comunitàitalianaítalo-brasileira · na itália, o filme está sendo projetado em 940 salas e...

Post on 09-Dec-2018

217 Views

Category:

Documents

0 Downloads

Preview:

Click to see full reader

TRANSCRIPT

Humanidade: avisão crítica dofenômeno Lula

Il fenomenodell'immigrazionein Europa

Mosaico trazespecial sobreMario Praz

Cibus Brasil: Maior feira de alimentos italianos

Comunità ItalianaRevista Ítalo-Brasileira

www.comunitaitaliana.com.br

A maior mídiada comunidadeí ta lo-bras i le i raComunitàItaliana

lDiretor - Presidente: Pietro Domenico Petraglia l Ano 8 l N°70 l Rio de Janeiro, 18 de novembro de 2002 lDiretor: Julio Vanni

Exclusivo: Pavarottifala do fim de suacarreira e recomeçaa viver aos 67

Ano 8 N° 70 / 5 de novembro de 20022 Comunità Italianal O P I N I Ã O / S E R V I Ç O A O L E I T O R

Cartas

E n t r e t e n i m e n t o c o m c u l t u r a e i n f o r m a ç ã o

FUNDADO EM MARÇO

DE 1994.

Pinóquio emHollywood

ais uma vez o brilhanteator-diretor toscanoRoberto Benigni foiindicado pela Itália para

Comunità ItalianaDiretor-Presidente

e Editor:Pietro Domenico Petraglia

(DRT 012016/94)

Diretor:Julio Cezar Vanni

Publicação mensal,Produção e Arte:

Editora Comunità Ltda

Tiragem:30.000 exemplares

Esta ediçãofoi concluída em:

17/11/2002 às 12.30h

Distribuição:Rio de Janeiro, Espírito

Santo, Rio Grande do Sul,Stª Catarina, Bahia, MinasGerais, Manaus, São Paulo

Redaçãoe Administração:

Rua Visconde do Uruguai n. 98Centro - Niterói - RJ - Brasil

CEP: 24030 - 070Tel/Fax: (21) 2722-0181 /

(21) 2620-6680

e-mail:redacao@comunitaitaliana.com.br

Redação:Sergio França, Rafael Vargas

e Davi Raposo

Colaboradores:Pietro Polizzo - Angelo Neroni

- Braz Maiolino - BalfourZapler - Lan - Giuseppe

D'Angelo - Giovanni Crisafulli- Venceslao Soligo - MarcoLucchesi - Luca Martucci -Domenico De Masi - NanciBernardi Minuscoli - PierAugusto Petacco - VittorioMedioli - Franco Urani -

Alberto Alberoni - Raffaella deAntonellis - Giovanni Meo Zilio

Correspondentes:Balfour Zapler (Roma)Ivy Fernandes (Milão)

Comunità Italiana está aberto àscontribuições e pesquisas de

estudiosos brasileiros, italianos eestrangeiros. Os artigos assina-

dos são de inteira responsabilida-de de seus autores, sendo assimnão refletem, necessariamente,

as opiniões e conceitos do Jornal.

Il giornale Comunità Italiana è aperto aicontributi e alle ricerche di studiosi ed esperti

brasiliani, italiani e stranieri. I collaboratoriesprimono, nella massima libertà, personaliopinioni che non riflettono necessariamente

il pensiero della direzione.

ISSN 1676-3220

M

Argentina x Brasil

Assistindo ao programa"Giostra del Gol", da Rai, fiqueisabendo que os italianos na Ar-gentina estão recebendo contribui-ções importantes para poderemenfrentarem a crise naquele paísdesastrado. Em entrevista, o presi-dente da Região da Calábria falouque estava disposto a fazer qual-quer sacrifício pelos compatriotasítalo-argentinos. Inclusive, já ha-via sido liberadoum milhão de eurosde recursos e os cidadãoscalabreses, cerca de quatro mil, re-ceberiam ainda US$ 200. Além des-se dinheiro, mais outro montante jáestava sendo providenciado.

Acho muito importante a inici-ativa do governo italiano de reco-nhecer o valor de seus compatrio-tas no exterior que ajudaram a re-construir a Itália. Mas ao mesmotempo me pergunto por que a Itálianão ajudou aos imigrantesradicados no Brasil nos diversosperíodos de crise que enfrentamos?Será que a comunidade italiana naArgentina, que é inferior à do Bra-sil, é melhor que a nossa? Ou seráque nossos representantes é quenão estam se empenhando tanto?

Renato FiorelloSão Bernardo do Campo - SP

Iniciativas positivas

Comunità Italiana está cadavez melhor. Excelente o último nú-mero também de Mosaico, que trazum especial sobre a obra de Visconti.Sou filha de italianos, imigrantes doinício do século passado, e tenhodois netos jovens que não se inte-ressavam mais pelo italiano. Mos-trando a revista Comunità para eles,há uns seis meses atrás, parece queaconteceu um milagre e eles não sóestão estudando a língua como seinteressam cada vez mais pelas“cose nostre”.

Antonieta GrilloVenda Nova-ES

concorrer ao Oscar de melhor filmeestrangeiro. Na Itália, o filme estásendo projetado em 940 salas ebateu o record anterior debilheteria que era do filme “Senhordos anéis”, com 9,5 milhões deeuros de bilheteria.

Por quê falar de Benigni numeditorial? Bom, nada mais justodo que reconhecer o grandetalento deste homem que, além detodas as suas qualidades comoautor, ator, diretor, etc, ainda éum dos poucos que, em suaposição, criticam ferrenhamenteos abusos de líderes mundiaiscontra a humanidade. Outra razãoé porque prometi a mim mesmoque não iria falar de coisa ruim. Enada melhor do que Benigni, quejá era chamado carinhosamentede “Pinocchietto” por Fellini,para nos transportar para ummundo de fantasias. Fazer rir cominteligência é uma arte difícil emagistralmente realizada por ele.Rir é agradável e, sobretudo,necessário em tempos quebarbaridades entram em nossasmentes sem bater, sem permissão.

Uma dessas atrocidadesacabou de chocar-nos. Uma filhaque planeja a morte dos própriospais e festeja depois do serviçorealizado com requintes decrueldade que me nego a descreverem respeito aos leitores. O pior:como achar justificativas nasociedade injusta quando omesmo foi cometido por uma“linda” jovem de classe média-alta.

Mas prometi e não vou falardessas coisas. Voltemos aoPinóquio. Nada mais italianoPinocchio de Collodi. Todo umuniverso italiano, cheio desentimentos representado por umcast formado por atores italianose ele, Benigni, no papel principal.

Em depoimento a um jornalistaitaliano (aliás, é dificílimoentrevistá-lo - mas estamostentando) Benigni diz quegrandes cômicos vistos de perto

Cartas para a Redação:Carta do LeitorR. Visc. do Uruguai, 9824030-074 - Niterói - RJTel/Fax (21) 2722-0181

redacao@comunitaitaliana.com.brAs cartas devem ser enviadas com assinatura,identificação, endereço e telefone doremetente. Comunità reserva-se o direitode selecionálas e resumí-las para publicação.

Contribua para o debatedos temas desta ediçãoenviando sua carta para

o endereço abaixo.

dão medo e cita o napolitano Totó(o maior cômico de todos ostempos). “Pensem naquilo queexiste por trás. Precisa-se deséculos de miséria e dedificuldades para compor o rostode Totó”, afirma. Depois completadizendo que “tudo aquilo quehavia de florido depois de ‘A Vidaé Bela’ coloquei em Pinóquio. Acoisa mais importante é o amor eo afeto da gente que é umtesouro de verdade e não seconsome jamais. Não se podemedir quanto bem faz ao mundo,às crianças, aos grandes, umahistória assim. Deve-se ver o filmecomo uma criança ansiosa debeleza e poesia”.

É de grande importância paraa cinematografia italiana, que háalgum tempo atrás andava embaixa, se falar tanto assim comose está comentando nosprincipais jornais. Já para oscríticos que não gostaram, existea célebre frase de que toda aunanimidade é burra. “Existe quemnão ame a Nona de Beethoven,então pode haver dúvidas quantoa Pinóquio”, brinca.

E sabe quem é um dosdistribuidores do filme na Itália?A distribuidora Medusa, que é dafamília de Berlusconi, um dospreferidos das críticas de Benigni,como as que fez durante a últimacampanha ou no último Festivalde Sanremo, ocasião em quesaudou o primeiro-ministrodizendo que ele deveria dar maisdignidade ao povo e fazer comque cada italiano fosse maisorgulhoso de sê-lo.

Não poderia deixar de chamarsua atenção para o texto deUmberto Eco publicado emMosaico desta edição. Ele mostracomo não se deve expressar comdepoimentos de nada mais que opresidente da nação maispoderosa do mundo. Não sei sedevemos rir ou chorar.

Boa leitura!Pietro Petraglia

Ano 8 N° 70 / 5 de novembro de 2002 3Comunità Italiana

VERDADEIROS CASTELOS

DA EUROPA

VERDADEIROS CASTELOS

DA EUROPA

I N F O R M A Ç Ã O G E R A L l

COSE NOSTREJULIO VANNI

jcvanni@aol.com

ligue 0800-217071 e escolhao programa de seus sonhos

Escolha o Seu...com 7 noites, incluindo Tkt Aéreo:

Ilhas Gregas e Turquia(de Veneza)A partir de US$ 1.679,Tunísia Baleares, Espanha(de Gênova)A partir de US$ 1.449,

Mediterrâneo(de Roma - Civitavecchia)

A partir de US$ 1.669,Fiordes Noruegueses

(de Copenhague)A partir de US$ 1.449,

CENTRAL DECRUZEIROS

Ligue0300-3131991

EUROTOURS7 diasItália 4xUS$ 399,6 diasFrança 4xUS$ 419,7 diasEspanha 4xUS$ 366,7 diasAlemanha 4xUS$366,* Aéreo + Terrestre *P/Pessoa em DBL

70 Opções FantásticasTkt aéreo + 03 dias de aluguel de carro + 2 noites c/buffet breakfast. Cocktail de boas vindas. 1 Jantar àluz de velas + 1 souvenir do castelo

A partir de 4XUS$ 277,Por Pessoa (DBL) (St. Thomas Px)

Lua de melou Aniversário

lGondola em Veneza lJantar naTorre Eiffel lIlhas Gregas lCruzeiro

pelo Caribe lValsa em Viena

w w w . j e t l i n e t u r i s m o . c o m . b r

(21)2533-0614FAX:(21)2240-4519

(11)3231-3868FAX:(11)3257-5664

Peça nossoCatálogo

UE oferece ajudaa Lula para reforçaro Mercosul

Os países da União Européiaofereceram ajuda ao presidente elei-to Luiz Inácio Lula da Silva parafortalecer o Mercosul e continuarcom as atuais negociações entre osQuinze e o Bloco do Cone Sul. “A UEexpressa sua satisfação com a pers-pectiva de trabalhar em colaboraçãoestreita com o novo governo brasi-leiro, principalmente para fortalecero Mercosul, e confirma seu compro-misso de fazer o possível para que asatuais negociações UE-Mercosulcontinuem progredindo”, informoua presidência da UE, que atualmenteé exercida pela Dinamarca, em umcomunicado.

Os Quinze, que desejaram a Lula“êxito na tarefa que o aguarda napresidência do Brasil”, reiteram “suavontade de manter suas excelentesrelações com o país e reforçar maiso diálogo político, as relações co-merciais e os laços econômicos”, econfiam “na força da economia brasi-leira e seu potencial de crescimento”.

Na véspera, o comissário euro-peu das Relações Exteriores, ChrisPatten, considerou “especialmentebem-vindo o convite do presidentea toda a população brasileira paraque se una na construção de uma‘nação mais justa e fraterna”. (FP)

Silvio Berlusconicumprimenta Lula

O presidente do conselho itali-ano, Silvio Berlusconi, enviou “suasmais vivas felicitações” ao novopresidente brasileiro Luiz Inácio Lulada Silva.

“Nossos dois países têm vín-culos culturais, políticos e econômi-cos selados pela presença no Brasilde uma expressiva comunidade deorigem italiana”, escreve o chefe degoverno em um texto publicado porseu gabinete.

“Estamos unidos por interes-ses comuns: Itália tem no Brasil seuprincipal sócio econômico do conti-nente latino-americano”, acrescen-ta Berlusconi.

“Espero vivamente que as rela-ções bilaterais, consolidadas nes-tes últimos anos, ainda possam sereforçar e se diversificar. A Itáliadeseja continuar contribuindo aodesenvolvimento sócio-econômicode seu país, convencida de que oBrasil representa um elemento es-sencial para um futuro de progressopara toda a América Latina”, concluio primeiro ministro.

Sobe a pensãomínima para ositalianos no exterior

Para os cerca de 200.000 italia-nos pensionistas que moram fora daItália começa a valer o aumento dapensão para 516 euros. Para recebê-lo é preciso apresentar a documen-tação necessária. A parte burocráti-ca do processo pode ser feita pelainternet.

Trabalho na Itáliasem obrigaçãomilitar e facilidades

O Ministro da Defesa estendeua suspensão da obrigatoriedade doserviço militar na Itália para os itali-anos de outros países que estão láa trabalho. Para os jovens da Amé-rica Latina que desejam ir procurartrabalho na Itália, as boas notíciasnão acabam aí. Em conjunto com aEmpresa Aérea Alitalia, o governonegociou um desconto de 50%, masque vale apenas para a passagem deida. No caso do jovem não quererficar, este terá que pagar o valorintegral na volta. Uma dica para osinteressados em trabalhar na Itália émandar seus dados para o banco decurriculum, www.italiani-allestero.org/curriculumlavoro.htm

Rai faz especial sobreitalianos no Brasile visita Comunità

Um especial de uma hora deduração que vai ao ar no próximomês na Rai e na Rai Internationalretrata a comunidade italiana noBrasil. Uma equipe da Rai colheudepoimentos de diversas personali-dades italianas e de descendentessob o comando do famoso apresen-tador Mario Pinto.

A TV fez questão de ir ao Projac,onde visitou o cenário da novelaEsperança, que passa na Itália como nome de Terra Nostra II, e entre-vistou diversos artista. O apresen-tador Pinto também esteve na Reda-ção de Comunità, onde entrevistouPietro Petraglia e Julio Vanni.

Depoimentos dos italianos Al-berico Campana, da tradicional Pla-taforma, e do nosso caricaturistaLan, surpreenderam o jornalista. DoRio de Janeiro a equipe seguiu paraSão Paulo e ainda iria a Manaus porcausa de uma edição de Comunitàque trazia uma longa história sobreos italianos no estado.

Ano 8 N° 70 / 5 de novembro de 20024 Comunità Italianal A T U A L I D A D E

e-mai l : i i c r io@i i c r io .o rg .b rhomepage: www. i ic r io .o rg .b r

ISTITUTO ITALIANODI CULTURARIO DE JANEIRO

(Órgão Oficial do Governo Italiano)

INFORMAÇÕES, BIBLIOTECA,BOLSAS DE ESTUDO,EVENTOS CULTURAIS

CURSOS DE ITALIANOCursos de Idioma

Cursos de ConversaçãoCursos de Arte

Cursos de TraduçãoCursos de Formação

Profissional(em colaboração com

entidades italianas e ONG)

Sede Central:Av. Presidente Antonio Carlos,

40/4º andar - 20020-010 - CentroRio de Janeiro - RJ

Tel: (21) 2532-2146 Fax: 2262-9017

Filial de Copacabana:Av. N. S. de Copacabana, 895/sl.901

Tel: (21) 2255-5543

BarraAv. das Américas,1155 gr. 611tels.: 2439-9221/ 2491-38062ª a 6ª de 7 às 18h / sáb. 7 às 12h

BotafogoR. Voluntários da Pátria, 445 gr.218tels.: 3472-2134 / 2535-63712ª a 6ª de 7 às 18h / sáb. 7 às 12h

BonsucessoR. Baturité, 19tels.: 2564-0475 / 2564-91062ª a 6ª de 7 às 17h / sáb. 7 às 11h

CentroAv. Almt. Barroso,6/10ºand.tels.: 2532-0583 / 2532-13452ª a 6ª de 7 às 18h / sáb. 7 às 12h

CopacabanaAv. N. Sra. de Copacabana, 680gr. 1111 tels.: 2547-5798 / 2257-37762ª a 6ª de 7 às 18h / sáb. 7 às 12h

AlcântaraR. Palmira Ninho, 79 / sl 302tel.: 2602-8124 / 3243-16762ª a 6ª de 7 às 18h / sáb. 7 às 11h

Hospital ItalianoR. Marechal Jofre, 30tels.: 2577-8720 / 2577-5252Atendimento 24 horas

Ilha do GovernadorEst. do Galeão, 2701 lj. F - C. C. Santa Cruztel: 3383-8258 / 2462-50132ª a 6ª de 7 às 18h / sáb. 7 às 12h

IpanemaR. Visconde de Pirajá,330 gr. 706/707tels.: 2523-0706 / 2267-58892ª a 6ª de 7 às 18h / sáb. 7 às 12h

MadureiraEst. da Portela, 99 / gr.1028 pólo 1tel. 2489-5192 / 3350-66072ª a 6ª de 7 às 18h / sáb. 7 às 12h

MéierR. Hermengarda, 60 gr.508/509tels.: 2599-3293 / 2599-32942ª a 6ª de 7 às 18h / sáb. 7 às 12h

Ti jucaPraça Saens Pena, 45 gr. 501/502tels.: 2234-5435 / 2254-01792ª a 6ª de 7 às 18h / sáb. 7 às 12h

Tradição aliada à tecnologiaUNIDADES DE COLETA

ATENDIMENTO DOMICILIAR ESPECIALIZADO: 3475-3636LABORATÓRIO DE URGÊNCIAS 24h: 2577-8720/2577-5252 (R. Mar. Jofre, 30)

Sede Técnica e Administrativa: Central Maracanã

Rua Sergipe, 14 Esquina com Radial Oeste-MaracanãRecepção: 3475-3600 / 3475-3620 Fax: 3475-3623 / 3475-3650 SAC: 3475-3636Horário de Funcionamento: 2ª a 6ª feira das 7h às 22h sábados das 7h às 18.30h

mml@maiolino.com.br www.maiolino.com.br

M E D I C I N A L A B O R AT O R I A L

TaquaraAv. Nélson Cardoso, 1149 / sl.1323Jacarepaguá tel. 2435-2604 / 26222ª a 6ª de 7 às 17h / sáb. 7 às 12h

GáveaPrç. Santos Dumont, 60 (Clínica F.Sterra) tels.: 2511-5848 / 2294-62442ª a 6ª de 7 às 18h / sáb. 7 às 15h

Largo do MachadoRua do Catete, 311 / gr. 519tels.: 2245-9184 / 2245-91852ª a 6ª de 7 às 17h / sáb. 7 às 12h

LeblonAv. Ataulfo de Paiva, 1079 / Slj 210tels.: 2513-7143 / 2513-71422ª a 6ª de 7 às 17h / sáb. 7 às 12h

Campo GrandeR. Cel. Agostinho, 76 / Sl 217tels.: 2413-3760 / 9852-47872ª a 6ª de 7 às 17h / sáb. 7 às 13h

Vila da PenhaAv. Meriti, 2577tels.: 3351-1958 / 2451-13422ª a 6ª de 7 às 17h / sáb. 7 às 12h

EnfoquePresidenteda Rai quermelhorar aprogramaçãoe anunciaaberturade capitalAntonio Baldassareestá a busca deparceiros no exteriorpara diversificara transmissão

O presidente daRadiotelevisiva Italiana (RAI),Antonio Baldassare, esteve noBrasil para colher a opinião dositalianos sobre a programaçãoexibida pela TV.

Em reuniões realizadas emSão Paulo e no Rio de Janeiro,Baldassare, que vem sofrendopressões da esquerda italianapela demissão de alguns jorna-listas e pela "quebra" da esta-tal, admitiu que muita coisatem que mudar para que sepossa fazer uma televisão dig-na dos italianos residentes noexterior. Uma das metas dopresidente - indicado pelopremier Silvio Berlusconi - écriar uma "Sociedade RaiInternational" com parceirosno exterior. "51% das açõesseriam da Rai e o restante secolocaria a disposição dos in-vestidores. Assim poderíamoscriar programas específicos paracada país e ajustar a grade deacordo com o fuso-horário decada um", afirmou.

Em entrevista exclusiva,que será publicada na próximaedição, Baldassare, que tambémé presidente emérito da CorteConstitucional italiana, lembroude quando trabalhava para aCentral Única dos Trabalhadores(CUT), na época ainda pequenae mais radical, e do potencial doBrasil com Lula a sua frente.

Renata Rezende

Ano 8 N° 70 / 5 de novembro de 2002 5Comunità Italiana C U L T U R A l 5

Mostra fotográfica expoe Brasil na Itália

A Associação Calabresa doRio de Janeiro realizou no dia 5 deoutubro, em sua sede no bairro deSanta Teresa, a VIII Festa dasNações, um evento já consagradojunto a comunidade ítalo-brasilei-ra pela diversidade cultural queapresenta através das danças fol-clóricas, mostrando o que a há demais expressivo em termos de tra-dição e história. Ao todo, trezepaíses foram representados, emum cenário de muita música e dan-ça, animando cerca de duas milpessoas que lotaram, mais umavez, a acolhedora sede da ACRJ.

Definitivamente,a emoção foi umaconstante na festa.Os grupos de dançaapresentaram as tra-dições de diversospaíses, como a Grécia,Rússia, Argentina,Espanha, Alemanha,Portugal, Índia e Itá-lia, representadaspelo consagrado gru-po folclórico italianoArcobaleno, que le-vantou a platéia comsua contagiante apre-sentação. O grupo,formado em grandeparte por descenden-tes, cativou o públi-co e fechou a festa emgrande estilo, comsua graça e originali-dade.

Difícil foi ficar parado. Em meioa diversas apresentações, o Brasiltambém deu o seu recado e foi repre-sentado na festa – e muito bem,diga-se de passagem - pelo Centrode Dança Jaime Arôxa, que em suadança mostrou o típico gingado bra-sileiro ao som de uma verdadeiragafieira carioca.

Se a festa fosseum concurso seriaimpossível escolher“um primeiro lugar”,já que todos os gru-pos folclóricos mos-traram, realmente, oporquê de ali esta-rem. Algumas apre-sentações “hipnoti-zaram” literalmenteos presentes, pelagraça dos movimen-tos e coreografias deseus componentes.

Em tempos emque o clima de confli-to entre povos pairasobre nossas cabe-ças e é notícia emtodo mundo, a pazfoi celebrada em cli-ma de comunhão en-

tre os povos durante todo o evento,celebrando as diferenças e cultivan-do a união. Com a presença de mui-tas personalidades da comunidadeítalo-brasileira, e, principalmente, dediversas famílias, a Festa das Na-ções foi um sucesso pela sua anima-ção, e também por sua organização,um trabalho da “ala jovem” da ACRJ.

O presidente da Associação

'VIII Incontro delle Nazioni' na ACRJCalabresa do Rio de Janeiro,Corrado Bosco, definiu o eventocomo uma confraternização dasnações, onde a bagagem culturalde povos que imigraram para o Bra-sil deve ser preservada, para que aspróximas gerações possam mostrá-las em eventos como este. Eleenfatizou a importância das novasgerações para a organização deeventos voltados para a comunida-de, dando continuidade a um traba-lho que já existe, em diversas asso-ciações, sempre com o objetivo demanter as raízes e tradições italia-nas.

Quanto àimportância desediar uma fes-ta onde váriasnações se fa-zem presentes,Bosco afirmaque, o volunta-riado é de sumaimportância e“trabalhar comafinco e amor éa maneira paratornar nossasações cada vezmelhores”.

(R.V.)

Questa selezione di foto è stata esposta in occasione dellamostra fotografica dal titolo “Brasil: sol na cabeça ”inaugurata il 12 Ottobre 2002, presso la sala espositiva delComune di Monterotondo - Roma. La mostra è statapatrocinata dall’Assessorato alla Cultura del Comune stesso edall’Ambasciata del Brasile a Roma. L’evento ha avuto unnotevole successo di pubblico, a dimostrazione di quanto gliitaliani siano attratti da tutto ció che riguarda il Brasile e la suacultura.

Fotografie di Milva ScorpioneLegenda: Garimpeiro a Mato Grosso; Boteco a Riode Janeiro; Traghettatore a Bahia; Tango a Rio.

Fotos: Rafael Vargas

Ano 8 N° 70 / 5 de novembro de 20026 Comunità Italianal O P I N I Ã O / L I T E R A T U R A

Da tempo l’“AssociazioneFederale Padani nel Mondo”(Lega), anche mediante articoliapparsi su La Padania, a firma delsottoscritto, sosteneva che idiscendenti di italiani residentiall’estero in paesi non comunitaridovessero godere di un canalepreferenziale per l’ingresso in Italiaper ragioni di lavoro. Non eraammissibile né comprensibileinfatti che nel decreto annualesui flussi di ammissione fosseroinclusi con quote riservate,albanesi, tunisini, marocchiniecc., e rimanessero esclusi idiscendenti degli italiani i quali,fra l’altro, sono naturalmente piùaffini e più disponibili di altri aduna effettiva assimilazione alnostro contesto storico,linguistico-culturale e sociale.Congiuntamente altre componentidella Casa delle Libertà simostrarono direttamente oindirettamente favorevoli a questainiziativa sacrosanta (oltre chevantaggiosa per l’Italia ancheperché concorre a frenare la pres-sione dell’immigrazione clandes-tina e a venire incontro in paritempo alle necessità impellentidel nostro mercato del lavoro).

Oggi abbiamo finalmente il de-creto-flussi 2002, in applicazionedella legge Bossi-Fini, da pocoemanato dal Ministro del LavoroOn. Maroni (Lega), il quale riservaappunto una quota di ingressiper motivi di lavoro subordinato,anche per esigenze di caratterestagionale e di lavoro autonomo,a quattromila persone di origineitaliana (per parte di almeno unodei genitori e fino al terzo grado)residenti in Argentina.

Si è privilegiata, per ora,l’Argentina data la gravissima crisieconomica che si è abbattuta suquel paese amico la qualecoinvolge i discendenti di tantiitaliani che, a partire dall’800,l’hanno popolata e fatta crescerefacendo onore a quell’Italia che liha spesso dimenticati; ma a suotempo bisognerà pensare ancheal Brasile e all’Uruguay (senzadimenticare il Venezuela) nei qualigià si fanno sentire i primi effettidi quella stessa crisi che premealle porte.

Il decreto di Maroni, a suavolta, si colloca sulla linea delle

altre iniziative assunte dal Go-verno italiano anche mediante iltempestivo ed efficace interventodel Ministro per gli Italiani nelMondo On. Tremaglia (A.N.) insinergia con le Direzioni Generalicompetenti del Ministero degliEsteri e con le Regioni, a favoredi una nazione che, a suo tempo,quando l’Italia era alla fame, hacontribuito a sfamarla con lerimesse degli emigrati e con aiutigovernativi diretti. Nei suoiconfronti, in generale, e inparticolare nei confronti deidiscendenti dei nostri pionieri,in Argentina come in Brasile, inVenezuela o in Uruguay, la cuiepopea di sacrifici inenarrabili èancora trascurata dalla televisionee dalla stampa italiana, l’Italia hacontratto da più di un secolo, undebito storico, politico e morale,che ora si comincia ad onorare.

Chi, come il sottoscritto, havissuto in carne viva l’esperienzadell’emigrante in Argentina (comein Brasile e Uruguay)nell’immediato dopoguerra, e haprovato in prima persona la lottaper la vita, insieme allo strappodel trapianto, la nostalgia dellapropria terra-madre (se non“matrigna”), la mortificazionedegli affetti, la struggentesolitudine esistenziale (ma haprovato altresì la gioia dellasolidarietà da parte deicompatrioti locali che gli hannodato una mano e dell’aiuto, anchemateriale, da parte degli altri)non può che plaudire a questotanto atteso decreto.

Gli italo-argentini chevorranno rientrare in Italia,rifacendo all’inversa il viaggiodei padri, con il loro analogofardello di luci e di ombre, disogni e di speranze, dovranno,insieme a quelli che resterannolaggiù, essere aiutati dal Gover-no, dalle Regioni, dalle altreIstituzioni italiane e da tuttinoi. L’“Associazione FederalePadani nel Mondo” - che ha giàlanciato una sottoscrizione perinviare in Argentina i più urgentimedicinali - rimane in prima linea.

Giovanni Meo Zilio è ProfessoreOrdinario dell'Università di Venezia,Assessore del Ministero Italiani nelMondo e del Ministero del Lavoro

Giovanni Meo Ziliomeozilio@comunita.zzn.com

Ingresso in Italiaper ragioni di lavoro:quota riservata agliitalo-argentini

Naufrágio, Poesiae Tradução

Se a tradução literária é a arte denaufragar com dignidade e nobreza– e sobreviver ao mar profundo e asabores e dissabores corsários - ocerto é que de sua navegação de-pendem os ventos fundamentais doprocesso cultural, que promovempassagens, diálogos e tesouros queantes haviam de estar irremediavel-mente perdidos. Uma aposta de aber-tura e de inacabamento perene, sen-do que a tessitura poética não é umacidente, mas um apelo profundoque a demanda de um texto deveguardar e transmitir em formas infi-nitas, com seus mapas incertos eilhas distantes. Trata-se mesmo deuma rede de coisas sobrepostas, depalavras que descansam umas so-bre as outras, de uma teia de fenôme-nos kantianos – levados a uma aber-tura incomparável de possibilida-des que nascem como as dunas le-vadas e modeladas pela ação dosventos.

No entanto, essa rede de inú-meros acenos, esse reclamo de pos-sibilidades intermináveis dão aohorizonte um saber infinito e às ve-zes uma certa nostalgia realista dacoisa. Apesar dos naufrágios degrande beleza – que podiam evocarhistória trágico-marítima da tradu-ção, ou então uma perspectiva quin-to-imperial da tradução, quando umSebastião-Texto essencial pudesseregressar de um infinito sempre adi-ado – apesar disso, aqueles naufrá-gios não apagariam de mim o desejode me pôr a salvo das águas – tantoquanto possível – e dos quadros deum Turner. Mas uma tentativa deterra, sabendo e sofrendo, e cele-brando, e esquecendo que a poesia

não é mais que um laivo – a tentativade dizer a labareda através da cinza.Mas será preciso recordar a presen-ça, a memória do fogo na cinza. Umavaga estética de vales e montanhas.Vaga e incerta. Eram os últimos diasda tradução. E decidi pôr fim aosmeus dias. Ou seja, o tradutor quenunca existiu em estado puro, comocoisa em si, foi assassinado pelopoeta, que passou a administrar oprofundo e a superfície de seu medi-terrâneo. Mandei-me uma carta, decondição póstuma, dizendo:

Caro amigo,

Declaro para os devidos fins,que acabo de morrer como tradu-tor e que não ressuscitarei paravestir de português e de poesia ospoemas de outras plagas e os ro-mances complexos deste mundo.Peço que não guarde saudades.Que me esqueça de uma vez por to-das. – Até nunca mais, seu fantasma.

Claro que essa foi uma espéciede manobra estratégica e psíquica(fortemente marcada por Brás Cu-bas) de me livrar não tanto dele, masde sua tirania exclusiva, e de umavisão que nosso ambiente cultural,tão vivisseccionado, costuma terdo risco literário – para usar o termode Maurice Blanchot – de que poe-tas não traduzem e de que traduto-res não realizam poesia. Como se asduas atitudes fossem inimigas. Ten-tei demonstrar o contrário no texto“Tradução e alquimia”, onde eramsugeridas outras questões, as deque o poeta e o tradutor se alimenta-vam mutuamente de suas diferenças,como as de um laboratório alquímico,com suas fôrmas e ampolas.

Cada linha de Umberto Eco oudo Pseudo-Dionísio sempre recebe-ram de mim não apenas o necessáriotratamento científico, mas a suaperquisição poética. Não podia abrirmão disso, pois que não dispunha

Lucchesi dá fim àcarreira detradutor e maisgás à de escritor

Arquivo

Ano 8 N° 70 / 5 de novembro de 2002 7Comunità Italiana A T U A L I D A D E l

de duas naturezas, mas de uma, ape-nas, embora multívoca e aberta –com seus fantasmas e missivas pós-tumas, tal como a carta acima, ondecoincidem remetente e destinatário.O que muda é o endereço, não aspersonagens em questão.

E assim me veio, inesperada, –num largo envelope, de sóbria apre-sentação – uma carta de Curt Meyer-Clason com poemas de Alma Vênus,traduzidos para o alemão – que con-sidero minha terceira língua, querevestiu uma literatura que cultiveiintensamente. Algo não entrópicoacontecia: remetente e destinatáriocomeçavam a divergir. Tesouroseram transportados de ilhas distan-tes. Corsários. Naufrágios.Portulanos. Desenhava-se um diá-logo de nobre impressão.

Percebi então que os ventos dodiálogo – que tanto fazem falta paraas navegações culturais de nossosdias – sopravam com tamanha força,que o papel do tradutor e do poetadeixavam de ocupar ummodo de exclusão. E queo seu contrário era sem-pre um possível. E que oPirata e o Capitão, o Nau-frágio e a Terra Firmepodiam e deviam ocuparum mesmo espaço de vi-são e de atitude.

Decidi – por isso mes-mo, e dentro desse pro-cesso – dedicar a CurtMeyer-Clason um poemaem alemão, intitulado“Himmel” (Céu). Essa ho-menagem se resolve no elo-

gio de duas cidades. Duas lín-guas. E pátrias. Todas sob omesmo céu da literatura. E duaspresenças vivas: do lado luso-brasileiro, Camões: suas cidadese lágrimas, que formam um rio tãovasto, capaz de atingir o GrandeSertão (maravilhosamente tradu-zidos por Curt); do lado alemão,Hölderlin e a ilha de Patmos, além deuma citação indireta de Trakl – emmodos imperceptíveis. Em traduçãoquase literal, sem aliterações e de-mais recursos, meus versos – naforma da moderna poesia alemã ecom breves modificações – diriam oseguinte:

O rio-palavra e as águas clarasdo pensamento – Duas línguas comsuas asas: – A antiga entressonhadaBabel e a nova entretecida Sião – Eo mesmo rio-palavra respira essasdistâncias: as lágrimas de Camões ea brisa dos Sertões (água escrita deterra!) – O abismo e a vertigem doperigo e do socorro... – O primeiroverbo do Céu... – O rosto inascido...– Água para o teu fundo semânticojardim, onde brilha a Rosa Uardi... –Um Céu e duas pátrias – Um Céu emque florescem estrelas novas.

Uma carta para o futuro, e aber-ta, e sem um destinatário preciso ouendereço. E talvez os quadros deTurner sejam ainda mais belos. E onaufrágio não passe de umaungarettiana alegria de naufragar. Eo capitão sendo o último a sair. Óviva Poesia!

Marco Lucchesi

A Itália chora seus mortos. Milha-res de italianos acompanharam comprofunda tristeza o enterro das 26crianças vítimas do terremoto de 5,4graus na escala Richter que atingiu acidade de San Giuliano di Puglia,sudeste do país. O funeral das vítimasfoi acompanhado pelo presidente daItália, Carlo Azeglio Ciampi, e trans-mitido ao vivo pela TV estatal. Duranteo enterro, Ciampi transmitiu as condo-lências de toda a nação ao prefeito deSan Giuliano Di Puglia, Antonio Borrelli,cuja própria filha morreu no terremo-to. Os caixões brancos das crianças, amaioria com menos de 10 anos, foramlevados por parentes, bombeiros, sol-dados e funcionários da Cruz Verme-lha italiana num clima de total como-ção. O cortejo foi marcado por mani-festações de dor e revolta. Dianteeste difícil momento, o papa JoãoPaulo II ofereceu seu pesar aos paren-tes das vítimas e rezou pelas criançasmortas no sul do país. No momento datragédia, as crianças estavam na es-cola participando de uma festa deHalloween quando ocorreu o tremor,que foi sentido de Roma a Potenza(Calábria), no sul da Itália, a 360quilômetros de distância uma da outra.

A justiça italiana anunciou a aber-tura de um inquérito para investigar acatástrofe, possível homicídioinvoluntário e morte de 26 crianças noterremoto de San Giuliano. O presi-dente do Instituto Nacional de Geofísicae de Meteorologia, Enzo Boschi, acu-sou políticos locais de não respeita-rem as obrigações da lei anti-sísmicaadotada na Itália em 1982. “É possívelque haja outras tragédias como esta”,alertou Boschi, afirmando que “a re-gião de Molise é uma zona sísmicadeclarada”.

Estudos revelam que a Itália temquase 70% do território em regiõessísmicas, muito vulneráveis a estetipo de fenômeno natural.

A polêmica instalou-se em SanGiuliano contra as autoridades locais,consideradas responsáveis pela fragi-lidade da construção onde as criançasfreqüentavam a escola. Os habitantesda vila relatam que a parte da escola,da qual restam apenas algumas pare-des de pé, tinha passado por obras efoi inaugurada no início do ano esco-lar, em setembro. “Eles fizeram aparte superior e reforçaram o tetocom cimento. Foi esta parte que se

rompeu, destruindo as paredes feitasem tijolo, que não resistiram ao peso”,disse um bombeiro na manhã da catás-trofe.

Na mesma hora em que ocorria ofuneral, o primeiro-ministro SilvioBerlusconi mantinha em Roma umareunião especial do Gabinete para apro-var a liberação de 50 milhões de eurospara as zonas afetadas pelo terremoto,com ênfase para a construção de umanova San Giuliano di Puglia. Noventa ecinco por cento das casas da pequenacidade medieval foram atingidas, dei-xando a população, composta por 1.200pessoas, desabrigada. Berlusconi in-formou que, no lugar da escola quedesabou, será construído um monu-mento. O primeiro-ministro disse aindaestar convencido de que, se as obrascomeçassem agora, em dois anos oshabitantes poderiam receber suas no-vas casas. Sem tempo para se refazerdo duro golpe, os italianos se desespe-ram com novos tremores, em escalamuito menor, em todo o povoado deSan Giuliano Di Puglia. Um edifício, quejá havia sido afetado, foi derrubadopelos tremores, fazendo com que osassustados moradores saíssem às ruas.Na vizinha localidade de Castellino delBiferno, o campanário e parte do tetode uma igreja foram derrubados e pelomenos duas pessoas ficaram feridas.

Diante dessa tragédia nacional, aRAI está realizando uma campanha deajuda – no formato “Criança Esperan-ça” – para a arrecadação imediata defundos para ajudar as vítimas do terre-moto, que até agora, conseguiu arre-cadar a quantia de cerca de 6 milhõesde euros.

O Conselho dos ministros, com umdecreto lei, liberou 50 milhões de euros

para reconstrução da região deMolise (região atingida pelo ter-remoto) e mais 10 para as regi-ões atingidas pela erupção dovulcão Etna, na Sicília, onde hásismos de baixa intensidade eemissão de cinzas e lava desde asemana passada, deixando mi-lhares de desabrigados.

Rafael Vargas

Comoção no enterro dos“Anjos de San Giuliano”Italianos enfrentamcatástrofes commedidas de emergência

Ansa

Livros

Como Se Faz uma TeseNeste manual

prático, UmbertoEco vale-se de suaenorme experiênciaacadêmica para es-quadrinhar desdeos aspectos bási-cos de uma tese -escolha deorientador, técnicasde pesquisa e

fichamento - até as regras de redaçãoempregadas na hora de escrever.Editora Perspectiva (170 págs.);Ano: 2002; Preço médio: R$ 19,80

O Líder: a Autobiografiado Mais Famoso Prefeitode Nova York

Antes de11 de setembro,o ítalo-america-no RudolphGiuliani já haviacomeçado a es-crever este livrosobre a arte daliderança. Porocasião dos ter-ríveis aconteci-

mentos daquele dia, os conceitoselaborados por ele ao longo de algunsmeses foram postos em prática, empoucas horas, durante o ataque aoWorld Trade Center. Editora Campus

(400 págs.), Ano: 2002; Preçomédio: R$ 46,90

Ano 8 N° 70 / 5 de novembro de 20028 Comunità Italiana

La Provincia di Roma e laAssociazione InternazionaleMagna Grecia organizzano peril prossimo novembreun'operazione di marketingterritoriale a Rio de Janeiro.Con questa iniziativa, laProvincia di Roma intendeampliare i propri legami con loStato e la Città di Rio deJaneiro, approfondendo laconoscenza e i contatti con larealtà locale, iniziati con lapartecipazione alla "Settimanadella Magna Grecia", svoltasia Rio de Janeiro nel mese diottobre 2000.

L'obiettivo principale dellaProvincia di Roma è quello diinstaurare una proficuacollaborazione con le entitàistituzionali, economiche eculturali statali e municipali,che si sviluppi nel tempo etrovi, prioritariamente, unaprima pratica attuazione con lasottoscrizione di alcuniaccordi di collaborazione. A talfine si stanno sviluppandopositivamente i contatti conl'amministrazione statale emunicipale di Rio de Janeiro,con entità rappresentative delmondo economico dello Statodi Rio de Janeiro, quali laFederazione delle Industrie(FIRJAN), il Servizio diAppoggio alla Micro e PiccolaImpresa (SEBRAE),l'Associazione delle Agenziedi Viaggio (ABAV), con entitàculturali quali l'Università delloStato di Rio de Janeiro(UERJ), l'Università GamaFilho, l'Istituto del PatrimonioStorico e Artistico Nazionale

(IPHAN), il Patrimonio Storicoe Culturale della Marina.

Gli eventi realizzati dallaProvincia di Romariguarderanno l'areaeconomica, con una mostra diprodotti eno-gastronomiciprovinciali e un incontro -presso il Consolato d'Italia -tra imprenditori italiani eimportatori brasiliani; unworkshop di moda con giovanistilisti emergenti romani eoperatori locali; un incontro sultravertino romano e uno congli operatori turistici, pressol'ABAV.

Per quanto riguarda ilsettore culturale, la Provinciadi Roma ha voluto evidenziarel'influsso della cultura italianasulle attuali tendenzeartistiche brasiliane - dallapittura alla scultura, dallafotografia al multimediale -,realizzando, presso il Museodella Marina di Rio, recente-mente restaurato e riaperto alpubblico, una mostra di artistiplastici brasiliani viventi,d'origine italiana. Inoltre,realizzerà - presso l'IstitutoItaliano di Cultura -, unsimposio relativoall'importante progettoculturale brasilianodenominato "Progetto Resga-te", volto all'identificazione emicrofilmatura delladocumentazione contenutanegli archivi italiani e, inparticolare, romani, relativaalla storia del Brasilecoloniale.

Infine, la Provincia diRoma collaborerà conl'importante progetto dellaMunicipalità di Rio de Janeiro,denominato "Favela Bairro",donando gli apparati tecnicinecessari a dare vita a un"Internet Café".

Giorgio Cuminatto,Direttore della AssociazioneInternazionale Magna Grecia

A Província de Roma e a Asso-ciação Internacional Magna Gréciaestão organizando uma operação demarketing territorial no Rio de Ja-neiro para a segunda quinzena denovembro. Com esta iniciativa, aProvíncia de Roma quer ampliarrelações com o Estado e a Cidade doRio de Janeiro, aprofundando oconhecimento e os contatos com arealidade local, iniciados com a par-ticipação na “Semana da MagnaGrécia”, realizada na cidade emoutubro de 2000.

O objetivo principal da Provín-cia de Roma é o de instaurar umaprofícua colaboração com as entida-des institucionais, econômicas e cul-turais estaduais e municipais, quese desenvolva ao longo do tempo eencontre, prioritariamente, uma pri-meira atuação prática com a assina-tura de alguns acordos de colabora-ção. Nessa direção estão se reali-zando contatos positivos com a ad-ministração estadual e municipal doRio de Janeiro, com entidades querepresentam o mundo econômico doEstado, como a Federação das In-dústrias (FIRJAN), o serviço deapoio à micro e pequena empresa(SEBRAE), a associação das agênci-as de viagens (ABAV), com entida-des culturais e educacionais como aUniversidade do Estado do Rio deJaneiro (UERJ) e a UniversidadeGama Filho, o Instituto do PatrimônioHistórico e Artístico Nacional(IPHAN) e o Patrimônio Histórico eCultural da Marinha.

Os eventos realizados pela Pro-víncia de Roma estão inseridos naárea econômica, com uma mostra deprodutos eno-gastronômicos provin-cianos e um encontro – no Consu-lado Geral da Itália – entre empre-endedores italianos e importadoresbrasileiros; um workshop com jo-

vens estilistas emergentes romanose operadores locais; um encontrosobre o travertino romano (pedratípica de Roma) e um encontro comoperadores turísticos da ABAV.

No setor cultural, a Provínciade Roma quer evidenciar a influên-cia da cultura italiana sobre asatuais tendências artísticas brasi-leiras – da pintura à escultura, dafotografia à multimídia – realizan-do, no Museu da Marinha, recente-mente restaurado e reaberto aopúblico, uma mostra de artistasplásticos brasileiros de origem itali-ana. Além disso, realizará, no Ins-tituto Italiano de Cultura, umsimpósio relativo ao importante pro-jeto cultural brasileiro denominado“Projeto Resgate”, que visa identi-ficar e micro-filmar a documentaçãocontida nos arquivos italianos e, emparticular, romanos, relativa a his-tória do Brasil colonial.

Enfim, a Província de Roma vaicolaborar com o importante projetosocial do Município do Rio de Janei-ro, denominado “Favela Bairro”,doando os aparatos técnicos neces-sários para dar vida a um “InternetCafé”.

Giorgio Cuminatto,Diretor da Associação

Internacional Magna Grecia

A província de Romano Rio de JaneiroA partir do dia 18 denovembro se iniciauma série de eventosde colaboração entreRoma e Rio de Janeiro

La provincia di Roma a Rio de JaneiroSilvano Moffa,Presidente della Provincia di Roma

Silvano Moffa,Presidente da

Província de Roma

l E S P E C I A L

Ano 8 N° 70 / 5 de novembro de 2002 9Comunità Italiana

maior feira de exposição deprodutos alimentícios italia-

O espaço escolhido para abri-gar a feira será o prédio da Bienalque, durante a feira, sofrerá umatransformação cenográfica basea-da no projeto arquitetônico do Tea-tro de Farnese de Parma. Essa prepa-ração busca proporcionar um pas-seio entre a arte e a gastronomiaitaliana. No primeiro piso o visitantepoderá observar e degustar a comi-da italiana, ao mesmo tempo em queterá contato com o expositor italia-no, que mostrará como apreciarmelhor os vinhos, azeites, carnes,queijos e a famosa massa.

A indústria de alimentos italia-na movimenta 90 milhões de eurosem faturamento. Esse setor fica emterceiro lugar em valor de produçãonacional, atrás do mecânico e dotêxtil. A Itália possui mais de sete milindústrias e 30 mil pequenos produ-tores. Por enquanto a Europa é omaior mercado alimentício da Itália,absorvendo cerca de 65% da produ-ção. O Brasil é um consumidor empotencial, embora não usufrua umafatia significativa da produção itali-ana. O fato de abrigar tantos des-cendentes é o que faz do Brasil opaís mais atraente da América Lati-na. No entanto, esse mercado quetanto atrai o italiano, consome basi-camente vinho, massa e queijo. Um

São Paulo se prepara para recebera maior feira italiana de alimentos

11,6% acarretando um cres-cimento total de 7% nopaís. A análise do comér-cio mostra que o Brasil ex-portou, nesse período, emprodutos alimentícios cer-ca de U$60 milhões.

O ICE, que está vincu-lado ao MAP e desenvol-ve um trabalho de divulga-ção da cultura italiana noexterior, montou uma in-tensa campanha publicitá-ria em revistas, outdoors,

rádios e televisão. Tanto investi-mento em propaganda se deve aogrande valor do mercado importa-dor brasileiro. O ICE terá um standinstitucional - VIP onde acontece-rão encontros de instituições italia-nas e brasileiras da área, com o ob-jetivo de troca de informações co-merciais de produtos agro-alimentí-cios.

Durante o segundo dia da feira,os visitantes poderão participar deum congresso sobre tecnologiaagro-alimentícia, onde os relatóriosserão relevantes entre italianos e

dos objetivos da feira é difundir acultura gastronômica italiana e mos-trar uma rica dieta de legumes, ver-duras, frutas e comidas típicas itali-anas como arroz, azeite de oliva,peixe e carne em geral. Produtos dequalquer estação do ano.

Atualmente o Brasil importa daItália U$46 milhões em produtos ali-mentícios, com a massa em primeirolugar, correspondendo a 78,6% dototal, e depois o vinho italiano, com25%. No período de 1995 a 2001 aindústria italiana percebeu um cres-cimento no setor alimentício de

Renata Rezende

Anos, CIBUS, terá a sua versão brasi-leira de 20 a 24 de novembro, em SãoPaulo, no Parque Ibirapuera. Promo-vida pelo Instituto Italiano para oComércio Exterior (ICE), que buscadesenvolver, incentivar e divulgaros produtos, as tecnologias e osserviços italianos em todo o mundo,a feira tem por objetivo promover oencontro entre empresas italianas eimportadores latino-americanos.

Realizada em Parma, na Itália, acada dois anos, a CIBUS teve suaúltima edição em maio passado,movimentou uma quantia de U$15milhões após reunir mais de 2,4 milexpositores em 28 quilômetros destands. O Brasil foi o país escolhidopara receber a feira por sua afinidadecultural com a Itália, pela grandequantidade de imigrantes italianos,que alcança os 25 milhões e, tam-bém, devido ao mercado brasileiro.A cidade de São Paulo foi escolhidaporque abriga 11 milhões desse to-tal e por possuir infraestrutura parareceber os profissionais e importa-dores que vêem da Itália para o even-to. Dentre eles estão a SociedadeItaliana pelas Empresas no Exterior(Simest), o Ministério das Ativida-des Produtivas (MAP), o Institutopelos Serviços de Segurança doComércio Exterior (Sace), a Embaixa-da da Itália no Brasil e Bancos Itali-anos em São Paulo.

brasileiros. Acontecerá, também, nodecorrer da feira, um workshop paraestreitar laços entre os profissio-nais italianos e brasileiros visando efavorecendo futuros empreendi-mentos.

Entre os convidados de honrada feira estarão presentes o Minis-tro italiano das Atividades Produti-vas, o Presidente da Feira de Parma,o Presidente e o Diretor Geral do ICEe outras autoridades políticas e eco-nômicas italianas e brasileiras.

N E G Ó C I O S l

Ano 8 N° 70 / 5 de novembro de 200210 Comunità Italianal C A P A10 Ano 8 N° 70 / 18 de novembro de 200210 Comunità Italiana

Comunità Italiana - Como se sente emcomeçar tudo de novo?Luciano Pavarotti - Nunca é tardepara recomeçar. Não tenho palavraspara descrever a minha alegria. Háanos que Nicoletta desejava ser mãee agora chegam dois de uma vez! Édiferente de quando me tornei paipela primeira vez, 40 anos atrás. Euera muito jovem, a carreira me ocupa-va muito, viajava continuamente. Tivetrês filhas maravilhosas, agora voupoder dedicar mais tempo aos gêmeos.

CI - A aposentadoria foi adiada?Pavarotti - A música é a minha vida,mas quando fizer 70 anos, em 2005,acho que é hora de parar profissional-mente. Pretendo continuar com osconcertos em beneficência, que iniciei10 anos atrás, o Pavarotti & Friends,do qual sou muito orgulhoso de dar aminha contribuição para as criançasdos países mais pobres.

CI - No ano passado, você festejou os40 anos de carreira com um grandeconcerto em Modena, sua cidade na-tal, em 29 de abril, circundado por22 artistas líricos de todo o mundo ecom a participação dos dois tenoresespanhóis, Plácido Domingos e JoséCarreras. É verdade que compararama sua popularidade à de João PauloII?Pavarotti - Com a diferença que souum grande pecador - diz brincando.Mas temos alguns pontos em comum,a facilidade de estabelecer uma comu-nicação imediata com o público e o fatode todos quererem ser fotografados aolado do Papa, isso acontece tambémcomigo.

CI - Agora, quase na esquina dos 70anos, como vê o futuro?Pavarotti - Eu me considero uma

Pavarotti: a vida recomeça aos 67Poucos meses atrás, o tenor mais famoso do mundo se tornou avô

de uma linda menina, Catherina, batizada em homenagem a SantaCatarina de Siena, padroeira da Itália. Mas no início do próximo ano,em fevereiro, Luciano Pavarotti, aos 67 anos, se tornará pai pelaquarta vez. A sua nova companheira, Nicoletta Mantovani, 34 anos,ex-secretária da Pavarotti & Friends, espera filhos gêmeos.

A seqüência de acontecimentos que está marcando este2002 fez com que Pavarotti se tornasse um dos personagensde maior destaque do ano na imprensa internacional. E nãoapenas pela sua vida particular, repleta de golpes de cena,mas também por eventos imprevisíveis e, até mesmo, cômicos.

Comecemos pela última novidade, o anúncio dadonos telejornais europeus poucos dias atrás: “O tenorLuciano Pavarotti realizará – gratuitamente - uma campa-nha da FAO para recolher fundos, contra a fome no mundo”.

No início, os italianos pensavam que fosse brincadei-ra. Big Luciano, como è chamado aqui, com os seus 120 quiloscontra a fome no mundo?

Naturalmente, o caso foi parar em todos os programas humorís-ticos da TV, mas Jacques Diouf, diretor geral da FAO, declarou que oprimeiro concerto organizado pela FAO, no dia 12 de outubro, emMontecarlo, foi um sucesso. Pavarotti canta Verdi, no Fórum Grimaldi,contou com a presença do príncipe Alberto e autoridades da FAO e

os 1850 lugares disponíveis, ao preço de US$75 a US$300, foramesgotados em pouco tempo.

Em Roma, num luxuoso hotel da Via Veneto, encontramosPavarotti, que no dia seguinte deveria embarcar para Londres.Esperando o maestro, sempre muito ocupado, do lado de fora do

hotel, duas equipes de televisão estrangeira. Mas Pavarotti fazquestão de receber Comunità Italiana e fala com grandeafeto dos italianos espalhados pelo mundo.

"Em todos os países faço questão de encontrar osoriundos e através deles vejo a minha própria família. Este2002 foi ao mesmo tempo o pior e o melhor da minha vida.

Perdi meus pais. Minha mãe, Adele, a verdadeira matriarcada família, faleceu em janeiro. Em junho, perdi meupai, Fernando, que era tenor e a quem devo tudo na

vida. Meu pai, até a idade de 90 anos, cantava no corode vozes brancas, na igreja em Modena. Ele foi o farol de

toda a minha vida. Entre nós havia apenas 20 anos dediferença e a sua morte foi o momento mais difícil para mim. Tinhaum concerto marcado em Londres e fiz questão de confirmar, em suahomenagem”.

No verão, quando Pavarotti e Nicoletta estavam nos EstadosUnidos, souberam da notícia da chegada dos gêmeos, um aconteci-mento extraordinário.

pessoa premiada pela vida. Quero con-tinuar o que iniciei no setor da benefi-cência. A minha maior alegria é fazeralguma coisa de concreto pelas crian-ças que nascem e lutam pela sobrevi-vência, em países envolvidos em guer-ras, pobreza, marginalização. Lugaresaonde chegar ao fim do dia vivo já éuma vitória. Através da música e dainstrução, tentamos melhorar aqueleperíodo mágico da vida, que é a infân-cia. São vários anos que me dedico,com a participação gratuita de tantosartistas célebres, a esses projetos. Aorganização destes concertos requermuito trabalho e dedicação no qual, atéagora, contei com o auxílio de Nicoletta,que passava metade do ano contatandoartistas, músicos, técnicos. Agora, coma chegada dos gêmeos, vai ser maisdifícil, mas de qualquer forma vamoscontinuar a promover estes concertos,que já se tornaram uma tradição.

CI - Como foram empregados os recur-sos?Pavarotti - Com a verba que consegui-mos arrecadar dos concertos “Pavarotti& Friends” conseguimos construir trêscentros de instrução. O primeiro foiquatro anos atrás em Mostar, na ex-Iugoslávia, uma ampla e moderna es-cola de música para crianças. A seguir,construímos um grande orfanato naÁfrica, na Libéria. E depois inaugura-mos, em uma pequena cidade daGuatemala, San Lucas Tolimàn, à beirado lago Atitlan, há três horas da capi-tal, uma escola de artesanato paracrianças e adolescentes.

CI - É verdade que faz questão de estarpresente a estas inaugurações?Pavarotti - Não posso perder o momentoculminante da festa, afirma o tenor,porque o sorriso e a alegria daquelascrianças são para mim a maior satisfação.

Uma vida dividida entre duasfamílias e dois continentes, EstadosUnidos e Europa, com residência fis-cal em Montecarlo, residência afetiva(e concreta) em Pesaro (grande man-são circundada por parque e piscina),apartamentos em Nova York e Lon-dres. Uma carreira iniciada em 29 deabril de 1961, no palco do TeatroReggio Emília, interpretando Rodolfo,na ópera La Bohéme, e acompanha-do, todos estes anos, pelos aplausosde quarenta milhões de fãs do mundointeiro e alguns “efeitos colaterais”,como ele chama os problemas econô-micos, como a acusada fraude de 20milhões de dólares, do imposto derenda à Itália (provenientes dos reci-tais no exterior) que ele já pagou parafechar a questão. O caríssimo e difícildivórcio da ex-esposa e manager Adua,mãe de suas três filhas (Lorenza, 40anos, Cristina, 38, e Giuliana, 35),que segundo indiscrições, custou aotenor US$ 90 milhões. O casamentode Luciano Pavarotti foi um dos maislongos na história da lírica, durou 30anos e acabou no início de umagrande aventura musical.

Tudo começou em 1990, com aCopa do Mundo na Itália, quandonasceu a idéia de realizar um showgrandioso, digno da Cidade Eterna,um espetáculo sem precedentes,transmitido pelas televisões de 50países, tendo como cenário as impo-nentes ruínas arqueológicas das Ter-mas de Caracalas e reunindo no palcoos “Três Tenores” mais importantes.Pavarotti, Domingos e Carreras, den-tro de um recital com árias de óperascélebres e canções tradicionais.

A metamorfose: dePavarotti a Pavarock

O recital de Roma foi um sucessomundial, um projeto que mudou a vidados três tenores, que partiram paraconcertos ao redor do planeta, ofere-cendo música de alta qualidade àpreços populares. O trio se exibiu emestádios, praças, museus e centrosesportivos, alcançando uma enormepopularidade, até então desconheci-da pela música erudita.”Meu pai foi o único da família queaprovou esta minha aventura na mú-sica popular”, comenta hoje o tenor.

A metamorfose de LucianoPavarotti foi se tornando cada vezmais evidente. O contato com o gran-de público que lotava os estádioslevou os tenores a intensificar o ritmode trabalho e, naturalmente, aumen-tou o patrimônio de cada um. Para

Ivy Fernandes, especial

Ano 8 N° 70 / 5 de novembro de 2002 11Comunità Italiana C A P A l Ano 8 N° 70 / 18 de novembro de 2002 11Comunità Italiana

Pavarotti, que nasceu em 12 de outu-bro de 1935 e sempre viveu em Modena,centro da Itália, há poucos quilôme-tros de Bolonha, numa vasta residên-cia, circundado por uma numerosafamília, matriarcal, onde ele e o paieram os únicos homens, idolatradospelo afeto da mãe, sogra, esposa etrês filhas, a terceira idade se aproxi-mava tranqüilamente. Adua e duasdas filhas se ocupavam da vida profis-sional do tenor, contratos no exterior,contatos etc, mas era absolutamentenecessário contratar uma nova secre-tária para responder aos inúmeroscompromissos internacionais.

Apresentaram-se várias

candidatas, mas a escolhida foi umajovem de 23 anos, Nicoletta Mantovani,de Modena, discreta, cabelosalourados, educada, de óculos e pou-co atraente. Adua, a esposa-manager,olhou o curriculum, examinou amoçinha e contratou Nicoletta comosecretária.

O seu ingresso na família Pavarottifuncionou como uma bomba relógio eexplodiu quando o tenor decidiu con-cretizar uma idéia revolucionária: re-alizar um concerto misturando músicaclássica com rock, propondo fazerduetos com os nomes mais célebresda pop music internacional.

A estréia deste novo estilo de

espetáculo foi em 1993, quandoPavarotti dividiu o palco com Zucchero,moderno e anti-conformista rockstaritaliano. O concerto “Pavarotti &Friends” caiu imediatamente no gostodo público, reforçado pela idéia de serem beneficência, e traiu os reis do hitparade inglês, sempre abertos às no-vidades. Os primeiros a aderirem aoconcerto de Modena foram Sting,Michael Bolton, Eric Clapton e EltonJohn. Depois vieram U2 e a canadenseAlanis Morissette.

Entre o entusiasmo do público, asbaladas românticas de Michel Bolton e asárias de Tosca e Elisir d’Amore, nasceu oromance entre Pavarotti e Nicoletta,apesar de haver uma diferença dequase quarenta anos entre os dois.

Pavarotti em pouco tempo mudoude ritmo, mudou de casa, mudou devida, o novo casal começou a sairjunto, a passar longas temporadas noapartamento do tenor, em Nova York,na área do Central Park e a freqüentaras residências dos grandes roqueirosingleses, jantando com Sting, toman-do aperitivos com Elton John e visitan-do a mansão de Bono, do U2. ParaPavarotti era “o início da terceiraidade e da segunda juventude”, comoele mesmo afirmou, entrando numanova dimensão da música popular.Para Nicoletta, que nasceu e viveu emuma cidadezinha do interior, era umaviagem à lua num avião particular.

O vento se transformou num fura-cão em 1995, quando na ocasião dogrande concerto Pavarotti & Friends,Nicoletta foi encarregada de receber a

hóspede mais importante, Lady Diana,que veio a Modena especialmentepara homenagear o tenor e seu amigoElton John e Adua saiu de cena baten-do a porta.

O concerto foi um triunfo apesarde vários críticos americanos, comoAnthony Tommasini, do New York Ti-mes, fazerem severas críticas, acu-sando Pavarotti de dar mal exemplopara os alunos das academias queestudam anos, para modularem a voz eavisando que estas extravagâncias mu-sicais do tenor iriam arruinar a sua voz.

Com o decorrer do tempo o públi-co acabou se acostumando com assuas camisas de flores, suas charpescoloridas, os chapéus de abas largase até os passos de dança, que as vezesele apresenta durante os concertospopulares.

"Estivemos no Brasil em 1999",lembra Pavarotti. "Nicoletta pensa emvoltar, mas agora com os gêmeos anossa vida vai mudar. Temos queparar um pouco de viajar, mas quemsabe daqui há dois anos podemosrecomeçar?”.

Pavarotti com a atual esposa Nicoletta, em Capri, 1996

Ano 8 N° 70 / 5 de novembro de 200212 Comunità Italianal A T U A L I D A D E / E S P O R T E

Massimo D’Alema, ex-premiere presidente da Democracia de Es-querda, o principal partido italianode oposição, iniciou a sua viagem àAmérica Latina, durante a qual visi-tará Argentina, Uruguai, Chile, Bo-lívia e Brasil. Antes de embarcar,com destino a Buenos Aires, primei-ra etapa da viagem, D’Alema anteci-pou que se reunirá com inúmeroslíderes sul-americanos, que esperaabraçar o presidente eleito Lula eque conversará com familiares dedesaparecidos da Argentina.

“Será muito interessante abor-dar com meus interlocutores políti-cos o tema das relações entre Euro-pa e América Latina, em um momen-to de trocas, entre dramas e esperan-ças”, disse o ex-premier italiano. “Aesquerda européia deve dialogarcom este mundo que pede à Europauma maior abertura política, econô-mica e comercial, para sustentar ecombater o risco de ser marginaliza-do”. O líder da Democracia de Es-querda italiana e gestor da políticado ‘terceiro caminho’, comentou queem Buenos Aires tem um único en-contro com "Familiares, Mães eAvós" de desaparecidos durante aditadura militar (1976-83).

Neste encontro, D’Alema sereunirá com a presidente das Avósda Praça de Maio, Estela Carlotto, ecom a representante dos Familiaresde Italianos Desaparecidos na Ar-gentina, Angela ‘Lita’ Boitano, com

as quais almoçará na sede da embai-xada local.

O ex-premier irá depois para oUruguai, para se reunir com o chefede Estado e com líderes da oposi-ção, e falará na Universidade deMontevidéu sobre as relações entreEuropa e América Latina. Na Bolí-via, a agenda de D’Alema prevê umareunião com o chefe de Estado e comoutros políticos antes de vir ao Bra-sil, última etapa da viagem, “ondeespero abraçar o presidente eleitoLula”.

O ex-premier italiano presideatualmente uma associação de estu-dos políticos, “Italianieuropei”, querealiza seminários e publica livros erevistas de análise política que, comfreqüência, abordam temas relati-vos à realidade da América Latina.

Massimo D’Alemaquer abraçar Lula

Byron Moreno é afastado dos quadros da FIFAO equatoriano Byron Moreno, protagonista da desastrosa arbitragem

no jogo entre Itália e Coréia do Sul, que culminou com a eliminação da“Azzurra” da última Copa, não fará parte do quadro de árbitros da Fifa para2003, segundo informou presidente Joseph Blatter.

– A Federação Equatoriana propôs seu nome mas nós não aceitaremosaté que a investigação seja concluída – disse Blatter, referindo-se aosuposto suborno recebido por Byron Moreno para beneficiar a Coréia do Sul,um dos países organizadores do último Mundial.

Campeonato Italiano: Rivaldo salva o MilanO brasileiro Rivaldo garantiu mais três pontos para o Milan no

Campeonato Italiano. Ele entrou em campo aos 26 minutos do segundotempo e aos 44min marcou, de falta, o gol da vitória por 1 a 0 sobre aUdinese. A partida foi válida pela primeira rodada, que tinha sido adiadapor causa da demora no acordo entre os clubes e a TV para a transmissão.Com o resultado, o Milan chegou aos 19 pontos e manteve a diferença parao rival. A Inter de Milão manteve a liderança ao derrotar o Empoli, fora decasa, por 4 a 3. Crespo, Zanetti, Recoba e Adani fizeram os gols da Inter.Di Natale, Vanucchi e Tavani descontaram para os donos da casa. Juventuse Lazio mantiveram-se em segundo e quinto lugar com vitórias fora de casa.O atual campeão derrotou o Piacenza por 1 a 0 com um gol de Nedved echegou aos 18 pontos. A Lazio empatou o Parma em 0 a 0 e está com 18,mantendo a posição, seguido do Chievo e do Milan.

Baggio segue rumo aos 200 na Série AO atacante Roberto Baggio marcou duas vezes na derrota do Brescia

para o Parma, dos brasileiros Júnior, Adriano e Taffarel, por 4 a 3, dandomais um passo rumo à histórica marca dos 200 gols na Série A doCampeonato Italiano. Em 402 partidas, o Codino balançou as redes 186vezes. Baggio, que atuou por Fiorentina, Juventus, Milan, Bologna eInternazionale antes de defender o Brescia, tem cinco gols na atualtemporada e ocupa a sétima colocação entre os artilheiros da divisãomáxima do futebol italiano em todos os tempos.

Se alcançar a marca de 200 gols, Baggio chegará ao quinto lugar,superando Kurt Hamrin (190), Amedeo Amadei (188) e Guglielmo Gabetto(187). Entre os jogadores em atividade, ele é o maior artilheiro, à frentede Gabriel Batistuta (181) e Giuseppe Signori (171).

Calcio

Frase“Scolari é um grande treinador, mas nunca vai dirigir a Azzurra. Elesimplesmente não se adaptaria ao cargo. Além disso, existem na Itáliatreinadores com bastante qualidade para assumir a função.”

Rivaldo, jogador da Seleção Brasileira e do Milan, sobre a possibilidade de LuizFelipe Scolari assumir a vaga em caso de Giovanni Trapattoni deixar o atual posto.

por Rafael Vargas

Roma será a sede do Congres-so Internacional de Ristoratori(Proprietários de Restaurantes) daItália, entre os dias 2 e 4 de dezem-bro. Com o objetivo de debater erefletir sobre os restaurantes quevão surgindo no mundo, seautodenominando italianos, com-

prometendo a qualidade da comi-da italiana no exterior. A intençãoda Associação Internacional deRistoratori da Itália é criar, logoapós o Congresso, um selo de qua-lidade para acabar de vez com oproblema, que muitos italianosconsideram constrangedor.

Comida italiana no mundo

Ano 8 N° 70 / 5 de novembro de 2002 13Comunità Italiana A T U A L I D A D E l

A ‘guerra do crucifixo’ divide os italianos

Nestes tempos em que as açõescriminosas são divulgadas pela grandeimprensa como a força de um “poderparalelo”, traficantes homicidas ganhamstatus de “superstars” de uma vergo-nhosa guerra perdida. Hoje, qualquercriança, independente de sua classe so-cial, sabe diferenciar as facções – se é oTerceiro ou o Vermelho – envolvidas ematividades criminosas organizadas emum quadro de total banalização do valorda vida humana. A crueldade é mostradaem horário nobre, com seus eufemismose o caráter de uma típica coberturajornalística de guerra, declarada, aos olhosde uma população muda de tão indefesa.Indignação é pouco.

Não há limites para o crime organi-zado, rebeliões armadas dentro de pre-sídios de segurança duvidável, toques derecolher e execuções sumárias, como ado jornalista que foi decapitado em umafavela da zona norte do Rio no exercícioda profissão, são apenas os sintomas deuma sociedade doente. A Itália viveusituação semelhante entre o fim dos anos70 e o começo dos 90. A máfia matoumilhares de homens em ações muitoparecidas com as que observamos hoje.Juízes, promotores, políticos e jornalis-tas, mortos por denunciar criminosos epor combatê-los sem medidas paliati-vas.

Há exatos dez anos, na estrada queliga Palermo a Capaci, a máfia cavou asua ruína: assassinou o juiz GiovanniFalcone, que uniu a justiça italiana ejuntou as peças do quebra-cabeça docrime organizado, desmoralizando a for-ça das principais “famiglie” mafiosas daItália.

Enquanto a violência consome ci-dades como o Rio, autoridades federaismantêm uma postura blasé, anunciandoplanos esporádicos sem priorizar a ques-tão. O quadro não surpreende o juizWalter Maierovitch, ex-secretário Naci-onal Antidrogas: “Há uma nova moda-lidade de crime visível no Rio, que é a‘Associação Criminosa Especial’, ca-racterizada pelo controle de territóriosocial, como ruas, colégios, bairros”. Eleexplica que o termo foi criado na legisla-ção italiana em 1992 e defende que setorne lei também no Brasil.

A máfia demonstrou força, desafi-ando e acuando pessoas de bem, ousadiaesta bem peculiar dos marginais daqui,mas a Itália não era a mesma de antes, eo povo começou a derrubar a lei dosilêncio, exigindo o fim da impunidade eda covardia.

Acabar com o crime organizado étarefa difícil, mas com esforço, determi-nação e “boa vontade”, a Itália conseguiucalar a máfia mais famosa do mundo: aCosa Nostra. E só o fez porque fezcumprir a lei, criando novas leis -emergenciais - desafiando até mesmo aConstituição do país.

O governo derrubou cada obstácu-lo, criou decretos e, com cuidado, pôs oexército na rua. Depois da morte do juizFalcone, os soldados desembarcaramem Palermo apenas para garantir a or-dem e a segurança. Foi decretado o esta-do de emergência. Quase um ano depois,o exército voltou pra casa.

Um dos responsáveis pela comis-são parlamentar de inquérito que inves-tigou tragédias de máfia e terrorismo, odeputado Walter Biella, foi contra apresença do exército. Mas mudou deopinião: “O exército controlou os edifí-cios públicos. Foi uma presença que deuaos cidadãos e aos policiais a sensação deque eles não estavam abandonados”. Eaqui no Brasil? Deveriam as forças arma-das entrar na luta contra o poder paralelodos bandidos? Não se sabe, mas urge anecessidade de uma mudança no códigopenal, para que os agentes da violênciasejam punidos, de forma exemplar, im-pedindo-os de controlar seus negóciosde dentro dos presídios, nos quais pos-suem regalias e onde as grades ganhamdimensões metafóricas, presos somosnós. Reféns do pânico numa cidade do-minada pela insegurança.

Uma medida que deu certo na Itáliafoi a lei dos arrependidos, lei esta quedesmantelou os alicerces do crime, dosilêncio e do medo. A lei de proteção àstestemunhas oferecia vantagens aos cri-minosos que colaborassem com a polí-cia. A Itália mudou o código penal edecretou prisão perpétua para mafiosose seqüestradores. Condenados para oresto da vida, os chefões da máfia come-çaram a comandar o crime de dentro doscárceres, como também acontece aqui noBrasil. A Itália então criou uma leiduríssima, que foi aceita pela sociedadee até pelas organizações de defesa dosdireitos humanos: o isolamento totaldos mafiosos e a perda de qualquerdireito civil.

O primeiro mafioso arrependido,Tomaso Buscheta, preso no Brasil, re-velou os segredos da Cosa Nostra, que-brando a lei do silêncio, entregando des-de o juramento de honra, feito diante daimagem de uma santa, até os nomes dospadrinhos, os poderosos chefões. Um aum, os criminosos foram identificados elevados para a cadeia. Rostos insuspei-tos apareceram como chefes de famíliasmafiosas. Outros criminosos se arre-penderam e tiveram a pena reduzida.Hoje o governo italiano mantém 1.600colaboradores da justiça e dá proteção àsfamílias, cerca de quatro mil pessoas. AItália conseguiu o que parecia impossí-vel, e demorou décadas, com milhares devidas perdidas.

Hoje, os cidadãos italianos podemandar de cabeça erguida, mas o mesmonão se pode dizer de quem vive na cidadedo Rio de Janeiro, ou na cidade dos“fernandinhos”.

Rafael Vargas é jornalista

Combate à Máfiaé lição para o Rio

Baldassare:liberdade de imprensae imparcialidadeda Justiça devemser preocupaçãoda sociedade

São Paulo - O presidenteemérito da Corte Constitucionalitaliana e presidente daRadiotelevisiva Italiana (RAI), An-tonio Baldassare, proferiu a confe-rência inaugural do Seminário In-ternacional “ImprensaInvestigativa: sensacionalismo ecriminalidade”, promovido peloCentro de Estudos Judiciários doConselho da Justiça Federal, noauditório do Superior Tribunal deJustiça (STJ).

O confronto entre dois pres-supostos básicos de uma socieda-de democrática – a liberdade deimprensa e a imparcialidade da Jus-tiça – para Baldassare, deve ser agrande preocupação de nossa so-ciedade moderna, quando se dis-cute o papel da imprensainvestigativa. Não há como evitar,ressalta ele, que meios de comuni-cação de massa influenciem o tra-balho da Justiça, quando envolveprocessos ainda em tramitação,sobretudo em se tratando de cri-mes cuja culpa do réu ainda não foiprovada. A tendência da impren-sa, em casos polêmicos, é a de não

respeitar a presunção de inocên-cia dos réus. Ele citou o caso doesportista norte-americano O. J.Simpson, que foi acusado do as-sassinato de sua esposa, tendosido posteriormente provada suainocência. “Nesse caso, a impren-sa acompanhou quase obsessiva-mente a prisão de Simpson”, ob-servou.

Para Baldassare, não há solu-ção para esse impasse no planoinstitucional ou legal, uma vez quea liberdade de imprensa deve serpreservada em sociedades demo-cráticas. A solução, no entendi-mento dele, está no plano moral.“Devemos procurar agir com umgrande senso de responsabilida-de. A liberdade de imprensa nãopode entrar em conflito com a dig-nidade das pessoas”, afirma. Acomunicação de massas, atual-mente, atua em uma sociedadeglobalizada – os fatos repercutemrapidamente por todo o mundo.Por essa razão, acrescentaBaldassare, “faz-se necessária umaregra moral de aplicação global”.

Roberta Bastos (STJ)

Rafael Vargas

Um projeto de lei e uma resolu-ção do Ministério da Educação ita-liano que obrigam a colocação decrucifixos em todas as escolas elugares públicos desatou no paísuma verdadeira guerra entre parti-dários e opositores da idéia.

Depois que o papa João PauloII ressaltou em seu sermão do últimodomingo a importância de exaltar acruz como “símbolo de paz e espe-rança”, as iniciativas proliferaram.Quase simultaneamente, LetiziaMoratti, ministra da Educação, anun-ciou que levará novamente o cruci-fixo às salas de aula, enquanto aLiga do Norte, aliada ao primeiro-ministro Silvio Berlusconi, amplia-va a proposta a todos os lugarespúblicos, incluindo aeroportos, es-tações e presídios.

Os setores laicos e outros gran-de grupos religiosos - como os ju-deus e os muçulmanos -, protesta-

ram imediatamen-te, em tom exalta-do, especial-mente contra aLiga do Norte,cuja lei foi assinadapor 70 parlamentares.Um deles, FedericoBricolo, radicalizou:“Acabou-se a tolerânciacom os intolerantes. Chega dessesmuçulmanos perigosos e insolen-tes”.

Abdel Smith, da União de Mu-çulmanos Italianos, em resposta, as-segurou que vai recorrer à Justiça eao Tribunal de Direitos Humanos deEstrasburgo, enquanto a União deComunidades Judias Italianas se ma-nifestava por meio de seu presiden-te, Amos Luzzatto, que se mostrou“perplexo e preocupado, porque acruz não é um símbolo comum atodos os cidadãos”. (Reuters)

Ano 8 N° 70 / 5 de novembro de 200214 Comunità Italianal I N F O R M A Ç Ã O G E R A L

Balfour Zapler

Tribuna Italiana

Roma – Già… i terremotati delMolise continuano ad affrontaredisagi tremendi con il freddo cheincombe nelle tendopoli e nelleroulotte, senza prospettive, senzanessun cenno che possa farintravedere quale il loro futuro,piangendo i bambini morti per ilcrollo della scuola, unico edificio acrollare, unico edificio “nuovo”…evidentemente costruito male econ materiali di scarto per poterpagare le cospicue tangenti che gliappaltatori devono dare agliappaltanti…

Questi disgraziati terremotatimolisani si aggiungono aiterremotati del Veneto, dell’Irpiniaed anche, ancora, incredibilmente,della Sicilia…e, se non fosseropassati cento anni, troveremmoancora gli scampati al terremoto diMessina del 1908! E dopo ognisisma, truffe e ritardi…

Nessuno sa ancora dove equando andranno ad abitare; siparla di alberghi, costruzionimodulari, non solo non si fa niente,ma anche se ne parla poco. I potentidel Governo delle Aule di palazzoMadama e Montecitorio sono troppooccupati a far prosciogliere il pre-sidente del Consiglio SilvioBerlusconi e i collaboratori Gallianie Berruti nel processo Lentini. Nonperché innocenti, come imporrebbela trasparenza dell’alto ruolo coperto

da Berlusconi, ma perché si èprovveduto in Parlamento a cancellareil reato di falso in bilancio… reatoper il quale attualmente in America(modello ideale per il nostropremier) ci si beccano fino aventicinque anni di carcere.

E’ un quadro di vergognososquallore e di una infamedemolizione dello stato di diritto.

u E viene approvata la LeggeCirame, la famosa legge del“legittimo sospetto” presentata daCirame per salvare l’avvocato diBerlusconi, Cesare Previti, portatoda questi in Parlamento e nominato(nel primo, breve governoBerlusconi) ministro della Difesa.L’approvazione di questa legge ser-ve a rinviare di alcuni mesi i processidel capo, eppure non basta agarantire l’impunità per Berlusconie dei suoi accoliti. Ormai tutti ilegali di Berlusconi sono diventatio deputati o senatori e, varata lalegge, potranno far trasferire iprocessi dei loro potenti clienti atribunali più “accoglienti” adducendoche i giudici che stanno processandoil capo e i suoi legali sono “prevenuti”o “politicamente contrari”.

La vergogna continua.L’imputato Previti, ex minis-

tro della Repubblica Italiana,ammette in aula di tribunale, diaver frodato il fisco per decine dimiliardi delle vecchie lire, perscagionare Berlusconi, di cui ètutt’ora avvocato difensore, dalreato di concussione e di corruzione(avevano pagato profumatamentedue giudici corrotti nel processoMondadori). E ciò, senza battereciglio e continuando a frequentare,in qualità di senatore dellaRepubblica, palazzo Madama…

Al voto, l’opposizione si èastenuta dal votare: non hannovoluto neanche dare il proprio “no”alla tragica farsa. Il presidente delConsiglio Superiore della Magistra-tura, ha commentato che la leggeCirame “sarebbe stato meglio nonapprovarla”, (il ruolo istituzionalenon consentiva usare termini piùtaglienti).

“Legge vergogna” la ha definitaLuciano Violante; una “ mostruositàpiena di profili d’incostituzionalità”,la definisce da Milano il capo dellaprocura Gerardo D’Ambrosio.

Ritegno e pudore ciimpediscono di continuare suquesto tema.

u E l’inflazione è ormai al 5,5%,facendo, anche in questo settore,crollare le promesse elettorali e le

previsioni di Berlusconi. Eall’italiano, pesantementepenalizzato dal crollo delle borse cuiaveva affidato i sudati risparmi, siaggiunge il rincaro record perl’istruzione dei propri figli a scuola:l’inizio delle lezioni costa in media387 euro per ogni alunno. I prezzisui banchi hanno raggiunto un in-cremento dell’8,5%, mentrel’inflazione ha toccato a settembreil 5,5% contro il 21,6% ufficiale.Questi dati ci vengono fornitidall’Eurispes, l’unico istituto oltre iltradizionale Istat… L’aumento haraggiunto nel Meridione (e non tepareva…) un incremento incredibiledel 14,4%. L’istruzione sta tornan-do a diventare un “lusso” in Italia.

u E per settorizzare la “malaItalia”, dopo aver parlato di comesi stia demolendo la Magistratu-ra, parliamo ora di “Mala Sanità”.

Due famosi cardiochirurghiitaliani, operanti in uno dei centripiù grandi e importanti d’Italia, le“Molinette” di Torino, sono statiarrestati per “turbativa d’asta econcussione”. I due “luminari” dellachirurgia cardiaca, usavano valvolecardiache di costruzione brasiliana,la cui fragilità e cattiva qualitàaveva portato alla morte(sicuramente accertata al momen-to) di oltre dieci persone. Ilrappresentante della dittaproduttrice brasiliana aveva pagatotangenti pari a oltre 750.000 euroai due chirurghi. Questo è quantoaccertato al momento, ma le cifre(sia di morti che di tangenti pagatea ditte fornitrici, sia italiane chestraniere) tendono paurosamentead aumentare.

u Dopo aver parlato di “malasanità” ci è gradito scrivere di“buona sanità” che, grazie a Dio,tutt’ora esiste ancora in Italia.

Giorni or sono il Prof. UmbertoVeronesi, in occasione dellaGiornata Nazionale della Lotta aiTumori ha dichiarato che questa “E’la più grande guerra mai combattutadall’Umanità”.

Oggi in Italia muoiono di can-cro ancora 160.000 persone l’anno,ma la situazione migliora.

Nel 2002, in Italia, 92.000persone hanno sconfitto il cancroe negli ultimi dieci anni, la mortalitàè diminuita del 20%.

Sempre secondo l’autorevoleoncologo italiano, l’arma segretanella sfida finale al cancro è neisegreti del genoma. L’attacco finaleai tumori è la post genomica, l’areadella ricerca che si è aperta con lenuove conoscenze sul Dnadell’uomo. Dopo aver scoperto diquanti geni è formato il Dna, ora sitratta di capire quale funzionesvolga ogni gene.

Quindi, secondo Veronesi,riusciremo a sconfiggere il cancro,nonostante l’inquinamento che au-

menta ed incombe sull’Umanità.

u E, memori di quanto accadutoa Genova in occasione del G-8,aleggia la paura a Firenze per lagrande manifestazione dei no glo-bal che porterà a Firenze oltre300.000 dimostranti (in una cittàdi 380.000 abitanti) e con la paurache i “black bloc” entreranno inazione con il pericolo divandalizzazione delle innumereopere d’arte racchiuse nella cittàmedicea. La paura si sente nell’aria:si fa una gran confusione sull’arrivodelle orde barbariche senza troppodistinguere tra pacifisti radicali eguerriglieri urbani. La quasi totalitàdei negozi terrà le saracinescheabbassate, Molti, tanti fiorentinilasciano la città e le forze dell’ordinesono schierate a proteggeresoprattutto i palazzi, le gallerie etutte le opere d’arte.

Non ci resta che sperare nelmeglio, nonostante le critichelanciate contro il Sindaco ed ilPresidente della Regione che hannopermesso la manifestazione.

u Come nota di colore riportiamoil furto subito in casa dal Sindacodi Roma Walter Veltroni. Questiera andato, con moglie e figlie avedere il film “Febbre da cavallo”. Iladri sono entrati senza rumore esenza danno nell’appartamento delprimo cittadino, ex vice presiden-te del Consiglio ed ex leader dellaQuercia (Ds): hanno buttato tuttoper aria armadi cassetti, entrandodapertutto. Hanno rubato solo,dallo studio, una decina di medagliericordo, 100 o 200 grammi d’orol’una, due collane della moglie Fla-via, catenine e braccialetti dellebambine… Se la casa del primocittadino è così ben protetta,figuriamoci quelle dei privaticittadini dell’Urbe!

u E la visita del Principe di Galles,Carlo, erede al trono d’Inghilterra,che si sta svolgendo in Italia,continua a far parlare l’Italia frivolae “bene”. Dopo aver visitato a fondotutte le opere d’arte a Firenze, ove èstato elogiato per la sua “affabilità”e per la sua Profonda (?) conoscenzadell’Arte, il vedovo di Lady D. èvenuto a Roma e ha inaugurato lasua “tappa” romana con un “beefdinner” in un’osteria romana. Forseper festeggiare il ritorno della carnebovina inglese sulle mense degliitaliani, dopo la quarantene impos-ta all’importazione della carneinglese dovuta all’epidemia dellamucca pazza che solo in GranBretagna ha fatto 124 vittime, e aquelle dell’afta epizoica.

u E, con la speranza di poterinformare i nostri lettori connotizie migliori nella prossima “Tri-buna” inviamo un cordiale“arrivederci”.

Inizianovembre initalia trascandali,piogge,terremoti,inflazione...

Ed il parlamento èimpegnato a

varare leggi attesolo a scagionare

le malefattedei potenti

Ano 8 N° 70 / 5 de novembro de 2002 15Comunità Italiana

Il fenomenodell’ immigrazione

in Europa

Franco Urani

E C O N O M I A l

Sono stati i flussi diemigrazione europei che avevanocontribuito, in mododeterminante - dal 1500 al 1900– all’occupazione delle Americhee dell’Australia.

Gli emigranti erano per lo piùpersone povere, emarginate,avventurieri in cerca di fortuna,che trovavano in quei lontanipaesi spazi, opportunità,possibilità di conquistarsifaticosamente una vita migliore.

Dal 1850, con gli incrementidemografici europei, leemigrazioni riguardarono milionidi persone e si trattava di vicendedolorose, di distacco da famiglie,amici, tradizioni; spesso di gran-de coraggio per il dovereaffrontare realtà del tutto nuove,solo potendo contare con lapropria capacità di lavoro.

Per noi italiani, alcuniricorderanno le note patetichedella canzone “America, America”,dei nostri emigrati veneti direttial Rio Grande do Sul, partitidall’Italia solo con il proprioonore, il lungo viaggio, il nonavere trovato neppure paglia ofieno per dormire e l’orgogliodella vittoria conquistata con illoro lavoro, tenacia e intelligenza.Poi, negli anni 36, gli entusiasmiche aveva suscitato l’avventurafascista in Etiopia per l’illusionedi avere così disponibile un nuovosbocco nazionale per il nostroeccesso di popolazione (e siallunga lo stivale fino all’AfricaOrientale...). E nel dopoguerra leemigrazioni di tanti connazionaliin Germania, Francia, Belgio,Svizzera, Canada, Australia...,sempre per l’eccesso di lavoratoriche non trovavano opportunitàin patria.

Poi, pian piano, dagli anni70, lo scenario è cambiato. Vi èstato nell’Europa democratica ungrande sviluppo industriale conla richiesta di tanti posti di lavoroanche per le donne, il crollodemografico, il prolungamentodella vita con conseguenti massedi pensionati, il rifiuto apraticare lavori umili. Nei paesivicini africani ed europei di sferacomunista, la povertà invece siaggravava per inefficienza politica

francourani@comunita.zzn.com

e delle strutture e, nel casodell’Africa, anche perun’incontrollabile esplosionedemografica. Così sono iniziate leimmigrazioni di “extra comunitari”,prima favorite da alcuni Governiper sopperire alle necessità di manod’opera, poi sempre più comefenomeno clandestino di milionidi disperati che penetrano in Euro-pa con mezzi di fortuna,soprattutto approdando sullelunghissime coste d’Italia.

Interessante, a questoriguardo, il pensiero di BrunoDucoli, che ha 30 anni di impegnosociale nel settore e che, dal 1990,lavora in stretto contatto con ilConsiglio d’Europa a Strasburgo,così sintetizzabile:

· L’emigrazione legale oillegale, in Italia e negli altri Paesieuropei, è un fenomeno socio-economico inarrestabile.

concluso che i paesi dell’attualeUnione Europea dovrannoimportare – entro il 2025 – ben160 milioni di persone per poteremantenere gli standard attuali diproduzione e consumi.

· Gli europei pensano dicontare ancora molto nel mondo.Peraltro, nel 1900, la popolazioneeuropea era il 25% di quellamondiale ed oggi solo più l’11%e l’integrazione tra i vari Paesimembri è ancora labile. Mancanoi grandi ideali, ci si stacondannando al piccolocabotaggio, alla gestione quoti-diana di conflitti sempre piùirrilevanti.

· A livello religioso, l’Europaè il continente più secolarizzato,per cui è chiaro che una religioneforte, imperiale come l’Islam, fapaura, anche per l’estremadeterminazione di molti suoi giovania sacrificarsi per i loro ideali.

· Forse in Europa vi è troppotimore di prendere apertamentecoscienza dei nuovi problemi diintegrazione, di affrontarlicostruttivamente. Se non siriuscirà a governarli, a trovaresoluzioni adeguate, potràsopravvenire per l’Europa una fasedi decadenza.

Almeno sotto questo puntodi vista, il Brasile si presenta inuna situazione avvantaggiata. IlPaese è giovane, è ormai da tem-po integrato dal punto di vistarazziale e territoriale, è tollerantedal punto di vista religioso, haforti potenziali ancora nontoccati ed un relativo equilibriodi popolazione, nel senso chesono ormai pochi quelli cheentrano o che escono, che èormai contenuto l’aumentodemografico.

Si tratta ora di cominciare arisolvere gli enormi problemi diingiustizia sociale, di struttura,di richiamare capitali esteri cheportino lavoro, tecnologia,sviluppo, di mantenere lastabilità economica recentemen-te conquistata, di aumentare leesportazioni. Attendiamo quindicon interesse, speranza e qualchetimore la ormai imminente svoltapolitica.

· È un fenomeno che cambieràl’Italia e l’Europa, la società e ilnostro modo di vivere molto rapi-damente.

· L’immigrazione di questi edei prossimi anni sarà, come lo èstato in USA, Canada ecc., defini-tiva.

· Nessuna nazione europea sidichiara paese d’immigrazione,nonostante i 9 milioni di immigratiin Germania e i 7 milioni in Francia,derivandone una serie di errori esottovalutazioni legislative. Pareormai necessario superarel’atteggiamento di rifiuto, peroperare e pensare in unatteggiamento di integrazione.

· L’immigrazione è destinata acrescere ed è un processo che cambieràla natura della nostra società.

· Una Commissione dell’ONUha analizzato la situazione socio-economica dell’Europa ed ha

Italianos bemrepresentadosno governo Lula

Após o resultado da históricaeleição que elegeu Luis Inácio Lulada Silva como novo Presidente daRepública, já começaram a seremtomadas uma série de medidaspara dar início a uma transiçãopolítica inédita no país. O Brasil dehoje revela um vigoroso desejo derenovação. Lula e a direção doPartido dos Trabalhadores, dirigi-do pelo deputado federal JoséDirceu, iniciaram a dar um forma-to ao futuro governo, escolhendonomes para coordenar as estraté-gias para mudanças imediatas,antes da posse, em janeiro.

Fato interessante é que gran-de parte dos nomes escolhidospara a equipe de transição possu-em alguma ligação com a Itália,seja direta ou indireta, pois não édifícil achar, em São Paulo, ondese concentra grande parte dosquadros do PT no governo, nomesde origem italiana.

A comunidade ítalo-brasileiraestará bem representada no go-verno Lula. Entre os vários compo-nentes escolhidos pelo coordena-dor da equipe de transição, Anto-nio Palocci - atualmente cotadopara ministro do Planejamento -aparecem os nomes de "oriundos"como José Graziano da Silva, quejá atua na coordenação do progra-ma Fome Zero, anunciado comoprioridade do próximo governo edo economista e professor da FGVGuido Mantega, que conhece Lulamuito bem, desde a fundação doPartido.

Numa das últimas viagens queo economista Mantega fez comLula para a Itália, o resultado foiuma gripe terrível. “Fico maravilha-do com o pique dele. Ele marcareuniões para as 9h depois de umanoite inteira num avião”, contaMantega, descrevendo a disposiçãode trabalho do futuro presidente.

A futura primeira-dama doBrasil, Marisa Letícia Lula da Silva,52 anos, é a décima filha de umcasal de imigrantes italianos.Oriundi, devota de Santo Antônio,ela conta que, o sobrenome de seupai é Casa, e o da mãe Rocco, eque seus avós, conheceram-se nonavio vindo da Itália. “Chegando aoBrasil, eles foram posseiros e paranão dividir as terras faziam casa-mentos entre eles, algo que naque-le tempo era normal. Tenho váriasprimas-irmãs: os irmãos de meupai casavam-se com as irmãs deminha mãe e vice-versa”, diz Marisa,numa história que se confunde comtantas outras relatadas por italia-nos aqui se estabeleceram.

Com tantos nomes e históriasvinculadas a própria origem daimigração italiana no país, pode-mos dizer que a comunidade ítalo-brasileira, ou melhor, todos nósbrasileiros, estaremos muito bemrepresentados no Governo Lula.

Rafael Vargas

Ano 8 N° 70 / 5 de novembro de 200216 Comunità Italianal S O C I E D A D E

m fo

co

EGuia deTurismo ou

Blusa

Assinee escolhaseu brinde

Nome: ______________________________________

Endereço:_____________________________________

Bairro: ________________Cidade: _________________

Estado:___ CEP:_____________ Tel:(__ )____________

fax:(__)___________e-mail:________________________

Data de nascimento: ____/____/________ (opcional)

Profissão:___________________________ (opcional)

Quero receber o brinde deste mês ( )Frete de R$ 6,00

Anuidade: R$ 34,

(este cupom pode ser fotocopiado caso não queira recortar o jornal)

A s s i n a t u r aC o m u n i t à I t a l i a n a

Editora Comunità - Comunità ItalianaRua Visconde do Uruguai, 98Centro - Niterói - RJ - 24030-070Tel/Fax: (0XX21) 2722-0181

Formas de pagamento:

CHEQUE NOMINAL À EDITORA COMUNITÀ LTDA ( )(Anexá-lo junto a este cupom)

DEPÓSITO BANCÁRIO ( ) CNPJ 03.353.753/0001-79BANCO: UNIBANCO AG. 0422 C.CORRENTE 749.833-6

(Para sua segurança envie-nos cópia do recolhimento)

BOLETO BANCÁRIO ( )(Nós o enviamos e você paga em qualquer agência bancária)

*Promoção válida para todo o Brasil enquanto durar o estoque.

Mais de 400 páginasde informaçõesrelevantes sobrea Itália e ummapa completo

Uma lindablusa comestampaitaliana

( )

( )

ou 1- O prestigiado "Concorso del Risotto", realizadopela Associação Internacional de Comércio eCultura, na Equipar (Riocentro), reuniu grandeschefs e receitas especialíssimas. Na foto, BrunoMorasco, do Da Carmine, recebe seu justo diplomade vencedor das mãos do organizador do eventoRafael Zibelli, acompanhado por FernandaMaranesi, da Academia da Cozinha Italiana. 2-A obra campeã de Bruno: Risotto di Faraona alporcini profumato all'olio di tartufo bianco incrosta di parmigiano. 3- No lançamento do estojo

1

Vem o outono e com ele se inicia afebre dos italianos pelos calendários.Com lindas modelos e grandes produções,eles mal chegam às bancas de toda a botae se esgotam rapidamente. Certamente éo país que produz a folhinha com maiorantecedência, devido à acirrada concor-rência.

O Pirelli é, sem dúvida, o maisprestigiado pela sua grande tradição, mascom ele concorrem MAX, Capital, GQ,Panorama, Gente e Viaggi, entre outros.Além desses, existem as produções inde-pendentes, que exibem desde colegiaisaté domésticas.

Nessa arena, o Pirelli 2003 traz fotosde 23 modelos realizadas em uma locaçãototalmente italiana. O cenário escolhidofoi nada menos que a esplêndida costeirado Cilento, em Salerno, com as ruínasantigas de Paestum. A idéia do projeto,segundo o fotógrafo contratado, o ameri-cano Bruce Weber, é um hino à liberdade,à beleza de viver e à natureza descontaminada.

Mas existem aqueles que acreditamque o mercado já não está tão empolgadocomo antes. “Para fazer com que oscolecionadores comprem – explicaSilvestro Serra, diretor de Gente e Viaggi–, deve-se elevar o nível do nu, fazer umaescolha pelo pornô-soft e os nossos leito-res não gostam mais disso”.

Apesar disso, como diz o ditado daeditoria, não há nada mais inédito do queo editado.

Elisabetta Canalis, Capado Max 2003; MonicaBelucci, quase um milhãode exemplares vendidosdesde 1999; CalendárioPirelli 2003: destaque parao cenário e a produção

A guerra dos calendários italianos

2

3 4

5

Foto

s: D

ivul

gaçã

o M

AX

e P

irelli

de vinhos em homenagem ao Carnaval do Rio de Janeiro, Cristina Oiticica apresenta sua arte paraMaranesi, Stefano Strobbia e Graça Oliveira Santos em noite de boa mesa e máscaras do carnavalitaliano no restaurante Gibo. 4- Na ocasião, o embaixador Raul Fernando Leite Ribeiro, HelenaPedrosa e Gustavo Werneck se confraternizam. 5- A repórter da Rai Emanuela Shilig, Regina Leitãoe Cristina Oiticica comprovam que a iniciativa do Consorzio Canavese Export foi um sucesso.

Ano 8 N° 70 / 5 de novembro de 2002 17Comunità Italiana O P I N I Ã O l

Giuseppe D’Angelo

A surpreendente vitória deLuiz Inácio Lula da Silva nasúltimas eleições presidenciais nobrasil tem suscitado nas massasdeste país um entusiasmado ejustificado sentimento deexaltação. Certamente poucosbrasileiros e não brasileiros têmficado insensíveis diante dascenas mostradas pela televisão nanoite de 27 de outubro passado,de multidões inebriadas poraquela que todos consideramcomo uma vitória do povobrasileiro. Uma vitóriaconseguida com uma votaçãoquase plebiscitaria, na máximaordem e respeito para osadversários e sobretudo sem umvéu de dúvida acerca doresultado, como pelo contráriotem acontecido nos EstadosUnidos, onde para se consagrar aeleição de Bush, teve que interviraté a Corte Suprema daquelepaís.

A afirmação de Lula temprovocado tanta alegria, não sóporque, como ouço na rua, eletem “a cara do povo”, mastambém, e sobretudo, porquerepresenta a esperança de umfuturo melhor para o povo. E estaesperança, acredito, encontraeco em todo o continente sul-americano, que sempre foi objetode ávida espoliação de parte dos“conquistadores”, de ontem e dehoje.

Muitos jornalistas e cientistas

políticos têm tentado explicar oextraordinário fenômeno Lulacom paralelos históricos de todoo tipo. Márcio Moreira Alves, de“O Globo”, tem citado Napoleão,“Um grande homem nasce doencontro de um grande homemcom um grande acaso”. Eu, maissimplesmente, diria que Lula alémde amar e sentir intensamente avida, ama o ser humano,sobretudo quando este sofre.Talvez, no caso Lula, se apliquemelhor a sentença do dramaturgolatino Terenzio: “Homo sum;humane nihil a me alienamputo”(sou um homem; nada queseja humano me é estranho).

Isso procede do que Leonardoda Vinci disse a respeito dohomem: “Todo o nossoconhecimento tem início nossentimentos”. Em outras palavras,Lula demonstra possuir em altograu o que poderíamos definircomo inteligência do coração.Possuindo isto não se precisa dediplomas nem de títulosacadêmicos para entender arealidade de um país e guiá-lopara a sua afirmação, negada atéhoje pelas circunstânciasadversas.

Essa foi a percepção doPresidente eleito do Brasil,quando o conheci, ao final de1980, em um momento muitodifícil para ele. O Governoditatorial da época queriaprocessá-lo, por ter dirigido as

greves no ABC e para apoiar acausa lulista, veio da Itália umgrupo de membros doparlamento.

Nessa ocasião, Lula me passouessa fé que tinha nos outros. Seuolhar direto nos olhos de seusinterlocutores me dava a certezada honestidade de seusprincípios.

Lembro-me também que nesseencontro me veio à mente outrogrande condutor de massas,muito parecido com o Lula, osindicalista italiano Giuseppe DiVittorio. As vidas, ospensamentos, as ações dos dois,apresentavam as mesmascaraterísticas. Di Vittorio, comoé sabido, na sua juventude foium trabalhador do campo, que seformou na escola da vida. Porsuas qualidades humanas e pelasua capacidade de compreensãodos problemas do proletariado,foi eleito Secretário Geral daC.G.I.L. (Confederação GeralItaliana dos Trabalhadores), umdos maiores sindicatos domundo. Chegou, também, aocupar o cargo de Presidente daFederação Mundial dosTrabalhadores. Num momentotrágico e doloroso da história daItália, imediatamente após aSegunda Guerra Mundial, quandoo país necessitava sarar as feridasdo conflito e reconstruir suascidades destruídas pelosbombardeios, ele conduziu de

Lula: "Confesso que Chorei""Nosso conhecimento tem início nos sentimentos"

forma tranqüila os acordos entreos empresários e os operários.Sua autoridade era tal que oprofessor Valletta, administradordelegado da FIAT e seuantagonista, o admirava muito.Teve parte essencial também nasolução dos conflitos de terra nomomento da implantação dareforma agrária. No seu funeral,ocorrido em Roma em 1957,compareceram mais de um milhãode pessoas.

Lula pode realizar o quesempre foi dito a propósito docontinente sul-americano ser ocontinente do futuro. Asvicissitudes destas terras nuncapermitiram que este sonhovirasse realidade. Talvez este sejao momento histórico tãoesperado pelas massas deserdadaslatino-americanas para tornar-secidadãos e não súditos.

Mas, o desafio que Lulaenfrentará não é dos mais fáceis.O percurso para alcançar as metaspropostas será acidentado,porque como todos sabem, oBrasil tem muitos problemas aresolver, sobretudo o dadesigualdade social. Como afirmao historiador inglês Tawney “Adesigualdade é fácil porquerequer só boiar com a correnteza,enquanto a igualdade é difícilporque nos pede nadar contra acorrenteza”. Eu acredito que oPresidente eleito deste país seráum campeão de natação.

Leonardo Da Vinci

Arquivo / CGIL

Di Vittorio discursa em movimento do sindicato CGIL

Clovis Cranchi Sobrinho / AE

Lula numa de suas lutas sindicais do ABCD Paulista

Ano 8 N° 70 / 5 de novembro de 200218 Comunità Italianal C O M É R C I O

Vigorosa e eterna, forjada pelo trabalho dehomens e mulheres, imigrantes que unirampovos espalhando cultura, arte e sabedoria

Sociedade Italianade Beneficênciae Mútuo Socorro

Há147 anosa SIBMSconstróiuma vidade glóriasno Brasil

Av. Pres. Antonio Carlos, 40 - 8º andar - RJTels.: (021) 2220-7817 / 2220-8065

VIA

GG

I VE

RO

NE

SE

VIA

GG

I VE

RO

NE

SE

VERONESE VIAGGI VERONESE VIAGGI VERONESE

aproveite essas vantagens:aproveite essas vantagens:aproveite essas vantagens:aproveite essas vantagens:aproveite essas vantagens:Roma, Mi lão, Veneza, Napol i ,Verona, Florença, Amsterdan...

a partir de apenas

US$ 669,ou em ou em ou em ou em ou em 33333 X s/ juros X s/ juros X s/ juros X s/ juros X s/ juros

Que tal fazer um curso na Itália?GIANFRANCO pode realizar seu desejo!

tel/fax: (0XX21) 2235-6709R. Stª Clara, 132 / 6º and. - Copacabana

A R R I V E D E R C I !A R R I V E D E R C I !A R R I V E D E R C I !A R R I V E D E R C I !A R R I V E D E R C I ! VERONESE VIAGGI VERONESE VIAGGI VERONESE

Atendemos também aos sábados e domingosAtendemos também aos sábados e domingosAtendemos também aos sábados e domingosAtendemos também aos sábados e domingosAtendemos também aos sábados e domingos

VE

RO

NE

SE

VIA

GG

I VE

RO

NE

SE

VIA

GG

I

Quando questa nostra pagina sarà stampatae davanti a te, caro amico lettore, il brasile avràgià il suo quarto presidente eletto, consideran-do il secondo mandato del dr. FHC, qualunqueesso sia dei due candidati al secondo turno.

E cosa ha davanti a se il nuovo presidente,esattamente quello che noi tutti avremo, con inpiù la responsabilità di governare un paese a cuidare conto, un paese che si è fidato di lui, chelo ha votato e gli ha coscientemente affidato ilmandato, al grido di “cambiamento si”... Con osenza competenza, tanto qual’è il problema??!!

Tanto, paga sempre pantalone, ovvero queicirca 20-30 milioni di cittadini che fanno ladichiarazione dei redditi e le aziende e queidipendenti a reddito minimo con le ritenute inbusta paga, quelli che poi fanno girare l’economiadel paese, tanto con quello che costa chi hasoldi se ne va a fare shopping a New York, aMiami, Parigi e Roma, o che va a Punta dell’Est,Bariloche, Aspen ecc.

Si. Mi direte, e che c’entra il titolo: “Daccioggi il superavit quotidiano!!” Ve lo dico subito,impazienti ma simpatici lettori.

La “farra” del superavit della bilanciacommerciale finirà perchè adesso si fa sul serio,chi deve esportare merce con valore aggregatoserio, come auto, aerei, prodotti tecnologici, habisogno di importare, per poter poi riesportareo anche servire il mercato nazionale, ed alloracome la mettiamo?? E se poi ci si mette anchela scalogna come è successo con la navepiattaforma, P.34 della Petrobras, allucinantesequenza di un dramma consumato quale quellodella P.36, che ha portato in fondo all’oceano 11poveri disgraziati, allora mi sa che dobbiamodormire preoccupati.

Preoccupati comunque per chi vive a Rio,dove anche la sicurezza ormai è un sogno, traFernandinho Beiramar, Bangu 1, 2, 3 ecc.

Ma ritorniamo al superavit, questo pericolopubblico ci priverà certamente di quelle piccolegioie che oggi troviamo al supermercato, quellepiccole care cose, sapore quotidiano di casanostra, e dovremo abituarci forse ancheall’inflazione, parolaccia che non conoscevamoda un bel poco di tempo.

Vi chiederete come è possibile che unaparolona che è pure simpatica “superavit”provoca tutti questi guai??

Ebbene, cari amici, è proprio così, è ladimostrazione chiara che il paese non effettuapiù importazioni su scala industriale controllataanche perchè il cambio del dollaro irreale nonpermette a chi compra all’estero di programmareprezzo di mercato e previsione di lucro mettendosul mercato un prodotto dopo 40 giorni.

Con quale prezzo giusto e reale questoprodotto dovrà essere messo in commercio??

Facciamo l’esempio di una bottiglia d’olio dioliva, da mezzo litro, costo medio oggi sulmercato circa reais 12,00, chiaramente fa partedello stock di 6 mesi orsono, ovvero 3 dollari o3 euro al cambio odierno di ca 4 reais perdollaro.

ldr@lbc.com.brCommercio

In italia oggi, la stessa bottiglia di olio noncosta meno di 4,5 euro e per importarla il costomedio di questa bottiglia trasportata e sdoganatanon sarà meno di 6 euros, vogliamo aggiungerealmeno 2 euro di guadagno e di ammortamento,la prossima importazione dovrebbe darci uncosto alla vendita di non meno di 8 euros e cioè30 reais almeno!!!

Immagginate, con le dovute proporzioni,quanto costano i componenti dell’Embraer cheha vinto commesse internazionali 3 mesi orsonoal cambio di 2,95 reais ed oggi al dollaro a 4reais!! Come onoreranno le consegne??

Altro che festeggiare il superavit!!! Ilconcetto dell’olio vale per tutto e quindi comela mettiamo signor presidente neoeletto??Vogliamo continuare ad ingannarci, a raccontarcila favoletta dell’uva e della volpe che nonpotendo raggiungerla “se la cava” convincendosie convincendoci che, “tutto sommato poiquell’uva non era matura”, e per dirla alla fedro“non dum matura est!!”

E tu popolo, caro ed amato e sofferentepopplo brasileiro, sei maturo?? Maturo peressere divorato da questa macchina implacabiledi potere, potere che tanto stanca, tanto logorasolo e soltanto coloro i quali non ce l’anno,prova evidente che chi ce l’ha non vuole mollarloe chi non ce l’ha lo rincorre e fa di tutto peraverlo, anche lottando anni ed anni perraggiungerlo, costi quello che costi, all’insegnadel cambiamento, come dicevamo prima, concompetenza o senza competenza poco importao caro e pecoronescamente belante popolo,non dimentichiamoci che alcuni mandati orsonoun ministro dell’economia una degna erispettabile signora di governo asserìpubblicamente che “il popolo è appena undettaglio”, maturo, immaturo, volpe o uvasempre e soltanto un oscillante ed inerme,inerte, veicolo per raggiungere un antiossidanteed inossidabile potere.

Ci conforta almeno il fatto che i cicli delcommercio, come quelli della gomma del caffè,brasiliani ci insegnano che bisogna averepazienza, stringere i denti ed aspettare che ilBrasile trovi il nuovo Nord, che con la buonavolontà di questi meravigliosi imprenditori checon tanta buona volontà riusciranno a ricomporrei centri del potere e riportare l’economia allaportata di tutti, ora bisogna promuovere ilbilancio adeguato della bilancia di pagamento,l’ideale è sempre un rapporto del tipo 1,5 a 3,0ovvero importare per 10 ed esportare per 20,altrimenti quelli a cui stiamo vendendo non cistaranno più perchè paesi che comprano materiaprima, devono lavorarla e parte di questiprodotti devono essere riesportati!!

Auguri, signor presidente, conti con noipresidente, se ha voglia di fare cose buone edegregie!!

Raffaele di Luca é Presidente della Cameradi Commercio Ítalo-Brasiliana-RJ

Dacci oggi ilsuperavitquotidiano!!!

AGENDA DO ISTITUTOITALIANO DI CULTURA

NOVEMBRO / DEZEMBRO DE 2002

Exposição: Pinocchio no mundo21 a 27 de novembro, quinta-feira, às 12:30 - SalaItalia. Av. Presidente Antônio Carlos, 40/4º and.29 de novembro a 15 de dezembro, sexta-feira, às18h - SESC de Petrópolis. Rua Alfredo Pacha, 26.

Amore & Amori. Show de Paola Contavalli28 de novembro, quinta-feira, às 18h30 - IstitutoItaliano di Cultura - Sala Italia. Av. PresidenteAntônio Carlos, 40/4º andar

Festa de confraternização da comunidade italianaPromovida por: Com.It.Es (Comitato Italianiresidenti all’Estero), Co.As.It (ComitatoAssistenziale Italiano), Câmara de Comércio Ítalo-Brasileira do Rio de Janeiro e AssociazioniRegionali degli Italiani Residenti all’EsteroPatrocínio: Consolato Generale d’Italia e IstitutoItaliano di Cultura30 de novembro, sábado, às 14h - Av. PresidenteAntonio Carlos, 40/4º andar - 2º andar.

Apresentação do livro: Mario Praz: o olhar doinomeável e a estetização do espaço. Mario Praz:lo sguardo dell’innominato e l’estetizzazione dellospazio. De Flora de Paoli Faria.2 de dezembro, segunda-feira, às 18h30 - IstitutoItaliano di Cultura - Sala Italia. Av. PresidenteAntônio Carlos, 40/4º andar.

Ano 8 N° 70 / 5 de novembro de 2002 19Comunità Italiana S Á T I R A l- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Ano 8 N° 70 / 18 de novembro de 2002 19Comunità ItalianaLanfranco da MontevarchiLanfranco da Montevarchi

- Come maiBerlusconiappoggia laprepotenzadi Bush?

- Ogni simileama il suo simile.

- Come maiBerlusconiappoggia laprepotenzadi Bush?

- Ogni simileama il suo simile.

Ano 8 N° 70 / 5 de novembro de 200220 Comunità Italianal G A S T R O N O M I A

Sapori d�Italia

Angelo Neroni

Alcachofra em tempos de criseCari Amici, todos vocês podem constatar que estamos vivendo,

entre todos os aspectos, um momento de grandes turbulências.Enfim, o povo escolheu o novo presidente. Vamos acreditar! Vamosapoiá-lo! Até os que não acreditavam, estão depositando toda aconfiança nos novos governantes. E que os empresários estrangeirosretomem os interesses de investir no Brasil, afinal de contas, nãoresta dúvida de que é um grande país com infinitas oportunidades.Mas, no momento, infelizmente, talvez pela alta do dólar, os custoscontinuam subindo, especialmente os dos produtos importados.

Por isso estou sempre procurando produtos brasileiros, justa-mente para driblar os altos preços dos importados. Nessa minha buscaencontrei um tipo de alcachofra que é realmente sensacional. Elas sãode tamanho “baby”, verdadeiros brotos de alcachofras. Sendo tãojovem, torna-se uma especiaria de delicado e raro sabor. Pode-sedegustá-las fresca ou então, aproveitando a safra, prepará-la eguardá-la em conservas. Por isso é que no meu restaurante“SpaccaNapoli”, estou desenvolvendo várias especialidades com essahortaliça. Entre elas, escolhi um antepasto e um risotto.

Receitas para 4 pessoas

Ø Tonno Incarciofato(Salada de atum com alcachofras)

Ingredientesu 500 gr de alcachofras frescas u 1 kg de posta de atumfresco u 4 talos de aipo fatiados u 1 molho de salsa picadagrossa (aproveitar os talos para cozinhar o atum) u ½ litrode água u ½ litro de vinagre branco u 2 cebolas fatiadas u4 dentes de alho u Suco de 8 limões u Azeite extra-vergineu ½ xícara de sal u 1 colher de pimenta preta em grão u 1xícara de picles cortados em cubos u1 colher de alcaparrasu 4 batatas cozidas cortadas em cubos u 1 xícara de azeito-nas verdes u Sal e pimenta calabresa à gosto

l Modo de preparoPrimeiro colocar a posta de atum numa tigela com água dentro dageladeira por 24 horas, trocando-a água de vez em quando. Estaoperação serve para retirar o sangue do peixe. Depois colocar oatum numa caçarola com a xícara de sal, a pimenta em grão, ostalos de salsa, 1 talo de aipo,o suco de cinco limões, a cebola,cobrir com azeite e cozinhar por 45 minutos. Retirar as espinhas,a pele e as partes escuras das postas, coar o azeite, jogar foratodos os temperos e juntar com o atum já limpo.

l Modo de preparo das alcachofrasRetirar a parte externa das folhas mais duras, cortar as pontas ecozinhar por 15 minutos em água, sal e vinagre. Escorrer eguardar. Colocar todos os outros ingredientes numa tigela,temperar com limão, sal e pimenta a gosto. Cuidado com o sal,porque os picles, as azeitonas e as alcachofras são bastantesalgados. Por último juntar as alcachofras, os pedaços de atumcom o seu azeite, mexer com cuidado e servir num leito de alface,rúcula e radicchio.

Ø Risotto Marechiaro(Risotto com scampi e alcachofras)

Ingredientesu 500 gr de arroz arbório u 2 kg de scampi (deixar 4 com cascaspara decorar o prato, guardar as cascas) u 500 gr de alcachofrasfrescas u 1 cebola picada u 1 talo de aipo picado u 1 cenourapicada u 1 xícara de azeite u 1 molho de salsa picada fina u 4tomates maduros sem pele e sem sementes picados u 1 copo devinho branco seco

l Modo de preparoCozinhar as cascas dos scampi com 1 litro de água, ½ cebola, 1 cenoura e 1talo de aipo, por meia hora. Coar e guardar o caldo. Limpar as alcachofrascomo na receita anterior, mas fatiá-las e deixá-las em estado natural. Numapanela colocar a cebola, o aipo, a cenoura picada e o azeite. Quando a cebolacomeçar a dourar, colocar os scampi, refogar rapidamente no fogo forte,colocar a salsa e o vinho branco, deixar evaporar o álcool do vinho, retirar oscampi (guardar), colocar o arroz e as alcachofras frescas, temperar com sale pimenta a gosto, colocar um pouco do caldo crustáceo, sempre mexendocom uma colher de pau, adicionando o caldo quando for necessário. Quandofaltarem 2 ou 3 minutos para estarem prontos, recoloque os scampi (sem acasca) e os tomates picados e se for necessário um pouco de azeite paradeixá-lo aveludado. Servir colocando um scampi inteiro na borda do prato, etemperá-lo com um pouco de salsa fresca (este prato poderá ser preparadocom camarões, lagostas ou cavaquinhas).

Ø VinhosCom a salada de atum, aconselho um bom prosecco, como por exemplo ofantástico “Bellenda”. Mas também pode ser o mais econômico prosecco“Monteagner” ou “Condessa Bianca”. Já o risotto pode se harmonizar com um“Branco Chardonnay” ou, se preferir, com um “Muller Thurgau”. Para quemnão bebe vinho branco, pode combiná-lo com um tinto seco, mas não muitotânico, preferivelmente jovem como um “Chianti” ou “Valpolicella”.

Ciao Amici e Buon Appetito!

Ano 8 N° 70 / 18 de novembro de 200220 Comunità Italiana

Rua Sá Ferreira, nº 25Copacabana - RJtel. 2513-2434

Ristorante Pizzeria

top related