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Conferência InternacionalConferência Internacional”A Igualdade Profissional como ”A Igualdade Profissional como

Factor de Crescimento”Factor de Crescimento” CITE

Lisboa, 10 de Novembro de 2010

Painel III- A partilha por homens e mulheres do trabalho não pago

Maria do Céu da Cunha Rêgo

1 – Os estereótipos1 – Os estereótipos

2 - O estado da arte2 - O estado da arte

3 - Propostas de intervenção3 - Propostas de intervenção

2

1 – Os estereótipos:1 – Os estereótipos:

a) nos instrumentos de direito a) nos instrumentos de direito internacionalinternacional

3

Artigo 5.º

Os Estados Partes tomam todas as medidas apropriadas para:

a) Modificar os esquemas e modelos de comportamento sócio-cultural dos homens e das mulheres com vista a alcançar a eliminação dos preconceitos e das práticas costumeiras, ou de qualquer outro tipo, que se fundem na ideia de inferioridade ou de superioridade de um ou de outro sexo ou de um papel estereotipado dos homens e das mulheres; 4

ONU ONU Convenção sobre a Eliminação de Todas Convenção sobre a Eliminação de Todas

as Formas de Discriminação contra as as Formas de Discriminação contra as MulheresMulheres

55

ONU – Relatório do Secretário-Geral – Avaliação Pequim + 15

8-Fevereiro-2010

§198 A desigualdade de género e a discriminação contribuem para a continuação do desequilíbrio na divisão do trabalho entre homens e mulheres e perpetuam as percepções estereotipadas de que os homens são a principal fonte de rendimento, enquanto as mulheres são a fonte secundária. A partilha desigual de trabalho não pago, incluindo o de cuidado, entre homens e mulheres limita a capacidade das mulheres para participarem plenamente na educação e na formação no mercado de trabalho e na esfera pública. Redistribuir o peso do trabalho não pago entre as mulheres e os homens requer um conjunto de intervenções focadas quer na transformação das atitudes e comportamentos individuais, quer em intervenções institucionais, particularmente no mercado de trabalho.

66

ONU – Relatório do Secretário-Geral – Avaliação Pequim + 15

8-Fevereiro-2010

§484 Os governos sublinharam a importância

de prosseguir esforços para identificar e

resolver os estereótipos de género, que

limitam os progressos para se alcançarem

os objectivos estabelecidos pela Plataforma

de Pequim.

7

Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as

MulheresRecomendação Geral nº 21

11. Historicamente, a actividade humana na vida pública e na vida privada tem sido vista de modo diverso e regulada em conformidade. Em todas as sociedades, as mulheres – que, tradicionalmente, têm desempenhado a sua actividade na esfera privada ou doméstica – têm visto essas actividades serem tratadas como inferiores.

88

ONU - Resolução da Comissão sobre o Estatuto das Mulheres - CSW

O empoderamento económico das mulheres – 12-Março-2010

A Comissão sobre o Estatuto das Mulheres,14. Exorta os Estados e/ou, conforme seja adequado, as

entidades relevantes do sistema das Nações Unidas, as organizações internacionais ou regionais, no âmbito dos respectivos mandatos, bem como a sociedade civil, o sector privado, as organizações de empregadores, os sindicatos, os media e outros actores relevantes, para tomarem as seguintes acções:

d) Adoptar e desenvolver medidas efectivas para promover e proteger os direitos das mulheres trabalhadoras…, agir para remover os obstáculos estruturais e legais bem como as atitudes e comportamentos estereotipados, visando…a insuficiente partilha das responsabilidades familiares por parte dos homens;

9

Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as

MulheresRecomendação Geral nº 28 (Out. 2010)

9. Nos termos do artigo 2º, os Estados Parte devem resolver todos os aspectos das respectivas obrigações legais decorrentes da Convenção para respeitar, proteger, e cumprir o direito das mulheres à não discriminação e ao gozo da igualdade. (…) A obrigação de proteger exige que os Estados Parte protejam as mulheres contra a discriminação realizada por entidades privadas e dêem passos expressamente dirigidos à eliminação de práticas costumeiras e todas as outras que prejudiquem e perpetuem a noção de inferioridade ou de superioridade de qualquer dos sexos, e de papéis estereotipados para mulheres e homens.

10

Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as

MulheresRecomendação Geral nº 28 (Out. 2010)

9. Nos termos do artigo 2º, os Estados Parte devem resolver todos os aspectos das respectivas obrigações legais decorrentes da Convenção para respeitar, proteger, e cumprir o direito das mulheres à não discriminação e ao gozo da igualdade. (…) A obrigação de proteger exige que os Estados Parte protejam as mulheres contra a discriminação realizada por entidades privadas e dêem passos expressamente dirigidos à eliminação de práticas costumeiras e todas as outras que prejudiquem e perpetuem a noção de inferioridade ou de superioridade de qualquer dos sexos, e de papéis estereotipados para mulheres e homens.

11

Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as

MulheresRecomendação Geral nº 28 (Out. 2010)

22. O princípio da igualdade entre homens e mulheres, ou igualdade de género, pressupõe o conceito de que todos os seres humanos, independentemente do sexo, são livres para desenvolver as suas competências, prosseguir as respectivas carreiras profissionais e fazer escolhas sem as limitações impostas pelos estereótipos, rígidos papéis de género e preconceitos.

1 – Os estereótipos:1 – Os estereótipos:

b) em Portugalb) em Portugal

12

13

1414

““Tanto as mulheres como os homens estão Tanto as mulheres como os homens estão no mercado de trabalho, mas em casa não no mercado de trabalho, mas em casa não

há divisão de tarefas.”há divisão de tarefas.”(Elas - Pg. 14)(Elas - Pg. 14)

“O homem só encara uma responsabilidade: “O homem só encara uma responsabilidade: a profissional. Em casa já é um tempo e um a profissional. Em casa já é um tempo e um

espaço de descanso”espaço de descanso”(Eles - Pg. 14)(Eles - Pg. 14)

1515

““Fomos treinadas e formatadas para tomar Fomos treinadas e formatadas para tomar conta da família”conta da família”(Elas - Pg. 24)(Elas - Pg. 24)

1616

““Há uma aceitação implícita, por parte das Há uma aceitação implícita, por parte das mulheres e dos homens, nessa divisão de mulheres e dos homens, nessa divisão de

papéis”papéis”(Eles - Pg. 24)(Eles - Pg. 24)

1717

““São as mulheres a abdicarem dos sonhos, São as mulheres a abdicarem dos sonhos, dos objectivos ou das vontades próprias por dos objectivos ou das vontades próprias por razões familiares, em função da realização razões familiares, em função da realização

pessoal do homem”pessoal do homem”(Eles - Pg. 16)(Eles - Pg. 16)

““As mulheres acabam por ser um pouco As mulheres acabam por ser um pouco subvalorizadas, porque, à partida, já é o papel subvalorizadas, porque, à partida, já é o papel delas parece que não fazem mais do que a sua delas parece que não fazem mais do que a sua

obrigação”obrigação”(Elas - Pg. 18)(Elas - Pg. 18)

1818

““As pessoas sofrem pressões externas, As pessoas sofrem pressões externas, mas às vezes convencem-se de que é mas às vezes convencem-se de que é

uma opção pessoal”uma opção pessoal”(Eles. - Pg. 10)(Eles. - Pg. 10)

“É esperado que a mulher tenha mais “É esperado que a mulher tenha mais responsabilidades na gestão da casa e no responsabilidades na gestão da casa e no

cuidado da família e que o homem se cuidado da família e que o homem se dedique mais à vida profissional. dedique mais à vida profissional.

Nem os homens nem as mulheres têm Nem os homens nem as mulheres têm liberdade para optar”liberdade para optar”

(Eles - Pg. 24)(Eles - Pg. 24)

1919

Novas Cartas PortuguesasNovas Cartas Portuguesas

““A mulher e o homem não têm consciência de como (a A mulher e o homem não têm consciência de como (a

sua identidade) é manipulada e condicionada. sua identidade) é manipulada e condicionada. A A

repressão perfeita é a que não é sentida por quem a repressão perfeita é a que não é sentida por quem a

sofresofre, a que é assumida, ao longo de uma sábia , a que é assumida, ao longo de uma sábia

educação, por tal forma queeducação, por tal forma que os mecanismos da os mecanismos da

repressão passam a estar no próprio indivíduo, e que repressão passam a estar no próprio indivíduo, e que

este retira daí as suas próprias satisfaçõeseste retira daí as suas próprias satisfações.”.”

2020

O género como desigualdade baseada na diferença de sexo

HomemHomem

do Lat. do Lat. hominehomines. m., s. m., animal mamífero, bípede, bímano, animal mamífero, bípede, bímano,

racional e sociávelracional e sociável que, pela sua que, pela sua inteligência e pelo dom da inteligência e pelo dom da palavrapalavra, entre outros aspectos, se , entre outros aspectos, se distingue dos outros seres distingue dos outros seres organizados;organizados;

pessoa adulta do sexo masculino;pessoa adulta do sexo masculino;varão;varão;fam., marido;fam., marido;

sujeito, indivíduosujeito, indivíduo;;fig., fig., a espécie humana, a a espécie humana, a

humanidadehumanidade..

© 2006 Priberam Informática. Todos os direitos reservados

Mulher Mulher

do Lat. do Lat. mulieremulieres. f., s. f., pessoa do sexo feminino, depois pessoa do sexo feminino, depois

da puberdadeda puberdade;;pessoa adulta do sexo feminino;pessoa adulta do sexo feminino;esposa;esposa;consorte;consorte;senhora;senhora;pessoa do sexo feminino pessoa do sexo feminino

pertencente à classe popular;pertencente à classe popular;o conjunto das pessoas do sexo o conjunto das pessoas do sexo

feminino;feminino;espécie de jogo.espécie de jogo.

© 2006 Priberam Informática. Todos os direitos reservados

2121

O género como desigualdade baseada na diferença de sexo

HomemHomem

(s. m. do lat homine)(s. m. do lat homine) cada um dos cada um dos

representantes da representantes da espécie humanaespécie humana; ; animal racional; … o animal racional; … o ser humano do sexo ser humano do sexo masculino (opõe-se a masculino (opõe-se a mulhermulher))

Grande Dicionário da Língua Portuguesa, Lisboa, Grande Dicionário da Língua Portuguesa, Lisboa, 19911991

MulherMulher

(s.f.do lat. Muliere)(s.f.do lat. Muliere)a fêmea da espécie a fêmea da espécie

humanahumana;;

pessoa do sexo feminino, pessoa do sexo feminino, depois da puberdadedepois da puberdade;;

Grande Dicionário da Língua Portuguesa, Lisboa, 1991Grande Dicionário da Língua Portuguesa, Lisboa, 1991

22 22

Jornal ExpressoJornal ExpressoRevista Única – 15-05-2010Revista Única – 15-05-2010

2 – O estado da arte:2 – O estado da arte: a) Organizações Internacionaisa) Organizações Internacionais

- ONU- ONU

23

24

Declaração Universal dos Declaração Universal dos Direitos HumanosDireitos Humanos

Artigo 1ºArtigo 1º

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.

25

ONU ONU Pacto Internacional sobre os Direitos Pacto Internacional sobre os Direitos

Civis e Políticos - art. 3ºCivis e Políticos - art. 3º

Os Estados Partes no presente Pacto Os Estados Partes no presente Pacto comprometem-se a comprometem-se a assegurar o direito igual assegurar o direito igual dos homens e das mulheresdos homens e das mulheres a usufruir de a usufruir de todos os direitos civis e políticos enunciados no todos os direitos civis e políticos enunciados no presente Pacto.presente Pacto.

26

ONU ONU Pacto Internacional sobre os Direitos Pacto Internacional sobre os Direitos

Económicos, Sociais e Culturais - Art. 3ºEconómicos, Sociais e Culturais - Art. 3º

Os Estados Partes no presente Pacto Os Estados Partes no presente Pacto comprometem-se a comprometem-se a assegurar o direito igual assegurar o direito igual que têm que têm o homem e a mulhero homem e a mulher ao gozo de ao gozo de todos os direitos económicos, sociais e culturais todos os direitos económicos, sociais e culturais enumerados no presente Pactoenumerados no presente Pacto.

Artigo 5.º

Os Estados Partes tomam todas as medidas apropriadas para:

b) Assegurar que a educação familiar contribua para um entendimento correcto da maternidade como função social e para o reconhecimento da responsabilidade comum dos homens e das mulheres na educação e desenvolvimento dos filhos, devendo entender-se que o interesse das crianças é consideração primordial em todos os casos.

27

ONU ONU Convenção sobre a Eliminação de Todas Convenção sobre a Eliminação de Todas

as Formas de Discriminação contra as as Formas de Discriminação contra as MulheresMulheres

28

ONUONUConvenConvençãoção para a Eliminação de Todas as para a Eliminação de Todas as

Formas de Discriminação contra as Mulheres Formas de Discriminação contra as Mulheres Artigo 16ºArtigo 16º

1 Os Estados Partes tomam todas as medidas necessárias Os Estados Partes tomam todas as medidas necessárias para para eliminar a discriminaeliminar a discriminaçãoção contra as mulheres em contra as mulheres em todas as questõetodas as questõess relativas ao casamento e às relativas ao casamento e às relarelaçõeções familiares s familiares e, em particular, asseguram, com e, em particular, asseguram, com base na base na igualdade dos homens e das mulheresigualdade dos homens e das mulheres::

a)a) (…);(…);b)b) (…);(…);c)c) Os Os mesmos direitos e as mesmas responsabilidadesmesmos direitos e as mesmas responsabilidades

na constânna constânccia do casamento e aquando da sua ia do casamento e aquando da sua dissoluçãdissoluçãoo;

2929

ONU – Relatório do Secretário-Geral – Avaliação Pequim + 15

8-Fevereiro-2010

§488 A distribuição desigual do trabalho não pago entre mulheres e homens é um obstáculo maior para a igualdade de género, limitando os progressos através das áreas críticas de preocupação, em particular na educação, emprego e participação na vida pública.

30

Plataforma de Pequim

§156 –As mulheres continuam a realizar a maior parte do trabalho não remunerado, doméstico e na comunidade, tal como cuidar das crianças e dos idosos, preparar alimentos para a família, proteger o ambiente e prestar assistência voluntária às pessoas e aos grupos vulneráveis e desfavorecidos. Este trabalho não chega a ser medido em termos quantitativos e não é valorizado nas contas nacionais. A contribuição das mulheres para o desenvolvimento é seriamente subestimada e, por conseguinte, o seu reconhecimento social é limitado. A plena visibilidade do tipo, do alcance e da distribuição deste trabalho não remunerado, também contribuirá para uma melhor partilha das responsabilidades.

3131

ONUONUPequim + 5Pequim + 5

§47 É também essencial que haja uma participação

equilibrada de mulheres e homens no trabalho

remunerado e não remunerado. Por outro lado, o não

reconhecimento e medição em termos quantitativos

do trabalho não remunerado das mulheres, que

geralmente não é considerado nas contas nacionais,

tem como consequência que a contribuição das

mulheres para o desenvolvimento económico e social,

na sua totalidade, seja subestimada e subavaliada.

32

Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as

MulheresRecomendação Geral nº 21

Como essas actividades não têm preço para a sobrevivência da sociedade, não pode haver justificação para se lhes aplicarem normas e costumes diversos e discriminatórios ... (que) impedem as mulheres de dispor de acesso igual aos recursos e de gozar de igual estatuto na família e na sociedade. Mesmo quando existe igualdade na lei, todas as sociedades consagram papéis diversos a homens e a mulheres, sendo os destas considerados inferiores. Assim, estão a ser violados os princípios da justiça e da igualdade expressos particularmente no artigo 16º, mas também nos artigos 2º, 5º e 24º da Convenção.

33

Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as

MulheresRecomendação Geral nº 21

21 - As responsabilidades que as mulheres têm para cuidar e sustentar os filhos afectam o seu direito de acesso à educação, ao emprego e a outras actividades relacionadas com o seu desenvolvimento pessoal, e também impõem às

mulheres cargas desiguais de trabalho.

3434

ONU – Relatório do Secretário-Geral – Avaliação Pequim + 15

8-Fevereiro-2010

§536 São necessários esforços redobrados para ultrapassar os

obstáculos à participação das mulheres no mercado de

trabalho colocados pela partilha desigual do trabalho não

pago, incluindo o trabalho de cuidado. As intervenções

devem incluir infra-estruturas e serviços, organização

flexibilizada do trabalho quer para mulheres quer para homens,

e medidas para encorajar a partilha igual do trabalho não

pago de apoio à vida familiar entre os homens e as

mulheres.

35

ONU – Relatório do Secretário-Geral – Avaliação Pequim + 15

8-Fevereiro-2010

§537 – A conciliação do trabalho e das responsabilidades familiares deveria ser facilitada, designadamente, através da garantia de que mulheres e homens tivessem acesso a licenças por maternidade, por paternidade, parentais e outras, que não se viessem a tornar discriminatórias para as pessoas que as gozassem.

35

3636

ONU - Resolução da Comissão sobre o Estatuto das Mulheres - CSW

O empoderamento económico das mulheres – 12-Março-2010

A Comissão sobre o Estatuto das Mulheres,

14. Exorta os Estados e/ou, conforme seja adequado, as entidades relevantes do sistema das Nações Unidas, as organizações internacionais ou regionais, no âmbito dos respectivos mandatos, bem como a sociedade civil, o sector privado, as organizações de empregadores, os sindicatos, os media e outros actores relevantes, para tomarem as seguintes acções:

e) Desenvolver políticas e programas que promovam também a responsabilidade partilhada dos pais, homens e mulheres, e da sociedade como um todo

37

ONU - Resolução da Comissão sobre o Estatuto das Mulheres - CSW

O empoderamento económico das mulheres – 12-Março-2010

A Comissão sobre o Estatuto das Mulheres,

Preocupada com o facto de o empoderamento económico das mulheres ser limitado pelas desigualdades de género e pelas disparidades na partilha de poder económico, pela distribuição desigual de trabalho não remunerado entre as mulheres e os homens…;

Reconhecendo que a integração completa na economia formal, em particular, na decisão económica, significa alterar a actual divisão de trabalho com base no género em estruturas económicas novas em que as mulheres e os homens gozem de igual tratamento, pagamento e poder, incluindo a partilha de trabalho pago e não pago;

3838

ONU - Resolução da Comissão sobre o Estatuto das Mulheres - CSW

O empoderamento económico das mulheres – 12-Março-2010

A Comissão sobre o Estatuto das Mulheres,

14. Exorta os Estados e/ou, conforme seja adequado, as entidades relevantes do sistema das Nações Unidas, as organizações internacionais ou regionais, no âmbito dos respectivos mandatos, bem como a sociedade civil, o sector privado, as organizações de empregadores, os sindicatos, os media e outros actores relevantes, para tomarem as seguintes acções:

f)Tomar e encorajar medidas para sensibilizar a opinião pública e outros actores relevantes sobre a igual partilha do emprego e das responsabilidades familiares entre mulheres e homens, enfatizando a igual responsabilidade dos homens no que respeita ao trabalho doméstico.

39

Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as

MulheresRecomendação Geral nº 17

Recomenda aos Estados parte:

(a) que encorajem a apoiem investigação e estudos experimentais para se medirem e valorizarem as actividades domésticas não remuneradas das mulheres; por exemplo, através da realização de inquéritos aos usos do tempo como parte dos seus inquéritos aos agregados familiares através da recolha de estatísticas desagregadas por sexo sobre o tempo gasto em actividades quer no agregado familiar, quer no mercado de trabalho;

40

Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as

MulheresRecomendação Geral nº 21

20 - Os Estados parte devem assegurar através da respectiva legislação que ambos os progenitores, independentemente do seu estado civil e do facto de viverem ou não com os filhos, repartam iguais direitos e responsabilidades relativamente aos seus

filhos.

41

UN Woman

“Factos e Números”

As mulheres continuam a ter uma responsabilidade desproporcionada no trabalho não pago, tal como o de cuidado, o que impede a sua plena participação na educação, no mercado de trabalho e na vida pública.

42

Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as

MulheresRecomendação Geral nº 28 (Out. 2010)

25. A política deve ser abrangente e deve aplicar-se a todas as dimensões da vida, incluindo as que não são expressamente mencionadas no texto da Convenção. Deve aplicar-se às esferas económicas tanto pública como à privada, bem como à esfera doméstica (…)

2 – O estado da arte:2 – O estado da arte: a) Organizações Internacionaisa) Organizações Internacionais

- OIT- OIT

43

44

OIT OIT Convenção nº 156 sobre trabalhadores e Convenção nº 156 sobre trabalhadores e

trabalhadoras com responsabilidades familiarestrabalhadoras com responsabilidades familiaresArtigo 3ºArtigo 3º

Com vista a criar uma efectiva igualdade de Com vista a criar uma efectiva igualdade de oportunidades e de tratamento para as mulheres e os oportunidades e de tratamento para as mulheres e os homens trabalhadoreshomens trabalhadores, cada Estado membro observará , cada Estado membro observará como objectivo da política nacional como objectivo da política nacional possibilitar às possibilitar às pessoas com responsabilidades familiares que pessoas com responsabilidades familiares que estejam empregadas ou queiram vir a estar o exercício estejam empregadas ou queiram vir a estar o exercício desse direito sem sujeição a discriminaçãodesse direito sem sujeição a discriminação e, na e, na medida do possível, sem conflito entre o emprego e as medida do possível, sem conflito entre o emprego e as responsabilidades familiares.responsabilidades familiares.

4545

Conferência OIT - Junho 2009Conferência OIT - Junho 2009Conclusões acordadasConclusões acordadas

“28. A legislação e as políticas (como licença por paternidade

e/ou parental pagas ) que encorajem os homens a

participar nas responsabilidades do cuidado, mostraram

funcionar em diversos países.

As responsabilidades parentais partilhadas são chave

para mudar os obstáculos que advêm de estereótipos.

Reajustar a divisão de trabalho em casa para uma

distribuição equilibrada de tarefas tem benefícios

significativos para homens e mulheres.”

2 – O estado da arte:2 – O estado da arte: a) Organizações Internacionaisa) Organizações Internacionais

- Conselho da Europa- Conselho da Europa

46

47

Conselho da EuropaConselho da EuropaCarta Social Europeia revista Carta Social Europeia revista

Parte IParte I

27) 27) Todas as pessoas com responsabilidades familiares Todas as pessoas com responsabilidades familiares que ocupem ou desejem ocupar um emprego têm que ocupem ou desejem ocupar um emprego têm direito de o fazer sem ser submetidas a direito de o fazer sem ser submetidas a discriminações e, tanto quanto possível, sem que haja discriminações e, tanto quanto possível, sem que haja conflito entre o seu emprego e as suas conflito entre o seu emprego e as suas responsabilidades familiares;responsabilidades familiares;

4848

Conselho da EuropaConselho da EuropaRecomendação 1996 – 5 sobre a Conciliação da Recomendação 1996 – 5 sobre a Conciliação da

vida profissional e da vida familiarvida profissional e da vida familiar

Reconhecendo que podem ser feitas as seguintes Reconhecendo que podem ser feitas as seguintes observações:observações:

• são as mulheres quem, com mais frequência, são as mulheres quem, com mais frequência, suporta o ónus principal das responsabilidades suporta o ónus principal das responsabilidades familiares;familiares;

• a discriminação contra as mulheres no mercado de a discriminação contra as mulheres no mercado de trabalho é incentivada por uma partilha deficiente trabalho é incentivada por uma partilha deficiente das responsabilidades familiares;das responsabilidades familiares;

4949

Conselho da Europa

Recomendação 1996 – 5 sobre a Conciliação da vida profissional e da vida familiar

Reconhecendo que podem ser feitas as seguintes observações:

• numerosos obstáculos, especialmente de carácter social e cultural, impedem que mulheres e homens partilhem de forma mais igualitária as suas responsabilidades familiares;

• por toda a parte, os diferentes agentes do mercado de trabalho continuam a não tomar em devida conta as responsabilidades familiares de mulheres e homens;

5050

Conselho da EuropaConselho da EuropaDeclaração sobre a igualdade entre as Declaração sobre a igualdade entre as mulheres e os homens como critério mulheres e os homens como critério fundamental da democracia - 1997fundamental da democracia - 1997

Os governos são convidados a:

… encorajar e prever licenças de maternidade e de paternidade adequadas, partilhadas de igual modo entre os pais e as mães, e organizadas de maneira flexível, por forma a ter em conta os interesses tanto das mulheres como dos homens.

5151

Conselho da EuropaRecomendação 2007 – 17 sobre as normas e

mecanismos para a igualdade de género

36. Os elementos que indicam a vontade política dos Estados e o seu compromisso com a igualdade entre as mulheres e os homens nesta matéria, são, nomeadamente, os seguintes:

iii. A adopção/existência e a aplicação de uma legislação sobre a protecção da maternidade e da paternidade que inclua disposições sobre a licença por maternidade paga e a licença por paternidade paga, a licença parental paga e igualmente acessível ao pai e à mãe, e a licença por paternidade paga e não transferível, bem como medidas específicas igualmente destinadas às mulheres e aos homens activos, para lhes permitir assumir as responsabilidade familiares, incluindo os cuidados a crianças doentes ou com deficiências ou às pessoas a cargo;

2 – O estado da arte:2 – O estado da arte: b) União Europeiab) União Europeia

52

5353

DesigualdadeDesigualdade entre homens trabalhadores e mulheres entre homens trabalhadores e mulheres trabalhadoras na trabalhadoras na partilha do tempo de trabalhopartilha do tempo de trabalho

pago e pago e não pagonão pago Fonte: U.E. Relatório IG 2009 (dados de 2005)Fonte: U.E. Relatório IG 2009 (dados de 2005)

http://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=418&langId=en&furtherPubs=yes

5454

União EuropeiaUnião EuropeiaResolução do Conselho e dos ministros do Emprego e da Resolução do Conselho e dos ministros do Emprego e da

Política Social, reunidos no seio do Conselho, de 29 de Política Social, reunidos no seio do Conselho, de 29 de Junho de 2000, relativa à participação equilibrada das Junho de 2000, relativa à participação equilibrada das

mulheres e dos homens na actividade profissional e na mulheres e dos homens na actividade profissional e na vidavida familiar familiar

(2) O princípio da igualdade entre homens e mulheres implica a indispensabilidade de compensar a desvantagem das mulheres no que se refere às condições de acesso e participação no mercado de trabalho e a desvantagem dos homens no que se refere às condições de participação na vida familiar, decorrentes de práticas sociais que ainda pressupõem o trabalho não remunerado emergente dos cuidados à família como uma responsabilidade principal das mulheres, e o trabalho remunerado inerente à vida económica como uma responsabilidade principal dos homens.

5555

União EuropeiaUnião EuropeiaResolução do Conselho e dos ministros do Emprego e da Resolução do Conselho e dos ministros do Emprego e da

Política Social, reunidos no seio do Conselho, de 29 de Política Social, reunidos no seio do Conselho, de 29 de Junho de 2000, relativa à participação equilibrada das Junho de 2000, relativa à participação equilibrada das

mulheres e dos homens na actividade profissional e na mulheres e dos homens na actividade profissional e na vidavida familiar familiar

(3) O princípio da igualdade entre homens e mulheres em matéria de emprego e de trabalho implica igual partilha entre pais e mães trabalhadoras no que toca nomeadamente à necessidade de ausência do local de trabalho para prestação de cuidados a filhos ou outros dependentes.

União EuropeiaUnião EuropeiaAcordão do Tribunal de Justiça Acordão do Tribunal de Justiça 30-09-2010. Proc. Roca Álvarez 30-09-2010. Proc. Roca Álvarez

36      O facto de se considerar que só a mãe com estatuto de trabalhador por conta de outrem é titular do direito a beneficiar da dispensa (por aleitação), ao passo que o pai com o mesmo estatuto só pode gozar esse direito sem dele ser titular, contribui sobretudo para perpetuar uma distribuição tradicional das funções entre homens e mulheres deixando os homens num papel subsidiário relativamente às mulheres no que respeita ao exercício da sua função parental (v., neste sentido, acórdão Lommers, já referido, n.°41).

56

União EuropeiaUnião EuropeiaAcordão do Tribunal de Justiça Acordão do Tribunal de Justiça

19-03-2002. Proc. Lommers19-03-2002. Proc. Lommers

41.     A título liminar, importa referir que com uma medida (infantário só para filhos/as de trabalhadoras e não de trabalhadores) com a qual se pretende abolir uma desigualdade de facto, pode-se também e sem embargo correr o risco de contribuir para perpetuar uma distribuição tradicional das funções entre homens e mulheres.

57

5858

Comissão EuropeiaEstratégia para a Igualdade entre Mulheres e Homens 2010-2015

Introdução A parentalidade mantém baixas as taxas de emprego

das mulheres, e as mulheres continuam a trabalhar mais horas do que os homens por trabalho em casa não remunerado. ...

Os papéis de género continuam a influenciar decisões individuais cruciais: na educação, nas careiras, na organização do trabalho, na família e na fertilidade.

5959

Comissão EuropeiaEstratégia para a Igualdade entre Mulheres e Homens 2010-2015

1 - Igual independência económicaA independência económica é um pré-requisito para habilitar

quer as mulheres quer os homens a exercerem controlo sobre as suas vidas e a fazer escolhas genuínas. Ganhar a sua própria vida é o principal modo de atingir isto e houve progressos na participação das mulheres no mercado de trabalho na última década. ...

O impacto da parentalidade na participação o mercado de trabalho é muito diferente na U.E. para mulheres e homens, porque as mulheres continuam a assegurar uma parte desproporcionada das responsabilidades que envolve ter uma família. ...

Os Estados membros que introduziram políticas de conciliação estão a ter números elevados quer de homens quer de mulheres a trabalhar e taxas de natalidade relativamente sustentáveis.

6060

Comissão EuropeiaEstratégia para a Igualdade entre Mulheres e Homens 2010-2015

1 - Igual independência económica

A Comissão irá verificar as falhas que persistem no direito de acesso a licenças por razões familiares, nomeadamente a licença por paternidade, e a licença por razões de carreira, bem como as opções para as abordar.

6161

Comissão EuropeiaEstratégia para a Igualdade entre Mulheres e Homens 2010-2015

2 - Salário igual para trabalho igual ou de valor igual

A assimetria salarial reflecte também outras desigualdades no mercado de trabalho que afectam sobretudo as mulheres - em particular a desproporção da sua parte nas responsabilidades familiares a as dificuldades na conciliação do trabalho com a vida familiar. Muitas mulheres trabalham a tempo parcial e com contractos atípicos: ainda que isto lhes permita continuar no mercado de trabalho enquanto gerem as responsabilidades familiares, isso pode ter um impacto negativo no seu salário, no desenvolvimento da sua carreira, nas suas perspectivas de promoção e na sua pensão.

6262

Comissão EuropeiaEstratégia para a Igualdade entre Mulheres e Homens 2010-2015

6 - Assuntos transversais 6.1 - Papéis de género

A rigidez dos papéis de género pode afectar as escolhas individuais e restringir as potencialidades de mulheres e homens. Promover a não discriminação relativamente a papéis de género em todas as áreas da vida, como na educação, escolha de carreira, emprego e desporto é, assim, um contributo essencial para igualdade de género. A igualdade de género necessita da contribuição activa, do apoio e da participação dos homens e as políticas devem também dirigir-se às desigualdades de género que afectam os homens e os rapazes tais como, as taxas de literacia, o abandono escolar precoce e a saúde no trabalho.

6363

Comissão EuropeiaEstratégia para a Igualdade entre Mulheres e Homens 2010-2015

6 - Assuntos transversais 6.3 - O bom governo e as ferramentas para a

igualdade de género

A Comissão irá debruçar-se sobre o papel dos homens na igualdade de género, bem como promover boas práticas no que respeita a papéis de género na juventude, educação, cultura e desporto.

6464

Comissão EuropeiaEstratégia para a Igualdade entre Mulheres e Homens 2010-2015

6 - Assuntos transversais 6.3 - O bom governo e as ferramentas para a igualdade de

géneroCom base no seu Relatório Anual sobre a igualdade entre

mulheres e homens, que focará em cada ano um tema e que identificará boas práticas nos Estados membros, a Comissão irá instituir um Diálogo de Alto Nível sobre Igualdade de Género, envolvendo Parlamento Europeu, as Presidências do Conselho e os/as intervenientes chave tais como os parceiros sociais europeus e a sociedade civil, para verificar os progressos alcançados com a presente Estratégia. ...

A Comissão apresentará um Relatório Anual sobre a matéria.

6565

União EuropeiaInstituto Europeu para a Igualdade de GéneroPlano de Trabalho a Médio Prazo (2010-12)

Área de intervenção 4

Com o objectivo de quebrar os estereótipos de género para ambos os sexos serão criados grupos de referência constituídos por jornalistas e peritos/as em comunicação social, mulheres líderes, homens lobistas e fazedores de opinião, e será desenvolvida uma estratégia de comunicação externa do IEIG tanto para homens como para mulheres.

.

2 – O estado da arte:2 – O estado da arte: c) Portugalc) Portugal

66

O reconhecimento aos homens de O reconhecimento aos homens de direitos inerentes à reproduçãodireitos inerentes à reprodução

• A alteração da Constituição em 1982: a paternidade passou a ser um valor social eminente, como já era a maternidade

• A alteração da Lei de Protecção da Maternidade e da Paternidade em 1999: os homens trabalhadores passaram a ter direitos individuais aquando do nascimento de descendentes:– Licença por paternidade de 5 dias paga a 100% - gozo

obrigatório em 2004;– Licença parental paga a 100% durante 15 dias, a título

de acção positiva (só os homens tinham direito a licença parental)

– Dispensa de 2h diárias para aleitação67

6868

Licenças por maternidade e por Licenças por maternidade e por paternidade paternidade

Nº de beneficiárias/osNº de beneficiárias/os

Fontes: Fontes: INEINE até até 2005 e 2005 e Instituto Instituto de de InformáticInformática, IP - a, IP - MTSSMTSS

19971997 20002000 20012001 20022002 20032003 20042004 20052005 20062006 20072007 20082008

Mater-Mater-nidadenidade

66 93266 932 76 89876 898 73 34273 342 72 56672 566 78 67278 672 76 34676 346 76 12776 127 73 38673 386 75 70175 701 75 58775 587

PaterniPaterni-dade-dade

251251 12 93112 931 27 11427 114 30 63730 637 40 57740 577 (5 dias:(5 dias:

40 800)40 800)

(5 dias: (5 dias:

42 984)42 984)

56% de 56% de pais pais benefic. benefic. face nº face nº mãesmães benefic.benefic.

(5 dias: (5 dias:

42 894)42 894)

58% de 58% de pais pais benefic.benefic. face nº face nº mãesmães benefic.benefic.

(5 dias:(5 dias:

45 689)45 689)

60% de 60% de pais pais benefic. benefic. face nº face nº mãesmães benefic.benefic.

(5 dias: (5 dias:

45 976)45 976)

61% de 61% de pais pais benefic. benefic. face nº face nº mãesmães benefic.benefic.

6969

Licença parental gozada pelo pai Licença parental gozada pelo pai paga a 100% - acção positiva paga a 100% - acção positiva

Nº de beneficiários/asNº de beneficiários/as

Fontes: INE até 2005 e Instituto de Informática, IP – MTSS.

CIG, IG Portugal 2009

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Parental gozada pelo pai

16 282

22,4% de pais beneficface nº mães benefic

licença matern

27 406

34,8% de pais beneficface nº mães benefic

licença matern

31 151

40,8% de pais beneficface nº mães beneficlicença matern

32 945

43,2% de pais beneficface nº mães beneficlicença matern

34 346

45,4% de pais benefic. face nº mães benefic.

licença matern.

37 637

49,7% de pais benefic. face nº mães benefic.

licença matern.

38 519

51,0%

de pais benefic. face nº mães benefic.

licença matern.

7070

Licenças por maternidade e por paternidade Licenças por maternidade e por paternidade Duração - Duração - Nº de diasNº de dias

Fontes: INE até 2005 e Instituto de Informática, IP - MTSS

2004 2005 2006 2007 2008

Maternidade 6 733 979 9 321 952 9 657 813 10 381 581 9 644 380

Paternidade 170 936 242 356

244 220 266 941 269 827

2,5% de dias dos pais face ao nº de dias das mães

2,6% de dias dos pais face ao nº de dias das mães

2,5% de dias dos pais face ao nº de dias das mães

2,8% de dias dos pais face ao nº de dias das mães

2,8% de dias dos pais face ao nº de dias das mães

7171

Licença parental gozada pelo pai Licença parental gozada pelo pai paga a 100% - acção positiva paga a 100% - acção positiva

Duração - Duração - Nº de diasNº de dias

Fonte: INE

2004 2005 2006 2007 2008

Parental gozada gozada

351 680 494 257 514 030 563 386 575 939

7272

INDICADORES DO MERCADO DE TRABALHOINDICADORES DO MERCADO DE TRABALHOAcidentes de trabalho - 2007Acidentes de trabalho - 2007

Fonte: MTSS, Fonte: MTSS, GEP, 2010GEP, 2010

HomensHomens MulheresMulheres AssimetriasAssimetrias+ H+ H

Total - 237.409

(H+M=100%)

75,6% 23,5% 52,1%

Mortais-276 (H+M=100%)

97,5% 2,5% 95,0%

Não mortais -237.133 (H+M=100%)

76,5% 23,5% 53,0%

Nº dias de ausência -7 068 416(H+M=100%)

(estimativa) 76,5%

=5.407.338

(estimativa)

23,5%=

1.661.078

53,0%=

3.746.260

7373

Ausências do posto de trabalhoAusências do posto de trabalho Nº de dias - 2007 Nº de dias - 2007

Fonte: MTSS, Fonte: MTSS, 2008; INE2008; INE

HomensHomens MulheresMulheres AssimetriasAssimetrias

Maternidade - 10 381 581

Paternidade 244 220 -

Parental paga 563 386 -

Sub-totais 807.606 10 381 581 +M 9.573.975Acidentes de trabalhoT = 7 068 416 5.407.338 1.661.078 +H 3.746.260

TOTAIS18.257.603

6.214.944 = 34%

12.042.659= 66%

+M 5.827.715= 32%

74

7575

““Pela forma como a sociedade está Pela forma como a sociedade está organizada, as mulheres, sobretudo as organizada, as mulheres, sobretudo as

que têm filhos, têm maiores dificuldades. que têm filhos, têm maiores dificuldades. Penso que é mais por aí, por terem filhos”Penso que é mais por aí, por terem filhos”

(Eles - Pg. 16)(Eles - Pg. 16)

O pensamento social da desigualdade O pensamento social da desigualdade

com base no sexocom base no sexo

MAS …MAS …

76

7777

““As mulheres têm de ser capazes de As mulheres têm de ser capazes de assumir que não é possível fazer tudo”assumir que não é possível fazer tudo”

(Eles - Pg. 28)(Eles - Pg. 28)

““Há muito mais a mudar por parte dos Há muito mais a mudar por parte dos homens. Temos de partilhar todas as homens. Temos de partilhar todas as

tarefas e deveres familiares”tarefas e deveres familiares”(Eles - Pg. 48)(Eles - Pg. 48)

7878

““Os homens têm de assumir todas as Os homens têm de assumir todas as tarefas, mesmo as mais rotineiras, tarefas, mesmo as mais rotineiras,

simplesmente porque é preciso fazê-las”simplesmente porque é preciso fazê-las”(Elas - Pg. 48)(Elas - Pg. 48)

“As mulheres têm de se impor mais. Se “As mulheres têm de se impor mais. Se eles têm direito a uma coisa, nós também eles têm direito a uma coisa, nós também

temos. Somos todos seres humanos, temos. Somos todos seres humanos, independentemente de sermos homens ou independentemente de sermos homens ou

mulheres”mulheres”(Elas - Pg. 32)(Elas - Pg. 32)

79

8080

Mário Cordeiro – PediatraMário Cordeiro – PediatraO Grande Livro do Bebé, 6ª edição actualizada, Lisboa, O Grande Livro do Bebé, 6ª edição actualizada, Lisboa,

Esfera dos Livros, 2010, pg.235 Esfera dos Livros, 2010, pg.235

““O grande pediatra americano Berry Brazelton O grande pediatra americano Berry Brazelton

mostrou, com a sua sabedoria e rigor, que mostrou, com a sua sabedoria e rigor, que

mais de 80% dos bebés recém-nascidos mais de 80% dos bebés recém-nascidos

reconhecem a voz do pai, quando tiveram reconhecem a voz do pai, quando tiveram

oportunidade de a ouvir durante a gravidez.”oportunidade de a ouvir durante a gravidez.”

8181

Mário Cordeiro – PediatraMário Cordeiro – PediatraO Grande Livro do Bebé, 6ª edição actualizada, Lisboa, O Grande Livro do Bebé, 6ª edição actualizada, Lisboa,

Esfera dos Livros, 2010, pg.235 Esfera dos Livros, 2010, pg.235

““Por outro lado, como afirmam os pediatras do Por outro lado, como afirmam os pediatras do

desenvolvimento, a chamada ‘gestação extra-desenvolvimento, a chamada ‘gestação extra-

uterina’ dura outros tantos nove meses, e uterina’ dura outros tantos nove meses, e

durante esse período são ambos, mãe e pai, os durante esse período são ambos, mãe e pai, os

principais centros de interesse, de afecto e principais centros de interesse, de afecto e

sentimento de protecção da criança.” sentimento de protecção da criança.”

8282

Mário Cordeiro – PediatraMário Cordeiro – PediatraO Grande Livro do Bebé, 6ª edição actualizada, Lisboa, O Grande Livro do Bebé, 6ª edição actualizada, Lisboa,

Esfera dos Livros, 2010, pg.236 Esfera dos Livros, 2010, pg.236

““Muita gente ainda não entendeu que ter pai é Muita gente ainda não entendeu que ter pai é um direito dos filhosum direito dos filhos. Grande salto qualitativo . Grande salto qualitativo que transformou a criança em sujeito de direitos que transformou a criança em sujeito de direitos deixando de ser apenas protegida pelo direito deixando de ser apenas protegida pelo direito foi acompanhado pelo saber científico que foi acompanhado pelo saber científico que mostrou que a criança precisa de uma mãe tanto mostrou que a criança precisa de uma mãe tanto quanto precisa de um pai. A velha noção de que quanto precisa de um pai. A velha noção de que ‘a mãe é que é’ revelou-se errada.”‘a mãe é que é’ revelou-se errada.”

8383

Mário Cordeiro – PediatraMário Cordeiro – PediatraO Grande Livro do Bebé, 6ª edição actualizada, Lisboa, O Grande Livro do Bebé, 6ª edição actualizada, Lisboa,

Esfera dos Livros, 2010, pg.236 Esfera dos Livros, 2010, pg.236

““E quanto mais os pais participam desde o início, mesmo E quanto mais os pais participam desde o início, mesmo

antes do nascimento, e se envolvem no projecto de ter antes do nascimento, e se envolvem no projecto de ter

um filho, mais se vê a imprescindibilidade da figura um filho, mais se vê a imprescindibilidade da figura

paterna. paterna. A noção de que ’só a mãe conta’ está ao A noção de que ’só a mãe conta’ está ao

nível das práticas mais machistas que uma sociedade nível das práticas mais machistas que uma sociedade

evoluída, inteligente e democrática não pode aceitar, evoluída, inteligente e democrática não pode aceitar,

como não pode aceitar um Estado de Direitocomo não pode aceitar um Estado de Direito.”.”

8484

3 – Propostas de intervenção3 – Propostas de intervençãopara a sustentabilidade da para a sustentabilidade da mudança de paradigma:mudança de paradigma:

a) Nas organizações a) Nas organizações InternacionaisInternacionais

- ONU - ONU

ONUONU

Um novo Protocolo adicional - o nº 2 – ao Pacto Internacional sobre os

Direitos Civis e Políticos

• Para consagrar a proibição de discriminação em função do sexo e igualdade de homens e mulheres como direitos fundamentais autónomos

• Para consagrar o direito à igualdade de homens e mulheres no exercício das responsabilidades familiares, incluindo o dever de cuidar de familiares dependentes

Um Protocolo Adicional ao Pacto Internacional

sobre os Direitos Económicos, Sociais e

Culturais

Para assegurar o exercício efectivo do direito dos trabalhadores à protecção da paternidade

85

8686

3 – Propostas de intervenção:3 – Propostas de intervenção:a) Nas organizações a) Nas organizações

InternacionaisInternacionais- OIT- OIT

OITOIT

Uma Convenção sobre a protecção da Uma Convenção sobre a protecção da

paternidade dos homens trabalhadorespaternidade dos homens trabalhadores

87

8888

2 – Propostas de intervenção:2 – Propostas de intervenção:a) Nas organizações a) Nas organizações

InternacionaisInternacionais- Conselho da Europa - Conselho da Europa

Conselho da EuropaConselho da Europa Um novo Protocolo adicional - o nº

15 - à Convenção de Protecção dos Direitos Humanos e das Liberdades Fundamentais

• Para consagrar a proibição de discriminação em função do sexo e igualdade de homens e mulheres como direitos fundamentais autónomos

• Para consagrar o direito à igualdade de homens e mulheres no exercício das responsabilidades familiares, incluindo o dever de cuidar de familiares dependentes

Um Protocolo de Alteração à Carta Social

Europeia Revista

Para assegurar o exercício efectivo do direito dos trabalhadores à protecção da paternidade

89

9090

3 – Propostas de intervenção:3 – Propostas de intervenção:b) na União Europeiab) na União Europeia

91

A nível de instrumentos jurídicos A nível de instrumentos jurídicos vinculativos:vinculativos:

Criar uma licença por paternidade obrigatória, integramente paga e com

protecção jurídica equivalente à licença por maternidade

92

A nível de instrumentos jurídicos A nível de instrumentos jurídicos vinculativos:vinculativos:

Tornar a licença parental integralmente paga só para os homens como Portugal fez em

1999

93

Daí que a nível de instrumentos Daí que a nível de instrumentos jurídicos vinculativos da U.E. importe:jurídicos vinculativos da U.E. importe:

Realizar Inquéritos aos Usos do Tempo com a mesma metodologia em toda a U. E. Para,

no âmbito da Estratégia de Lisboa, se poderem estabelecer metas calendarizadas para a redução progressiva da assimetria

entre homens e mulheres do tempo de trabalho não pago dedicado às tarefas da

vida familiar

94

Bem como:Bem como:

Integrar no Relatório anual da Comissão sobre Igualdade de Género o nº de beneficiários/as de licenças:- por maternidade- por paternidade- Parental, por sexos- outras, por sexos

e o respectivo nº de dias de ausência ao trabalho, por sexos

9595

3 – Propostas de intervenção:3 – Propostas de intervenção:c) Em Portugalc) Em Portugal

Código CivilCódigo CivilArtigo 1671º - Igualdade dos cônjugesArtigo 1671º - Igualdade dos cônjuges

ActualmenteActualmente

1. O casamento baseia-se na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges.

2. A direcção da família pertence a ambos os cônjuges, que devem acordar sobre a orientação da vida em comum, tendo em conta o bem da família e os interesses de um e outro.

PropostaProposta

1. O casamento baseia-se na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges.

2. A direcção da família pertence a ambos os cônjuges, que, no respeito pela igualdade referida no número anterior, devem acordar sobre a orientação da vida em comum, tendo em conta a partilha igual do gozo e do exercício das responsabilidades familiares e os interesses de um e outro.

96

Código CivilCódigo CivilArtigo 1672º - Deveres dos cônjugesArtigo 1672º - Deveres dos cônjuges

ActualmenteActualmente

Os cônjuges estão reciprocamente vinculados pelos deveres de respeito, fidelidade, coabitação, cooperação e assistência.

PropostaProposta

Os cônjuges estão reciprocamente vinculados pelos deveres de respeito, fidelidade, coabitação, cooperação, assistência e igual repartição das responsabilidades

familiares.

97

Código CivilCódigo CivilArtigo 1673º - Residência da famíliaArtigo 1673º - Residência da família

ActualmenteActualmente

1. Os cônjuges devem escolher de comum acordo a residência da família, atendendo, nomeadamente, às exigências da sua vida profissional e aos interesses dos filhos e procurando salvaguardar a unidade da vida familiar.

2. Salvo motivos ponderosos em contrário, os cônjuges devem adoptara a residência da família.

3. Na falta de acordo sobre a fixação ou a alteração da residência da família, decidirá o tribunal a requerimento de qualquer dos cônjuges.

PropostaProposta

Sem alteração

98

Código CivilCódigo CivilArtigo 1674º - Dever de cooperaçãoArtigo 1674º - Dever de cooperação

ActualmenteActualmente

O dever de cooperação importa para os cônjuges a obrigação de socorro e auxílio e a de assumirem em conjunto as responsabilidades inerentes à vida da família que fundaram.

PropostaProposta

O dever de cooperação importa para os cônjuges a obrigação de socorro e auxílio e a de assumirem em igualdade e em conjunto as responsabilidades inerentes à vida da família que fundaram.

99

Código CivilCódigo CivilArtigo 1675º - Dever de assistênciaArtigo 1675º - Dever de assistência

ActualmenteActualmente

1. O dever de assistência compreende a obrigação de prestar alimentos e a de contribuir para os encargos da vida familiar.

2. …

3. …

PropostaProposta

1. O dever de assistência compreende a obrigação de prestar alimentos.

2. …

3. …

100

Código CivilCódigo CivilArtigo 1676º - Dever de Artigo 1676º - Dever de igual repartição das

responsabilidades familiares. ActualmenteActualmente

1. O dever de contribuir para os encargos da vida familiar incumbe a ambos os cônjuges, de harmonia com as possibilidades de cada um, e pode ser cumprido, por qualquer deles, pela afectação dos seus recursos àqueles encargos e pelo trabalho despendido no lar ou na manutenção e educação dos filhos.

PropostaProposta

1. O dever de igual repartição das responsabilidades familiares incumbe a ambos os cônjuges, implica quer a afectação dos seus recursos aos encargos da vida familiar, quer trabalho não remunerado, e abrange, designadamente, a igual obrigação: a) de prestar cuidados a dependentes, incluindo a manutenção e a educação dos filhos;b) de realizar trabalho doméstico.

101

Código CivilCódigo CivilArtigo 1676º - Dever de contribuir para os Artigo 1676º - Dever de contribuir para os

encargos da vida familiarencargos da vida familiarActualmenteActualmente

2 - Se a contribuição de um dos cônjuges para os encargos da vida familiar for consideravelmente superior ao previsto no número anterior, porque renunciou de forma excessiva à satisfação dos seus interesses em favor da vida em comum, designadamente à sua vida profissional, com prejuízos patrimoniais importantes, esse cônjuge tem direito de exigir do outro a correspondente compensação.

PropostaProposta

2. (o actual nº 4)

Não sendo prestada a contribuição devida, qualquer dos cônjuges pode exigir que lhe seja directamente entregue a parte dos rendimentos ou proventos do outro que o tribunal fixar.

102

Código CivilCódigo CivilArtigo 1676º - Dever de contribuir para os Artigo 1676º - Dever de contribuir para os

encargos da vida familiarencargos da vida familiarActualmenteActualmente

3 - O crédito referido no número anterior só é exigível no momento da partilha dos bens do casal, a não ser que vigore o regime da separação. 4. Não sendo prestada a contribuição devida, qualquer dos cônjuges pode exigir que lhe seja directamente entregue a parte dos rendimentos ou proventos do outro que o tribunal fixar.

PropostaProposta

3 - Revogar

103

Código do Trabalho e Código do Trabalho e Regime do Contrato de Trabalho Regime do Contrato de Trabalho em Funções Públicas em Funções Públicas (Lei n.º 59/2008, (Lei n.º 59/2008,

de 11 de Setembro)de 11 de Setembro)

A - Passar a licença obrigatória exclusiva das mães de 6 para 8 semanas (2 meses).

B - Transformar a actual licença parental facultativa dos homens quando são pais (10 dias) em semanas – 2 semanas – e em licença obrigatória (que passaria assim a ter a duração de 4 semanas – 1 mês).

104

Código do Trabalho e Código do Trabalho e Regime do Contrato de Trabalho Regime do Contrato de Trabalho em Funções Públicas em Funções Públicas (Lei n.º 59/2008, (Lei n.º 59/2008,

de 11 de Setembro)de 11 de Setembro)

C – Suprimir os condicionalismos aos períodos de gozo de licença de qualquer tipo pelo pai.

D - Transformar o mês condicionado ao gozo de outros períodos pelo pai, em licença só para o pai ainda que de gozo facultativo e sem qualquer condição (duração da licença possível exclusiva do pai: 2 meses). 105

Código do Trabalho e Código do Trabalho e Regime do Contrato de Trabalho Regime do Contrato de Trabalho em Funções Públicas em Funções Públicas (Lei n.º 59/2008, (Lei n.º 59/2008,

de 11 de Setembro)de 11 de Setembro)

E – Ajustar estes diplomas e outros aplicáveis à jurisprudência do Tribunal de Justiça de modo a que deixe de haver normas que “contribuam sobretudo para perpetuar uma distribuição tradicional das funções entre homens e mulheres deixando os homens num papel subsidiário relativamente às mulheres no que respeita ao exercício da sua função parental ”

106

Outra legislaçãoOutra legislação

Tornar obrigatória a realização periódica de inquérito nacional aos usos do tempo, seguindo as recomendações do EUROSTAT para permitir a comparação do tempo de trabalho remunerado e não remunerado realizado quer por homens quer por mulheres no exercício de actividades de suporte à vida familiar em todos os Estados membros e a adopção pela UE de medidas gerais para correcção das assimetrias.

107

108108

Muito ObrigadaMuito Obrigada

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