como escrever relato experiencia - softex.br cmmi 3 definido quantitativamente em otimização ......
Post on 30-Apr-2018
218 Views
Preview:
TRANSCRIPT
1
Como Escrever um Relato de Experiência
Gleison Santos gleison.santos@uniriotec.br
WAMPS 2011 - VII Workshop Anual do MPS
2
Agenda
q Introdução q Estrutura do Texto de um Relato q Preparação do Texto q Ética e Plágio q Processo de Revisão de um Artigo q Apresentação de um Artigo
Nota: caso copiem o conteúdo de algum slide, por favor, mantenham a referência à fonte original ou a esta
apresentação (o que for pertinente). Obrigado.
Engenharia de Software e Qualidade de Software
Software faz parte do nosso dia a dia.
q O principal objetivo da engenharia de software é, sem dúvida, melhorar a qualidade do software. (ROCHA et al., 2001)
q De forma geral, pesquisadores da Engenharia de Software procuram melhores formas de desenvolver e avaliar software.
q Pesquisadores da Engenharia de Software são motivados por problemas práticos.
q Objetivos chave da pesquisa geralmente são qualidade, custo e oportunidade dos produtos de software.
(SHAW, 2002)
3
Engenharia de Software e Qualidade de Software
Software faz parte do nosso dia a dia. q Há uma relação entre a qualidade dos produtos de software
e a qualidade dos processos de software utilizados para construí-los [Fuggeta, 2000].
q A implantação de um Programa de Qualidade começa pela definição e implantação de um processo de software.
Necessidades do Negócio Qualidade do produto
Qualidade do processo
4
Processos, métodos, técnicas… e pessoas...
q Como melhorar a codificação? (o que é uma boa codificação?)
q Como melhorar o teste de software? (o que é um bom teste?)
q Como fazer boas modelagens? (o que é uma boa modelagem?)
q O que leva alguém a usar um processo / método / técnica? q Quais os problemas que afetam a indústria de software? q Qual o retorno de investimento da Qualidade de Software? q Que fatores culturais afetam o desenvolvimento de
software? q Que fatores afetam a melhoria de processos de software? q O que as pessoas esperam de resultados da adoção de uma
técnica / método / processo? q Quais os benefícios da adoção de uma técnica / método /
processo? q ...
5
Medição / Gerência de Configuração / Aquisição / Garantia da Qualidade / Gerência de Portfólio de Projetos
Avaliação e Melhoria do Processo Organizacional Definição do Processo Organizacional Gerência de Reutilização / Gerência de Recursos Humanos / Gerência de Projetos (evolução)
Desenvolvimento de Requisitos Projeto e Construção do Produto Integração do Produto Verificação / Validação
Gerência de Decisões Desenvolvimento para Reutilização Gerência de Riscos
G
F
E
D
C
Gerência de Requisitos
Gerência de Projetos
(sem processos adicionais) (inclui controle estatístico e gerência quantitativa) A
B
Parcialmente Gerenciado
Gerenciado
Parcialmente Definido
Largamente Definido
Definido
Gerenciado Quantitativamente
Em Otimização
Gerência de Projetos (evolução) (inclui controle estatístico e gerência quantitativa)
~ CMMI 2
~ CMMI 3
~ CMMI 4
~ CMMI 5
Níveis de Maturidade MPS.BR
2
Pesquisa x Ciência
q Objetivos de Pesquisa – Fazer uma contribuição para a Ciência – Responder a uma pergunta
» de interesse para a comunidade científica » ainda não respondida anteriormente » de relevância para o interesse social
– A parte mais difícil é encontrar o problema q Objetivo da Ciência: resolver problemas
– Qual o problema que você está resolvendo? – Comece de um desafio prático – Extraia daí um problema teórico – Certifique-se que o problema é
» relevante » não-resolvido » resolvível
7 Fonte: Santoro, F., Notas de Aula – Apresentação do Metodologia da Pesquisa Científica 2010.2, Programa de Pós-Graduação em Informática - UNIRIO
Pesquisa
q Tipos de Pesquisa – Nem toda pesquisa é feita da mesma forma – Os métodos de pesquisa são bem diversos dependendo do
campo de conhecimento
q Mestre: Título de qualificação técnico-científica – domina as técnicas de investigação – produziu um resultado novo (ou relevante) – comunicou seus resultados de forma efetiva
q Mestre X Doutor – tempo de investigação – profundidade da pesquisa – qualidade da formação
8 Fonte: Santoro, F., Notas de Aula – Apresentação do Metodologia da Pesquisa Científica 2010.2, Programa de Pós-Graduação em Informática - UNIRIO
Divagações…
q Uma tese de doutorado não é uma dissertação de mestrado que não é uma monografia de pós-graduação que não é um projeto de final de curso de graduação. – O inverso também se aplica.
q Um trabalho para uma empresa não é um trabalho de pesquisa. – Gostaríamos que todo trabalho de pesquisa fosse aplicado a
empresas. Nem sempre isso é possível por N fatores. – Infelizmente...
q No entanto, Relatos de Experiências são úteis para demonstrar como a teoria de Engenharia de Software ‘se comporta’ em um ambiente real. – Aprendemos com os erros e acertos nossos e de outros! – Quanto mais rica e mais diferente a experiência, maiores são
as chances de publicação.
O que dá para publicar?
q Projeto Final de Graduação q Projeto Final de Pós-graduação q Dissertação de Mestrado q Tese de Doutorado q Experiências em Empresas e de Empresas
q Cuidado com o foco, com a forma de descrição e na descrição das reais contribuições do trabalho
10
O que dá para publicar?
q O que posso publicar? – A audiência do evento é importante para determinar o que é
relevante em cada contexto
q Onde publicar? – A chamada de trabalhos é importante para entender o tipo de
trabalho que se espera dos autores
q Por que devo publicar? – Troca de experiências – Aprendizado em Engenharia de Software vem muitas vezes do
uso das técnicas e observações do estado da prática
11
Relatos de Experiência
q Devem contar uma história informativa e como ela se reflete em situações mais gerais
q Não entre em detalhes irrelevantes sobre o experimento Chamada de Trabalhos do SBQS q Relatos de Experiência: Artigos de alta qualidade
descrevendo e analisando a aplicação de processos, métodos ou ferramentas de qualidade de software, contextualizando a experiência e mostrando os resultados obtidos e lições aprendidas, em uma experiência prática com contribuição para a indústria de software.
q Trabalhos técnicos: artigos de alta qualidade descrevendo resultados inéditos sobre de pesquisa na área de qualidade de software com contribuição acadêmica.
12
Fonte: Santoro, F., Notas de Aula – Apresentação do Metodologia da Pesquisa Científica 2010.2, Programa de Pós-Graduação em Informática – UNIRIO.
3
Um bom artigo de pesquisa
Um bom artigo de pesquisa deve responder a um número de questões:
q O que, precisamente, você alega ser a sua contribuição? – Que questões você respondeu? – Por que o leitor deveria se importar? – De que questões maiores (larger questions) ele trata?
q Qual é o seu novo resultado? – Qual novo conhecimento você gerou que o leitor pode utilizar em outra
situação? – Em que trabalho anterior (seu ou de outros) você se baseou? Em que
você provê uma alternativa superior? – Como o seu resultado é diferente ou melhor que este trabalho anterior? – Qual, precisamente e em detalhes, é o seu novo resultado?
q Por que o leitor deve acreditar no seu resultado? – Que padrão deve ser utilizado para avaliar sua afirmação? – Que evidência concreta mostra que o seu resultado satisfaz sua
afirmação?
13 Fonte: SHAW, M., Writing Good Software Engineering Research Papers – Minitutorial, ICSE 2003.
Estrutura do Texto
q A estrutura de um artigo científicio segue um padrão pré-determinado – Em geral, não há uma regra, mas a estrutura abaixo segue o
senso comum em uso – Não há muitas possibilidades de inovar nesta organização.
q Estrutura Básica: – Introdução – Sessões Pertinentes – Conclusão – Referências
14
Estrutura do Texto
q Itens comuns na estrutura do texto: – Título – Autores – Abstract / Resumo – Introdução – Revisão da Literatura – Trabalhos Similares – Proposta / Descrição da Experiência – Lições Aprendidas – Conclusões / Considerações Finais – Agradecimentos – Referências Bibliográficas – Anexos e Apêndices
15
Título
q O título deve ser curto e indicativo do trabalho que será apresentado
q Escolha um título que valorize o trabalho, mas cuidado para não ser arrogante ou presunçoso
q Evite o uso de perguntas e termos em inglês – Vale para o texto como um todo – Ninguém garante que as perguntas vão ser respondidas (e, em
geral, você não irá respondê-las. Acredite…)
16
Implantação do Nível F do MR-MPS Combinando Características do Processo Unificado com Práticas SCRUM
Autores
q Deve-se listar os envolvidos com o trabalho – Em geral, a ordem dos autores indica o esforço para a
elaboração do artigo e/ou o envolvimento no trabalho relatado – Quando se descreve um relato de experiência em uma empresa
é comum incluir as pessoas chave da empresa como autores mesmo quando elas não participam da escrita do texto
» Isso não é uma regra, no entanto q Para cada autor, deve-se indicar a filiação
– Pode haver múltipla filiação – Deve-se indicar o e-mail de contato dos autores
17
Tatiane Silva1, Rogério Magela1, Gleison Santos2, Natália Chaves Lessa Schots3, Ana Regina Rocha3 1Athenas Engenharia de Software – Av. Rio Branco, 12, 14º andar, Centro���
CEP 20090-000 – Rio de Janeiro – RJ – Brasil 2 Programa de Pós-Graduação em Informática – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) - Av. Pasteur
458, Urca, CEP 22290-240 – Rio de Janeiro, RJ 3 COPPE/UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro – Caixa Postal 68511 – CEP 21945-970 – Rio de Janeiro, Brasil
{tatiane, magela}@athenassoftware.com.br, gleison.santos@uniriotec.br, {natalia,
darocha}@cos.ufrj.br
Abstract
q Não é o trailer de um filme (não deixe o espectador imaginando qual será o final)
q “Venda” seu trabalho no abstract q Se você não conseguir resumir sua contribuição em meia
página algo está muito errado no seu trabalho q Não entra revisão bibliográfica q Inclua sempre no abstract
– O principal problema analisado – Um esboço da solução utilizada – As conclusões alcançadas
q Fundamental – Dizer qual é o problema – Mostrar que vale a pena resolver o problema – Mostrar como você resolveu o problema
Wazlawick, 2007 Fonte: Santoro, F., Notas de Aula – Apresentação do Metodologia da Pesquisa Científica 2010.2, Programa de Pós-Graduação em Informática – UNIRIO. apud Wazlawick, 2007
4
Abstract e Resumo
q Todo artigo deve ter um resumo – As vezes, é necessário ter versões em inglês e em português
q O conteúdo do abstract deve ser o mesmo do resumo – Note que às vezes a estrutura da frase em português e em
inglês não é igual e adaptações tem que ser feitas – Não use o tradutor automático para gerar a versão do abstract
19
Abstract. There is no software process model adequate to any organization and during all the time. This paper presents the evolution of the software development process of Athenas Software. This process first version was based on what would become the Unified Process and now it has evolved to support SCRUM agile practices and the MPS.BR Reference Model Level F practices. Resumo. Não existe um único modelo de processo de software que seja adequado a todo o tipo de empresa nem por todo o tempo. Este artigo apresenta a evolução do processo de desenvolvimento de software da Athenas Software desde a sua primeira versão baseada no que viria se tornar o Processo Unificado até o momento atual onde se alinham, também, práticas ágeis do SCRUM e as práticas associadas ao Nível F do Modelo de Referência do MPS.BR.
Introdução
q Contextualize rapidamente o tema de pesquisa (não inicie nos primórdios)
q Apresente os objetivos, metodologia, justificativa, resultados esperados, limitações e estrutura da dissertação
q Caracterize o problema que você descreverá e a questão que deseja discutir.
q Termine sempre apresentando a estrutura do artigo.
Fonte: Santoro, F., Notas de Aula – Apresentação do Metodologia da Pesquisa Científica 2010.2, Programa de Pós-Graduação em Informática – UNIRIO. apud Wazlawick, 2007
Este artigo possui o objetivo de apresentar como o processo da Athenas evoluiu ao longo do tempo e as melhorias e lições aprendidas identificadas pela empresa durante esta evolução. Na Seção 2, um breve histórico da evolução do processo de desenvolvimento é apresentado, bem como algumas características peculiares da empresa. As características do atual processo e as ferramentas utilizadas são discutidas nas Seções 3 e 4, respectivamente. Por fim, na Seção 5 são apresentadas as considerações finais juntamente com resultados obtidos com a melhoria do processo e algumas lições aprendidas.
Tipos de questões de pesquisa em Engenharia de Software
21 Fonte: SHAW, M., Writing Good Software Engineering Research Papers – Minitutorial, ICSE 2003.
Tipo de Questão Exemplos Método ou meio de desenvolvimento
• Como podemos fazer / criar / modificar / evoluir (ou automatizar fazendo) X? • Qual é a melhor maneira de fazer/criar/modificar/evoluir X?
Método para análise ou avaliação
• Como posso avaliar a qualidade / corretude de X? • Como eu escolho entre X e Y?
Design, avaliação ou análise de uma instância particular
• O quão bom é Y? Qual é a propriedade X do artefato/método Y? • O que é um (melhor) design, implementação, manutenção ou adaptação para a aplicação X? • Como X se compara a Y? • Qual é o estado atual de X / prática de Y?
Generalização ou caracterização
• Dado X, qual será Y (necessariamente)? • O que, exatamente, nós entendemos por X? Quais são suas características importantes? • Qual é um bom modelo formal/experimental para X? • Quais são as variedades de X, como estão relacionadas?
Estudo de viabilidade ou exploratório
• X realmente existe, e, se sim, como ele se parece? • É possível, realmente, realizar (accomplish) X?
Tipos de questões de pesquisa em Engenharia de Software
22 Fonte: SHAW, M., Writing Good Software Engineering Research Papers – Minitutorial, ICSE 2003.
Tipo de Questão Exemplos Método ou meio de desenvolvimento
• Como podemos fazer / criar / modificar / evoluir (ou automatizar fazendo) X? • Qual é a melhor maneira de fazer/criar/modificar/evoluir X?
Método para análise ou avaliação
• Como posso avaliar a qualidade / corretude de X? • Como eu escolho entre X e Y?
Design, avaliação ou análise de uma instância particular
• O quão bom é Y? Qual é a propriedade X do artefato/método Y? • O que é um (melhor) design, implementação, manutenção ou adaptação para a aplicação X? • Como X se compara a Y? • Qual é o estado atual de X / prática de Y?
Generalização ou caracterização
• Dado X, qual será Y (necessariamente)? • O que, exatamente, nós entendemos por X? Quais são suas características importantes? • Qual é um bom modelo formal/experimental para X? • Quais são as variedades de X, como estão relacionadas?
Estudo de viabilidade ou exploratório
• X realmente existe, e, se sim, como ele se parece? • É possível, realmente, realizar (accomplish) X?
Produzem métodos de desenvolvimento ou análise que os autores investigaram em uma situação (setting), mas que presumivelmente podem ser aplicados em outros contextos.
Tipos de questões de pesquisa em Engenharia de Software
23 Fonte: SHAW, M., Writing Good Software Engineering Research Papers – Minitutorial, ICSE 2003.
Tipo de Questão Exemplos Método ou meio de desenvolvimento
• Como podemos fazer / criar / modificar / evoluir (ou automatizar fazendo) X? • Qual é a melhor maneira de fazer/criar/modificar/evoluir X?
Método para análise ou avaliação
• Como posso avaliar a qualidade / corretude de X? • Como eu escolho entre X e Y?
Design, avaliação ou análise de uma instância particular
• O quão bom é Y? Qual é a propriedade X do artefato/método Y? • O que é um (melhor) design, implementação, manutenção ou adaptação para a aplicação X? • Como X se compara a Y? • Qual é o estado atual de X / prática de Y?
Generalização ou caracterização
• Dado X, qual será Y (necessariamente)? • O que, exatamente, nós entendemos por X? Quais são suas características importantes? • Qual é um bom modelo formal/experimental para X? • Quais são as variedades de X, como estão relacionadas?
Estudo de viabilidade ou exploratório
• X realmente existe, e, se sim, como ele se parece? • É possível, realmente, realizar (accomplish) X?
Lida explicitamente com um sistema, prática, design ou outro instância de um sistema ou método. Varia de narrativas sobre prática industrial a comparações analíticas de designs alternativos.
Tipos de questões de pesquisa em Engenharia de Software
24 Fonte: SHAW, M., Writing Good Software Engineering Research Papers – Minitutorial, ICSE 2003.
Tipo de Questão Exemplos Método ou meio de desenvolvimento
• Como podemos fazer / criar / modificar / evoluir (ou automatizar fazendo) X? • Qual é a melhor maneira de fazer/criar/modificar/evoluir X?
Método para análise ou avaliação
• Como posso avaliar a qualidade / corretude de X? • Como eu escolho entre X e Y?
Design, avaliação ou análise de uma instância particular
• O quão bom é Y? Qual é a propriedade X do artefato/método Y? • O que é um (melhor) design, implementação, manutenção ou adaptação para a aplicação X? • Como X se compara a Y? • Qual é o estado atual de X / prática de Y?
Generalização ou caracterização
• Dado X, qual será Y (necessariamente)? • O que, exatamente, nós entendemos por X? Quais são suas características importantes? • Qual é um bom modelo formal/experimental para X? • Quais são as variedades de X, como estão relacionadas?
Estudo de viabilidade ou exploratório
• X realmente existe, e, se sim, como ele se parece? • É possível, realmente, realizar (accomplish) X?
Generalizações e caracterizações surgem explicitamente dos exemplos apresentados nos artigos.
5
Tipos de questões de pesquisa em Engenharia de Software
25 Fonte: SHAW, M., Writing Good Software Engineering Research Papers – Minitutorial, ICSE 2003.
Tipo de Questão Exemplos Método ou meio de desenvolvimento
• Como podemos fazer / criar / modificar / evoluir (ou automatizar fazendo) X? • Qual é a melhor maneira de fazer/criar/modificar/evoluir X?
Método para análise ou avaliação
• Como posso avaliar a qualidade / corretude de X? • Como eu escolho entre X e Y?
Design, avaliação ou análise de uma instância particular
• O quão bom é Y? Qual é a propriedade X do artefato/método Y? • O que é um (melhor) design, implementação, manutenção ou adaptação para a aplicação X? • Como X se compara a Y? • Qual é o estado atual de X / prática de Y?
Generalização ou caracterização
• Dado X, qual será Y (necessariamente)? • O que, exatamente, nós entendemos por X? Quais são suas características importantes? • Qual é um bom modelo formal/experimental para X? • Quais são as variedades de X, como estão relacionadas?
Estudo de viabilidade ou exploratório
• X realmente existe, e, se sim, como ele se parece? • É possível, realmente, realizar (accomplish) X?
Lidam com uma questão de uma maneira completamente nova. Em geral têm uma categoria diferente daqueles que melhoram algo previamente definido.
Resultados do ICSE 2002
26 Fonte: SHAW, M., Writing Good Software Engineering Research Papers – Minitutorial, ICSE 2003.
q Importante: (resultados baseados nos abstracts) – Definição clara do problema resolvido. – Explicação de como a resposta ajudará a resolver um problema
importante em engenharia de software. q Ao longo da história da ES, os tipos de questões mudam
quando a maturidade de um assunto aumenta.
Revisão da Literatura
q Concentre-se em apresentar as definições e resultados da literatura que sejam relevantes para seu objetivo
q Lembre: não é um tratado sobre a história da área de pesquisa e não é um inventário de tudo o que você leu
q Organização do capítulo – Revisão dos principais conceitos básicos – Revisão do estado da arte – Organize o texto por idéias e não por autores
q Cite: – periódicos e eventos relevantes – obras recentes – obras clássicas na área
27 Fonte: Santoro, F., Notas de Aula – Apresentação do Metodologia da Pesquisa Científica 2010.2,
Programa de Pós-Graduação em Informática – UNIRIO. apud Wazlawick, 2007
Revisão da Literatura
q Opinião x Fatos – Uma revisão da literatura apresenta ‘fatos’ sobre o assunto. – Não é possível incluir opiniões pessoais no texto.
» Se quiser, utilize outros autores para defender o seu ponto de vista.
» Tudo deve ter referência
q Em um relato de experiência, nem sempre a revisão da literatura necessita ser ser muito abrangente ou complexa, mas sempre é bom ter uma seção específica
q Às vezes é possível incluir uma breve revisão da literatura na introdução do artigo – Principalmente quando o espaço é curto – Ou quando o assunto é de pleno conhecimento da audiência
» Por exemplo, a estrutura do MPS.BR em artigos para o WAMPS
28
29 29
Onde achar artigos?
q Anais anteriores do SBES, SBQS e WAMPS q Portal de Periódicos Capes: http://periodicos.capes.gov.br/
– Verifique se sua universidade provê acesso de qualquer computador do campus – Verifique se há possibilidade de acesso remoto através de proxy
q Maximizando resultados, minimizando esforço – Compendex (http://www.engineeringvillage.com/) – IEEE Explore (http://ieeexplore.ieee.org/) – Scopus (http://www.scopus.com/)
Trabalhos Similares
O que foi feito antes? Como seu trabalho é diferente ou melhor? – Em que tecnologia já existente o seu trabalho se basea? – A que tecnologia existente ou pesquisa anterior sua pesquisa
provê uma alternativa superior? – O que é novo comparado ao seu trabalho anterior? – Que alternativas outros pesquisadores perseguiram e como o
seu trabalho é diferente ou melhor?
q Conhecimento cresce incrementalmente. – Se você não explicar como seu trabalho está relacionado com
outros fica complicado saber o que você adicionou de novo. – Não dizer se você tem conhecimento de trabalhos relacionados
pode afetar a sua credibilidade...
30 Fonte: SHAW, M., Writing Good Software Engineering Research Papers – Minitutorial, ICSE 2003.
6
Tipos de resultados em Engenharia de Software
O que foi feito antes? Como seu trabalho é diferente ou melhor?
q Compare:
31 Fonte: SHAW, M., Writing Good Software Engineering Research Papers – Minitutorial, ICSE 2003.
O problema de galopar tem atraído muita atenção [3,8,10,18,26,32,37].
Smith [36] e Jones [27] trabalharam na galopagem.
Smith [36] tratou da galopagem usando ‘blitzing’, enquanto Jones [27] adotou uma abordagem ‘flitzing’.
A abordagem ‘blitzing’ de Smith para a galopagem [36] atingiu 60% de cobertura [39]. Jones [27] atingiu 80% com o uso de ‘flitzing, mas apenas para casos livres de ponteiros [16].
A abordagem ‘blitzing’ de Smith para a galopagem [36] atingiu 60% de cobertura [39]. Jones [27] atingiu 80% com o uso de ‘flitzing, mas apenas para casos livres de ponteiros [16].
Este trabalho modificou a abordagem ‘blitzing’ para utilizar a representação de kernel do ‘flitzing’ e obteve uma cobertura de 90% ao relaxar a restrição de forma que apenas estruturas cíclicas de dados fossem proibidas.
Proposta / Descrição da Experiência
q Coloque suas afirmações cuidadosamente q Garanta que todas as afirmações sejam fundamentadas q Não adianta apenas fazer uma análise teórica de uma
questão. É necessário mostrar o que esta análise melhora em relação às anteriores
q Uma teoria não testada na prática não vale muito
q Artigos sobre comparação entre métodos – Já foram feitos MUITAS vezes – As vezes são MUITO MAL feitos – Um artigo deste tipo deve colocar muito bem as métricas para
que os resultados possam ser repetidos por experiências independentes
32
Fonte: Santoro, F., Notas de Aula – Apresentação do Metodologia da Pesquisa Científica 2010.2, Programa de Pós-Graduação em Informática - UNIRIO
Tipos de resultados em Engenharia de Software
O que é novo aqui? q Os avaliadores sabem o que é novo, excitante e porquê.
– Qual é a sua contribuição? O que foi feito além de trabalhos anteriores seus e de outros? O que foi feito além é suficiente (dado os padrões habituais da subdisciplina)?
– É melhor você explicar do que deixar o revisor advinhar... – Use verbos que mostrem resultados, não só esforço e atividade.
q Compare:
33 Fonte: SHAW, M., Writing Good Software Engineering Research Papers – Minitutorial, ICSE 2003.
Eu resolvi complementamente e genericamente... Eu trabalhei em galopagem (ou
estudei, investiguei, procurei, explorei).
Eu trabalhei em melhorar a galopagem (ou contribuí para, participei em, ajudei com).
Eu mostrei a viabilidade de compor ‘blitzing’ com ‘flitzing’.
Eu melhorei significativamente a acurácia do detector padrão (ou provei, demonstrei, criei, estabeleci, encontrei, desenvolvi).
Eu automatizei a produção de tabelas ‘flitz’ a partir das especificações.
Com uma aplicação inovadora da transformação ‘blivet’, eu melhorei 10% da velocidade e 15% na cobertura em relação ao método padrão.
Tipos de resultados em Engenharia de Software
34 Fonte: SHAW, M., Writing Good Software Engineering Research Papers – Minitutorial, ICSE 2003.
“Try not. Do, or do not. There is no try.”
Yoda
Tipos de resultados em Engenharia de Software
O que, precisamente, é o resultado? – Se você introduzir um novo modelo, seja claro sobre o seu poder. – Se você introduzir uma nova métrica, defina-a precisamente. – Se você introduzir um novo estilo arquitetural, padrão de projeto
(ou similar), trate-o como se fosse uma nova generalização ou modelo.
– Se sua contribuição é principalmente a síntese ou integração de outros resultados ou componentes, seja claro sobre porque a síntese em si é uma contribuição.
– Se seu artigo é principalmente um relato de experiência aplicando resultados de pesquisa a um problema prático, diga o que o leitor pode aprender com a experiência.
– Se uma ferramenta tem um papel importante no seu artigo, qual é este papel?
– Se a implementação de um sistema tem um papel importante no seu artigo, qual é este papel?
35 Fonte: SHAW, M., Writing Good Software Engineering Research Papers – Minitutorial, ICSE 2003.
Tipos de Validação em Engenharia de Software
36
Tipo de Validação Exemplos Análise • Eu analisei meu resultado e, através de uma análise
rigorosa, achei satisfatório, por exemplo, ... Avaliação • Dado um critério estabelecido, meu resultado…
Experiência • Meu resultado foi utilizado em exemplos reais por alguém além de mim, e as evidências de sua corretude/utilidade/efetividade é…
Exemplo • Aqui há um exemplo de como funciona em...
Persuasão • Eu pensei muito sobre isso e acredito apaixonadamente que…
Afirmação forte • Nenhuma tentativa séria de avaliar o resultado.
Fonte: SHAW, M., Writing Good Software Engineering Research Papers – Minitutorial, ICSE 2003.
q Uma boa pesquisa requer não só um resultado, mas também uma evidência convincente que o resultado é adequado/bom.
7
Resultados do ICSE 2002
37 Fonte: SHAW, M., Writing Good Software Engineering Research Papers – Minitutorial, ICSE 2003.
q Importante: (resultados baseados nos abstracts) – Os tipos mais bem sucedidos de validação foram baseados em
análise e em experiências ‘do mundo real’. – Exemplos bem escolhidos também foram um sucesso – Persuasão não foi persuasiva. – Revisores de artigo procuram por evidências sólidas para apoiar
seus resultados, não basta você achar que suas idéias funcionam.
Métodos
Tipo Descrição Objetivo Característica
Etnografia Estudo descritivo e interpretativo de um grupo ou comunidade
Fazer com que outros entendam como o grupo produz suas teorias e culturas
Pesquisador deve possuir grande interação com os participantes
Pesquisa-ação Estratégia de condução de pesquisa aplicada de natureza participativa
Promover melhorias para a situação Contribuir para o conhecimento científico
Pesquisador interfere no objeto de estudo com o propósito de melhorá-lo
Estudo de Caso Investigação empírica que observa um fenômeno dentro de um contexto real
Investigar uma entidade ou um fenômeno dentro de um espaço de tempo específico
Há vários tipos: descritivo, interpretativo, avaliativo etc.
Grounded Theory Conjunto de procedimentos sistemáticos de coleta e análise de dados para gerar e validar teorias
Entender profundamente os dados Gerar teorias a partir dos dados
A fundamentação dos dados empíricos faz com que a pesquisa fique próxima da realidade
38 Fonte: SCHOTS, N. C. L., Uma Abordagem para a Identificação de Causas de Problemas Utilizando Grounded Theory. Dissertação de Mestrado. COPPE/UFRJ, 2010.
Estudos de Caso
q Questão de pesquisa q Investiga um fenômeno contemporâneo q Contexto de vida real, em que as fronteiras não são
claramente evidentes. q Oferece entendimento
– Profundo (como e por que) – Revelador (demonstrar causas-efeito)
Fonte: Yin, R. K. (2002) Case Study Research: Design and Methods. Sage, Thousand Oaks, CA.
Estudos de Caso
Tipos de Estudos de Caso q Exploratórios
– Usado em investigações iniciais de alguns fenômenos – Visam derivar novas ideias e hipóteses e formular teorias
q Descritivos – Descrevem uma situação ou fenômeno
q Explanatório – Procuram uma explanação de uma situação ou problema – Na maior parte, mas não necessariamente, na forma de uma
relação causal q Confirmatórios
– Utilizados para testar/refutar teorias – Usado na escolha entre teorias concorrentes
Fonte: RUNENSON, P. e HÖST, M., Guidelines for conduction and reporting case study research in software engineering, Empirical Software Engineering (2009) 14:131-164.
Estudos de Caso
q Requisitos – Questão de pesquisa bem definida – Interessada em como e porque um fenômeno ocorre
» Deriva uma proposta de estudo que afirma Ø O que o estudo mostrará Ø Guiar seleção de casos Ø Tipos de dados a serem coletados
q Escolhas – Escolha de casos é fundamental para a pesquisa – Amostra utilizada não é aleatória, sendo escolhida – Objetivo de escolher casos relevantes e representativos
Fonte: EASTERBROOK et al., Selecting Empirical Methods for Software Engineering Research. Baseado em apresentação cedida por Rafael Cunha e Daniel Tadeu Castelo Branco.
Estudos de Caso
q Dados qualitativos – Diferentes fontes de dados são usadas – Possuem um papel central para análises dentro de um caso – Entrevistas e observação – Coleta de dados alinhada a uma unidade de análise bem
definida » Escolha adequada garante que o fenômeno será focado » Empresa, projeto, equipe, desenvolvedor, produto
específico, etc. q Tipo de estudo mais adequado quando o reducionismo de
experimentos controlados é inadequado – O contexto possui um papel no fenômeno – São esperados amplos efeitos – Levam tempo para aparecer
q Sua maior fraqueza é que a coleta de dados e análise são abertas a interpretações e propiciam a formação de viés do pesquisador.
Fonte: EASTERBROOK et al., Selecting Empirical Methods for Software Engineering Research. Baseado em apresentação cedida por Rafael Cunha e Daniel Tadeu Castelo Branco.
8
Validade dos Estudos
q Convencimento dos leitores de que o estudo é válido q Nenhum estudo é perfeito e totalmente generalizável em
todos os contextos: – O leitor deve ficar ciente disso – O levantamento das ameaças à validade aumenta a confiança
do leitor nos resultados (ou não…) Validade de construção
• Verifica ser as construções teóricas foram interpretadas e medidas corretamente
• Ocorre quando variáveis coletadas não correspondem com o significado dos termos teóricos
• Exemplo: Eficiência
Validade interna
• Concentra-se em verificar se o resultado está de acordo com os dados
• Exemplo: Uso errado de análises estatísticas
Validade externa
• Concentra-se na generalização do resultado
• Depende da natureza da amostragem
Confiabilidade
• Verifica se o experimento é replicável
• Viés
Tipos de resultados em Engenharia de Software
44 Fonte: SHAW, M., Writing Good Software Engineering Research Papers – Minitutorial, ICSE 2003.
Tipo Resultado Exemplos Procedimento ou técnica
• Jeito novo ou melhor de fazer alguma tarefa, como design, implementação, manutenção, medidas, avaliação, seleção de alternativas.
Modelo qualitativo ou descritivo
• Estrutura ou taxinomia para uma área de problema; estilo arquitetural, framework ou padrão de projeto.
Modelo experimental
• Modelo preditivo experimental baseado em dados observados.
Modelo analítico • Modelo estrutural que permite análise formal ou manipulação automática.
Ferramenta ou notação
• Ferramenta implementada que engloba uma técnica; linguagem formal para apoiar a técnica ou modelo.
Solução específica, protótipo, resposta ou julgamento
• Solução para problema que mostra aplicações de princípios de ES (pode ser design, protótipo ou implementação completa), análise cuidadosa de um sistema ou seu desenvolvimento, resultado de uma análise, avaliação ou comparação específica.
Relatório • Observações interessantes, regras de ouro (rules of thumb), mas não suficientemente gerais ou sistemáticas para se tornarem um modelo descritivo.
Inclui técnicas para implementação, representação, gerência e análise. A técnica deve ser operacional – não apenas conselho ou guia, mas um procedimento.
Tipos de resultados em Engenharia de Software
45 Fonte: SHAW, M., Writing Good Software Engineering Research Papers – Minitutorial, ICSE 2003.
Tipo Resultado Exemplos Procedimento ou técnica
• Jeito novo ou melhor de fazer alguma tarefa, como design, implementação, manutenção, medidas, avaliação, seleção de alternativas.
Modelo qualitativo ou descritivo
• Estrutura ou taxinomia para uma área de problema; estilo arquitetural, framework ou padrão de projeto.
Modelo experimental
• Modelo preditivo experimental baseado em dados observados.
Modelo analítico • Modelo estrutural que permite análise formal ou manipulação automática.
Ferramenta ou notação
• Ferramenta implementada que engloba uma técnica; linguagem formal para apoiar a técnica ou modelo.
Solução específica, protótipo, resposta ou julgamento
• Solução para problema que mostra aplicações de princípios de ES (pode ser design, protótipo ou implementação completa), análise cuidadosa de um sistema ou seu desenvolvimento, resultado de uma análise, avaliação ou comparação específica.
Relatório • Observações interessantes, regras de ouro (rules of thumb), mas não suficientemente gerais ou sistemáticas para se tornarem um modelo descritivo.
Análise não-formal de domínio, checklists bem embasados, generalizações informais bem construídas, guia para integração de outros resultados, observações interessantes bem organizadas.
Tipos de resultados em Engenharia de Software
46 Fonte: SHAW, M., Writing Good Software Engineering Research Papers – Minitutorial, ICSE 2003.
Tipo Resultado Exemplos Procedimento ou técnica
• Jeito novo ou melhor de fazer alguma tarefa, como design, implementação, manutenção, medidas, avaliação, seleção de alternativas.
Modelo qualitativo ou descritivo
• Estrutura ou taxinomia para uma área de problema; estilo arquitetural, framework ou padrão de projeto.
Modelo experimental
• Modelo preditivo experimental baseado em dados observados.
Modelo analítico • Modelo estrutural que permite análise formal ou manipulação automática.
Ferramenta ou notação
• Ferramenta implementada que engloba uma técnica; linguagem formal para apoiar a técnica ou modelo.
Solução específica, protótipo, resposta ou julgamento
• Solução para problema que mostra aplicações de princípios de ES (pode ser design, protótipo ou implementação completa), análise cuidadosa de um sistema ou seu desenvolvimento, resultado de uma análise, avaliação ou comparação específica.
Relatório • Observações interessantes, regras de ouro (rules of thumb), mas não suficientemente gerais ou sistemáticas para se tornarem um modelo descritivo.
Resultados do ICSE 2002
47 Fonte: SHAW, M., Writing Good Software Engineering Research Papers – Minitutorial, ICSE 2003.
q Importante: (resultados baseados nos abstracts) – Muitos projetos de pesquisa produzem resultados de vários
tipos. Muitos autores apresentam ideias individuais em conferências e sintetizam os resultados em revistas.
– Explique seus resultados de forma a permitir que outros utilizem os seus resultados. O que foi obtido de novo?
– Defina precisamente os termos críticos.
Tipos de resultados em Engenharia de Software
O que, precisamente, você alega ser a sua contribuição? q Os resultados satisfazem completamente suas alegações?
As definições são precisas e os termos são utilizados consistentemente? – Se os resultados deveriam ser utilizados em sistemas grandes,
explique porque você acha que ele é escalável. – Se o seu método é ‘automático’, não deveria necessitar de
humanos. Explique as excessões ou configurações manuais. – Se os resultados são ‘distribuídos’, não deveria haver um
controlador/servidor central. Explique qual parte é distribuída. – Se está propondo uma nova notação para um problema antigo
explique claramente porque ela é superior às anteriores. – Se o artigo é um relato de experiência, explique que ideia o
leitor pode tirar do artigo em outras situações ou como o leitor pode aumentar sua confiança em aplicações além do exemplo apresentado.
48 Fonte: SHAW, M., Writing Good Software Engineering Research Papers – Minitutorial, ICSE 2003.
9
Lições Aprendidas
q Uma lição aprendida deve indicar a quem se aplica, qual o contexto associado e dar detalhes que permitam ao leitor se beneficar dela e, possivelmente, utilizá-la no futuro.
q Tenha trabalho e cuidado em descrever extamente quais são as contribuições da sua experiência para a audiência.
q Se o leitor não se convencer da pertinência e aplicabilidade das suas lições aprendidas, elas não serão consideradas válidas por ele e o seu artigo terá menos chances de ser lido/aprovado.
49
Lições Aprendidas
Compare os exemplos abaixo:
q Texto simples (simplório?): – ‘O projeto usou casos de uso genéricos.’
q Texto estruturado (simples?):
50
Título: Utilização de casos de uso genéricos Problema: Alto esforço para gerar casos de uso. Consequência do problema:
Aumento do prazo e custo do projeto.
Causa do problema:
Falta de mecanismos para fazer reutilização de casos de uso.
Solução para o problema:
Utilizar casos de uso genéricos para funções similares nos projetos (por exemplo, funções de incluir, alterar e excluir dados).
Resultado da solução:
Diminuição do esforço e, consequentemente, do prazo e custo para construir casos de uso.
Conclusões / Considerações Finais
q Sumário do que foi discutido no artigo q Discussão das principais lições aprendidas q Sumário das principais contribuições do artigo q Apresentação das lições aprendidas do trabalho q Discussão de limitações
– Não é demérito ter limitações q Discussão de trabalhos futuros
– Não significa que você irá desenvolvê-los, apenas que há possíveis desdobramentos/evoluções do seu trabalho.
q Conclusões ou Considerações Finais? Qual o foco da sessão? – Concluir alguma coisa – Sumarizar o que foi discutido no artigo
51
Conclusões / Considerações Finais
q Explique como o desenvolvimento o ajudou a atingir cada um dos objetivos do trabalho
q Apresente argumentos a favor e contra seu trabalho (limitações)
q Seja o maior crítico do seu próprio trabalho q Cuidado com conclusões “fortes” q Procure apresentar as lições aprendidas e como elas podem
ser aplicadas q Trabalhos futuros:
– Aponte para pesquisa futura, não atividades futuras – O leitor terá pouco interesse em saber o que você pretende
fazer no futuro
52 Fonte: Santoro, F., Notas de Aula – Apresentação do Metodologia da Pesquisa Científica 2010.2,
Programa de Pós-Graduação em Informática – UNIRIO. apud Wazlawick, 2007
Tipos de Validação em Engenharia de Software
Por que um leitor deveria acreditar no seu resultado? q Os argumentos apresentados no artigo são persuasivos? q Que evidências são apresentadas para apoiar suas alegações? q Que tipo de evidência é oferecida? Este tipo é habitual? q O tipo de avaliação é descrita de forma clara e correta?
– Experimentos controlados requerem mais que coleta de dados – Estudos de caso requerem mais que discussão de situações
q A validação está relacionada a suas alegações? – Se você alega melhora de desempenho, a validação tem que ser
feita sobre o desempenho não facilidade de uso… q A sua ideia é tão interessante e potencialmente poderosa que
deve ser exposta apesar da pouca evidência concreta?
53 Fonte: SHAW, M., Writing Good Software Engineering Research Papers – Minitutorial, ICSE 2003.
Tipos de Validação em Engenharia de Software
Por que um leitor deveria acreditar no seu resultado? q Autores tendem a ter problemas em determinadas situações:
– Se você alega melhoria em uma arte anterior, compare seu resultado objetivamente em relação àquela arte anterior.
– Se você usou uma técnica de análise, siga suas regras. » Se o uso da técnica não é habitual na Engenharia de
Software, explique a técnica, explique seu uso, estrutura e regras, seja claro sobre sua aderência à técnica.
– Se você oferece experiência prática como evidência de seu resultado, estabeleça o efeito que a sua pesquisa teve.
– Se você executou um experimento controlado, explique o projeto do experimento.
» Hipóteses? Tratamento? O que está sendo controlado? Dados coletados? Como analisou? Os resultados são significativos? Quais os fatores de confusão? Suas conclusões vêm dos dados experimentais?
54 Fonte: SHAW, M., Writing Good Software Engineering Research Papers – Minitutorial, ICSE 2003.
10
Tipos de Validação em Engenharia de Software
Por que um leitor deveria acreditar no seu resultado? q Autores tendem a ter problemas em determinadas situações:
(cont.) – Se você executou um estudo experimental, explique como você
mediu, como você analisou e o que concluiu. » Que dados foram coletados e como? Como a análise está
relacionada com o objetivo de apoiar suas alegações sobre o resultado?
» Não confunda correlação com causalidade. – Se você usou um pequeno exemplo para explicar o resultado,
proveja evidência adicional do seu uso prático e escalabilidade.
55 Fonte: SHAW, M., Writing Good Software Engineering Research Papers – Minitutorial, ICSE 2003.
Agradecimentos
q Agradecimentos devem vir em uma sessão própria, após as conclusões e antes das referências bibliográficas
q Que tipos de agradecimentos são comuns? – Apoio da empresa – Apoio de algum órgão de fomento – Pessoas que contribuíram de alguma forma no trabalho – Pessoas que participaram de alguma pesquisa ou estudo
56
Referências Bibliográficas
q Referência bibliográfica não é sinônimo de bibliografia recomendada! – Todos os textos utilizados devem ser referenciados – Textos não utilizados não devem ser relatados
q Evite o uso de referências muito antigas – O uso de referências antigas é mais aceitável quando se trata
de um texto clássico ou precussor da área » Por exemplo, citações ao ‘mito do homem-mês’ ou ao ‘GQM’
– O uso de muitas referências antigas pode indicar que a revisão da literatura é tendenciosa e/ou ultrapassada
– O quanto é muito antigo? Use o bom senso… J q Se você não referenciar, é plágio. E plágios não são
tolerados. q Leiam os artigos referenciados, não copie trechos de revisão
da literatura de outros.
57
Referências Bibliográficas
q As referências devem ser identificadas ao longo do texto do artigo e listadas ao final do texto.
q Referências ao longo do texto – Blá blá blá (FULANO, 2008) – Blá blá blá (SICRANO et al., 2008) – Segundo FULANO (2008) – Segundo SICRANO et al. (2008) – FULANO (2008) afima que ... – SICRANO et al. (2008) afirmam que ...
q Referências no final do texto – PMI – Project Management Institute (2008) “A Guide to the Project Management
Body of Knowledge (PMBOK Guide)”, 4ª ed., Newton Square: PMI Publications. – Softex (2011) “MPS.BR - Melhoria de Processo do Software Brasileiro, Guia Geral”.
Disponível em http://www.softex.br/mpsbr. Acessado em: setembro/2011. – Santos, G., Montoni, M., Figueiredo, S., Rocha, A. R. (2007) “SPI-KM – Lessons
Learned from Applying a Software Process Improvement Strategy Supported by Knowledge Management”, 8th International Conference on Product Focused Software Process Improvement (PROFES’2007), Latvia.
58
Referências Bibliográficas
q Exemplo de formatação: – Ver template de artigo da conferência
» Em artigos nacionais, muitas vezes (como no WAMPS ou no SBQS) utiliza-se o padrão da SBC
– Regras da COPPE (http://www.coppe.ufrj.br/ensino/cpgp.html) – Regras da ABNT
q Revise cuidadosamente o texto para ver se toda a referência é citada e vice versa
59
Anexos e Apêndices
q Anexo é um texto ou documento não elaborado pelo autor do Trabalho Científico (TC) (monografia, tese etc.).
q Apêndice é um texto ou documento elaborado pelo autor do Trabalho Científico.
q Ou seja, se foi necessário você criar uma entrevista, um relatório, ou qualquer documento com o escopo de complementar sua argumentação, deve-se utilizar o termo Apêndice e não Anexo.
q Exemplos: – ANEXO A – Documento ou texto não elaborado pelo autor – APÊNDICE A – Documento ou texto elaborado pelo autor
60
Fonte: TÉCNICAS, Associação Brasileira de Normas. NBR 14724 - Informação e documentação — trabalhos acadêmicos — apresentação. Rio de Janeiro: Impresso no Brasil, 2010. apud http://www.tudosobremonografia.com/2011/01/diferenca-entre-anexo-e-apendice.html
11
Televisão, Petróleo, Homens e Ilhas
q Redação: – Clareza – Objetividade – Encadeamento – Resultados
q Estrutura do parágrafo segue a estrutura do texto: – Introdução – Desenvolvimento – Conclusão
61
A forma do texto
q A forma do texto influencia na qualidade geral do trabalho. – Se a forma não está adequada é difícil avaliar as reais
contribuições dos autores. – Um artigo com a estrutura inadequada pode ser recusado. – Um artigo mal escrito tem mais chances ainda de ser recusado.
q Garanta sempre que o português do texto esteja impecável. – Um texto mal escrito não vai conseguir passar a mensagem
que os autores querem (e acham que conseguiram escrever).
62
Redação
Mensagem: q O texto tem que ter uma mensagem, a idéia principal
que se quer mostrar. q Ter certeza que você sabe o que é:
– Faça um resumo dessa mensagem em poucas palavras – Garanta que a mensagem está refletida em:
» Título » Resumo » Introdução; Estrutura e Conclusão
63 Fonte: Orientações para orientandos - Uma experiência em BD, Marta Mattoso, III Workshop de Teses e Dissertações em Bancos de Dados - 19º. Simpósio Brasileiro de Bancos de Dados
Redação
Contribuição: q Não assuma que sua contribuição é óbvia.
– 1. Diga o que você vai dizer – 2. Diga – 3. Diga o que você acabou de dizer
q Não deixe para o leitor a tarefa de descobrir o que é importante, diga explicitamente
64 Fonte: Orientações para orientandos - Uma experiência em BD, Marta Mattoso, III Workshop de Teses e Dissertações em Bancos de Dados - 19º. Simpósio Brasileiro de Bancos de Dados
Redação
Compreensão / Avaliação q Facilite a compreensão/avaliação do seu trabalho,
apresentando clara e explicitamente: – 1. Caracterização do problema – 2. Objetivo da tese (garanta que o objetivo será o MESMO ao
longo de toda a tese) – 3. Como o objetivo foi atendido – 4. Porque o objetivo foi atendido – 5. Contribuição – 6. Originalidade
65 Fonte: Orientações para orientandos - Uma experiência em BD, Marta Mattoso, III Workshop de Teses e Dissertações em Bancos de Dados - 19º. Simpósio Brasileiro de Bancos de Dados
Redação
Avaliação q O que a banca examinará:
– Trabalho original compreendendo um grau satisfatório de atividades de pesquisa
– Análise crítica dos tópicos e trabalhos relevantes – Competência no método de pesquisa e na área de pesquisa
escolhida – Independência na abordagem do problema ou técnica
apresentada – Texto bem elaborado e referências adequadas
q E para relatos de experiências? – A descrição do contexto onde a experiência é relatada é
adequada? – A experiência e seus resultados são válidos? – As lições aprendidas são interessantes e trazem algo de novo?
66
Fonte: Orientações para orientandos - Uma experiência em BD, Marta Mattoso, III Workshop de Teses e Dissertações em Bancos de Dados - 19º. Simpósio Brasileiro de Bancos de Dados
12
Escrevendo Textos
q Texto: – A língua utilizada no MSN não é português – O dialeto do telemarketing não é português – Um artigo é um texto técnico – Começo, meio e fim, nesta ordem – Textos soltos não dizem nada – Modos verbais: Imperativo, Subjuntivo e Indicativo – A reforma ortográfica já está valendo!
q Opiniões: – Se for da literatura, colocar referência. – Se não for, cuide-se!
q Uso de termos pouco formais – "saúde" de empresas
q Definir todos os termos q Cuidado ao usar o mesmo termo em diferentes acepções
67
Textos Ambíguos
q Quantos meses do ano têm 28 dias? – (a) 1 (Fevereiro) – (b) 12 (Todos os meses do ano) – (c) Nenhum, pois fevereiro às vezes tem 29 dias
q Considere as seguintes frases, extraídas de diferentes matérias jornalísticas, e responda ao que se pede. – I. Nos últimos meses, o debate sobre o aquecimento global
vem, com perdão do trocadilho, esquentando. – II. Preso vigia acusado de matar empresário.
q a) Identifique, na frase I, o trocadilho a que se refere o redator e explique por que ele pede perdão por tê-lo produzido.
q b) É correto afirmar que na frase II ocorre ambigüidade? Justifique sua resposta.
http://oglobo.globo.com/educacao/vestibular/arquivos/Fuvest2009_2afase_portugues.pdf
68
Um texto acadêmico não pode levar a duplas interpretações. A interpretação não pode depender do leitor, deve ser explícita e única.
Textos Ambíguos
http://oglobo.globo.com/educacao/vestibular/arquivos/Fuvest2009_2afase_portugues.pdf
69
Figuras de Linguagem: Texto científico não é texto literário.
Conotação e Donotação
q Texto Conotativo: – Conotação é a significação subjetiva da palavra; ocorre quando
a palavra evoca outras realidades por associações que ela provoca
q Texto Denotativo: – Denotação é a significação objetiva da palavra; é a palavra em
"estado de dicionário“ Compare: q Quem está na chuva é para se molhar. q Quando alguém opta por uma determinada experiência,
deve assumir todas as regras e conseqüências decorrentes dessa experiência.
70
Em qual das duas classificações você acha que um texto científico deveria se encaixar?
Fonte: http://acd.ufrj.br/~pead/tema04/denotacaoeconotacao.html
Uso de Palavras “fortes”
q Um ativo reutilizável possui valor imensurável tendo em vista seu potencial para reduzir o esforço de execução do processo e/ou pelo conhecimento explícito que contém.
Compare: q Um ativo reutilizável possui grande valor tendo em vista
seu potencial para reduzir o esforço de execução do processo e/ou pelo conhecimento explícito que contém.
71
Não use palvras fortes, o artigo não é para causar espécie... Exemplos de possíveis palavras fortes: q Sempre q Nunca q Imprescindível q Imensurável As palavras dependem do contexto em que estão inseridas.
Sujeito preposicionado Uso incorreto de ponto-e-vírgula
q Tendo em vista as dificuldades enfrentadas no gerenciamento do Projeto de Melhoria de Processos de Software, multiplicadas pela complexidade do ambiente das corporações; e da necessidade cada vez mais crescente das empresas alcançarem suas metas e objetivos diretamente entrelaçados ao planejamento estratégico, pode-se relacionar a estes projetos as mesmas ondas definidas pelo PMI.
Compare: q ... da necessidade cada vez mais crescente de as empresas
alcançarem suas metas ... q ... ambiente das corporações e da necessidade ...
72
As regras do português devem ser seguidas. Por mais que as estruturas possam parecer estranhas algumas vezes…
13
Uso excessivo (incorreto) de vírgulas Verbo na 1ª pessoa
q Várias são as definições de projetos que podem ser encontradas na literatura e, a seguir destacamos algumas delas:
Compare: q Várias são as definições de projetos que podem ser
encontradas na literatura e a seguir são destacadas algumas delas:
q Várias são as definições de projetos que podem ser encontradas na literatura e, a seguir, são destacadas algumas delas:
q Várias são as definições de projetos que podem ser encontradas na literatura:
73
As regras do português devem ser seguidas. Deve-se procurar sempre que o texto seja fácil de ler.
Uso excessivo de vírgulas
q Projetos que possuem alto valor para os benefícios padrão e alto risco de insucesso, devendo, ter os riscos de insucesso tratados, para que se desloquem para o quadrante da esquerda e possam, com isso prosseguir para os próximos subprocessos.
Compare: q Projetos que possuem alto valor para os benefícios padrão e
alto risco de insucesso devendo ter os riscos de insucesso tratados para que se desloquem para o quadrante da esquerda e possam, com isso, prosseguir com a execução dos subprocessos seguintes.
74
As regras do português devem ser seguidas. Vírgula não é para pausa. Não se separa o sujeito do verbo por vírgula.
Uso insuficiente de vírgulas
q Assim um novo desafio tem surgido para as organizações ... Compare: q Assim, um novo desafio tem surgido para as organizações ...
q Algumas organizações se destacam por possuírem algum tipo de programa de melhorias, baseado em um dos modelos de melhoria de processos existentes como, por exemplo, CMMI, MPS.BR, ISO 9000, ISO/IEC 12207 ou ISO/IEC 15504.
Compare: q Algumas organizações se destacam por possuírem algum tipo
de programa de melhorias baseado em um dos modelos de melhoria de processos existentes, como, por exemplo, CMMI, MPS.BR, ISO 9000, ISO/IEC 12207 ou ISO/IEC 15504.
75
As regras do português devem ser seguidas. Deve-se procurar sempre que o texto seja fácil de ler.
Crase
q E desta forma prover a alta gerência, patrocinadores, interessados e gerente, uma visão consolidada de todos os projetos que compõem o programa.
Compare: q E desta forma, prover à alta gerência, patrocinadores,
interessados e gerentes, uma visão consolidada de todos os projetos que compõem o programa.
76
As regras do português devem ser seguidas. Atenção à regência dos verbos. Por exemplo, o verbo visar é transitivo indireto, mas no Brasil costumamos suprimir a preposição antes de infinitivo Quando é que você vai comprar a sua gramática?
Uso de Verbos na 1ª Pessoa Concordância
q Por isso, definiremos primeiramente o conceito de projetos, gerência de projetos e posteriormente os conceitos de portfólio e gerência de portfólio.
Compare: q Por isso, serão definidos primeiramente os conceitos de
projetos e gerência de projetos e, posteriormente, os conceitos de portfólio e gerência de portfólio.
77
Evite utilizar verbos na 1a pessoa. Altere a frase para deixar o texto impessoal. Pode-se utilizar a voz passiva. Essa regra não se aplica totalmente a textos em inglês (onde voz passiva nem sempre é indicada e pode deixar a estrutura da frase confusa). E, só para não perder o costume: As regras do português devem ser seguidas.
Uso de Advérbios de Modo
q Por isso, serão definidos primeiramente o conceito de projetos, gerência de projetos e posteriormente os conceitos de portfólio e gerência de portfólio.
Compare: q Por isso, serão definidos a princípio o conceito de projetos,
gerência de projetos e, depois, os conceitos de portfólio e gerência de portfólio.
q Por isso, serão definidos o conceito de projetos, gerência de projetos e os conceitos de portfólio e gerência de portfólio.
78
O texto deve ser fácil e agradável de ler.
14
Consistência entre Texto e Referências
q Diversos estudos indicam que a estratégia de negócio pode ser alcançada ou ligada à gerência de portfólio através da seleção e execução dos projetos adequados dentro do processo de alinhamento estratégico (SRIVANNABOON, 2006).
Compare: q Estudos indicam que a...
79
Se são diversos, por que só há uma referência?
Redundância
q O principal objetivo dessa atividade é decidir se o projeto deve ser aprovado ou postergado baseando-se no critério de balanceamento através da sobreposição do mapa de investimento estratégico desejado e o mapa de investimento estratégico atual. Assim, um objetivo importante dessa atividade é balancear os investimentos entre as áreas e subáreas de investimento.
Compare: q O principal objetivo dessa atividade é decidir se o projeto
deve ser aprovado ou postergado baseando-se no critério de balanceamento através da sobreposição do mapa de investimento estratégico desejado e o mapa de investimento estratégico atual. Com isso, serão balanceados os investimentos entre as áreas e subáreas de investimento.
80 A coerência do texto deve ser mantida sempre.
Uso de Referências no Abstract/Resumo
q O processo foi construído com base nas melhores práticas de gerência de projetos PMBOK:2004 (PMBOK, 2004), programa (PMI, 2006b) e portfólio (PMI, 2006a), encontradas na literatura, e está aderente ao processo de gerência de portfólio de projetos da norma ISO/IEC 12207:2008 (ISO/IEC12207, 2008).
Compare: q O processo foi construído com base nas melhores práticas
de gerência de projetos, programa e portfólio encontradas na literatura e está aderente ao processo de gerência de portfólio de projetos da norma ISO/IEC 12207:2008.
81
Tecnicamente o artigo só começa após o abstract/resumo, então não deveria ter referências bibliográficas ainda. O abstract deve ser curto e fácil de ler. Não se esqueça que é o resumo do artigo, não o artigo.
Relação entre Causa e Efeito
q Estudos indicam que a estratégia de negócio pode ser alcançada ou ligada à gerência de portfólio através da seleção e execução dos projetos adequados dentro do processo de alinhamento estratégico. Por isso, definiremos primeiramente o conceito de projetos, gerência de projetos e posteriormente os conceitos de portfólio e gerência de portfólio.
Compare: q Para melhor entendimento, faz-se necessário definir termos
como... q A seguir, serão definidos os conceitos de projetos, gerência
de projetos, portfólio e gerência de portfólio.
82
Citações com Diferentes Estilos
q Gerência de projetos é o planejamento, programação e controle de uma série de tarefas integradas de forma a atingir, com êxito, os objetivos do projeto, para benefício dos envolvidos [Kerzner, 2002].
q O PMI (Project Management Institute) [1] define gerência de projetos como sendo a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas nas atividades do projeto com o objetivo de atender as suas necessidades.
83
Deve-se padronizar estilo do texto e também das referências. Verifique o padrão na chamada de trabalhos.
Referência a Figuras
q ... como mostra a Figura 1 – Realização dos objetivos e metas através de projetos e as restrições organizacionais .
q ... como mostra a figura abaixo.
Compare: q ... como mostra a Figura 1.
84
Todas as figuras devem ser referenciadas no texto. Deve-se referenciá-las antes de aparecerem no texto. Deve-se sempre referenciar as figuras por um número sequencial. A referência à figura não deve repetir a sua legenda. Cuidado com o uso excessivo de figuras. Deve haver uma explicação para cada figura. O leitor não deve (nem tem condições de) advinhar o que a figura quer dizer e porque ela foi inserida no texto. A semântica das figuras é importante. Se for usar uma notação específica, justifique/saiba por que ela foi utilizada. Procure não misturar notações diferentes.
15
Traduções Incorretas / Não Recomendadas
q comprehensive – abrangente – compreensivo
q to support – apoiar – suportar
q performance – desempenho – performance
http://www.ime.usp.br/~kon/ResearchStudents/traducao.html
Verifique a tradução correta para os termos que quer utilizar. Nem sempre a tradução mais utilizada é a correta… Mas tenham cuidado também com o português, utilizem a expressão correta... Por exemplo: - de encontro / ao encontro - tão pouco / tampouco http://www.cintiabarreto.com.br/didatica/curiosidadesgraficas.shtml
Informalidade da Fala na Escrita Uso de pronomes
q A organização irá utilizar a baseline estabelecida através da caracterização como base de comparação com um desempenho futuro.
Compare: q A organização utilizará a baseline estabelecida através da
caracterização como base de comparação com um desempenho futuro.
q No benchmarking interno a busca pelas melhores práticas ocorre dentro da própria organização. Ele utiliza medidas básicas da organização.
Compare: q No benchmarking interno a busca pelas melhores práticas
ocorre dentro da própria organização. São utilizadas medidas básicas da organização.
86 O texto científico é um texto formal.
Frases Grandes
q A idéia básica por trás do benchmarking aplicado aos projetos de melhoria de processos de software é que, para cada novo projeto, há outros projetos que se assemelham àquele e que já foram realizados ou ainda estão sendo realizados de forma que muitas das informações derivadas destes projetos podem servir de base para o planejamento ou para a análise do desempenho de outros projetos que estão em fase de iniciação ou em execução.
Compare: q A idéia básica por trás do benchmarking aplicado aos projetos de
melhoria de processos de software é que, para cada novo projeto, há outros projetos que se assemelham àquele e que já foram realizados ou ainda estão sendo realizados. Assim, muitas das informações derivadas destes projetos podem servir de base para o planejamento ou para a análise do desempenho de outros projetos que estão em fase de iniciação ou em execução.
87
Deve-se procurar sempre que o texto seja fácil de ler. Evite o uso de ‘que’ nas frases. Procure fazer as frases não maiores que 3 ou 4 linhas. Só não exagere e crie textos telegráficos…
Uso de “o mesmo”
q Testes têm como objetivo verificar dinamicamente o comportamento de um programa, usando um conjunto de casos de teste adequadamente selecionados, em relação ao comportamento esperado para o mesmo [SWEBOK, 2004].
q Testes têm como objetivo verificar dinamicamente o comportamento de um programa, usando um conjunto de casos de teste adequadamente selecionados, em relação ao comportamento esperado [SWEBOK, 2004].
88
O uso de ‘o mesmo’ tecnicamente não fere regras gramáticais, mas interefere no estilo do texto. Em geral, pode-se retirar ‘o mesmo’ do frase sem perda do significado. Menos é mais...
Outros vícios de linguagem: a nível de, através de, numa/num, uso de numerais (3) no texto, não-uso de pronomes pessoais
Termos a Serem Evitados
q Advérbios q Brincadeiras, Ironia ou
Piadas q “ruim” e “bom” (não
julgue) q “perfeito” (nada é) q “uma solução ideal” q “hoje em dia”,
“atualmente” q “em breve” q “Ficamos surpresos ao
perceber que...” q “parece que...” q “parece mostrar que...” q “diferente” (de quê?)
q “provavelmente” q “simples” q “obviamente”,
“claramente” (para quem?)
q “na verdade” q Segunda pessoa q Primeira pessoa q “um pesquisador
famoso” q “poucos”, “muitos”,
“todos”, “nenhum” (quem disse? Como foi provado?)
q “deve” (quem disse?)
Wazlawick, 2007 Fonte: Santoro, F., Notas de Aula – Apresentação do Metodologia da Pesquisa Científica 2010.2, Programa de Pós-Graduação em Informática – UNIRIO. apud Wazlawick, 2007
Escrevendo Textos
q Regra de ouro para escrever textos: – Defina – Leia – Pense – Estruture – Escreva, imprima, leia – Escreva, imprima, leia – Escreva, imprima, leia – Escreva, imprima, leia – Escreva, imprima, leia – Escreva, imprima, leia – Escreva, imprima, leia – Escreva, imprima, leia – Escreva, imprima, leia – Escreva, imprima, leia – Escreva, imprima, leia
90
16
Ética...
q ... em Sala de Aula – Não colar ou dar cola em
provas – Não plagiar o trabalho – Não trapacear nas leituras e
listas de exercício – Não sobrecarregar os colegas
do grupo – Não assinar presença por
colegas – Dar crédito apropriado quando
usar trabalhos de terceiros (ver nota de rodapé!)
q E na Pesquisa?
91 Fonte: Murta, L., Notas de Aula – Apresentação do Curso de Engenharia de Software 1 2009/1,
Instituto de Computação - UFF
Ética na Pesquisa
q Necessidade de postura ética em relação à computação: – Profissionais de computação – Usuários e Clientes – Ser Humano
q “Comportamento do cientista” (Merton, 1942) – Comunalismo: requer que o conhecimento científico seja
público – Universalismo: requer que a ciência seja independente de raça,
cor, credo... – Desinteresse: requer que os resultados da pesquisa não sejam
manipulados – Ceticismo organizado: requer que afirmações não devam ser
aceitas pela palavra da autoridade
92 Fonte: Santoro, F., Notas de Aula – Apresentação do Metodologia da Pesquisa Científica 2010.2, Programa de Pós-Graduação em Informática - UNIRIO
Ética na Pesquisa
q Algumas questões para reflexão (Wainer, 2007) – Participação em experimentos
» O sujeito de um experimento em ciência da computação deve ser informado que ele participa de um experimento ou isso não é necessário?
» Se ele tiver que ser informado, é preciso que ele o seja antes e concorde em participar, ou só e preciso que ele concorde, após o experimento, que os dados sejam utilizados na pesquisa, desde que certas salvaguardas sejam tomadas?
– Pesquisas qualitativas » Que garantias de anonimato da organização na publicação
final dos resultados são apropriadas? » A organização tem poder de veto na publicação dos
resultados? » Se a organização já autorizou a pesquisa, é preciso pedir
consentimento a cada um dos sujeitos estudados?
93 Fonte: Santoro, F., Notas de Aula – Apresentação do Metodologia da Pesquisa Científica 2010.2, Programa de Pós-Graduação em Informática - UNIRIO
Plágio e Auto Plágio
q Plágio x Pesquisa – Plágio não é pesquisa – Pesquisa não é plágio
q Sempre referencie os autores de quem você cita um texto
q Não copie um trecho completo de um trabalho alheio, mesmo referenciando. Isso pode ser considerado plágio.
q Auto-plágio – Posso publicar um mesmo artigo em vários lugares diferentes?
» Infelizmente não. » Descubra como transformar a experiência em outro artigo J
– Mesmo quando se copia um trecho de um trabalho anterior seu é preciso referenciá-lo!
– Auto-plágio tem sido cada vez menos tolerado... 94
Processo de Revisão
q Os artigos submetidos a eventos científicos serão avaliados por revisores selecionados (em geral, 2 a 3)
q Ajuste de foco do artigo com a chamada do evento – Deve ser feito antes da submissão. Se o foco estiver errado,
aumentam as chances de o artigo ser recusado – Analise a lista de revisores para tentar inferir o possível foco
que será dado nas revisões q Garanta uma boa revisão prévia do artigo.
– Não é trabalho do revisor corrigir o seu trabalho, mas sim apontar os pontos fortes e fracos e a adequação ao evento.
q Submissão do artigo. – Verifique o sistema de submissão (no Brasil, é comum o uso do
JEMS, no exterior, do EasyChair. Também pode ser e-mail). – Verifique a data limite (não há garantias que ela seja alterada!)
q É de bom tom corrigir os itens apontados pelos revisores (eles não foram escolhidos ao acaso), apesar de não haver uma segunda revisão... 95
Processo de Seleção de Artigos
q Pesquisadores selecionam coordenador do comitê de programa
q Coordenador do comitê de programa seleciona membros do comitê de programa
q Coordenador do comitê de programa apresenta Chamada de Trabalhos (Call for Papers)
q Autores submetem artigos q Coordenador do comitê de programa distribui artigos para
os membros do comitê q Membros do comitê redistribuem artigos para revisores (se
for o caso) q Revisores apresentam revisão dos artigos q Membros do comitê e coordenador decidem quais artigos
serão aceitos
Fonte: Santoro, F., Notas de Aula – Apresentação do Metodologia da Pesquisa Científica 2010.2, Programa de Pós-Graduação em Informática - UNIRIO
17
Comunicação da Revisão
q Variam de acordo com a conferência/periódico
q Avaliação numérica (notas em critérios) – Originalidade – Conteúdo técnico – Relevância – Contribuição – Referencial teórico – Clareza na escrita, organização do texto e apresentação
q Avaliação qualitativa – Resumo da contribuição – Pontos positivos – Pontos negativos
Fonte: Santoro, F., Notas de Aula – Apresentação do Metodologia da Pesquisa Científica 2010.2, Programa de Pós-Graduação em Informática - UNIRIO
Critérios de Avaliação de Artigos do SBQS
q Originalidade e Contribuição: – O artigo apresentado é original dentro da área do evento,
apresentando contribuição relevante? O conteúdo apresentado no artigo não foi ainda publicado em outro evento ou journal?
– 1: Nada original 2: Fracamente original 3: Um pouco original 4: Bem original 5: Extremamente original
q Relevância para a Chamada de Trabalhos: – O tema do artigo é relevante para o evento, levando-se em
conta sua chamada de trabalhos? – 1: Totalmente irrelevante 2: Fracamente relevante 3: Um
pouco relevante 4: Bem relevante 5: Extremamente relevante q Caracterização do contexto:
– O artigo apresenta e caracteriza o contexto em que a experiência foi realizada?
– 1: Embasamento/caracterização ausente 2: Embasamento/ caracterização fraca 3: Embasamento/caracterização boa 4: Embasamento/ caracterização ótima 5: Embasamento/ caracterização excelente
Critérios de Avaliação de Artigos do SBQS
q Qualidade técnica: – O artigo tem qualidade técnica? – 1: Totalmente sem qualidade técnica 2: Qualidade técnica fraca
3: Qualidade técnica boa 4: Qualidade técnica ótima 5: Qualidade técnica excelente
q Apresentação: – O artigo está bem organizado, é fácil de ler e foi bem
apresentado? Considere o enquadramento dentro da formatação do evento e a facilidade para compreensão.
– 1: Apresentação péssima 2: Apresentação ruim 3: Apresentação boa 4: Apresentação ótima 5: Apresentação excelente
99
Critérios de Avaliação de Artigos do SBQS
q Experiência na prática: – O artigo apresenta uma experiência concreta na prática? (obs:
para relatos de experiência, é obrigatório que eles demonstrem uma experiência na prática)
– 1: Avaliação/experiência na prática ausente 2: Avaliação/experiência na prática fraca 3: Avaliação/experiência na prática boa 4: Avaliação/experiência na prática ótima 5: Avaliação/experiência na prática excelente
q Resumo (Summary): – (Uma breve descrição do artigo)
q Pontos Fortes (Paper Strengths): q Pontos Fracos (Paper Weakness): q Comentários para os Autores (Comments to Authors):
– (Comentários e sugestões para o autor melhorar a qualidade do artigo)
q E ainda um campo que só os revisores veem… 100
Preparando a Apresentação
q Escolhendo o Modelo de Slides – Pode parecer besteira, mas é importante… – Escolha um modelo bonito e simples
» Contraste de cores e letras de tamanho adequado – Evite figuras de fundo e letras rebuscadas – Lembre-se que as pessoas do fundo da sala devem poder ler o
conteúdo dos slides q Evite colocar muito texto nos slides
– O objetivo do texto é guiar a apresentação, e não ser lido – Não é para colocar o texto completo do artigo na apresentação
q Estrutura dos slides – Baseie-se na estrutura do texto, mas não se prenda a ela – Nem sempre a estrutura do artigo é adequada em uma
apresentação – Lembre-se que o filme baseado no livro é diferente do livro…
101
Preparando a Apresentação
q Treinando a apresentação – Treine! – Ao falar em voz alta, conseguimos perceber se o texto flui de
forma adequada – Elimine os textos supérfluos, reorganize a apresentação
q A apresentação no dia – Fique calmo – Fale pausadamente – Demonstre segurança – Não leia, apresente – Vá bem vestido! J
q Respondendo às perguntas – Prepare-se para as perguntas mais difíceis – Se não for uma pergunta, não responda – Você não estará participando de um debate, nada de réplicas e
tréplicas 102
18
Referências q EASTERBROOK, S., SINGER, J., STOREY, M., DAMIAN, D., Selecting Empirical Methods
for Software Engineering Research. In F. Shull, J. Singer and D. Sjøberg(eds) Guide to Advanced Empirical Software Engineering, Springer, 2007.
q FUGGETTA, A., 2000, "Software Process: a roadmap". In: Proceedings of the Conference on the Future of Software engineering - International Conference on Software Engineering, pp. 25-34, Limerick, Ireland.
q ROCHA, A. R. C., MALDONADO, J. C., WEBER, K. C., 2001, “Qualidade de Software: Teoria e Prática”, Prentice Hall.
q SCHOTS, N. C. L., Uma Abordagem para a Identificação de Causas de Problemas Utilizando Grounded Theory. Dissertação de Mestrado. COPPE/UFRJ, 2010.
q SHAW, M., What Makes Good Research in Software Engineering, International Journal of Software Tools for Technology Transfer, 2002, vol. 4, no. 1, pp 1-7.
q SHAW, M., Writing Good Software Engineering Research Papers – Minitutorial, ICSE 2003.
q WAZLAWICK, R. S., 2009, “Metodologia de Pesquisa para Ciência da Computação”, 1a edição, Elsevier Editora, Rio de Janeiro.
q Curiosidades Gráficas: Palavras e termos semelhantes, mas com significados diferentes: http://www.cintiabarreto.com.br/didatica/curiosidadesgraficas.shtml
q Notas sobre escrita de textos na área de Sistemas de Computação na língua de Camões: http://www.ime.usp.br/~kon/ResearchStudents/traducao.html
q Alguns slides deste mini-curso foram baseados em material de outras pessoas, conforme citado em slides específicos. Meus agradecimentos ao auxílio prestado.
103
Como Escrever um Relato de Experiência
Gleison Santos gleison.santos@uniriotec.br
WAMPS 2011 - VII Workshop Anual do MPS
top related