como se faz uma tese

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Umberto Eco

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Universidade Federal do Espírito SantoPrograma de Pós-Graduação em Gestão PúblicaMetodologia e Métodos Qualitativos de Pesquisa

Como se faz uma tese(Umberto Eco)(Umberto Eco)

Aline TavaresJaime Sales

Leonardo GoltaraLucas Pereira

Renata Pazzini

UMBERTO ECO

• Escritor, filósofo, semiólogo e linguistaitaliano– O nome da rosa (romance)– O pêndulo de Foucault (romance)– O pêndulo de Foucault (romance)– Como se faz uma tese– Obra aberta– História da beleza

• Diretor da Escola Superior de CiênciasHumanas na Universidade de Bolonha

O QUE É UMA TESE?

• Trabalho original• Trabalho original• Pré-requisito para doutoramento• Avaliada por uma banca

TESES

• Teses de investigação• Teses de compilação• Teses de compilação

• Licenciatura x Doutoramento

ORIGINALIDADE

• A descoberta do átomo• A evolução das espécies

• Um novo modo de ler e compreender umtexto clássicotexto clássico

• A caracterização de um manuscrito que lançauma nova luz sobre a biografia de um autor

• Uma reorganização e uma releitura deestudos anteriores conducentes aoamadurecimento e sistematização das idéiasque se encontravam em outros textos

PARA QUE SERVE UMA TESE?

Para obter o grau...Para obter o grau...

PARA QUE SERVE UMA TESE DEPOISDE OBTIDO O GRAU???

• Contribuição para o progresso da ciência

• Início de uma investigação mais ampla

• Oportunidade de aprender a por ordemnas próprias ideias e a ordenar dados

FAZER UMA TESE SIGNIFICA

• Escolher um tema preciso;• Recolher documentos sobre esse tema;• Por em ordem esses documentos;• Reexaminar o tema em primeira mão, à luzdos documentos recolhidos;dos documentos recolhidos;

• Dar uma forma orgânica a todas as reflexõesprecedentes;

• Proceder de modo que quem lê perceba o quese quer dizer e fique em condições, se fornecessário, de voltar aos mesmosdocumentos para retomar o tema por suaconta.

QUATRO REGRAS ÓBVIAS

• Que o tema corresponda aos interesses docandidato (quer esteja relacionado com o tipode exames feitos, com as suas leituras, comseu mundo político, cultural ou religioso);

• Que as fontes a que recorre sejam acessíveis,o que quer dizer que estejam ao alcanceo que quer dizer que estejam ao alcancematerial do candidato;

• Que as fontes a que recorre sejammanuseáveis, o que quer dizer que estejamao alcance cultural do candidato;

• Que o quadro metodológico da investigaçãoesteja ao alcance da experiência docandidato.

A ESCOLHA DO TEMATESE MONOGRÁFICA OU TESE

PANORÂMICA?Tese panorâmica – fala de muitas coisas; ostemas não são “modestos”.Ex:“A Literatura do Pós-Guerra aos Anos 60”Ex:“A Literatura do Pós-Guerra aos Anos 60”

Tese monográfica – os temas são precisos.Ex: “As diversas redações de Il PartigianoJohnny”

Estado intermediário – Ex: “A NeovanguardaLiterária dos Anos 60”

• Uma monografia é a abordagem de umtema, como tal, se opondo a umaenciclopédia.

• Uma tese rigorosamente monográfica nãoequivale a perder de vista o panorama.

• Usar um panorama como plano de fundo édiferente de elaborar um quadropanorâmico.

• Quanto mais se restringe o campo, melhore com mais segurança se trabalha.

TESE HISTÓRICA OU TESE TEÓRICA?

• Tese teórica: propõe-se a atacar umproblema abstrato, que pode já ter sido ounão objeto de outras reflexões.

• Uma outra classificação, maishistoriográfica, compreende um problemacom a elaboração de pensamentos sob ainfluência de outros autores.

TEMAS ANTIGOS OUCONTEMPORÂNEOS?

• Autores contemporâneos: bibliografia maisreduzida.reduzida.

• Autores antigos: quadros bibliográficos jácompletos.

QUANTO TEMPO É REQUERIDO PARASE FAZER UMA TESE?

Não mais de três anos e não menos deseis meses entre o surgimento da primeiraideia da tese e sua apresentação final.

Para uma tese de seis meses:Para uma tese de seis meses:• O tema deve ser circunscrito;• O tema deve ser, se possível, atual oumarginal (sobre o qual pouca coisa foiescrita);•A consulta deve ser fácil.

É NECESSÁRIO SABER LÍNGUASESTRANGEIRAS?

• Não se pode fazer uma tese sobre umautor estrangeiro se este não for lido nooriginal;

• Não se pode fazer uma tese sobre• Não se pode fazer uma tese sobredeterminado assunto se as obras maisimportantes foram escritas numa línguaque ignoramos;

• Não se pode fazer uma tese sobre umautor ou tema lendo apenas as obrasescritas nas línguas que conhecemos.

TESE CIENTÍFICA OU TESEPOLÍTICA?

Que é a cientificidade?Requisitos para um estudo científico:• Objeto reconhecível e definido de talmaneira que seja reconhecível igualmentepelos outros;maneira que seja reconhecível igualmentepelos outros;

• Algo que ainda não foi dito ou sob umaótica diferente do que já se disse;

• Estudo útil;• Elementos para verificação e contestaçãodas hipóteses apresentadas.

TESE CIENTÍFICA OU TESEPOLÍTICA?

• Não existe oposição entre tese política etese científica.

TEMAS HISTÓRICO-TEÓRICOS OUEXPERIÊNCIAS “QUENTES”?

• Histórico-teóricos: autores célebres ou detextos antigos.

• “Quentes”: intervenção direta naatualidade , seja sob o aspecto teórico oude ordem prática.

COMO EVITAR SER EXPLORADO PELOORIENTADOR?

Possibilidades:O estudante escolhe um tema de seuinteresse ou aceita a sugestão doorientador.orientador.

Se for aceita a sugestão do orientador, oprofessor terá indicado um assunto queconhece bem ou um assunto que querconhecer melhor.

COMO EVITAR SER EXPLORADO PELOORIENTADOR?

• Ao aceitar o tema de uma tese, o• Ao aceitar o tema de uma tese, oestudante deve verificar se está seinserindo ou não em um trabalho coletivoe se vale a pena fazê-lo.

A PESQUISA DO MATERIALA ACESSIBILIDADE DAS FONTES

Quais são as fontes de um trabalhocientífico?científico?• Fontes primárias;• Fontes secundárias ou leitura crítica.

FONTES DE PRIMEIRA E SEGUNDAMÃO

• Tradução não é fonte;• Antologia não é fonte;• Resenhas efetuadas por outros autoresnão são fontes.

PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Como usar a bibliotecaEm geral não se vai com a bibliografia,mas organizar uma.mas organizar uma.Um bom pesquisador é aquele capaz deentrar numa biblioteca sem a mínima ideiasobre um tema e sair dali sabendo umpouco mais sobre ele.

O CATÁLOGO

– Pesquisar por assunto (ficar atento comcatálogos antigos. Ex: seção e secção;ter uma boa intuição);

– Pesquisar por autor.

Se não encontrarmos as informaçõesprocuradas na pesquisa por autor eassunto, devemos pesquisar nas basesmais elementares como enciclopédias ecatálogos bibliográficos.

CATÁLOGOS BIBLIOGRÁFICOS

• Fontes seguras para quem já tenha ideiaclara do tema que pretende trabalhar.

• Exemplos: Manuais célebres de• Exemplos: Manuais célebres dedeterminado assunto, revistas dedicadasexclusivamente a estudar a matéria emquestão.

• A biblioteca pode ser bem servida deobras antigas e carente de obras maisnovas.

• Podemos encontrar uma bibliografiautilíssima de 1960, mas sem que se possasaber que algo interessante saiu em 1970.

O BIBLIOTECÁRIO• É preciso perder a timidez, pois, comfrequência, o bibliotecário nos orientarácom segurança, fazendo-nos ganhar muitotempo. Ele se delicia com a excelência desua memória e a riqueza da biblioteca quesua memória e a riqueza da biblioteca quedirige. Mas não confie cegamente nele.

• Consultas interbibliotecas, catálogoscomputadorizados e empréstimos deoutras bibliotecas – em geral, existe umserviço de empréstimo interbibliotecas.

COMO ABORDAR A BIBLIOGRAFIA: O FICHÁRIO

• Não é aconselhável ler, de imediato, todosos livros encontrados, mas sim elaboraruma bibliografia básica.

• Use a sala de consultas para fazer uma• Use a sala de consultas para fazer umaaveriguação preliminar e fazer “leiturarápida” dos livros e, quando encontraralgum capítulo que lhe interesse, adicioneo livro inteiro em questão à suabibliografia.

COMO ABORDAR A BIBLIOGRAFIA: O FICHÁRIO

• Cruzar bibliografias e ver as referênciasque mais se repetem possibilitaestabelecer uma hierarquia na bibliografia.

• Usar uma copiadora xerográfica das• Usar uma copiadora xerográfica dasreferências de cada livro que lheinteressar.

• Fichar cada livro com a biblioteca deorigem e a localização e criar um arquivobibliográfico.

Bs. Con. 107-

5171

AVERBACH, Erich

Mimesis - Il Relismo nella letteratura occidentale,

Torino, Einaudi, 1956, 2 vols., pp xxxix - 284 e 350

Título Original:Título Original:

Mimesis. Dargestelle Wirklichkeit i der

abendlanclischen Literatur, Bern, Francke... 1946

(ver no segundo volume o ensaio "Il mondo

nella boca di Pantagrue-le")

COMO ABORDAR A BIBLIOGRAFIA: O FICHÁRIO

• Arquivo bibliográfico x Arquivo de leitura

CITAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

• Livros, revistas, documentos oficiais,• Livros, revistas, documentos oficiais,jornais, obras inéditas, documentosprivados etc.

E SE FOR PRECISO LER LIVROS? EM QUE ORDEM?

• Além das teses que se fazem lendo livros(Literatura, Filosofia, História da Ciência,Direito Canônico e Lógica Formal), existemteses experimentais, teses com pesquisa decampo, teses que se fazem lendo jornais oucampo, teses que se fazem lendo jornais ouatas parlamentares, mas todas estas exigemuma boa revisão de literatura e uma boaliteratura de apoio.

• Uma pergunta oportuna: enfrentarimediatamente os textos ou passarprimeiro pela literatura crítica?

E SE FOR PRECISO LER LIVROS? EM QUE ORDEM?

1. Ler dois ou três de críticas;2. Ler o texto original;3. Ler o restante da crítica;4. Ler a obra original novamente.4. Ler a obra original novamente.

Mas é só uma receita teórica, tudo dependeda estrutura psicológica do pesquisador.Existem pessoas monocromáticas e pessoaspolicromáticas.

PLANO DE TRABALHO

• Título

• Introdução

À medida que o trabalho avança o índice ea introdução são reestruturados váriasvezes – ponto de partida, roteiro.

• Índice

TÍTULO

• É um projeto

• Após a delimitação da área temática –ponto específico – pergunta – parteessencial do plano de trabalho

ESCOLHA DO PLANO DETRABALHO

• Tese Histórica� Plano Cronológico – A Perseguição dos Valdenses na Itália

� Causa efeito – As Causas do Conflito Árabe-Israelense

� Plano Espacial – A Distribuição das Bibliotecas Circulares em Gênova

� Plano Espacial – A Distribuição das Bibliotecas Circulares em Gênova

� Comparativo-Contrastante – Nacionalismo e Populismo na Literatura Italiana no Período da Grande Guerra

• Tese de Caráter Experimental� Plano Indutivo• Tese de Caráter Lógico-Matemático� Plano Dedutivo

ÍNDICE

• Elaboração da pergunta – etapas detrabalho – capítulos do índice

• Mais analítico possível

• Sumário: cada capítulo se esboce umbreve resumo

IMPORTÂNCIA DO ÍNDICEPROVISÓRIO

• Esclarecerá para nós mesmos o que temosem mente

• Poderá propor um projeto compreensívelao orientadorao orientador

• Veremos se nossas ideias estãosuficientemente claras

• Estabelece a subdivisão lógica da tese

Uma vez disposto o índice como hipótesede trabalho, as fichas e outros tipos dedocumentação deverão sempre se referiraos vários pontos do índice. Taisaos vários pontos do índice. Taisreferências precisam ser claras desde ocomeço pois, com efeito, servirão paraorganizar as referências internas.

REFERÊNCIAS INTERNAS

• Evitar repetições infindáveis de um mesmo assunto• Coesão de toda a tese• Algo que foi dito no capítulo anterior e faz-se remissão

aos números daquele capítulo ou parágrafo ousubparágrafosubparágrafo

• Devem existir em abundância• Coleta de documentos – dispensáveis – mas

necessárias pelo menos no momento das conclusões• Índice-hipótese bem elaborado: rede numerada que

permite aplicar referências internas sem a necessidadecontínua de recorrer às folhas onde se faloudeterminado assunto

INTRODUÇÃO• Terceira fase do plano de trabalho• Comentário Analítico do Índice. Exemplo:“ Com o presente trabalho propomo-nosdemonstrar uma determinada tese. Os estudosprocedentes deixaram em aberto inúmerosproblemas e os dados recolhidos não bastam. Noproblemas e os dados recolhidos não bastam. Noprimeiro capítulo tentaremos estabelecer o ponto“x”; no segundo, abordaremos o capítulo “y”.Concluindo, tentaremos provar isto e aquilo.Deve-se ter presente que nos fixamos a limitesprecisos, isto é, tais e tais. Dentro desses limiteso método que seguiremos é o seguinte... etc.,etc.”

OBJETIVOS DA INTRODUÇÃOFICTÍCIA

• Permite a fixação de uma diretriz

• Mostrar ao orientador o que se pretendefazerfazer

• Demonstrar que se tem as ideias emordem

• Estabelecer o núcleo e a periferia

PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE APRIMEIRA E A ÚLTIMA REDAÇÃO DA

INTRODUÇÃO

• Promete-se menos• Mais cautela

OBJETIVO DA INTRODUÇÃO DEFINITIVA

• Ajudar o leitor a penetrar na tese

FICHAS E APONTAMENTOSAPONTAMENTOS

PRIMEIRA HIPÓTESE

• Encontramos e adquirimos os livrosnecessários

• Podemos rabiscá-los

• Já elaboramos um bom plano de trabalhocom capítulos bem numerados

• Adotaremos em princípio apenas as fichasbibliográficas

• Anotaremos nas margens dos livros assiglas ou números dos capítulos do planode trabalhode trabalho

• Registraremos, junto ao capítulo do planode trabalho, a sigla correspondente aodado livro e o número da página, de modoque saibamos onde procurar no momentoda redação determinada ideia ou citação

SEGUNDA HIPÓTESE

• Não temos os livros, porque são raros, oucaros, ou só são encontrados na biblioteca

• São emprestados• Não se pode rabiscá-los ou você não querdanificá-los por ser de valor inestimável

• Necessidade de reestruturação do plano:você está em dificuldades ( é o caso maisnormal)

FICHAS• Fichas temáticas: tem-se uma série de fichas,cada uma com um título, que se refere a uma ideiaou tema, assinalando em cada uma a referênciaprecisa;

• Fichas por autores: ideal para teses organizadas• Fichas por autores: ideal para teses organizadaspor retratos: um capítulo introdutório sobre o temae a seguir um para cada autor principal, ou entãouma série de capítulos dedicados cada qual a umromance-modelo;

• Fichas de citações: ideais para se inserir citaçõestextuais essencialmente ilustrativas;

• Fichas de leituras de livros ou artigos: nocaso de não se possuir um livro, e que se leu nacasa de um amigo ou em outra cidade, faz-senecessário um fichário de leitura com os dadosbibliográficos de cada livro, o resumo geral, umasérie de avaliações sobre sua importância evárias citações textuais que de imediato pareçamsignificativas;significativas;

• Fichas de trabalho: podem ser de vários tipos,fichas de ligação entre ideias e seções do plano,fichas problemáticas (como abordar talproblema?), fichas de sugestões (que recolhemideias de outros, sugestões de desenvolvimentospossíveis) etc.

• Não precisamos fazer todas as fichas• Fichário de leitura + outras ideias em caderno• O número e a natureza do fichário dependerão dotipo de tese

• Apenas fichas de citações – se a tese partir de umplano muito preciso, com pouca literatura crítica eplano muito preciso, com pouca literatura crítica enecessitar apenas da coleta de um abundantematerial narrativo para ser citado

• Fichário completo e unificado• Material homogêneo, facilmente transportável emanejável

CIT

Vida como arte Nº

Oscar Wilde

“Podemos perdoar a um homem que faça uma coisa útil fingindo“Podemos perdoar a um homem que faça uma coisa útil fingindo

que a admira? A única desculpa para fazer uma coisa útil é que

ela seja admirada infinitamente. Toda arte é completamente

inútil.” (Prefácio a O Retrato de Dorian

Gray, edição tal, página tal)

IMPORTÂNCIA DO FICHAMENTO

• Não esquecermos as ideias ou citações

• Ter todo o material diante dos olhos

• Economia de tempo no final

• É um investimento que caso prossigamoscom os estudos, nos serve por anos a fora

FICHAMENTO DAS FONTES PRIMÁRIASFONTES PRIMÁRIAS

VANTAGENS DE SE SUBLINHARAS FONTES PRIMÁRIAS

• Personaliza o livro, marca o nosso interesse• Permite-nos voltar ao livro depois de anos eencontrar o que outrora nos despertou interesse

• Se o livro for nosso e não tiver valor deantiguidade – maior respeito é usá-los, não pô-los de ladolos de lado

• Não se deve sublinhar se o livro não for seu ouquando se tratar de uma edição rara de grandevalor comercial, que perderá muito desse valor serabiscada – nesses casos o ideal é tirar fotocópiase sublinhar ou transcrever no caderno trechosimportantes com comentários, ou elaborar umfichário também para as fontes primárias(fatigante)

IMPORTANTE

• Sublinhar com critério• Mesma página com informações úteis emníveis diferenciados: lápis de cor ou siglaspara assinalar a relevânciapara assinalar a relevância

• Exemplos de siglas: IMP, CIT, R• Completar os trechos sublinhados commarcadores de página, anotando naextremidade saliente as siglas e/ou cores

CUIDADO COM AS FOTOCÓPIAS

• Indispensáveis• Ação manual: posse• Ação manual: posse• A posse exime da leitura• Ler e anotar logo em seguida• Não tirar fotocópias antes de ler e anotara fotocópia anterior

FICHAS DE LEITURA

MÉTODO DE ELABORAÇÃO DASFICHAS DE LEITURA

• indicações bibliográficas precisas, mais completas doque as da ficha bibliográfica, utilizadas para falar do livro ecitá-lo como deve ser na bibliografia final; ao elaborá-latem-se o livro nas mãos, podendo extrair dele todas asindicações possíveis, tais como número de páginas,edições, dados sobre a editora, etc.;

• informações sobre o autor, quando não se tratar de• informações sobre o autor, quando não se tratar deautoridade notória;

• breve (ou longo) resumo do livro ou artigo;• citações extensas, entre aspas, dos trechos que sepresume citar, com indicação precisa da(s) página(s);

• comentários pessoais no começo, meio e fim do resumo;para não confundi-los com obra do autor, coloque-os entrecolchetes;

• coloque no canto superior da ficha uma sigla ou corque a aproxime da parte do plano de trabalho exata.

HUMILDADE CIENTÍFICA

• Não se trata de discussão ética

• Métodos de fichamento e leitura• Métodos de fichamento e leitura

• Consiste em registrar todas as opiniõesexpressas sobre o nosso tema: nemsempre as melhores ideias vêm dosautores maiores

HUMILDADE CIENTÍFICA

• Ouvir com respeito a todos• Até o nosso mais feroz adversário podesugerir-nos ideiassugerir-nos ideias

• As ideias dependem do tempo, daestação, da hora

• Por princípio: ao fazer uma pesquisa, nãopodemos desprezar nenhuma fonte

A REDAÇÃO

•Ao examinador? Aos estudiosos do tema? Ao público em geral?

A QUEM NOS DIRIGIMOS

do tema? Ao público em geral?•Comunicação: linguagem para que todos entendam ou linguagem direcionada a um leitor específico?

• Um texto de divulgação, onde as coisas sãoexplicadas de forma que todos entendam,requer a mesma habilidade que um textocientífico especializado.– Nunca menosprezar o seu público.

• Uma tese é direcionada a um examinador,mas pode ser lida e consultada por muitosoutros.– Fornecer informações para o examinador,mas também para os outros leitores.

• Definir os termos usados– Termos já consagrados não sãonecessários.

• Tornar os autores familiares– Ao falar a respeito da tese de algumautor, principalmente os maisdesconhecidos, é necessário torná-lofamiliar através de um breve histórico.

COMO SE FALA

• Evitar períodos longos– Não receie repetir duas vezes o sujeito,pois o mesmo pode se perder em umperíodo longo.

• Não usar linguagens que não domina– Ao falar sobre um poeta, não tentefazê-lo em forma de poesias. Marxfalava dos operários, mas não escreviacomo um operário.

• Utilize parágrafos com frequência– Evite textos longos e cansativos.

• Faça pré-testes– Mostre o que for escrevendo a pessoaspróximas, ou até mesmo ao orientador,para ter uma segunda opinião.para ter uma segunda opinião.

• Não é necessário começar do começo– Se sabes o que escreverá no meio dotexto, faça isso logo. Ao final, terásideias para o início.

• Não use reticências ou pontos de exclamação

– As reticências são recomendadas apenas no corpode uma citação, para assinalar os trechos omitidosou, no máximo, ao final de um período, paraindicar que ainda haveria algo a dizer. Ex: “Deacordo com Eco, há sem dúvida maneiras defornecer referências essenciais no texto...como nosistema autor/data.”sistema autor/data.”

– Pontos de exclamação apenas quando desejachamar a atenção do leitor. Ex: “Atenção, nuncacometam esse erro!”.

• Evitar a ironia– Risco de o leitor não perceber. Ao explicar a ironia,corre-se o risco do leitor sentir-se menosprezado.

• Definir termos inéditos– Ao utilizar um termo pela primeira vez, defina-o.

• Coerência nas explicações– Ao dar detalhes de um autor, dê detalhes de todosos outros que forem citados no texto. Ex: “Ofilósofo judeu-holandês Spinoza foi definido porGuzzo como um...”Guzzo como um...”

• “Eu” ou “nós”?– Recomenda-se o “nós”, pois pressupõe-se que suasideias serão compartilhadas por outros leitores.

– Evitar pronomes pessoais.• “o artigo que citei anteriormente...” ERRADO• “o artigo anteriormente citado...” CERTO

• Não usar artigo antes de nomepróprio– “O Weber cita que...”– “O Weber cita que...”

• Não aportuguesar nomes– Giuseppe Garibaldi – José Garibaldi

AS CITAÇÕES – 10 REGRAS

• Existem dois tipos de citação– Cita-se um texto e depois o interpreta– Cita-se um texto e depois o interpreta– Cita-se um texto em apoio a nossainterpretação

• Existem 10 regras para citações

• Os textos objeto de análise interpretativasão citados com razoável amplitude.

– Se o trecho citado ultrapassar meiapágina, é sinal de que foi tomada umaunidade muito grande para análise. Nessecaso, recomenda-se transcrevê-lo porextenso em apêndice, e citar ao longo docaso, recomenda-se transcrevê-lo porextenso em apêndice, e citar ao longo dotexto apenas breves períodos

• Os textos de literatura crítica são citadosapenas para confirmar um pensamento, edevem trazer algo de novo para a tese.

• A citação pressupõe que a idéia do autor citadoseja compartilhada, a menos que o trecho sejaprecedido e seguido de expressões críticas.

• O autor das citações deve ser identificado– Através de referência em nota,

principalmente para autores mencionadospela primeira vezpela primeira vez

– Através do nome e data do autor emparênteses, após a citação

– Mencionando o número da página, emparênteses, quando o capítulo ou toda a tesetratam da mesma obra do mesmo autor

• As citações de fontes primárias devem serpreferencialmente colhidas da edição críticaou da edição mais conceituada.

• Para autores estrangeiros, as citações devemser mantidas no idioma original. É útil atradução entre parênteses ou em nota.tradução entre parênteses ou em nota.

• Ao citar dois autores em um mesmo período,tomar cuidado para não criar confusão.– Ex: “Velasques afirma que..., enquantoBraun sugere... . Concordamos com oautor, pois...”

• Quando uma citação não ultrapassa três linhas,pode-se inseri-la no corpo do parágrafo entreaspas duplas. Para citações mais longas, émelhor colocá-la em espaço 1 com entrada.Neste caso, não são necessárias aspas.

• As citações devem ser fiéis, transcrevendo daforma que estão.

forma que estão.– Se há erro claro na citação, assinalar ao leitoro fato através de [sic].

– Nunca eliminar partes do textos, ou fazê-losubstituindo por reticências. Ao fazercomentários dentro das citações, fazê-los entrecolchetes.

• As citações precisam estar em condições deserem encontradas posteriormente. Quando afonte da citação foi uma conversa, ou umacarta pessoal, basta citar a frase e adicionaruma nota explicativa:– Ex: 1. Declaração registrada em 9 deoutubro de 2001.outubro de 2001.

Mesmo nestes casos, é interessante entrarem contato com o declarante, quandopossível, solicitando-o autorização formalpara publicar a citação. Esta autorizaçãotambém será um comprovante de veracidade.

CITAÇÕES, PARÁFRASES EPLÁGIO

• CITAÇÃO: Transcrever no seu texto o quefoi escrito ou dito por outra pessoa.Obrigatório o uso das aspas.

• PLÁGIO: Fazer citações de longos trechos• PLÁGIO: Fazer citações de longos trechose não colocar aspas.

• PARÁFRASE: Transcrever uma citação comsuas palavras.– Cuidado para não transformar umaparáfrase em plágio.

NOTAS DE RODAPÉ – PARA QUESERVEM?

• Indicar as fontes das citações• Indicar bibliografias de reforço

– Ex. “Ver também, a esse respeito, a obrade...”

• Remissões internas/externas• Remissões internas/externas– Tratado um assunto, pode-se pôr em notaum “cf”, que quer dizer “confrontar”,indicando que o leitor pode confrontar oque acabou de ser dito com algo que já foidito em um capítulo anterior, ou em umaoutra obra.

• Introduzir uma afirmação de reforço– Ao fazer uma afirmação no texto, talvez elaprecise ser explicada melhor. Para não perder oraciocínio, você continua escrevendo, e reforçao assunto no rodapé.

– Se a nota for muito grande, não faça norodapé, mas sim em apêndice, ao final daobra.obra.

• Ampliar as afirmações feitas no texto– Não sobrecarregar o texto.

• Corrigir afirmações do texto– Fazer uma objeção ao que foi dito, pois podehaver pessoas que têm opinião diferente.

• Traduzir uma citação em línguaestrangeira

• Dar crédito a alguém– Ao falar de um assunto do qual foiinspirado por alguma obra, ou algumapessoa, convêm afirmar isso em rodapé.Ex: “Essas ideias que foram expostaspessoa, convêm afirmar isso em rodapé.Ex: “Essas ideias que foram expostasjamais viriam à luz sem o estímulorecebido por...”

– Se a nota for muito grande, não faça norodapé, mas sim em apêndice, ao final daobra.

O SISTEMA CITAÇÃO-NOTA

• Citar um autor ou trecho de obra no texto,fornecer em nota a referência bibliográfica.– Comodidade ao leitor.

• As obras citadas em nota também devemaparecer na referência bibliográficaaparecer na referência bibliográfica– Exceto se o que for dito em nota não tivernada a ver com a bibliografia específica datese.

– No rodapé, as informações do autor são maisresumidas. Na referência bibliográfica, asinformações serão mais detalhadas.

SISTEMA AUTOR-DATA

• Ao evidenciar na bibliografia o nome doautor, título da obra e data de publicação,usa-se este sistema para simplificar ascitações ao longo do texto. Ex: (Motta,citações ao longo do texto. Ex: (Motta,2000)

• Indispensável quando se faz um grandenúmero de citações em um curto período,evitando sobrecarregar o texto com notas.

CUIDADOS COM O SISTEMAAUTOR-DATA

• Não utilizar quando o autor citado sejadesconhecido pelo leitor.desconhecido pelo leitor.

• Não utilizar para publicações muitoantigas (mais de 200 anos)

ADVERTÊNCIAS, ARMADILHAS, USOS

• Não forneça referências desnecessárias– Ex: “A 2ª Guerra Mundial que, conformeBraunn, se iniciou em 1939,...”.

• Não atribuir a um autor uma idéia que• Não atribuir a um autor uma idéia queele apresenta como de outro– Cuidado com obras em que um autor fazcrítica a outro.

• Não acrescentar ou cortar notas apenaspara acertar a numeração das páginas

• Dar informações a respeito de ediçõesrevistas.– O que foi escrito em uma edição de 1940pode ter sido desmentido em uma ediçãode 1970.

• Cuidado ao citar um autor antigo emfontes estrangeiras– Nomes escritos de forma diferente. Ex:– Nomes escritos de forma diferente. Ex:Michelangelo – Michel-Ange; São Tomás deAquino – Aquinas

• Agradecimentos– É interessante inserir agradecimento a umapessoa que te ajudou de alguma forma,emprestando um livro raro, por exemplo.

O ORGULHO CIENTÍFICO

• “Não estamos à altura de afrontar talassunto, mas arriscaremos a hipótese...”– Se não está qualificado para apresentar– Se não está qualificado para apresentara tese, não o faça.

– Se você estudou determinado assunto,tem autoridade para falar dele, inclusivediscordando de autores.

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