cpi recebe extratos bancários até amanhã · 2005-07-15 · dos do pt. sigmaringa disse esperar...

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ANO 7 - Número 1471 Brasília-DF, segunda-feira, 18 de julho de 2005 www.camara.gov.br [email protected] Fone: (61) 3216-1666 Fax: (61) 3216-1653 2 4 Impresso Especial 11204/2002-DR/BSB CÂMARA DOS DEPUTADOS CORREIOS O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse, na sexta-feira, ao presi- dente da CPMI dos Correios, senador Delcidio Amaral, que o prazo de cinco dias dado aos bancos para enviar os extratos bancários de pessoas investiga- das pela CPMI dos Correios ter- mina amanhã. Delcidio foi ao Banco Central pedir mais cele- ridade na remessa das informa- ções, principalmente do Banco do Brasil e da agência do Banco Rural no Brasília Shopping. Nessa agência, teriam ocorrido grandes saques nas contas das empresas do publicitário. CPI recebe extratos bancários até amanhã Deputados do PT anunci- aram as providências que es- tão tomando contra o líder do PFL, deputado Rodrigo Maia, que, na quinta-feira, divulgou levantamento apontando a ida de pessoas ligadas a eles à agência do Banco Rural. No documento divulgado por Rodrigo Maia, aparecem os nomes de nove deputados petistas: João Paulo Cunha, Vicentinho e Devanir Ribeiro, de São Paulo; Sigmaringa Sei- xas e Wasny de Roure, do Dis- Deputados anunciam medidas contra denúncias de Rodrigo Maia trito Federal; Josias Gomes e Zezéu Ribeiro, da Bahia; Pau- lo Rocha, do Pará; e Paulo Delgado, de Minas Gerais. O deputado Sigmaringa Seixas entrou com uma repre- sentação junto à Mesa da Câ- mara, por quebra de decoro parlamentar, contra Rodrigo Maia, por considerar que ele fez declarações “levianas e ir- responsáveis” contra deputa- dos do PT. Sigmaringa disse esperar que seu pedido resulte na cassação do líder do PFL. “Ele não pode se esconder em sua imunidade parlamentar. Essas acusações estão virando uma histeria. É preciso ter cui- dado para não culpar inocen- tes”, afirmou. O deputado Wasny de Rou- re informou que está consultan- do advogados para tomar as medidas cabíveis no caso. “Ati- tudes como esta do líder do PFL podem levar ao descrédito o instrumento mais democrático de investigação do Legislativo: a CPI”, avaliou. Integrantes da CPMI dos Correios estiveram em Belo Horizonte, na quinta-feira, para analisar as 12 caixas com documentos fiscais da DNA Propaganda, do empresário Marcos Valério, apreendidas pela Polícia Civil de Minas Gerais. Os documentos são notas fiscais emitidas pela DNA entre os anos de 1998 e 2003. A CPMI dos Correios ouve, amanhã, o secretário- geral licenciado do PT, Silvio Pereira, e, na quarta-feira, o tesoureiro licenciado do PT, Delúbio Soares. O presidente Severino Cavalcanti recebeu, na semana passada, visita do embaixador da Bulgária, Ven- trislau Ivanou (foto), e do côn- sul daquele país, Renato Ilie- ff. A Câmara analisou um ajuste sobre isenção parcial de vistos entre Brasil e Bul- gária. O tratado, celebrado em abril de 2003, foi aprovado pela Casa no dia 7 de julho, na forma do Projeto de Decre- to Legislativo 1.024/03, e en- caminhado para análise do Senado Federal. Carlos Sampaio quer incentivar franqueados a delatar mensalão CORREIOS ACM Neto diz que “fantasma” confirma crime de Marcos Valério 2 Gastão Vieira lamenta que Governo não saiba administrar crise PLENÁRIO POLÍTICA O deputado Mauro Be- nevides voltou a defender ur- gência na aprovação da refor- ma, afirmando que ela seria “a resposta mais positiva que da- ríamos ao povo brasileiro, quando uma crise conjuntural fundamentalmente política emergiu de forma tal que nos atinge a todos”. O parlamentar ressaltou a importância de se aprovar, em especial, o financiamento pú- blico de campanhas e a fide- lidade partidária, para corrigir os atuais desvios do sistema eleitoral do País. Para Benevides, Reforma Política é a resposta para os problemas atuais Eleição para presidente O deputado Osvaldo Coelho apresentou proposta de emen- da à Constituição mudando a regra da contagem de votos para aumentar o peso dos estados com menos eleitores. A propos- ta elimina o princípio vigente (um eleitor, um voto) e cria uma pon- deração dentro de cada estado e do Distrito Federal. O objetivo da proposta, de acordo com o deputado, é “as- segurar que os diversos estados brasileiros influam, decisivamen- te, na escolha do presidente da República”. Ele assinalou que os quatro estados mais populosos do Brasil – São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia – , que concentram 50% dos elei- tores brasileiros, podem eleger sozinhos o presidente. Página 5 Página 3 Presidente da CPI dos Correios, senador Delcidio Amaral J. FREITAS - AGÊNCIA SENADO Páginas 2 e 3 J. BATISTA Luiz Couto acusa PSDB de tentar impedir reeleição de Lula Página 8 Página 5

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Page 1: CPI recebe extratos bancários até amanhã · 2005-07-15 · dos do PT. Sigmaringa disse esperar que seu pedido resulte na cassação do líder do PFL. “Ele não pode se esconder

ANO 7 - Número 1471Brasília-DF, segunda-feira, 18 de julho de 2005 www.camara.gov.br • [email protected] • Fone: (61) 3216-1666 • Fax: (61) 3216-1653

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ImpressoEspecial

11204/2002-DR/BSBCÂMARA DOS

DEPUTADOS

CORREIOS

O presidente do BancoCentral, Henrique Meirelles,disse, na sexta-feira, ao presi-dente da CPMI dos Correios,senador Delcidio Amaral, queo prazo de cinco dias dado aosbancos para enviar os extratosbancários de pessoas investiga-das pela CPMI dos Correios ter-mina amanhã. Delcidio foi aoBanco Central pedir mais cele-ridade na remessa das informa-ções, principalmente do Bancodo Brasil e da agência do BancoRural no Brasília Shopping.Nessa agência, teriam ocorridograndes saques nas contas dasempresas do publicitário.

CPI recebe extratos bancários até amanhã

Deputados do PT anunci-aram as providências que es-tão tomando contra o líder doPFL, deputado Rodrigo Maia,que, na quinta-feira, divulgoulevantamento apontando a idade pessoas ligadas a eles àagência do Banco Rural.

No documento divulgadopor Rodrigo Maia, aparecemos nomes de nove deputadospetistas: João Paulo Cunha,Vicentinho e Devanir Ribeiro,de São Paulo; Sigmaringa Sei-xas e Wasny de Roure, do Dis-

Deputados anunciam medidas contradenúncias de Rodrigo Maia

trito Federal; Josias Gomes eZezéu Ribeiro, da Bahia; Pau-lo Rocha, do Pará; e PauloDelgado, de Minas Gerais.

O deputado SigmaringaSeixas entrou com uma repre-sentação junto à Mesa da Câ-mara, por quebra de decoroparlamentar, contra RodrigoMaia, por considerar que elefez declarações “levianas e ir-responsáveis” contra deputa-dos do PT. Sigmaringa disseesperar que seu pedido resultena cassação do líder do PFL.

“Ele não pode se esconder emsua imunidade parlamentar.Essas acusações estão virandouma histeria. É preciso ter cui-dado para não culpar inocen-tes”, afirmou.

O deputado Wasny de Rou-re informou que está consultan-do advogados para tomar asmedidas cabíveis no caso. “Ati-tudes como esta do líder do PFLpodem levar ao descrédito oinstrumento mais democráticode investigação do Legislativo:a CPI”, avaliou.

Integrantes da CPMI dosCorreios estiveram em BeloHorizonte, na quinta-feira,para analisar as 12 caixas comdocumentos fiscais da DNAPropaganda, do empresárioMarcos Valério, apreendidaspela Polícia Civil de MinasGerais. Os documentos sãonotas fiscais emitidas pelaDNA entre os anos de 1998 e2003.

A CPMI dos Correiosouve, amanhã, o secretário-geral licenciado do PT, SilvioPereira, e, na quarta-feira, otesoureiro licenciado do PT,Delúbio Soares.

O presidente SeverinoCavalcanti recebeu,

na semana passada, visita doembaixador da Bulgária, Ven-trislau Ivanou (foto), e do côn-sul daquele país, Renato Ilie-ff. A Câmara analisou umajuste sobre isenção parcialde vistos entre Brasil e Bul-gária. O tratado, celebrado emabril de 2003, foi aprovadopela Casa no dia 7 de julho,na forma do Projeto de Decre-to Legislativo 1.024/03, e en-caminhado para análise doSenado Federal.

Carlos Sampaioquer incentivarfranqueados a

delatar mensalão

CORREIOS

ACM Neto diz que “fantasma”confirma crime

de Marcos Valério

2

Gastão Vieiralamenta que

Governo não saibaadministrar crise

PLENÁRIO

POLÍTICA

O deputado Mauro Be-nevides voltou a defender ur-gência na aprovação da refor-ma, afirmando que ela seria “aresposta mais positiva que da-ríamos ao povo brasileiro,quando uma crise conjunturalfundamentalmente políticaemergiu de forma tal que nosatinge a todos”.

O parlamentar ressaltou aimportância de se aprovar, emespecial, o financiamento pú-blico de campanhas e a fide-lidade partidária, para corrigiros atuais desvios do sistemaeleitoral do País.

Para Benevides,Reforma Política é a

resposta para osproblemas atuais

Eleição para presidente

O deputado Osvaldo Coelhoapresentou proposta de emen-da à Constituição mudando aregra da contagem de votos paraaumentar o peso dos estadoscom menos eleitores. A propos-ta elimina o princípio vigente (umeleitor, um voto) e cria uma pon-deração dentro de cada estadoe do Distrito Federal.

O objetivo da proposta, deacordo com o deputado, é “as-segurar que os diversos estadosbrasileiros influam, decisivamen-te, na escolha do presidente daRepública”. Ele assinalou que osquatro estados mais populososdo Brasil – São Paulo, MinasGerais, Rio de Janeiro e Bahia –, que concentram 50% dos elei-tores brasileiros, podem elegersozinhos o presidente.

Página 5

Página 3

Presidente da CPI dos Correios, senador Delcidio Amaral

J. FREITAS - AGÊNCIA SENADO

Páginas 2 e 3

J. B

ATIS

TA

Luiz Couto acusa

PSDB de tentar

impedir

reeleição de Lula

Página 8

Página 5

Page 2: CPI recebe extratos bancários até amanhã · 2005-07-15 · dos do PT. Sigmaringa disse esperar que seu pedido resulte na cassação do líder do PFL. “Ele não pode se esconder

Brasília, 18 de julho de 200522

Mesa da Câmara dos Deputados - 52a Legislatura

Diretor: Ademir Malavazi (61) 3216-1500 - Fax: (61) 3216-1505

Editores: (61) 3216-1666Luís Castro, Renata Torres,Roberto Seabra e RosalvaNunes

SECOM - Secretaria de Comunicação Social

Endereço: Câmara dos Deputados - Anexo I - Sala 1508 - CEP: 70160-900 Brasília - DF

Diretora:Amneres Pereira(61) 3216-1651Editor-chefe:Marcondes Sampaio

Jornal da Câmara

Diagramadores:(61) 3216-1667Guilherme Rangel Barros, JoséAntonio Filho , José Alberto eRoselene Guedes de Figueiredo

Presidente:Severino Cavalcanti (PP-PE)1º Vice-Presidente:José Thomaz Nonô (PFL-AL)2º Vice-Presidente:Ciro Nogueira (PP-PI)1º Secretário:Inocêncio Oliveira (PMDB-PE)2º Secretário:Nilton Capixaba (PTB-RO)

3º Secretário:Eduardo Gomes (PSDB-TO)4º Secretário:João Caldas (PL-AL)Suplentes:Givaldo Carimbão (PSB-AL),Jorge Alberto (PMDB-SE), GeraldoResende (PPS-MS)e Mário Heringer (PDT-MG)

Procuradoria Parlamentar:Ney Lopes (PFL-RN)

Ouvidoria Parlamentar:Custódio Mattos (PSDB-MG)

Diretor-Geral:Sérgio Sampaiode Almeida

Secretário-Geral da Mesa:Mozart Vianna de Paiva

O deputado Carlos Sam-paio (PSDB-SP) anunciou,na sexta-feira (15), que vai pro-por que donos de franquias dosCorreios tenham garantias paradenunciar a cobrança de supos-to mensalão. Ele disse suspei-tar que as concessões eram dis-tribuídas em troca de pagamen-to de mesada, contando que adenúncia partiu do ex-diretoradministrativo dos CorreiosAntônio Osório, em depoimen-to à CPMI dos Correios.

Carlos Sampaio sugeriuque os franqueados não per-cam a concessão até 2007,quando terminam todos os

Sampaio propõe prêmio parafranquias que denunciarem mensalão

Carlos Sampaio

contratos e propôs que o mi-nistro das Comunicações,Hélio Costa, garanta a con-

cessão dos que delatarem o es-quema e suspenderem o paga-mento do suposto mensalão.“Vou sugerir ao presidente daCPI, na reunião de amanhã,que todos aqueles franquea-dos que relatarem o pagamen-to dessa mesada não tenhamsuas franquias retiradas peloGoverno. Uma espécie de de-lação premiada. Quer dizer, damesma maneira que aqueleque delata um crime de di-mensão maior tem o benefícioda redução da pena, eu querogarantir que este franqueadoque denunciou um esquemade corrupção nas franquias,

com cobrança de mesada,efetivamente tenha a garan-tia de que a sua franquia -como todas as outras do País- seja mantida até o ano de2007”, argumentou.

Carlos Sampaio lembrouque existem 1.400 franquias,que faturam cerca de R$ 2 bi-lhões, por ano. E alertou paraa necessidade de uma legisla-ção para impedir que as con-cessões sejam feitas sem lici-tação - como acontece hoje,defendendo a definição de cri-térios, como o pregão eletrô-nico ou alguma forma de con-corrência pública.

A nova denúncia de queo empresário Marcos Valé-rio, acusado de ser o opera-dor do esquema do mensa-lão, teria utilizado um fan-tasma para fazer saques nascontas de sua empresa pro-vocou reações na CPMI dosCorreios. Um relatório doConselho de Controle deAtividades Financeiras, oCoaf, entregue à CPMI, infor-ma que o ferroviário mineiroJonas de Pinho, morto em1999, é o responsável pelo sa-que de R$ 152 mil da conta daSMP&B, em uma agência doBanco Rural em Belo Horizon-te. O saque foi realizado em2003, mais de três anos depoisda morte do ferroviário.

Para o presidente da CPImista dos Correios, senadorDelcidio Amaral (PT-MS), anova denúncia reforça a ne-cessidade de convocar Mar-cos Valério para depor nova-mente: “São as surpresas que

Para ACM Neto, fantasma confirmaque Marcos Valério praticou crime

ACM Neto

vão aparecendo agora, emfunção das informações quenós estamos recebendo. Issodemonstra, com uma clare-za cada vez maior, a necessi-dade de ouvirmos novamen-te o senhor Marcos Valério,não só por essa questão, maspor outras, especificamenteligadas aos recursos e aos vo-lumes que ele tem movimen-tado e que agora aparecem deuma maneira cristalina noslevantamentos que a CPI estáfazendo”.

Um requerimento para areconvocação de Marcos Va-lério para depor na CPI dosCorreios já foi aprovado.Delcidio Amaral acredita,no entanto, que a reconvo-cação deve esperar um pou-co. Segundo ele, o momen-to é de estudar todos os do-cumentos já recebidos pelaCPI e os que a comissãoainda receberá.

Para o deputado Antonio

Car los Maga lhães Neto(PFL-BA), a nova denúnciaconfirma os supostos crimesde Valério: “Apareceu o pri-meiro fantasma. O senhorMarcos Valério utilizou deum recurso antigo para bur-lar a Receita Federal e paraburlar a legislação brasileira.E isso apenas agrava a situa-ção dele e reforça a tese deque é um criminoso”.

Parlamentares da basegovernista e da oposiçãocomentaram a possível con-cessão do benefício da de-lação premiada ao empresá-rio Marcos Valério Fernan-des, caso ele colabore coma Justiça e forneça informa-ções sobre o suposto es-quema de pagamento demesadas no Congresso Na-cional. Valério prestou de-poimento, na última quinta-feira (14) ao procurador-ge-ral da República, AntônioFernando de Souza, e pediua concessão da delaçãopremiada, direito legal queprevê a colaboração do acu-sado com a Justiça em tro-ca da redução da pena.

Para o deputado JoséEduardo Cardozo (PT-SP),integrante da Comissão Par-lamentar Mista de Inquérito(CPMI) dos Correios, o em-presário tem o dever de re-velar a verdade aos parla-mentares e, sobretudo, à po-pulação. O deputado desta-cou, no entanto, que a CPMI

Parlamentares comentam pedidode Valério para acordo com a Justiça

não tem poderes para nego-ciar a concessão do benefí-cio judicial ao empresário.“Quem pode negociar a de-lação premiada com ele é oMinistério Público. Nós, daCPMI, podemos encaminhar,podemos tentar buscar prote-ção, podemos inclusive ouvi-lo em tudo aquilo que ele tema falar, e fazer as gestões ne-cessárias para a proteção datestemunha Marcos Valério,caso ele queira testemunharsituações que até agora nãorevelou”, disse.

O deputado Antonio Car-los Magalhães Neto (PFL-BA) posicionou-se a favor dadelação premiada no caso deMarcos Valério. “Apóio total-mente, porque nós precisa-mos, neste momento, des-vendar todas as dúvidas queexistem sobre a corrupção noBrasil e se o preço para issofor o benefício da delação pre-miada, então nós temos quefazer, afinal de contas, o Mar-cos Valério pode ajudar muitoo Brasil, se ele falar”, disse.

O deputado Alexandre San-tos (PMDB-RJ) contestou as de-núncias do advogado RobertoBertholdo de que o ex-governa-dor do Rio Anthony Garotinho es-tivesse pagando mensalão paraparlamentares votarem contra oGoverno Federal. O deputadoclassificou as denúncias de ab-surdas e afirmou que o advoga-do não tem idoneidade para acu-sar ninguém. Alexandre Santoscitou matéria publicada no Jornalde Brasília, em que o advogadoé acusado de ter bloqueado, noConselho de Contribuintes daReceita Federal, processos dequase um milhão de dólares porsonegação fiscal. Ainda segun-do o jornal, Bertholdo teria seenvolvido em agressões e emum caso de tortura, além de terficado foragido da polícia no mêsde março, quando teve sua pri-são decretada, até junho.

Alexandre Santosdefende Garotinho

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Brasília, 18 de julho de 2005 3

Deputados do PT anuncia-ram que estão estudando as me-didas cabíveis para contestar o le-vantamento de dados divulgado,na quinta-feira, pelo líder doPFL, deputado Rodrigo Maia(RJ), apontando a ida de pesso-as ligadas a eles à agência doBanco Rural. Trata-se da mesmaagência em que foram feitos sa-ques das contas das empresas dopublicitário Marcos Valério, acu-sado de ser um dos operadoresdo esquema de pagamento domensalão.

No documento divulgado porRodrigo Maia, aparecem os no-mes de nove deputados petistas:João Paulo Cunha, Vicentinho eDevanir Ribeiro, de São Paulo;Sigmaringa Seixas e Wasny deRoure, do Distrito Federal; Josi-as Gomes e Zezéu Ribeiro, daBahia; Paulo Rocha, do Pará; ePaulo Delgado, de Minas Gerais.

O deputado João PauloCunha (PT-SP) divulgou nota,na sexta-feira, em que afirma quesua secretária e sua mulher fo-ram à agência do Banco Ruraltratar de problemas com contasde TV a cabo que só poderiamser resolvidas no Banco Rural,titular da cobrança. O ex-presi-dente da Câmara explicou queas informações sobre a ida de sua

mulher e da secretária à agênciajá foram encaminhadas por ele àCPMI dos Correios.

O deputado SigmaringaSeixas (PT-DF) disse que suasecretária foi ao banco sacarR$ 400, recebidos por um tra-balho particular. Ele apresentouà CPMI dos Correios cópia docheque descontado.

O deputado Paulo Delgado(PT-MG) disse que seu assessor,Francisco Neiva Filho, esteve noBanco Rural para fazer um paga-mento de serviço de carpintaria eque ele tem os comprovantes dodepósito. Outro assessor seu, Rai-mundo Ferreira da Silva, estevena agência para pegar uma ordemde pagamento ao diretório naci-onal do partido.

Paulo Delgado cobrou res-ponsabilidade da imprensa ao di-vulgar denúncias, mas disse queo PT deve se explicar: “Acho queo PT não tem que reagir a essascoisas. O PT tem que explicar eexplicar o máximo possível. E aimprensa tem que ter a capaci-dade de saber o que é uma expli-cação convincente e o que é umaexplicação que não se sustenta”,disse.

O líder do PT na Câmara,deputado Paulo Rocha (PT-PA), afirmou que, na data cita-

da na relação apresentada pelaimprensa, sua assessora, AnitaLeocádia Pereira, esteve em umaclínica neurológica no mesmoprédio da agência do banco.

O deputado Devanir Ribei-ro (PT-SP) disse considerar aassociação feita pelo líder do PFLuma irresponsabilidade. No seucaso, segundo garantiu, trata-sede uma coincidência de nomes.A Maria Aparecida da Silva quefoi ao Banco Rural não é a suaassessora.

Ele lembrou que, segundo ojornal O Estado de São Paulo,também teriam entrado no Ban-co Rural dois funcionários deRodrigo Maia. “Então, por quecruzar só os nossos (dados)? Éum jogo da oposição. E aí já pas-sa a ser uma luta política”, ad-vertiu Devanir.

O deputado Zezéu Ribeiro(PT-BA) demonstrou indigna-ção com as suspeitas levantadaspelo líder do PFL, explicandoque o seu ex-assessor esteve noedifício onde funciona o BancoRural para fazer um serviço par-ticular. “O negócio é de uma ir-responsabilidade muito grande.Ele deve estar medindo os ou-tros pelo comportamento dele.E a história dele não é de muitadignidade”, concluiu.

Petistas protestam contradenúncias de Rodrigo Maia

A demissão do diretor-ge-ral da Agência Brasileira de In-teligência (Abin), Mauro Marce-lo de Lima e Silva, foi bem re-cebida pelos integrantes daCPMI dos Correios. Na quar-ta-feira (13), foi divulgada umamensagem eletrônica do dire-tor, na qual ele chamava osmembros da CPMI de “bestas-feras em pleno picadeiro”. Elefazia referência à forma comoos parlamentares receberam odepoimento do agente da Abin,Edgard Lange.

A nota do então diretor re-futa a participação da agênciana gravação em que MaurícioMarinho aparece recebendoR$ 3 mil. O texto também la-menta “os estragos à atividadeprofissional” do agente EdgarLange, provocados por seu de-poimento à CPMI dos Correiosna semana passada. Na oca-sião, Edgar Lange alegou sigi-lo profissional e não forneceuas informações esperadas pe-los parlamentares sobre as in-vestigações de supostas irre-gularidades nos Correios.

Já na quarta-feira à noite,o presidente da CPMI dos Cor-reios, senador Delcidio Amaral(PT-MS), havia anunciado terrecebido uma ligação do presi-dente do Senado, Renan Ca-lheiros, para informar que Mau-

ro Marcelo havia pedido demis-são do cargo.

O líder do PFL, deputadoRodrigo Maia (RJ), defendeua convocação do ex-diretor pelaCPMI. “Assim, teríamos algu-mas informações dele a respei-to do caso da CPMI e aprovei-taríamos para saber sobre ou-tros fatos que ainda estão semresposta em relação à Abin”,explicou. No entanto, para o de-putado Maurício Rands (PT-PE), integrante da CPMI, exis-tem outros depoimentos maisimportantes que devem ser pri-orizados.

Na quarta-feira, o senadorPedro Simon (PMDB-RS) che-gou a pedir, no caso de confir-mação da nota, que MauroLima e Silva fosse demitido. Jáo deputado Roberto Freire(PPS-PE) declarou que o dire-tor-geral da Abin não deveriaser convocado pela CPMI, masprocessado pelo Congressoem razão dos termos que utili-zou.

O deputado Geraldo Tha-deu (PPS-MG) ponderou que apublicação da nota mostra queo trabalho da CPMI está sendoeficiente. Ele pediu que a comis-são reforce a solicitação paraenvio das informações da Abinsobre as investigações de cor-rupção nos Correios.

Deputados elogiam pronta demissãode diretor da Abin

Bancos têm até terça para enviar extratosO presidente do Banco Cen-

tral, Henrique Meirelles, infor-mou, na sexta-feira (15), ao pre-sidente da CPI dos Correios, se-nador Delcidio Amaral, que foidado um prazo de 5 dias, prazoque termina amanhã (19), paraque os bancos enviem os extra-tos bancários de pessoas inves-tigadas pela CPMI dos Correi-os. Delcidio foi ao Banco Cen-tral pedir mais celeridade na re-messa das informações, princi-palmente do Banco do Brasil eda agência do Banco Rural noBrasília Shopping. Nessa agên-cia, teriam ocorrido grandes sa-ques nas contas das empresas dopublicitário Marcos Valério.

A CPMI já recebeu váriosdocumentos bancários, mas fal-tam informações complementa-res, principalmente da movi-mentação das empresas. Delci-dio Amaral não quis adiantar se

a CPI poderia fazer um acordocom Marcos Valério para queele forneça mais informaçõesem troca de algum benefício.Marcos Valério esteve com oprocurador-geral da República,Antonio Fernando de Souza,para prestar um depoimento vo-luntário, mas o procurador te-ria recusado oferecer algum be-nefício agora.

Integrantes da CPI Mista

dos Correiosestiveram emBelo Horizon-te, na quinta-feira (14), paraanalisar as 12caixas com do-cumentos fis-cais da DNAPropaganda,do empresárioMarcos Valé-rio, apreendi-

das pela polícia civil de MinasGerais. Os documentos são no-tas fiscais emitidas pela DNAentre os anos de 1998 e 2003.

O material foi encontradocom Marco Túlio Prata, irmãodo contador da empresa, Mar-co Aurélio Prata. Ele é policialaposentado e está sendo inves-tigado pela polícia de Belo Ho-rizonte em um caso de homicí-dio. Além da documentação, a

polícia encontrou vestígios depapel queimado em tamboresque estavam no local.

A CPI Mista dos Correiosquer que a documentação sejatransferida para Brasília, o quedeve ser feito amanhã.

Acompanhados de técnicosespecializados, os membros daCPMI analisaram por duas horasos documentos apreendidos. Se-gundo o deputado Jamil Murad(PCdoB-SP), é estranho que essevasto material da agência DNAdo empresário Marcos Valério es-tivesse com um ex-policial acusa-do de homicídio: “Eu acho que oMarcos Valério procurou dar fimao material que possa comprome-tê-lo. Seja porque não pagou im-posto, seja porque se tratava deuma operação fantasma, apenaspara justificar o recebimento dodinheiro sem prestar o serviço.Então, isso precisa ser investiga-

do agora”, disse. Jamil Murad nãodescartou a possibilidade de que-brar o sigilo telefônico de MarcoTúlio Prata.

O deputado Eduardo Paes(PSDB-RJ) disse esperar que osdocumentos apreendidos aju-dem a CPMI a elucidar questõesjá levantadas nos trabalhos dacomissão: “São mais elementospara investigação, para a apura-ção, portanto, não dá para fazerilações sobre o que vem a ser oudeixa de ser. Temos que anali-sar com cuidado, mas a princí-pio são documentos suspeitos enotas frias, mas são só suspeitasaté este momento”.

Além dos deputados JamilMurad e Eduardo Paes, estive-ram em Belo Horizonte, o de-putado Onyx Lorenzoni (PFL-RS), e os senadores Sibá Ma-chado (PT-AC) e Heloísa He-lena (AL).

J. FREITAS AGÊNCIA SENADO

Delcidio Amaral

CPMI dos Correios

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Brasília, 18 de julho de 20054

PINGA-FOGO

Terras de RoraimaAo reivindicar que a União

repasse a Roraima a adminis-tração de suas terras, o depu-tado Dr. Rodolfo Pereira (PDT-RR) disse que isso deveria teracontecido desde que a unida-de federativa deixou de ser ter-ritório federal. Ele alertou que,atualmente, Roraima é um es-tado virtual, porque não tem di-reito a legislar sobre seu próprioterritório e não pode implantarum planejamento econômicopara a ocupação de áreas agrí-colas. O parlamentar apeloutambém ao Ministério de Minase Energia para que estenda oprograma Luz para Todos a Ro-raima, sugerindo que o ministé-rio repasse verbas para que ogoverno do estado, a Eletronor-te ou os próprios municípios le-vem energia elétrica às residên-cias.

Energia elétricaAlmerinda de Carvalho

(PMDB-RJ) disse que o progra-ma de apoio à capitalização deempresas distribuidoras deenergia elétrica, do BNDES, nãoresolve o problema das empre-sas que convivem com o roubode energia através dos “gatos”.Segundo a deputada, depois demuita negociação, apenas a Li-ght logrou êxito e receberá umaajuda de R$ 727,2 milhões dobanco. Ele disse que a inadim-plência é outro obstáculo, poisjá atinge 24% do faturamento daempresa.

Júlio de CastilhosBeto Albuquerque (PSB-

RS) registrou os 114 anos deemancipação política e adminis-trativa da cidade de Júlio deCastilhos, no Rio Grande doSul. Segundo destacou, o mu-nicípio homenageia seu cidadãomais ilustre, que foi presidentedo Rio Grande do Sul em duasocasiões. O deputado relatouque a história do município co-meçou ainda em 1633, quandoa região abrigava uma missãodos Jesuítas. Hoje, Júlio deCastilhos tem 20 mil habitantese está na rota econômica e tu-rística do estado.

Cidadão mimosenseNeucimar Fraga (PL-ES)

informou ter sido condecoradocom o título de Cidadão Mimo-sense e agradeceu a homena-gem ao vereador Serginho e àprefeita da cidade de Mimoso,no Espírito Santo. O deputadoainda comunicou a solenidadede assinatura de ordem de ser-viço em Vila Velha (ES), nocomplexo portuário do municí-pio, para duplicar o trecho daRodovia BR-447 que liga o por-to de Capuaba à BR-262.

Gastão Vieira lamenta crise edefende dignidade do Parlamento

O deputado Gastão Vieira(PMDB-MA) lamentou a cri-se política em que o País estámergulhado e que tem servidocomo motivo de críticas aosparlamentares. “O Brasil estáexigindo dos parlamentares umapostura que permita a saída des-sa crise, mantendo a dignidadedo Poder Legislativo e a nossacerteza de que é bom ser políti-co, de que é sério ser político e,acima de tudo, de que essa ativi-dade é muito digna”, destacou.

Vieira afirmou que não pre-tende esconder sua condição dedeputado para fugir às críticasda população, como têm feitoalguns colegas: “Não vou, emnenhuma hipótese, tirar estebroche da lapela para não en-frentar as críticas daqueles quena sociedade não compreendemnem aceitam o momento polí-tico que estamos vivendo.”

O parlamentar disse ter dú-vidas de que o Governo saiba

administrar crises e possa rever-ter o atual quadro de fragmen-tação política de sua base noCongresso. Segundo ele, a de-sorientação ainda está presentee a reforma ministerial que estásendo feita poderá dar unicida-de ao Governo. Vieira acha quea reforma permitirá ao Gover-no avançar nos seus aspectosadministrativos, mas tem dúvi-das de que ela possa acrescen-tar ao Executivo a base de sus-tentação de que ele precisa nes-te momento.

Um exemplo dessa orienta-ção, no entender do parlamen-tar, seria a recente declaração dopresidente Lula de que o ex-mi-nistro Gushiken, da Secretariade Comunicação, só sairia doGoverno se quisesse; porém, res-saltou, no dia seguinte, foi pu-blicada a perda do status de mi-nistério da Secom. “Parece quenão há uma certeza do que fa-zer”, constatou.

Para o deputado, é inadiávelque se faça a Reforma Política.Entretanto, ele protestou con-tra a posição de certos líderesque afirmam que não haverátempo para realizá-la ainda nes-te ano. Para ele, provavelmenteos líderes terão condições de en-frentar e vencer as eleições de

2006. “Temos primeiro que fa-zer a Reforma Política, votando-a na Câmara e no Senado atéoutubro”, enfatizou.

Segundo Vieira, só a partici-pação de todos os parlamenta-res, e não apenas dos líderes queparticipam das grandes decisões,poderá pôr fim à crise. O depu-tado relacionou isso ao que elechamou de “solidão do Plená-rio”, e explicou: em fevereiro,quando os novos deputadoschegam à Casa, eles têm a im-pressão de que são importantes,mas rapidamente descobremque isso acontece porque have-rá eleições para a Mesa, para aspresidências das comissões epara a escolha dos líderes parti-dários. “Enfim, há uma solidãoconcreta, porque esta Casa, in-felizmente, não cria condiçõespara que a maioria dos parla-mentares participe das grandese quem sabe das pequenas deci-sões”, concluiu.

Tramita na Câmara o Pro-jeto de Decreto Legislativo1.758/05, da Comissão de Re-lações Exteriores e Defesa Na-cional, que aprova o texto doacordo entre Brasil e Síriapara cooperação na área deturismo. O acordo foi firma-do em Damasco, capital síria,em dezembro de 2003.

Entre os principais pontosdo tratado estão a troca de in-formações sobre leis de prote-ção e preservação do patrimô-nio natural e cultural, o estí-mulo ao intercâmbio bilateralestudantil e acadêmico, aapresentação de atrações tu-rísticas em eventos organiza-dos por cada país e o incenti-vo a investimentos no setor.

O acordo prevê, ainda, acooperação recíproca no âm-bito da Organização Mundialde Turismo (OMT) e de ou-tras instituições internacio-nais que tratem do turismo emseus programas de trabalho.

O Projeto de Decreto Legisla-tivo 1.426/04, da Comissão de Re-lações Exteriores e de Defesa Na-cional, que ratifica o texto de acor-do sobre serviços aéreos firmadoentre Brasil e Portugal, em Lisboa,em novembro de 2002, deverá seranalisado pela Comissão de Cons-tituição e Justiça e de Cidadania,na qual recebeu parecer favoráveldo relator, deputado Osmar Ser-raglio (PMDB-PR).

O acordo tem por objetivooferecer, em conjunto com asdemais normas internacionaisde aviação civil, as bases técni-cas, comerciais e institucionaispara que companhias aéreas doBrasil e de Portugal possam ex-plorar serviços aéreos interna-cionais nos dois países.

Pelo acordo, cada parte po-derá designar até duas empre-sas aéreas para operar os servi-ços nas rotas especificadas pe-los governos dos dois países. Asempresas ficarão livres de im-postos e outras taxas nos servi-ços prestados. Elas também po-derão emprestar entre si equi-pamentos de aeronaves e de se-gurança e peças sobressalentes.

Ainda segundo o acordo, abagagem e a carga em trânsito

direto serão isentas de direitosaduaneiros e outros impostossemelhantes. Além disso, as ta-xas pela utilização dos aeropor-tos, instalações e serviços de na-vegação aérea não poderão sermais elevadas que as pagas pelasempresas aéreas nacionais queexplorarem serviços internacio-nais semelhantes.

TramitaçãoO projeto, que tramita em regi-

me de urgência e está sujeito à aná-lise do Plenário, já foi aprovado pe-las comissões de Finanças e Tribu-tação e de Viação e Transportes.

CCJC deverá apreciar cooperação de serviços aéreos com Portugal

Câmara discute acordo deturismo entre Brasil e Síria

TramitaçãoO projeto, originado da

Mensagem 1.001/04, do PoderExecutivo, tramita nas comis-sões de Turismo e Desporto ede Constituição e Justiça e deCidadania. Nesta última, odeputado Jamil Murad(PCdoB-SP) foi designadopara relatar a matéria. Após aanálise das comissões, o acor-do será encaminhado a vota-ção em plenário.

Osmar Serraglio

Jamil Murad

Gastão Vieira

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Brasília, 18 de julho de 2005 5

O deputado Mauro Benevi-des (PMDB-CE) voltou a de-fender urgência na aprovação daReforma Política e apelou às li-deranças partidárias para quecoloquem o projeto em discus-são no início de agosto. “Seria aresposta mais positiva que darí-amos ao povo brasileiro, quan-do uma crise conjuntural funda-mentalmente política emergiude forma tal que nos atinge atodos”, argumentou.

O parlamentar ressaltou aimportância de se aprovar, emespecial, o financiamento públi-co de campanhas, um dos pon-tos da proposta que passou pelacomissão especial da ReformaPolítica e pela Comissão deConstituição e Justiça e de Ci-dadania. “Vamos retirar da ga-veta este projeto”, disse, alertan-do que o financiamento público

Benevides afirma que ReformaPolítica tem que sair da gaveta

é fundamental para que nãohaja irregularidades na arreca-dação de recursos para as pró-ximas eleições.

Aos que possam considerarinsuficientes os estimados R$900 milhões em recursos públi-

cos para financiar as campanhasde deputados federais e estadu-ais, o parlamentar respondeu:“Podem faltar os recursos, massobrará, sem dúvida, a dignida-de daqueles que se investirem demandatos. Eles terão uma auto-ridade redobrada para se apre-sentar como legítimos represen-tantes do povo brasileiro”, argu-mentou.

FidelidadeA fidelidade partidária tam-

bém foi defendida por Benevi-des, ao lembrar que, só nesteano, 147 deputados mudaram delegenda. “Isso avilta a própriadignidade dos mandatos e atin-ge frontalmente os partidos po-líticos que se vão sentir desfal-cados em seus quadros estrutu-rais”, criticou, enfatizando quemuitos parlamentares são eleitospor força do quociente partidá-

rio e migram para outras legen-das sem a menor satisfação aoseleitores responsáveis por seusmandatos. Para o deputado, aReforma Política tem o propó-sito de estancar essa “transmi-gração irrefreável”.

Mauro Benevides recordouque a Constituição de 1988,que ele próprio ajudou a ela-borar, permitiu que os partidosse organizassem e que tivessemcondições de representar comdignidade diversas correntes depensamento, o que levou aomultipartidarismo da atualida-de. No entanto, agora, quan-do existem, no País, 27 parti-dos registrados no Tribunal Su-perior Eleitoral, o deputadoacredita que é inadiável a ne-cessidade de se promover umareforma política que melhor si-tue os partidos e seus filiados.

A Câmara analisa a Propos-ta de Emenda à Constituição412/05, do deputado OsvaldoCoelho (PFL-PE), que muda aregra de contagem de votos naeleição presidencial, aumentan-do o peso dos estados com me-nos eleitores. A proposta elimi-na o princípio vigente (um elei-tor, um voto) e cria uma ponde-ração dentro de cada estado edo Distrito Federal.

Conforme a proposta, o nú-mero total de votos ponderadosem cada estado e no DistritoFederal na eleição do presiden-te corresponderia ao número decadeiras que a unidade tem noCongresso Nacional -– os cha-mados votos federativos. SãoPaulo, por exemplo, que tem 70deputados e 3 senadores, teria73 votos federativos na eleiçãopresidencial. Os estados commenos representantes no Con-gresso, como Acre, Amapá,Rondônia e Roraima, teriam 11votos federativos (8 deputadose 3 senadores). Em cada estado,a quantidade de votos federati-

vos dos candidatos a presidenteseria proporcional aos votos ob-tidos nas urnas.

DistritosSegundo a PEC, os estados

e o Distrito Federal seriam con-siderados distritos eleitorais. Emcada distrito eleitoral seria de-terminado um quociente eleito-ral dividindo-se o número devotos apurados na eleição (ex-cluídos os nulos e brancos) pelorespectivo número de votos fe-derativos. Atribui-se os votosfederativos a cada candidato di-vidindo-se o número de votospor ele obtido no distrito elei-toral pelo correspondente quo-ciente eleitoral.

O objetivo da proposta, deacordo com Osvaldo Coelho, é“assegurar que os diversos esta-dos brasileiros influam, decisiva-mente, na escolha do presiden-te da República”. Ele lembra queos quatro estados mais populo-sos do Brasil – São Paulo, Mi-nas Gerais, Rio de Janeiro eBahia –, que concentram 50%dos eleitores brasileiros, podem

PEC reforça participação de estados commenos votos na eleição presidencial

eleger sozinhos o presidente. Ovoto ponderado, proposto porCoelho, reduz o poder dos gran-des estados para decidir a elei-ção presidencial e aumenta opoder dos pequenos estados.

Na Câmara dos Deputados,onde o número máximo de de-putados é 70 e o mínimo, 8, já éadotado o princípio da ponde-

ração. No Senado, no entanto,cada unidade da Federação temdireito a três representantes, in-dependentemente do seu tama-nho. Assim, o estado de SãoPaulo, que tinha 27 milhões deeleitores no ano passado, tem,no Senado, o mesmo peso deRoraima, que tinha 214.659 mileleitores. O constituinte estabe-leceu esta diferença com base noprincípio de que a Câmara re-presenta o povo brasileiro, e oSenado representa os estados.

Nas eleições presidenciais,a Constituição de 1988 garan-tiu mais importância ao elei-tor do que às unidades federa-das ao adotar o sufrágio uni-versal para a escolha do presi-dente. O deputado, no entan-to, não concorda com o crité-rio. “Não podemos aceitar osseveros desequilíbrios existen-tes entre os estados e que se re-produzem no comprometimen-to diferenciado, do presidenteeleito, em relação às unidadesfederativas mais e menos popu-losas”, argumentou.

Mauro Benevides

Osvaldo Coelho

Jungmann contestaação da Adepol

contra plebiscito dodesarmamento

Ao considerar um equívocoa ação direta de inconstituciona-lidade que a Associação dos De-legados de Polícia do Brasil(Adepol) ajuizou, na semanapassada, no STF, contra o refe-rendo sobre a comercializaçãode armas de fogo no País, o de-putado Raul Jungmann (PPS-PE), coordenador da Frente Par-lamentar Brasil sem Armas, ad-vertiu que não é verdade que aquestão do armamento ou do de-sarmamento envolva a defesanacional, porque não se está de-sarmando as polícias nem asForças Armadas.

Quanto às indústrias de ar-mamentos leves brasileiras, odeputado ressaltou que grandeparte da produção destina-se àexportação e que é possível fa-zer um processo de reconversãodas linhas que forem desativa-das pelo fim do comércio de ar-mas e munições.

Para Raul Jungmann, nãohá motivos que justifiquem aação impetrada pela Adepol:“Trata-se de um equívoco espe-tacular. É difícil reunir tanta de-sinformação em uma únicaquestão. A decisão do Congres-so é absolutamente legal, obe-deceu a todos os trâmites e emmomento algum fere a Consti-tuição Federal”, afirmou.

Na consulta popular, marca-da para o dia 23 de outubro, oseleitores responderão à pergun-ta: “O comércio de armas defogo e munição deve ser proibi-do no Brasil?” Se os eleitoresresponderem “sim”, a proibiçãoentrará em vigor imediatamen-te após a oficialização do resul-tado pelo TSE.

ProteçãoAo justificar a ação, José

Carlos Weber, presidente daAdepol, disse que o objetivo daentidade é “evitar que se deixetotalmente indefesa a socieda-de brasileira, já que não é pos-sível que cada cidadão tenhaum policial para sua proteção”.“O Brasil, com fronteiras conti-nentais, não tem como evitarque ingressem armas, contra-bando. As armas nas mãos dosfascínoras continuariam. So-mente ficariam desarmadas aspessoas de bem”, argumentou.

José Carlos Weber argu-mentou, ainda, que a proibiçãoda venda de armas no País tam-bém impedirá o exercício do co-mércio assegurado pela Cons-tituição Federal, causando enor-me prejuízo às indústrias naci-onais de armamentos e muni-ções, além de grande desem-prego de profissionais especiali-zados nessa área.

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Brasília, 18 de julho de 20056

A Comissão de Desenvol-vimento Urbano vai promo-ver, entre os dias 23 e 25 deagosto, a VI Conferência dasCidades, intitulada CidadeCidadã: A Organização dasCidades e a Participação Popu-lar. Entre outros assuntos, oencontro vai tratar de sane-amento e da regularização deparcelamentos urbanos, essetema é objeto do Projeto deLei 3.057/00, em tramitaçãona comissão, que desburo-cratiza a regularização de lo-teamentos suburbanos depequeno valor para torná-losmais acessíveis às pessoas debaixa renda.

O evento, proposto pelodeputado Zezéu Ribe i ro(PT-BA), terá a participaçãode parlamentares, represen-tantes dos governos federal,estaduais e municipais, tra-balhadores, entidades não-governamentais e movimen-tos populares que lutam emdefesa da habitação.

A conferência tambémdeverá discutir os planos di-retores de cidades com maisde 20 mil habitantes situa-

Zezéu Ribeiro

VI Conferência sobre as grandes cidades

das em locais de interesse tu-rístico ou em lugares subme-tidos a forte impacto ambi-ental, como regiões de mine-ração. O Estatuto da Cida-de (Lei 10.257/01) fixou pra-zo de cinco anos, que termi-na em 2006, para a implan-tação desses planos.

Contribuições anterioresAs conferências anterio-

res resultaram em ganhospara a sociedade. Um exem-plo é o Projeto de Lei 5.296/05, que cria a Política Na-cional de Saneamento Bási-co (PNS) e cujos primeirosesboços foram feitos duran-

te a I Conferência das Cida-des, realizada em setembrode 2003. A proposta, queestá pronta para ser votadapelo Plenário da Câmara,considera o saneamento bá-sico um direito social da po-pulação e um serviço públi-co. O projeto também prevê,entre outras medidas, a cria-ção de consórcios públicosentre municípios e governos

estaduais para a execução deserviços de saneamento.

VisitaL inco ln Por te la (PL -

MG) registrou a visita do se-cretário municipal de LagoaSanta, Carlos Ferrara, e doprefe ito de Cachoeira daPrata, José Branco, ambosmunicípios de Minas Gerais,ao min i s t ro do Tur i smo,Walfrido dos Mares Guia. O

Tramita na Câmara a Me-dida Provisória 254/05, em vi-gor desde 29 de junho, querevoga a MP 249/05, da Time-mania (loteria criada para sa-near as finanças dos clubesde futebol).

O Governo desistiu de tratardesse assunto por meio de me-dida provisória. Um projeto delei sobre o mesmo tema será en-viado pelo Executivo ao Con-gresso nos próximos dias.

A revogação da medida foiencaminhada pela ministra daCasa Civil, Dilma Rousseff.Em debates no plenário, aoposição havia argumentado

MP revoga Timemania, que será recriada por PL

A visita do ministro dosTransportes, Alfredo Nasci-mento, a Rondônia, para darinício às obras de recuperaçãoda BR-319 e o seu empenho emrecuperar as rodovias do esta-do do Tocantins foram registra-dos pelos deputados LupércioRamos (PMDB-AM) e Mau-rício Rabelo (PL-TO). Já o de-putado Zé Geraldo (PT-PA)anunciou que o Governo libe-rou recursos para as BRs 163 e230, no estado do Pará.

O deputado Lupércio Ra-mos destacou a visita do mi-nistro dos Transportes, Alfre-do Nascimento, do presiden-te da Comissão Mista de Or-çamento da Casa e do gover-nador do Amazonas, EduardoBraga, a Humaitá, para darinício às obras de recuperaçãoda BR-319 que liga a cidadeamazonense a Porto Velho,em Rondônia. O deputado sa-lientou que a rodovia é a úni-ca via de acesso terrestre en-tre o Amazonas e os demaisestados brasileiros e garante oescoamento industr ial da

Deputados tratam da situação das rodovias em RO, TO e PA

deputado relatou que os re-presentantes dos municípiosapresentaram ao Ministériodo Turismo projetos para in-crementar os pólos turísticosdas cidades e apelaram aoministro Walfrido dos MaresGuia para que dê atenção àsreivindicações, já que estasrepresentam a possibilidadede desenvolvimento econô-mico da região.

que a Timemania não era urgen-te nem relevante a ponto de serobjeto de medida provisória.

ProjetoO projeto de lei que substi-

tuirá a MP revogada deverá per-mitir que a Timemania use asmarcas, escudos e símbolosdos times. Em troca, os clubesreceberão parte dos recursosgerados pelas apostas, mas te-rão de quitar em até cinco anos(em prestações mensais) suasdívidas com o FGTS, o INSS ea Receita Federal, que chegama cerca de R$ 900 milhões.

Os recursos arrecadadosna loteria serão divididos en-

tre os apostadores, os clu-bes, o Fundo PenitenciárioNacional (Funpen) e o orça-mento da Seguridade Soci-al, em percentuais a seremdefinidos no texto do proje-to. A previsão do Governo éque a loteria arrecade cercade R$ 500 milhões por ano.A cartela da Timemania serávendida em bancas de jor-nais e casas lotéricas.

TramitaçãoA partir do dia 13 de agos-

to, a MP 254/05 passará atrancar a pauta da Casa ondeestiver tramitando (Câmara ouSenado).

Zona Franca de Manaus.Segundo acrescentou, a

obra vai atender os princí-pios de preservação ambien-tal e de desenvolvimento. Opar lamentar amazonensesaudou o presidente Lula porgarantir a execução da obrada BR-319, que representamecanismo eficiente para re-duzir as desigualdades regio-nais, e elogiou o governadordo Amazonas, Eduardo Bra-ga, que adotou trabalho decrescimento aliado ao desen-volvimento sustentável.

Maurício RabeloLupércio Ramos

Tocantins e ParáMaurício Rabelo agrade-

ceu ao ministro dos Transpor-tes pelo empenho na recupe-ração das rodovias do estadode Tocantins, em especial otrecho entre os municípios deGurupi e Aliança do Tocan-tins. O deputado destacouainda as obras que permitirãomelhorar o escoamento daprodução nas localidades deAparecida do Rio Negro, deRio Sono e de Goiatins.

O Governo já garantiu aliberação de recursos, ainda

neste ano, para recuperar asBRs paraenses 163 e 230, foio que anunciou o deputadoZé Geraldo. Ele disse que as

O projeto de lei queampl ia para dez anos otempo de ga ran t ia dasobras de infra-estrutura epavimentação de estradas evias urbanas é de autoriado deputado Hélio Este-ves (PT-AP), que preten-de com isso incluir esta de-terminação no Código Civil.Ele avaliou que grande par-te dos problemas de dete-r io ração prematura nasobras públicas se deve àbaixa qualidade dos mate-riais. Com a garantia esten-dida para dez anos, HélioEsteves acredita que asempresas vão realizar ser-viços com mais qualidade.O projeto também excluiqualquer justificativa para asuspensão da garant ia ,

Esteves apresenta projeto que ampliatempo de garantia para estradas

como o excesso de chuvasou o tráfego intenso de ca-minhões carregados. Na vi-são do parlamentar, o prazomaior de garantia vai gerareconomia para os cofres pú-blicos e dar mais segurançaao cidadão.

Hélio Esteves

obras vão ter início no perí-odo da estiagem para nãocomprometer a conclusãodos trabalhos.

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Língua PortuguesaAo registrar sua participa-

ção na Conferência dos Par-lamentos de Língua Portugue-sa, realizada em Cabo Verde,Nilton Capixaba (PTB-RO)lembrou que o Fórum foi cria-do em Brasília e visa à coope-ração e à elaboração de estra-tégias de desenvolvimento en-tre os países lusófonos. O par-lamentar relatou que os cabo-verdeanos sofrem com a es-cassez de água doce e impor-tam quase tudo o que conso-mem. Ressaltou ainda que oBrasil aproveitou experiênciasdo país africano para reduziros número de crianças nasruas e potencializar a ativida-de turística. Nilton Capixabadestacou, também, a experiên-cia do parlamentarismo emCabo Verde e defendeu a in-dependência do Legislativo,que precisa combater a inter-ferência do Executivo em suasatividades.

Planos de saúdeLuiz Couto (PT-PB) recla-

mou da Agência Nacional deSaúde (ANS) por autorizarreajustes de 25,08% nosprêmios dos contratos de se-guro-saúde individuais para osplanos firmados até 1º de ja-neiro de 1999 e não-adapta-dos à Lei 9.656/98. De acor-do com o termo de ajuste deconduta firmado no ano pas-sado com a ANS, o reajustedesses planos seria igual aosdemais, isto é, de 11,75%.Entretanto, segundo o depu-tado, a agência reguladora fi-xou um reajuste superior, alémde cobrar um resíduo de qua-se 9% relativo ao ano de 2004.

Direitos das criançasPorto Velho e Candeias do

Jamari, em Rondônia, reali-zam conferências municipaispara debater os direitos da cri-ança e do adolescente. Se-gundo Eduardo Valverde(PT-RO), o Estatuto da Crian-ça e do Adolescente, quecompletou 15 anos, ainda temeficácia restrita em muitas re-giões do País. O deputadotambém registrou a realiza-ção de uma feira agrope-cuária em Ji-Paraná (RO). Nasua visão, a feira é uma opor-tunidade importante para dina-mizar a economia local e ex-por a potencialidade agrícolae pecuária da região. O parla-mentar ainda informou terapresentado projeto para re-gulamentar a atividade dos ca-tadores de lixo. Segundo ele,a matéria tem por objetivo or-ganizar a atividade dos traba-lhadores, que prestam um ser-viço de utilidade pública.

Vista externa do Congresso Nacional

Os participantes dos pla-nos de previdência comple-mentar ganharam prazo adi-cional (até 30 de dezembro de2005) para escolher o regimetributário ao qual serão sub-metidos, segundo determina aMedida Provisória 255/05, emtramitação no Congresso. Oprazo anterior venceu no dia1º de julho.

A Lei 11.053/04 criou,para os planos de previdên-cia complementar, um regimede tributação baseado em alí-quotas decrescentes (a cha-mada “tabela regressiva” doImposto de Renda Pessoa Fí-sica retido na fonte). Nessesistema, quanto maior for otempo de contribuição do

MP amplia prazo para opção desaque da previdência privada

usuário, menor a carga tri-butária à qual será submeti-do. Com isso, passou a serestimulada a formação deuma poupança previdenciá-ria por períodos mais longos.

Tempo para análiseDe acordo com o ministro

da Fazenda, Antonio Palocci,

o objetivo da MP 255/05 é darmais segurança aos cerca de 6milhões de usuários da previ-dência complementar. “Vamosatender aos interesses dos tra-balhadores que necessitam demaior tempo para analisar asmudanças na metodologia decálculo”, explicou Palocci.

A opção pelo regime tribu-tário é irretratável (depois defazer a escolha, ninguém podemudar de idéia). Por isso mes-mo, conforme explicou o mi-nistro, é preciso haver temposuficiente para todos tomaremas suas decisões.

O novo prazo de entradana tabela regressiva é válidopara quem já estava inscrito naprevidência complementar atéo final de 2004. Os demais par-ticipantes terão até 60 dias, apartir do ingresso no plano deprevidência, para optarem ounão pelo critério regressivo.

A partir do dia 18 de agos-to, a MP passará a trancar apauta da Casa onde estiver tra-mitando (Câmara ou Senado).

Capitão Wayne

A Câmara analisa o Pro-jeto de Lei 5.551/05, que re-tira do Estatuto da Ordem dosAdvogados do Brasil (OAB)a proibição de militares daativa e de ocupantes de car-gos na polícia exercerem a ad-vocacia. Apresentado pelodeputado Capitão Wayne(PSDB-GO), o projeto esta-belece, porém, que a ativida-de só será exercida em causaprópria ou para defender pa-rentes até segundo grau.

Para o deputado, a proibi-ção da OAB é injustificável.Ele lembra que, até 1994,quando o estatuto da OAB

Mendes Ribeiro Filho

Militar e servidor da polícia poderão advogar

Tramita na Câmara o Pro-jeto de Lei 5.538/05, do depu-tado Zé Geraldo (PT-PA), queassegura ao companheiro ou àcompanheira o direito de ha-bitar o imóvel da família emcaso de morte da parceira oudo parceiro, desde que o imó-vel seja o único a inventariar.

O projeto altera o CódigoCivil, em vigor desde 2002,que prevê esse direito apenasao cônjuge, que tem a uniãoformalizada. O texto acres-centa a palavra “companhei-ro” ao artigo 1.831 do Códi-go Civil. Se aprovado, o direi-to fica garantido a todos os

entrou em vigor, militares eservidores da polícia forma-dos em direito podiam atuarcomo advogados na sua pró-

pria defesa ou na de familia-res diretos.

O Estatuto da OAB (Lei8.906/94) também proíbe a

atuação, como advogado, deintegrantes dos poderes Le-gislativo e Judiciário, do Mi-nistério Público e de ocu-pantes de cargos na área defiscalização e arrecadaçãode tributos, como procura-dores da Fazenda.

TramitaçãoO projeto tramita em con-

junto com o PL 2.300/96, dodeputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). Os dois estão sendo ana-lisados em caráter conclusivona Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Cidadania pelorelator, deputado Mendes Ri-beiro Filho (PMDB-RS).

casais, independentemente dotipo de união, do regime debens e não altera a participa-ção que caiba ao sobreviven-te na herança.

Para o deputado, o projetosupre a lacuna do Código Ci-vil, sem que seja necessário re-correr a leis anteriores a 2002,que já prevêem esse direito aoscompanheiros de união estável.

TramitaçãoA proposta, tramita em ca-

ráter conclusivo e foi apensa-da ao PL 4.944/05, do deputa-do Antonio Carlos Biscaia(PT-RJ), que trata da igualda-de de direitos entre cônjuges e

companheiros de união estável.Os textos estão na Comissão deSeguridade Social e Família e,

depois, seguem para a Comis-são de Constituição e Justiça ede Cidadania.

Projeto garante moradia a companheiro sobrevivente

Zé Geraldo Antonio Carlos Biscaia

PINGA-FOGO

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Brasília, 18 de julho de 20058

PINGA-FOGO

Crise políticaPaulo Delgado (PT-MG)

afirmou que a crise só é peri-gosa para os que a provoca-ram, mas, para outros, repre-senta a possibilidade do nas-cimento de uma nova realida-de. O deputado acredita que épreciso tornar a lei rigorosa eimpessoal para que aquelespolíticos prejudiciais possamser eliminados.

MP do bemAntonio Cambraia

(PMDB-CE) destacou artigointitulado Armadilha na MP dobem, que aponta os prejuízosque a Medida Provisória 252vai gerar à sociedade, com oenfraquecimento dos Conse-lhos de Contribuintes queconstitui valioso instrumento decontrole do fisco. O deputadoadvertiu que a MP garante àsturmas julgadoras de primeirainstância examinar processosenvolvendo quantias altas eavisar ao Ministério da Fazen-da que instituirá as Turmas Es-peciais Temporárias para julgaros processo, subtraindo acompetência dos órgãos per-manentes.

Banco da AmazôniaPauderney Avelino

(PFL-AM) disse que apresen-tou requerimento de informa-ções para saber a relação doBanco da Amazônia com oBanco Santos, que está sobintervenção. Segundo o depu-tado, o Banco da Amazôniateria aplicado no Banco San-tos recursos de prefeituras ede fundos de pensão. Avelinoafirmou que há evidênciasda aplicação de dinheiro depessoas comuns, da RegiãoNorte, no Banco Santos, eesses recursos desaparece-ram. “Por se tratar de quebrade sigilo, o requerimento pre-cisa ser votado pelo Plenário”,observou.

Banco socialAo relatar encontro reali-

zado em Portugal para incre-mentar o cooperativismo noBrasil, que contou com orien-tação técnica e com a conju-gação de esforços para esti-mular as cooperativas ligadasao setor habitacional brasilei-ro, o deputado Zonta (PP-SC) frisou que a Caixa Eco-nômica Federal não atendede maneira satisfatória aos 7milhões de brasileiros quequerem adquirir uma casaprópria. Por essa razão, eledefendeu a criação de umprograma nacional de habita-ção e de um banco socialpara fortalecer o setor.

Luiz Couto

Com base em artigo pu-blicado na Folha de S.Paulo,no dia 13, o deputado LuizCouto (PT-PB) criticou aidéia defendida pelo PSDBde que o pres idente LuizInácio Lula da Silva deve-ria desistir de concorrer àreele ição. O parlamentardisse concordar com a opi-nião do articulista Elio Gas-pari de que “há um fino gol-pe no ar” para derrubar opresidente Lula.

Para o parlamentar, quemdeve julgar Lula, o governodo PT e seus aliados são oseleitores e não “as mentes tu-canas”. “Estará o PSDB commedo de Lula e do PT nas ur-nas, não querendo aguardaras investigações amplas e semlimites dos fatos denuncia-dos? E querem agora destruiro Partido dos Trabalhadorespara depois, numa segundaetapa, acabar também com opróprio Governo?”, indagouLuiz Couto.

O deputado r e s sa l touque não há democracia sem

Luiz Couto diz que tentativa deimpedir reeleição de Lula é golpe

conflito, mas acredita que a“temporada de caça ao PT”tem levado à crença na inu-tilidade dos partidos e queisso pode levar ao enfraque-cimento das instituições de-mocráticas. Ele alertou ain-da para o perigo de se ca-minhar não para uma dita-dura tradicional, mas paraum sistema controlado porg rupos econômico s que ,conforme disse, torcem poruma regulação zero do mer-cado e das regras sociais.

Para Luiz Couto, muitas

vezes alguns líderes políticostentam enganar ou manipu-lar pessoas, dizendo que esseé o caso do PFL. “O PT nãovai aceitar esse jogo. E nomar da insensatez e de inte-resses, não deixa de ser irô-nico ou trágico, vêem-se cer-tas figuras do PFL, de pas-sado para lá de duvidoso, seapossando do discurso daética na política”, observou.“Não que o PFL não tenhadirigentes éticos”, ressalvou,“mas a lgumas f i guras doPFL, aqui e no Senado, nãotêm lá muita propensão paraa ética na política”.

CorrupçãoLuiz Couto disse que as

ações do Governo Lula nocombate à corrupção garan-tiram o acesso à informaçãoao público, fortaleceram osórgãos de controle externo,e reforçaram, em especial, aatuação da Polícia Federal.Segundo e l e , o PFL e oPSDB têm feito críticas àPF, mas o trabalho da insti-tuição tem dado resultados.

O deputado citou a opera-ção que levou à prisão daproprietária da loja paulis-tana Daslu, Eliana Tranche-s i . “ Insurgiram- se contrauma operação legal, ampa-rada em mandado da Justi-ça Federal e do MinistérioPúblico, ao mesmo tempoem que se calam quando setrata de ações ao arrepio dalei que, costumeiramente,atingem os pobres. Só gri-tam quando alguém das eli-tes é atingido”, comparou.

Para o parlamentar, nãose pode condenar essa ope-ração da Po l í c ia Federa lsob risco de dizer que o cri-m e o r g a n i z a d o n ã o t e mque ser combatido porquegera emprego. “Vamos dei-xar agora que o narcotrá-f ico e o tráf ico de armastambém sejam legalizadosp o r q u e g e r a m e m p r e g o ?Não. Queremos emprego,mas sério, legal, legítimo,que não seja resultado dasonegação, da fraude e docontrabando”, arrematou.

Marcelo Ortiz

O deputado MarceloOrtiz (PV-SP) comuni-cou a tentativa de assas-sinato sofrida na quarta-feira (13), pela prefeitaSelma Alves, do PartidoVerde, em Pirapemas, noestado do Maranhão, di-zendo que ela teve suacasa invadida pelo agres-sor. O parlamentar disseque o assassinato só nãose consumou porque aprefeita conseguiu saircor rendo de sua casa ,precisando urgentemen-te, conforme pediu, deproteção da Polícia Fe -deral. Por essa razão, Or-tiz resolveu pedir provi-dências do Governo Fe-deral para a proteção daprefeita.

Também a deputadaLaura Carneiro (PFL-RJ), falando em nome dabancada feminina na Câ-

Laura Carneiro

Prefeita do PV sofre atentado em Pirapemas no MAmara, solicitou à presidênciada Câmara interferência jun-to ao ministro da Justiça,Márcio Thomaz Bastos, paraque a Polícia Federal inves-tigue a tentativa de assassi-nato e assuma a proteçãopessoal da prefeita. “O mo-tivo é político”, disse o líderMarcelo Ortiz, explicandoque ela teve a casa invadidae uma pessoa tentou matá-la. “Não conseguiu seu in-tento porque nossa prefeitacorreu e foi socorrida a tem-po”, frisou o deputado, aler-tando a Polícia Federal paraa insegurança que se agravano País.

EleitosNo Maranhão, foram elei-

tos em 2004 cerca de 20 pre-feitos pelo Partido Verde. Fa-lando da tribuna, o líder doPV, Marcelo Ortiz, protestoutambém contra a invasão deescr i tór ios de advocacia ,

lembrando que para a demo-cracia funcionar é precisorespeitar os direitos estabe-lecidos, entre os quais o di-reito dos advogados de man-ter o s igi lo profiss ional eproteger os interesses e aconfiança de seus clientes.

“O escritório do advoga-do é inviolável”, disse Ortiz,ped indo prov idênc ias doExecutivo para que estas

violações não continuem.Para mais informações, opar lamentar pediu paracontactar a liderança doPV pelo telefone 61-3215-9791 ou pe lo e -ma i [email protected] ouainda diretamente com ol í d e r [email protected] a inda pe lo s i t ewww.partidoverde.org).