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CRECHE OBRA DE SANTA ZITA
PROJECTO PEDAGÓGICO
SALA DOS PEIXINHOS
2011 / 2012
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Tema Geral da Obra, Eu e Tu Somos Nós.
Subtema da Creche Obra de Santa Zita
da Penha de França, De Mãos Dadas a
Descobrir e Aprender.
Sala: Dos Peixinhos
Grupo: 1 ano
Equipa Pedagógica:
Coordenadora – Henriqueta Monteiro
Educadora – Sónia Afonso
Técnica de Apoio à Infância – Cristina Duarte
Ajudante Acção Educativa – Carla Alexandra
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Índice
- Introdução……..................................................... pág. 6
- Fundamentação Teórica………………………………….pág. 9
- Caracterização da Faixa Etária ………………………..pág. 11
- Acções a Desenvolver……………………………………. pág. 13
Objectivos Gerais e Estratégias
- Caracterização do Grupo ………………………………. pág. 17
Caracterização do Espaço………………………………… pág. 19
• Espaço Interior
• Espaço Exterior
- Caracterização do Tempo ………………………………pág. 22
• Organização do dia-a-dia das crianças
• Rotinas Diárias; objectivos gerais
- Plano de Actividades………………………………....……………..pág. 25
-Datas Festivas; Datas das Reuniões……………….……pág.29
- Avaliação ………………………………..….………………. pág. 30
- Bibliografia …….……………………………….………….. pág. 31
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Quando me virem a montar blocos
A construir casas, prédios, cidades
Não digam que estou só a brincar
Porque a brincar, estou a aprender
A aprender sobre o equilíbrio e as formas
Um dia, posso vir a ser engenheiro ou arquitecto.
Quando me virem a fantasiar
A fazer comidinha, a cuidar das bonecas
Não pensem que estou só a brincar
Porque a brincar, estou a aprender
A aprender a cuidar de mim e dos outros
Um dia, posso vir a ser mãe ou pai.
Quando me virem coberto de tinta
Ou a pintar, ou a esculpir e a moldar barro
Não digam que estou só a brincar
Porque a brincar, estou a aprender
A aprender a expressar-me e a criar
Um dia, posso vir a ser artista ou inventor.
Quando me virem sentado
A ler para uma plateia imaginária
Não riam e achem que estou só a brincar
Porque a brincar, estou a aprender
A aprender a comunicar e a interpretar
Um dia, posso vir a ser professor ou actor.
Quando me virem à procura de insectos no mato
Ou a encher os meus bolsos com bugigangas
Não achem que estou só a brincar
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Porque a brincar, estou a aprender
A aprender a prestar atenção e a explorar
Um dia, posso vir a ser cientista.
Quando me virem mergulhado num puzzle
Ou nalgum jogo da escola
Não pensem que perco tempo a brincar
Porque a brincar, estou a aprender
A aprender a resolver problemas e a concentrar-me
Um dia posso vir a ser empresário.
Quando me virem a cozinhar e a provar comida
Não achem, porque estou a gostar, que estou só a brincar
Porque a brincar, estou a aprender
A aprender a seguir as instruções e a descobrir as diferenças
Um dia, posso vir a ser Chefe.
Quando me virem a pular, a saltar a correr e a movimentar-me
Não digam que estou só a brincar
Porque a brincar, estou a aprender
A aprender como funciona o meu corpo
Um dia posso vir a ser médico, enfermeiro ou atleta.
Quando me perguntarem o que fiz hoje na escola
E eu disser que brinquei
Não me entendam mal
Porque a brincar, estou a aprender
A aprender a trabalhar com prazer e eficiência
Estou a preparar-me para o futuro
Hoje, sou criança e o meu trabalho é brincar.
(Poema de origem desconhecida)
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Introdução
“A criança não é um recipiente que devemos encher, mas um fogo que
devemos atear”.
Montaigne
O Tema Geral da Obra de Santa Zita, para o ano lectivo de 2011/2012
é: “Eu e Tu Somos Nós”.
A partir do Tema Geral da Obra, a Creche de Santa Zita da Penha de
França, escolheu o Subtema “De Mãos Dadas a Descobrir e a
Aprender” para realizar o Projecto Curricular da Instituição e a partir
deste elaborar e desenvolver o Projecto Pedagógico das Salas.
Este Projecto tem como objectivo dar a conhecer o trabalho pedagógico
que realizamos e onde defendemos que o papel da Família é
fundamental.
A Creche em colaboração com as famílias deve, assim, promover um
ambiente rico em estímulos e desafios, para que cada criança cresça e
se desenvolva feliz, caminhando no sentido de uma maior autonomia,
auto-estima e amor pelo próximo.
A Creche constitui uma das primeiras experiências da criança num
sistema organizado, exterior ao seu círculo familiar, onde irá ser
integrada e no qual se pretende que venha a desenvolver determinadas
competências e capacidades.
Em Creche o principal não são as actividades planeadas, mas sim as
rotinas diárias e os tempos de actividades livres.
A Prática Educativa que irei adoptar será a Pedagogia Interactiva que
tem por base as relações. Todos os momentos da Creche (ex.:
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alimentação, muda de fralda, estar no recreio, entre outros) são
verdadeiros suportes educativos para o bem-estar e desenvolvimento da
criança; Cada criança tem necessidades e comportamentos diferentes,
os que pretendo respeitar e fazer com que sinta orgulho em si própria,
vou procurar investir numa atenção individualizada; o ambiente que a
criança descobre e experimenta tem um grande impacto sobre as suas
vivências, logo acredito na importância de criar um ambiente afectivo
estável e no estabelecer de fortes relações de amizade e respeito mútuo.
Depois de fazer 1 ano a criança entra numa nova etapa do seu
desenvolvimento. No primeiro ano, a criança habituou-se a ver, escutar
e a dirigir comovimento das suas mãos, agora ao conseguir manter-se
de pé e a dar os primeiros passos, vai interagir com os objectos que
encontra à sua volta, demonstrando intencionalidade.
Uma vez que a criança é construtora do seu próprio desenvolvimento,
transformando e ampliando as suas aprendizagens, partiremos daquilo
que elas já sabem, dos seus interesses e motivações, para adquirir
novos conhecimentos através de experiências práticas e ajudar a
verbalizar o que cada um já sabe e o que está a fazer, aquilo que quer e
que precisa.
“Através da coordenação do paladar, tacto, olfacto, visão, audição,
sentimento e acções, [os bebés e crianças] são capazes de construir
conhecimento.”
(Post e Hohmann; 2004: 23)
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PRINCÍPIOS EDUCATIVOS EM CRECHE- Segundo Gabriela Portugal
Princípio 1 – Envolver as crianças nas coisas que lhes dizem respeito
Princípio 2 – Investir em tempos de qualidade procurando-se estar
completamente disponível para as crianças
Princípio 3 – Aprender a não subestimar as formas de comunicação
únicas de cada criança e ensinar-lhe as suas
Princípio 4 – Investir tempo e energia para construir uma pessoa
“total”
Princípio 5 – Respeitar as crianças enquanto pessoas de valor e ajudá-
las a reconhecer e a lidar com os seus sentimentos
Princípio 6 - Ser verdadeiro nos nossos sentimentos relativamente às
crianças
Princípio 7 – Modelar os comportamentos que se pretende ensinar
Princípio 8 – Reconhecer os problemas como oportunidades de
aprendizagem e deixar as crianças tentarem resolver as suas próprias
dificuldades
Princípio 9 – Construir segurança ensinando a confiança princípio
Princípio10 – Procurar promover a qualidade do desenvolvimento em
cada fase etária, mas não apressar a criança para atingir determinados
níveis desenvolvi mentais.
Educação de Bebés em Creche – Perspectivas de Formação Teóricas e
Práticas, Gabriela Portugal.
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Fundamentação Teórica
” De Mãos Dadas a Descobrir e Aprender”, é o subtema que este ano
a Creche escolheu para desenvolver com as crianças. Incutindo nas
crianças valores como a solidariedade e a amizade, estaremos a
contribuir para o crescimento integral das gerações futuras”. A primeira
infância é o alicerce da personalidade para a vida do adulto.
Educar para os afectos leva-nos à descoberta do eu e do outro, pela
interiorização de um conjunto de valores e atitudes que se treinam nas
relações interpessoais e se exprimem nos afectos, nas emoções nos
sentimentos; estabelecer laços de confiança e amizade; conhecer e
valorizar a amizade; relacionar-se com os colegas e adultos.
Ao ingressar na Creche as crianças continuam o processo de
socialização que se iniciou na família. É um momento de
DESCOBERTAS! Conquistas, aprendizagens, desenvolvimento e
aquisição de competências.
O Desenvolvimento do Ser Humano é uma fascinante aventura.
A criança deve estar activamente envolvida na aprendizagem e construir
o conhecimento a partir da interacção com o mundo que a rodeia.
O papel dos adultos, é criar condições que estimulem a criança à
descoberta de si, dos pares e do mundo que a rodeia.
A solidariedade é, sem dúvida, a forma mais sublime de alguém
expressar o seu amor.
É um sentimento nobre, ninguém neste mundo foi tão solidário com as
pessoas como Jesus Cristo. Ele ensinou-nos a repartir o pão, mostrou-
nos como devemos ser solidários com os mais fracos e oprimidos. Foi
Ele que melhor encarnou o espírito de solidariedade. Vamos criar na
Sala o Cantinho da Bíblia, demonstrando e incutindo nas crianças a
importância deste livro. Partindo de algumas histórias e parábolas
Bíblicas, iremos trabalhar algumas temáticas, como por exemplo
Família, a Amizade e a Solidariedade entre Todos, entre as crianças e
entre as crianças e adultos.
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Pretendemos também leva-los a descobrir um amigo especial Jesus.
As relações de amizade proporcionam à criança a descoberta de
muitos aspectos sobre a convivência em grupo, como por exemplo, a
percepção de estar com o outro, o respeito e a interiorização das normas
Nos primeiros meses de vida a criança relaciona-se basicamente com a
sua família; (a base educativa e de formação de carácter de uma criança
é a família, núcleo motivador de conversas, experiências e de partilha de
sentimentos e conhecimentos).
O Processo de vinculação que a criança estabelece com a mãe, o pai e
os irmãos é a base fundamental para a construção dos laços afectivos
que a irão sustentar ao longo da vida.
A infância é uma etapa onde, o lúdico assume um papel fundamental
através das brincadeiras, na aprendizagem e na aquisição de
competências ao nível psíco social, cognitivo, sensório motor e afectivo.
Em jeito de conclusão as vivencias na creche permitem a descoberta do
Eu, do Tu, e do Nós, fomenta a auto-estima, a confiança, e estimula a
capacidade da criança de se tornar independente face aos desafios
futuros com que irá sendo confrontada ao longo do seu
desenvolvimento.
Caracterização Geral da Faixa Etária
Com um ano, a criança ainda se encontra no estádio sensório motor,
conquistando o mundo que a rodeia, através da sua própria acção.
Segundo Piaget, esta fase é caracterizada pela permanência do objecto,
isto é, embora um objecto não esteja presente a criança sabe que ele
existe.
As explorações que a criança realiza, permitem-lhe descobrir as suas
propriedades, sendo a criança a partir dos 18 meses, capaz de prever
certas situações pois já possui alguma capacidade de representar
mentalmente.
Assim nesta idade a criança já se sente mais autónoma, querendo
comer sozinha, ajudando no vestir, dizendo adeus entre outros
comportamentos.
Nesta fase, as crianças gostam de se afirmar, impondo a sua vontade
através de gritos, batendo os pés, tendo por vezes alguns
comportamentos agressivos, quando contrariadas. Aspectos estes que
vão de encontro ao que diz Erickson que defende que crianças desta
idade se encontram num estádio de confiança versus desconfiança,
ansiando a criança pela sua autonomia. Este aspecto, implica que o
adulto promova estratégias que permitam a criança ser autónoma,
estabelecendo os limites, com base na funcionalidade e compreensão.
Relativamente a linguagem, nota-se um aumento de vocabulário,
entrando num estilo abreviado.
Nesta fase, a criança é extremamente egocêntrica, sendo o seu
relacionamento com os outros bastante difícil.
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Características desta Faixa Etária
Idade Cognição Linguagem Motricidade Socialização
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Meses
Esconde objectos
Compreende ordens simples e proibições; Imita sons; Diz três palavras; Realiza gestos.
- Gatinha; põe-se de pé agarrada; - Atira bolas; - Agarra objectos como polegar e o indicador.
- Comunica emoções, brinca juntamente com outros mas sem interacção.
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Meses
- Realiza jogos de encaixe; -Constrói torres de 2 cubos;
- Sopra; -Identifica figuras;
- Garatuja; reconhece partes do seu corpo; - Põe-se de pé e anda sozinha; - Abre a fecha caixas; - Sobe escadas de gatas e desce de costas;
- Diz obrigado e adeus; -Ajuda nas diferentes rotinas;
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Meses
- Reconhecem desenhos; - Constrói torres de 4 peças; - Faz puzzles de duas peças.
- Vocabulário médio de 10 palavras; - Faz frases com duas palavras; -Diz o seu nome.
- Folheia livros; caminha rapidamente; - Sobe cadeiras e escadas, mantém o pé-coxinho durante alguns instantes;
- Diz quando faz chichi; - Começa adquirir algum controlo dos esfíncteres; -Reage a mudanças de rotina; - Inicia brincadeiras;
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Meses
- Procura e encontra objectos escondidos.
- Responde a “o que é isto?”
- Aperta fechos de correr e sobe e desce calças desabotoadas.
- Brinca com outras crianças
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Acções a Desenvolver
Objectivos Gerais e Estratégias
A Nível Psico-motor
Conteúdos:
1 - O Corpo e a Própria Imagem
Objectivos:
- Reconhecer-se ao espelho;
- Reconhecer partes do corpo;
- Reconhecer pessoas familiares;
- Reconhecer objectos pessoais;
- Desenvolver a sua autonomia nas rotinas diárias;
- Ser capaz de demonstrar as suas necessidades básicas.
2- Jogo e Movimento
Objectivos:
- Brincar com amigos partilhando;
- Arrumar a sala;
- Adquirir o controlo e a coordenação corporal;
- Desenvolver as suas habilidades motoras básicas;
Estratégias
- Identificar as diferentes partes que o constituem através de:
- Imitação de gestos,
- Canções,
- Lengalengas,
- Jogos de movimento,
- Subir e descer
- Empurrar objectos com rodas,
- Andar, parar, correr.
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A Nível Sócio-afectivo
Conteúdos:
1 – A Vida em Sociedade
Objectivos
− Respeitar a individualidade de cada criança;
− Estabelecer com a criança uma relação afectiva;
− Desenvolver o espírito de grupo com a descoberta do outro;
− Adaptar-se a vida em grupo;
− Participar na vida em grupo;
− Explorar o mundo que a rodeia;
− Necessidade de neutralizar conflitos;
− Aquisição de regras simples;
− Desenvolver a autoconfiança e a autonomia;
Estratégias
− Ajudar a criança a tolerar as ausências dos pais, permitindo-lhe os
objectos transitivos (chucha, fralda, boneco, …)
− Actividades em grupo – canção onde integrem o nome de cada
criança;
− Brincar e falar directamente com a criança;
− Valorizar todos os seus progressos;
− Estar disponível para a criança;
A Nível Cognitivo
Conteúdos:
1 - A Linguagem Oral
Objectivos
- Desenvolver a comunicação/linguagem;
- Aumentar o vocabulário;
- Estimular a memorização: auditiva, visual e táctil;
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- Despertar para a atenção;
- Compreender e executar tarefas simples;
- Nomear pessoas e objectos familiares;
- Verbalizar frases simples;
- Ser capaz de associar o objecto ao nome;
- Ter compreensão de tudo o que ouve;
-Ter conhecimento verbal do seu corpo, alimentos, vestuário,
brinquedos, animais, acções e noção de espaço;
Estratégias:
- Chamar cada criança e adulto pelo seu nome
- Articular correctamente as palavras
- Falar durante as brincadeiras
- Estimular os gestos simples: palmas, adeus, etc.
- Ser expressiva a falar
- Pedir favores simples: objectos que a criança conhece
- Cantar canções, histórias e lenga-lengas
- Imitar sons
- Repetir várias vezes perguntas simples
- Encher e esvaziar caixas com objectos diferentes, nomeá-los e pedir à
criança que os nomeie
- Incentivar a criança a brincar com jogos e fantoches
2- Expressão Plástica
Objectivos:
- Utilizar e contactar diferentes formas de expressão;
- Conhecer diferentes materiais;
- Desenvolver o sentido do tacto;
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3 – Expressão Musical
Objectivos:
- Desenvolver a percepção auditiva;
-Contactar com diferentes estilos musicais, ritmos e instrumentos;
- Ser capaz de se exprimir musicalmente;
4 – Expressão Dramática
Objectivos:
- Ser capaz de exprimir emoções, imitar acções, utilizando todo o seu
corpo;
- Realizar pequenas situações do faz de conta;
5 - Expressão Motora
Objectivos:
- Contornar obstáculos;
- Equilibrar-se;
- Executar movimentos de encaixe e desencaixe; levar; abrir e fechar;
- Desenvolver o movimento de pinça;
- Desenvolver o sentido do tacto;
- Maior autonomia física;
- Aquisição da marcha, correr, subir, descer, saltar, vestir, despir;
- Aquisição de maior controlo e coordenação motora;
- Conhecimento dos espaços, permitindo para isso uma exploração
activa dos objectos;
- Estimular a percepção auditiva, táctil, visual, gustativa e olfactiva;
- Conhecimento do seu esquema corporal de forma a saber nomear as
várias partes do corpo;
- Boa preensão do lápis, colheres, etc.
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Estratégias
� - Através de jogos: de construções, de movimentos, de encaixe
etc.
- Historias e canções
- Deixar a criança comer sozinha
- Dar revistas e livros à criança para manusear
- Dar a criança materiais que possibilitem um desenvolvimento global
mais amplo como a pintura com as mãos, massa de cor, digitinta,
desenho com lápis de cera e marcadores
Caracterização do Grupo
O grupo é composto por 16 crianças (com idades compreendidas entre
os 12 e os 20 meses) o que faz com que o grupo se encontre em fases
distintas do seu desenvolvimento.
Todos os elementos do grupo estão em processo de adaptação geral
(sala, grupo de crianças, adultos e rotinas).
Ao Nível Motor, todas as crianças adquiriram a marcha à excepção das
duas mais novas; a marcha está consolidada, deslocando-se para todo o
lugar, sobem e descem estruturas.
Na Rotina da Alimentação a maioria do grupo necessita ainda de algum
auxílio do adulto, contudo mostram interesse em pegar na colher
sozinhos, algumas crianças utilizam a mão para comer. Ao Nível da Linguagem, algumas crianças começam a exprimir-se
verbalmente, embora ainda com pouca variedade de palavras, cada dia
que passa vai sendo uma conquista a nível de vocabulário.
Na Rotina da Higiene todas as crianças usam fralda, três crianças do
grupo já vão à sanita.
Na Rotina do Repouso, a maioria do grupo revela-se difícil de adormecer
e de permanecer na cama acordados sem a presença do adulto.
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Assim podem-se destacar as seguintes características deste grupo:
- O grupo é activo bastante, expressivo e bem-disposto.
- 2 crianças que ainda não adquiriram a marcha;
- Interessam-se por bolas, livros e canções mimadas.
- Três das crianças já vão à sanita.
- Todas reconhecem o seu nome; identificam os seus colegas
- Egocentrismo muito presente nas suas brincadeiras;
- Algumas crianças já dizem sim e não.
- Algumas crianças realizam recados.
A Equipa Educativa é constituída por uma Educadora, uma Auxiliar de
Educação com Curso Técnico Auxiliar de Infância de Nível III /
Estagiária da ESEI Maria Ulrich e uma Ajudante de Acção Educativa.
Crianças Data de Aniversário Idade no Momento
M. C. 17 de Setembro de 2010 1 Ano
J. M. 22 de Outubro de 2010 1 Ano
V.F. 04 de Janeiro de 2010 21 Meses
A.C. 18 de Janeiro de 2010 21 Meses
L.L. 14 de Fevereiro de 2010 20 Meses
B.P. 17 de Fevereiro de 2010 20 Meses
A.P. 24 de Fevereiro de 2010 20 Meses
M.C. 26 de Março de 2010 19 Meses
D.M. 22 de Março de 2010 19 Meses
V.F. 21 de Abril de 2010 18 Meses
M G. 10 de Abril de 2010 18 Meses
M.B. 18 de Abril de 2010 18 Meses
J.M. 05 de Maio de 2010 17 Meses
G.C. 01 de Junho de 2010 16 Meses
D.P. 08 de Junho de 2010 16 Meses
I.S. 17 de Junho de 2010 16 Meses
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Caracterização do Espaço
Espaço Interior
A Sala dos Peixinhos está situada no 2º andar.
Recursos Materiais da Sala
• Equipamento Fixo
- 19 Cabides - 3 Placas de Aquecimento - 3 Placards
• Equipamento Móvel
- 2 Espelhos - Tapete - Cesto para o lixo - Rádio
- Cilindros de espuma - Espreguiçadeiras - Móvel com jogos didácticos - Móvel com material escolar, desperdícios e outros - Caixas com jogos - Estante para os livros da biblioteca - Casa de Plástico
• Casa de Banho
- 3 Sanitas - 1 Lavatório - Móvel de prateleiras de parede - Móvel de parede - Móvel de mudas com gavetas
• Material Didáctico
- Jogos de encaixe - Jogos de mesa - Jogos de construção - Puzzles de cartão e madeira - Livros de cartão e plástico -1 Andarilho -Bolas de vários tamanhos
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• Material de Desgaste
- Canetas de feltro - Lápis de cor - Lápis de cera - Borracha - Tesouras - Fita-cola - Lápis de carvão - Cola - Cartolinas - Papel cenário - Papel de máquina A3 - Papel manteiga - Papel crepe - Papel lustro - Papel autocolante - Tintas - Copos para a tinta - Pincéis - Plasticina - Farinha
Espaço Exterior
A zona do recreio é comum às três Salas da Creche; possui recursos
que promovem o desenvolvimento motor das crianças, estes materiais
constituem um desafio constante, testando o equilíbrio, a coordenação e
a agilidade das crianças.
Proporciona uma grande diversidade de situações e aprendizagens, que
podem ser momentos educativos intencionais, ou não, que são tão
importantes como as aprendizagens que se realizam dentro da sala.
- Recursos Materiais do Espaço Exterior
• Equipamento de plástico. Este é constituído por:
- 1 Escorrega - Túneis - Escalada - Casinha
- Triciclos - Brinquedos diversos
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Caracterização do Tempo Organização do Dia-a-Dia das Crianças
7H45 / 9H15 – Acolhimento / Brincadeira livre
9H15 / 9H30 – Momento do Tapete
9H30 / 10H30 – Actividades Orientadas / Brincadeira Livre
10H30 / 10H45 – Arrumar a Sala / Brincadeira Livre / Higiene
10H45 / 11H30 – Almoço
11H30 / 12H00 – Higiene 12H00 / 14H30 – Repouso 14H30 / 15H00 - Levantar do Repouso / Arrumar da Sala / Higiene
15H00 / 15H30 – Lanche 15H30 / 16H15 – Higiene
16H15 / 18H00 – Saída / Actividades Livres e/ou orientadas 18H00 / 19H00 - Prolongamento /Actividades Livres
Nota: Cada criança tem o seu ritmo próprio, logo estes horários são
flexíveis de acordo com as necessidades do grupo e de cada criança.
Rotinas Diárias
Ao longo do dia ocorrem, momentos que se repetem diariamente, aos
quais chamamos “Rotinas Diárias”: o acolhimento, os bons dias, o
recreio, almoço, momentos de actividades orientadas, etc., são alguns
exemplos.
Trata-se de momentos que permitem estruturar o dia-a-dia, de forma a
gerir melhor o tempo, mas que são suficientemente flexíveis, uma vez
que lidando com crianças tão pequenas, muitas vezes acontecem
pequenos imprevistos.
Estas rotinas funcionam como um importante suporte para o trabalho
do educador, já que todas as rotinas são intencionalmente preparadas e
educativas.
A rotina diária é também muito importante, para a criança, uma vez
que proporciona uma sequência de acontecimentos que elas seguem e
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compreendem, ou seja, oferece-lhes uma estrutura dos acontecimentos
do dia, permitindo que as crianças antecipem os acontecimentos que se
vão seguir, funcionando como uma estrutura de segurança e
promovendo também a sua autonomia.
Rotina do Acolhimento
Objectivos Gerais:
− Aceitação da separação.
− Identificação das pessoas e da organização da sala.
− Interesse pela relação afectiva.
− Adaptação aos ritmos e às rotinas da sala.
− Respeito pelo ritmo de cada criança.
− Manifestações das necessidades.
− Expressão verbal ou gestual de sentimentos, interesses e
necessidades.
Rotina da Alimentação
Objectivos Gerais:
- Aprender a ter autonomia nas refeições.
- Sentar-se bem à mesa e não se distrair.
- Respeitar o ritmo de cada criança.
- Expressar as suas necessidades.
Rotina da Higiene
Objectivos Gerais:
- Controlo dos esfíncteres (respeitando o tempo de cada criança).
- Respeitar a higiene de cada criança
- Cooperação da criança no acto de vestir e despir
- Fazer com que a criança se sinta segura e feliz neste momento tão
Íntimo que é a muda da fralda.
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Rotina do Repouso
Objectivos Gerais:
- Identificar e dirigir-se para a sua cama.
- Respeitar o ritmo de cada criança.
- Utilizar os objectos pessoais para acalmar e adormecer.
- Saber estar em silêncio quando acordada.
- Respeitar as outras crianças.
- Adormecer com o menos possível de apoio dos adultos
- Desenvolver a capacidade de calçar os sapatos sozinha.
Plano de Actividades
Importa lembrar que…
- Não existem jogos nem actividades especiais em si próprios. O calor e
a afectividade que as envolvem é que contam. As crianças pequenas
sentem o encorajamento para aprender, experimentar e apreciar.
- As actividades devem ser integradas na estrutura dos contactos
naturais com as crianças. Elas quererão aprender e mostrar-se-ão
interessadas em tudo o que se passa à roda e sobretudo sentir-se-ão
encorajadas para serem activas e curiosas.
- A conduta dos adultos é um modelo para a conduta das crianças. A
criança pequena é naturalmente imitadora e apodera-se facilmente dos
procedimentos que usamos a seu respeito e torna-se nervosa e irritável
se não temos em conta as suas necessidades.
Se a criança está apreciar qualquer coisa e deseja continuar, não deve
ser interrompida. Não se deve forçar a criança a mudar de actividade,
apenas porque se pensa que é altura dela fazer outra coisa.
Deve-se deixar ter a experiência repetida de ser capaz de completar uma
actividade e satisfazer completamente a sua curiosidade à acerca de um
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objecto. A sua capacidade de atenção será maior se lhe for permitido
seguir o seu próprio ritmo e interesse.
Nota: As Planificações Semanais e as Actividades Calendarizadas neste
Projecto podem sofrer alterações de acordo com as necessidades do grupo.
Temas: A Sala / O Outono / S. Martinho / O Inverno / O Natal
• Setembro − Promover a adaptação das crianças às regras, rotinas da
Creche, espaços, amigos e adultos; − Criar laços de afecto ente adultos e crianças e entre crianças; − Despertar sentimentos de bem-estar, segurança e
autoconfiança, bem como respeito; − Criar boas relações com as famílias correspondendo às suas
necessidades e atendendo às suas dúvidas;
• Outubro
− Desenvolver o sentido da visão; − Assinalar a chegada do Outono - actividades alusivas à estação; − Distinguir a existência de várias cores; − Fomentar o gosto por conhecer e contactar – (Folhas de Outono);
• Novembro
− Actividades alusivas ao S. Martinho; − Maria Castanha – Fantoches (valorizar a amizade, a importância
das relações afectivas); − Proporcionar a exploração de sensações, através da estimulação
dos sentidos (visão, paladar) − Sentimentos e Expressões;
• Dezembro
− Os Afectos - fomentar valores de inter-ajuda, compaixão, carinho, amizade;
− Valorizar tradições; − Desenvolver hábitos de colaboração e articulação entre
Família/Criança/Instituição; − Decoração de Presépios com o apoio das famílias - Estrela; − Assinalar a chegada do Inverno - actividades alusivas à estação − Preparação da Prenda de Natal; − Construção de uma Árvore de Natal da Instituição; − História do Nascimento de Jesus; − Decoração da instituição; − Partilhar momentos de convívio – Festa de Natal;
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Temas: Os Reis / O Carnaval / A Primavera / O Dia do Pai / A Páscoa
• Janeiro
− Promover a tradição dos Reis Magos de forma lúdica e criativa; − O Dinossauro Rabugento – Fantoches – descobrir a importância
da amizade, os afectos; − O Animais;
• Fevereiro
− Assinalar o Carnaval – Baile de Mascaras na Sala; − As Cores - distinguir a existência de várias cores; − Eu e o meu corpo – (identificar as partes constituintes do corpo
humano);
• Março
− Valorizar a importância da figura paternal; − Elaboração da Prenda do Pai; − Contribuir para o desenvolvimento de laços afectivos; − Celebração do Dia do Pai; − Assinalar a chegada da Primavera - ; actividades alusivas à
Estação − A Galinha Ruiva – Peça de Teatro – a importância da
Solidariedade e do grupo; − Celebrar o dia da Árvore – actividade colectiva
• Abril
− Preparação da Páscoa; − Vinda do "Coelhinho da Páscoa" e caça ao tesouro do ovo da
Páscoa. − Dia Mundial do Livro Infantil – dia 23, (troca de livros entre as
crianças); Temas: O Dia da Mãe / O Dia da Criança / O Verão / A Piscina
• Maio
− Valorizar a importância da figura maternal; − Contribuir para o desenvolvimento de laços afectivos; − Elaboração da Prenda da Mãe; − Comemoração do Dia da Mãe; − Assinalar o Dia Internacional Das Famílias; − Parábola do Filho Pródigo – Fantoches;
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• Junho
− Reconhecer e valorizar-se como criança; − Sensibilizar a comunidade escolar para a importância do
cumprimento dos Direitos da Criança; − Celebração do Dia da Criança; − Passeio ao Jardim Zoológico; − Elaboração das Prendas das Crianças pela equipa de Sala; − Assinalar a chegada do Verão – actividades alusivas à estação; − Favorecer o convívio entre a comunidade escolar – Almoço − Partilhado; no Jardim Marechal Carmona;
• Julho
− Proporcionar momentos que marquem com alegria o fim de um ano.
− Piscinas; − Comemorar o Dia dos Avos;
Estratégias
- Canções – Memorização, linguagem, ritmo, gosto pela música,
disciplina;
- Lenga-lengas – Exploração dos sons e ritmos, expressão através da
linguagem oral, gestual e corporal
- Pintura com dedo, mãos e pés – Exploração de diferentes materiais,
cores, formas e texturas, controlo da motricidade, gosto estético
- Jogos – Compreensão de regras, socialização
- Modelagem – Controlo da motricidade, capacidade de exploração
- Rasgagem e colagem – Motricidade, autonomia, iniciativa
- Histórias – Descoberta de si e do outro, linguagem verbal e não
verbal, imaginação
- Fantoches – Concentração, visualização
- Brincadeira livre e orientada – Socialização autonomia, liberdade de
escolha
- Lanches Convívio – Intercâmbio Escola/Família
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Datas Festivas
- São Martinho
- Festa de Natal
- Dia dos Reis
- Baile de Carnaval
- Dia Do Pai
- Páscoa
- Dia da Mãe
- Festa de Final de Ano
- Festa dos Avós
Datas de Reuniões
- Outubro: Reunião Pais / Sala
- Março: Reunião de Avaliação Trimestral
- Junho: Reunião de Avaliação Final
Avaliação
Avaliar é uma forma de consciência sobre o que foi posto em prática e
de melhor planear as actividades futuras.
Avaliar consiste em recolher, ao longo do processo de aprendizagem,
dados que permitam obter informação acerca da forma como se está a
desenvolver o processo, de modo a poder ajustar a intervenção
educativa. A avaliação é o suporte de toda a formação educativa.
Por esta razão temos implantado várias formas de análise e de
procedimento para que a avaliação seja a mais precisa e correcta
possível.
Este Projecto poderá sofrer alterações de acordo com as necessidades
do grupo e da instituição.
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- Observação sistemática das crianças.
- Constante avaliação das práticas, do desenvolvimento individual de
cada criança e do funcionamento e gestão do grupo
- O PDI trimestral será dado a ler aos pais e que no final do ano será
entregue.
- O PDI Final, é um somatório de todas as Avaliações realizadas até
então.
- Conversas formais e ou informais com os pais e família para colher
informações e prestar esclarecimentos sobre o processo educativo da
criança.
- Como suporte das Avaliações encontram-se os trabalhos realizados e
os registos fotográficos.
Bibliografia � PORTUGAL, Gabriela, (2000) Educação de Bebés em Creche-
Perspectivas de Formação Teóricas e Praticas. Revista Infância e
Educação, nº1. Departamento de Ciências da Educação.
Universidade de Aveiro.
� Ministério da Educação (1997) Orientações Curriculares para a
educação Pré- Escolar. Lisboa: Ministério Da Educação.
� Brazelton, T. Berry, “O grande livro da Criança”, Lisboa,
EditorialPresença, 1995
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