crônicas de a a g
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EMEF Professora Luciana Pedroni
Crônicas de A a G
Alunos dos 4° Anos
2014
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Agradecimentos
Nossos agradecimentos são dedicados aos profissionais Marcos, Rita, Tatiani, Damaris, Vanecia Keila, Maria Carolina e Falangem, professores dos 4° Anos da EMEF Professora Luciana Pedroni .
Somos gratos a toda equipe pela difícil tarefa de selecionar alguns dos títulos dentre tantas produções dos alunos para composição do conteúdo dos capítulos.
Agradecemos a todos que contribuíram direta ou indiretamente para que esta obra se tornasse realidade.
Equipe Gestora
2014
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APRESENTAÇÃO
Quem não gosta de ler um bom texto, com uma linguagem simples, informações
breves, sem tantos detalhes, pitadas de sutileza e que mais parece uma conversa informal do que a obra de um autor consagrado?
Pois bem! Se você aprecia textos desse gênero, você é adepto das famosas crônicas que existem há séculos e surgiram, inicialmente, apenas como uma forma de relatos de acontecimentos em ordem cronológica, daí o nome “crônica” que deriva do latim chronica e do grego khrónos (tempo).
Ela apareceu pela primeira vez em 1.799, no Journal de Débats, publicado em Paris e a partir dessa época eram publicadas apenas em jornais ou revistas.
Com o tempo diversos escritores tornaram-se famosos por suas crônicas publicadas, nos chamados folhetins e, posteriormente, em livros conhecidos nacional e internacionalmente.
E neste livro temos o prazer de apresentar o trabalho desenvolvido pelos alunos dos 4º anos A, B,C, D, E, F e G, justificando assim o título “Crônicas de A a G”.
Muitas vezes, após a leitura de uma história, imaginamos um final diferente, por mais que tenhamos nos emocionado ou até mesmo dado gargalhadas com o desfecho escrito pelo autor, sempre nos vem aquela sensação de que podia ter sido diferente... Depois nos conformamos e partimos para novas emoções em outras histórias... Mas os alunos dos 4° Anos da EMEF Professora Luciana Pedroni resolveram fazer diferente... Antes de partirem para novas leituras, resolveram que poderiam ir além da imaginação, poderiam e fizeram.
Aqui estão reunidas crônicas de autores consagrados como Luís Fernando Veríssimo e Stanislaw Ponte Preta, porém com a criatividade de nossos alunos que criaram inícios, meios e finais diferentes dos textos originais, além de crônicas, na íntegra, da autoria dessas crianças.
Crônicas de A a G reúne não só os textos produzidos pelos alunos, sob a orientação de suas professoras, mas também as provas de que é possível transformar hábitos a partir da leitura e enriquecer o conhecimento e gosto pelo estudo da Língua, através dos processos a serem percorridos para se obter uma escrita de qualidade e desta forma, termos jovens escritores que irão trilhar os caminhos que partem do coração rumo à sensibilidade de seus leitores.
Apreciem a obra.
Equipe docente
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SUMÁRIO
Pneu Furado 08 Luiz Fernando Veríssimo Pneu Furado 09 Nova versão de final pelo aluno Eduardo Henrique – 4°D Pneu Furado 11 Nova versão do final produzida coletivamente pelos alunos do 4° E O homem trocado 12 Nova versão produzida pelos alunos Matheus Marques e Felipe Santos – 4° D O homem trocado 15 Nova versão do final produzido coletivamente pelos alunos do 4° B O homem trocado 17 Luiz Fernando Veríssimo O menino que chupou a bala errada 19 Reescrita pelas alunas Monica Vieira e Renata Silva – 4° D O menino que chupou a bala errada 20 Stanislaw Ponte Preta Coisas de escola 22 Produzido coletivamente pelos alunos do 4°D O primeiro dia de aula 24 Produzido coletivamente pelos alunos do 4° E Família feliz 25 Produzido coletivamente pelos alunos do 4° F O menino que queria um animal 26 Produzido pelo aluno Gabriel Toledo – 4° F A mulher que faz tudo errado 28 Produzido pela aluna Rafaela – 4° F Lixo 30 Produzido coletivamente pelos alunos do 4° G A mulher vestida 32 Fernando Sabino
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A mulher vestida 35 Nova versão do final produzido coletivamente pelos alunos do 4° C A mulher vestida 40 Nova versão produzida coletivamente pelos alunos do 4°B A Surpresa 42 Produzido pelos alunos Beatriz e Gabriel- 4° C O sonho da tragédia do caminhão 45 Produzida coletivamente pelos alunos do 4° C O homem nu 48 Fernando Sabino O homem nu 53 Nova versão do final produzido coletivamente pelos alunos do 4° B A bola 57 Luiz Fernando Verissimo A bola 59 Nova versão produzida coletivamente pelos alunos do 4° A Feriado 61 Produzido coletivamente pelos alunos do 4° G Nem tudo que se joga fora é lixo 62 Fernando Bonassi Nem tudo que se joga fora é lixo 63 Nova versão do final produzido coletivamente pelos alunos do 4° A Nosso Brasil 64 Produzido coletivamente pelos alunos do 4° A
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PNEU FURADO
Luís Fernando Veríssimo
O carro estava encostado no meio-fio, com um pneu furado. De pé ao lado do carro, olhando desconsoladamente para o pneu, uma moça muito bonitinha. Tão bonitinha que atrás parou outro carro e dele desceu um homem dizendo “Pode deixar”. Ele trocaria o pneu.
- Você tem macaco? – perguntou o homem.
- Não – respondeu a moça.
- Tudo bem, eu tenho – disse o homem – Você tem estepe?
- Não – disse a moça.
- Vamos usar o meu – disse o homem.
E pôs-se a trabalhar, trocando o pneu, sob o olhar da moça.
Terminou no momento em que chegava o ônibus que a moça estava esperando. Ele ficou ali, suando, de boca aberta, vendo o ônibus se afastar. Dali a pouco chegou o dono do carro.
- Puxa, você trocou o pneu pra mim. Muito obrigado.
- É. Eu... Eu não posso ver pneu furado. Tenho que trocar.
- Coisa estranha.
- É uma compulsão. Sei lá.
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PNEU FURADO
Nova versão de final produzida pelo aluno Eduardo Henrique, 4º ano D
O carro estava encostado no meio-fio, com um pneu furado. De pé ao lado do carro, olhando desconsoladamente para o pneu, uma moça muito bonitinha. Tão bonitinha que atrás parou outro carro e dele desceu um homem dizendo “Pode deixar”. Ele trocaria o pneu.
- Você tem macaco? – perguntou o homem.
- Não – respondeu a moça.
- Tudo bem, eu tenho – disse o homem – Você tem estepe?
- Não – disse a moça.
- Vamos usar o meu – disse o homem.
E pôs-se a trabalhar, trocando o pneu, sob o olhar da moça.
O homem estava tão apaixonado que não percebeu que o pneu estava “careca” e não sabia que o documento do carro dela estava vencido.
De repente chegou um guarda, perguntou o que estava acontecendo, analisou o carro e pediu os documentos. A mulher entregou o documento e pelas condições irregulares do veículo, o policial apreendeu o carro e deu uma multa para o homem que nem teve tempo de se explicar.
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PNEU FURADO
Nova versão do final produzido coletivamente pelos alunos do 4º ano E
O carro estava encostado no meio-fio, com um pneu furado. De pé ao lado do carro, olhando desconsoladamente para o pneu, uma moça muito bonitinha. Tão bonitinha que atrás parou outro carro e dele desceu um homem dizendo: - Pode deixar. Ele trocaria o pneu. - Você tem macaco? - perguntou o homem. - Não - respondeu a moça. - Tudo bem, eu tenho - disse o homem – Você tem estepe? - Não - disse a moça. - Vamos usar o meu - disse o homem. E pôs-se a trabalhar, trocando o pneu, sob o olhar da moça.
- Obrigada! Assim que terminar vamos ao borracheiro para consertar o meu pneu e devolver seu estepe - disse a moça.
- Não é necessário, faço questão que fique com meu estepe - disse o homem, convencendo a moça.
Após resolver o problema, o homem foi embora e nunca mais o encontraram.
Já a moça foi logo encontrada pela polícia em uma blitz que a aguardava. Foi acusada de roubo de joias, havia provas, mas nenhuma explicação.
Graças ao rastreador localizado no pneu de seu carro.
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O HOMEM TROCADO
Nova versão produzida pelos alunos Matheus Marques e Felipe Santos, 4º ano D
O homem acorda da anestesia e olha em volta. Ainda está na sala de recuperação. Há uma enfermeira do seu lado. Ele pergunta se foi tudo bem.
- Tudo perfeito – diz a enfermeira, sorrindo.
- Eu estava com medo desta operação...
- Por quê? Não havia risco nenhum.
- Comigo, sempre há risco. Minha vida tem sido uma série de enganos...
Como por exemplo, quando eu era criança e troquei de lugar com meu irmão e fui, sem querer, jogar no time de futebol americano. Foi um desastre!
E quando fomos acampar e eu fiquei encarregado de levar a gasolina reservada para a volta, mas em vez de eu pegar o galão do combustível, peguei um galão de shampoo. Ficamos na pior!
Certo dia fui fazer compras e estacionei meu carro, por coincidência, ao lado de um carro bem parecido com o meu. Não sabia que aquele carro era roubado e que os bandidos estavam assaltando o supermercado e ao saírem correndo, entraram no meu carro e o levaram por engano.
Quando a polícia chegou, viu que eu estava perto do carro roubado e achou que eu fosse o bandido! Fui preso, mas minha mãe pagou a fiança. Minha vida sempre foi assim, um engano atrás do outro! Sem contar que eu só vim parar aqui neste hospital porque tinha feito uns exames e os resultados deram muito alterados porque se enganaram e me mandaram os resultados errados, era de outro paciente com uma doença grave, mas felizmente consertaram o erro. Foram tantos os enganos que eu já não acreditava em mais nada e ainda tive que refazer os exames. Até tivera uma breve, louca alegria, quando ouvira o médico dizer:
- O senhor está desenganado.
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- Mas também fora um engano do médico. Não era tão grave assim. Uma simples apendicite.
- Se você diz que a operação foi bem...
A enfermeira parou de sorrir.
- Apendicite? – perguntou, hesitante.
- É. A operação era para retirar o apêndice.
- Não era para trocar de sexo?
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O HOMEM TROCADO
Nova versão do meio da crônica produzido pelos alunos do 4º ANO B
O homem acorda da anestesia e olha em volta. Ainda está na sala de
recuperação. Há uma enfermeira do seu lado. Ele pergunta se foi tudo bem.
- Tudo perfeito - diz a enfermeira, sorrindo.
- Eu estava com medo desta operação...
- Por quê? Não havia risco nenhum.
- Comigo, sempre há risco. Minha vida tem sido uma série de
enganos...
Derci contou a enfermeira, que comprou uma roupa para
sua formatura pela internet e quando abriu a encomenda levou
um tremendo susto, era um vestido, vermelho!
Certa vez, ficou muito feliz ao saber por um colega que
havia passado no vestibular, mas quando foi à universidade para
conferir a informação, descobriu que seu nome não constava na
lista, o nome que seu amigo viu era Darcy, uma mulher!
Enganaram-se no banco, o depósito que fizera para quitar
uma dívida, foi creditado em outra conta, e ele só percebeu
quando recebeu uma notificação comunicando que seu título seria
protestado.
Estes foram apenas alguns enganos, entre tantos que
ocorreram em sua vida.
Até tivera uma breve, louca alegria, quando ouvira o médico dizer:
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- O senhor está desenganado.
Mas também fora um engano do médico. Não era tão grave assim.
Uma simples apendicite.
- Se você diz que a operação foi bem...
A enfermeira parou de sorrir.
- Apendicite? - perguntou,hesitante.
- É. A operação era para tirar o apêndice.
- Não era para trocar de sexo?
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O HOMEM TROCADO
Luís Fernando Veríssimo
O homem acorda da anestesia e olha em volta. Ainda está na sala de recuperação. Há uma enfermeira do seu lado. Ele pergunta se foi tudo bem.
- Tudo perfeito – diz a enfermeira, sorrindo.
- Eu estava com medo desta operação...
- Por quê? Não havia risco nenhum.
- Comigo, sempre há risco. Minha vida tem sido uma série de enganos...
E conta que os enganos começaram com seu nascimento. Houve uma troca de bebês no berçário e ele foi criado até os dez anos por um casal de orientais, que nunca entenderam o fato de terem um filho claro com olhos redondos. Descoberto o erro, ele fora viver com seus verdadeiros pais. Ou com sua verdadeira mãe, pois o pai abandonara a mulher depois que esta não soubera explicar o nascimento de um bebê chinês.
- E o meu nome? Outro engano.
- Seu nome não é Lírio?
- Era para ser Lauro. Se enganaram no cartório e...
Os enganos se sucediam. Na escola, vivia recebendo castigo pelo que não fazia. Fizera o vestibular com sucesso, mas não conseguira entrar na universidade. O computador se enganara, seu nome não apareceu na lista.
- Há anos que a minha conta do telefone vem com cifras incríveis. No mês passado tive que pagar mais de R$ 3 mil.
- O senhor não faz chamadas interurbanas?
- Eu não tenho telefone!
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Conhecera sua mulher por engano. Ela o confundira com outro. Não foram felizes.
- Por quê?
- Ela me enganava.
Fora preso por engano. Várias vezes. Recebia intimações para pagar dívidas que não fazia. Até tivera uma breve, louca alegria, quando ouvira o médico dizer:
- O senhor está desenganado.
Mas também fora um engano do médico. Não era tão grave assim. Uma simples apendicite.
- Se você diz que a operação foi bem...
A enfermeira parou de sorrir.
- Apendicite? – perguntou, hesitante.
- É. A operação era para retirar o apêndice.
- Não era para trocar de sexo?
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O MENINO QUE CHUPOU A BALA ERRADA
Reescrita da crônica pelas alunas Mônica Vieira e Renata Silva 4º ano D
Todo garotinho gosta de bala, não é? O menino dessa história era fissurado por balas, não podia ver uma que ia direto comê-la.
Certo dia seu pai estava limpando o revólver e para não sofrer nenhum acidente, precisou descarregá-lo em cima da mesa.
O menino chegou de repente do quintal e viu as balas na mesa e disse ao pai:
- O que é isso em cima da mesa, pai?
O pai desligado disse:
- São balas!
O menino imediatamente as balas e abocanhou-as.
Quando o pai percebeu, o menino já tinha engolido e desesperado chamou a mãe que ficou ainda mais desesperada. Correu para ligar para o médico e esperou até que ele viesse em sua casa.
Quando o doutor chegou, disse que já estava acostumado com muitos casos como esse e tranquilizou-a:
- Não é nada grave! Eu já dei um laxante e agora é só esperar, mas não precisa se preocupar.
Mas a mãe inconformada perguntou:
- Não acontecerá nada, doutor?
- Não! Com ele não acontecerá nada de grave! Com os outros talvez!
- Como assim? –perguntou a mãe aflita.
- É que até que passe a recuperação aconselho não apontá-lo para ninguém.
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MENINO QUE CHUPOU A BALA ERRADA
Stanislaw Ponte Preta
Diz que era um menininho que adorava bala e isto não lhe dava qualquer
condição de originalidade, é ou não é? Tudo que é menininho gosta de bala.
Mas o garoto desta história era tarado por bala. Ele tinha assim uma espécie
de ideia fixa, uma coisa assim... assim, como direi? Ah... creio que arranjei
um bom exemplo comparativo: o garoto tinha por bala a mesma loucura
que o Sr. Lacerda tem pelo poder.
Vai daí um dia o pai do menininho estava limpando o revólver e, para
que a arma não lhe fizesse uma falseta, descarregou-a, colocando as balas
em cima da mesa. O menininho veio lá do quintal, viu aquilo ali e
perguntou pro pai o que era:
- É bala – respondeu o pai, distraído.
Imediatamente o menininho pegou diversas, botou na boca e engoliu,
para desespero do pai, que não medira as consequências de uma
informação que seria razoável a um filho comum, mas não a um filho que
não podia ouvir falar em balas que ficava tarado para chupá-las.
Chamou a mãe (do menino), explicou o que ocorrera e a pobre senhora
saiu desvairada para o telefone, para comunicar a desgraça ao médico.
Esse tranquilizou a senhora e disse que iria até lá em seguida.
Era um velho clínico, desses gordos e bonachões, acostumados aos
pequenos dramas domésticos. Deu um laxante para o menininho e
esclareceu que nada de mais iria ocorrer. Mas a mãe estava ainda aflita e
insistiu:
- Mas não há perigo de vida, doutor?
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-Não – garantiu o médico: - Para o menino não há o menor perigo de
vida. Para os outros talvez.
-Bem... ponderou o doutor: - O que eu quero dizer é que, pelo menos
durante o período de recuperação, talvez fosse prudente não apontar o
menino para ninguém.
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COISAS DE ESCOLA
Produzido coletivamente pelos alunos do 4º ano D
Os dois encontram-se em frente à cantina da escola e conversam sem se importarem com o barulhão no pátio.
- Nossa, Daniel! Nessa semana teremos muitas atividades, não é?
- É verdade, Paloma! Tinha até me esquecido! Ainda bem que você me lembrou! Mas as férias já estão chegando!!!
O sinal toca e vai cada um para sua sala.
Na sala de aula, cada um se concentra em suas atividades em meio a várias aulas.
Algum tempo depois, se encontram novamente no recreio e combinam de tomarem um sorvete depois da aula, mas precisam combinar rápido, pois são interrompidos pelo anúncio da diretora, ao microfone, para que todos se dirijam à quadra a fim de assistirem à final do campeonato de vôlei das turmas do 5º ano.
A disputa entre as turmas foi tão acirrada e emocionante que nem se deram conta do horário e quando voltaram para a sala faltavam apenas dez minutos para irem embora.
Imediatamente, todos organizam as suas coisas para a saída e Paloma sai apressada para alcançar Daniel que já estava descendo as escadas:
- Ei, Dani! Me espera para tomarmos sorvete, viu?
- Claro! Está tão quente que eu jamais esqueceria! Mas mesmo se eu esquecesse hoje, poderíamos ir à sorveteria todos os dias! Afinal, as férias estão chegando! Dá para acreditar? – Daniel comenta todo animado.
Enquanto caminham para a sorveteria, vão planejando o que vão fazer durante o período de férias, quais lugares gostariam de ir, clubes, cinema, shopping, parques, enfim, a programação já está feita. Finalmente chegam
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na sorveteria que fica pertinho da escola, na mesma calçada, e perto de suas casas também, por isso foram a pé.
- Olha, eu adoro tudo isso, mas fico super cansado! Diz Daniel se espreguiçando no banquinho da sorveteria.
Paloma, depois de uma colherada de sorvete de pistache, concorda:
- Com certeza! Mas isso compensa porque nossos alunos são muito esforçados! E amanhã tem mais!
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O PRIMEIRO DIA DE AULA
Crônica produzida coletivamente pelos alunos do 4° Ano E
O relógio despertou as 07h00min da manhã, o dia estava ensolarado e prometia grandes acontecimentos.
Miguel movido pela ansiedade e expectativa do grande dia, disparou feito um foguete para a escola. Mas, aterrissou assim que saiu pela porta ao ver o ônibus passar a sua frente.
Persistente pegou a sua bicicleta, em uma nova decolagem, disparou. Focado em seu destino não percebeu o caco de vidro, o pneu furou. Deixou a bicicleta para trás e correu desesperadamente como se estivesse em uma maratona.
Já muito cansado, num certo ponto do trajeto, Miguel parou. Queria recuperar o fôlego para continuar. Mais a frente avistou um campo de futebol e muitas crianças jogando, torcendo e se divertindo. Então sentiu uma imensa vontade de correr para o campo e jogar futebol com eles. Porém tinha um objetivo a cumprir, seu primeiro dia de aula.
Prosseguiu em seu caminho, até finalmente chegar à escola. Respirou fundo, ajeitou o uniforme, mas não entrou, o portão estava fechado e a escola deserta. Então pensou: onde estão os alunos? Foram todos para o campo jogar bola?
Neste instante, colocou a mão no bolso pegou seu celular e leu a seguinte informação:
SÁBADO, 25 DE JANEIRO
11H59MIN
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FAMÍLIA FELIZ
Crônica produzida coletivamente pelos alunos do 4° Ano F
Cada um acorda de um jeito diferente. Tem alguns que acordam
com o despertador, outros com os berros da mamãe e outros ainda, caindo
da cama.
Existem maneiras de despertar que são mais prazerosas, como com
um beijinho da mamãe, um cafuné e uma mesa com café quentinho me
esperando.
Levanto bem contente, tomo banho, escovo os dentes para acabar
com o bafo, consulto a previsão do tempo, visto a roupa mais adequada e
junto-me a mesa com a família para saborear um delicioso pedaço de bolo.
Ajudo a mamãe a tirar a mesa e lavo louça enquanto meu irmão
arruma as camas.
Finalmente vamos para a sala: Quatro crianças, uma televisão, cem
canais, um controle remoto e muita confusão.
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O MENINO QUE QUERIA UM ANIMAL
Crônica produzida pelo aluno Gabriel Toledo,4º ano F
O menino acordou, correu para o quarto de seus pais e gritou:
- Pai, mãe acordem! É o meu aniversário!
- Feliz aniversário filho! - disse o pai.
- Feliz aniversário filho! - disse a mãe.
- Olha, seu presente filho, vamos providenciar – disse a mãe –
adivinha o que é?
- É o dragão que eu queria? - perguntou o filho entusiasmado – É ele
mesmo? Muito obrigado!
- Filho, vamos tomar café e vamos ao shopping.- disse o pai,
tentando disfarçar.
- Fazer o quê?
- É uma surpresa!
Depois do café o menino entrou no carro pensando no que ele iria
ganhar. Imaginou que seria um passeio de elefante ou uma super guitarra,
imaginou também que iria ganhar um dragão.
Andaram pelas lojas e pararam em frente a uma loja de animais.
- Pai, o que estamos fazendo na parte dos animais?
- Filho é para você escolher um bichinho de estimação.
- Sério? Eu quero um filhote de dragão!
- Eu vi uns filhotinhos de cachorro ali atrás. – disse o pai sem graça.
O menino escolheu um filhote bem simpático para ser o seu protetor
como queria o pai e o levou para casa.
O menino , vestiu o cachorro com uma fantasia e ficou jogando- o
para o alto para ele aprender a voar, mas isso não aconteceu e ele se
acostumou, mas não parou nunca de imaginar como seria ter um dragão.
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A MULHER QUE FAZ TUDO ERRADO
Crônica produzida pela aluna Rafaela4º ano F
A mulher estava dormindo quando foi acordada pelo som estridente
do despertador. Levantou assustada, correu para o banho e escorregou no
pedacinho de sabonete que havia deixado no box no dia anterior e quase
caiu.
Vestiu-se com cuidado, fez a maquiagem, penteou os cabelos, olhou-
se de corpo inteiro no espelho e constatou que o vestido estava do avesso.
Trocou-se.
Sentou-se a mesa para a primeira refeição do dia, serviu-se de uma
xícara de café e foi conferir as mensagens do WhatsApp distraída derramou
o café quente na roupa. Trocou-se.
Enfim pronta, pegou a bolsa e as chaves do carro, entrou no elevador
que estava muito cheio e esqueceu-se de apertar o botão do estacionamento,
indo parar no último andar ao invés de chegar ao subsolo.
Vinte andares abaixo, já muito atrasada, finalmente o estacionamento
e a necessidade de avisar ao chefe que chegaria atrasada.
Procurou o celular na bolsa e não encontrou. Lembrou-se que tinha
ficado na mesa.
Subiu para buscar o celulare desceu enviando a mensagem que
informava o atraso.
Quando chegou ao carro, a mulher percebeu que tinha esquecido a
bolsa no apartamento.
Sem outra alternativa, o jeito era subir novamente. Apertou o botão
do elevador e o segurança avisou que estava faltando energia e o elevador
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não iria funcionar.
Subiu dez andares pela escada até seu apartamento e recuperou a
bolsa.
Graças a Deus chegou com a bolsa e o celular no estacionamento,
mas ao tentar abrir o carro tinha esquecido as chaves do veículo na porta
do apartamento.
Subiu e desceu os dez andares novamente e quando chegou no
subsolo quebrou o salto do sapato.
Conferiu se estava com a bolsa, o celular e as chaves e decidiu ir
com o salto quebrado mesmo.
Quando finalmente chegou ao prédio em que trabalhava, estacionou
seu carro, apertou o botão do elevador, mas ele estava em manutenção.
Já conformada, subiu quinze andares até a sala de reunião. Não havia
ninguém lá. Consultou o celular para ver se havia alguma mensagem. O
plano de fundo avisou: “Bom domingo!”
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Lixo
Crônica produzida coletivamente pelos alunos do 4° Ano G
Certo dia, mais especificamente no dia 25 de janeiro deste ano, São Paulo estava em festa, pois era seu aniversario. Eu passeava tranquilamente pelas ruas da cidade, em minha caminhada rotineira. Em determinado momento, já me preparando para voltar para casa, deparei-me comum grupo de pessoas que visivelmente voltavam de algum tipo de comemoração. Riam alto, entre empurrões e provocações entre si, enquanto despreocupadamente, livravam- se displicentemente das garrafas vazias e embalagem que agora não tinham mais a importância de momentos atrás. Acompanhei com o olhar aqueles jovens até dobrarem a esquina, deixando para trás um rastro de sujeira. Não pude deixar de notar a ironia da cena que acabara de presenciar... Comemoravam o aniversário da cidade, ao mesmo tempo em que ajudavam a entulhar de lixo suas ruas.
Segui o meu caminho com uma tamanha indignação que a imagem daqueles jovens me perseguiu por todo o dia. Não podia deixar de pensar principalmente em um dos integrantes do grupo, que pude perceber, trazia em sua camiseta a seguinte estampa: “Eu amo São Paulo”.
Passado algumas semanas, estava assistindo ao jornal, que tinha como destaque em seu noticiário uma notícia que me chamou a atenção: “Enchentes que atingiu moradores próximos ao rio Tietê”. O curioso é que pude reconhecer, entre os protestantes que gritavam em frente as câmeras para demonstrar sua indignação, alguns rostos por mim conhecidos, os mesmos que naquela manhã que tanto me desagradou no aniversário da nossa cidade. Eles agora falavam a respeito do lixo, criticavam o Governo e as Autoridades Componentes a situação, solicitando condições habitacionais e as infra-estruturais urbanísticas, seja apta para evitar enchentes, garantindo uma qualidade de vida melhor.
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Mas, o problema não acabou ai e nem começou também, pois dizem que tudo começou quando os “portugueses ” chegaram às margens do rio Tietê.
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A MULHER VESTIDA
Fernando Sabino
Eu estava num centro comercial de Copacabana e era sábado, pouco
depois do meio dia.
A tanta começou a ouvir uma martelação de ensurdecer. O dono de
uma lojinha de sapatos para senhoras chegou-se à porta, assustado:
-Que será isso?
E saiu pelo corredor a investigar. Caminhávamos na mesma direção
e logo descobrimos que o ruído vinha de uma sala fechada, um curso de
ginástica.
Batiam desesperadamente na porta, lá dentro – com um alitere, no
mínimo.
- Que está acontecendo? – o sapateiro gritou do lado de cá.
Uma voz chorosa de mulher explicou que a porta estava trancada, ela
não podia sair.
- Que de a chave? – berrou o homem.
- O professor levou – respondeu a voz
- O professor de ginástica.
- Espere que eu vou chamar o zelador – arrematou o homem, solícito.
E se voltou para mim:
- O senhor podia fazer o favor de procurar o zelador para soltar a
mulher? Não posso abandonar a minha loja sem ninguém.
Assim, ele ia tirar a castanha com a mão do gato. Não tive outro jeito
senão sair à procura do zelador.
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Encontrei-o à porta do prédio chupando uma tangerina. Era um pau-
de-arara delicado e solícito, mas infelizmente não podia fazer nada: não
tinha a chave da sala.
Voltei ao corredor, vencendo a tentação de cair fora de uma vez,
deixar que a mulher se arranjasse. A bateção recomeçara ela parecia
disposta a botar abaixo:
- Abre essa porta! Pelo amor de Deus!
- Calma, minha senhora – berrei do lado de cá: - Vamos ver se a
gente dá um jeito.
No corredor ia-se juntando gente, e várias sugestões eram aventadas:
abrir um buraco na parede, chamar o Corpo de Bombeiros, retirá-la pela
janela.
- Deve ser uma mulher forte pra chuchu.
- Eu se fosse ela aproveitava e quebrava tudo lá dentro.
Pensei em transferir a alguém mais a tarefa que o sapateiro me
confiara, não encontrou ninguém que parecesse disposto a aceitar a
responsabilidade: todos se limitavam a fazer comentários jocosos, estavam
é se divertindo com o incidente. De súbito me ocorreu perguntar à mulher o
número do telefone do professor. Foi um custo fazê-la cantar de lá a
resposta, algarismo por algarismo. Saí para a rua à procura de um telefone
– tive de andar um quarteirão inteiro até uma farmácia, onde fiquei
aguardando na fila. Chegou afinal a minha vez.
Atendeu-me uma voz de criança, certamente filha do professor. Que
ainda não havia chegado em casa, pelo que pude entender:
- Escuta meu benzinho, diga para o papai que tem uma mulher
trancada na sala lá do curso ele, está me entendendo? Repete comigo: uma
mulher trancada...
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Não havendo mais nada a fazer, resolvi tomar o caminho de casa –
mas a curiosidade me arrastou mais uma vez até o centro comercial, para
uma última olhada sem compromisso.
O interesse conquistara todo o andar, espalhava-se aos demais,
ganhava a rua: gente se acotovelava diante do prédio, agora era uma
multidão de verdade que acompanhava os acontecimentos:
- Por que não arrombam a porta de uma vez?
- O que é que a mulher está fazendo lá dentro?
- Dizem que ela está nua.
A palavra mágica correu logo entre a multidão: nua, uma mulher
nua! E cada vez juntava mais gente, ameaçando interromper o tráfego:
- Mulher nua! Mulher nua! – gritavam os moleques.
Dois soldados da polícia militar passaram correndo, cassetetes em
riste, sem saber para onde se dirigir. A multidão se abriu, precavidamente.
Um homem de ar decidido pedia licença e ia entrando pelo centro
comercial adentro como quem vai resolver o problema.
Devia ser algum comissário de polícia.
Era o professor, que comparecia com a chave, não sei se mercê do
meu recado. Em pouco a porta do curso de ginástica se abriu e a mulher
saiu, ressabiada – completamente vestida. Era baixinha e meio gorda,
estava mesmo precisando de ginástica.
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A MULHER VESTIDA
Nova versão do final produzido coletivamente pelos alunos do4º ano C
Eu estava num centro comercial de Copacabana e era sábado, pouco
depois do meio dia.
A tanta começou a ouvir uma martelação de ensurdecer. O dono de
uma lojinha de sapatos para senhoras chegou-se à porta, assustado:
-Que será isso?
E saiu pelo corredor a investigar. Caminhávamos na mesma direção
e logo descobrimos que o ruído vinha de uma sala fechada, um curso de
ginástica.
Batiam desesperadamente na porta, lá dentro – com um alitere, no
mínimo.
- Que está acontecendo? – o sapateiro gritou do lado de cá.
Uma voz chorosa de mulher explicou que a porta estava trancada, ela
não podia sair.
- Que de a chave? – berrou o homem.
- O professor levou – respondeu a voz
- O professor de ginástica.
- Espere, que eu vou chamar o zelador – arrematou o homem,
solícito.
E se voltou para mim:
- O senhor podia fazer o favor de procurar o zelador para soltar a
mulher? Não posso abandonar a minha loja sem ninguém.
Assim, ele ia tirar a castanha com a mão do gato. Não tive outro jeito
senão sair à procura do zelador.
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Encontrei-o à porta do prédio chupando uma tangerina. Era um pau-
de-arara delicado e solícito, mas infelizmente não podia fazer nada: não
tinha a chave da sala.
Voltei ao corredor, vencendo a tentação de cair fora de uma vez,
deixar que a mulher se arranjasse. A bateção recomeçara ela parecia
disposta a botar abaixo:
- Abre essa porta! Pelo amor de Deus!
- Calma, minha senhora – berrei do lado de cá: - Vamos ver se a
gente dá um jeito.
- Você pode se afastar da porta! Disse o sapateiro.
E a moça respondeu:
- Claro que sim.
O sapateiro tentou abrir a porta de varias maneiras, usando um
grampo, martelo, mas nada deu certo.
- Conseguiu? Falou a mulher desesperada.
- Fique calma minha senhora, estou quase abrindo a porta.
Enquanto pensava em uma solução ele perguntou:
- Como você ficou trancada ai!
- O professor me trancou aqui sem querer, por que eu estava no
banheiro me trocando para ir embora, por que depois da ginastica tenho que
me vestir para ir para meu trabalho, faço isso todos os dias, mas desta vez
acho que o professor não me viu. Creio que ele achou que não tinha
ninguém.
- Eu ouvi barulho de marteladas, ou algo parecido.
- Acho que foi quando ele bateu a porta.
- Tive um ideia - gritou o sapateiro com a solução na ponta da
língua.
- Veja se tem alguma janela aberta.
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- Espere um pouco, mas é claro, tem sim!!!! Mas infelizmente esta
fechada. Indagou a pobre mulher abalada.
O sapateiro logo foi falando.
- É de vidro?
- Sim.
O sapateiro pensou, pensou, pensou...
- Mas é claro você pode quebrar o vidro. Pegue qualquer
equipamento de ginastica e quebre.
A mulher, sem pestanejar foi logo executar o grande plano.
Puft! Foram cacos para todos os lados, e a saída daquela aflição
estava no fim. Mas de repente um som muito alto surgiu...
Ui! Ui! Ui! O alarme foi acionado da sala de ginastica. Os dois
ficaram sem reação e começaram a se perguntar.
- E agora, o que é isso? Berrou o sapateiro.
- Nossa! Essa sala tem alarme, meu professor vai me matar...
Quebrei toda a vidraça.
Não mais que de repente chegaram os policiais e forma logo
perguntando.
- O que esta acontecendo aqui?
O sapateiro sentado no chão, foi explicando.
- Olha seu policial, eu vim ajudar uma mulher que ficou presa na sala
de ginastica, a única saída foi quebrar a vidraça.
- Onde esta a moça?
- Lá dentro.
O policial chamou um chaveiro, para abrir a porta, e pediu para a
mulher não sair pela janela, pois podia se cortar com os cacos.
O chaveiro foi falando:
- Se afastem todos, preciso de espaço.
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Todos ficaram aguardando o momento em que aquela mulher
poderia ter sua sonhada liberdade. Mas um riso somente era o que se ouvia.
O sapateiro foi logo dizendo:
- O chaveiro está louco! Em vez de abrir a porta esta dando risada. O
que foi meu senhor?
- Por que vocês me chamaram aqui? Respondeu o chaveiro.
- Ué! Para abrir a porta e mulher sair.
O chaveiro olha em volta e revelou algo inesperado.
- Os senhores me chamaram aqui para eu ensinar a usar a maçaneta?
O sapateiro ficou nervoso e retrucou.
Esta tirando sarro da nossa cara? Abra a porta agora.
- Sim, basta virar a maçaneta. A porta estava aberta o tempo todo.
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A MULHER VESTIDA
Nova versão da crônica produzido coletivamente pelos alunos do 4º anoB
Era sábado, estava num centro comercial de Copacabana,
Quando ouvi um barulho de estourar os tímpanos. O proprietário de uma loja de sapatos, saiu assustado e perguntou:
- O que será isso?
Saímos pelo corredor para ver o que estava acontecendo, e ouvimos um ruído que vinha da sala de ginástica.
Alguém batia na porta desesperadamente, o homem que me acompanhava na investigação, gritou:
- O que esta acontecendo?
Uma mulher chorando, disse que a porta estava trancada e que ela não conseguia sair. O homem perguntou:
- Onde está a chave?
- O professor de ginástica levou – respondeu a mulher.
O sapateiro pediu que ela esperasse, ele iria avisar o zelador, mas passou a tarefa para mim, justificando que precisava voltar para sua loja. Fui a procura do zelador, mas ele não podia fazer nada, pois não tinha a chave da sala.
Pensei em desistir e deixar que os outros resolvessem o problema, porém a mulher começou a gritar:
- Socorro, me ajudem, abram essa porta!
- Calma senhora, vamos tirá-la daí.
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Várias sugestões foram dadas pelas pessoas, que cada vez mais iam chegando ao corredor: abrir um buraco na parede, chamar o corpo de bombeiros, entre outras.
Muitos se divertiam diante do incidente.
De repente, me ocorreu pedir a mulher, o número do telefone do professor. Liguei, a filha dele atendeu, e disse que o pai não estava em casa. Deixei o recado, que fosse urgente para o prédio com a chave da sala de ginástica, pois havia uma mulher presa lá.
Pensei em ir para casa, pois já tinha feito a minha parte para resolver a situação, e embora não querendo mais me envolver, decidi dar uma passada pelo centro comercial para ver como estavam as coisas. Infelizmente tudo permanecia do mesmo jeito, exceto o número de pessoas que agora era uma multidão espalhada pelos andares do prédio e pela rua, em meioa uma confusão de falas:
- Vamos arrombar a porta!
- O que será que esta mulher está fazendo lá dentro?
- Dizem que ela está nua!
A palavra mágica caiu como um raio entre a multidão.
- Mulher nua, mulher nua!
Dois policiais passaram correndo, meio sem saber para onde ir, e após eles um homem de ar decidido, como quem vai resolver o problema entrou no centro comercial. Certamente um comissário de polícia.
Era o professor! Abriu a porta da sala e a mulher saiu encabulada, completamente vestida.
E não é que ela estava mesmo precisando muito de ginástica?
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A SURPRESA
Crônica produzida pelos alunos Beatriz e Gabriel do4º ANO C
Doisdias antes do aniversario da professora a Bruna foi logo falando:
- Eu trago um bolo de duas camadas, enorme. Minha mãe sabe fazer bolos deliciosos.
Dias se passarame chegou o grande dia.
Chegando à escola, todos estavam preparados, alguns trouxeram salgadinho, refrigerante, doces, copos, tudo para a festa.
- E ai Guilherme, o que você trouxe?
- Refrigerante.
- E você Isabela? -Questionou a Emily como sempre.
- Minha mãe fez coxinha.
E os meninos foram logo pedindo uma.
- Dá uma Isabela!
- Não. Elas são para o aniversário da professora.
O tempo se passou e nada da Bruna, era quase oito horas e a professora ia descobrir a surpresa. Alguns alunos foram ver pelo portão se a professora estava chegando, outros foram arrumar a sala, colocamos balões, arrumamos as mesas, escrevemos mensagens na lousa, ficou tudo muito lindo.
- Gente, ela chegou! Gritou o Guilherme, apontando para a Bruna e o bolo.
Todos ficaram surpresos com a chegada da Bruna, que foi direto para a sala, graças a Deus a professora não chegou antes do bolo. A professora
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foi para a sala comum pouco da turma, mas quando abriu a porta se deparou com...
- Surpresa! Parabéns!
Durante, cantávamos os parabéns e pude notar que a professora ficou sem graça, e no final agradeceu.
- Gente, não precisava! Vocês são danados.
Mas tínhamos um problema: o bolo, a Bruna não havia cumprido direito sua parte, mas de qualquer forma era um bolo. Todos comeram um pedaço bempequeno, por que a Bruna esqueceu a segunda camada em casa eu acho, mas o que valeu foi a intenção de fazermos a surpresa para a professora.
De repente um barulho, era a inspetora Simone.
- Gente, cadê meu pedaço do bolo?
A Emily olhou rápido para a mesa e viu que só restava um pedacinho pequenininho e foi logo pegando e dando a inspetora, que quase ficou sem o pedaço do bolo de duas camadas, que na verdade, mal tinha uma...
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O SONHO DA TRAGÉDIA COM O CAMINHÃO
Crônica produzida coletivamente pelos alunos do 4° Ano C
Era sexta-feira, alguns estudantes de 17 anos foram à faculdade com os seus pais Manuel e Leandro, era noite, as ruas estavam escuras, sombrias, de repente Manuel falou:
- Nossa estou com um pressentimento, creio que algo ruim irá acontecer.
Falou o pai com os braços arrepiados de medo. Nesse mesmo momento Leandro ia atravessando a rua, e só se ouviu...
-Ah!!!!!! Bum!!!!
Todos voltaram o olhar para a direção do barulho.
- O que foi isso!!!! Gritou o pai.
Quando olhou para o chão e viu Leandro deitado no chão de costas.
- Meu Deus Leandro, levante. Falou Manuel indo até o rapaz, mas quando se aproximou viu ele de olhos fechados e com um corte no rosto.
-Acorde, acorde, acorde!! Falou desesperado, mas nada do Leandro se mover.
-Chame a ambulância, gritou o Manuel para algumas pessoas que ia passando por ali.
Enquanto esperava, começou a lembrar de como era a infância com seu filho, os momentos em que se esqueceu de brigar com ele, mas agora queria que seu filho abrisse os olhos para juntos brincar de bola. A ambulância chegou e foi logo socorrendo o Leandro, levou ele para o hospital mais próximo. Seu pai acompanhou o filho em todos os momentos.
- Doutor me fale tudo, como esta meu filho?
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- Fique calmo pai, estamos fazendo de tudo para ajudar seu filho.
- Obrigado doutor.
- Pai, o senhor viu como tudo aconteceu?
- Mais ou menos, pois estávamos conversando e de repente quando voltei a olhar para ele, eu já o vi no chão.
-Mas e o motorista, alguém viu quem era?
-Sim, mas vamos cuidar do seu filho.
O tempo passou e aquela dúvida não saía de sua cabeça, quem era o motorista.
- Senhor, senhor...
- Sim, desculpe doutor estava pensando em meu filho.
- Bom infelizmente, não conseguimos salvá-lo.
-Não!!!! Como assim, meu filho...
- Senhor entenda, fizemos de tudo...
- E eu posso saber quem é o motorista
-Bom, ele morreu durante o acidente, ele tinha problemas cardíacos, e morreu de infarto fulminante. - Posso ver o rosto do homem que tirou a vida de meu filho.
-Bom não pode, mas vou deixar. Por favor, me siga.
O medico o levou pelo corredor frio, até chegar a um quarto e lá estava o motorista. Manuel olhou o homem e não acreditou quem era.
- Nossa é Vinicius meu amigo... Nãooooooo!!!!!
Nesse momento Manuel gritou tão alto que desmaiou e quando acordou assustado estado em sua cama, sua casa, e sua esposa falando.
- Manuel você está bem?
- Estou, mas ...
- Mas falo eu, você urinou na cama! Não tem vergonha?
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- Como assim? Onde está o Leandro?
- Esta dormindo em seu quarto.
Nesse momento Manuel não sabia se ficava feliz por ter sido um sonho ou triste de vergonha por ter urinou na cama. Ele resolveu correr até o quarto de Leandro e lhe dar um abraço com o maior amor.
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O HOMEM NU
FERNANDO SABINO
Ao acordar, disse para a mulher:
— Escuta minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí
o sujeito com a conta, na certa. Mas acontece que ontem eu não trouxe
dinheiro da cidade, estou a nenhum.
— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.
— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir
rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica
quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém.
Deixaele bater até cansar — amanhã eu pago.
Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar
um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava,
resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para
apanhar o pão. Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para
um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o
embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda
era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém
tocaram o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada
pelo vento.
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Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à
espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do
chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a
mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos
dedos:
— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.
Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.
Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o
ponteiro subir lentamente os andares… desta vez, era o homem da
televisão!
Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o
elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a
segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:
— Maria, por favor! Sou eu!
Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos,
regulares, vindos lá de baixo… tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo
uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet
grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem
onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de
abrir a porta e entrar, e a empregada passava vagarosa, ensaiando a subida
de mais um lance de escada. Ele respirou aliviado , enxugando o suor da
testa com o embrulho do pão.
Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.
— Ah, isso é que não! — fez o homem nu, sobressaltado.
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E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali,
em pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido… percebeu,
desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu
apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de kafka,
instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado regime do
terror!
— Isso é que não — repetiu furioso.
Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares,
obrigando-o a parar. Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a
momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão
do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador. Antes de
mais nada: “emergência: parar”. Muito bem. E agora? Iria subir ou
descer? Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta,
enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.
— Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem
nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.
Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente
cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho:
— Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso. — imagine que eu…
A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:
— Valha-me Deus! O padeiro está nu!
E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:
— Tem um homem pelado aqui na porta!
Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:
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— É um tarado!
— Olha, que horror!
— Não olha não! Já pra dentro, minha filha!
Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele
entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar
do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na
porta.
— Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.
Não era: era o cobrador da televisão.
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O HOMEM NU
Produção coletiva de nova versão do final pelos anos 4° Ano B
Ao acordar, disse para a mulher:
— Escuta minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí
o sujeito com a conta, na certa. Masacontece que ontem eu não trouxe
dinheiro da cidade, estou a nenhum.
— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.
— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir
rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica
quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém.
Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.
Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar
um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava,
resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para
apanhar o pão. Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para
um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o
embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda
era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém
tocaram o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada
pelo vento.
Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à
espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do
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chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a
mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos
dedos:
— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.
Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.
Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o
ponteiro subir lentamente os andares… desta vez, era o homem da
televisão!
Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o
elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a
segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:
— Maria, por favor! Sou eu!
Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos,
regulares, vindos lá de baixo… tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo
uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet
grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem
onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de
abrir a porta e entrar, e a empregada passava vagarosa, encetando a subida
de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado , enxugando o suor da
testa com o embrulho do pão.
Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.
— Ah, isso é que não! — fez o homem nu, sobressaltado.
E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali,
em pelo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido… percebeu,
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desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu
apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de kafka,
instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado regime do
terror!
— Isso é que não — repetiu furioso.
Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares,
obrigando-o a parar. Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a
momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão
do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador. Antes de
mais nada: “emergência: parar”. Muito bem. E agora? Iria subir ou
descer? Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta,
enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.
— Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem
nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.
Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente
cobrir-se com o embrulho de pão.
Era a mãe dele!
Aterrorizada deixou cair o bolo de chocolate que trouxe para fazer uma
surpresa para seu filho, era aniversário dele.
- Meu deus! – gritou a mulher!
O filho tentava explicar, mas não conseguia acalmá-la.
Os vizinhos assustados começaram a chegar para ver o que estava
acontecendo. A situação estava fora de controle.
De repente, chega a viatura da polícia e levam-no para a delegacia.
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Maria sai em busca do marido em prantos, havia caído no banheiro e estava
ferida.
Após ser interrogado e liberado o marido volta com sua mãe para casa,
vestido com uma farda emprestada por um policial compadecido pela
situação.
Maria repousava no sofá, despertada pelo marido gritou:
- Senhor policial, eu posso explicar, foi tudo um equívoco!
-Maria não fique assustada, sou eu!
Estava anoitecendo, o telefone toca... Era o homem da televisão!
- Olá Dona Maria, estou ligando para avisar que passarei ai amanhã a noite,
pois hoje não foi possível, tive um dia cheio!
- Tudo bem, estaremos aguardando.
Maria e seu marido riram, não foi só para eles que o dia tinha sido difícil.
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A BOLA
LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO
O pai deu uma bola de presente ao filho. Lembrando o prazer que sentira ao
ganhar a sua primeira bola do pai. Uma número 5 sem tento oficial de
couro. Agora não era mais de couro, era de plástico. Mas era uma bola.
O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse “ legal! “. Ou os que os
garotos dizem hoje em dia quando gostam do presente ou não querem
magoar o velho. Depois começou a girar a bola, à procura de alguma coisa.
- Como é que me liga?- perguntou.
- Como, como é que liga? Não se liga.
O garoto procurou dentro do papel de embrulho.
- Não tem nenhuma instrução?
O pai começou a desanimar e a pensar que os tempos são outros. Que os
tempos decididamente outros.
- Não precisa manual de instrução.
- O que é que ela faz?
- Ela não faz nada. Você é que faz coisas com ela.
- O que?
- Controla, chuta...
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- Ah, então é uma bola?
- Claro que é uma bola.
- Uma bola, bola. Uma bola mesmo.
- Você pensou que fosse o quê?
- Nada, não.
O garotinho agradeceu, disse “ legal! “, de novo, e dali a pouco o pai o
encontrou na frente da tevê, com a bola nova do lado, manejando os
controles de um videogame. Algo chamado monsterball, em que times de
monstrinhos disputavam a posse de uma bola em forma de blip eletrônico
na tela ao mesmo tempo em que tentava se destruir mutuamente. O garoto
era bom no jogo. Tinha coordenação e raciocínio rápido. Estava ganhando
da máquina.
O pai pegou a bola nova ensaiou algumas embaixadinhas. Conseguiu
equilibrar a bola no peito do pé, como antigamente, e chamou o garoto.
- Filho, olha.
O garoto disse “ legal “, mas não desviou os olhos da tela. O pai segurou a
bola com as mãos e a cheirou, tentando recuperar mentalmente o cheiro do
couro. A bola cheirava a nada. Talvez um manual de instrução fosse uma
boia ideia, pensou. Mas em inglês, para a garotada se interessar.
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A BOLA
Nova versão da crônica produzida pelos alunos do 4° Ano A
O pai deu uma bola de presente ao filho. Lembrando o prazer que sentira ao
ganhar a sua primeira bola do pai. Um número 5 sem tento oficial de couro.
Agora não era mais de couro, era de plástico. Mas era uma bola.
O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse “ legal! “. Ou os que os
garotos dizem hoje em dia quando gostam do presente ou não querem
magoar o velho. Depois começou a girar a bola, à procura de alguma coisa.
- Como é que me liga?- perguntou.
- Como, como é que liga? Não se liga.
O garoto procurou dentro do papel de embrulho.
- Não tem nenhuma instrução?
O pai começou a desanimar e a pensar que os tempos são outros. Que os
tempos decididamente outros.
- Não precisa manual de instrução.
- O que é que ela faz?
- Ela não faz nada. Você é que faz coisas com ela.
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- O que?
- Controla, chuta...
- Ah, então é uma bola?
- Claro que é uma bola.
- Uma bola, bola. Uma bola mesmo.
- Você pensou que fosse o quê?
- Nada, não.
O garoto pegou a bola e deixou-a de lado para jogar videogame, um jogo
chamado monsterball, ele tinha coordenação motora e estava ganhando da
máquina.
O pai pegou a bola e fez muitas embaixadinhas, girou-a no dedo e realizou
várias manobras.
- Filho observe!
O pai sem querer chutou a bola numa direção, porém ela desviou e foi
direto no videogame, quebrando-o.
O filho pensou pelo lado positivo, se no jogo é legal, na vida real deve ser
mais sensacional. Por isso disse:
- Pai, vamos jogar futebol?
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FERIADO
Crônica produzida coletivamente pelos alunos do 4° Ano G
Todo ano se celebra alguns feriados alguns divertidos e outros
importante que celebram a vida humana e outros que ganhamos presentes
há feriados que não são tão importantes, não tendo sentido nenhum de
repente veio uma ideia.
Se existe feriado de todos os tipos, pois agora vou inventar um
feriado que se chamará o dia do “VD”, ou seja, um dia que todas as
crianças serão obrigadas a brincar de videogame sem adultos atrapalhando
e sem escola o dia todo, terá mais sentido para todas as crianças do que o
21 de abril.
59
NEM TUDO QUE SE JOGA FORA É LIXO
FERNANDO BONASSI. VIDA DA GENTE. CRÔNICAS PUBLICADAS NO
SUPLEMENTO FOLHINHA DE S. PAULO. SÃO PAULO: FORMATO, 2005. P. 21.
Todo dia na nossa vida, a gente pega tudo o que não interessa mais e
joga fora, certo? Daí vem o lixeiro e leva. Parece simples, mas... Para onde
o lixeiro leva o lixo? Há lugares onde eles jogam tudo, que são os lixões.
Lá, os homens ficam pondo lixo e enterrando, até que junta tanto lixo que
nem todas as máquinas do mundo conseguiriam enterrar.
Nessa hora, é preciso encontrar novos lugares para fazer novos
lixões. A gente nunca pensa nisso, afinal os lixões são todos longe da casa
da maioria de nós. Mas fique sabendo que isso é problema desse tamanho!
Algumas coisas que nós jogamos fora são tão venenosas que contaminam a
terra dos lixões por muitos anos. O problema é que não existe mágica.
Enquanto a gente viver, vai produzir lixo. O jeito menos besta de ajudar
nisso é criar a menor quantidade de lixo possível. Como?
Reciclando. Reciclar não é só juntar vidro e jornal e vender para o
garrafeiro, que vai vender para a fábrica de vidro ou papelão.
Ou então dar para o lixeiro nas cidades que coletam lixo reciclado.
A gente precisa aprender a gastar bem as coisas antes de jogar fora!
Usar sempre o papel dos dois lados, usar vidros e saquinhos pra guardar
outras coisas depois de bem lavadinhos... Se a gente não se preocupar com
isso, logo vai haver uma montanha fedida perto da nossa casa! Escute o que
estou falando!
60
NEM TUDO QUE SE JOGA FORA É LIXO
Nova versão do final da crônica produzido coletivamente pelos alunos do
4º A
Todo dia produzimos lixo em nossa vida, agente pega tudo que não
interessa e joga fora, certo? Daí vem o lixeiro e leva. Parece simples para
onde ele leva o lixo? Para os lixões. Lá é jogado tanto lixo que nem todas
as máquinas do mundo consegue enterrar. Quando não cabe mais eles
procuram outros lugares para jogar. A população não consegue vê os lixões
porque é longe de suas residências.
Existem algumas coisas que jogamos fora que são tão venenosas que
contaminam a terra por muitos anos. Não existe mágica, enquanto
estivermos vivos produziremos lixo. O jeito menos besta é produzir menos
lixo. Como?
Reciclando. Reciclar não é pegar o vidro e o jornal e dar para o
garrafeiro que vai vender na fábrica de vidro e papelão.
Devemos aprender a gastar bem as coisas antes de jogar fora. Usar os
papéis dos dois lados, reutilizar as sacolas plásticas e os vidros, guardando
outros objetos, antes disso lavar bem.
Se não fizermos isso pode ter uma montanha de resíduos fedidos
perto de nossas casas. Escute o que estou falando.
61
NOSSO BRASIL
Crônica produzida coletivamente pelos alunos do 4° Ano A
As pessoas estão revoltadas com os acontecimentos do dia-a-dia
como: assaltos, manifestações, mortes e etc.
O policial disse para o jornal folha de São Paulo o seguinte: - após
um assalto ao banco Itaú no centro da cidade, os bandidos roubaram 189
milhões de reais, depois de dois dias nós encontramos a quadrilha.
Na primeira tentativa de captura, o chefe dos traficantes levou um
tiro na perna de foi preso. O segundo ladrão estava numa festa a fantasia,
mas neste lugar havia um policial disfarçado, no entanto, ele não imaginava
que se tratava de um bandido, nessa hora ouviu seu celular tocar, ao atender
foi alertado que nessa festa havia um fora da lei. Ao saber disso ele o
identificou e prendeu.
O último fugitivo teve a casa cercada pela polícia, sendo que este
tentou escaparpela chaminé, ao chegar no telhado adivinha o que
aconteceu? Foi surpreendido pelo policial que o prendeu. Quando chegou
na delegacia o delegado perguntou:
- O que você queria ser se não fosse ladrão?
- Papai Noel. Disse ele.
- Por que?
- Roubaria os brinquedos e daria para as crianças carentes.
O delegado furioso respondeu:
- Você fará isso na cadeia, vai passar sessenta anos no xilindró.
O marginal com um sorriso no rosto disse:
- Só assim terei tempo suficiente para esperar minha barba crescer.
62
Turma 4º ano A
Professor: Marcos Erwesson dos Santos Correia
Ana Beatriz Gonçalves Moreira
Ana Elisa Vieira Moreira
Bruna Alessandra Cordeiro da Silva
Diovanna Roberta da Silva
Franciely dos Santos Nascimento
Geovana Pereira Granato Ramos
Giovana de Oliveira Capuchinho
Giovanna Sanabio da Silva
Grazielle Lopes dos Santos
Gustavo Gerson Gusmão de Oliveira
Gustavo Oliveira de Souza
Higor Augusto Cavalcante Munoz
Igor Torres de Araujo
Jackson Robert Silva Santos
Jeferson Danilo de Souza Lima
João Vitor dos Santos Araujo
Julia da Silva Scarparo
Karinne Ribeiro Gonçalves
Mateus Lourenço de Souza
Matheus Magalhães Batista
Miqueias Santos Aguiar Lima
Rafael Henrique de Souza Silva
Ryan Rodrigues Alexandre
Taylan Barbosa dos Santos
Tiago Henrique Buc
Gustavo Vieira dos Santos
63
Turma4º ano B
Professora Rita Idalina Honório
Adriano Silva Matos
Agata Rosa Pacifico da Silva
Alan Aparecido da Silva Menezes
Alexandre Guedes de Oliveira
Felipe Matheus Cavalcanti
Gustavo Henrique da Silva Alves
Gustavo Lucena da Silva
Henrique Lucena da Silva
João Lucas da Silva Costa
Larissa dos Santos Soares
Larissa Marques Sanches
Lucca Cruz Farias de Assis
Marcos Vinicius Ribeiro da Silva
Maria Samara da Silva Alves
Rafael dos Santos Silva
Rayssa Oliveira dos Santos
Rian Olario Damceno
Tainara Lucineide da Silva
Vanessa Dias Barbosa
Vitoria Caroline Benevides Pinto
Wesley Moras de Jesus
Guilherme Washington Oliveira dos Santos
Amanda Ferreira da Silva
Gabrielly Soares Camargo
Bruna Santos Oliveira 64
Turma 4º ano C
Professora Tatiani Lima da Silva
Adrielle Izabel Gomes de Oliveira
Beatriz Martins Santos
Bruna Aparecida Martins
Caio Ferreira Cerra
Daniel Gomes do Couto
Eduardo Araujo Ganzaroli Luiz
Franklin Ferro Teixeira Junior
Gabriel Oliveira Souza
Gabrielli Brandão Fabris
Giovanna Nunes dos Santos
Guilherme KenjiIkematsu Preto
Gustavo Martins de Almeida
Igor Cesar Roeda Favareto
Isabela Fumagali Falcão da Silva
Juliana Cristina Damaceno
Kaique Felipe Santos Silva
Kaue Matheus Ferreira Pinto
Lucas dos Santos Alves
Maria Eduarda Aguiar Teixeira
Matheus Araujo de Oliveira
Paloma Valesca Rodrigues Silva
Talia Santana de Oliveira
Tatiane Maria da Silva
Thiago Maciel
Vinicius Cassalho Araujo
65
Turma 4º ano D Professora Damaris Lemos Ramos de Carvalho
Christhian Kaua Ferreira da Silva
Eduardo Henrique da Silva
Ezequiel Vitor de Oliveira Balbino Araújo
Felipe Santos Inácio
Geiza Gabriele Moraes Santos
Gleice Kelly dos Santos Mendes
Ida Emanuele Moraes Santos
Isac William Silva Santos
João Victor Lima dos Santos Manco
Luanna Stefany de Aguiar Ribeiro
Matheus Marques Morais da Silva
Millena Cristina de Souza Marcondes Luz
Monica Vieira Costa da Silva
Nicolas Dias da Costa
Rebeca Santos Domingues de Araújo
Renata da Silva
Ryan Santos Figueredo
Sthefany Mariani da Silva
Yasmin Lacerda Campos
Carlos Henrique da Silva Leite
Pedro Henrique Melo Sormani
Ricardo dos Santos Silva
Nicolas Alves da Silva
66
Turma 4º ano E
Professora Vanécia Keila da Silva
Alice Lima Correia Arthur de Araújo Oliveira Bruno Felipe de Lima Derik Cruz Lobo Fabricio Freitas Bedoya Gabriel Figueiredo Neto Geovana dos Santos Simião Alves Jennifer Gonçalves de Souza Julia Belmiro Guilardi Julia de Sousa Santos Lucas Araújo do Nascimento Lucas Silva Santos Luiz Gustavo Santos Pinheiro Mariana Vieira Lacerda Nicolas Kenan Melo Silva Paulo Henrique Alves da Silva Rafael de Souza Rocha Ricardo Lino da Silva Sabrina Xavier Ribeiro Stefani Leite da Silva Talia Oliveira dos Santos Victor Anésio Torres Pereira Gabriel Santos Oliveira Marcela Santos de Souza Taciel Gomes Cruz Junior Enderson Iuri Lourenço da Silva
67
Turma 4º ano F Maria Carolina Corrêa Ignácio
Abner Belfort Sousa do Carmo
Adrieli da Silva Santana
Bianca Conceição Soriano
Cauan Apolinario da Silva
Danilo Brandão Monteiro dos Santos
Fernanda Roberto Sena
Gabriel Toledo
Gustavo Pereira de Souza
João Gustavo Goes da Silva
José Adrian Silva Santos
Kemili Aparecida Nicomedes de Santana
Leticia Soares
Luiz Fabiano Martins de Souza
Luiz Henrique da Silva
Lyvia Brizola da Silva
Priscila da Silva Souza
Rafaela Theodoro da Silva
Rebeca Sousa da Silva
Rodney Silva de Oliveira
Sara da Silva Souza
Talita Oliveira dos Santos
Thais da Silva Santos
Thiago Rodrigues da Silva
Natália de Souza Mendonça
68
Turma 4º ano G
Professora Falangem das Neves Souza Rodrigues
Amanda Santos de Santana
Ana Beatriz Gonçalves e Silva
Estevão dos Santos Silva
Evelyn da Silva Pereira
Eveni Silveira dos Santos
Fabrício Henrique Rezende da Silva
Gabriel Luiz Papa
Jennefer Kelly Domingos Brito
Kaique Pereira dos Santos
Lais Naomy Yamasato Nakamo
Lais Roberta Crispim da Cruz
Larissa dos Reis Silva
Letícia Juliana André Leite
Marcelo Henrique Aparecido Rocha
Marcos Vinicius de Brito Serafim
Mariana Oliveira Costa
Mariana Reis Santos
Ronaldo Lopes dos Santos
Tabata Queiroz de Souza
Thaina de Oliveira Silva
Vinicius Gomes Alves
Willian Souza Silva
Brenda Vitoria da Silva
Camilly Cristina Crispim Soares Silva
69
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