cuidando da acessibilidade em prédios escolares

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2

GOVERNO DE MINAS GERAISSECRETARIA DE EDUCAÇÃO

GOVERNADORAécio Neves da CunhaVICE-GOVERNADOR

Clésio AndradeSECRETÁRIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO

Vanessa Guimarães PintoSECRETÁRIO-ADJUNTO DE EDUCAÇÃO

João Antônio Filocre SaraivaCHEFE DE GABINETEFelipe Estabile Moraes

SUBSECRETÁRIA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃOMaria Eliana Novais

SUBSECRETÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO DO SISTEMA DA EDUCAÇÃOGilberto José Rezende dos Santos

3

CUIDANDO DA ACESSIBILIDADE

EM PRÉDIOS ESCOLARES

BELO HORIZONTE/MG

2004

3

44

5

ADAPTANDO O LUGAR EM QUE VIVEMOSComo todo cidadão, o aluno portador de deficiência tem direito à educa-

ção pública, de preferência e quando possível, em escola de ensino regular.

Esta publicação visa a orientar e motivar a comunidade escolar, particu-larmente a direção da escola, em promover adaptações no edifício e nos espaçosescolares, de modo que passem a ter a acessibilidade ampliada, favorecendo osalunos com dificuldades de locomoção.

A maioria de nossos edifícios foi construída quando a preocupação comacessibilidade era pequena ou inexistente. Hoje, os projetos para novas constru-ções já passaram a incorporar o conceito de acessibilidade.

A adaptação dos prédios a esse objetivo nem sempre é possível pelas difi-culdades técnicas ou pelo alto investimento de recursos financeiros necessários. Ocuidado, todavia, com esta questão, pode e deve levar a providências simples quese não resolvem radicalmente podem amenizar ou diminuir as barreiras existen-tes. O importante é ter muito presente a questão da acessibilidade no momen-to de executar reformas e ampliações nos prédios escolares.

Aqui estão enfatizadas as questões centrais a serem discutidas com arqui-tetos e engenheiros, quando da preparação das obras para intervenção maior oumenor no prédio da escola, facilitando-lhes a tarefa, para que sejam atendidas ascondições exigidas em normas técnicas oficiais, nas quais estão definidos osparâmetros básicos para tratamento dessa questão.

Maiores detalhamentos e subsídios técnicos são encontrados na NBR9050 da ABNT ou em outro referencial profissional de mesma natureza.

6

Área de movimento para cadeira de rodas

Com o que deve se preocupar o administrador escolar, ao buscar a melhoriada acessibilidade física:

O símbolo internacional de acessoO Símbolo Internacional de Acesso ou SIA é usado para indicar a

acessibilidade em espaços públicos, edificações e serviços, bem como nas vagasespeciais de estacionamento e sanitários acessíveis.

O SIA é regulamentado internacionalmente. Suas cores são: figura brancasobre fundo azul ou em preto e branco.

IMPORTANTE: Nenhuma adição ou modificação pode ser feita aodesenho do símbolo e a figura deverá sempre estar voltada para o lado direito,seguindo as proporções representadas nas figuras a seguir.

Por se constituir o principal equipamento de ajuda, a cadeira de rodasdeve ser o padrão para as larguras mínimas dos vãos, portas e circulações. Ref.1,2,3 e 4

A remoção de carteiras e a re-organização da sala de aula deve ser efetua-da de modo a possibilitar a locomoção de alunos com muletas.

7

Os pisos muito polidos ou encerados representam risco. Tapetes e pisosanti-derrapantes dão e transmitem mais segurança. Granito ou outro material ás-pero, usados na confecção de piso são excelentes soluções.

As escadas devem ter seus degraus sempre da mesma altura e largurapara maior segurança e conforto – Ref. 5

Elas ficam ainda mais seguras se tiverem corrimão em toda a sua exten-são nos dois lados, inclusive nos patamares. Ref. 6

As rampas e os degraus inclinados são cruciais para a acessibilidadefísica, mas, atenção, o cálculo de inclinação dele é uma atividade técnica queexige cuidado e realização sob supervisão de profissional credenciado. Ref. 7 e 8

O uso de corrimãos ou barras, além de outros cuidados nos banheiros,na proximidade de bebedouros, de quadro-negro ou outros são quesitos de muitaimportância para melhorar o conforto e o acesso. Ref. 9 e 10

Não se pode esquecer da área de entrada e da necessidade de ações noespaço externo ao prédio. Ref. 11

Pisos

Escada e corrimãos

Rampas

Alguns locais específicos

Para chegar ao prédio

8

Áreas mínimas para manobra em cadeiras de rodasPara mudar de direção, o usuário de cadeira de rodas necessita de áreas

de rotação ao longo de todo o percurso da rota acessível.

Para girar 90º

1,20m

1,20

m

Para girar 180º

1,20m

1,50

m

Para o giro completo de 360º

1,50m

REFERÊNCIAS PARA UTILIZAR EM SEU

TRABALHO COM OS PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS

Ref.1

9

Áreas de aproximaçãoUma pessoa em cadeira de rodas ou utilizando um

andador para se aproximar e alcançar maçanetas, necessita de umespaço de, no mínimo, 60cm junto à lateral da porta.

As molas decontrole das portasprecisam ser ajustadas deforma a torná-las mais leves.

Se existirem portasdo tipo vai-e-vem ou deduas folhas, seja na portariaou nas circulações de usocomum, os padrões a seremseguidos são os seguintes:

mínimode 60cm

A altura do alcance dasmãos de uma pessoasentada na cadeira de

rodas varia conforme apossibilidade de cada

uma, mas o padrãoreferencial, ou seja, a

altura confortável em quedevem ser colocadosobjetos, utensílios e

equipamentos está entre80cm e 1,20m.

1,20

m

65 - 70 cm

1,10 cm CADEIRADE RODAS

Ref.2

Ref.3

10

80cm PORTA DUPLA

PORTA VAI E VEM

min20cm

min

40c

m

40-9

0c

m1,00

m

1,50

m

Escadas e CorrimãosAs dimensões que garantem o conforto nas escadas são: largura

mínima de 1,20m inclusive nos patamares; altura do espelho do degrau( E ) entre 16cm e 18cm; largura do piso do degrau ( P ) entre 28cm e 32cm; mudança de direção, no mínimo, a cada 3m de altura.

Os diâmetros de quadros para os corrimãos estão entre 3,5cme 4,5cm, devendo prolongar-se além do início e do término das rampase escadas por mais 30cm.

tipos demaçanetasfacilitadoras

Ref.4

Ref.5

Ref.6

11

RampasNa construção de uma rampa, quanto

maior for a altura do desnível a ser vencido,maior terá que ser o seu comprimento.

É um engano comum pensar que o usoda área da escada para fazer um plano inclinadosobre ela seria a solução para o acesso. O espaçoutilizado por uma escada nunca será suficiente para ter uma rampa em seu lugar.Ficaria muito íngreme, deslizante e não permitiria sua utilização de forma segura.

Rampas seguras e confortáveis para todos devem possuir as dimensões eos elementos indicados nas figuras a seguir:

VISTA LATERAL DA RAMPA

hh

patamar

piso tátil

sobe

30cm

1,20

m1,

20m

sobe

min.1,20mc (comprimento)

VISTA DE CIMA DA RAMPA

patamar

piso tátil

Ref.7

12

Tabela para o dimensionamento de rampas da

Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT

Cálculo do comprimento mínimo necessário para a rampa

Inclinação admissível Desníveis máximos Número máximo Comprimento máximode cada segmento de cada segmento de segmentos de cada segmentode rampa (l) de rampa (d) de rampa de rampa (c)

5,00% 1,50m - 30,00m

6,25% 1,00m 14 16,00m

1,20m 12 19,20m

8,33% 0,90m 10 10,80m

10,00% 0,274m 08 2,74m

0,50m 06 5,00m

0,75m 04 7,50m

12,50% 0,183m 01 1,46m

c = d x 100 i

onde: c = comprimento de rampa (em metros)d = altura a vencer (em metros) i = inclinação da rampa (percentual %)

Exemplos: Cálculo do comprimento da rampa para vencer um desní-vel de 0,17m (dezessete centímetros):

Cálculo do comprimento da rampa para vencer um desnível de 0,50m(cinquenta centímetros):

c = 17 ;12,5

c = 0,17x100 ; 12,5

1,36mc = d x 100 ; i

c = 50 ; 10

c = 0,50x100 ; 10

5,00mc = d x 100 ; i

Inclinação máxima comprimento mínimo admissível para a rampa

c =

c =

Ref.8

13

Os Banheiros de uso comum

As portas dosbanheiros, assim como

todas as outras, necessitamde um vão livre mínimo de

80cm de largura, commaçanetas do tipo alavanca e

com abertura para fora.A instalação de uma

barra horizontal na faceinterna das portas dos

banheiros facilita o seufechamento pelas pessoas

em cadeiras de rodas.VISTA INTERNA DA PORTA DO BANHEIRO

barra

proteçãoda portam

in40

cm

90c

m

ducha

cabide espelho

saboneteira

toalheiro

papeleira

barra de apoio

registro

válvula dedescarga

sifão comproteçãobanco

15cm

40c

m

1,00

m 1,00

m

1,20

m

DIMENSÕES PARA O BANHEIRO

Ref.9.1

14

Devem serinstaladas barras

horizontais para apoio etransferência, fixadas

em um dos lados e atrásdo vaso sanitário. O

outro lado fica livre parapermitir a aproximação

e a transferência.

Para utilizar ovaso sanitário, apessoa emcadeira de rodasprecisa dareserva de umaárea detransferência,que deve serlateral e frontalao vaso, com 80cm da largurapor 1,10m decomprimento.

Parapermitir atransferência

lateral para o vaso sanitário e ter o lavatório instalado no mesmo ambiente,que é o ideal, é necessário que o banheiro possua as dimensões mínimas de1,50 m x 1,70m , devendo o vaso ser instalado na parede menor. Issopossibilita o giro completo da cadeira sem bater nas peças.

Área detransferência

lateral

área de giroD=1,50m

90c

mm

in2,

00m

barras

90cm

min 1,70m

90c

m

45c

m

min4cm

seção de barra

o 3,5-4,5cm

Ref.9.2

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Os piassuspensas, semcolunas ou gabinetes,devem ser fixadas auma altura de 80 cmdo piso, com alturalivre (embaixo) de 70cm, para permitir aaproximação dacadeira de rodas.

O sifão e atubulação ficarãosituados a 25cm daface externa frontal dapia, preferencialmentecom dispositivo deproteção.

45c

m

barrade apoio

70c

m

espelho

proteçãodo sifão

10º

80c

m

25cm

50cm

90c

m

Ref.10.1

Ref.10.2

PIA COMBARRA DESUSTENTAÇÃO

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O passeio

ÁREA EXTERNA

Assim como as circulações internas, o passeio em frente ao prédio temque estar livre de obstáculos e com o piso nivelado.

O jardimOs caminhos quando são demarcados, planos, nivelados e com juntas

bem estreitas, permitem sua utilização com conforto e sem riscos, aocontrário dos pisos irregulares, de pedriscos ou paralelepípedos quedificultam o deslocamento da cadeira de rodas.

As grelhas deverão estar instaladas no sentido transversal ao maior fluxo,nivelados com o piso e com vãos de, no máximo, 1,5cm.

DesníveisAdmite-se um desnívelou soleira, na forma de

degrau, com uma alturamáxima de até 1,5cm,

pois de modo geral,uma pessoa em cadeira

de rodas consegueultrapassá-lo. Desníveis

maiores são melhorresolvidos por rampa.

CAPACHO EMBUTIDO

0,5cm(ressalto)

0,5cm(soleira)

Ref.11

17

Para adequar o ambiente interno da sala de aula, algumas modificações eadaptações são possíveis:

- prender com fita adesiva o papel em que o aluno com dificuldade decoordenação motora trabalhará;

- colocar caneletas de P.V.C cortadas ao meio, em volta da carteira paraevitar que os lápis caiam;

- providenciar, nos casos pertinentes, descanso para os pés;- aumentar o calibre do lápis, enrolando-o com fita crepe, cadarço ou

espuma para facilitar o seu manuseio;- providenciar, sempre que possível, equipamentos e outros apoios técni-

cos relacionados à necessidade apresentada pelo aluno.

Sala de aula

17

18

Mesmo que nem tudo possa ser feito,e nem sempre num só momento, é

certo que muito pode ser melhorado,contando mais ainda com a ajudada criatividade de vários, para quese busque atingir gradativamente a

acessibilidade física de nossosalunos, ao espaço onde em comumpartilhamos do processo de educar.

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SUBSECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO DO SISTEMA DA EDUCAÇÃOGilberto José Rezende dos Santos

COORDENAÇÃOSUPERINTENDÊNCIA DE APOIO À ESCOLA E AO ESTUDANTE

Marco Aurélio PenzinDIRETORIA DE APOIO AO ESTUDANTE

Lucia Vieira SarapuDIRETORIA DE SUPRIMENTO ESCOLAR

Silas Fagundes de CarvalhoDIRETORIA DE REDE FÍSICA

Mauro Rubens da Silva SoaresASPECTOS TÉCNICOS

Arquiteta e Urbanista - Milene Braga Foresti

EDIÇÃOASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Liliane NogueiraProjeto gráfico: capa, editoração e ilustração

Marcos Aurélio MaiaMarta Botelho

Editado pela Secretaria de Estado de Educação/MGMarço de 2004

Secretaria de Estado de Educação do Estado de Minas Gerais - SEE / MGAvenida Amazonas, 5855, Gameleira - Fone (31) 3379-8200

CEP: 30510-000 - Belo Horizonte - MG

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