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INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Políticas de Ambiente 2013-14 - Alterações Climáticas António Gonçalves Henriques 1 ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS António Gonçalves Henriques 240 W/m 2 343 W/m 2 103 W/m 2 240 W/m 2 168 W/m 2

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INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Políticas de Ambiente 2013-14 - Alterações Climáticas

António Gonçalves Henriques 1

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

António Gonçalves Henriques

240 W/m2

343 W/m2

103 W/m2 240 W/m2

168 W/m2

INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Políticas de Ambiente 2013-14 - Alterações Climáticas

António Gonçalves Henriques 2

EFEITO DE ESTUFA • O efeito estufa é o processo de aquecimento da superfície e da

baixa atmosfera de um planeta pela absorção e emissão de radiação

infravermelha pelos gases na atmosfera. Foi proposto por Joseph

Fourier em 1824 e foi investigado quantitativamente por Svante

Arrhenius em 1896.

• Em condições naturais, a ocorrência de gases de efeito estufa têm

um efeito de aquecimento médio da superfície terrestre de cerca

de 33 °C.

• O vapor de água, em particular nas nuvens e na humidade

atmosférica é a causa de cerca de 36 a 70% do efeito estufa.

• Além do vapor de água, os principais gases com efeito de estufa são

o dióxido de carbono (CO2), 9 a 26%; o metano (CH4), 4 a 9%; e o

ozono (O3), 3 a 7%.

Composição da atmosfera Gás %

Azoto (N2) 78,084

Oxigénio (O2) 20,946

Argon (Ar) 0,9340

Dióxido de carbono (CO2) 0,0390

Neon (Ne) 0,001818

Hélio (He) 0,000524

Metano (CH4) 0,000179

Crípton (Kr) 0,000114

Hidrogénio (H2) 0,000055

Óxido nitroso (N2O) 0,00003

Monóxido de carbono (CO) 0,00001

Xénon (Xe) 0,000009

Ozono (O3) 0 a 0,0000007

Dióxido de azoto (NO2) 0,00000002

Iodo (I) 0,00000001

Amónio (NH3) Vestígios

Vapor de água 0,4 (atmosfera)

1 a 4 (superfície)

INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Políticas de Ambiente 2013-14 - Alterações Climáticas

António Gonçalves Henriques 3

180 200 220 240 260 280

Temperatura (ºK)

1000

100

10

1

0,1

0,01

0,001

1000

100

10

1

0,1

0,01

0,001

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Den

sid

ade

(g/m

3 )

Pre

ssão

(m

b)

Troposfera

Estratosfera

Mesosfera

Termosfera

Mesopausa

Estratopausa

Tropopausa

Alt

itu

de

(km

)

99,99997% da atmosfera, em massa,

está abaixo de 100 km de altitude

90% da atmosfera, em massa, está a

uma altitude inferior a 16 km.

50% da atmosfera, em massa, está a

uma altitude inferior a 5,6 km.

INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Políticas de Ambiente 2013-14 - Alterações Climáticas

António Gonçalves Henriques 4

1 µm 10 µm 100 µm 1 mm 1 cm 10 cm 1 m 10 m 100 m 1 km 1 nm 10 nm 100 nm 0,01 nm 0,1 nm

Raios gama, raios X e luz ultravioleta bloqueadas nas camadas superiores da atmosfera

Luz visível observável da Terra, com alguma distorção atmosférica

Espectro de radiação infravermelha absorvido pelos gases da atmosfera

Ondas de rádio observáveis da Terra

Ondas de grande comprimento bloqueadas

100%

75%

50%

25%

0%

Opaci

dade d

a a

tmosf

era

Comprimento de onda

Opacidade electromagnética da atmosfera da Terra

Espectro da radiação solar

INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Políticas de Ambiente 2013-14 - Alterações Climáticas

António Gonçalves Henriques 5

Especto da Radiação Solar

Comprimento de onda (nm)

Radia

ção e

spect

ral (W

/m2/n

m)

Visível Infravermelho

Luz solar no topo da atmosfera

Espectro de um corpo negro a 5250 ºC

Luz solar ao nível do mar

Bandas de absorção

240 W/m2

343 W/m2

103 W/m2 240 W/m2

168 W/m2

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Radiação transmitida pela atmosfera

Inte

nsi

dade e

spect

ral

Perc

enta

gem

Princi

pais

com

ponente

s

Comprimento de onda (µm)

Dispersão de Rayleigh

Óxido Nitroso

Metano

CO2

Vapor de água

Absorção e dispersão

total

Oxigénio e ozono

Radiação solar incidente 70 a 75% da radiação emitida

Radiação térmica reflectida 15 a 30% da radiação emitida

CICLO DO CARBONO (valores em 109 ton)

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António Gonçalves Henriques 7

AUMENTO DOS GASES COM EFEITO DE ESTUFA

• A actividade humana desde a Revolução Industrial aumentou a quantidade

de gases de efeito estufa presentes na atmosfera, nomeadamente de CO2,

metano, ozono troposférico, CFCs e óxido nitroso, provocando um

aumento da absorção da radiação reflectida pela superfície terrestre e o

aquecimento da baixa atmosfera.

• As concentrações de CO2 e de metano aumentaram em 36% e 148%

respectivamente desde 1750. Estes níveis são muito superiores aos

observados durante os últimos 800 000 anos, período para o qual há

dados obtidos a partir de amostras de gelo. Evidências geológicas menos

directas indicam que terão ocorrido valores de CO2 superiores a este pela

última vez há cerca de 20 milhões de anos.

• A queima de combustíveis fósseis produziu cerca de três quartos do

aumento do CO2 a partir da actividade humana ao longo dos últimos 20

anos. O restante aumento é causado principalmente por mudanças no uso

da terra, especialmente pelo desmatamento.

AUMENTO DOS GASES COM EFEITO DE ESTUFA

1 ton de CO2 é equivalente a:

• Combustão de cerca de 424 L de gasolina.

• Combustão de cerca de 2,3 barris de petróleo equivalentes

(1 bpe = 159 L de petróleo = 0,176 tep = 7,37 GJ = 2,05 MWh).

• 1 veículo ligeiro de passageiros emite cerca de 2,78 ton por ano

(consumo médio de 8L/100km, percurso anual de 15 000 km).

• 1 alojamento médio emite 0,659 ton de CO2 por ano.

• 1 ha de floresta retém cerca de 3 ton de CO2 por ano.

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António Gonçalves Henriques 8

CAUSAS DAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

O CO2, o vapor de água e outros gases (CH4, N2O) absorvem a radiação

infra-vermelha reflectida da superfície terrestre para o espaço. Estes gases

representam menos de 0,1% da atmosfera.

A energia da radiação infra-vermelha reflectida é transferida para as

camadas mais altas da atmosfera por mecanismos como a evaporação,

correntes de ar, formação de nuvens e precipitação.

A alteração da composição da atmosfera, por aumento de gases com efeito

de estufa, GEE, altera balanço entre a energia recebida e a energia emitida

pela superfície terrestre e pela própria atmosfera.

A duplicação da concentração de GEE no início do sec. 21 reduz a

quantidade de energia reflectida para o espaço de 2% (equivalente à

energia da combustão de 3 milhões de toneladas de petróleo por minuto).

Esta energia não se limita a ficar acumulada na atmosfera.

Em resposta o clima é alterado (aumento global da temperatura e mudança

nos padrões climáticos - precipitação e dinâmica das massas de ar).

Concentração de CO2 na atmosfera em ppm

Dióxido de Carbono Atmosférico

Medido em Mauna Loa, Hawaii

Conce

ntr

açã

o d

e d

ióxid

o d

e c

arb

ono (

ppm

v)

Ciclo anual

Jan Abr Jul Out Jan

INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Políticas de Ambiente 2013-14 - Alterações Climáticas

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Fonte: NASA/Goddard Space Flight Center Scientific Visualization Studio, NASA/JPL Atmospheric Infrared Sounder Project

365 370 375 380 ppm

Concentração de CO2 na troposfera

0,0 0,3 0,6 1,0 Índice composto MYD13C1

Índice padronizado MODIS

Emissões globais de carbono para a atmosfera

Fonte: Global Carbon Project 2013 (www.globalcarbonproject.org)

Gto

n d

e ca

rbo

no

po

r an

o

1,5

4

INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Políticas de Ambiente 2013-14 - Alterações Climáticas

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Principais fontes de emissão de carbono para a atmosfera

Gto

n d

e ca

rbo

no

po

r an

o

Carvão 43%

Petróleo 34%

Gás 18%

Cimento 5%

Fonte: Global Carbon Project 2013 (www.globalcarbonproject.org)

País Emissões totais

(Mton/ano) Percentagem

Emissões per capita (ton/ano)

Mundial 33 376 4,9

China 9 700 29,1% 7,2

EUA 5 420 16,2% 17,3

Índia 1 970 5,9% 1,6

Rússia 1 830 5,5% 12,8

Japão 1 240 3,7% 9,8

Transportes internacionais

1 040 3,1% -

Alemanha 810 2,4% 9,9

Coreia do Sul 610 1,8% 12,6

Canadá 560 1,7% 16,2

EMISSÕES DE GASES COM EFEITO DE ESTUFA (em 2011)

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EMISSÕES DE GASES COM EFEITO DE ESTUFA

(evolução 1990 a 2011)

EMISSÕES DE GASES COM EFEITO DE ESTUFA

(evolução 1990 a 2011)

INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Políticas de Ambiente 2013-14 - Alterações Climáticas

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EMISSÕES DE GASES COM EFEITO DE ESTUFA PER CAPITA

(evolução 1990 a 2011)

EMISSÕES DE GASES COM EFEITO DE ESTUFA

PER CAPITA (em 2010)

Fonte: European Commission, Joint Research Centre (JRC)/PBL Netherlands Environmental Assessment Agency 2011. Emission Database for Global Atmospheric Research (EDGAR), release version 4.2.

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António Gonçalves Henriques 13

Principais emissões de gee por sector Processos industriais

Produção de electricidade (Centrais térmicas)

Gestão de resíduos

Usos do solo e queima de biomassa

Usos residenciais, comerciais e serviços

Extracção, processamento e distribuição de combustíveis fósseis

Subprodutos agrícolas

Transporte de combustíveis

Dióxido de carbono (72% do total)

Metano (18% do total)

Óxido nitroso (72% do total)

CONSEQUÊNCIAS VERIFICADAS E ESPERADAS

DAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

• Aquecimento verificado: cerca de 0,8 ºC desde 1900, cerca de 0,5 ºC desde 1980.

• Aquecimento esperado até 2100: 1,1 ºC a 2,9 ºC, para o cenário de emissões mais baixas, a 2,4 ºC a 6,4 ºC, para o cenário de emissões mais elevadas.

• A década de 1990 foi a mais quente do último milénio. 1998 foi o ano com temperaturas médias globais mais elevadas, associado à maior actividade do El Niño. Nos anos 2005 e 2010 a temperatura média global excedeu a de 1998 (fonte: WMO statement on the status of the global climate in 2010).

• Entre os 13 anos mais quentes desde 1880, 11 foram os anos de 2001 a 2011.

• Grande incerteza nos efeitos globais e à escala regional e local.

• Aumento da frequência de fenómenos extremos e catástrofes.

• Alteração dos padrões de distribuição da precipitação: aumento do stress hídrico. Em que regiões?

• Deslocação das zonas climáticas para os pólos: 150 km a 550 km para a variação de 1 ºC a 3,5 ºC.

• Degelo e expansão térmica das águas do mar: Subida do nível médio das águas do mar (10 a 20 cm no séc. 20, 9 a 88 cm no séc. 21).

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António Gonçalves Henriques 14

Fonte: http://data.giss.nasa.gov/gistemp/

Temperatura Global (Oceanos e Terras Emersas) Anom

alia

s da t

em

pera

tura

(ºC)

Temperatura anual média

Médias móveis de 5 anos

Fonte: http://data.giss.nasa.gov/gistemp/

Anom

alia

da t

em

pera

tura

ºC

Alterações da temperatura média em três bandas de latitudes

Latitudes do Hemisfério Norte (90ºN a 23,6ºN)

Latitudes do Hemisfério Sul (90ºS a 23,6ºS)

Baixas Latitudes (23,6ºN a 23,6 ºS)

INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Políticas de Ambiente 2013-14 - Alterações Climáticas

António Gonçalves Henriques 15

Fonte: http://data.giss.nasa.gov/gistemp/

Anom

alia

da t

em

pera

tura

ºC

Alterações da temperatura média em três bandas de latitudes

Latitudes do Hemisfério Norte (90ºN a 23,6ºN)

Latitudes do Hemisfério Sul (90ºS a 23,6ºS)

Baixas Latitudes (23,6ºN a 23,6 ºS)

Desde 1979 as temperaturas das terras emersas aumentaram com uma taxa duas vezes superior à das temperaturas dos oceanos (0.25 °C contra 0.13 °C por década). As temperaturas dos oceanos crescem mais lentamente do que as das terras emersas porque o calor específico dos oceanos é maior e porque os oceanos perdem mais calor devido à evaporação. O Hemisfério Norte aquece mais rapidamente do que o Henisfério Sul porque tem mais terras emersas e porque tem extensas áreas cobertas com neve e com gelos, com albedo elevado. Embora seja emitida uma maior quantidade de gases com efeito de estufa no Hemisfério Norte do que no Hemisfério Sul, isso não contribui para a diferença no aquecimento observado porque a maior parte dos gases tem uma persistência na atmosfera suficientemente para que se verifique a mistura dos gases nos dois Hemisférios.

Reconstrução da temperatura global Médias móveis de 5 anos

Ano

Anom

alia

s da t

em

pera

tura

(ºC) Período quente

da Idade Média

Pequena Idade do Gelo

2004

Dados instrumentais

Dados de fontes indirectas

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António Gonçalves Henriques 16

Modelos só com factores determinantes naturais

Modelos com factores determinantes naturais e antropogénicos

Observações

Variação da temperatura anual

An

om

alia

da

te

mp

erat

ura

(ºC

)

An

om

alia

da

te

mp

erat

ura

(ºC

)

An

om

alia

da

te

mp

erat

ura

(ºC

)

An

om

alia

da

te

mp

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ura

(ºC

)

An

om

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da

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mp

erat

ura

(ºC

)

Ano

Ano

Ano

Ano

Ano

Ano

An

om

alia

da

te

mp

erat

ura

(ºC

)

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António Gonçalves Henriques 17

Variação da temperatura anual

Modelos só com factores determinantes naturais

Modelos com factores determinantes naturais e antropogénicos

Observações

An

om

alia

da

tem

per

atu

ra (

ºC)

An

om

alia

da

tem

per

atu

ra (

ºC)

An

om

alia

da

tem

per

atu

ra (

ºC)

Ano Ano Ano Ano

Global Global terras emersas Global oceanos

OCEANOS

93,4%

Atmosfera 2,3%

Continentes 2,1%

Glaciares e calotes geladas 0,9%

Gelos do mar Árctico 0,8%

Gelos da Gronelândia 0,2%

Gelos da Antárctida 0,2%

DISTRIBUIÇÃO DO AQUECIMENTO GLOBAL

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Redução da espessura dos glaciares

Variação da espessura média dos glaciares (cm/ano)

Variação acumulada da espessura média dos glaciares (m)

Fonte: Institute of Arctic and Alpine Research

SUBIDA DO NÍVEL DO MAR Registos de marés

Médias móveis de 3 anos

Imagens de satélites

Sub

ida

do

nív

el d

o m

ar (

cm)

INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Políticas de Ambiente 2013-14 - Alterações Climáticas

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Sub

ida

do

nív

el d

o m

ar (

cm)

Pro

jecç

ões

IP

CC

Anos

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GASES COM EFEITO DE ESTUFA

AFECTADOS PELA ACTIVIDADE HUMANA

Gás

Concentração na

troposfera antes

de 1750

Concentração na

troposfera

recente (2010)

Potencial de

aquecimento

global

(100 anos)

Tempo de

permanência na

atmosfera

(anos)

Aumento do

potencial de

radiação (W/m2)

Concentrações em partes por milhão (ppm)

Dióxido de carbono (CO2) 280 390,5 1 ~100 1,79

Concentrações em partes por bilião (ppb)

Metano (CH4) 700 1871/1750 25 12 0,50

Óxido nitroso (N2O) 270 323/322 298 114 0,18

Ozono troposférico (O3) 25 34 n,d, horas/dias 0,35

Concentrações em partes por trilião (ppt)

CFC-11

(triclorofluorometano)

(CCl3F)

zero 241/239 4,750 45 0,060

CFC-12 (CCl2F2) zero 534/532 10,900 100 0,17

CF-113(CCl2FFClF2) zero 75/75 6,130 85 0,024

HCFC-22(CHClF2) zero 220/196 1,810 12 0,041

HCFC-141b(CH3CCl2F) zero 22/19 725 9,3 0,0025

HCFC-142b(CH3CClF2) zero 22/20 2,310 17,9 0,0031

Halon 1211 (CBrCIF2) zero 4,3/4,1 1,890 16 0,001

Halon 1301 (CBrCIF3) zero 3,3/3,2 7,140 65 0,001

HFC-134a(CH2FCF3) zero 64/53 1,430 14 0,0055

Tetracloreto de carbono

(CCl4)

zero 87/85 1,400 26 0,012

Hexafluoreto de enxofre

(SF6)

zero 7,41/6,82 22,800 3200 0,0029

Outros halocarbonetos zero Varia conforme a

substância total 0,021

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Concentração de Dióxido de Carbono

Medições directas

Medições indirectas (amostras das calotes de gelo)

Fluxo de Carbono

Combustíveis fósseis

Fluxo total (todas as fontes e sumidouros)

10

12 k

g d

e c

arb

ono/a

no

Part

es

por

milh

ão e

m v

olu

me

Combustível (g/kWh)

Gás natural 181

Petróleo liquefeito 215

Propano 215

Gasolina para a aviação 237

Gasolina para os automóveis 241

Querosene 246

Fuelóleo 249

Queima de pneus 293

Madeira e desperdícios da madeira 302

Carvão betuminoso 317

Carvão sub-betuminoso 330

Carvão (lenhite) 333

Coque de petróleo 348

Carvão (antracite) 351

Massa de CO2 emitido por unidade de energia para os vários tipos de combustível

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António Gonçalves Henriques 22

Evolução das emissões dos gee

Fonte: National Oceanic and Atmospheric Administration NOAA (http://www.esrl.noaa.gov/gmd/aggi/)

Dióxido de Carbono Óxido Nitroso

Metano CFC-12 CFC-11

pp

m (

10-6

)

pp

b (

10-9

)

pp

b (

10-9

)

pp

t (1

0-1

2)

Projecções do aquecimento global

Anom

alia

s da t

em

pera

tura

(ºC)

INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Políticas de Ambiente 2013-14 - Alterações Climáticas

António Gonçalves Henriques 23

Previsão do aquecimento global

No fim do século 21 relativamente a 2000

Aumento da temperatura (ºC)

Fonte: IPCC Fourth Assessment Report: Climate Change 2007

Água

Ecossistemas

Aumento da disponibilidade de água nas regiões tropicais húmidas e latitudes elevadas Diminuição da disponibilidade de água e aumento das secas nas latitudes médias e regiões semi-áridas Centenas de milhões de pessoas expostas a stress hídrico

Até 30% das espécies em Extinção significativa risco acrescido de extinção de espécies Descoloração Maioria dos corais Morte generalizada dos corais descolorados dos corais A biosfera terrestre tende a ser uma fonte de carbono devido à afectação de ~ 15% dos ecossistemas ~ 40% dos ecossistemas Alterações das comunidades de espécies Aumento dos riscos de incêndios Mudanças dos ecossistemas devido ao

enfraquecimento das correntes oceânicas meridionais

Aumento da temperatura (ºC) 1 2 3 4 5

Impactos previsíveis do aquecimento global

Fonte: IPCC Fourth Assessment Report: Climate Change 2007

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António Gonçalves Henriques 24

Circulação termoalina

Alimentos

Zonas costeiras

Impactos negativos localizados em pequenos agricultores, agricultura de subsistência e pescas Tendência para decréscimo da produtividade Redução da produtividade dos dos cereais nas baixas latitudes cereais nas baixas latitudes Tendência para aumento da produção Redução da produção de de cereais nas latitudes médias e elevadas cereais em algumas regiões

Aumento dos danos devidos a cheias e tempestades Cerca de 30% das zonas húmidas costeiras perdidas Milhões de pessoas sujeitas a inundações pelas águas costeiras

Aumento da temperatura (ºC) 1 2 3 4 5

Aumento de doenças por má-nutrição, diarreias, cardio-respiratórias e infecciosas Aumento da morbilidade e da mortalidade devidas a ondas de calor, cheias e secas Alteração da distribuição de algumas doenças provocadas por vectores Aumento substancial da procura dos serviços de saúde

Saúde

Impactos previsíveis do aquecimento global

Fonte: IPCC Fourth Assessment Report: Climate Change 2007

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António Gonçalves Henriques 25

Impactos previsíveis do aquecimento global

Em 2020, entre 75 e 250 milhões de pessoas devem ser expostas a stress

hídrico aumentado devido à alteração climática.

Em 2020, em alguns países, os rendimentos da agricultura de sequeiro

podem sofrer reduções até 50%. A produção agrícola, incluindo o acesso

aos alimentos, em muitos países africanos deverá ficar seriamente

comprometida., o que poderá afectar negativamente a segurança alimentar

e agravar a desnutrição.

No final do século 21, elevação do nível do mar afectará as áreas baixas

costeiras com grandes populações. O custo da adaptação poderia ascender

a pelo menos 5 a 10% do Produto Interno Bruto (PIB).

Em 2080, prevê-se um aumento de 5 a 8% das terras áridas e semi-áridas.

África

Fonte: IPCC Fourth Assessment Report: Climate Change 2007

Impactos previsíveis do aquecimento global

Em 2050, na Ásia Central, Oriental, do Sul e do Sudeste deverâo diminuir as

disponibilidades hídricas, particularmente nas grandes bacias hidrográficas.

Nas zonas costeiras, especialmente nas regiões densamente povoadas dos

megadeltas no Sul, Leste e Sudeste da Ásia, os riscos de inundações

provocadas pelas cheias dos rios e pela subida do nível do mar deverão ser

agravados.

As alterações climáticas deverão agravar as pressões sobre os recursos

naturais e o ambiente devido à rápida urbanização, industrialização e

desenvolvimento económico.

Os riscos de morbidade e a mortalidade endémica devido a diarreias,

associadas principalmente às inundações e às secas devem ser agravadas no

Leste, Sul e Sudeste da Ásia devido às alterações previstas no ciclo

hidrológico.

Ásia

Fonte: IPCC Fourth Assessment Report: Climate Change 2007

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António Gonçalves Henriques 26

Impactos previsíveis do aquecimento global

Em 2020, prevê-se a perda significativa de biodiversidade em alguns locais

ecologicamente ricos, incluindo a Grande Barreira de Corais e nas zonas

húmidas de Queensland.

Em 2030, prevê-se um agravamento das disponibilidades hídricas nas

regiões sul e leste da Austrália e em Northland , na Nova Zelândia, bem

como em algumas regiões orientais.

Em 2030, a produção da agricultura e da silvicultura deverá diminuir em

grande parte das regiões do sul e do leste da Austrália, e em partes do leste

da Nova Zelândia, devido ao aumento das secas e incêndios. No entanto, na

Nova Zelândia, prevê-se que possam verificar-se benefícios em algumas

outras regiões.

Em 2050, prevê-se um risco acrescido para o desenvolvimento costeiro em

curso e o crescimento da população em algumas áreas da Austrália e da

Nova Zelândia devido à subida do nível do mar e aumento da intensidade e

da frequência de tempestades e inundações costeiras.

Austrália e Nova

Zelândia

Fonte: IPCC Fourth Assessment Report: Climate Change 2007

Impactos previsíveis do aquecimento global

Prevê-se que as alterações climáticas aumentem as diferenças regionais em

bens e recursos naturais. Os impactos negativos incluem o aumento do risco

de cheias no interior, inundações costeiras mais frequentes e aumento da

erosão (devido a tempestades e subida do nível do mar).

As áreas montanhosas enfrentarão retracção dos glaciares, redução da

cobertura de neve e do turismo de inverno, e as perdas de espécies

extensas (em algumas áreas até 60% em cenários de emissões altas para

2080).

No sul da Europa, prevê-se um agravamento das condições climáticas

(elevadas temperaturas e secas) nas regiões já vulneráveis às variações

climáticas, a redução das disponibilidades de água, do potencial

hidroeléctrico, o turismo de verão e, em geral, a produtividade das culturas.

Prevê-se também o aumento dos riscos para a saúde devido às ondas de

calor e do aumento da frequência dos incêndios florestais.

Europa

Fonte: IPCC Fourth Assessment Report: Climate Change 2007

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Impactos previsíveis do aquecimento global

Em meados do século, o aumento da temperatura e a diminuição da água

no solo associada poderão provocar a substituição gradual da floresta

tropical por savana no leste da Amazónia. A vegetação das regiões semi-

áridas tende a ser substituída por vegetação de regiões áridas.

Risco de perda significativa de biodiversidade devido à extinção de espécies

em muitas áreas da América Latina tropical.

Diminuição da produtividade de algumas culturas importantes e da

pecuária, com consequências adversas para a segurança alimentar. Nas

regiões temperadas, a produção de soja deve aumentar. Globalmente,

prevê-se que aumente o número de pessoas em risco de fome.

Prevêem-se alterações nos padrões de precipitação e o desaparecimento de

glaciares afectando significativamente a disponibilidade de água para

consumo humano, agricultura e produção de energia hidroeléctrica.

América Latina

Fonte: IPCC Fourth Assessment Report: Climate Change 2007

Impactos previsíveis do aquecimento global

Prevê-se o aquecimento nas montanhas ocidentais provocando a

diminuição da neve, inundações no inverno mais frequentes e maiores e

redução dos caudais durante o Verão aumentando a competição pelos

recursos hídricos.

Prevê-se o aumento da produção de agricultura de sequeiro de 5 a 20%,

variável nas diferentes regiões, nas primeiras décadas do século, devido a

alterações climáticas moderadas. Prevêem-se maiores riscos para as

culturas mais dependentes da disponibilidade de recursos hídricos.

As ondas de calor deverão ser mais frequentes, mais intensas e com maior

duração durante o curso do século, com agravamento dos impactos

adversos para a saúde.

As comunidades e os habitats costeiros serão cada vez mais afectados pelos

impactos das alterações climáticas e pelo agravamento da poluição.

América do Norte

Fonte: IPCC Fourth Assessment Report: Climate Change 2007

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Impactos previsíveis do aquecimento global

Os principais efeitos biofísicos são as reduções na espessura e extensão dos

glaciares e placas de gelo, e alterações nos ecossistemas naturais com

efeitos prejudiciais para muitos organismos, incluindo aves migratórias,

mamíferos e grandes predadores.

Para as comunidades humanas no Árctico, os impactos resultam

principalmente de alterações das condições de ocorrência da neve e do

gelo.

Em ambas as regiões polares, prevê-se o aumento da vulnerabilidade dos

ecossistemas e habitats específicos devido à redução das barreiras

climáticas às invasões de espécies de latitudes inferiores.

Regiões polares

Fonte: IPCC Fourth Assessment Report: Climate Change 2007

Impactos previsíveis do aquecimento global

A subida do nível do mar deverá agravar as inundações, tempestades,

erosão e outros riscos costeiros, ameaçando assim as infra-estruturas

básicas, os povoamentos humanos e as actividades económicas,

designadamente a agricultura, que sustentam as comunidades insulares.

Deterioração das condições costeiras, por exemplo através da erosão de

praias e branqueamento dos corais, se espera que afecte os recursos locais.

Em meados do século, as alterações climáticas deverão reduzir os recursos

hídricos em muitas pequenas ilhas, por exemplo, nas Caraíbas e no Pacífico,

que se tornam insuficientes para satisfazer as necessidades de água durante

períodos de baixa pluviosidade.

Com temperaturas mais altas, verificar-se-á a invasão de espécies não-

nativas em meados da década, especialmente nas ilhas com latitudes

médias e altas.

Pequenas ilhas

Fonte: IPCC Fourth Assessment Report: Climate Change 2007

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CONVENÇÃO SOBRE ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS RESPOSTAS

• Existe um problema: Convenção ratificada por 189 Estados (Jan

2005). Entrou em vigor em Março de 1994.

• Estabelece como objectivo último a estabilização da

concentração de GEE num nível que previna a interferência

antropogénica perigosa no clima.

• Estabelece que esse nível seja atingido num prazo suficiente

para permitir a adaptação dos ecossistemas às alterações

climáticas, que a produção de alimentos não seja afectada e

que o desenvolvimento económico se processe de forma

sustentada. Requer que se adoptem medidas preventivas e

adaptativas. Adopção do princípio da precaução.

• Que medidas devem ser adoptadas? Protocolo de Quioto de

1997, cujas negociações se concluíram em Marraquexe em

Outubro de 2001.

CONVENÇÃO SOBRE ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS RESPOSTAS

• A Convenção estabelece um ponto de partida: Tomar em

consideração os efeitos das alterações climáticas nas políticas

agrícolas, de energia, transportes, recursos naturais e actividades

nas zonas costeiras. Partilha de tecnologias e conhecimentos

sobre as formas de redução das emissões de GEE: energia,

transportes, indústria, agricultura, florestas e gestão de resíduos.

• A Convenção incentiva a investigação sobre as alterações

climáticas: Recolha de dados meteorológicos, e investigação.

Cria um organismo subsidiário para aconselhamento técnico e

científico dos governos.

Inventário das fontes e dos sumidouros.

• A Convenção responsabiliza os países mais desenvolvidos pelo

combate às alterações climáticas: países da OCDE e 12

economias em transição - Europa Central e de Leste e Rússia.

Manter as emissões em 2000 ao nível de 1990.

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António Gonçalves Henriques 30

CONVENÇÃO SOBRE ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS RESPOSTAS

• Anexo I: países desenvolvidos (24 países: 15 da União Europeia, EUA,

Canadá, Japão, Austrália, Nova Zelândia, Noruega, Suíça, Islândia, Turquia)

e países com “economias em transição” (17 países da Europa Central e

Oriental).

• Anexo II: 24 países desenvolvidos, são obrigados a fornecer apoio técnico

e financeiro aos países com “economias em transição” e aos países em

desenvolvimento para ajudá-los a reduzir suas emissões de gases de

efeito estufa (mitigação das alterações climáticas) e gerir os impactos das

alterações climáticas (adaptação às alterações climáticas).

• Anexo B: partes do Anexo I com obrigações para o 2º período de

compromisso (2013 a 2020).

CONVENÇÃO SOBRE ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS RESPOSTAS

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PROTOCOLO DE QUIOTO

• Acrescenta novos compromissos, mais fortes e mais complexos do que os

estabelecidos na Convenção.

• Fortes interesses económicos envolvidos.

• Estabelece objectivos legalmente vinculativos e prazos para a redução das

emissões dos países mais desenvolvidos: reduzir as emissões de 5%

relativamente a 1990 em 2010 (média de 2008 a 2012) - primeiro período

de compromisso.

Devem ser demonstrados progressos relevantes em 2005.

• O Protocolo abrange seis GEE: CO2, metano, óxido de azoto, HFC, PFC,

SF6. O CO2 representa quatro quintos dos efeitos totais.

Os efeitos são traduzidos em ton equivalentes de CO2.

PROTOCOLO DE QUIOTO

• O Protocolo só se torna legalmente vinculativo após ser ratificado por,

pelo menos, 55 países que totalizem, pelo menos 55% das emissões dos

países desenvolvidos (Anexo I) em 1990.

• Actualmente (Out 2013) o Protocolo foi ratificado por 191 Estados e pela

União Europeia.

• O Protocolo entrou em vigor em 16 de Fevereiro.

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PROTOCOLO DE QUIOTO

Países do Anexo I e do Anexo II – com compromissos vinculativos de emissões

Países em desenvolvimento – sem compromissos vinculativos de emissões

Países que não são partes do Protocolo: Sudão do Sul, Palestina, Santa Sé.

Países que não ratificaram o Protocolo: EUA

Países que ratificaram o Protocolo, mas que se retiraram: Canadá

Países do Anexo I sem limites de emissões para o segundo período de compromisso.

PROTOCOLO DE QUIOTO

• O Protocolo abrange seis GEE: CO2, metano, óxido de azoto, HFC, PFC, SF6. O CO2 representa quatro quintos dos efeitos totais. Os efeitos são traduzidos em ton equivalentes de CO2.

• O segundo gás mais importante é o metano: as emissões são geradas pela agricultura (plantações de arroz), actividades pecuárias e tratamento de resíduos sólidos urbanos. As emissões de metano têm vindo a decair. São, no entanto, difíceis de monitorizar.

• As emissões de N2O resultam do uso de fertilizantes. São também difíceis de monitorizar.

• O Protocolo não abrange os CFC, porque são abrangidos pelo Protocolo de Montreal e as emissões têm vindo a reduzir-se.

• No entanto os CFC têm vindo a ser substituídos por HFC e PFC, porque não degradam a camada de ozono, embora sejam GEE. É necessário garantir que o controlo das emissões que afectam a camada de ozono e os GEE são compatíveis.

• Os objectivos podem ser alcançados por redução das emissões ou por aumento dos sumidouros, com base no método de cálculo acordado em Marraquexe.

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PROTOCOLO DE QUIOTO

• O SF6 tem um potencial de efeito de estufa 23 900 vezes superior ao CO2.

É utilizado como isolador eléctrico, condutor de calor e fluido de

refrigeração.

• O Protocolo estabelece normas de monitorização das emissões e confirmação das reduções por forma a que os resultados apresentados pelos diferentes países sejam credíveis e comparáveis.

• O Protocolo permite que os países que conseguirem reduções maiores do que as que se comprometeram possam obter créditos para o período seguinte de compromisso de redução.

• O Protocolo aponta políticas internas e medidas para reduzir as emissões: políticas fiscais, eliminação de subsídios a actividades que geram emissões de GEE, comércio de emissões, programas voluntários, políticas de transportes, normas de construção.

• O Protocolo apela à cooperação internacional.

PROTOCOLO DE QUIOTO

• Compromissos diferenciados:

– - 8% para os países da UE, Suíça e da Europa Central e

Oriental.

– - 7% para EUA.

– - 6% para Canadá, Hungria, Japão e Polónia,

– 0% para Nova Zelândia, Rússia e Ucrânia.

– 1% para a Noruega,

– 8% para a Austrália,

– 10% para a Islândia.

• Os países em desenvolvimento devem tomar medidas

específicas e apresentar essas medidas.

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PROTOCOLO DE QUIOTO COMPROMISSOS DA UE

Bélgica

Dinamarca

Alemanha

Grécia

Espanha

França

Irlanda

Itália

Luxemburgo

Países Baixos

Áustria

Portugal

Finlândia

Suécia

Reino Unido

-7,5%

-21%

-21%

25%

15%

0%

13%

-6,5%

-28%

-6%

-13%

27%

0%

4%

-12,5%

PROTOCOLO DE QUIOTO

• Todos os países devem adoptar medidas para:

– reduzir as emissões,

– de adaptação aos impactes das alterações climáticas,

– submeter informação sobre os programas nacionais e os

níveis de emissões,

– facilitar a transferência de tecnologia,

– cooperar na investigação científica e tecnológica,

– promover acções de formação e educação.

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PROTOCOLO DE QUIOTO

• Medidas para reduzir as emissões :

– regulamentares (p.e. limites de emissão de GEE, eficiência energética, códigos de construção de edifícios),

– incentivos económicos (p.e. promoção de energias renováveis, incentivo dos transportes públicos, incentivo do transporte ferroviário ou marítimo-fluvial),

– fiscais (p.e. taxas diferenciadas em função das emissões de GEE),

– acções de formação e educação (redução dos consumos energéticos).

• Vantagens económicas: empresas mais competitivas, melhoria da saúde pública e do ambiente urbano.

• Os países em desenvolvimento podem adoptar tecnologias mais evoluídas.

PROTOCOLO DE QUIOTO

• Mecanismos complementares (suplementaridade) :

– comércio de emissões,

– implementação conjunta,

– apoio aos países em desenvolvimento (créditos de

emissão).

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QUE FUTURO APÓS O PROTOCOLO DE QUIOTO?

2003: COP 9, Milão, Itália 2004: COP 10, Buenos Aires, Argentina 2005: COP 11/MOP 1, Montreal, Canada 2006: COP 12/MOP 2, Nairobi, Quénia 33ª Reunião do G8 2007: COP 13/MOP 3, Bali, Indonésia 2008: COP 14/MOP 4, Poznań, Polónia 2009: COP 15/MOP 5, Copenhaga, Dinamarca 2010: COP 16/MOP 6, Cancun, México 2011: COP 17/MOP 7, Durban, África do Sul 2012: COP 18/MOP 8, Doha, Qatar 2013: COP 19/MOP 9, Varsóvia, Polónia

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QUE FUTURO APÓS O PROTOCOLO DE QUIOTO?

33ª Reunião do G8 Em junho de 2007, os líderes mundiais, na 33ª reunião do G8 emitiu um comunicado não vinculativo , anunciando que as nações do G8 “visam reduzir, pelo menos, para metade as emissões globais de CO2 até 2050”. Os detalhes seriam negociados pelos ministros do ambiente no âmbito da Convenção -Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, num processo que inclui também as economias emergentes. O G8 também anunciou seu desejo de utilizar os recursos provenientes do leilão de licenças de emissão e outros instrumentos financeiros para apoiar projectos de protecção climática nos países em desenvolvimento . A fixação de uma meta quantitativa foi, aparentemente, bloqueada pelos EUA (George W. Bush) até que os outros países principais emissores de gases com efeito estufa, como a Índia e a China, assumam compromissos semelhantes.