasA equipe que ataca possui os seguintes jogadores: (A) rebatedor e (B)
corredores. O objetivo da equipe do ataque é marcar mais pontos/corridas. Um
ponto/corrida é marcado quando um jogador do ataque consegue percorrer todas as
quatro bases do campo antes do término do inning. Não é necessária a passagem
do jogador por todas as bases de uma só vez. Ele pode avançar uma ou mais bases
por vez. O rebatedor (batter) deve rebater a bola lançada pelo arremessador
(pitcher) dentro dos limites do campo o mais longe que conseguir, para, em seguida,
correr na direção da primeira base antes que o defensor da primeira base receba a
bola e pise na base. Se o rebatedor chegar à primeira base, passa a se chamar
corredor (runfler). O objetivo do corredor é conquistar as próximas bases até chegar
à principal (home base), quando marca 1 ponto ou corrida (run) para a sua equipe.
O rebatedor que conseguir a proeza de rebater uma bola para fora da linha
circular que delimita o jardim externo, e dentro dos limites das linhas laterais, realiza
a jogada denominada home run. Essa jogada dá a ele o direito de percorrer as
quatro bases.
99
Perde-se o direito ao ataque toda vez que a equipe tiver três jogadores
eliminados. A equipe que defende possui os seguintes jogadores: (A) jardineiros
externos (direito, central e esquerdo), (B) jardineiros internos (defensor da primeira
base, defensor da segunda base, defensor da terceira base, defensor da quarta
base ou receptor) e, entre a segunda e a terceira bases, existem ainda o interbases
e (C) o arremessador.
O objetivo da equipe que defende é evitar que a outra equipe marque
pontos, tentando eliminar os jogadores. O jogador é eliminado se não conseguir
rebater três bolas boas ou se o corredor não conseguir chegar antes do defensor à
base a que está se dirigindo.
100
O jardim externo é a parte do campo em que três jogadores de defesa se
localizam: o jardineiro direito (righr fielder), o jardineiro esquerdo (left fielder) e o
jardineiro central (center fielder). Esses jogadores são os responsáveis por capturar
as bolas que forem rebatidas para lá. Se a bola for capturada no ar, o rebatedor
estará automaticamente eliminado. Assim, a principal característica desses
jogadores é serem ótimos velocistas.
O jardim interno é a área onde estão localizadas as bases, cada qual
defendida por um jogador, sendo que, entre a segunda e a terceira bases, é
posicionado um quinto jogador, chamado de interbases. A função dele é receber a
bola passada pelos jardineiros externos e fechar as bases ou, ainda, capturar as
bolas diretamente rebatidas pelos rebatedores que vierem em sua direção,
impedindo que os atacantes se desloquem para as bases seguintes.
A base principal (home plate) localiza-se na extremidade central e interna do
campo. E o lugar onde ficam o jogador chamado de receptor (catcher), o juiz
principal e o rebatedor (batter). A primeira base localiza-se na extremidade direita do
quadrado e nela encontra-se o defensor da primeira base. A segunda base localiza-
se na parte central interna oposta à base principal e nela encontra-se o defensor da
101
segunda base. A terceira base localiza-se na parte esquerda do quadrado formado
pelas quatro bases. Nela, existe outro defensor.
O receptor (catcher) e o arremessador (pitcher) são considerados os
jogadores mais importantes de uma equipe. O arremessador fica no centro do
quadrado formado pelas bases, em uma região um pouco elevada em relação às
demais áreas do campo. Dessa dupla é a função de impedir que haja uma boa
102
rebatida. O receptor comanda as bolas e determina como elas deverão ser
arremessadas - se a bola deve ser curva, rápida ou lenta. A dupla varia a maneira
do arremesso para tentar enganar o rebatedor, deixando-o confuso em relação ao
tipo de bola que será arremessada.
Após três tentativas frustradas do rebatedor de rebater uma bola
arremessada, ele estará eliminado, O arremessador tem o direito de jogar três bolas
ruins para o rebatedor; se ele lançar uma quarta bola ruim, o rebatedor adquire o
direito de passar para a primeira base. O rebatedor pode rejeitar até duas bolas
boas.
O árbitro é quem considera as bolas boas ou ruins, a partir da visualização
da zona de strike. Essa zona é a área compreendida, na altura, pela região entre o
peito e os joelhos do rebatedor e, na largura, pela área da base localizada à frente
do receptor (home plate).
Após conhecermos a dinâmica e as principais regras do jogo de beisebol,
vamos discuti-las a partir dos seus princípios operacionais de ataque e defesa.
Beisebol: dos princípios operacionais ao jogoEm Cadernos anteriores, e desde a 5ª série do Ensino Fundamental, já foi
apresentado o processo de ensino e aprendizagem dos esportes coletivos, a partir
dos princípios operacionais propostos por BAYER (1994). Essa abordagem
contrapõe-se ao ensino tradicional do esporte, que prioriza a prática isolada das
técnicas e dos fundamentos dos esportes coletivos.
103
Na abordagem aqui defendida, o objetivo é a construção, por parte do aluno,
do entendimento sobre a dinâmica tática dos esportes. Essa dinâmica é proposta a
partir de situações-problema que ocorrem no próprio jogo formal.
Por isso, é necessário trazer à cena o que se entende por técnica e tática. A
técnica é visualizada como um conjunto de modos de fazer ou de realizar
determinada prática relacionada ao esporte, ao passo que a tática equivale às
razões para aquela determinada ação ou conjunto de modos de fazer. A técnica e a
tática estão relacionadas e uma depende da outra. Nesse sentido, o que deve ser
realizado numa situação de jogo (a técnica) é constantemente mobilizado pelas
exigências da situação (a tática) do jogo.
Retomemos, então, os “princípios operacionais” propostos por BAYER
(1994, p. 99 e p. 117), buscando estabelecer relações com o ensino do beisebol.
São eles:
Em situação de ataque:
1. Conservação da posse da bola.
2. Progressão da bola e da equipe em direção ao alvo adversário.
104
3. Finalização em direção ao alvo.
Em situação de defesa:
1. Recuperação da posse de bola.
2. Contenção da bola e da equipe adversária em direção ao próprio alvo.
3. Proteção do alvo.
Quando pensamos nesses princípios para o ensino do beisebol, devemos
nos ater à dinâmica desse esporte. Como vimos, no beisebol, o ataque é realizado
por apenas uma equipe. Se a equipe que defende não conseguir provocar o erro dos
adversários, deverá esperar até que os nove atacantes realizem suas respectivas
rebatidas para só então passar a atacar.
O princípio operacional de ataque “conservação da posse de bola” aplicado
no beisebol deve ser analisado de forma diferenciada. Vimos que existem três alvos
secundários que precisam ser conquistados (a primeira, a segunda e a terceira
bases) e o alvo principal; além disso, o objetivo do atacante/rebatedor é rebater a
bola o mais longe possível dentro dos limites da quadra. Por isso, esse princípio
pode ser visualizado como a forma ou a maneira de manter a bola o mais longe
possível das bases. Como num jogo de beisebol a rebatida ocorre a partir do tipo de
arremesso realizado, esse princípio depende de um amplo repertório de rebatidas
dos jogadores que realizam essa função.
Outro princípio importante a ser problematizado é a “progressão da bola e
da equipe em direção ao alvo adversário”. Como os alvos são as bases, estratégias
devem ser criadas para que os jogadores de uma mesma equipe progridam em
sincronia. Esse princípio pode ser trabalhado a partir de diferentes tipos de rebatida,
seguidas de diferentes formas de deslocamentos dos atacantes. Diferentes sentidos,
velocidades e distâncias de rebatidas da bola devem ser trabalhadas, para que
rebatedor e corredores possam saber quando e como se deslocar a fim de que não
sejam eliminados pela defesa.
A “finalização em direção ao alvo” está amplamente relacionada com os
outros dois princípios operacionais, pois, sem uma boa rebatida e um bom e rápido
deslocamento dos atacantes (de acordo com o tipo de rebatida), a finalização da
jogada estará prejudicada. Nesse sentido, para o processo de ensino e
aprendizagem do beisebol, a proposição de atividades que coloquem em prática os
três princípios deve ser privilegiada. E muito importante fazer com que os seus
alunos construam ou entendam essas questões técnico-táticas do beisebol ao longo
105
das Situações de Aprendizagem. Para isso, sempre que necessário, pare a atividade
e tente perceber os diferentes entendimentos dos alunos sobre o que está sendo
executado.
Os três princípios operacionais de defesa - “recuperação da posse de bola”,
“contenção da bola e da equipe adversária em direção ao próprio alvo” e “proteção
do alvo” - dependem de algumas ações fundamentais por parte da equipe
defensora, quais sejam:
• a equipe somente adquire o direito de atacar após provocar o erro do
rebatedor e quando os corredores não chegam às bases seguintes. O
erro pode ser provocado principalmente a partir do bom entrosamento
e desempenho da dupla receptor-arremessador. Para a dupla, o
repertório de diferentes formas de arremesso é tão importante quanto
a seqüência escolhida para a sua execução (arremessos curtos,
rápidos e com curvas ou ainda alternância de bolas boas e ruins),
visando confundir o rebatedor;
• outra forma de recuperar o ataque é a criação de linhas de passes
que promovam a circulação mais rápida da bola para a base em
direção à qual o corredor ou o rebatedor esteja se deslocando.
Somente com a tentativa de dificultar a rebatida do atacante da
equipe adversária é que o objetivo da defesa alcançado e os três
princípios pode ser poderão ser colocados em prática.
Nessa perspectiva, propõe-se aqui que o processo de ensino e
aprendizagem do beisebol leve em consideração os níveis de relação de
complexidade crescente, conforme propostos por GARGANTA (1995, p. 21): “eu-
bola”, “eu-bola-colegas”, “eu-bola-alvo”, “eu-bola-colegas-alvo” e “eu-bola-colegas-
adversáriosalvo”. E importante ressaltar que, como é difícil separar os princípios
operacionais, as Situações de Aprendizagem sugeridas a seguir combinam alguns
desses princípios, tanto os de ataque como os de defesa.(Texto e imagens extraídos do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série,
volume 03).
106
Possibilidades InterdisciplinaresProfessor, o beisebol pode ser trabalhado juntamente com a história da imigração japonesa para o
Brasil, possibilitando uma abordagem integrada com as disciplinas de História, Geografia, Arte,
Língua Portuguesa e Língua Estrangeira, especialmente nas escolas de regiões onde é forte a
presença japonesa. Converse com os professores responsáveis por essas disciplinas em sua
escola. Essa iniciativa facilitará a compreensão dos conteúdos pelos alunos de forma mais global e
integrada.
ATIVIDADE 01
FAMILIARIZAÇÃO COM O BEISEBOLNesta atividade, pretende-se propiciar o primeiro contato dos alunos com o
beisebol, apresentando seu objetivo, suas principais regras e o processo histórico de
sua consolidação. Os alunos, em grupos, levantarão informações sobre diversos
aspectos do beisebol, às quais serão apresentadas em aula. O professor destacará
os aspectos mais importantes para a compreensão da modalidade, em termos do
seu processo histórico e da dinâmica geral do jogo: posições e funções dos
jogadores, como jogar etc. Sugere-se, quando possível, a exibição em vídeo de uma
partida oficial de beisebol.
Tempo previsto: 2 a 3 aulas.
Conteúdos e temas: principais regras do beisebol; dinâmica geral do beisebol - ataque/defesa,
funções dos jogadores; processo histórico do beisebol.
Competências e habilidades: identificar o objetivo do beisebol e suas principais regras,
reconhecendo-as na dinâmica do jogo; relacionar a introdução e a disseminação do beisebol no
Brasil com seu processo histórico de surgimento e consolidação; identificar e caracterizar a
dinâmica básica do esporte, em termos de ataque/defesa e funções dos jogadores.
Recursos: pesquisas na internet com elaboração de material para apresentação; vídeo de uma
partida de beisebol.
Desenvolvimento da ATIVIDADE 01Proponha aos alunos um levantamento de informações sobre o beisebol, em
sites e outras fontes, indicadas ou não por você, professor. Organize grupos que
pesquisem diferentes aspectos desse esporte: sua história, jogadores mais
conhecidos, principais campeonatos, formas de jogar, e posições, entre outros. As
informações levantadas serão apresentadas em aula. Essa é uma importante
107
iniciativa para que os alunos se familiarizem com a modalidade. A partir das
exposições dos alunos, destaque os aspectos mais importantes do processo
histórico do beisebol, em especial de sua chegada ao Brasil e sua difusão no país.
Procure auxiliá-los nas explicações sobre a dinâmica desse esporte: a
movimentação dos jogadores, a intenção da equipe que ataca e a intenção da que
defende, a ocupação do espaço e o deslocamento dos jogadores.
Quando possível, exiba aos alunos um vídeo de uma partida oficial de
beisebol, procurando reconhecer, com eles, as principais características da
modalidade e seus princípios básicos (de ataque e defesa), bem como as diferentes
posições e disposições dos jogadores no espaço.
ATIVIDADE 02
CONSTRUÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO DO JOGO DE BEISEBOLEsta Atividade visa construir a dinâmica técnico-tática do beisebol a partir de
seus princípios operacionais de defesa e ataque, propondo diferentes níveis de
relação dos alunos com os materiais necessários ao desenvolvimento do jogo, com
as formas de jogar e com a interação entre os jogadores Os alunos vivenciarão
sucessivas etapas, de complexidade crescente, desde o contato com o material
utilizado no beisebol e as funções dos jogadores, passando pelas ações de defesa e
ataque, até chegar à realização de jogos reduzidos.
Tempo previsto: 7 a 8 aulas.
Conteúdos e temas: princípios técnicos e táticos do beisebol.
Competências e habilidades: identificar e reconhecer os princípios técnico-táticos do beisebol,
aplicando-os em situações reduzidas de jogo; compreender a dinâmica tática do beisebol,
realizando ações de defesa e ataque.
Recursos: bolas de borracha, de tênis e de beisebol; tacos de madeira ou de beisebol e giz (para o
desenho das bases).
Desenvolvimento da ATIVIDADE 02Etapa 1 - “Eu-bola”
Nesta etapa, procure familiarizar o aluno com os materiais utilizados (bola e
taco/bastão) no beisebol. Proponha diferentes atividades a serem realizadas
108
individualmente pelos alunos, envolvendo a ação de rebatida da bola e sua recepção
em diferentes situações Se houver disponibilidade de material, possibilite as
atividades com bolas de diferentes pesos e tamanhos, mas que possam ser
recepcionadas com uma das mãos.
Etapa 2 - “Eu-bola-colegas”Proponha atividades em que haja movimentação entre os alunos e
circulação da bola. Podem ser feitas atividades de troca de passes, em dupla, trios e
grupos maiores. Passes e recepções de diferentes distâncias e com graus de
dificuldade são ações importantes a serem vivenciadas pelos alunos como forma de
se familiarizarem com situações de defesa. Podem ser propostas, também,
atividades de lançamento, seguidas de rebatidas e deslocamentos (corridas),
simulando a situação de ataque.
O objetivo dessas atividades é propor a experimentação de situações
comuns ao beisebol, como a circulação da bola por meio de passes e recepções que
visam ao fechamento das bases (deslocamento dos defensores); a situação de
lançamento e rebatida seguida de deslocamento em direção à base (deslocamento
dos atacantes); e também o deslocamento sincronizado entre os corredores, pelas
bases (deslocamento dos atacantes).
Etapa 3 - “Eu-bola-alvo”Nesta etapa, o objetivo das atividades é o deslocamento individual, tanto de
defensores como de atacantes. A sua intenção é a de deslocar-se pelas quatro
bases após uma rebatida (situação de ataque), assim como a de deslocar-se, a
partir do momento em que se pega a bola, em direção às bases (situação de
defesa).
Proponha diferentes rebatidas, com diferentes níveis de exigência, seguidas
de deslocamentos até as bases. Proponha também diferentes atividades de
recepção e deslocamentos individuais em direção às bases, após uma rebatida.
Um bom jogo que pode estimular essas ações é o de taco adaptado com
quatro bases e jogado apenas com um atacante e um defensor. Assim, quando o
rebatedor fizer a rebatida, correrá tentando percorrer as quatro bases, ao mesmo
tempo em que o defensor, após pegar a bola, deslocar-se-á em direção à base,
tentando eliminar o atacante.
109
Etapa 4 - “Eu-bola-colega-alvo”Nesta etapa, a intenção é enfatizar as dinâmicas de defesa e de ataque: na
defesa, a ênfase deve ser na interação entre os jardineiros externos e os internos, a
fim de conquistar o objetivo de fechar as bases, eliminando os atacantes; no ataque,
na interação entre o rebatedor e o(s) corredor(es) que está(estão) nas bases, já que
a situação de dois atletas atacantes na mesma base não pode ocorrer.
Alguns exemplos desse nível de relação que podem ser executados na
defesa:
• Troca de passes entre jardineiro externo direito e defensor da primeira
base, seguida de deslocamento em direção à base;
• A mesma situação, partindo a bola do jardineiro externo direito, mas
com a troca de passe entre o defensor da primeira base e o da
segunda base, seguida de deslocamento em direção à segunda base;
• Troca de passes entre o jardineiro externo central e o defensor da
segunda base, seguida de deslocamento em direção à segunda base;
• A mesma situação, partindo a bola do jardineiro externo central para
os defensores da segunda base, interbase e terceira base, seguindo-
se o deslocamento em direção à base (segunda ou terceira);
• Troca de passes entre o jardineiro externo esquerdo e o defensor da
terceira base, seguida de deslocamento em direção à terceira base;
• A mesma situação, partindo a bola do jardineiro externo esquerdo, o
defensor da terceira base e o defensor da base principal.
Alguns exemplos desse nível de relação que podem ser executados no
ataque:
• Após uma rebatida, deslocar-se em direção à primeira base; se o
rebatedor verificar que a bola foi longe, deslocar-se deforma a
conseguir passar pelas quatro bases seguidamente. Caso isso não
possa ocorrer, o rebatedor deverá parar na base que considerar
segura para que não seja eliminado pelo defensor da base;
• Quando existir um jogador atacante em uma das bases (corredor), o
desloca- mento entre ele e o próximo rebatedor deve ocorrer de modo
sincrônico. Dessa forma, todos os corredores que estiverem na base
devem estar atentos à rebatida de seu companheiro de equipe;
110
• Simular situações em que haja mais de um corredor em bases
diferentes (dois ou três), para trabalhar o seu entrosamento após uma
rebatida.
Etapa 5 - “Eu-bola-colegas-adversários-alvos”Esse nível de relação reproduz o jogo completo, com ações de ataque e
defesa. Na defesa, a intenção é estimular os alunos a vivenciar situações de
circulação de bola e criação de linhas de passe em direção às bases. No ataque, a
intenção é estimular o rebatedor e os corredores a se deslocarem no sentido da
base principal.
Como no beisebol existe uma seqüência de alvos a serem conquistados (no
ataque) e defendidos (na defesa), podem-se privilegiar separada- mente situações
em que o objetivo seja apenas um alvo de cada vez, para facilitar a compreensão
em relação às ações a serem desenvolvidas para cada alvo, tanto na defesa quanto
no ataque.
Nesse nível de relação, é indicada a proposição de situações de ataque e
defesa com diferentes composições (1 X 1, 1 X 2, 2 X 1, 2 X 2, 3 X 2, 2 X 3),
variando o número de bases a serem conquistadas e/ou defendidas. As dinâmicas
realizadas do jogo de taco e do jogo “base quatro”, apresentadas no Tema 1 deste
Caderno, podem auxiliar.
Para o 1 X 2, o jogo de taco pode ser uma boa situação de ataque e defesa.
Defina o número de bases a serem percorridas pelo atacante após a sua rebatida —
por exemplo, três. Após a rebatida, o atacante terá de percorrer as bases visando
alcançar a terceira. Enquanto isso, os dois defensores devem criar situações em que
possam trazer a bola em direção à segunda ou à terceira base, de modo a impedir o
deslocamento do atacante. Essa atividade pode ser reproduzida de diversas
maneiras, mudando o número de defensores e atacantes, para mobilizar a
percepção dos alunos sobre diferentes estratégias, principalmente no que se refere
aos defensores.
Etapa 6 - Os jogos reduzidosNesta etapa, são realizados jogos reduzidos de beisebol. Pode-se partir de
composições 3 X 4, 3 X 5 ou 3 X 6. Esses jogos possibilitam aos alunos a
111
compreensão das demandas táticas e técnicas do jogo, porque produzem ou
reproduzem situações próximas à situação do jogo formal de beisebol.
ATIVIDADE 03
VAMOS JOGAR? O BEISEBOL CONSTRUÍDOEsta Atividade propõe a vivência de uma partida de beisebol completa e
organizada pelos próprios alunos.
Os alunos devem organizar uma partida de beisebol completa, com todas as
determinações de regras, responsabilizando-se integralmente pela sua organização:
escolha das equipes e posição/função dos jogadores, arbitragem e comando das
equipes.
Tempo previsto: 2 a 3 aulas.
Conteúdo e temas: dinâmica e organização de uma partida de beisebol.
Competências e habilidades: identificar e reconhecer os princípios técnico-táticos do beisebol,
aplicando-os em uma partida propriamente dita; organizar-se de modo autônomo para realizar uma
partida de beisebol, desempenhando todas as funções necessárias para tal.
Recursos: bolas de beisebol ou tênis, tacos de madeira ou de beisebol e giz (para o desenho das
bases).
Desenvolvimento da ATIVIDADE 03Proponha a realização de uma partida de beisebol “oficial”, com todas as suas
determinações em termos de regras. Além da participação no jogo propriamente
dito, solicite que os próprios alunos arbitrem o jogo e coordenem todas as ações
necessárias para que a partida ocorra, como a organização das equipes, a
determinação das funções de cada jogador no campo etc. Essa é uma ótima
estratégia para que se possa avaliar o entendimento dos alunos em relação à
dinâmica do beisebol. No entanto, e sempre que for necessário, pare a partida e
retome aspectos já trabalhados anteriormente, como regras de ação, regras do jogo
etc.
ATIVIDADE AVALIADORAObserve durante o desenvolvimento das Atividades, avaliando suas ações e
seus entendimentos a respeito das atividades propostas. Analise as decisões
112
tomadas pelo grupo ao longo das atividades, suas ações no que se refere à
dimensão técnico-tática do beisebol, ou seja, a forma como os alunos demonstram
ter apreendido os princípios operacionais. Observe e analise as decisões tomadas
pelo grupo durante a partida de beisebol, a fim de verificar o entendimento dos
alunos em relação às regras, às funções dos jogadores e às ações de
ataque/defesa. Ao longo do percurso de aprendizagem, você poderá sugerir a
redação de textos-síntese sobre aquilo que foi trabalhado e vivenciado na quadra ou
fazer questionamentos orais aos alunos, individualmente ou em grupo, como forma
de avaliar o que compreenderam.
Ao longo das aulas, você pode apresentar algumas questões, como:
• De que forma a equipe de beisebol deveria se comportar em situação
de defesa?
• De que forma a equipe de beisebol deveria se comportar em situação
de ataque?
• Qual(ais) poderia(m) ser a(s) estratégia(s) escolhida(s) para a equipe
que defende?
• Qual(ais) poderia(m) ser a(s) estratégia(s) escolhida(s) para a equipe
que ataca?
Procure, ao longo de cada Atividade, fazer com que os alunos realizem
discussões, problematizações e sínteses que os auxiliem a assimilar a dinâmica
tática do beisebol.(Atividades extraídas do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série,
volume 03).
PROPOSTA DE RECUPERAÇÃOAlgumas estratégias poder ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros
momentos, individualmente ou em pequenos grupos, envolver todos os alunos ou
apenas os que apresentaram dificuldades. Por exemplo:
• Pesquisa em sites ou outras formas para posterior apresentação;
• Resolução de outras situações-problema, não contempladas na
Atividade Avaliadora, referentes aos processos técnico-táticos do
beisebol.(Atividade baseada no Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série, volume
03).
113
UNIDADE IV
ATIVIDADE RÍTMICA: ORGANIZAÇÃO DE FESTIVAL DE DANÇA E DE EXPRESSÕES CORPORAIS
Neste bimestre, o tema Atividade Rítmica prevê a organização e a realização
de um festival de dança e expressões corporais. Propomos que sua realização
ocorra em conjunto com o tema Esporte, mobilizando os alunos da 8ª série,
juntamente com os das demais séries. Sugerimos que, ao realizar o festival, os
vários professores de Educação Física da escola otimizem os espaços e horários
disponíveis para as ações previstas, podendo desenvolver atividades com equipes
representativas de cada uma das classes ou misturando as turmas em equipes
diferentes. Por exemplo, os alunos da 5ª série participando com os alunos da 5ª
série, os da 6ª série com os da 6 série, e assim por diante. Ou dividindo-os por
faixas etárias, a fim de minimizar riscos de acidentes.
A intenção deste tema não se resume apenas à realização de um evento.
Mais do que isso: pretende-se valorizar todo o processo desencadeado ao longo de
todo o ano, coroando o trabalho realizado com os alunos da 8ª série, mas também o
de todas as séries do Ensino Fundamental. A organização de um festival constitui
excelente oportunidade de aprendizado já que, por meio dela, os alunos da 8ª série
poderão retomar e aplicar os conhecimentos obtidos sobre atividade rítmica,
ginástica e luta (temas específicos da Educação Física nas quatro últimas séries do
Ensino Fundamental), além de desenvolver outras competências importantes para
suas vidas, como planejamento de atividades, organização de eventos,
comunicação e divulgação, registro e avaliação do processo.
Além disso, espera-se que os alunos possam desenvolver sua capacidade
de liderança em relação aos alunos das séries anteriores, atuando como
colaboradores na realização de seus eventos, auxiliando-os na organização das
atividades e colocando-as em prática. Enfim, que esses alunos possam empregar os
conhecimentos adquiridos ao longo das séries do Ensino Fundamental em
Educação Física e nas outras disciplinas escolares.
A partir desse objetivo geral, explicitamos alguns princípios que devem
nortear o processo de realização do festival.
O festival de dança e expressões corporais não deve:
114
• Ser pensado como uma atividade programada pela escola para os
alunos, mas realizada junto com eles em todas as suas fases, desde
o seu planejamento até a sua avaliação;
• Estimular a obtenção de performances técnicas ou de resultados que
levem a acirramentos, confrontos ou constrangimentos entre os
alunos, mas sim a participação cooperativa de todos. A escola não
pode deixar-se contaminar pelo modelo do espetáculo e da
competitividade exacerbada que visa ao rendimento nas atividades
rítmicas e expressivas. Ao contrário, deve se posicionar no sentido de
fazer um festival da Educação Física e da Escola e não na Educação
Física e na Escola.
• Ser pensado como uma atividade específica da Educação Física e
somente por ela ser realizado. Ao contrário, deve constituir-se em
excelente oportunidade para a mobilização dos professores de outras
disciplinas, da equipe gestora da escola e da comunidade como um
todo. E um projeto coletivo, extremamente motivante e bem recebido
pelos alunos, além de possuir variadas e ricas possibilidades
educativas. Pode haver um tema para as apresentações de dança e
de expressões corporais que seja também trabalhado por outras
disciplinas como, por exemplo, o meio ambiente, a violência, entre
outros.
Deve:
• Estimular os alunos da 8ª série, como concluintes do Ensino
Fundamental, a exercer sua autonomia, corresponsabilizando-se pela
organização e realização do festival, tanto para a sua turma como
para as demais classes do Ensino Fundamental.
• Promover a discussão do regulamento do Festival por todos os
alunos, com a coordenação e orientação dos professores de
Educação Física da escola.
As Atividades apresentadas a seguir procuram contemplar as várias fases
do festival, buscando envolver a totalidade dos alunos em todas as fases do evento,
desde a fase de planejamento (Atividade 01) até sua avaliação final (Atividade 04),
passando, respectivamente, pelas fases de divulgação (Atividade 02) e realização
(Atividade 03).
115
(Texto extraído do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série, volume 04).
ATIVIDADE 01
PLANEJANDO O FESTIVALEsta Atividade pretende desenvolver com os alunos os elementos
necessários ao planejamento do festival, como definição do regulamento e das
equipes para as atividades de apoio e preparação de torcidas.
Tempo previsto: 1 a 2 aulas.
Conteúdos e temas: planejamento do festival de dança e expressões corporais.
Competências e habilidades: prever e identificar as várias fases de um evento rítmico e
expressivo; elaborar regulamentos específicos para cada categoria de apresentação no festival,
envolvendo os grupos participantes e suas torcidas; organizar atividades de apoio ao evento;
organizar atividades relativas à torcida para o evento.
Recursos: canetas, papel, cartolina.
Desenvolvimento da ATIVIDADE 01
Etapa 1 - Definindo o regulamentoA um de que o festival aconteça de acordo com os objetivos educacionais da
disciplina de Educação Física, é importante que a elaboração do regulamento
preveja os vários passos a serem desencadeados, estabelecendo as diretrizes
gerais. Faz-se necessário, professor, que esse regulamento seja realizado com os
alunos Para tanto, coordene uma ou mais discussões com eles, procurando mostrar
a intenção pedagógica do evento, a responsabilidade da turma da 8ª série na
organização e realização junto às outras séries do Ensino Fundamental e a
complexidade de sua execução.
Nesse regulamento, devem estar previstas as categorias de apresentação
que vão compor o festival. Podem acontecer, por exemplo, demonstrações das
modalidades desenvolvidas em aula, como ginástica artística, ginástica rítmica e
outras, dependendo das condições materiais e das instalações de cada escola.
No festival de dança e de expressões corporais, podem ser contempladas
atividades relacionadas às desenvolvidas nas aulas de Educação Física, como
apresentações da cultura rítmica nacional ou de outros países, de regiões ou de
116
grupos específicos, demonstrações de luta, apresentações de ginástica
contemporânea, dança, capoeira, hip-hop, streetdance etc.
O festival terá caráter essencialmente demonstrativo. Por isso, a ênfase
estará na criatividade, na diversidade de manifestações e na sua apreciação
estética. As modalidades podem ser organizadas de acordo com suas semelhanças,
para serem apresentadas em um mesmo dia. Por exemplo: as manifestações da
cultura gímnica (ginástica geral, ginástica aeróbica e outras) podem ser
apresentadas de modo semelhante a um evento de ginástica, enquanto as lutas e as
danças podem ocorrer em outros momentos.
A fim de possibilitar a participação dos alunos em diferentes atividades
rítmicas e expressivas, sugerimos a adaptação e a confecção própria de materiais,
possibilitando a prática em modalidades pouco comuns nas escolas. A construção
de materiais alternativos pode se constituir, também, em atividade realizada nas
aulas de Educação Física e em outras disciplinas, como a de Arte.
Sugerimos também a ocupação de locais e instalações do próprio bairro
onde está localizada a escola, como um salão para apresentações de capoeira ou
dança.
Propomos que o regulamento preveja a participação de todos os alunos em
pelo menos uma ou duas atividades de dança ou expressões corporais, mas
deixando claro que nenhum aluno poderá participar de todas as categorias de
apresentação. Como atividade curricular deste bimestre na Educação Física, a
intenção é que todos os alunos se envolvam nas atividades, e não apenas os mais
habilidosos.
As formas de apresentação devem estar previstas, podendo haver
pontuação para as atividades Nesse caso, pode-se gerar uma classificação final
entre os grupos e/ou torcidas Porém, é importante a valorização não só do grupo
vencedor, mas de todos os participantes. Os alunos devem perceber que uma
classe ou grupo, para obter muitos pontos na somatória final, precisará participar de
todas as categorias de apresentação.
Outro item que merece atenção diz respeito às normas sobre a composição
dos grupos Pode haver grupos masculinos, femininos e/ou mistos, a fim de que
tensões, preconceitos e disputas, presentes no cotidiano escolar sejam assumidos,
discutidos e resolvidos.
117
Também merece atenção a participação no festival de dança e expressões
corporais de alunos com deficiências ou com dificuldade de realização de algumas
ações propostas. Além de estimular e proporcionar a participação desses alunos, as
potencialidades e capacidades de realização de cada um devem ser discutidas pelas
equipes, e as expressões diferenciadas devem ser respeitadas.
Sugerimos a eleição, por parte dos alunos, de um representante de cada
uma das turmas para auxiliar a comunicação entre a coordenação geral e os
participantes. A escolha de um representante pela turma pode se constituir um bom
exercício de cidadania e um exemplo de maturidade dos alunos
Etapa 2 - Definindo as atividades de apoioProfessor, além da elaboração do regulamento do festival, é importante que
sejam também previstas as atividades de apoio, ou seja, a organização da
seqüência das apresentações, o registro das atividades, a definição de critérios para
apreciação estética etc. Cada uma dessas atividades constitui excelente
oportunidade para que os alunos desenvolvam diferentes habilidades organizativas
e a capacidade de pensar no evento em sua totalidade. Procure formar subgrupos
para cada uma das atividades de apoio. Por exemplo: um grupo pode as sumir a
elaboração da ordem de apresentações, enquanto outro fica com a incumbência dos
registros; e um terceiro se ocupa da disposição das atividades, como horários e
espaços.
Etapa 3 - Preparando as torcidasA realização de um festival de dança e de expressões corporais pode
mobilizar toda a escola também para assistir e torcer para suas classes ou grupos
preferidos. Esse processo também pode ser educativo, na medida em que gera
discussões sobre as formas atuais de torcida. Além disso, a preparação de torcidas
pode ser uma oportunidade para o envolvimento dos alunos em outras disciplinas
(como Arte, por exemplo), na medida em que trabalha com a preparação de
símbolos de cada classe ou grupos, slogans ou “hinos” de apresentação, ensaio de
coreografias das torcidas etc.
Professor, procure mobilizar a equipe gestora da escola e os professores de outras
disciplinas para essa atividade de preparação de torcidas.
118
O festival de dança e expressões corporais também pode ser uma excelente
chance para a participação da comunidade que vive no entorno da escola (familiares
e pessoas conhecidas dos alunos), assistindo às apresentações e se integrando às
torcidas. Pelo fato de alguns bairros oferecerem poucas oportunidades e poucos
locais para apresentações artísticas, rítmicas e expressivas, essas atividades na
escola poderão contribuir também para suprir essas deficiências.
ATIVIDADE 02
DIVULGANDO O FESTIVALA intenção desta Atividade é mobilizar os alunos para que realizem a
divulgação do festival de dança e expressões corporais na comunidade escolar.
Compreende a definição das equipes e as formas de divulgação dos eventos na
escola.
Tempo previsto: 1 a 2 aulas.
Conteúdos e temas: divulgação do festival de dança e expressões corporais.
Competências e habilidades: identificar a importância da socialização das informações relativas
ao festival de dança e expressões corporais; analisar as diferentes formas de comunicação e
divulgar a sua realização, tanto no interior da escola como nas vizinhanças.
Recursos: aparelho de som, microfones, canetas, papéis para cartazes e banners.
Desenvolvimento da ATIVIDADE 02
Etapa 1 - Definindo equipes de divulgaçãoInicialmente, é fundamental discutir com os alunos a importância da
divulgação do evento em suas várias etapas: na elaboração e na apresentação do
regulamento a todos os participantes e na informação sobre os horários de
apresentações, bem como a respeito de locais, datas etc. Posteriormente, forme
equipes responsáveis pelas várias etapas de divulgação. Um trabalho bem feito
nesse campo é fundamental para colher sugestões na fase de elaboração do
regulamento e, após sua definição, para informar sobre as regras de participação no
festival. Durante a realização do evento, a comunicação se faz imprescindível para
manter todos informados sobre a agenda e o andamento das atividades.
119
Etapa 2 - Definindo formas de divulgaçãoDefinidas as equipes de divulgação, é importante estabelecer com os alunos
as várias formas e os canais de divulgação do evento. Uma equipe poderá ficar
responsável pela criação e pela manutenção de um mural em local de fácil
visibilidade na escola. Outra poderá cuidar da divulgação do evento nas salas de
aula. Uma terceira poderá assumir a confecção de cartazes e banners. Uma quarta
equipe poderá divulgar o evento aos demais professores e à equipe gestora da
escola. Pode haver, inclusive, um grupo responsável pela criação de um blog
relativo ao evento. Essas atividades envolvem várias possibilidades
interdisciplinares, como concepção dos cartazes e banners (com a disciplina de
Arte), ou redação de textos para distribuição à comunidade (com a disciplina de
Língua Portuguesa).
Como afirmado anteriormente, a realização de um evento como esse pode
ser uma ótima oportunidade para o envolvimento da comunidade que vive nos
arredores da escola. Assim, a divulgação pode ser realizada nas proximidades da
escola, em pontos comerciais, igrejas, centros comunitários etc. Nesse sentido,
contribuições voluntárias e/ou parcerias na região podem prover outros materiais e
esses, por sua vez, podem ser aproveitados pelas equipes de apoio, como
equipamentos de som, iluminação, cenários, vestuário, entre outros itens.
ATIVIDADE 03
REALIZANDO O FESTIVALCumpridas as fases de planejamento e chegamos à Atividade que
divulgação, com a definição do regulamento tratará do desenvolvimento e da
realização, do evento e a socialização das informações, propriamente ditos, do
festival.
Tempo previsto: 5 a 6 aulas.
Conteúdos e temas: realização do festival de dança e expressões corporais.
Competências e habilidades: identificar formas de participação no festival de dança e expressões
corporais; vivenciar as várias etapas de um festival; participar de forma ativa, solidária e
120
cooperativa das situações do evento; torcer por seu grupo ou turma de forma ativa e respeitosa em
relação a todos os participantes.
Recursos: aparelho de som, materiais específicos para cada apresentação, filmadora, máquina
fotográfica.
Desenvolvimento da ATIVIDADE 03
Etapa 1 - Definindo o cronograma de atividadesApós as fases de planejamento coletivo e a formação de grupos para as
atividades de apoio, bem como a divulgação (por meio de diversos veículos), é hora
de desencadear a realização do festival. Procure reunir os vários grupos a fim de
estabelecer um cronograma de realização das atividades. A partir desse
cronograma, defina com os alunos um plano de atividades do evento (roteiro de
ações) e procure coordenar e supervisionar as várias etapas de sua realização.
Etapa 2 - Realizando o plano de atividadesE importante também a realização de reuniões regulares com os
representantes de cada equipe, a fim de resolver problemas urgentes do cotidiano
do evento e prever as atividades seguintes. Essas reuniões poderão tratar de
questões como:
• Organização do local das apresentações;
• Controle de entrada e saída dos grupos;
• Divulgação de resultados (se houver pontuação) parciais;
• Organização do vestiário e da seqüência de apresentação dos
grupos;
• Definição dos responsáveis pelos equipamentos de som e iluminação
(quando houver);
• Registro do evento (filmagem, fotos etc.).
121
ATIVIDADE 04
AVALIANDO O FESTIVALEsta Atividade pretende registrar, documentar e avaliar a realização do
festival de dança e expressões corporais.
Tempo previsto: 1 a 2 aulas.
Conteúdos e temas: avaliação do festival de dança e expressões corporais.
Recursos: canetas, papéis, fumadora (opcional), máquina fotográfica (opcional).
Competências e habilidades: identificar a necessidade de avaliação do festival de dança e
expressões corporais; registrar e documentar a realização do evento.
Desenvolvimento da ATIVIDADE 04
Etapa 1 - Avaliando as etapas do festivalÉ importante que a realização de um evento como esse seja documentada e
avaliada, para que se possa compreender os pontos positivos e negativos, corrigir
determinadas estratégias para futuras realizações e valorizar o trabalho coletivo dos
alunos. Dessa forma, reúna-se com os estudantes após o encerramento do festival e
recupere as várias fases do evento, desde o planejamento até a sua realização.
Etapa 2 - Mantendo o festival na memóriaO registro de atividades é igualmente importante para se preservar a
memória dos fatos e acontecimentos que marcam a história de uma instituição
escolar. Durante o evento, forme um grupo de registro e documentação que circule
pelas apresentações colhendo depoimentos de alunos participantes, professores, da
equipe gestora, dos torcedores etc. Se a escola oferecer condições, procure
registrar momentos do festival por meio de fotografias ou filmagens. Esses registros
serão apresentados posteriormente a toda a comunidade, por meio de um mural de
fotografias ou de uma sessão de vídeo.
122
ATIVIDADE AVALIADORAApós o encerramento do evento, solicite aos alunos que redijam um texto no
qual avaliem o festival e o próprio envolvimento nesse evento. Um roteiro de
questões pode auxiliar na organização da avaliação. Seguem algumas sugestões:
• Quais os pontos positivos detectados?
• Quais os pontos negativos?
• Quais eram as expectativas em relação ao evento e em que medida
elas foram atingidas? Como o festival pode ser melhorado?
• Como foi sua participação?
• De que modo você se comportou como torcedor?
• Como se relacionou com os colegas de seu grupo e com os colegas
de outros grupos?
Essa atividade de construção de um texto avaliativo pode ser realizada em
conjunto com a disciplina de Língua Portuguesa. Após a entrega do texto avaliativo,
discuta com os alunos as respostas apresentadas, procurando sintetizá-las. E
importante que sejam extraídas desses textos sugestões para futuras realizações de
eventos na escola.
PROPOSTA DE RECUPERAÇÃODurante o percurso pelas várias etapas das Atividades, alguns alunos
poderão não apreender os conteúdos nem desenvolver as habilidades da forma
esperada. E necessário, então, professor, que outras Situações de Aprendizagem
sejam propostas, permitindo ao aluno revisitar o processo de outra maneira. Tais
estratégias podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos,
individualmente ou em grupos, envolver todos os alunos ou apenas aqueles que
apresentaram dificuldades.
Especificamente quanto à realização do festival de dança e expressões
corporais, uma possibilidade é retomar com os alunos as várias fases desenvolvidas
(planejamento, divulgação, realização e avaliação), para que eles proponham a
criação de outro evento semelhante.
• O que fariam?
• Como planejariam sua realização?
• Como divulgariam?
123
• Como avaliariam o processo?
Essas são algumas questões a partir das quais você, professor, poderá
suscitar e mediar o debate entre os alunos, ou então solicitar a redação de um texto
no qual retomem as diversas etapas para a realização do evento.(Atividades extraídas do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série,
volume 04).
124
ESPORTE: ORGANIZAÇÃO DE CAMPEONATO ESPORTIVO
Neste bimestre, no tema Esporte prevê-se a organização e a realização de
um campeonato esportivo. Propomos que sua realização ocorra em conjunto com o
tema Atividade Rítmica, mobilizando todos os alunos da 8ª série e também os de
outras séries. Sugerimos que, ao realizar o campeonato, os vários professores de
Educação Física otimizem os espaços e horários disponíveis para as ações
previstas, podendo desenvolver atividades com equipes representativas de cada
classe ou mesclando os alunos das classes em equipes diferentes Em ambos os
casos, deve haver a divisão em categorias. Assim, por exemplo, os alunos da 5ª
série participam apenas com os alunos da mesma série, e assim por diante. Pode-se
também agrupar os alunos por faixas etárias, a fim de minimizar riscos de acidentes,
sobretudo nas competições esportivas.
A intenção deste tema não se resume apenas à realização de um evento;
mais do que isso, pretende-se valorizar o processo desencadeado ao longo de todo
o ano na dinâmica escolar da Educação Física, coroando o trabalho do período não
somente junto aos alunos da 8ª série, mas com a participação de todas as séries do
Ensino Fundamental. Além disso, a realização de um campeonato esportivo é uma
excelente oportunidade educativa para os alunos da 8ª série aprenderem,
retomarem e aplicarem não somente os conhecimentos sobre jogo e esporte, temas
específicos da Educação Física nas quatro séries do Ensino Fundamental, mas
também desenvolverem outras competências importantes para a própria vida, como
planejamento de atividades, organização de eventos, comunicação e divulgação,
registro e avaliação do processo, entre outras.
Espera-se dos alunos o desenvolvimento da capacidade de liderança e
atuação junto aos alunos das séries anteriores, colaborando na realização de seus
eventos, auxiliando-os na elaboração e organização das atividades, arbitrando
jogos, enfim, colocando em prática várias atividades aprendidas ao longo das séries
na Educação Física e em outras disciplinas escolares.
A partir desse objetivo geral, explicitamos alguns princípios que devem
nortear o processo de realização do campeonato.
O campeonato esportivo não deve:
125
• Ser pensado como uma atividade programada pela escola para os
alunos, mas realizada junto com eles em todas as suas fases, desde
o seu planejamento até a sua avaliação;
• Estimular a obtenção de performances técnicas ou resultados que
levem a acirramentos, confrontos ou constrangimentos entre os
alunos, mas sim a participação cooperativa de todos. A escola não
pode deixar-se contaminar pelo modelo do espetáculo e da
competitividade exacerbada que visa ao rendimento é à busca de
índices ou recordes esportivos. Ao contrário, deve se posicionar para
fazer um campeonato da Educação Física e da escola e não na
Educação Física e na escola;
• Ser pensado como uma atividade específica da Educação Física e
somente por ela realizado. Ao contrário, constitui excelente
oportunidade para a mobilização de professores de outras disciplinas,
da equipe gestora da escola e da comunidade como um todo, em
torno de um projeto coletivo extremamente motivante e bem recebido
pelos alunos, além de possuir variadas e ricas possibilidades
educativas.
Deve:
• Proporcionar aos alunos da 8ª série o exercício de sua autonomia,
fazendo com que se tornem co-responsáveis pela organização e
realização do campeonato, tanto para a sua turma como para as
demais classes do Ensino Fundamental.
• Promover a discussão do regulamento do campeonato com todos os
alunos e com a coordenação, sob a orientação dos professores de
Educação Física.
As Situações de Aprendizagem apresentadas a seguir procuram contemplar
as várias fases do campeonato, procurando envolver a totalidade dos alunos em
todas as fases do evento, desde o planejamento (Atividade 01) até a sua avaliação
final (Atividade 02), passando pelas fases de divulgação (Atividade 03) e de
realização (Atividade 04).(Texto extraído do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série, volume 04).
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ATIVIDADE 01
PLANEJANDO O CAMPEONATOEsta Atividade pretende desenvolver com os alunos elementos necessários
ao planejamento do campeonato esportivo. Compreende a definição do regulamento
e das equipes para as atividades de apoio e para a preparação de torcidas.
Tempo previsto: 1 a 2 aulas.
Conteúdos e temas: planejamento do campeonato esportivo.
Competências e habilidades: prever e identificar as várias fases de um evento esportivo; elaborar
regulamentos específicos para cada modalidade; organizar atividades de apoio ao evento;
organizar atividades relativas à torcida para o evento.
Recursos: canetas, papéis, cartolinas.
Desenvolvimento da ATIVIDADE 01
Etapa 1 - Definindo o regulamentoA fim de que o campeonato esportivo aconteça de acordo com os objetivos
educacionais da Educação Física, é importante a elaboração de um regulamento
que preveja os vários passos a serem desencadeados, estabelecendo diretrizes
gerais. Professor, é importante que esse regulamento seja realizado com os alunos.
Para isso, coordene uma ou mais discussões com eles, procurando mostrar a
intenção pedagógica desse evento e a responsabilidade dos alunos de 8ª série na
organização e realização junto a outras classes, bem como a complexidade da sua
execução.
Nesse regulamento devem estar previstas as modalidades esportivas a
serem disputadas e as categorias de disputa. No campeonato podem acontecer as
modalidades tradicionais desenvolvidas em aula, como futsal, basquetebol,
handebol, voleibol e atletismo, dependendo das condições materiais e das
instalações de cada escola. Podem também ser realizadas atividades competitivas
de futebol de mesa, tênis de mesa, xadrez e damas, entre outras.
A fim de possibilitar a participação dos alunos em diferentes atividades
esportivas, sugerimos a adaptação de materiais, possibilitando a prática em
modalidades esportivas não comuns nas escolas. Por exemplo: para competições
de atletismo, podem ser construídas barreiras ou obstáculos com caixas e bastões
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para as corridas, ou pesos com embalagens cheias de areia, ou dardos com cabos
de vassouras para os lançamentos e assim por diante. A construção de materiais
alternativos é algo que pode ser também desenvolvido em atividades realizadas nas
aulas de Educação Física e em outras disciplinas, como a de Arte.
Sugerimos também a ocupação de locais e instalações do próprio bairro
onde se localiza a escola, como um campo para a prática de futebol de campo ou
para corridas, saltos e arremessos, bem como uma quadra com instalações para
modalidades que não se conseguem praticar na escola.
Ressaltamos, por um lado, que o regulamento preveja a participação de
todos os alunos em pelo menos uma ou duas atividades esportivas e, por outro,
institua que nenhum aluno possa participar de todas as modalidades. A intenção é
que todos os alunos se envolvam nas atividades, e não apenas os alunos mais
habilidosos.
Propomos também que as regras das competições esportivas sejam
flexibilizadas, a fim de possibilitar a participação de todos os alunos, inclusive dos
que não são tão habilidosos. Por exemplo, a rede de voleibol para os jogos dos
alunos da 5ª e 6ª séries pode ser abaixada; o tempo permitido com a posse de bola
no handebol pode ser aumentado para além dos três segundos permitidos
oficialmente; o tempo de posse de bola no basquetebol pode ser um pouco maior, e
assim por diante.
As formas de disputa entre as equipes devem estar previstas, podendo
haver pontuação para as atividades, gerando uma classificação final das equipes.
Porém, é importante a valorização não só da equipe ou do grupo vencedor, mas de
todas as equipes participantes. E importante que os alunos percebam que uma
classe ou grupo, para obter um somatório alto de pontos, deve participar de todas as
modalidades.
Outro ponto que merece atenção é a questão das normas com relação à
composição das equipes. Podem haver equipes masculinas e femininas, mas seria
importante também que, no campeonato, houvessem momentos para a atuação
conjunta de meninos e meninas, a fim de que algumas tensões, preconceitos e
disputas, presentes no cotidiano escolar com relação a questões de gênero, possam
ser assumidos, discutidos e resolvidos.
Também merece atenção a questão da participação no campeonato
esportivo de alunos com deficiências ou com dificuldade para realização de algumas
128
ações propostas. Além de permitir a participação desses estudantes, suas
potencialidades e capacidades de realização devem ser discutidas pelas equipes, e
despertadas as expressões diferenciais.
Sugerimos a eleição, por parte dos alunos, de um representante de cada
turma para auxiliar a comunicação entre a coordenação geral dos eventos e os
alunos. A escolha de um representante feita pela turma pode ser entendida como
um exercício de cidadania e maturidade para os alunos.
Etapa 2 - Definindo as atividades de apoioProfessor, é importante, além da elaboração do regulamento do
campeonato, que sejam também previstas as atividades de apoio, ou seja, a
organização das tabelas de jogos e das formas de disputa (chaves, grupos ou
similares), o registro das atividades, a preparação das súmulas, as definições sobre
arbitragens etc. Cada uma dessas atividades revela-se como excelente
oportunidade para que os alunos desenvolvam diferentes habilidades organizativas
e a capacidade de pensar nos eventos em sua totalidade. Procure formar subgrupos
para cada uma das atividades de apoio. Por exemplo, um grupo responsável pela
arbitragem dos jogos; outro para a elaboração de tabelas de jogos; um terceiro para
os registros, tais como súmula e anotações dos jogos; outro para a disposição das
atividades, tanto em termos de horários como de espaços
Etapa 3 - Preparando as torcidasA realização do campeonato esportivo pode mobilizar toda a escola também
para assistir às partidas e torcer pelas suas classes ou equipes preferidas. Esse
processo também pode ser educativo, uma vez que gera uma discussão sobre os
modelos atuais de torcida nos grandes eventos esportivos, fazendo, inclusive, um
contraponto às manifestações de violência que temos presenciado. O ato de torcer
por uma equipe ou por um grupo pode ser visto como uma atitude ativa por parte
dos alunos, porém com respeito ao adversário e com capacidade interpretativa de
perceber por que uma equipe perdeu ou ganhou um jogo.
A preparação de torcidas pode assim ser tomada como uma oportunidade
para o envolvimento dos alunos em outras disciplinas, como Arte, por exemplo, que
pode trabalhar na preparação de símbolos de cada classe ou equipe, slogans ou
hinos de apresentação, ensaio de coreografias das torcidas etc.
129
Professor, procure mobilizar a equipe gestora da escola e os professores de outras
disciplinas para essa atividade de preparação de torcidas.
O campeonato esportivo também pode ser uma excelente oportunidade para
a participação da comunidade que vive nos arredores da escola, de familiares e de
conhecidos dos alunos, para assistirem às competições esportivas, inclusive
compondo a torcida das equipes envolvidas. Devido ao fato de que em alguns
bairros há poucas oportunidades e locais para apresentações esportivas, essas
atividades realizadas na escola também podem ajudar a suprir essas deficiências.
ATIVIDADE 02
DIVULGANDO O CAMPEONATOA intenção desta Atividade é mobilizar os alunos para divulgar a realização
do campeonato esportivo junto à comunidade escolar. Compreende a definição das
equipes e formas de divulgação do evento na escola.
Tempo previsto: 1 a 2 aulas.
Conteúdos e temas: divulgação do campeonato esportivo.
Competências e habilidades: identificar a importância da socialização das informações relativas
ao campeonato esportivo; analisar as diferentes formas de divulgação do campeonato; divulgar a
realização do campeonato, tanto no interior da escola como no seu entorno.
Recursos: canetas, papéis para cartazes e banners.
Desenvolvimento da ATIVIDADE 02
Etapa 1 - Definindo equipes de divulgaçãoProfessor, inicialmente, é fundamental discutir com os alunos a importância
da divulgação do evento em suas várias etapas: na elaboração e na apresentação
do regulamento a todos os alunos participantes; na informação sobre os horários de
jogos, a classificação das equipes, a competição de artilheiros etc. Posteriormente,
forme equipes responsáveis pelas várias etapas de divulgação. Uma divulgação
bem feita é fundamental para colher sugestões na fase de elaboração do
130
regulamento. Durante a realização do evento, ela se faz imprescindível para manter
todos os alunos informados sobre a agenda e o andamento das atividades.
Etapa 2 - Definindo formas de divulgaçãoProfessor, definidas as equipes de divulgação, é importante estabelecer com
os alunos as várias formas de comunicação do evento e os canais de divulgação a
serem utilizados. Uma equipe poderá ficar responsável pela criação e manutenção
de um mural, em local de fácil visibilidade na escola. Outra poderá cuidar da
divulgação do evento nas salas de aula. Uma terceira poderá assumir a confecção
de cartazes e banners. Uma quarta equipe poderá divulgar o evento aos demais
professores e à equipe gestora da escola. Pode haver, inclusive, um grupo
responsável pela criação de um blog relativo ao evento. Essas atividades envolvem
várias possibilidades interdisciplinares na divulgação do campeonato, como a
concepção dos cartazes e banners (com a disciplina de Arte), e a redação de textos
que possam ser distribuídos para a comunidade (com a disciplina de Língua
Portuguesa).
Como afirmado anteriormente, a realização de um evento como esse pode
ser uma ótima oportunidade para o envolvimento da comunidade que vive nos
arredores da escola. Assim, a divulgação pode ser realizada nas suas proximidades,
em pontos comerciais, igrejas, centros comunitários etc.
ATIVIDADE 03
REALIZANDO O CAMPEONATOApós as fases de planejamento e divulgação, em que houve a definição do
regulamento do evento e a socialização das informações, esta Atividade desenvolve
a realização propriamente dita do campeonato esportivo.
Tempo previsto: 5 a 6 aulas.
Conteúdos e temas: realização do campeonato esportivo.
Competências e habilidades: identificar formas de participação no campeonato esportivo;
vivenciar as várias etapas de um campeonato; participar de forma ativa, solidária e cooperativa do
campeonato; torcer por sua equipe de forma ativa e respeitosa em relação aos seus colegas e
adversários.
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Recursos: bolas e materiais específicos de cada modalidade esportiva, súmulas, apitos,
cronômetros, filmadora (opcional), máquina fotográfica (opcional).
Desenvolvimento da ATIVIDADE 03
Etapa 1 - Definindo o cronograma de atividadesProfessor, após as fases de planejamento coletivo, de formação de grupos
para as atividades de apoio e da divulgação do evento por meio de vários canais, é
hora de desencadear a realização do campeonato. Procure reunir os vários grupos a
fim de estabelecer um cronograma de realização das atividades. A partir desse
cronograma, estabeleça com os alunos um plano de atividades do evento (roteiro de
ações) e procure coordenar e supervisionar as várias etapas de sua realização.
Etapa 2 - Realizando o plano de atividades É importante também a realização de reuniões regulares com os
representantes de equipe, a fim de resolver problemas urgentes do cotidiano do
evento e prever as atividades seguintes. Essas reuniões poderão tratar de questões
como:
• Organização dos locais dos jogos;
• Controle de entrada e saída das equipes;
• Divulgação de resultados parciais, definição dos responsáveis pelos
materiais necessários para cada jogo;
• Registro do evento (filmagem, fotos etc.).
ATIVIDADE 04 AVALIANDO O CAMPEONATO
Esta Atividade pretende registrar, documentar e avaliar a realização do
campeonato esportivo.
Tempo previsto: 1 a 2 aulas.
Conteúdos e temas: avaliação do campeonato esportivo.
Competências e habilidades: identificar a necessidade de avaliação do campeonato esportivo;
registrar e documentar a realização do campeonato.
Recursos: canetas, papéis, fumadora (opcional), máquina fotográfica (opcional).
Desenvolvimento da ATIVIDADE 04
132
Etapa 1 - Avaliando as etapas do campeonatoÉ importante que a realização de um evento como esse seja documentada e
avaliada, a fim de que se possam compreender os pontos positivos e negativos,
corrigir determinadas estratégias para futuras realizações e valorizar o trabalho
coletivo dos alunos. Dessa forma, reúna os alunos após o encerramento do
campeonato e recupere com eles as várias fases do evento, desde o planejamento
até sua realização.
Etapa 2 - Mantendo o campeonato na memóriaO registro de atividades como essas têm a finalidade de preservar a
memória dos fatos e acontecimentos que marcam a história de uma instituição
escolar. Durante o evento, forme um grupo de registro e documentação que circule
pelos jogos colhendo depoimentos de alunos participantes, de professores, da
equipe gestora, de torcedores etc. Se a escola oferecer condições, procure registrar
momentos do campeonato por meio de fotografias ou filmagens. Esses registros
serão apresentados posteriormente a toda a comunidade, por meio de mural de
fotografias ou de sessão de vídeo.
ATIVIDADE AVALIADORAApós o encerramento do evento, solicite aos alunos que redijam um texto no
qual avaliem o campeonato esportivo como um todo e o seu envolvimento nesses
eventos. Um roteiro de questões pode auxiliar na organização da avaliação, tais
como:
• Quais os pontos positivos detectados?
• Quais os pontos negativos?
• Como podem ser melhorados?
• Quais eram as expectativas em relação aos eventos e em que medida
elas foram atingidas?
• Quais eram as expectativas por parte dos organizadores/divulgadores,
dos praticantes! Jogadores e dos espectadores/torcedores?
• Como foi sua participação?
• Como você se comportou na posição de torcedor?
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• Como se relacionou com os colegas de sua equipe e com os alunos das
equipes adversárias?
Essa atividade de construção de um texto avaliativo pode ser realizada em
conjunto com a disciplina de Língua Portuguesa. Após a entrega do texto avaliativo,
discuta com os alunos as respostas apresentadas, procurando sintetizá-las. É
importante que sejam extraídas desses textos sugestões para futuras realizações de
eventos na escola.
PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃODurante o percurso pelas várias etapas das Atividades, alguns alunos
poderão não apreender os conteúdos nem desenvolver as habilidades da forma
esperada. E necessário, então, professor, que outras Situações de Aprendizagem
sejam propostas, permitindo ao aluno revisitar o processo de outra maneira. Tais
estratégias podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos,
individualmente ou em grupos, envolver todos os alunos ou apenas aqueles que
apresentaram dificuldades.
Especificamente quanto à realização do campeonato esportivo, uma
possibilidade é retomar com os alunos as várias fases desenvolvidas (planejamento,
divulgação, realização e avaliação), para, então, propor-lhes a criação de outro
evento semelhante.
• O que fariam?
• Como planejariam sua realização?
• Como divulgariam?
• Como avaliariam o processo?
Estas são algumas questões a partir das quais, você, professor, poderá
suscitar e mediar o debate entre os alunos, ou então solicitar a redação de um texto
no qual os alunos retomem as diversas etapas para a realização de um campeonato.(Atividades extraídas do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série,
volume 04).
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