curso o que faz o psicanalista? 2012 – aula 3 e 4: o tempo e o dinheiro: seus manejos na...

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O que faz o psicanalista ?

Tema:

o tempo e o dinheiro: seus manejos na experiência analítica Coordenação Alexandre Simões

ALEXANDRE SIMÕES

® Todos os direitos de

autor reservados.

Quanto ao manejo da transferência, vale lembrar o que demarca mais amplamente o itinerário de uma

análise:

“... O que desejamos ouvir de nosso paciente não é apenas o que ele sabe e

esconde de outras pessoas; ele deve dizer-nos também o que não sabe.”

(FREUD. Esboço de psicanálise, p. 201)ALEXANDRE

SIMÕES ® Todos os direitos de autor reservados.

Fundamentalmente, compete ao analista apresentar-se de forma mais intensa bem como, quando

necessário, ausentar-se:

• O intervalo entre as sessões;• O tempo de duração da sessão;• A função do corte interpretativo;

ALEXANDRE SIMÕES

® Todos os direitos de autor reservados.

Quais são os movimentos ou estratégias que promovem o manejo da transferência?

Alguns aspectos do tempo

na análise

"Uma pergunta importuna que o paciente faz ao médico, no início, é: 'Quanto tempo durará o tratamento. De quanto tempo o senhor precisará para aliviar-me de meu problema?' Se se propôs um tratamento experimental de algumas semanas, pode-se evitar fornecer resposta direta a esta pergunta, prometendo-se fazer um pronunciamento mais fidedigno ao final do período de prova. Nossa resposta assemelha-se à resposta dada pelo Filósofo ao Caminhante, na fábula de Esopo. Quando o caminhante perguntou ao Filósofo quanto tempo teria de jornada, o Filósofo simplesmente respondeu 'Caminha!' e justificou sua resposta aparentemente inútil, com o pretexto de que precisava saber a amplitude do passo do Caminhante antes de lhe poder dizer quanto tempo a viagem duraria. Este expediente auxilia-nos a superar as primeiras dificuldades, mas a comparação não é boa, pois o neurótico pode facilmente alterar o passo e, às vezes, fazer apenas progresso muito lento. Na verdade, a pergunta relativa à duração de um tratamento é quase irrespondível."

(Freud, 1913. Sobre o início do tratamento)

Cada sessão de análise comporta uma dobra interna da análise inteira.

Isto nos conduz a verificar que todo final de sessão remete, de

forma homóloga, a um final da análise.

O corte da sessão pode ir de encontro ao saber, na contramão do pensamento, interrompe a

fala.

O que equivale a afirmar que

Diferentemente de dar sentido ao dizer do analisando, fazendo interpretações tradutoras ou explicativas, o analista provoca a instigação, abrindo a cadeia significante do sujeito, para fazê-lo

deslizar.

Volta-se, assim, mais de uma vez a um ponto ...

não de forma circular, porém, espiralar.

Cada sessão de análise comporta uma dobra interna da análise inteira.

Instante de olhar

Tempo para compreender (que, para Lacan, comporta uma

certeza que é precipitada pela pressa)

Momento de concluir

Fatias de análise

tranche d'analyse

Manobras

tempo da sessão

entre as sessões

no tempo

intervalo

Prosseguiremos no próximo encontro ainda com o tema

o tempo e o dinheiro: seus manejos na experiência analítica

Até lá!

Acesso a este conteúdo:www.alexandresimoes.com.br

ALEXANDRE SIMÕES

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