cpi recebe extratos bancários até amanhã · 2005-07-15 · dos do pt. sigmaringa disse esperar...

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ANO 7 - Número 1471Brasília-DF, segunda-feira, 18 de julho de 2005 www.camara.gov.br • jornal@camara.gov.br • Fone: (61) 3216-1666 • Fax: (61) 3216-1653

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ImpressoEspecial

11204/2002-DR/BSBCÂMARA DOS

DEPUTADOS

CORREIOS

O presidente do BancoCentral, Henrique Meirelles,disse, na sexta-feira, ao presi-dente da CPMI dos Correios,senador Delcidio Amaral, queo prazo de cinco dias dado aosbancos para enviar os extratosbancários de pessoas investiga-das pela CPMI dos Correios ter-mina amanhã. Delcidio foi aoBanco Central pedir mais cele-ridade na remessa das informa-ções, principalmente do Bancodo Brasil e da agência do BancoRural no Brasília Shopping.Nessa agência, teriam ocorridograndes saques nas contas dasempresas do publicitário.

CPI recebe extratos bancários até amanhã

Deputados do PT anunci-aram as providências que es-tão tomando contra o líder doPFL, deputado Rodrigo Maia,que, na quinta-feira, divulgoulevantamento apontando a idade pessoas ligadas a eles àagência do Banco Rural.

No documento divulgadopor Rodrigo Maia, aparecemos nomes de nove deputadospetistas: João Paulo Cunha,Vicentinho e Devanir Ribeiro,de São Paulo; Sigmaringa Sei-xas e Wasny de Roure, do Dis-

Deputados anunciam medidas contradenúncias de Rodrigo Maia

trito Federal; Josias Gomes eZezéu Ribeiro, da Bahia; Pau-lo Rocha, do Pará; e PauloDelgado, de Minas Gerais.

O deputado SigmaringaSeixas entrou com uma repre-sentação junto à Mesa da Câ-mara, por quebra de decoroparlamentar, contra RodrigoMaia, por considerar que elefez declarações “levianas e ir-responsáveis” contra deputa-dos do PT. Sigmaringa disseesperar que seu pedido resultena cassação do líder do PFL.

“Ele não pode se esconder emsua imunidade parlamentar.Essas acusações estão virandouma histeria. É preciso ter cui-dado para não culpar inocen-tes”, afirmou.

O deputado Wasny de Rou-re informou que está consultan-do advogados para tomar asmedidas cabíveis no caso. “Ati-tudes como esta do líder do PFLpodem levar ao descrédito oinstrumento mais democráticode investigação do Legislativo:a CPI”, avaliou.

Integrantes da CPMI dosCorreios estiveram em BeloHorizonte, na quinta-feira,para analisar as 12 caixas comdocumentos fiscais da DNAPropaganda, do empresárioMarcos Valério, apreendidaspela Polícia Civil de MinasGerais. Os documentos sãonotas fiscais emitidas pelaDNA entre os anos de 1998 e2003.

A CPMI dos Correiosouve, amanhã, o secretário-geral licenciado do PT, SilvioPereira, e, na quarta-feira, otesoureiro licenciado do PT,Delúbio Soares.

O presidente SeverinoCavalcanti recebeu,

na semana passada, visita doembaixador da Bulgária, Ven-trislau Ivanou (foto), e do côn-sul daquele país, Renato Ilie-ff. A Câmara analisou umajuste sobre isenção parcialde vistos entre Brasil e Bul-gária. O tratado, celebrado emabril de 2003, foi aprovadopela Casa no dia 7 de julho,na forma do Projeto de Decre-to Legislativo 1.024/03, e en-caminhado para análise doSenado Federal.

Carlos Sampaioquer incentivarfranqueados a

delatar mensalão

CORREIOS

ACM Neto diz que “fantasma”confirma crime

de Marcos Valério

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Gastão Vieiralamenta que

Governo não saibaadministrar crise

PLENÁRIO

POLÍTICA

O deputado Mauro Be-nevides voltou a defender ur-gência na aprovação da refor-ma, afirmando que ela seria “aresposta mais positiva que da-ríamos ao povo brasileiro,quando uma crise conjunturalfundamentalmente políticaemergiu de forma tal que nosatinge a todos”.

O parlamentar ressaltou aimportância de se aprovar, emespecial, o financiamento pú-blico de campanhas e a fide-lidade partidária, para corrigiros atuais desvios do sistemaeleitoral do País.

Para Benevides,Reforma Política é a

resposta para osproblemas atuais

Eleição para presidente

O deputado Osvaldo Coelhoapresentou proposta de emen-da à Constituição mudando aregra da contagem de votos paraaumentar o peso dos estadoscom menos eleitores. A propos-ta elimina o princípio vigente (umeleitor, um voto) e cria uma pon-deração dentro de cada estadoe do Distrito Federal.

O objetivo da proposta, deacordo com o deputado, é “as-segurar que os diversos estadosbrasileiros influam, decisivamen-te, na escolha do presidente daRepública”. Ele assinalou que osquatro estados mais populososdo Brasil – São Paulo, MinasGerais, Rio de Janeiro e Bahia –, que concentram 50% dos elei-tores brasileiros, podem elegersozinhos o presidente.

Página 5

Página 3

Presidente da CPI dos Correios, senador Delcidio Amaral

J. FREITAS - AGÊNCIA SENADO

Páginas 2 e 3

J. B

ATIS

TA

Luiz Couto acusa

PSDB de tentar

impedir

reeleição de Lula

Página 8

Página 5

Brasília, 18 de julho de 200522

Mesa da Câmara dos Deputados - 52a Legislatura

Diretor: Ademir Malavazi (61) 3216-1500 - Fax: (61) 3216-1505

Editores: (61) 3216-1666Luís Castro, Renata Torres,Roberto Seabra e RosalvaNunes

SECOM - Secretaria de Comunicação Social

Endereço: Câmara dos Deputados - Anexo I - Sala 1508 - CEP: 70160-900 Brasília - DF

Diretora:Amneres Pereira(61) 3216-1651Editor-chefe:Marcondes Sampaio

Jornal da Câmara

Diagramadores:(61) 3216-1667Guilherme Rangel Barros, JoséAntonio Filho , José Alberto eRoselene Guedes de Figueiredo

Presidente:Severino Cavalcanti (PP-PE)1º Vice-Presidente:José Thomaz Nonô (PFL-AL)2º Vice-Presidente:Ciro Nogueira (PP-PI)1º Secretário:Inocêncio Oliveira (PMDB-PE)2º Secretário:Nilton Capixaba (PTB-RO)

3º Secretário:Eduardo Gomes (PSDB-TO)4º Secretário:João Caldas (PL-AL)Suplentes:Givaldo Carimbão (PSB-AL),Jorge Alberto (PMDB-SE), GeraldoResende (PPS-MS)e Mário Heringer (PDT-MG)

Procuradoria Parlamentar:Ney Lopes (PFL-RN)

Ouvidoria Parlamentar:Custódio Mattos (PSDB-MG)

Diretor-Geral:Sérgio Sampaiode Almeida

Secretário-Geral da Mesa:Mozart Vianna de Paiva

O deputado Carlos Sam-paio (PSDB-SP) anunciou,na sexta-feira (15), que vai pro-por que donos de franquias dosCorreios tenham garantias paradenunciar a cobrança de supos-to mensalão. Ele disse suspei-tar que as concessões eram dis-tribuídas em troca de pagamen-to de mesada, contando que adenúncia partiu do ex-diretoradministrativo dos CorreiosAntônio Osório, em depoimen-to à CPMI dos Correios.

Carlos Sampaio sugeriuque os franqueados não per-cam a concessão até 2007,quando terminam todos os

Sampaio propõe prêmio parafranquias que denunciarem mensalão

Carlos Sampaio

contratos e propôs que o mi-nistro das Comunicações,Hélio Costa, garanta a con-

cessão dos que delatarem o es-quema e suspenderem o paga-mento do suposto mensalão.“Vou sugerir ao presidente daCPI, na reunião de amanhã,que todos aqueles franquea-dos que relatarem o pagamen-to dessa mesada não tenhamsuas franquias retiradas peloGoverno. Uma espécie de de-lação premiada. Quer dizer, damesma maneira que aqueleque delata um crime de di-mensão maior tem o benefícioda redução da pena, eu querogarantir que este franqueadoque denunciou um esquemade corrupção nas franquias,

com cobrança de mesada,efetivamente tenha a garan-tia de que a sua franquia -como todas as outras do País- seja mantida até o ano de2007”, argumentou.

Carlos Sampaio lembrouque existem 1.400 franquias,que faturam cerca de R$ 2 bi-lhões, por ano. E alertou paraa necessidade de uma legisla-ção para impedir que as con-cessões sejam feitas sem lici-tação - como acontece hoje,defendendo a definição de cri-térios, como o pregão eletrô-nico ou alguma forma de con-corrência pública.

A nova denúncia de queo empresário Marcos Valé-rio, acusado de ser o opera-dor do esquema do mensa-lão, teria utilizado um fan-tasma para fazer saques nascontas de sua empresa pro-vocou reações na CPMI dosCorreios. Um relatório doConselho de Controle deAtividades Financeiras, oCoaf, entregue à CPMI, infor-ma que o ferroviário mineiroJonas de Pinho, morto em1999, é o responsável pelo sa-que de R$ 152 mil da conta daSMP&B, em uma agência doBanco Rural em Belo Horizon-te. O saque foi realizado em2003, mais de três anos depoisda morte do ferroviário.

Para o presidente da CPImista dos Correios, senadorDelcidio Amaral (PT-MS), anova denúncia reforça a ne-cessidade de convocar Mar-cos Valério para depor nova-mente: “São as surpresas que

Para ACM Neto, fantasma confirmaque Marcos Valério praticou crime

ACM Neto

vão aparecendo agora, emfunção das informações quenós estamos recebendo. Issodemonstra, com uma clare-za cada vez maior, a necessi-dade de ouvirmos novamen-te o senhor Marcos Valério,não só por essa questão, maspor outras, especificamenteligadas aos recursos e aos vo-lumes que ele tem movimen-tado e que agora aparecem deuma maneira cristalina noslevantamentos que a CPI estáfazendo”.

Um requerimento para areconvocação de Marcos Va-lério para depor na CPI dosCorreios já foi aprovado.Delcidio Amaral acredita,no entanto, que a reconvo-cação deve esperar um pou-co. Segundo ele, o momen-to é de estudar todos os do-cumentos já recebidos pelaCPI e os que a comissãoainda receberá.

Para o deputado Antonio

Car los Maga lhães Neto(PFL-BA), a nova denúnciaconfirma os supostos crimesde Valério: “Apareceu o pri-meiro fantasma. O senhorMarcos Valério utilizou deum recurso antigo para bur-lar a Receita Federal e paraburlar a legislação brasileira.E isso apenas agrava a situa-ção dele e reforça a tese deque é um criminoso”.

Parlamentares da basegovernista e da oposiçãocomentaram a possível con-cessão do benefício da de-lação premiada ao empresá-rio Marcos Valério Fernan-des, caso ele colabore coma Justiça e forneça informa-ções sobre o suposto es-quema de pagamento demesadas no Congresso Na-cional. Valério prestou de-poimento, na última quinta-feira (14) ao procurador-ge-ral da República, AntônioFernando de Souza, e pediua concessão da delaçãopremiada, direito legal queprevê a colaboração do acu-sado com a Justiça em tro-ca da redução da pena.

Para o deputado JoséEduardo Cardozo (PT-SP),integrante da Comissão Par-lamentar Mista de Inquérito(CPMI) dos Correios, o em-presário tem o dever de re-velar a verdade aos parla-mentares e, sobretudo, à po-pulação. O deputado desta-cou, no entanto, que a CPMI

Parlamentares comentam pedidode Valério para acordo com a Justiça

não tem poderes para nego-ciar a concessão do benefí-cio judicial ao empresário.“Quem pode negociar a de-lação premiada com ele é oMinistério Público. Nós, daCPMI, podemos encaminhar,podemos tentar buscar prote-ção, podemos inclusive ouvi-lo em tudo aquilo que ele tema falar, e fazer as gestões ne-cessárias para a proteção datestemunha Marcos Valério,caso ele queira testemunharsituações que até agora nãorevelou”, disse.

O deputado Antonio Car-los Magalhães Neto (PFL-BA) posicionou-se a favor dadelação premiada no caso deMarcos Valério. “Apóio total-mente, porque nós precisa-mos, neste momento, des-vendar todas as dúvidas queexistem sobre a corrupção noBrasil e se o preço para issofor o benefício da delação pre-miada, então nós temos quefazer, afinal de contas, o Mar-cos Valério pode ajudar muitoo Brasil, se ele falar”, disse.

O deputado Alexandre San-tos (PMDB-RJ) contestou as de-núncias do advogado RobertoBertholdo de que o ex-governa-dor do Rio Anthony Garotinho es-tivesse pagando mensalão paraparlamentares votarem contra oGoverno Federal. O deputadoclassificou as denúncias de ab-surdas e afirmou que o advoga-do não tem idoneidade para acu-sar ninguém. Alexandre Santoscitou matéria publicada no Jornalde Brasília, em que o advogadoé acusado de ter bloqueado, noConselho de Contribuintes daReceita Federal, processos dequase um milhão de dólares porsonegação fiscal. Ainda segun-do o jornal, Bertholdo teria seenvolvido em agressões e emum caso de tortura, além de terficado foragido da polícia no mêsde março, quando teve sua pri-são decretada, até junho.

Alexandre Santosdefende Garotinho

Brasília, 18 de julho de 2005 3

Deputados do PT anuncia-ram que estão estudando as me-didas cabíveis para contestar o le-vantamento de dados divulgado,na quinta-feira, pelo líder doPFL, deputado Rodrigo Maia(RJ), apontando a ida de pesso-as ligadas a eles à agência doBanco Rural. Trata-se da mesmaagência em que foram feitos sa-ques das contas das empresas dopublicitário Marcos Valério, acu-sado de ser um dos operadoresdo esquema de pagamento domensalão.

No documento divulgado porRodrigo Maia, aparecem os no-mes de nove deputados petistas:João Paulo Cunha, Vicentinho eDevanir Ribeiro, de São Paulo;Sigmaringa Seixas e Wasny deRoure, do Distrito Federal; Josi-as Gomes e Zezéu Ribeiro, daBahia; Paulo Rocha, do Pará; ePaulo Delgado, de Minas Gerais.

O deputado João PauloCunha (PT-SP) divulgou nota,na sexta-feira, em que afirma quesua secretária e sua mulher fo-ram à agência do Banco Ruraltratar de problemas com contasde TV a cabo que só poderiamser resolvidas no Banco Rural,titular da cobrança. O ex-presi-dente da Câmara explicou queas informações sobre a ida de sua

mulher e da secretária à agênciajá foram encaminhadas por ele àCPMI dos Correios.

O deputado SigmaringaSeixas (PT-DF) disse que suasecretária foi ao banco sacarR$ 400, recebidos por um tra-balho particular. Ele apresentouà CPMI dos Correios cópia docheque descontado.

O deputado Paulo Delgado(PT-MG) disse que seu assessor,Francisco Neiva Filho, esteve noBanco Rural para fazer um paga-mento de serviço de carpintaria eque ele tem os comprovantes dodepósito. Outro assessor seu, Rai-mundo Ferreira da Silva, estevena agência para pegar uma ordemde pagamento ao diretório naci-onal do partido.

Paulo Delgado cobrou res-ponsabilidade da imprensa ao di-vulgar denúncias, mas disse queo PT deve se explicar: “Acho queo PT não tem que reagir a essascoisas. O PT tem que explicar eexplicar o máximo possível. E aimprensa tem que ter a capaci-dade de saber o que é uma expli-cação convincente e o que é umaexplicação que não se sustenta”,disse.

O líder do PT na Câmara,deputado Paulo Rocha (PT-PA), afirmou que, na data cita-

da na relação apresentada pelaimprensa, sua assessora, AnitaLeocádia Pereira, esteve em umaclínica neurológica no mesmoprédio da agência do banco.

O deputado Devanir Ribei-ro (PT-SP) disse considerar aassociação feita pelo líder do PFLuma irresponsabilidade. No seucaso, segundo garantiu, trata-sede uma coincidência de nomes.A Maria Aparecida da Silva quefoi ao Banco Rural não é a suaassessora.

Ele lembrou que, segundo ojornal O Estado de São Paulo,também teriam entrado no Ban-co Rural dois funcionários deRodrigo Maia. “Então, por quecruzar só os nossos (dados)? Éum jogo da oposição. E aí já pas-sa a ser uma luta política”, ad-vertiu Devanir.

O deputado Zezéu Ribeiro(PT-BA) demonstrou indigna-ção com as suspeitas levantadaspelo líder do PFL, explicandoque o seu ex-assessor esteve noedifício onde funciona o BancoRural para fazer um serviço par-ticular. “O negócio é de uma ir-responsabilidade muito grande.Ele deve estar medindo os ou-tros pelo comportamento dele.E a história dele não é de muitadignidade”, concluiu.

Petistas protestam contradenúncias de Rodrigo Maia

A demissão do diretor-ge-ral da Agência Brasileira de In-teligência (Abin), Mauro Marce-lo de Lima e Silva, foi bem re-cebida pelos integrantes daCPMI dos Correios. Na quar-ta-feira (13), foi divulgada umamensagem eletrônica do dire-tor, na qual ele chamava osmembros da CPMI de “bestas-feras em pleno picadeiro”. Elefazia referência à forma comoos parlamentares receberam odepoimento do agente da Abin,Edgard Lange.

A nota do então diretor re-futa a participação da agênciana gravação em que MaurícioMarinho aparece recebendoR$ 3 mil. O texto também la-menta “os estragos à atividadeprofissional” do agente EdgarLange, provocados por seu de-poimento à CPMI dos Correiosna semana passada. Na oca-sião, Edgar Lange alegou sigi-lo profissional e não forneceuas informações esperadas pe-los parlamentares sobre as in-vestigações de supostas irre-gularidades nos Correios.

Já na quarta-feira à noite,o presidente da CPMI dos Cor-reios, senador Delcidio Amaral(PT-MS), havia anunciado terrecebido uma ligação do presi-dente do Senado, Renan Ca-lheiros, para informar que Mau-

ro Marcelo havia pedido demis-são do cargo.

O líder do PFL, deputadoRodrigo Maia (RJ), defendeua convocação do ex-diretor pelaCPMI. “Assim, teríamos algu-mas informações dele a respei-to do caso da CPMI e aprovei-taríamos para saber sobre ou-tros fatos que ainda estão semresposta em relação à Abin”,explicou. No entanto, para o de-putado Maurício Rands (PT-PE), integrante da CPMI, exis-tem outros depoimentos maisimportantes que devem ser pri-orizados.

Na quarta-feira, o senadorPedro Simon (PMDB-RS) che-gou a pedir, no caso de confir-mação da nota, que MauroLima e Silva fosse demitido. Jáo deputado Roberto Freire(PPS-PE) declarou que o dire-tor-geral da Abin não deveriaser convocado pela CPMI, masprocessado pelo Congressoem razão dos termos que utili-zou.

O deputado Geraldo Tha-deu (PPS-MG) ponderou que apublicação da nota mostra queo trabalho da CPMI está sendoeficiente. Ele pediu que a comis-são reforce a solicitação paraenvio das informações da Abinsobre as investigações de cor-rupção nos Correios.

Deputados elogiam pronta demissãode diretor da Abin

Bancos têm até terça para enviar extratosO presidente do Banco Cen-

tral, Henrique Meirelles, infor-mou, na sexta-feira (15), ao pre-sidente da CPI dos Correios, se-nador Delcidio Amaral, que foidado um prazo de 5 dias, prazoque termina amanhã (19), paraque os bancos enviem os extra-tos bancários de pessoas inves-tigadas pela CPMI dos Correi-os. Delcidio foi ao Banco Cen-tral pedir mais celeridade na re-messa das informações, princi-palmente do Banco do Brasil eda agência do Banco Rural noBrasília Shopping. Nessa agên-cia, teriam ocorrido grandes sa-ques nas contas das empresas dopublicitário Marcos Valério.

A CPMI já recebeu váriosdocumentos bancários, mas fal-tam informações complementa-res, principalmente da movi-mentação das empresas. Delci-dio Amaral não quis adiantar se

a CPI poderia fazer um acordocom Marcos Valério para queele forneça mais informaçõesem troca de algum benefício.Marcos Valério esteve com oprocurador-geral da República,Antonio Fernando de Souza,para prestar um depoimento vo-luntário, mas o procurador te-ria recusado oferecer algum be-nefício agora.

Integrantes da CPI Mista

dos Correiosestiveram emBelo Horizon-te, na quinta-feira (14), paraanalisar as 12caixas com do-cumentos fis-cais da DNAPropaganda,do empresárioMarcos Valé-rio, apreendi-

das pela polícia civil de MinasGerais. Os documentos são no-tas fiscais emitidas pela DNAentre os anos de 1998 e 2003.

O material foi encontradocom Marco Túlio Prata, irmãodo contador da empresa, Mar-co Aurélio Prata. Ele é policialaposentado e está sendo inves-tigado pela polícia de Belo Ho-rizonte em um caso de homicí-dio. Além da documentação, a

polícia encontrou vestígios depapel queimado em tamboresque estavam no local.

A CPI Mista dos Correiosquer que a documentação sejatransferida para Brasília, o quedeve ser feito amanhã.

Acompanhados de técnicosespecializados, os membros daCPMI analisaram por duas horasos documentos apreendidos. Se-gundo o deputado Jamil Murad(PCdoB-SP), é estranho que essevasto material da agência DNAdo empresário Marcos Valério es-tivesse com um ex-policial acusa-do de homicídio: “Eu acho que oMarcos Valério procurou dar fimao material que possa comprome-tê-lo. Seja porque não pagou im-posto, seja porque se tratava deuma operação fantasma, apenaspara justificar o recebimento dodinheiro sem prestar o serviço.Então, isso precisa ser investiga-

do agora”, disse. Jamil Murad nãodescartou a possibilidade de que-brar o sigilo telefônico de MarcoTúlio Prata.

O deputado Eduardo Paes(PSDB-RJ) disse esperar que osdocumentos apreendidos aju-dem a CPMI a elucidar questõesjá levantadas nos trabalhos dacomissão: “São mais elementospara investigação, para a apura-ção, portanto, não dá para fazerilações sobre o que vem a ser oudeixa de ser. Temos que anali-sar com cuidado, mas a princí-pio são documentos suspeitos enotas frias, mas são só suspeitasaté este momento”.

Além dos deputados JamilMurad e Eduardo Paes, estive-ram em Belo Horizonte, o de-putado Onyx Lorenzoni (PFL-RS), e os senadores Sibá Ma-chado (PT-AC) e Heloísa He-lena (AL).

J. FREITAS AGÊNCIA SENADO

Delcidio Amaral

CPMI dos Correios

Brasília, 18 de julho de 20054

PINGA-FOGO

Terras de RoraimaAo reivindicar que a União

repasse a Roraima a adminis-tração de suas terras, o depu-tado Dr. Rodolfo Pereira (PDT-RR) disse que isso deveria teracontecido desde que a unida-de federativa deixou de ser ter-ritório federal. Ele alertou que,atualmente, Roraima é um es-tado virtual, porque não tem di-reito a legislar sobre seu próprioterritório e não pode implantarum planejamento econômicopara a ocupação de áreas agrí-colas. O parlamentar apeloutambém ao Ministério de Minase Energia para que estenda oprograma Luz para Todos a Ro-raima, sugerindo que o ministé-rio repasse verbas para que ogoverno do estado, a Eletronor-te ou os próprios municípios le-vem energia elétrica às residên-cias.

Energia elétricaAlmerinda de Carvalho

(PMDB-RJ) disse que o progra-ma de apoio à capitalização deempresas distribuidoras deenergia elétrica, do BNDES, nãoresolve o problema das empre-sas que convivem com o roubode energia através dos “gatos”.Segundo a deputada, depois demuita negociação, apenas a Li-ght logrou êxito e receberá umaajuda de R$ 727,2 milhões dobanco. Ele disse que a inadim-plência é outro obstáculo, poisjá atinge 24% do faturamento daempresa.

Júlio de CastilhosBeto Albuquerque (PSB-

RS) registrou os 114 anos deemancipação política e adminis-trativa da cidade de Júlio deCastilhos, no Rio Grande doSul. Segundo destacou, o mu-nicípio homenageia seu cidadãomais ilustre, que foi presidentedo Rio Grande do Sul em duasocasiões. O deputado relatouque a história do município co-meçou ainda em 1633, quandoa região abrigava uma missãodos Jesuítas. Hoje, Júlio deCastilhos tem 20 mil habitantese está na rota econômica e tu-rística do estado.

Cidadão mimosenseNeucimar Fraga (PL-ES)

informou ter sido condecoradocom o título de Cidadão Mimo-sense e agradeceu a homena-gem ao vereador Serginho e àprefeita da cidade de Mimoso,no Espírito Santo. O deputadoainda comunicou a solenidadede assinatura de ordem de ser-viço em Vila Velha (ES), nocomplexo portuário do municí-pio, para duplicar o trecho daRodovia BR-447 que liga o por-to de Capuaba à BR-262.

Gastão Vieira lamenta crise edefende dignidade do Parlamento

O deputado Gastão Vieira(PMDB-MA) lamentou a cri-se política em que o País estámergulhado e que tem servidocomo motivo de críticas aosparlamentares. “O Brasil estáexigindo dos parlamentares umapostura que permita a saída des-sa crise, mantendo a dignidadedo Poder Legislativo e a nossacerteza de que é bom ser políti-co, de que é sério ser político e,acima de tudo, de que essa ativi-dade é muito digna”, destacou.

Vieira afirmou que não pre-tende esconder sua condição dedeputado para fugir às críticasda população, como têm feitoalguns colegas: “Não vou, emnenhuma hipótese, tirar estebroche da lapela para não en-frentar as críticas daqueles quena sociedade não compreendemnem aceitam o momento polí-tico que estamos vivendo.”

O parlamentar disse ter dú-vidas de que o Governo saiba

administrar crises e possa rever-ter o atual quadro de fragmen-tação política de sua base noCongresso. Segundo ele, a de-sorientação ainda está presentee a reforma ministerial que estásendo feita poderá dar unicida-de ao Governo. Vieira acha quea reforma permitirá ao Gover-no avançar nos seus aspectosadministrativos, mas tem dúvi-das de que ela possa acrescen-tar ao Executivo a base de sus-tentação de que ele precisa nes-te momento.

Um exemplo dessa orienta-ção, no entender do parlamen-tar, seria a recente declaração dopresidente Lula de que o ex-mi-nistro Gushiken, da Secretariade Comunicação, só sairia doGoverno se quisesse; porém, res-saltou, no dia seguinte, foi pu-blicada a perda do status de mi-nistério da Secom. “Parece quenão há uma certeza do que fa-zer”, constatou.

Para o deputado, é inadiávelque se faça a Reforma Política.Entretanto, ele protestou con-tra a posição de certos líderesque afirmam que não haverátempo para realizá-la ainda nes-te ano. Para ele, provavelmenteos líderes terão condições de en-frentar e vencer as eleições de

2006. “Temos primeiro que fa-zer a Reforma Política, votando-a na Câmara e no Senado atéoutubro”, enfatizou.

Segundo Vieira, só a partici-pação de todos os parlamenta-res, e não apenas dos líderes queparticipam das grandes decisões,poderá pôr fim à crise. O depu-tado relacionou isso ao que elechamou de “solidão do Plená-rio”, e explicou: em fevereiro,quando os novos deputadoschegam à Casa, eles têm a im-pressão de que são importantes,mas rapidamente descobremque isso acontece porque have-rá eleições para a Mesa, para aspresidências das comissões epara a escolha dos líderes parti-dários. “Enfim, há uma solidãoconcreta, porque esta Casa, in-felizmente, não cria condiçõespara que a maioria dos parla-mentares participe das grandese quem sabe das pequenas deci-sões”, concluiu.

Tramita na Câmara o Pro-jeto de Decreto Legislativo1.758/05, da Comissão de Re-lações Exteriores e Defesa Na-cional, que aprova o texto doacordo entre Brasil e Síriapara cooperação na área deturismo. O acordo foi firma-do em Damasco, capital síria,em dezembro de 2003.

Entre os principais pontosdo tratado estão a troca de in-formações sobre leis de prote-ção e preservação do patrimô-nio natural e cultural, o estí-mulo ao intercâmbio bilateralestudantil e acadêmico, aapresentação de atrações tu-rísticas em eventos organiza-dos por cada país e o incenti-vo a investimentos no setor.

O acordo prevê, ainda, acooperação recíproca no âm-bito da Organização Mundialde Turismo (OMT) e de ou-tras instituições internacio-nais que tratem do turismo emseus programas de trabalho.

O Projeto de Decreto Legisla-tivo 1.426/04, da Comissão de Re-lações Exteriores e de Defesa Na-cional, que ratifica o texto de acor-do sobre serviços aéreos firmadoentre Brasil e Portugal, em Lisboa,em novembro de 2002, deverá seranalisado pela Comissão de Cons-tituição e Justiça e de Cidadania,na qual recebeu parecer favoráveldo relator, deputado Osmar Ser-raglio (PMDB-PR).

O acordo tem por objetivooferecer, em conjunto com asdemais normas internacionaisde aviação civil, as bases técni-cas, comerciais e institucionaispara que companhias aéreas doBrasil e de Portugal possam ex-plorar serviços aéreos interna-cionais nos dois países.

Pelo acordo, cada parte po-derá designar até duas empre-sas aéreas para operar os servi-ços nas rotas especificadas pe-los governos dos dois países. Asempresas ficarão livres de im-postos e outras taxas nos servi-ços prestados. Elas também po-derão emprestar entre si equi-pamentos de aeronaves e de se-gurança e peças sobressalentes.

Ainda segundo o acordo, abagagem e a carga em trânsito

direto serão isentas de direitosaduaneiros e outros impostossemelhantes. Além disso, as ta-xas pela utilização dos aeropor-tos, instalações e serviços de na-vegação aérea não poderão sermais elevadas que as pagas pelasempresas aéreas nacionais queexplorarem serviços internacio-nais semelhantes.

TramitaçãoO projeto, que tramita em regi-

me de urgência e está sujeito à aná-lise do Plenário, já foi aprovado pe-las comissões de Finanças e Tribu-tação e de Viação e Transportes.

CCJC deverá apreciar cooperação de serviços aéreos com Portugal

Câmara discute acordo deturismo entre Brasil e Síria

TramitaçãoO projeto, originado da

Mensagem 1.001/04, do PoderExecutivo, tramita nas comis-sões de Turismo e Desporto ede Constituição e Justiça e deCidadania. Nesta última, odeputado Jamil Murad(PCdoB-SP) foi designadopara relatar a matéria. Após aanálise das comissões, o acor-do será encaminhado a vota-ção em plenário.

Osmar Serraglio

Jamil Murad

Gastão Vieira

Brasília, 18 de julho de 2005 5

O deputado Mauro Benevi-des (PMDB-CE) voltou a de-fender urgência na aprovação daReforma Política e apelou às li-deranças partidárias para quecoloquem o projeto em discus-são no início de agosto. “Seria aresposta mais positiva que darí-amos ao povo brasileiro, quan-do uma crise conjuntural funda-mentalmente política emergiude forma tal que nos atinge atodos”, argumentou.

O parlamentar ressaltou aimportância de se aprovar, emespecial, o financiamento públi-co de campanhas, um dos pon-tos da proposta que passou pelacomissão especial da ReformaPolítica e pela Comissão deConstituição e Justiça e de Ci-dadania. “Vamos retirar da ga-veta este projeto”, disse, alertan-do que o financiamento público

Benevides afirma que ReformaPolítica tem que sair da gaveta

é fundamental para que nãohaja irregularidades na arreca-dação de recursos para as pró-ximas eleições.

Aos que possam considerarinsuficientes os estimados R$900 milhões em recursos públi-

cos para financiar as campanhasde deputados federais e estadu-ais, o parlamentar respondeu:“Podem faltar os recursos, massobrará, sem dúvida, a dignida-de daqueles que se investirem demandatos. Eles terão uma auto-ridade redobrada para se apre-sentar como legítimos represen-tantes do povo brasileiro”, argu-mentou.

FidelidadeA fidelidade partidária tam-

bém foi defendida por Benevi-des, ao lembrar que, só nesteano, 147 deputados mudaram delegenda. “Isso avilta a própriadignidade dos mandatos e atin-ge frontalmente os partidos po-líticos que se vão sentir desfal-cados em seus quadros estrutu-rais”, criticou, enfatizando quemuitos parlamentares são eleitospor força do quociente partidá-

rio e migram para outras legen-das sem a menor satisfação aoseleitores responsáveis por seusmandatos. Para o deputado, aReforma Política tem o propó-sito de estancar essa “transmi-gração irrefreável”.

Mauro Benevides recordouque a Constituição de 1988,que ele próprio ajudou a ela-borar, permitiu que os partidosse organizassem e que tivessemcondições de representar comdignidade diversas correntes depensamento, o que levou aomultipartidarismo da atualida-de. No entanto, agora, quan-do existem, no País, 27 parti-dos registrados no Tribunal Su-perior Eleitoral, o deputadoacredita que é inadiável a ne-cessidade de se promover umareforma política que melhor si-tue os partidos e seus filiados.

A Câmara analisa a Propos-ta de Emenda à Constituição412/05, do deputado OsvaldoCoelho (PFL-PE), que muda aregra de contagem de votos naeleição presidencial, aumentan-do o peso dos estados com me-nos eleitores. A proposta elimi-na o princípio vigente (um elei-tor, um voto) e cria uma ponde-ração dentro de cada estado edo Distrito Federal.

Conforme a proposta, o nú-mero total de votos ponderadosem cada estado e no DistritoFederal na eleição do presiden-te corresponderia ao número decadeiras que a unidade tem noCongresso Nacional -– os cha-mados votos federativos. SãoPaulo, por exemplo, que tem 70deputados e 3 senadores, teria73 votos federativos na eleiçãopresidencial. Os estados commenos representantes no Con-gresso, como Acre, Amapá,Rondônia e Roraima, teriam 11votos federativos (8 deputadose 3 senadores). Em cada estado,a quantidade de votos federati-

vos dos candidatos a presidenteseria proporcional aos votos ob-tidos nas urnas.

DistritosSegundo a PEC, os estados

e o Distrito Federal seriam con-siderados distritos eleitorais. Emcada distrito eleitoral seria de-terminado um quociente eleito-ral dividindo-se o número devotos apurados na eleição (ex-cluídos os nulos e brancos) pelorespectivo número de votos fe-derativos. Atribui-se os votosfederativos a cada candidato di-vidindo-se o número de votospor ele obtido no distrito elei-toral pelo correspondente quo-ciente eleitoral.

O objetivo da proposta, deacordo com Osvaldo Coelho, é“assegurar que os diversos esta-dos brasileiros influam, decisiva-mente, na escolha do presiden-te da República”. Ele lembra queos quatro estados mais populo-sos do Brasil – São Paulo, Mi-nas Gerais, Rio de Janeiro eBahia –, que concentram 50%dos eleitores brasileiros, podem

PEC reforça participação de estados commenos votos na eleição presidencial

eleger sozinhos o presidente. Ovoto ponderado, proposto porCoelho, reduz o poder dos gran-des estados para decidir a elei-ção presidencial e aumenta opoder dos pequenos estados.

Na Câmara dos Deputados,onde o número máximo de de-putados é 70 e o mínimo, 8, já éadotado o princípio da ponde-

ração. No Senado, no entanto,cada unidade da Federação temdireito a três representantes, in-dependentemente do seu tama-nho. Assim, o estado de SãoPaulo, que tinha 27 milhões deeleitores no ano passado, tem,no Senado, o mesmo peso deRoraima, que tinha 214.659 mileleitores. O constituinte estabe-leceu esta diferença com base noprincípio de que a Câmara re-presenta o povo brasileiro, e oSenado representa os estados.

Nas eleições presidenciais,a Constituição de 1988 garan-tiu mais importância ao elei-tor do que às unidades federa-das ao adotar o sufrágio uni-versal para a escolha do presi-dente. O deputado, no entan-to, não concorda com o crité-rio. “Não podemos aceitar osseveros desequilíbrios existen-tes entre os estados e que se re-produzem no comprometimen-to diferenciado, do presidenteeleito, em relação às unidadesfederativas mais e menos popu-losas”, argumentou.

Mauro Benevides

Osvaldo Coelho

Jungmann contestaação da Adepol

contra plebiscito dodesarmamento

Ao considerar um equívocoa ação direta de inconstituciona-lidade que a Associação dos De-legados de Polícia do Brasil(Adepol) ajuizou, na semanapassada, no STF, contra o refe-rendo sobre a comercializaçãode armas de fogo no País, o de-putado Raul Jungmann (PPS-PE), coordenador da Frente Par-lamentar Brasil sem Armas, ad-vertiu que não é verdade que aquestão do armamento ou do de-sarmamento envolva a defesanacional, porque não se está de-sarmando as polícias nem asForças Armadas.

Quanto às indústrias de ar-mamentos leves brasileiras, odeputado ressaltou que grandeparte da produção destina-se àexportação e que é possível fa-zer um processo de reconversãodas linhas que forem desativa-das pelo fim do comércio de ar-mas e munições.

Para Raul Jungmann, nãohá motivos que justifiquem aação impetrada pela Adepol:“Trata-se de um equívoco espe-tacular. É difícil reunir tanta de-sinformação em uma únicaquestão. A decisão do Congres-so é absolutamente legal, obe-deceu a todos os trâmites e emmomento algum fere a Consti-tuição Federal”, afirmou.

Na consulta popular, marca-da para o dia 23 de outubro, oseleitores responderão à pergun-ta: “O comércio de armas defogo e munição deve ser proibi-do no Brasil?” Se os eleitoresresponderem “sim”, a proibiçãoentrará em vigor imediatamen-te após a oficialização do resul-tado pelo TSE.

ProteçãoAo justificar a ação, José

Carlos Weber, presidente daAdepol, disse que o objetivo daentidade é “evitar que se deixetotalmente indefesa a socieda-de brasileira, já que não é pos-sível que cada cidadão tenhaum policial para sua proteção”.“O Brasil, com fronteiras conti-nentais, não tem como evitarque ingressem armas, contra-bando. As armas nas mãos dosfascínoras continuariam. So-mente ficariam desarmadas aspessoas de bem”, argumentou.

José Carlos Weber argu-mentou, ainda, que a proibiçãoda venda de armas no País tam-bém impedirá o exercício do co-mércio assegurado pela Cons-tituição Federal, causando enor-me prejuízo às indústrias naci-onais de armamentos e muni-ções, além de grande desem-prego de profissionais especiali-zados nessa área.

Brasília, 18 de julho de 20056

A Comissão de Desenvol-vimento Urbano vai promo-ver, entre os dias 23 e 25 deagosto, a VI Conferência dasCidades, intitulada CidadeCidadã: A Organização dasCidades e a Participação Popu-lar. Entre outros assuntos, oencontro vai tratar de sane-amento e da regularização deparcelamentos urbanos, essetema é objeto do Projeto deLei 3.057/00, em tramitaçãona comissão, que desburo-cratiza a regularização de lo-teamentos suburbanos depequeno valor para torná-losmais acessíveis às pessoas debaixa renda.

O evento, proposto pelodeputado Zezéu Ribe i ro(PT-BA), terá a participaçãode parlamentares, represen-tantes dos governos federal,estaduais e municipais, tra-balhadores, entidades não-governamentais e movimen-tos populares que lutam emdefesa da habitação.

A conferência tambémdeverá discutir os planos di-retores de cidades com maisde 20 mil habitantes situa-

Zezéu Ribeiro

VI Conferência sobre as grandes cidades

das em locais de interesse tu-rístico ou em lugares subme-tidos a forte impacto ambi-ental, como regiões de mine-ração. O Estatuto da Cida-de (Lei 10.257/01) fixou pra-zo de cinco anos, que termi-na em 2006, para a implan-tação desses planos.

Contribuições anterioresAs conferências anterio-

res resultaram em ganhospara a sociedade. Um exem-plo é o Projeto de Lei 5.296/05, que cria a Política Na-cional de Saneamento Bási-co (PNS) e cujos primeirosesboços foram feitos duran-

te a I Conferência das Cida-des, realizada em setembrode 2003. A proposta, queestá pronta para ser votadapelo Plenário da Câmara,considera o saneamento bá-sico um direito social da po-pulação e um serviço públi-co. O projeto também prevê,entre outras medidas, a cria-ção de consórcios públicosentre municípios e governos

estaduais para a execução deserviços de saneamento.

VisitaL inco ln Por te la (PL -

MG) registrou a visita do se-cretário municipal de LagoaSanta, Carlos Ferrara, e doprefe ito de Cachoeira daPrata, José Branco, ambosmunicípios de Minas Gerais,ao min i s t ro do Tur i smo,Walfrido dos Mares Guia. O

Tramita na Câmara a Me-dida Provisória 254/05, em vi-gor desde 29 de junho, querevoga a MP 249/05, da Time-mania (loteria criada para sa-near as finanças dos clubesde futebol).

O Governo desistiu de tratardesse assunto por meio de me-dida provisória. Um projeto delei sobre o mesmo tema será en-viado pelo Executivo ao Con-gresso nos próximos dias.

A revogação da medida foiencaminhada pela ministra daCasa Civil, Dilma Rousseff.Em debates no plenário, aoposição havia argumentado

MP revoga Timemania, que será recriada por PL

A visita do ministro dosTransportes, Alfredo Nasci-mento, a Rondônia, para darinício às obras de recuperaçãoda BR-319 e o seu empenho emrecuperar as rodovias do esta-do do Tocantins foram registra-dos pelos deputados LupércioRamos (PMDB-AM) e Mau-rício Rabelo (PL-TO). Já o de-putado Zé Geraldo (PT-PA)anunciou que o Governo libe-rou recursos para as BRs 163 e230, no estado do Pará.

O deputado Lupércio Ra-mos destacou a visita do mi-nistro dos Transportes, Alfre-do Nascimento, do presiden-te da Comissão Mista de Or-çamento da Casa e do gover-nador do Amazonas, EduardoBraga, a Humaitá, para darinício às obras de recuperaçãoda BR-319 que liga a cidadeamazonense a Porto Velho,em Rondônia. O deputado sa-lientou que a rodovia é a úni-ca via de acesso terrestre en-tre o Amazonas e os demaisestados brasileiros e garante oescoamento industr ial da

Deputados tratam da situação das rodovias em RO, TO e PA

deputado relatou que os re-presentantes dos municípiosapresentaram ao Ministériodo Turismo projetos para in-crementar os pólos turísticosdas cidades e apelaram aoministro Walfrido dos MaresGuia para que dê atenção àsreivindicações, já que estasrepresentam a possibilidadede desenvolvimento econô-mico da região.

que a Timemania não era urgen-te nem relevante a ponto de serobjeto de medida provisória.

ProjetoO projeto de lei que substi-

tuirá a MP revogada deverá per-mitir que a Timemania use asmarcas, escudos e símbolosdos times. Em troca, os clubesreceberão parte dos recursosgerados pelas apostas, mas te-rão de quitar em até cinco anos(em prestações mensais) suasdívidas com o FGTS, o INSS ea Receita Federal, que chegama cerca de R$ 900 milhões.

Os recursos arrecadadosna loteria serão divididos en-

tre os apostadores, os clu-bes, o Fundo PenitenciárioNacional (Funpen) e o orça-mento da Seguridade Soci-al, em percentuais a seremdefinidos no texto do proje-to. A previsão do Governo éque a loteria arrecade cercade R$ 500 milhões por ano.A cartela da Timemania serávendida em bancas de jor-nais e casas lotéricas.

TramitaçãoA partir do dia 13 de agos-

to, a MP 254/05 passará atrancar a pauta da Casa ondeestiver tramitando (Câmara ouSenado).

Zona Franca de Manaus.Segundo acrescentou, a

obra vai atender os princí-pios de preservação ambien-tal e de desenvolvimento. Opar lamentar amazonensesaudou o presidente Lula porgarantir a execução da obrada BR-319, que representamecanismo eficiente para re-duzir as desigualdades regio-nais, e elogiou o governadordo Amazonas, Eduardo Bra-ga, que adotou trabalho decrescimento aliado ao desen-volvimento sustentável.

Maurício RabeloLupércio Ramos

Tocantins e ParáMaurício Rabelo agrade-

ceu ao ministro dos Transpor-tes pelo empenho na recupe-ração das rodovias do estadode Tocantins, em especial otrecho entre os municípios deGurupi e Aliança do Tocan-tins. O deputado destacouainda as obras que permitirãomelhorar o escoamento daprodução nas localidades deAparecida do Rio Negro, deRio Sono e de Goiatins.

O Governo já garantiu aliberação de recursos, ainda

neste ano, para recuperar asBRs paraenses 163 e 230, foio que anunciou o deputadoZé Geraldo. Ele disse que as

O projeto de lei queampl ia para dez anos otempo de ga ran t ia dasobras de infra-estrutura epavimentação de estradas evias urbanas é de autoriado deputado Hélio Este-ves (PT-AP), que preten-de com isso incluir esta de-terminação no Código Civil.Ele avaliou que grande par-te dos problemas de dete-r io ração prematura nasobras públicas se deve àbaixa qualidade dos mate-riais. Com a garantia esten-dida para dez anos, HélioEsteves acredita que asempresas vão realizar ser-viços com mais qualidade.O projeto também excluiqualquer justificativa para asuspensão da garant ia ,

Esteves apresenta projeto que ampliatempo de garantia para estradas

como o excesso de chuvasou o tráfego intenso de ca-minhões carregados. Na vi-são do parlamentar, o prazomaior de garantia vai gerareconomia para os cofres pú-blicos e dar mais segurançaao cidadão.

Hélio Esteves

obras vão ter início no perí-odo da estiagem para nãocomprometer a conclusãodos trabalhos.

Brasília, 18 de julho de 2005 7

Língua PortuguesaAo registrar sua participa-

ção na Conferência dos Par-lamentos de Língua Portugue-sa, realizada em Cabo Verde,Nilton Capixaba (PTB-RO)lembrou que o Fórum foi cria-do em Brasília e visa à coope-ração e à elaboração de estra-tégias de desenvolvimento en-tre os países lusófonos. O par-lamentar relatou que os cabo-verdeanos sofrem com a es-cassez de água doce e impor-tam quase tudo o que conso-mem. Ressaltou ainda que oBrasil aproveitou experiênciasdo país africano para reduziros número de crianças nasruas e potencializar a ativida-de turística. Nilton Capixabadestacou, também, a experiên-cia do parlamentarismo emCabo Verde e defendeu a in-dependência do Legislativo,que precisa combater a inter-ferência do Executivo em suasatividades.

Planos de saúdeLuiz Couto (PT-PB) recla-

mou da Agência Nacional deSaúde (ANS) por autorizarreajustes de 25,08% nosprêmios dos contratos de se-guro-saúde individuais para osplanos firmados até 1º de ja-neiro de 1999 e não-adapta-dos à Lei 9.656/98. De acor-do com o termo de ajuste deconduta firmado no ano pas-sado com a ANS, o reajustedesses planos seria igual aosdemais, isto é, de 11,75%.Entretanto, segundo o depu-tado, a agência reguladora fi-xou um reajuste superior, alémde cobrar um resíduo de qua-se 9% relativo ao ano de 2004.

Direitos das criançasPorto Velho e Candeias do

Jamari, em Rondônia, reali-zam conferências municipaispara debater os direitos da cri-ança e do adolescente. Se-gundo Eduardo Valverde(PT-RO), o Estatuto da Crian-ça e do Adolescente, quecompletou 15 anos, ainda temeficácia restrita em muitas re-giões do País. O deputadotambém registrou a realiza-ção de uma feira agrope-cuária em Ji-Paraná (RO). Nasua visão, a feira é uma opor-tunidade importante para dina-mizar a economia local e ex-por a potencialidade agrícolae pecuária da região. O parla-mentar ainda informou terapresentado projeto para re-gulamentar a atividade dos ca-tadores de lixo. Segundo ele,a matéria tem por objetivo or-ganizar a atividade dos traba-lhadores, que prestam um ser-viço de utilidade pública.

Vista externa do Congresso Nacional

Os participantes dos pla-nos de previdência comple-mentar ganharam prazo adi-cional (até 30 de dezembro de2005) para escolher o regimetributário ao qual serão sub-metidos, segundo determina aMedida Provisória 255/05, emtramitação no Congresso. Oprazo anterior venceu no dia1º de julho.

A Lei 11.053/04 criou,para os planos de previdên-cia complementar, um regimede tributação baseado em alí-quotas decrescentes (a cha-mada “tabela regressiva” doImposto de Renda Pessoa Fí-sica retido na fonte). Nessesistema, quanto maior for otempo de contribuição do

MP amplia prazo para opção desaque da previdência privada

usuário, menor a carga tri-butária à qual será submeti-do. Com isso, passou a serestimulada a formação deuma poupança previdenciá-ria por períodos mais longos.

Tempo para análiseDe acordo com o ministro

da Fazenda, Antonio Palocci,

o objetivo da MP 255/05 é darmais segurança aos cerca de 6milhões de usuários da previ-dência complementar. “Vamosatender aos interesses dos tra-balhadores que necessitam demaior tempo para analisar asmudanças na metodologia decálculo”, explicou Palocci.

A opção pelo regime tribu-tário é irretratável (depois defazer a escolha, ninguém podemudar de idéia). Por isso mes-mo, conforme explicou o mi-nistro, é preciso haver temposuficiente para todos tomaremas suas decisões.

O novo prazo de entradana tabela regressiva é válidopara quem já estava inscrito naprevidência complementar atéo final de 2004. Os demais par-ticipantes terão até 60 dias, apartir do ingresso no plano deprevidência, para optarem ounão pelo critério regressivo.

A partir do dia 18 de agos-to, a MP passará a trancar apauta da Casa onde estiver tra-mitando (Câmara ou Senado).

Capitão Wayne

A Câmara analisa o Pro-jeto de Lei 5.551/05, que re-tira do Estatuto da Ordem dosAdvogados do Brasil (OAB)a proibição de militares daativa e de ocupantes de car-gos na polícia exercerem a ad-vocacia. Apresentado pelodeputado Capitão Wayne(PSDB-GO), o projeto esta-belece, porém, que a ativida-de só será exercida em causaprópria ou para defender pa-rentes até segundo grau.

Para o deputado, a proibi-ção da OAB é injustificável.Ele lembra que, até 1994,quando o estatuto da OAB

Mendes Ribeiro Filho

Militar e servidor da polícia poderão advogar

Tramita na Câmara o Pro-jeto de Lei 5.538/05, do depu-tado Zé Geraldo (PT-PA), queassegura ao companheiro ou àcompanheira o direito de ha-bitar o imóvel da família emcaso de morte da parceira oudo parceiro, desde que o imó-vel seja o único a inventariar.

O projeto altera o CódigoCivil, em vigor desde 2002,que prevê esse direito apenasao cônjuge, que tem a uniãoformalizada. O texto acres-centa a palavra “companhei-ro” ao artigo 1.831 do Códi-go Civil. Se aprovado, o direi-to fica garantido a todos os

entrou em vigor, militares eservidores da polícia forma-dos em direito podiam atuarcomo advogados na sua pró-

pria defesa ou na de familia-res diretos.

O Estatuto da OAB (Lei8.906/94) também proíbe a

atuação, como advogado, deintegrantes dos poderes Le-gislativo e Judiciário, do Mi-nistério Público e de ocu-pantes de cargos na área defiscalização e arrecadaçãode tributos, como procura-dores da Fazenda.

TramitaçãoO projeto tramita em con-

junto com o PL 2.300/96, dodeputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). Os dois estão sendo ana-lisados em caráter conclusivona Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Cidadania pelorelator, deputado Mendes Ri-beiro Filho (PMDB-RS).

casais, independentemente dotipo de união, do regime debens e não altera a participa-ção que caiba ao sobreviven-te na herança.

Para o deputado, o projetosupre a lacuna do Código Ci-vil, sem que seja necessário re-correr a leis anteriores a 2002,que já prevêem esse direito aoscompanheiros de união estável.

TramitaçãoA proposta, tramita em ca-

ráter conclusivo e foi apensa-da ao PL 4.944/05, do deputa-do Antonio Carlos Biscaia(PT-RJ), que trata da igualda-de de direitos entre cônjuges e

companheiros de união estável.Os textos estão na Comissão deSeguridade Social e Família e,

depois, seguem para a Comis-são de Constituição e Justiça ede Cidadania.

Projeto garante moradia a companheiro sobrevivente

Zé Geraldo Antonio Carlos Biscaia

PINGA-FOGO

ARQ

UIVO

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Brasília, 18 de julho de 20058

PINGA-FOGO

Crise políticaPaulo Delgado (PT-MG)

afirmou que a crise só é peri-gosa para os que a provoca-ram, mas, para outros, repre-senta a possibilidade do nas-cimento de uma nova realida-de. O deputado acredita que épreciso tornar a lei rigorosa eimpessoal para que aquelespolíticos prejudiciais possamser eliminados.

MP do bemAntonio Cambraia

(PMDB-CE) destacou artigointitulado Armadilha na MP dobem, que aponta os prejuízosque a Medida Provisória 252vai gerar à sociedade, com oenfraquecimento dos Conse-lhos de Contribuintes queconstitui valioso instrumento decontrole do fisco. O deputadoadvertiu que a MP garante àsturmas julgadoras de primeirainstância examinar processosenvolvendo quantias altas eavisar ao Ministério da Fazen-da que instituirá as Turmas Es-peciais Temporárias para julgaros processo, subtraindo acompetência dos órgãos per-manentes.

Banco da AmazôniaPauderney Avelino

(PFL-AM) disse que apresen-tou requerimento de informa-ções para saber a relação doBanco da Amazônia com oBanco Santos, que está sobintervenção. Segundo o depu-tado, o Banco da Amazôniateria aplicado no Banco San-tos recursos de prefeituras ede fundos de pensão. Avelinoafirmou que há evidênciasda aplicação de dinheiro depessoas comuns, da RegiãoNorte, no Banco Santos, eesses recursos desaparece-ram. “Por se tratar de quebrade sigilo, o requerimento pre-cisa ser votado pelo Plenário”,observou.

Banco socialAo relatar encontro reali-

zado em Portugal para incre-mentar o cooperativismo noBrasil, que contou com orien-tação técnica e com a conju-gação de esforços para esti-mular as cooperativas ligadasao setor habitacional brasilei-ro, o deputado Zonta (PP-SC) frisou que a Caixa Eco-nômica Federal não atendede maneira satisfatória aos 7milhões de brasileiros quequerem adquirir uma casaprópria. Por essa razão, eledefendeu a criação de umprograma nacional de habita-ção e de um banco socialpara fortalecer o setor.

Luiz Couto

Com base em artigo pu-blicado na Folha de S.Paulo,no dia 13, o deputado LuizCouto (PT-PB) criticou aidéia defendida pelo PSDBde que o pres idente LuizInácio Lula da Silva deve-ria desistir de concorrer àreele ição. O parlamentardisse concordar com a opi-nião do articulista Elio Gas-pari de que “há um fino gol-pe no ar” para derrubar opresidente Lula.

Para o parlamentar, quemdeve julgar Lula, o governodo PT e seus aliados são oseleitores e não “as mentes tu-canas”. “Estará o PSDB commedo de Lula e do PT nas ur-nas, não querendo aguardaras investigações amplas e semlimites dos fatos denuncia-dos? E querem agora destruiro Partido dos Trabalhadorespara depois, numa segundaetapa, acabar também com opróprio Governo?”, indagouLuiz Couto.

O deputado r e s sa l touque não há democracia sem

Luiz Couto diz que tentativa deimpedir reeleição de Lula é golpe

conflito, mas acredita que a“temporada de caça ao PT”tem levado à crença na inu-tilidade dos partidos e queisso pode levar ao enfraque-cimento das instituições de-mocráticas. Ele alertou ain-da para o perigo de se ca-minhar não para uma dita-dura tradicional, mas paraum sistema controlado porg rupos econômico s que ,conforme disse, torcem poruma regulação zero do mer-cado e das regras sociais.

Para Luiz Couto, muitas

vezes alguns líderes políticostentam enganar ou manipu-lar pessoas, dizendo que esseé o caso do PFL. “O PT nãovai aceitar esse jogo. E nomar da insensatez e de inte-resses, não deixa de ser irô-nico ou trágico, vêem-se cer-tas figuras do PFL, de pas-sado para lá de duvidoso, seapossando do discurso daética na política”, observou.“Não que o PFL não tenhadirigentes éticos”, ressalvou,“mas a lgumas f i guras doPFL, aqui e no Senado, nãotêm lá muita propensão paraa ética na política”.

CorrupçãoLuiz Couto disse que as

ações do Governo Lula nocombate à corrupção garan-tiram o acesso à informaçãoao público, fortaleceram osórgãos de controle externo,e reforçaram, em especial, aatuação da Polícia Federal.Segundo e l e , o PFL e oPSDB têm feito críticas àPF, mas o trabalho da insti-tuição tem dado resultados.

O deputado citou a opera-ção que levou à prisão daproprietária da loja paulis-tana Daslu, Eliana Tranche-s i . “ Insurgiram- se contrauma operação legal, ampa-rada em mandado da Justi-ça Federal e do MinistérioPúblico, ao mesmo tempoem que se calam quando setrata de ações ao arrepio dalei que, costumeiramente,atingem os pobres. Só gri-tam quando alguém das eli-tes é atingido”, comparou.

Para o parlamentar, nãose pode condenar essa ope-ração da Po l í c ia Federa lsob risco de dizer que o cri-m e o r g a n i z a d o n ã o t e mque ser combatido porquegera emprego. “Vamos dei-xar agora que o narcotrá-f ico e o tráf ico de armastambém sejam legalizadosp o r q u e g e r a m e m p r e g o ?Não. Queremos emprego,mas sério, legal, legítimo,que não seja resultado dasonegação, da fraude e docontrabando”, arrematou.

Marcelo Ortiz

O deputado MarceloOrtiz (PV-SP) comuni-cou a tentativa de assas-sinato sofrida na quarta-feira (13), pela prefeitaSelma Alves, do PartidoVerde, em Pirapemas, noestado do Maranhão, di-zendo que ela teve suacasa invadida pelo agres-sor. O parlamentar disseque o assassinato só nãose consumou porque aprefeita conseguiu saircor rendo de sua casa ,precisando urgentemen-te, conforme pediu, deproteção da Polícia Fe -deral. Por essa razão, Or-tiz resolveu pedir provi-dências do Governo Fe-deral para a proteção daprefeita.

Também a deputadaLaura Carneiro (PFL-RJ), falando em nome dabancada feminina na Câ-

Laura Carneiro

Prefeita do PV sofre atentado em Pirapemas no MAmara, solicitou à presidênciada Câmara interferência jun-to ao ministro da Justiça,Márcio Thomaz Bastos, paraque a Polícia Federal inves-tigue a tentativa de assassi-nato e assuma a proteçãopessoal da prefeita. “O mo-tivo é político”, disse o líderMarcelo Ortiz, explicandoque ela teve a casa invadidae uma pessoa tentou matá-la. “Não conseguiu seu in-tento porque nossa prefeitacorreu e foi socorrida a tem-po”, frisou o deputado, aler-tando a Polícia Federal paraa insegurança que se agravano País.

EleitosNo Maranhão, foram elei-

tos em 2004 cerca de 20 pre-feitos pelo Partido Verde. Fa-lando da tribuna, o líder doPV, Marcelo Ortiz, protestoutambém contra a invasão deescr i tór ios de advocacia ,

lembrando que para a demo-cracia funcionar é precisorespeitar os direitos estabe-lecidos, entre os quais o di-reito dos advogados de man-ter o s igi lo profiss ional eproteger os interesses e aconfiança de seus clientes.

“O escritório do advoga-do é inviolável”, disse Ortiz,ped indo prov idênc ias doExecutivo para que estas

violações não continuem.Para mais informações, opar lamentar pediu paracontactar a liderança doPV pelo telefone 61-3215-9791 ou pe lo e -ma i llid.pv@camara.gov.br ouainda diretamente com ol í d e r emdep.marceloortiz@camara.gov.brou a inda pe lo s i t ewww.partidoverde.org).

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