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Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné1
COLÉGIO ESTADUAL VEREADOR ANGELO GEQUELIN
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
"Ao organizarmos os projetos de
nossas escolas, planejamos o
trabalho que temos intenção de
realizar, lançamo-nos para diante,
olhamos para frente. Projetar-se é
relacionar-se com o futuro, é
começar a fazê-lo. E só há um
momento de fazer o futuro - no
presente.” (Terezinha Azeredo Rios)
BALSA NOVA (BUGRE)
2011
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné2
I PARTE – PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
1. APRESENTAÇÃO
O Colégio Estadual Vereador Angelo Gequelin trabalha com os
alunos de Ensino Fundamental – 3º e 4º ciclos do Ensino Fundamental e
também do Ensino Médio.
A escola é responsável pela promoção do desenvolvimento do
cidadão, no sentido pleno da palavra. Então, cabe a ela se definir pelo tipo
de cidadão que deseja formar, de acordo com a sua visão de sociedade.
Cabendo também a incumbência de definir as mudanças que julga
necessário fazer nessa sociedade, através das mãos deste cidadão.
Assim definida, a escola vai trabalhar no sentido de formar cidadãos
conscientes, capazes de compreender e criticar a realidade, atuando na
busca da superação das desigualdades e do respeito ao ser humano.
Quando a escola assume a responsabilidade de atuar na
transformação e na busca do desenvolvimento social, seus agentes devem
se empenhar na elaboração de uma proposta para a realização desse
objetivo. Essa proposta ganha força na construção de um projeto político
pedagógico.
Um projeto político pedagógico ultrapassa a mera elaboração de
planos, que só se prestam a cumprir exigências burocráticas. Como diz
VEIGA (1995): “O projeto político pedagógico busca um rumo, uma
direção. É uma ação intencional, com um sentido explícito, com um
compromisso definido coletivamente.”
Assim, o projeto político pedagógico é o fruto da interação entre os
objetivos e prioridades estabelecidas pela coletividade, que estabelece,
através da reflexão, as ações necessárias à construção de uma nova
realidade. É, antes de tudo, um trabalho que exige comprometimento de
todos os envolvidos no processo educativo: professores, equipe técnica,
educandos, seus pais e a comunidade como um todo.
Para que a escola seja realmente um espaço democrático e não se
limite a reproduzir a realidade sócio econômica em que está inserida,
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné3
cumprindo ordens e normas a ela impostas por órgãos centrais da
educação, se deve criar um espaço para a participação e reflexão coletiva
sobre o seu papel junto à comunidade, por isso, é importante reforçar a
compreensão cada vez mais ampliada de projeto educativo como
instrumento de autonomia que leve a escola a buscar sua própria
identidade, visando a superação dos problemas da comunidade a que
pertence e conhece bem, mais do que o próprio sistema de ensino.
Pelo projeto político pedagógico é que se assegura o domínio do
trabalho docente pelos profissionais da educação, com vistas a alteração
de uma prática conservadora vigente no sistema público de ensino.
Ter autonomia não significa fazer um trabalho isolado,
descompromissando o poder público e o eximindo de suas
responsabilidades. Implica também responsabilidade e comprometimento
com as instituições que representam a comunidade (conselhos de escola,
associações de pais e mestres, grêmios estudantis, entre outras), para que
haja participação e compromisso de todos.
“A autonomia, democratizando internamente a escola pública,
valoriza o trabalho dos profissionais, realça sua competência técnica e cria
condições mais favoráveis ao exercício de seu compromisso social, que é
educar.” ( Neves in Veiga, 1995, p 107)
Veiga (2001) traz importantes contribuições sobre está temática
quando trata da construção de um projeto pedagógico em uma dimensão
política e como prática especificamente pedagógica. Esta autora
apresenta algumas características, tais como: a) ser processo participativo
de decisões; b) preocupar-se em instaurar uma forma de organização de
trabalho pedagógico que desvele os conflitos e as contradições; c)
explicitar princípios baseados na autonomia da escola, na solidariedade
entre os agentes educativos e no estímulo à participação de todos no
projeto comum e coletivo; d) conter opções explícitas na direção de
superar problemas no decorrer do trabalho educativo voltado para uma
realidade específica; e, e) explicitar o compromisso com a formação do
cidadão.
Libâneo (2001, p. 125) aborda está temática ao destacar que o
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné4
projeto pedagógico “deve ser compreendido como instrumento e processo
de organização das escolas”, tendo em conta as características do
instituído e do instituinte.
Vasconcellos (1995) reforça este entendimento, afirmando que o
projeto pedagógico “é um instrumento teórico-metodológico que visa
ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano da escola, só que de uma
forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica e, o que é essencial,
participativa. E uma metodologia de trabalho que possibilita ressignificar a
ação de todos os agentes da instituição.” (p. 143).
1.1 Identificação
O Colégio Estadual Vereador Angelo Gequelin – Ensino
Fundamental e Médio está situado na Praça Santo Antonio s/n.º no distrito
do Bugre em Balsa Nova. O Colégio oferta Ensino Fundamental do 6º ao 9º
ano e Ensino Médio e funciona nos períodos da manhã – com início às 7:30
h e término às 11:50 h, a tarde das 12:40 horas às 17 h; e à noite – das
18:30 h às 22:45 h. O Colégio está organizado em anos atendendo
aproximadamente 420 alunos distribuídos em: Manhã (5 turmas – 151
alunos); Tarde (5 turmas – 146 alunos) e Noite (4 turmas – 117 alunos),
cumprindo 800 horas de atividades escolares em 200 dias letivos, onde o
ano letivo corresponderá ao ano civil, seguindo calendário escolar próprio
da rede estadual de educação.
1.1.1 Espaço Físico:
O Estabelecimento possui 6 salas de aula, onde 4 delas são
utilizadas como sala de aula, 1 é utilizada para o funcionamento da
biblioteca, a outra para o laboratório de Informática e na sala dos
professores temos um 6º ano.
Possui o espaço da secretaria, cozinha e sala dos professores.
Banheiro feminino e masculino para alunos.
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A quadra esportiva utilizada é compartilhada com a escola municipal
do 1º ao 5º ano.
O espaço físico do Estabelecimento não é o ideal, pois falta espaço
para sala de apoio à aprendizagem, para o laboratório de Química e
Biologia, para recreação, apresentações e reuniões.
1.1.2 Material Pedagógico
O material pedagógico utilizado faz parte do patrimônio do Colégio e
foi adquirido com recursos do FNDE. A relação dos materiais pedagógicos
é a seguinte: 3 globo mundi, 3 microscópio binocular, 1 mimeógrafo, 1
retroprojetor, 1 microscópio esteroscópio, 1 torso humano, 1 televisão, 1
DVD, 4 TV pendrive, mapas do Brasil, Mundi, América do Sul, Paraná,
fantoches, flauta doce, baquetas, jogos – dominó, xadrez, trilhas,
matemáticos, de linguagem.
1.1.3 Acervo Bibliográfico
O Estabelecimento conta com uma biblioteca composta por livros de
literatura infanto-juvenil, crônicas, lendas, romance brasileiro e
estrangeiro, dicionários de Inglês e Língua Portuguesa, livros didáticos e
paradidáticos.
1.1.4 Laboratório de Informática
O Laboratório de Informática é composto por 20 computadores do
Programa Paraná Digital (3 não funcionam), 1 impressora (estragada), 10
mesas, 20 cadeiras com rodinhas, ventilador. Funciona através de
agendamento, onde o professor agenda a aula e leva os alunos para
trabalhos e pesquisas, mediante proposta pedagógica para o uso. Os
alunos também o frequentam no contra turno através de agendamento.
Os professores também utilizam o laboratório em sua hora atividade para
planejamento e pesquisa.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné6
1.2 Aspectos Históricos do Município, da Comunidade e da Escola
1.2.1 Histórico de Balsa Nova
As primeiras informações sobre o Município datam de 1876, quando
a localidade era conhecida pelo nome de Rodeio, porque os gaúchos
costumavam realizar ali rodeios de gado. Os primeiros habitantes, que
residiam às margens do rio Iguaçu na divisa com a Lapa, eram: Mathias
Vieira Alvarenga, Euzébio Pereira dos Anjos, Antônio Ferreira Albuquerque,
Mathias Gomes, viúva Ana Oliveira da Cruz, José Inácio Gonçalves
Francisco Leite Cordeiro, João Leite Cordeiro, Lúcio Ferreira Albuquerque e
Joaquim Soares Ferreira. O pequeno povoado era complemente isolado e a
travessia sobre o rio Iguaçu era feita perigosamente em canoas. Mais
tarde surgiu ali o Porto do Roque, construído por um campo larguense,
Domingos Soares. Essas instalações proporcionam precárias condições de
passagem.
Atravessando o rio se alcançava logo adiante a Campina de Bicudo,
de onde se atravessava o rio Pitangueira, por meio de uma ponte. Ao
alcançar o lugar denominado Rodeiozinho, nova travessia sobre o rio,
desta vez o Itaqui em direção a Rodeio, seguindo rumo ao Rio Verde,
Colônia Ipiranga, Guajuvira, município de Araucária, até Curitiba. Esta
linha era utilizada pelos fazendeiros que conduziam suas tropas a São
Paulo, Rio Grande do Sul e vice-versa. Em 1884, foi construído o Porto Ana
Chaves. O filho da viúva Ana Oliveira Chaves, construiu em 1886 uma
pequena balsa, composta de quatro canoas, mas uma enchente a
carregou rio abaixo. Em 1891, o mesmo Gaudino Chaves, animado com os
trabalhos da construção da Estrada de Ferro, que traria prosperidade a
localidade, edificou uma balsa moderna, que funcionava por meio de
cabos de aço. Daí a denominação “Balsa Nova”, que perdura até hoje.
Com a Estrada de Ferro e a nova balsa, o local cresceu, atraindo
inclusive indústrias de beneficiamento de madeira e erva mate. Surgiram
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logo depois estabelecimentos comerciais, a farmácia, a Igreja. Em 1918,
passou a Distrito de Campo Largo e em 1920 foi instalado o Cartório
Distrital e Anexos. Neste mesmo ano, devido à forte enchente a balsa se
desligou dos cabos de aço e rolou rio abaixo.
Em 1928, alguns líderes da comunidade fizeram uma comissão e
foram ao Interventor Federal do Paraná General Mário Tourinho.
Conseguiram a ponte União do Povo. Trinta e três anos depois, em 25 de
janeiro de 1961, Balsa Nova se desmembrava de Campo Largo e se
tornava município independente com fonte de recursos própria (logo
surgiram as Refinações de Milho Brasil, hoje denominada Corn Products
Brasil, e a Companhia de Cimento Itambé) mostrando que ali nascia um
venturoso povo.
No limite dos rios Iguaçu, Verde, dos Papagaios e Itaqui além da
Serra do Purunã a população cresceu e progrediu, hoje Balsa Nova tem
uma das menores taxas de analfabetismo e evasão escolar do Paraná.
Dando um exemplo de que é pela educação que se constrói uma
sociedade mais digna.
Balsa Nova possui 235 Km² de bom solo, argila e clima privilegiado,
o que entusiasmou muitas pessoas a adotarem o novo município como
sua terra pátria.
Entusiasmou tanto a gente, que hoje Balsa Nova possui dois
distritos: um do Bugre e outro de São Luiz do Purunã onde ocorrem
famosos rodeios que relembram a origem da cidade.
Balsa Nova tem também diversos pontos turísticos:
- A festa de Nossa Senhora dos Navegantes, o Recanto da Serra de
São Luiz do Purunã, o Recanto dos Papagaios. A histórica Igreja do
Tamanduá, que tem como padroeira Nossa Senhora da Conceição, o
Recanto do Cristo, no alto da serra, o Centro de Tradições Gaúchas (CTG).
Existem também marcos históricos como a Serraria do Bugre e a Igreja do
Tamanduá, construídas pelos jesuítas em 1730.
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1.2.2 Histórico do Bugre
Os primeiros habitantes habitavam numa pequena aldeia de índios
chamados Bugres, de onde originou o nome da localidade, Bugre. Com o
passar dos tempos foram surgindo os primeiros moradores, que era
mistura de bugre com caboclo. No ano de 1864 chegava ao Brasil, vindo
da Itália Domingos Poletto com 12 anos e uma irmã que se estabeleceram
em Santa Felicidade, onde se casou com Angela Escorsim. Mais tarde veio
morar no Bugre.
Os moradores viviam da agricultura manual, usavam carros de boi
e enxada. Plantavam milho, feijão e faziam criação de porco, galinhas que
era para o próprio consumo.
A comida típica dos italianos era macarrão, polenta com queijo, e
frango e verduras que eles mesmos plantavam. Também fabricavam o
vinho artesanal, isto é, caseiro.
Os caboclos se alimentavam de paçoca de carne seca e feijão
serelepe, com farinha de milho.
A religião católica era a que predominava na localidade. As
mulheres só podiam entrar na igreja com vestido longo, blusa de manga
longa e véu na cabeça. O padre Natal Pigatto que vinha a cavalo rezar
missa, somente na Páscoa, onde ficava hospedado na casa de Domingos
Poletto. Existia um costume naquela época, onde Domingos Poletto rezava
o terço todos os domingos e batia o sino todos os dias, isto é, três vezes
por dia, nos horários: 6:00 horas, 12:00 horas e às 18:00 horas.
Existia dois partidos políticos que era os Maragatos e Pica-pau. O
voto não era secreto naquela época, as pessoas chegavam na porta e
votavam na frente de todos.
A primeira capela foi construída por Domingos Poletto, onde reside
hoje Clemente Poletto, cujo o padroeiro era Santo Antonio. Ele trouxe da
Itália uma imagem esculpida madeira que permanece até hoje na igreja.
Também trouxe um cálice em ouro maciço que foi roubado da igreja. Mais
tarde Domingos Poletto doou um terreno para a construção de uma igreja
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de madeira, somente mais tarde foi construída uma de tijolos onde
predomina até hoje.
Em 1889 Domingos Poletto comprou a serraria de Reinaldo Matos
Leão. Essa serraria foi fundada em 1740 e era tocada pelos escravos. Na
época existia uma escrava que trabalhava nessa serraria com o nome de
Sebastiana Padilha e faleceu com 115 anos no ano de 1931.
Nessa época as pessoas usavam como meio de transporte carros
puxados por boi com roda e eixo de madeira, depois veio a carroça,
charrete puxada por cavalos. João Poletto comprou o primeiro carro de
passeio de 1930.
Naquele tempo existia somente uma casa de comércio, mais tarde
Schiavon abriu um armazém em frente do Armazém Orlindo Poletto.
A primeira escola foi na casa Grande dos Poletto e depois na casa
de José Poletto onde reside hoje Antonio Chiquitto Poletto.
Em 1959 foi construída a primeira escola de 1ª a 4ª série, tendo
como patrono Dr. Mário Faraco. Devido o grande aumento de alunos, foi
ampliada a escola em outro local.
A localidade cresceu muito com o passar dos anos, hoje existem
várias casas de comércio como: Armazém Orlindo Poletto, Domingos
Ramos Poletto, Joel Gibleski, Élcio Poletto, João Poletto Materiais de
Construção e outros.
Possui hoje uma escola de 1ª a 4ª série e uma de 5ª a 8ª série e
Ensino Médio, creche, atendimentos aos idosos, posto de saúde com
atendimento médico e odontológico. Uma praça com várias árvores e
plantas. Os alunos são transportados através de ônibus para melhor
atendimento às crianças.
As pessoas que hoje vivem da agricultura, enfrentam problemas
como muita chuva ou seca, o preço dos insumos agrícolas e dos
maquinários. Muitos trabalham como operários ou funcionários públicos, a
maioria das mulheres trabalham como diaristas.
As pessoas participam das festas do padroeiro, jogos de futebol,
bingo, festas juninas, torneio de truco e bocha. Existe na localidade dois
campos de futebol e uma cancha coberta.
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O futebol no Bugre é representado pelas seguintes equipes: Clube
Atlético Bugrense e Primavera Futebol Clube.
1.2.3 Biografia do Vereador Angelo Gequelin
Conhecido por todos pelo apelido de “ICO”, Angelo Gequelin era
filho de João Gequelin (descendente de italianos) e Luiza Zanetti
(descendente de italianos do Rio Grande do Sul). Natural do Bugre (Balsa
Nova), nasceu no dia 27 de julho de 1927. De origem humilde e com
poucos recursos, trabalhou na lavoura desde a infância junto com seus
pais.
Iniciou seus estudos primários na Escola Telvina Durske na
localidade do Bugre e terminando a 4ª série encerra seus estudos para
dedicar mais tempo à lavoura, para ajudar sua família.
Sendo o filho mais velho dentre três irmãs, resolveu junto com seus
pais tentar melhorar a condição financeira da família, com isso
construíram um moinho movido a água, no local que hoje é conhecido
como ”Chácara do Moinho”, para a fabricação de farinha de milho e fubá,
sendo a produção transportada por carroça.
Ao completar 18 anos se alista no exército onde aprende sua
profissão, pois no exército tira sua carteira de habilitação como motorista.
Ao ser dispensado, em 1947, Angelo retorna para o Bugre e com muita
dificuldade e ajuda de seus pais compra um caminhão, um dos primeiros
da região. Por conta disto todos na redondeza o procuravam para vários
serviços: desde contribuições a escolas, igrejas, casamentos, enterros e
até mesmo viagens mais longas.
Depois de quatro anos de namoro, no dia 30 de abril de 1949, se
casa com Cecília Quiló, sendo que desta união nascem oito filhos: Ely,
Esmair, José, Neide, Sebastião, Eliane, Elizabete e Elenice.
Com a família aumentando, Angelo, sua esposa e seus pais,
decidem montar um armazém para a comercialização de secos e
molhados e cereais, atendendo toda a população por muitos anos.
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A facilidade de se comunicar com os outros, as muitas amizades e
os eventos (festas) realizados por Angelo fazem dele um homem muito
conhecido na região. Em 1969 se lança candidato e é eleito vereador pelo
antigo MDB, com 148 votos, sendo o mais votado na época e exercendo
por quatro anos seu mandato que não era remunerado naquela época.
Angelo Gequelin foi um vereador que contribuiu muito para o
desenvolvimento da cidade, sempre se dedicou e contribuiu para a
construção de escolas, igrejas (Santo Antonio-Bugre), estradas, pontes,
etc..., com seu caminhão e com os amigos que sempre o rodearam e
ajudaram.
Em meados de 1979, acometido de câncer no estômago, Angelo
necessitou passar por uma cirurgia muito complicada, precisando de
muitos cuidados e de um tratamento sério. Não resistido, acabou
falecendo em 30 de março de 1981, com 54 anos de idade.
No ano de 1982, seu filho Sebastião Gequelin, candidata-se e é
eleito vereador. Nesse mandato comandado pelo então Prefeito, Dinho
Costa, se inicia a construção da escola que ofereceria o ensino de 5ª a 8ª
série à população do Bugre em 1984, o prefeito e os demais vereadores
decidem homenagear o amigo e vereador que participou do
desenvolvimento da localidade e do município, e foi então inaugurada a
“Escola Estadual Vereador Angelo Gequelin”, que hoje já passou ao status
de Colégio, oferecendo agora também o Ensino Médio no período noturno.
1.3 - A Geografia e os Aspectos Físicos do município
Localização :
O Município de Balsa Nova, faz parte da Área Metropolitana e está
Localizado ao sul do Brasil. A sede do município está situada a 46 km de
Curitiba.
Superfície:
305 quilômetros quadrados
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Posição geográfica do município :
latitude - 25 graus 35 minutos e 02 segundos - Sul
longitude - 49 graus 38 minutos e 08 segundos- W-GR
População :
Total: 8.745
Urbana: 2.829
Rural: 5.916
Limites :
Ao Norte : Campo Largo
Ao Sul : Lapa
A Leste : Araucária
A Oeste : Porto Amazonas e Palmeira
Distritos :
Bugre e São Luiz do Purunã
Rios:
Rio Iguaçu, Rio dos Papagaios, Rio das Mortes, Rio Itaqui, Rio
Tortuoso, Rio Verde, Rio Tamanduá e nascente do Rio Assunguí .
Clima:
Clima subtropical úmido mesotérmico de verões frescos com
ocorrências de geadas severas frequentes, não apresentando estação
seca. A média das temperaturas dos meses mais quentes é inferior a 22
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graus centígrados e a dos meses mais frios é inferior a 18 graus
centígrados.
Principal mineral:
Argila
Vegetação:
Pastagens naturais, campos, matos, onde se encontram o pinho,
bracatinga, o eucalipto e a erva-mate.
Localidades:
Rodeio Santo Antonio, Rodeio Chapada, Rodeiozinho, São Caetano,
Jardim Serrinha, Cerro do Purunã, Tamanduá, Mato Chiqueiro, Mineiros,
Campo de Dentro, Rodeio Rio Verde, Pessegueiros, Rincão, Nova Serrinha,
Morro Grande e Campina do Bicudo.
Praças:
25 de Janeiro - Sede
Santo Antonio - Bugre
Ruas Principais:
Avenida Brasil, Avenida Iguaçu, Damázio Soares, Francisco Manoel
da Cruz, Guilherme Bathke e Avenida Anibal Kury
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1.4 - Relação da Equipe Técnica e Pedagógica
FUNCIONÁRIO FUNÇÃO ESCOLARIDADEAlba R. Ramos Ribinski Aux. Serviços Gerais Ensino MédioIzulina Karachinski Ramos Aux. Serviços Gerais Ensino MédioKarina Lorenço Maeski Aux. Serviços Gerais Ensino MédioRosangela Iavolski Aux. Serviços Gerais Ensino MédioSelma dos S. Knauber Aux. Serviços Gerais Ensino MédioSirlete Ribinski da Costa Aux. Serviços Gerais Ensino FundamentalFranciele Batista Técnico Adm. Licenciatura Plena - PedagogiaFrancielle Pâmela Martins Técnico Adm. Ensino MédioPatrícia Chagas Técnico Adm. Licenciatura Plena - PedagogiaJosé Antônio Seguro Técnico Adm. Ensino MédioGenilce Vermelen Age Técnico Adm. Ensino MédioLouriane Cristina Age Mello Pedagoga Licenciatura Plena - PedagogiaRoseli Enik Dittrich Pedagoga Licenciatura Plena - PedagogiaAna Cristina F. Almeida Pedagoga Licenciatura Plena - Pedagogia
Adriana P. M.Bitencourt Professora L.P. MatemáticaAnderson Bast Professor L.P. GeogradfiaAndressa Pacheco Magatão Professora L.P. BiologiaCarolina Scapin Moeniki Professora L.P. BiologiaCleber J.Vaz da Silva Professor L.P. HistóriaEdílson Luiz Martins Professor L.P. Educação FísicaEdimari Cavallin Professora L.P. Educação FísicaElisabete Aristeu da Silva Professora L.P. HistóriaEverton Bastos Professor L.P. Letras Português-InglêsFabrício Levandoski Professor L.P. HistóriaFernanda Sabin Professora Acadêmica de HistóriaIlmara Kopmann Professora L.P. Biblioteconomia e Doc.Itaboraí Silon Cordeiro Professor L.P. Educação FísicaIvana Woicik Figel Professora L.P. BiologiaJéssica C. R. Sant'ana Professora Acadêmica de MatemáticaJuliana C. Poletto Professora Acadêmica ArtesKelli C. L. Zanin Professora L.P. BiologiaLeandro Mazon Professor L.P. FilosofiaLeonilda Lech Besciak Professora L.P. Matemática/Serviço SocialLílian Kopman Professora L.P. Estudos SociaisLilian K. Karachinski Professora L.P. Educação FísicaLoriane J. Fabris Professora Acadêmica de ArtesMicheli Maria Franquito Professora L.P. BiologiaRafaela Ianik Professora L.P. MatemáticaRosane Ap. Leal Professora L.P. Matemática Sandra A. C. Bertoja Professora L.P.GeografiaSibeli Ramos Professora L.P. Letras PortuguêsTania R. C. Magalhães Professora L.P. Letras Português-InglêsVera L. Zanetti Poletto Professora L.P. Língua PortuguesaClei Fernando de S. Gibleski Diretor L.P. História
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2. OBJETIVOS GERAIS
O Colégio Estadual Vereador Angelo Gequelin espera que
seus estudantes possam:
Adquirir capacidades para tomar decisões e posições, a partir de
análises, de modo a serem sujeitos críticos e atuantes;
Adquirir poder de síntese e de aplicação de conhecimentos;
Compreender o uso de tecnologias;
Formar juízos de valor a partir da vivência no ambiente social;
Adquirir hábitos de leitura e escrita e usá-los de maneira adequada;
Cooperar individual e coletivamente nas situações particulares,
locais e globais;
Compreender seus deveres e direitos de cidadania.
Participar de estudos do meio onde vive, como um todo;
Desenvolver espírito de cidadania e patriotismo, participando de
eventos cívicos e comemorativos;
Participar de jogos esportivos e atividades físicas, dentro e fora do
âmbito escolar;
Visitar exposições, mostras culturais e eventos, bem como se
responsabilizar por elas, quando acontecerem no âmbito escolar.
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3. MARCO SITUACIONAL
3.1 A Realidade que temos
Brasil e Paraná são hoje lugares de grandes transformações na
educação. Em nível nacional tivemos a Emenda Constitucional nº 14 que
possibilitou o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e de Valorização do Magistério; a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional; o sistema de avaliação.
Porém, o diagnóstico da realidade brasileira revela um quadro nada
otimista: segundo pesquisa do INEP - 2000, temos mais de 15 milhões de
analfabetos e uma média de escolaridade da classe trabalhadora que não
atinge 4 anos; alunos (crianças e jovens) que passam em média 11 anos
para concluir o ensino fundamental de 8 anos; mais de 50% dos jovens
não têm alternativa de escola; o ensino universitário que atende 1 em
cada mil brasileiros.
Diante dessa difícil realidade que atravessamos é urgente a
necessidade de fortalecer a Escola Pública, especialmente no local onde
trabalhamos, através da gestão democrática, participando ativamente do
Conselho Escolar, incentivando Grêmios Estudantis, Associação de Pais,
Mestres e Funcionários, eleição de Diretores, isto é um bom começo para
fazer com que a utopia de uma sociedade justa e sem desigualdades
sociais seja construída nesse espaço coletivo que é a escola.
A realidade que compõe este Colégio não é muito distante da
realidade do restante do Brasil. A maioria dos alunos são oriundos da zona
rural do distrito do Bugre. São filhos de pais operários, chacareiros,
domésticas, pedreiros, funcionários públicos e lavradores.
O alto índice de necessidades básicas gera certo desinteresse pelos
estudos, falta de responsabilidade e apatia, afetando e prejudicando
diretamente o processo ensino-aprendizagem. É notado que não há uma
postura mais compromissada com os estudos, nem com o conhecimento
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científico, político, cultural e filosófico que os poderia levar a um
profissionalismo autêntico e competitivo dentro das necessidades da vida.
Analisando e avaliando os anseios dos pais, se pode observar que
eles também almejam um ensino de qualidade para seus filhos, porém
não querem se comprometer. A maioria deixa para o Colégio, a função de
educar, instruir e formar os filhos. É percebido isso pela baixa participação
e pelo desinteresse em reuniões, visitas, tarefas de casa ou eventos no
Colégio.
A característica mais negativamente marcante nos alunos é a falta
de perspectiva no futuro, fato este que vem sendo trabalhado pelos
professores através das atividades desenvolvidas em sala de aula.
3.2 As contradições e conflitos presentes na prática docente:
Se é papel da escola formar cidadãos, até que ponto a escola tem
oportunizado a seus alunos participarem de decisões? Queremos formar
indivíduos capazes de se relacionar com o cotidiano (sociedade),
indivíduos que possam acompanhar a diversidade natural da formação da
sociedade e que a compreendam, mas para isso é preciso que a escola
esteja aberta a essas diferenças. Queremos formar indivíduos para que
entendam a realidade da transformação da vida humana (intelectual,
material) para que aprendam a perceber os fatos, que levantem hipóteses
diferenciadas para se chegar a um determinado resultado, visando sempre
o bem comum.
Dessa forma, o saber é algo que deve ser revisto. Ainda
valorizamos muito a quantidade e o saber fazer acima da qualidade e do
saber conviver. É a correlação entre o saber e a sua aplicação na vida que
a escola deve proporcionar através de discussões, de enfrentamentos com
críticas embasadas, passando uma visão da realidade.
Na medida em que a escola cumpre o seu papel garantindo a
igualdade de acesso a todos com qualidade de ensino, visando melhorar a
formação humana dos alunos, valorizando o profissional – professores e
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné18
funcionários – enfim a comunidade que participa efetivamente nesse
processo, proporcionando o mínimo de condições físicas e materiais que
leve o profissional e o aluno a demonstrarem maior interesse e
participação, então sim, poderemos pensar em uma sociedade mais justa,
igualitária, solidária, que respeite as diferenças, mais crítica e
participativa, pois a sociedade que queremos depende da escola que
oferecemos.
Para que a escola se transforme em sua totalidade, é essencial que
a reflexão sobre seu papel seja feita coletivamente, pois as mudanças
isoladas de um ou de outro professor, apesar de serem importantes, não
transformam a escola enquanto instituição.
A educação que devemos perseguir deve ser aquela que leve à
libertação, que se estenda a todos sem discriminação, que seja igualitária,
baseada na cooperação e na solidariedade. Educação com o objetivo de
preparar o aluno para interagir na sociedade.
Se queremos uma educação libertadora, aquela que serve como
“instrumento de emancipação do homem diante da opressão, pois, ela aponta no sentido da
intervenção prática no ambiente do cotidiano escolar, de forma dinâmica, transformadora,
considerando, a todo instante, a realidade concreta, singular e peculiar de cada educando”
(FREIRE in FONSECA 2007), não é possível continuar praticando uma
avaliação excludente e classificatória, pois mesmo que tenhamos isso
claro no projeto político pedagógico da escola, ainda continuamos
excluindo e classificando alunos. Nossa concepção de avaliação abrange
uma avaliação que sirva como base para a retomada do trabalho ou para
que se possa avançar, confiante de que houve realmente a assimilação do
conteúdo pelo aluno, em vista de sua mudança de atitude.
Quando dizemos que a escola é injusta, é porque muitas vezes a
cultura de seus alunos não é valorizada, ou sequer conhecida.
Compreendemos que o nosso País é um agrupamento de culturas, mas
defendemos isso lá fora de nossas salas de aula. É preciso que haja
compreensão e respeito pela diversidade cultural do grupo escolar para
que esse respeito ultrapasse os muros da escola e se propague pela
sociedade. Então o que buscamos é a cultura do respeito e da dignidade
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné19
para todos. Este é, também, o conhecimento que queremos trabalhar, ou
seja, aquele que se integre à vida do aluno, que o leve a transformar a
realidade que vive.
Concebendo uma escola assim, não há espaços para opressão e
dominação, mas para a troca de saberes, para o entendimento, visando o
crescimento coletivo do grupo, onde cada um deve fazer a sua parte,
reconhecendo a importância do outro, experienciando na escola meios
para a convivência em sociedade.
3.3 A organização da Hora atividade
Por considerar a conquista da hora atividade, como sendo de grande
importância para a categoria docente e tendo em vista que em sua
proposição a lei define a hora-atividade também como espaço para
estudo, é que entendemos a hora atividade, como espaço para formação
continuada dos professores em serviço., porém ela é mais utilizada para
as atividades burocráticas, a forma individualizada e fragmentada de
trabalho que está muito presente no universo da escola.
De acordo com o que determina a Lei nº 13.807 que a institui, a
Hora-atividade é o período em que o professor desempenha funções da
docência, reservado para estudos, planejamento, reunião pedagógica,
atendimento da comunidade, preparação de aula e avaliação para os
alunos.
Na LDB, no artigo 67, inciso VI, determina que os professores
tenham em sua carga horária semanal um percentual dedicado a estudos,
planejamento e avaliação.
Vale ressaltar, que a hora-atividade é muito valorizada, mas as
expectativas sobre suas possibilidades é voltada mais a elaboração de
planejamentos de aulas como também elaboração e correção de provas.
A hora-atividade no Colégio Angelo Gequelin está organizada
aproveitando-se os intervalos entre uma aula e outra, tendo em vista a
complexidade da organização dos horários.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné20
3.4 Formação Continuada de educadores e qualidade do ensino-
aprendizagem
A qualidade de ensino ministrado na escola e seu sucesso na tarefa
de formar cidadãos capazes de participar na vida socioeconômica, política
e cultural do país se relacionam estreitamente à formação do profissional
envolvido.
A formação continuada é um direito de todos os profissionais que
trabalham na escola, uma vez que ela possibilita, não só a progressão
funcional baseada na titulação, na qualificação e na competência dos
profissionais, mas também propicia, fundamentalmente, o
desenvolvimento profissional dos professores articulado com as escolas e
seus projetos. E "não há ensino de qualidade, nem reforma educativa,
nem inovação pedagógica, sem uma adequada formação de professores".
(Nóvoa, 1992:9).
Assim, a formação continuada é a saída possível para melhorar a
qualidade do ensino, dentro do contexto educacional contemporâneo. É
uma tentativa de resgatar a figura do mestre, tão carente do respeito
devido a sua profissão, tão desgastada em nossos dias. "Ninguém nasce
educador ou marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente
se forma, como educador, permanentemente, na prática e na reflexão da
prática". (FREIRE, 1991: 58).
As ações desenvolvidas pelo Estado do Paraná, por meio da
Secretaria de Estado da Educação, no tocante à política de formação
continuada de professores, ocorre por meio da Educação a Distância,
através do Portal Dia-a-dia Educação, por meio dos ambientes de
colaboração e aprendizagem, disponibiliza conteúdos digitais e os
programas da área de Educação produzidos e transmitidos por meio da TV
Paulo Freire, e ocorre também através de formação presencial, como o
NRE Itinerante, Seminários, Grupos de Estudos, Semana Pedagógica, onde
todos os profissionais do Estabelecimento participam efetivamente.Além
dessas ações, faz-se necessário maiores esclarecimentos, informações
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné21
para que haja a implementação qualitativa do Ensino Fundamental de
nove anos. Éimportante a compreensão desse processo, temos muitas
dúvidas e seria interessante que a SEED através de seus Núcleos
Regionais de Educação estivessem disponibilizando material sobre o
assunto, já que os alunos desse estabelecimento de ensino já estão
inseridos nessa nova proposta, vindos de escolas municipais onde o
Ensino Fundamental de nove anos já iniciou.
3.5 Dados estatísticos relativos ao ano de 2009 e 2010:
2009
5A 5B 6A 6B 7A 7B 8A 8B 1A 2A 3A TOTAL
Nº ALUNOS 40 43 34 35 29 32 35 27 47 35 38 395
APROVADOS 28 22 17 23 20 14 21 19 30 28 28 250
REPROVADOS 4 5 3 1 3 1 3 1 9 0 3 33
TRANSFERIDOS 0 2 2 1 0 8 0 3 1 1 1 19
DESISTENTES 1 3 2 2 1 3 1 2 2 4 2 23
AP. CONS. CLASSE 7 11 10 8 5 6 10 2 5 2 4 70
Dos 395 alunos matriculados, 250 alunos foram aprovados, 70 foram
aprovados por Conselho de Classe, 33 foram reprovados, 19 foram
transferidos e 23 são desistentes.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné22
É possível perceber que grande parte dos alunos desiste da escola
antes de concluir o ano. Ao se buscar as causas desse fenômeno, foi
constatado que alguns educandos precisam trabalhar para ajudar suas
famílias, outros desanimam, já que seu desempenho acadêmico é inferior
ao desejado e outros ainda não encontram na escola aquilo o que
esperam, sendo que a escola muitas vezes também não oferece muitas
opções, portanto há que se reconhecer a falha da escola e buscar soluções
para sanar estas falhas.
2010
5A 5B 6A 6B 7A 7B 8A 8B 1A 1B 2A 3A TOTAL
Nº ALUNOS 41 46 40 42 32 34 30 31 27 31 39 31 424
APROVADOS 22 22 22 11 18 19 18 18 5 17 30 18 220
REPROVADOS 5 13 2 10 3 6 1 2 8 4 2 4 60
TRANSFERIDOS 2 1 1 5 0 2 3 2 1 2 3 3 25
DESISTENTES 1 5 3 3 3 0 4 2 4 3 1 1 30
AP. CONS. CLASSE 11 5 12 13 8 7 4 7 9 5 3 5 89
Percebemos que o número de alunos aprovados por Conselho de
Classe é ainda muito alto, então, durante as reflexões da Semana
Pedagógica discutiu-se o repensar o Conselho de Classe do
Colégio.Estaremos de início organizando o Pré-Conselho para solucionar
esse problema, melhorando a aprendizagem dos alunos.
3.6 Projetos desenvolvidos no Colégio
3.6.1 Feira do Conhecimento
Justificativa: É de grande importância o desenvolvimento de um trabalho
coletivo, no sentido de organizar um evento que garanta um espaço
multidisciplinar que ofereça a oportunidade de se expor experiências
práticas significativas e trocas de informações, como também o
intercâmbio entre as diversas áreas do conhecimento, valorizando assim a
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné23
capacidade de criação, transformação, compreensão, organização e
socialização do conhecimento.
Objetivos:
Oportunizar o intercâmbio entre as várias áreas do conhecimento.
Desenvolver o espírito de descoberta e análise.
Estimular a criatividade e o senso crítico construtivo.
Recursos:
Humanos: Corpo Discente e Docente, com a participação dos pais
da comunidade escolar.
Materiais: Todos os disponíveis na escola, bem como os demais
trazidos pelos próprios alunos.
Cronograma: As atividades de preparação e organização da Feira de
Ciências acontece durante todo o ano, porém a exposição dos trabalhos e
experiências acontecerão à partir do segundo semestre do ano letivo.
Avaliação: será feita através da observação do interesse de
demonstração das experiências práticas.
3.6.2 Gincana Cultural e Esportiva
Justificativa: O desenvolvimento das atividades culturais e
desportivas deve também ser valorizado de forma extra curricular, para
garantir resultados práticos e visíveis, fugindo da abstração, na maior
parte das vezes, teórica. As atividades elaboradas na gincana cultural e
esportiva visam oportunizar a demonstração da capacidade crítica e de
companheirismo e até mesmo da competitividade que é uma das
características do mundo capitalista em que vivemos.
Objetivos:
Desenvolver o senso crítico a sensibilidade e a criatividade.
Aplicar o potencial de conhecimento já adquiridos.
Valorizar o espírito de equipe.
Inter-relacionar as várias disciplinas de uma maneira prazerosa
aos estudantes.
Estimular a socialização.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné24
Desenvolvimento: a gincana cultural esportiva contará com várias
atividades na área esportiva e cultural como o nome já propõe e será
desenvolvida aos sábados.
Recursos: O Corpo Discente e Docente formará o principal recurso
da gincana cultural esportiva. Porém contará também com a participação
dos familiares e da sociedade em geral. Os Recursos Físicos para a
realização do evento tais como: material esportivo, troféus, medalhas,
filmagem, etc., também são indispensáveis.
Recursos Humanos: Corpo Docente, Corpo Discente, Equipe
Pedagógica, Equipe Administrativa, Pais de alunos, Comunidade em geral,
Funcionários.
Recursos Físicos: Quadra da escola, Saguão da escola, Pátio, Salas
de aula.
Cronograma: A ser definido após análise do Calendário Escolar.
Avaliação: Entrega de troféus e medalhas às equipes vencedoras
das diversas modalidades como forma de incentivo. Também será feita a
avaliação do aproveitamento e participação do Corpo Discente como
forma de incentivo ao desenvolvimento pessoal.
Materiais Esportivos: Troféus, Medalhas, Som, Filmadoras, Máquina
Fotográfica, Bobina de papel, Guache e pincéis, Fita crepe, Papel sulfite,
Papel crepom, Bandeiras, Fogo simbólico e pira, Cartazes.
3.6.3 Exposição de Cultura e Artes
Justificativa: É fundamental o conhecimento cultural e estético, inserido na
prática e apreciação para formação e desempenho social do aluno. É
necessário traçar diretrizes e objetivos gerais que possibilitem promover
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné25
conhecimentos de arte aos adolescentes, jovens e adultos. Para tanto, se
faz necessário abrir um espaço na escola, oportunizando os alunos a
socialização do saber artístico.
Objetivos:
• Oportunizar a Comunidade Escolar análise e operações
artísticas.
• Socializar conhecimento artístico e cultural
• Estimular a criatividade
Recursos Humanos: Corpo Discente e Docente, com a participação
da comunidade escolar
Recursos Materiais: Todos os disponíveis na escola.
Cronograma: a preparação e organização transcorrerá no decorrer
no ano letivo, ficando a exposição dos trabalhos para o 4º bimestre.
Avaliação:
A avaliação será diagnostica, ocorrerá no decorrer do ano e será
realizada por cada professor em sua respectiva disciplina.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné26
4. MARCO CONCEITUAL
A escola tem muito que refletir sobre sua organização curricular, a
começar pela compreensão de que a sua ação passa a ser uma
intervenção singular no processo de formação do homem na sociedade
atual.
Vivemos um novo período na história da humanidade. O mundo
mudou. As pessoas mudaram. A simples constatação da velocidade com
que ocorrem transformações em nossa vida cotidiana, já nos mostra que
estamos diante de uma nova sociedade, uma outra realidade que nos
envolve e desafia. A forma linear e progressiva com que compreendíamos
a vida e tudo o que acontecia, já não parece ser o que prevalece em nosso
meio. Estamos vivendo uma nova era, onde o conhecimento que tínhamos
como entendimento de se estar no mundo (algo pronto e acabado), não é
mais aceito e absorvido pela maioria da humanidade. Isto significa que a
sociedade está a exigir uma prática pedagógica que garanta a construção
da cidadania, possibilitando a criatividade e criticidade. Estas reais
exigências cognitivas e atitudinais requeridas nos levam a interrogar o
que tem a educação a refletir sobre as relações e sobre estas
transformações em curso e a formação do homem.
A educação e a escola, por sua importância política, merecem um
papel de destaque e uma proposta de reforma. Neste esforço de
reorganização da vida social e política, velhas instituições e antigos
conceitos são redefinidos de acordo com essa lógica e como interesses e
novos conceitos são introduzidos. Para tanto é necessário que a escola
tenha clareza de que a fundamentação teórica contribui para que se
explicite e se discuta consciente e intencionalmente as concepções
subjacentes às suas práticas.
Na visão de Vasconcelos (2002, p. 183), os seguintes pontos são
imprescindíveis para a elaboração do marco conceitual:
- Que tipo de sociedade queremos construir?
- Que tipo de homem/pessoa humana queremos colaborar na formação?
- Qual é a finalidade, ou melhor, qual é o papel da escola em nossa
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné27
realidade?
Portanto, “o que está em jogo não é apenas uma re-estruturação das
esferas econômicas, sociais e políticas, mas uma re-elaboração e
redefinição das próprias formas de representação e significação social”
(SILVA, 1990, p. 56).
Enfim, se de fato desejamos uma educação como mais ou menos
imaginamos, então os suportes filosóficos são partes integrantes. Através
dos mesmos, a instituição escolar descobre sua identidade, sua visão das
coisas, sua utopia, seus valores, seus objetivos e seus compromissos. A
grande pergunta: para onde queremos ir – aliada, é óbvio, onde estamos e
o que queremos para a nossa ação – não pode ficar sem resposta.
4.1 Filosofia da Escola
Faz parte da filosofia do Colégio Estadual Vereador Angelo Gequelin
integrar alunos, professores, pais e funcionários em uma ação permanente
visando o bom andamento da Escola, sempre tendo em mente, o aluno e
seu aperfeiçoamento, e o alertando para a vida futura, o tornando cidadão
consciente de seu papel na sociedade, através da construção do seu
próprio conhecimento.
Segundo a Concepção Dialética de educação o homem interage
socialmente. Não nega visão tradicional, nem a moderna, admite que a
realidade é dinâmica.
Acentua a primazia dos conteúdos no seu confronto com as
realidades sociais. A escola, portanto, serve como mediação entre o
indivíduo e o social, estimulando e socializando o saber elaborado, como
na definição de Saviani:
“A escola é uma instituição, cujo papel consiste na socialização do saber
elaborado, e não do saber espontâneo, do saber sistematizado e não do
saber fragmentado, da cultura erudita e não da cultura popular.”
(SAVIANI, 1991, p. 103)
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné28
Dentro da perspectiva progressista, a educação é concebida como
um processo mediador da prática social global, inserida no contexto de
uma sociedade concreta, historicamente situada.
O ensino é concebido como a transmissão intencional e
sistemática de conteúdos culturais e científicos, que constituem um
patrimônio coletivo da sociedade. Esses conteúdos são selecionados tendo
em vista, seu valor formativo e instrumental e sua ligação com a realidade
social.
Cabe lembrar que a educação (Lei 9394/96, art. 1º.), é um processo
formativo que se desenvolve na vida familiar, na convivência humana, no
trabalho, nas instituições de ensino, pesquisa, nos movimentos sociais e
organizações da sociedade civil e nas “manifestações culturais”. Sendo
assim, o ensino será ministrado com base nos princípios de igualdade, e
nos ideais de solidariedade humana, sendo a educação dever da família e
do estado (art. 2º e 3º).
Esta instituição de ensino prima por um ensino de qualidade em
consonância com os princípios psico pedagógicos e filosóficos que
norteiam a sua ação educativa. Para tal, é preciso ter sempre em vista a
importância da elaboração de um projeto político - pedagógico
fundamentado na exposição de opiniões de todos os envolvidos no
processo educativo cuja liberdade de discussão, bem como a práxis
consubstanciada em ações a serem implementadas a partir desse projeto
sejam prerrogativas essenciais para o alcance dos objetivos propostos.
A escola objetiva preparar o aluno para a vida, através de um
trabalho democrático, vincular a realidade do aluno ao processo ensino-
aprendizagem, desenvolvendo, portanto, sua inteligência, esperando
assim, propiciar seu sucesso futuro, visando à transformação da
sociedade, através da formação de um aluno crítico, criativo,
independente e competente.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné29
4.1.1 Concepção de Sociedade
A sociedade dentro da qual está inserido o indivíduo, possui alguns
valores norteadores das ações humanas, assim sendo, o indivíduo
necessita de conceitos que fundamentam e orientam os seus caminhos
como um instrumento de manutenção ou transformação social. É preciso
ter consciência de que tipo de sociedade se quer para poder, através da
educação preparar o aluno para compreender a sua realidade e poder
melhorar esta sociedade nas palavras de Paulo Freire:
“Quando o homem compreende a sua realidade, pode levantar hipótese
sobre o desafio dessa realidade e procurar soluções. Assim, pode
transformá-la e o seu trabalho pode criar um mundo próprio, seu Eu e as
suas circunstâncias.” (FREIRE, 1983, p.35)
A dinâmica da sociedade atual está sendo determinada pelo
modelo econômico vigente, ditado pelo capitalismo. Essa realidade se
apresenta e se consolida pela imposição dos valores éticos, morais e
culturais dominantes, que ditam o estilo de vida atual. É observado a
imputação de necessidades de consumo exagerado de bens e serviços, a
privatização e mercantilização da ciência e tecnologia, além da condução
do pensamento mercantil ao planejamento pedagógico, na esfera
educacional.
Em contrapartida, existe um movimento emergente de regulação
social, expresso através dos movimentos sociais e segmentos organizados
da sociedade. Há necessidade da revisão das políticas que estão sendo
implementadas no Brasil, porque visam a inclusão social, mas acabam
contribuindo para a exclusão.
Assim sendo, se vivencia a maximização da concentração de
riquezas, a desigualdade entre nações e entre grupos sociais, o
desemprego em nível mundial, a institucionalização da corrupção, a perda
de identidade cultural das nações e a submissão da sociedade ao
capitalismo, para o qual o ser humano não é prioridade.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné30
Dessa forma, o modelo econômico-social vigente precisa ser
rompido. A sociedade deve caminhar, visando um desenvolvimento capaz
de equalizar as diferenças geradas pelos antigos modelos econômicos
sociais. Deve buscar um desenvolvimento social que contemple todos os
campos, quais sejam: economia, educação, saúde, moradia e lazer. Há a
necessidade de se ultrapassar a visão ideológica imposta pela
globalização para desmistificar o domínio que o capital continua
exercendo em cada momento histórico.
Por mais que a escola se esforce em dar um retorno plausível à
sociedade, esbarra nas dificuldades que ainda são intransponíveis como:
tabus, individualismo, conformismo e temor ao se manifestar.
4.1.2 Concepção de Homem
Ao se referir sobre a complexidade do ser humano: ser, ao mesmo
tempo biológico, sócio, histórico e cultural, procuramos estruturar nossa
concepção de homem e, em consequência desta, a expectativa em
relação ao cidadão que queremos formar. Entendendo o sujeito tanto
físico como social, temos a intenção de desenvolver no aluno a
consciência e o sentimento de pertencer à Terra, de modo que possa
compreender a interdependência entre os fenômenos e seja capaz de
interagir de maneira crítica, criativa e consciente com seu meio natural e
social. A escola deve desvendar ao aluno a realidade em que está
inserido, possibilitando a formação de um homem que tenha compreensão
do mundo em suas múltiplas determinações (econômicas, políticas, sociais
e culturais...).
Alguns desafios são fundamentais no que se refere à formação do
sujeito, desenvolver uma aptidão para integrar, para situar qualquer
informação em seu contexto, para colocar e tratar os problemas, ou seja,
o grande desafio de formar cidadãos que possam enfrentar realidades
cada vez mais complexas. Assim, acreditamos ser possível formar um
"homem" menos acuado e mais indignado, um cidadão que sabe mediar
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné31
conflitos, propondo soluções criativas e para tanto, esse sujeito necessita
visualizar processos, enfim, ter uma visão mais abrangente da realidade
em que vive. Portanto, podemos dizer que “ o homem é um ser situado,
contextualizado”. (SAVIANI, 1986, p. 77)
4.1.3 Concepção de Educação:
A Educação deve ser considerada como meio de desenvolvimento
humano integral, o instrumento gerador de transformações sociais. É base
para a aquisição da autonomia, fonte de visão prospectiva, fator de
progresso econômico, político e social. É o elemento de integração e
conquista do sentimento e da consciência da cidadania. Portanto, a
finalidade de Educação é formar indivíduos capazes de analisar,
interpretar e transformar a realidade, visando a atuação do homem no
mundo de forma consciente, em nível pessoal e coletivo, a partir de seus
conhecimentos. Para tanto, é preciso vencer a prática tradicional, que
desconsidera a realidade e o próprio desenvolvimento crítico e intelectual,
onde a aprendizagem é concebida de forma mecânica, com exercícios
repetitivos e sistemáticos, como é demonstrado nas palavras de
Vasconcelos:
“O aluno recebe tudo pronto, não problematiza, não é solicitado
a fazer relação com aquilo que já conhece ou a questionar a lógica
interna do que está recebendo e acaba se acomodando. A prática
tradicional é caracterizada pelo ensino do blá-blá-blante, salivante, sem
sentido para o educando, meramente transmissora, passiva, a crítica,
desconectada”. (VASCONCELOS, 2005, p. 21)
A Educação permite que o homem se forme e se construa num ser
digno e consciente de suas ações. É através da Educação que, ele
constrói a sua cidadania e interage com o meio, com o outro, e poderá ou
não, transformar a sua vida e sociedade.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné32
A educação deve fazer a mediação entre o senso comum e o
conhecimento científico, mais atuante também no sentido de despertar a
sensibilidade e a criatividade a fim de construir um ser completo, crítico e
pensante, possibilitando um crescimento individual e coletivo.
Os significados dessas palavras precisam ser compreendidos na
maior amplitude possível, para que a ação social transformadora se realize
através do trabalho, no desenvolvimento das potencialidades do ser
humano, lhes proporcionando prazer, melhoria da qualidade de vida e da
vida de toda sociedade.
Essa compreensão deve estar presente na construção
interdisciplinar do trabalho pedagógico e na maneira como o
conhecimento é tratado para que o aluno possa ser respeitado como um
ser contextualizado.
Compreender a posição que a escola ocupa no papel de mediadora
da construção do saber elaborado é compreender, de fato, o significado de
educar para a cidadania.
4.1.4 Concepção de Conhecimento
O conhecimento é concebido por seu conteúdo e pela beleza de
suas possibilidades quando em contato com a aprendizagem humana. A
sua imagem nos chega como um bem precioso e inquestionável. E, de
fato, havemos de concordar com a proposição de seus valores. Apenas,
não medimos esforços em avaliar a sua presença contextual na história da
evolução humana.
Para Vygotsky a interação com o meio e com o outro acontece nas
relações cotidianas e histórico - sociais onde "o homem é um ser
essencialmente social e histórico que, na relação com o outro, em uma
atividade prática comum intermediado pela linguagem, se constitui e se
desenvolve enquanto sujeito. Um caminho em que o homem, à medida
que constrói sua singularidade, atua sobre as condições objetivas da
sociedade, transformando-as ." (FREITAS: 41, 1995)
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné33
O processo de construção de conhecimento implica favorecer o
desenvolvimento do aluno, o orientando nas tarefas, lhe oferecendo novas
leituras ou explicações, lhe sugerindo investigações, lhe proporcionando
vivências enriquecedoras e favorecedoras à sua ampliação do saber.
O nosso objetivo, enquanto escola, se refere à apropriação da
aprendizagem pelo educando, não como simples repasse de informação,
mas a posse e construção do conhecimento no sentido da apreensão
mental do entender e compreender. A ação do apreender (assimilar
mentalmente, entender, compreender) o conhecimento não se dá na
passividade do sujeito, mas há necessidade de estratégias diferenciadas
por parte do educador para a concretização da assimilação mental do se
apropriando da aprendizagem por parte do aluno. As pedagogias
diferenciadas utilizadas pelo educador viabilizam e mobilizam esse novo
fazer pelo educando.
4.1.5 Concepção da Escola:
De acordo com Saviani, “o trabalho educativo é o ato de produzir,
direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que
é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens” (1991,
p.14). Portanto, o objetivo da escola é transmitir conhecimentos como
forma de perpetuar cultura, desenvolver a personalidade e estimular a
sociedade.
A escola desempenha três funções principais que são: selecionar e
transmitir conhecimentos; estimular atitudes consideradas úteis para
aprendizagem e, preparar para o convívio social.
A relação de interdependência entre sociedade e escola é
incontestável. Mas se deve ter em mente que algumas práticas, atreladas
aos mecanismos de manutenção de poder, acabam por distanciar as
proposições dos modelos de ensino do fazer pedagógico. Surgem, então,
questionamentos sobre como pode a escola gerar condições para
transformar o homem, se ela mesma é “transformada” pela influência
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné34
político-ideológica de classes, ou de grupos partidários que transitam nas
instâncias do poder? Pode a educação, nessa subserviência, se constituir
em um instrumento de transformação?
A escola não se limita somente ao espaço físico, mas age e
transforma em conjunto com a família e as instituições sociais que
colaboram na construção escolar do saber, os integrando, da origem do
próprio saber à sua elaboração.
A maior preocupação é com relação ao ensino de qualidade, como
diferencial na vida dos alunos. É esperado que o aluno seja capaz de saber
mais sobre si e consiga refletir sobre a realidade em que está inserido,
tenha discernimento do justo e que seja coerente e consequente. É
fundamental que estes aprendam e se desenvolvam, vencendo seus
limites e dificuldades para aprender.
Para que a escola cumpra com eficácia seu trabalho educativo deve
pensar no seu papel como mediadora na construção dos conhecimentos
científicos através de seu currículo. Desta forma, a aprendizagem deve
ocorrer de maneira contextualizada e interdisciplinar. Deve, também, ter
claro que é preciso organizar os conteúdos disciplinares de maneira que o
método dialético de enxergar a realidade seja tido como prioridade em
todas as disciplinas. Isto é, conhecer conceitos que digam respeito às
relações sociais construídas historicamente pelos homens durante os
séculos de sua existência, para que a educação seja realmente posta a
serviço da humanização. Se assim o for, carece ainda, o modelo
educativo de proposições que visem o ser por inteiro, modelos que sejam
capazes de fazer, de fato o ser humano usufruir seu livre-arbítrio para a
realização plena de si e para a construção de um mundo com menos
desigual.
O ponto essencial da Escola é trabalhar com o processo de
construção do conhecimento como condição indispensável para a leitura e
compreensão da realidade, favorecendo para que o aluno seja sujeito da
própria escola e da sociedade.
A Escola busca ser coerente com o que fala e faz, busca ser
transformadora, procurando acompanhar os avanços da sociedade,
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné35
procura ser justa e competente, ser mais atrativa, proporcionar um maior
envolvimento da família, repensa sua ação visando a transformação, luta
contra os erros e injustiças, procura resgatar a dignidade tanto de seus
funcionários como de seus alunos, de modo que estes sintam orgulho ou
de serem alunos ou de serem professores. A Escola necessita de pessoas
que realmente sejam comprometidas e lutem para dinamizar seu interior.
O foco principal da atuação da Escola está na formação dos
estudantes, no objetivo de os tornar capazes de atuar com um mundo em
profunda transformação, perceber as causas das mudanças e se
posicionar diante delas.
4.1.6 Concepção de Infância e adolescência
Para Kramer (1995) o conceito de infância se diferencia conforme a
posição da criança e de sua família na estrutura socioecono em que se
inserem. Portanto, não há uma concepção infantil homogênea, uma vez
que as crianças e suas famílias estão submetidas a processos desiguais de
solcialização e de condições de vida.
Na perspectiva de superação do distanciamento, muitas vezes,
evidenciado entre a Educação Infantil e o Ensino Fundamental, considera-
se que este é o momento próprio para aliar o acervo de conhecimentos
sistematizados destes dois níveis da Educação Básica. Esta aproximação é
possível a partir de um trabalho que possibilite complementaridade e
continuidade de processos de aprendizagem, assegurando a característica
de aprofundamento da complexidade dos conhecimentos sistematizados.
Isso significa que os conteúdos próprios do Ensino Fundamental estão
articulados aos conteúdos de outros níveis de ensino e se ampliam
gradualmente,conforme as possibilidades de compreensão dos alunos.
Então o grande desafio é pensar não apenas a criança de seis anos
que ingressa no Ensino Fundamental, mas também no conjunto de alunos
de sete, oito, nove e dez anos que integram este nível de ensino. Assim,
acredita-se que esta inclusão obrigatória das crianças de seis anos no
Ensino Fundamental, é uma oportunidade para se refletir e efetivar uma
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné36
práxis pedagógica que considere a infância, garantindo a aquisição do
conhecimento nas dimensões artísticas, filosóficas e científicas, papel
pedagógico essencial da instituição escolar, aliada à exploração da
ludicidade também na escola de Ensino Fundamental.
4.1.7 Concepção de Ensino – aprendizagem
Muitos conceitos relacionados a abordagem Histórico Cultural
propiciaram mudanças valiosas na organização do ensino, uma vez que
contribuíram para se romper com ideias cristalizadas. Outra contribuição
dessa teoria é a importância de o ensino tomar como ponto de partida os
conhecimentos prévios dos alunos acerca dos conteúdos das diferentes
áreas do conhecimento. Como ensina Vygotsky:
“... o aprendizado das crianças começa muito antes delas
frequentarem a escola. Qualquer situação de aprendizado com a qual
a criança se defronta na escola tem sempre uma história prévia. Por
exemplo, as crianças começam a estudar aritmética na escola, mas
muito antes elas tiveram alguma experiência com quantidades – elas
tiveram que lidar com operações de divisão, adição, subtração e
determinação de tamanho. Consequentemente, as crianças têm a sua
própria aritmética pré-escolar, que somente psicólogos míopes podem
ignorar” (VYGOTSKY, 1989, p. 94-95).
Há que se destacar que, nessa perspectiva teórica, a formação
almejada com a apropriação do conhecimento “... não é o domínio de uma
lista de conteúdos, de programas fragmentados em anos e séries lineares
e cumulativos, mas sim de 'chaves de leitura' desse mundo, traduzidos
por eixos ou núcleos organizadores (...), capaz de abrigar e dar sentido às
novas afirmações que os alunos venham a obter de diferentes fontes”
(SAMPAIO, 1998, p. 8).
Duas formas de ensino continuam predominantes no contexto
escolar. Uma, na qual os conhecimentos das várias áreas são ensinados
conforme estão sistematizados e apresentados nos livros didáticos,
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné37
reservando momentos “extras” para atividades diferenciadas, de cunho
cultural, movidas, geralmente, por aspectos lúdicos. Outra, que prioriza
saberes supostamente úteis para a formação do pensamento crítico e,
consequentemente, para o exercício da cidadania. Nesta, os conteúdos
clássicos acabam sendo valorizados tão somente mediante a possibilidade
de servirem a tal formação.
Essas duas formas de ensino, divergentes entre si, não resultam de
pesquisas orientadas pela abordagem Histórico Cultural. Ocorre que,
quando não se tem domínio sobre uma abordagem teórica, facilmente se
supõe encontrar nela indícios que justificam modos de ensino de
conteúdos escolares há muito arraigados na sala de aula.
Exemplifiquemos o que está sendo afirmado: Vygotsky (1989) enfatiza o
impacto da aprendizagem no desenvolvimento dos sujeitos, bem como a
necessidade de, no interior da escola, aos sistemas organizados de
conhecimento ser destinada atenção especial. Todavia, o entendimento
equivocado dessa ideia pode justificar a primeira das duas formas de
ensino acima destacadas. Como afirma Oliveira (1995, p. 14), “uma
compreensão superficial de Vygotsky poderia levar a (...) uma postura
diretiva, intervencionista, uma volta à educação ‘tradicional’”. Já a
segunda das duas formas de ensino evidenciadas parece se ancorar em
um aspecto igualmente pertencente à teoria de Vygotsky e de seus
colaboradores, qual seja: o desenvolvimento do pensamento.
Assim, então, se concebe o ato de ensinar e aprender como o meio
de procurar desenvolver estratégias de ordem superior, antecipação,
planificação, resolução de problemas que permitam melhorar os processos
cognitivos.
Para isto é importante que as atividades propostas estejam
adequadas ao nível de desenvolvimento dos sujeitos envolvidos. Também
é preciso provocar conflitos cognitivos que estimulem a atividade mental
do aluno para que se estabeleçam relações entre os novos conteúdos e os
conhecimentos prévios, fomentando assim uma atitude favorável à
aprendizagem de novos conteúdos. Enfim, promover uma transformação
cognitiva no indivíduo que envolva reflexão, análise e síntese, ou seja, “...
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné38
o aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento
mental e põe em movimento vários processos de desenvolvimento que, de
outra forma, seriam impossíveis de acontecer” (VYGOTSKY, 1984, p.101).
4.1.8 Concepção de Alfabetização e Letramento
Alfabetização: aprendizagem do sistema alfabético e ortográfico de
escrita e das técnicas para seu uso.
Letramento: vai além, ou seja, não basta apropriar-se da
tecnologia- saber ler e escrever apenas como um processo de codificação
e decodificação, é necessário também saber usar a tecnologia – apropriar-
se das habilidades que possibilitam ler e escrever de forma adequada e
eficiente, nas diversas situações em que precisamos ou queremos ler ou
escrever.
4.1. 9 Concepção de Avaliação
Avaliar, segundo Luckesi (1998), significa: Determinar a valia ou o
valor de; apreciar ou estimar o merecimento de: avaliar um caráter;
avaliar um esforço; etc. Com esta significação, a avaliação se encerra com
a determinação de um juízo de valor sobre a realidade.
Dentro da perspectiva pedagógica, esta concepção não é suficiente,
pois, segundo Luckesi (1998), a avaliação do aproveitamento escolar
precisa ser praticada como uma atribuição de qualidade dos resultados da
aprendizagem dos alunos e percebida como um ato dinâmico, que precisa
ter como objetivo final uma tomada de decisão que vise a direcionar o
aprendizado para o pleno desenvolvimento do educando. Essa visão é
ampliada, quando se considera que "avaliar é ser capaz de acompanhar o
processo de construção de conhecimento do educando, para ajudar a
superar obstáculo".
A avaliação corresponde a uma determinada forma de olhar a
questão pedagógica, o desenvolvimento do aluno e a construção do
conhecimento. Ela decorre da observação e da ação de todos os
envolvidos no processo da aprendizagem: professores, pais, alunos. Não
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné39
se deve julgar por apenas um atributo ou atividade, mas sim por vários.
Nessa perspectiva, é indispensável uma variada lista de instrumentos e
recursos de avaliação, que possibilitem que o professor possa realmente
ter condições para analisar e perceber se o que está sendo ensinado,
está de fato sendo aprendido pelo aluno.
Esse tipo de avaliação possibilita ao professor decidir com maior
clareza as posições que precisa assumir em relação ao aluno e ao seu
trabalho.
5.2 CRITÉRIOS DE ORGANIZAÇÃO INTERNA DA ESCOLA
5.2.1 Princípios da gestão democrática
A gestão democrática deve ser uma prática cotidiana que contém o
princípio da reflexão, da compreensão e da transformação que envolve,
necessariamente, a participação da população no interior da escola e
desta na comunidade.
Somente através da abertura dos portões da escola, é que iremos
superar a lógica burocrática, fragmentada e autoritária que ainda permeia
o cotidiano da escola.
Quando se fala em gestão democrática, não é somente da
colaboração dos pais que estamos falando, mas sim sobre participação
enquanto mecanismo de representação e participação política.
A organização dos pais, mães, alunos, professores e demais
funcionários, deve acontecer a partir da possibilidade real de serem
tomadas decisões e, sobretudo, pelo reconhecimento da responsabilidade,
da diversidade de concepções e de práticas, neste sentido o consenso não
é o ponto de partida, mas de chegada, devendo ser buscado através do
diálogo e coletivamente.
Porém, reconhecemos os limites para a implantação da gestão
democrática, pois vivemos numa sociedade com tradição autoritária, que
têm modelos autoritários de organização, articulada com interesses
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné40
autoritários de uma minoria, e que se orienta na direção oposta à
democracia. A gestão democrática se apresenta como mais um dentre
outros desafios para a construção das novas relações sociais, constituindo
um espaço público de decisão e de discussão.
Outro desafio está na reflexão permanente das práticas no
cotidiano da escola e do compromisso com a democracia em sentido
amplo.
A que se superar a cultura da gestão autoritária através de debates
e da construção coletiva. Com a participação de toda a comunidade
escolar pelos conselhos de escola, conselhos de classe, grêmios
estudantis, reuniões de pais e mães e reuniões pedagógicas que busquem
aprofundar a construção acerca da escola que queremos e de como a
construir. Refletindo e buscando as soluções em conjunto, com consensos
possíveis e trabalhando com as divergências como algo saudável na
formação de sujeitos democráticos.
5.2.2 Acesso e permanência do educando na escola
Devemos nos mobilizar pela garantia do acesso e da permanência
do aluno na escola. Não basta esperar por soluções que venham
verticalmente dos sistemas educacionais. Urge criar propostas que
resultem de fato na construção de uma escola democrática e com
qualidade social, fazendo com que os órgãos dirigentes do sistema
educacional, possam a reconhecer como prioritária e criem dispositivos
legais que sejam coerentes e justos, disponibilizando os recursos
necessários à realização dos projetos em cada escola.
Do contrário, a escola não estará efetivamente cumprindo o seu
papel, socializando o conhecimento e investindo na qualidade do ensino. A
escola tem um papel bem mais amplo do que passar conteúdos. Porém,
deve modificar a sua própria prática, muitas vezes fragmentada e
individualista, reflexo da divisão social em que está inserida.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné41
5.3 O currículo da escola pública
O conceito de currículo tem se modificado ao longo do tempo. O
sentido mais usual para a palavra se relaciona ao conteúdo, à matriz
curricular, à organização dos conteúdos distribuídos pelas disciplinas e sua
carga horária. Outra definição aponta para planejamento, para planos de
aula: um ato técnico, onde se procura escrever com exatidão os objetivos,
usando os verbos adequados para que qualquer pessoa identifique as
metas propostas. Outra definição liga o currículo ao conjunto de
experiências vividas pelos educandos, numa concepção mais próxima da
ação do aluno, que deve viver uma série de experiências educativas sob a
orientação da escola.
Todas essas definições estão presentes na prática de cada escola.
Mas uma boa definição de currículo o relaciona a um conjunto de
experiências, organizadas pela escola e pelas quais a escola se
responsabiliza e disponibiliza aos alunos, com o objetivo que os alunos
aprendam algo. O eixo do currículo, em torno do qual ele gira, é o
conhecimento escolar. A centralidade do currículo é o conhecimento, pois
a escola deve ensinar.
Construir um currículo não é um trabalho técnico, que uma pessoa
faz para outros seguirem. O planejamento, a implementação e a avaliação
de um currículo deve ser uma tarefa de todos, e a preocupação constante
deve ser a insatisfação com o existente e a busca do novo. Por isso,
coletivamente devemos ter condições de decidir o que se considera
significativo que os alunos aprendam, como fazer para que ele
compreenda e busque mudar o mundo em que vive.
Resumindo, currículo é o conjunto das atividades desenvolvidas
pela escola e, portanto tudo o que ela faz para promover o acesso ao
saber elaborado. É a partir desta compreensão que a especificidade da
educação ganha uma importância ainda maior, porque o papel da escola
fica definido mais claramente quanto à formação do cidadão e sua
participação na sociedade.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné42
5.4 Trabalho coletivo para uma prática transformadora
Proporcionar educação de qualidade significa percorrer vários
caminhos e atalhos, dentre os quais: envolvimento da comunidade e dos
pais, participação dos alunos, professores comprometidos com seu
trabalho, APMF e Conselho Escolar atuantes, organização, preocupação
com todos os aspectos didáticos pedagógicos.
Somos todos agentes transformadores da realidade. A mola
propulsora de todo empreendimento bem sucedido é a disposição para o
trabalho. É o arregaçar mangas, o planejar, o agir, o avaliar, o
diagnosticar.
Vale ressaltar, que a escola deve ser um espaço privilegiado para
práticas participativas e para formar cidadãos capazes de partilhar
responsabilidades, conhecer seus direitos e deveres e conquistar mais
qualidade de vida e de educação.
É fundamental que escola, família e comunidade caminhem juntas,
pois têm um objetivo comum: educação de qualidade e construção de um
mundo melhor. É isso que a escola pretende do ponto de vista político e
pedagógico.
5.5 A educação inclusiva para o Ensino Fundamental e Médio
A Escola é considerada como um fator importante para o sucesso
de toda uma sociedade, e disso não se deve esquecer, o Estabelecimento
conforme a lei nº 7853/89 regulamentada pelo decreto 3.298/99 estará
aberto a atender alunos portadores de necessidades especiais
oportunizando a socialização e assegurando o acesso igualitário aos bens
culturais historicamente acumulados para construírem conhecimento com
competência crítica e reflexiva.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné43
A Escola como segmento social, tem refletido em suas práticas, os
mesmos mecanismos de exclusão que a sociedade tem praticado. Mas na
condição de espaço público, tem procurado aprimorar sua missão social,
política e pedagógica, desenvolvendo em todos os que dela participam,
comportamentos e atitudes de solidariedade baseados no respeito e na
valorização da diversidade humana e das diferenças individuais, de todos
os alunos.
Acreditamos que a educação inclusa não se faça somente com atos
legais, e sim com ações e relações realizadas na escola e na sociedade,
para realmente efetivar o compromisso de transformar nossa sociedade
injusta e excludente, numa sociedade igualitária.
6. MARCO OPERACIONAL
6.1 Redimensionamento da organização do trabalho pedagógico
Todos os grandes acontecimentos políticos giram em torno da
liberdade do homem em decidir sobre o seu próprio destino. Transformar
essa liberdade em um direito respeitado por todos tem sido uma luta
constante, seja nas experiências democráticas dos países desenvolvidos,
ou idas e vindas democráticas dos países com tradição autoritária, como o
Brasil.
Os colegiados de escola, as assembleias escolares e os projetos
coletivos nascem sob essa inspiração. A democracia possui em si mesma
uma natureza educativa. As dificuldades existentes não podem ser
colocadas como obstáculos intransponíveis.
O diretor deve mudar sua expectativa em relação ao seu papel de
único responsável pelos problemas; dividir responsabilidade e dirigir uma
escola com o grupo de representantes em condições de igualdade é
fundamental. Compreender que a escola é de todos e que a função básica
do diretor é criar as condições para a participação coletiva nas decisões, é
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné44
entender que a democratização das decisões só faz sentido se for com o
objetivo de garantir a democratização do conhecimento. É o que as
escolas devem tentar fazer através do projeto político pedagógico.
A educação deve ser um processo que faça o aluno passar por uma
certa organização escolar, por uma instituição que tem uma estrutura, um
funcionamento, pessoas que cuidam dela. A criança passa por tudo isso
vivenciando e quando vivencia, está aprendendo.
Assim, a forma como a escola está organizada para o aluno
aprender é fundamental para a aprendizagem. Se está organizada de
forma autoritária, individualista, com poder centralizado, sem respeitar
todos os que fazem parte do processo ou os considerar como objeto que
passa, que está ali apenas para cumprir ordens, os alunos vão aprender
desse jeito. Mas se está organizada de forma que todos aqueles que
fazem parte de sua estrutura possam ajudar a resolver os problemas que
aparecem, mesmo que não tenham o conhecimento suficiente para isso,
os alunos irão ter uma outra aprendizagem. Muito mais dinâmica e
produtiva.
O importante é trabalhar no coletivo os procedimentos que estão
prejudicando os alunos e comprometendo conquistas profissionais. Este
ato educa a todos. Afinal, cuidar do bom funcionamento da escola é um
dever de todos.
A busca de coerência entre aquilo que se exige do outro e de si
mesmo é uma condição fundamental para um trabalho mais justo e
solidário. Assim, se o diretor tem algo para queixar-se do professor, é bom
que ele analise se também não está cometendo o mesmo erro. É também
interessante relembrar como era seu comportamento frente à escola, ao
diretor, alunos e pais antes de ser diretor. Esse é um exercício que a todos
auxilia nos momentos de conflitos, proporcionando condições de atuar
sobre eles de forma mais justa e equilibrada.
A direção precisa estar convencida de que o processo tem que ser
o de acreditar no todo da escola enquanto um corpo em movimento, em
crescimento; acreditar em todos e na possibilidade de suas
potencialidades serem sempre atualizadas; ter respeito pelos pais, alunos,
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné45
professores, funcionários e pelo coletivo, é acreditar, e essa crença tem
que se manifestar nas atitudes, na forma como se conduz as coisas.
O diretor pode e deve reconhecer que, pela sua posição, ele sabe
mais. O que não pode é transformar isso em um instrumento para calar a
boca dos demais. Essa condição de “saber mais” foi dada a ele pelo
próprio exercício da direção, ele recebe mais informações; é mais exigido;
participa mais; é convocado pela secretaria; tem a oportunidade de ver o
conjunto e de atuar na globalidade da escola.
Enfim, para ser um bom diretor e ter um excelente desempenho no
seu trabalho, não deve abrir mão de fazer tudo ao mesmo tempo e uma
coisa de cada vez. O único caminho para isso é a realização de uma
gestão participativa, onde é preciso que as tarefas sejam divididas.
Delegue, confie e cobre.
Atuar de frente nas relações da escola com as famílias, a
comunidade e o poder público local na construção coletiva e
complementação do projeto político pedagógico da escola é prioridade.
Um projeto de escola só será competente se for coletivo. Além da
participação ser entendida como um direito de todos, é no coletivo que um
conhecimento mais global e verdadeiro da escola é construído. É esse
movimento, onde se entrelaçam os diversos saberes que cada um possui,
que cria a possibilidade de um conhecimento comum a todos. É através da
participação que cada pessoa é respeitada enquanto indivíduo e enquanto
integrante de um corpo maior e coletivo, que é a escola.
Para tal, se exige muita criatividade, pois lidar com o plural é
sempre difícil, exigindo que as várias partes abdiquem de posições
fechadas e passem a se ouvir e a se entender mutuamente. Assim, é
preciso que todos busquem, no universo da linguagem, a possibilidade de
comunicação, de lidar com o outro e com ele partilhar as suas reflexões.
6.2 Papel específico de cada segmento da comunidade escolar
Conselho Escolar – O Conselho Escolar é um órgão colegiado de
natureza consultiva, deliberativa, avaliativa e fiscalizadora sobre a
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné46
organização e a realização do trabalho pedagógico e administrativo
da instituição escolar, em conformidade com as políticas e as
diretrizes educacionais da SEED, a Constituição Federal, a
Constituição Estadual, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, o Estatuto da Criança e do Adolescente, a APMF, o Projeto
Político-Pedagógico e o Regimento Escolar.
No Colégio Estadual Vereador Angelo Gequelin, o Conselho Escolar é
assim constituído:
Diretor: Clei Fernando de Souza Gibleski
Representante da equipe pedagógica: Louriane Cristina Age Mello
Representante da equipe pedagógica: Roseli Enik Dittrich
Representante do corpo docente (EF): Leonilda Lech Besciak
Representante do corpo docente: Michele Maria Franquito
Representante do corpo docente (EM): Edilson Luiz Martins
Representante do corpo docente: Elisabete Aristeu da Silva
Representante da equipe administrativa: Franciele Batista
Representante da equipe administrativa: Patricia Chagas
Representante serviço de apoio: Nadir da Luz Martins
Representante serviço de apoio: Sirlete Ribinski
Representante do corpo discente (EF): Jucilei Alves
Representante do corpo discente (EF): Marcos Olívio Cordeiro
Representante do corpo discente (EM): Lindomar de Souza
Representante do corpo discente (EM):Tiago Michel Miquelasso
Representante dos pais de alunos (EF): Ivete Aparecida Pontes Pedroso
Representante dos pais de alunos (EF): Lucia Helena Gequelin
Representante dos pais de alunos (EM): Arlete Gonçalves Cordeiro
Representante dos pais de alunos (EM): Alba Regina Ramos
Representante da Comunidade – APMF: José Sejanoski Nalepa
Representante da Comunidade – APMF: Izulina Karachinski Ramos
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné47
• Conselho de Classe – O Conselho de Classe é o órgão colegiado de
natureza consultiva e deliberativa em assuntos didáticos
pedagógicos, fundamentado no Projeto Político Pedagógico da
Escola, e no Regimento Escolar, com a responsabilidade de analisar
as ações educacionais, indicando alternativas que busquem garantir
a efetivação do processo ensino e aprendizagem.
O Conselho de Classe se constitui em um espaço de reflexão
pedagógica, onde todos os sujeitos do processo educativo, de forma
coletiva, discutem alternativas e propõe ações educativas eficazes que
possam vir a sanar necessidades/dificuldades apontadas no ensino-
aprendizagem.
O Conselho de Classe é constituído pelo Diretor, pela equipe
pedagógica, por todos os professores e os alunos representantes que
atuam numa mesma turma e/ou série, por meio de:
I – Pré Conselho de classe com toda a turma em sala de aula, sob a
Coordenação do Professor representante de turma e/ou pelo pedagogo;
II – Conselho de Classe Integrado, com a participação da equipe de
direção, da equipe pedagógica, do corpo docente e das observações
advindas do pré conselho de classe.
É de responsabilidade da direção presidir o Conselho de Classe e
cabe ao pedagogo organizar as informações e dados coletados a serem
estudados no Conselho de Classe.
• Conselho Representante de Turmas
O Colégio Estadual Vereador Angelo Gequelin – EFM possui alunos
representantes de turmas, os quais são eleitos democraticamente pelos
colegas de turma, sendo um feminino e um masculino de cada série:
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné48
Série Aluno Representante
5ª A
5ª B
6ª A
6ª B
7ª A
7ª B
8ª A
8ª B
1ª A
2ª A
3ª A
• Grêmio Estudantil – O Grêmio é uma organização sem fins
lucrativos que representa o interesse dos estudantes e que tem fins
cívicos, culturais, educacionais, desportivos e sociais. O grêmio é o
órgão máximo de representação dos estudantes da escola. Atuando
nele, o educando defende seus direitos e interesses e aprende ética
e cidadania na prática.
O grêmio é considerado como a organização dos estudantes na
escola. Ele é formado apenas por alunos, de forma independente,
desenvolvendo atividades culturais e esportivas.
O Grêmio Estudantil do Colégio Estadual Vereador Angelo Gequelin
se encontra em processo de estruturação, onde está sendo feito por uma
comissão de alunos a divulgação e os esclarecimentos do que é o grêmio
e quais são suas finalidades.
• APMF - A Associação de Pais, Mestres e Funcionários, pessoa
jurídica de direito privado, é um órgão de representação dos pais e
profissionais do estabelecimento, não tendo caráter político-
partidário, religioso, racial e nem fins lucrativos, não sendo
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné49
remunerados os seus dirigentes e conselheiros, sendo constituído
por prazo indeterminado.
A Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF) é um órgão
formado por membros de toda a comunidade escolar envolvidos no
processo educacional, igualmente responsáveis pelo sucesso do
desempenho da escola pública, que objetiva dar apoio à direção das
escolas, primando pelo entrosamento entre pais, alunos, professores,
funcionários e toda a comunidade, com atividades sócio educativas,
culturais e desportivas.
No CEVAG, a associação é formada por todos os segmentos, sendo
assim constituída:
Presidente: Alba Regina Ramos Ribinski
Vice-presidente: Darlei Castagnoli
1ª Secretária: Patrícia Chagas
2ª Secretária: Franciele Pamela Martins
1º Tesoureiro: José Sejanoski Nalepa
2º Tesoureiro: Louriane Cristina Age Mello
1º Diretor sócio-cultural-esportivo: Vera Lúcia Ferreira
2º Diretor sócio-cultural-esportivo: Izulina Karachinski ramos
Conselho Deliberativo e Fiscal (Mestres): Paula F. dos Santos Vicelli
Conselho Deliberativo e Fiscal (Mestres): Rosane Aparecida Leal
Conselho Deliberativo e Fiscal (Funcionários): Nadir da Luz Martins
Conselho Deliberativo e Fiscal (Funcionários): Sirlete Ribinski
A eleição de todos os segmentos representativos da escola –
Direção, APMF, Conselho Escolar, Representantes de turma, Grêmio
Estudantil – será feita através de votação secreta e democrática, sendo
que para direção, APMF e Conselho Escolar, os pais, professores e
funcionários serão convocados e alunos maiores de 18 anos podem
também votar, e para eleição do representante de turma e grêmio
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné50
estudantil, os alunos e professores participam da eleição. É preciso que
todos tenham compromisso com o segmento eleito, e isso se dá através
do voto.
6.3 Práticas Avaliativas e Sistema de Avaliação
Através da avaliação é que o professor faz a mediação entre o
conhecimento e o aluno. O professor deve utilizar a avaliação durante
todo o processo de ensino-aprendizagem, observando como o aluno está
apreendendo o conhecimento, que dificuldades ele enfrenta, que
reformulações em seu método de ensino devem ser feitas, etc. “Avaliar o
aluno deixa de significar fazer um julgamento sobre a aprendizagem do
aluno, para servir como momento capaz de revelar o que o aluno já sabe,
os caminhos que percorreu para alcançar o conhecimento demonstrado,
seu processo de construção de conhecimento, o que o aluno não sabe, o
que pode vir a saber, o que é potencialmente revelado em seu processo,
suas possibilidades de avanço e suas necessidades para que a superação,
sempre transitória, do não saber, possa ocorrer” (Esteban, 1997, p.53).
O aluno é considerado um receptor ativo dos conteúdos que o
docente sistematiza, suas falhas, seus argumentos incompletos e
inconsistentes são considerados, não como algo indesejável e digno de um
dado de reprovação, mas numa perspectiva dialógica e construtivista,
onde o erro é fecundo e positivo, um elemento fundamental à produção de
conhecimento pelo ser humano. A opção epistemológica está em corrigir
ou refletir sobre a tarefa do aluno. Corrigir para ver se aprendeu reflete o
paradigma positivista de avaliação. Refletir a respeito da produção de
conhecimento do aluno para o encaminhar à superação, ao
enriquecimento do saber significa desenvolver uma ação avaliativa
diagnóstica e mediadora.
A avaliação diagnóstica tem como objetivo detectar as dificuldades
no processo ensino-aprendizagem a fim de possibilitar ao professor o
estudo e a interpretação dos dados da aprendizagem e do seu próprio
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné51
trabalho, assim como obter condições para acompanhar o processo do
trabalho cotidiano, bem como diagnosticar seus resultados e lhes atribuir
valores e conceitos. Desse modo, a avaliação diagnóstica legítima deve
apresentar as seguintes características: “... deverá ser assumida como um
instrumento de compreensão do estágio de aprendizagem em que se encontra o
aluno, tendo em vista tomar decisões suficientes e satisfatórias para que possa
avançar no seu processo de aprendizagem” (Luckesi, 2002, p.81).
A avaliação diagnóstica deve ser entendida como saída do modo
autoritário de agir na prática educativa em avaliação, mas como meio
auxiliador da construção de uma educação que está a favor da
democratização da sociedade “... não se propõe e nem existe de uma
forma solta e isolada. É condição de sua existência a articulação com uma
concepção pedagógica progressista” (Luckesi, 2002, p.82).
Critérios utilizados para a avaliação:
- Na avaliação do aproveitamento escolar, deverão preponderar os
aspectos qualitativos da aprendizagem;
- A avaliação deverá constar de várias oportunidades, provenientes
da utilização dos instrumentos de avaliação, cujas notas serão somadas
para se obter a média trimestral;
- Resultará de um trabalho conjunto entre a Direção, Equipe
Pedagógica e Corpo Docente e Discente ao longo do processo ensino-
aprendizagem em busca do ensino de qualidade;
- Deverá ser contínua e cumulativa;
- A recuperação da aprendizagem será feita imediatamente após a
constatação da dificuldade e assim que seja aplicado o instrumento de
avaliação do conteúdo (recuperação paralela);
- A avaliação do aproveitamento escolar será realizada em diversas
oportunidades através de: testes escritos e orais, individuais e em grupos,
participação nas atividades curriculares, pesquisas, relatórios,
experimentação, discussões e debates, práticas educativas e outras
formas. O mínimo de instrumentos de avaliação a serem utilizados no
trimestre é de três instrumentos.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné52
- O resultado da avaliação será expresso em notas, onde:
a) a nota variará de 0,0 (zero vírgula zero) a 10,0 (dez vírgula
zero);
b) o rendimento mínimo será a nota 6,0 (seis vírgula zero) por
disciplina;
c) os resultados da avaliação serão obtidos no final de cada
trimestre e no final do ano letivo, da seguinte forma:
- Média Trimestral: a nota do Trimestre será resultante da
somatória dos valores atribuídos em cada instrumento de avaliação, sendo
cumulativos na sequência e ordenação dos conteúdos.
- Média Final: as notas obtidas durante o ano letivo serão
computadas através de Média Aritmética, de acordo com a seguinte
fórmula:
M.F. = 1ºT + 2ºT + 3ºT = 6,0
3
Obs.: M.F. = Média Final
T = Trimestre
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pensar a educação no terceiro milênio é uma tarefa de
compromisso por aqueles que se dizem educadores. Ou assumimos um
comportamento revolucionário no sentido de trabalharmos a pluralidade
cultural no mundo contemporâneo, reconhecendo que o universo cultural
não é somente o capital, mas sim, a formação de um cidadão que se
integre à sociedade de forma solidária, crítica, no sentido de
transformação, ou trabalhamos no sentido de mantermos a reprodução
das injustiças e desigualdades sociais em nosso país. A opção é nossa!
Organizar a escola não somente como um estabelecimento de
regras e limites, oportunizando a convivência com respeito, num espaço
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné53
onde as pessoas tenham prazer em estar e em aprender, onde todos
possam aprender juntos. Uma educação integral e integrada.
O projeto político – pedagógico precisa se encontrar nestes
aspectos, neste território de construção, sua essência se encontra
presente neste campo de interação e coletividade, sua presença precisa
ser constante e significativa para a escola, permitindo sua democratização
e sua autonomia.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné54
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1983.
FREIRE, P. A importância do ato de ler. 32. ed. São Paulo: Cortez, 1996.
p. 87
FREIRE, Madalena. A formação permanente. In: FREIRE, Paulo: Trabalho,
Comentário, Reflexão. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1991.
GADOTTI, M. História das ideias pedagógicas. São Paulo: Ática, 1993.
MEC. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares
Nacionais. Curitiba, 2006.
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública: a
pedagogia crítico social dos conteúdos. 16ª ed. São Paulo: Loyola,
1985.
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Quixote, 1992.
SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico crítica: Primeiras
aproximações. 2ª ed. São Paulo: Cortez/Autores Associados, 1991.
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como pesquisador. São Paulo: EPU, 1990.
VASCONCELOS, C. S. : Construção do conhecimento em sala de
aula.São Paulo: Libertad, 1995.
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VEIGA, I.P.A . Projeto Político – Pedagógico da Escola: uma construção
possível. 2. ed. São Paulo: Papirus, 1995.
LUCKESI, Cipriano.Avaliaçãoda aprendizagem escolar. São Paulo, Cortez, 1998.
________. Avaliação da Aprendizagem Escolar. São Paulo: Cortez, 2002.
LIBÂNEO, J. C. Organização e Gestão da Escola. Goiânia: Alternativa, 2001.
FONSECA, Valter M. PauloPaulo Freire e a Educação Libertadora, http://destaquein.sacrahome.net/node/348 acesso em 2007.
Ensino fundamental de nove anos: orientações pedagógicas para os anos
iniciais/autores: Angela Mari Gusso...[et al.]/ organizadores: Arleandra Cristina Talin do
Amaral, Roseli Correia de Barros Casagrande, Viviane Chulek. -Curitiba, PR:Secretaria de
Estodo da Educação 2010.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné56
II PARTE – PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
LÍNGUA PORTUGUESA
Dimensão histórica do ensino da Língua Portuguesa
“A Constituição brasileira, em seu artigo 5º, prescreve: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à igualdade, à segurança e à propriedade(...)”.
O Estado de Direito garante a todos os cidadãos a igualdade perante as leis, porém sabemos que, historicamente, em nosso país, há um descompasso entre o que a lei propõe e a realidade vivida pela sociedade, incluídos, aí os processos de educação.
Nesse quadro, que papel desempenha a escola? (DCE – Língua Portuguesa, 2009).
De acordo com a D.C.E. É prioritariamente nas aulas de Língua
Materna que o estudante brasileiro tem a oportunidade de aprimorar sua
competência linguística e assim garantir sua participação na sociedade. É
no ambiente escolar que o aluno precisa aprender a ter voz e fazer uso da
palavra, numa sociedade democrática, porém impregnada de conflitos e
tensões.
A democratização do ensino permitiu a participação das classes
menos favorecidas na composição da escola. Como consequência ocorreu
o conflito entre a linguagem ensinada na escola, a das classes
privilegiadas e a linguagem usada pelas camadas populares. O conflito
persiste quando se observa que
[…] Segundo os princípios democráticos nenhuma discriminação dos indivíduos tem razão de ser, com base em critérios de raça, religião, credo político, a única brecha deixada aberta para a discriminação é aquela que se baseia nos critérios da linguagem e da educação (GNERRE, 1991,p.18 in DCE – Língua Portuguesa, 2009).
É necessário ouvir esses alunos das classes menos favorecidas e
oportunizar-lhes condições para sua inclusão na sociedade, usando a pal
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falada ou/e a escrita, através da leitura e escrita, para que como cidadãos
ajam na sociedade de forma atuante e consciente.
Historicamente o processo de ensino de Língua Portuguesa no Brasil
iniciou-se com a educação jesuítica. Essa educação era fundamental na
formação da elite colonial e ao mesmo tempo se propunha a “alfabetizar e
catequizar” os índios. Não havia uma educação institucionalizada, partia-
se de práticas pedagógicas restritas à alfabetização, que visavam manter
os discursos hegemônicos da metrópole e da Igreja. O sistema jesuítico
tinha como objetivos a expansão católica através da catequese indígena e
a continuação do modelo econômico de subsistência da comunidade –
formação de elites subordinadas à metrópole, sociedade escravocrata e
produção colonial de acordo com os interesses do país colonizador
(LUZ_FREITAS, 2007s/p)
Nessa época, evidenciava-se na Constituição da escola e do ensino
no Brasil, que o acesso à educação letrada era determinante na estrutura
social, fazendo com que colégios fossem destinados aos filhos da elite
colonial.
Essas práticas pedagógicas moldavam-se ao ensino do latim, para os
poucos que tinham acesso a uma escolarização mais prolongada, visando
a formação de uma sociedade reprodutivista, perpetuando a ordem
patriarcal e inculcando a obediência [à fé, ao rei e à lei]
(VLLLATA,1997,p.351).
Quanto ao ensino da Língua Portuguesa, limitava-se, nessa época,
às aulas de ler e escrever, mantidas pelos jesuítas. Nos cursos chamados
secundários,as aulas eram de gramática latina e retórica, além do estudo
de grandes autores clássicos.
No período colonial, a língua mais utilizada era o tupi. O português
“era a língua da burocracia” (ILARI,2007 s/p), usada nas transações
comerciais, dos documentos legais. “A interação entre colonizados e
colonizadores resultou na constituição da Língua Geral (tupi-guarani),
utilizada pelos portugueses com objetivo de domínio da nova terra. Essas
línguas continuaram sendo usadas por muito tempo na comunicação
informal por grande parte da população não escolarizada. A partir do
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século XVIII, época das expedições bandeirantes e a descoberta da
riqueza mineral, essa situação de bilinguismo não mais interessou aos
propósitos de Portugal, que para manter o poder sobre a colônia, precisou
unificar e padronizar a língua.
Para reverter esse quadro, em 1758 um decreto do Marquês de
Pombal tornou a Língua Portuguesa idioma oficial do brasil, proibindo o
uso da Língua Geral. No ano seguinte, os jesuítas foram expulsos do Brasil.
Foi nesse contexto e influenciado por ideias iluministas que o Marquês de
Pombal tornou obrigatório o ensino da Língua Portuguesa em Portugal e no
Brasil.
A Reforma Pombalina, em 1759, impôs a Língua Portuguesa como idioma-base do ensino entre outras medidas que visavam à modernização do sistema educacional, a cargo dos jesuítas por mais de dois séculos. Tal reforma era reflexo do iluminismo, que trazia em seu bojo ideias de reorganização da sociedade por meio de princípios racionais decorrentes do cartesianismo e do empirismo do século XVII. A Língua Portuguesa passa, então, com a Reforma Pombalina, a fazer parte dos conteúdos curriculares, mesmo assim seguindo os moldes do ensino de latim. (LUZ-FREITAS,2004,s/p in DCE – Língua Portuguesa, 2009).
A partir da Reforma Pombalina, a educação brasileira passou por
mudanças estruturais. O ensino ministrado pelos jesuítas, além de escolas
de ler e contar, ou escolas elementares, dirigidas à população indígena,
também mantinha cursos de Letras e Filosofia e o curso de Teologia para
formação de sacerdotes (MOLL,2006)
Toda a organização jesuíta foi substituída por aulas régias
ministradas por profissionais de várias áreas(nomeados por indicação
política ou religiosa).Essas aulas atendiam uma parcela reduzida da elite
colonial que se preparava para estudos posteriores na Europa.
Em 1772, foi criado o subsídio literário, um imposto que insidia sobre
a carne , o vinho e a cachaça e era destinado à manutenção dos ensinos
primário e secundário. Dessa forma, o ensino passou a ser financiado pela
Metrópole. A intenção dessas medidas era modernizar a educação e
colocá-la a serviço dos interesses da Coroa Portuguesa. Porém a falta de
infraestrutura e4 de professores especializados acabou gerando a
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ineficiência das aulas régias. A escolarização também sofria influência da
educação clássica e europeizante.
Essa situação mudou a partir de 1808, com a vinda da família real
ao Brasil.
Com a corte no Rio de Janeiro, foram instaladas as primeiras
instituições de ensino superior voltadas para a burocracia estatal que
emergia. Essas instituições atendiam as classes superiores da sociedade,
europeizando e mantendo o status quo. As classes populares que
precisavam aprender a ler e escrever a língua portuguesa continuavam
negligenciadas.
Somente nas últimas décadas do século XIX, a disciplina de Língua
Portuguesa passou a integrar os currículos escolares brasileiros. Até 1869,
o currículo privilegiava as disciplinas clássicas, sobretudo o Latim,
restando ao Português um espaço sem relevância.
Seguindo os moldes do ensino de Latim, o ensino de Língua
Portuguesa fragmentava-se no ensino de Gramática, Retórica e Poética.
“Os professores eram estudiosos autodidatas, com formação humanística,
que além de exercer cargos públicos, dedicavam-se ao ensino”
(SOARES,2001,s/p).
No fim do século XIX, com o advento da República e a crescente
industrialização houve a necessidade do ensino atender as necessidades
da industrialização. A escola atendia as camadas cada vez maiores da
população o que fez decair curso de Retórica dos currículos, disciplina
destinada às classes dirigentes, como técnica para assegurar a boa
linguagem (FONTES,1999,p.47).
O conteúdo gramatical ganhou a denominação de Português em
1871, data em que foi criado, por decreto imperial, o cargo de Professor
de Português.
Nesse período, o Latim começou a perder prestígio com a
valorização da língua nacional que coincidiu com os ideais românticos
brasileiros que defendiam uma língua brasileira como garantia de unidade
nacional.
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Com o advento do modernismo, a partir de 1922, a variedade
brasileira da língua portuguesa foi retomada pelos nossos modernistas
que pretendiam romper com os modelos tradicionais portugueses em
defesa do falar brasileiro, contribuindo para aproximar a língua escrita da
língua falada no Brasil.
O Ensino Da Língua Portuguesa manteve sua característica elitista
até meados do século XXX, quando se iniciou no Brasil, a partir da década
de 1960, um processo de expansão do ensino primário e a ampliação de
vagas, com a eliminação dos chamados “exames de admissão” em 1971.
Como consequência desse processo, ocorreu a multiplicação de
alunos e a problemática trazida para o espaço escolar como presença de
registros linguísticos e padrões culturais diferentes daqueles até então
admitidos na escola.
Nesse contexto, que foi também de consolidação da ditadura militar,
uma concepção tecnicista de educação gerou um ensino baseado em
exercícios de memorização(teoria comportamentalista/behaviorista). A
pedagogia da formação de hábitos, memorização e reforço era adequada
ao contexto autoritário que cerceava a reflexão e a crítica no ambiente
escolar, impondo uma formação acrítica e passiva.
A Lei 5692/71 ampliou e aprofundou um ensino voltado à
qualificação para o trabalho. Essa lei passou a denominar a disciplina de
português, no primeiro grau, de Comunicação e Expressão (nas quatro
primeiras séries) e Comunicação em Língua Portuguesa (nas quatro
últimas séries).
Na década de 70, o ensino de Língua Portuguesa pautava-se
exercícios estruturais , técnicas de redação e treinamento de habilidades
de leitura.
Com relação à literatura, até meados do século XX, o principal
instrumento do trabalho pedagógico eram as antologias literárias, com
base nos Cânones. A leitura do texto literário, no ensino primário e
ginasial, visava transmitir a norma culta da língua e incutir valores
religiosos, morais e cívicos com objetivos de despertar nos cidadãos o
sentimento nacionalista e manter a ordem estabelecida.
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O ensino de literatura restringiu-se ao segundo grau com
abordagens estruturalistas/e ou historiográficas do texto literário. Na
análise do texto poético considerava-se as rimas, escansão de versos, etc.
Cabendo ao produção a condução do ensino, e aos alunos,a condição de
meros ouvintes. O trabalho com a leitura de textos era pretexto para
ensinar Gramática.
Com o movimento que levaria ao fim do regime militar, houve um
aumento dos cursos de pós-graduação para a formação de uma elite de
professores e pesquisadores, possibilitando um pensamento crítico em
relação à educação.
A consolidação da abertura política resultou em pesquisas que
fortaleceram a pedagogia histórico-crítica, a partir dos que anos 80,
compreendendo a educação como mediação da prática social.
Na disciplina de Língua Portuguesa, essa pedagogia se revelou nos
estudos linguísticos centrados no texto/contexto e na interação social das
práticas discursivas. As novas concepções sobre a aquisição da Língua
Materna chegaram ao Brasil da década de 70 e início de 80 quando as
obras do Círculo de Bakhtin passaram a ser lidas nos meios acadêmicos.
Essas obras além de combater a pedagogia tecnicista trouxeram à tona
os estudos em torno da natureza sociológica da linguagem.
A análise de discussões a respeito do livro “o texto na sala de aula”
de João Wanderley Geraldi influenciaram a reestruturação do Ensino de 2º
Grau, de 1988, e do Currículo Básico, de 1990, que valorizavam à
educação linguística. O Currículo de Língua Portuguesa orientava os
professores a um trabalho de sala de aula focado na leitura, produção de
texto e domínio efetivo de falar, ler e escrever.
Pesquisas, estudos e discussões resultaram nas DCE que adotam as
práticas linguísticas que o aluno traz ao ingressar na escola, e a partir
disso, trabalhar a inclusão de saberes necessários ao uso da norma padrão
e acesso aos conhecimentos para os multiletramentos, a fim de
constituírem ferramentas básicas no aprimoramento das aptidões
linguísticas dos estudantes.
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É tarefa da escola oportunizar diferentes práticas sociais, usando
leitura, escrita e oralidade com a finalidade de inserir os alunos nas
diversas esferas de interação, de forma consciente e ativa, diante da
realidade.
2 – Fundamentos teórico - metodológicos
“Refletir sobre o ensino da Língua e da Literatura implica pensar também as contradições, as diferenças e os paradoxos do quadro complexo da contemporaneidade. Mesmo vivendo numa época denominada “era da informação”, a qual possibilita acesso rápido à leitura de uma gama imensurável de informações, convivemos com o índice crescente de analfabetismo funcional, e os resultados das avaliações educacionais revelam baixo desempenho do aluno em relação à compreensão dos textos que lê.(DCE – Língua Portuguesa, 2009).
O ensino de Língua Portuguesa quanto ao processo de aquisição e
aprimoramento da língua materna ainda é deficitário e muitas vezes
pauta-se no repasse de regras e nomenclatura da gramática tradicional.
As DCE propõem uma concepção de linguagem que não se fecha”na
sua condição de sistema de formas(...) mas abre-se para a sua condição
de atividade e acontecimento social, portanto estratificada pe3los valores
ideológicos”(RODRIGUES,2005,p.156). A linguagem é vista como
fenômeno social, que nasce da necessidade de interação politica, social e
econômica entre os homens. Ensinar a língua materna requer que se
considerem os aspectos sociais e históricos em que o sujeito está inserido,
o contexto de produção do enunciado, uma vez que seus significados são
sociais e historicamente construídos.
O ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa visa aprimorar os
conhecimentos linguísticos e discursivos dos alunos para que eles
compreendam e interajam com os diferentes discursos que se manifestam
no dia a dia. A escola, então, precisa ser o espaço onde o aluno se
defronta com os diversos textos com diferentes funções sociais
posicionando-se no contexto social.
O professor de Língua Portuguesa precisa propiciar ao educando a
leitura de textos das diferentes esferas sociais (jornalística, literária,
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publicitária, digital), a discussão e o envolvimento com diferentes
linguagens.
Bakhtin(1992)dividiu os gêneros discursivos em primários e
secundários. Os primários referem-se às situações cotidianas; os
secundários acontecem em circunstâncias mais complexas de
comunicação(como nas áreas acadêmicas, jurídicas, artísticas, etc). As
duas esferas são interdependentes.
Brait(2000,p.20) enfatiza as condições de produção, de circulação e
de recepção e que cada uma das diferentes esferas de comunicação
produz os gêneros necessários as suas atividades, tendo-se os os gêneros
da esfera jornalística (notícia, reportagem,editorial, classificados...); da
esfera televisiva(novela, telejornal, entrevistas...); da esfera cotidiana
(listas de supermercados, receitas, recados...); da esfera digital(e-mail,
bate-papo virtual, lista de discussão) e assim por diante.
Alguns gêneros são adaptados, renovados, criados, como é o caso
do surgimento dos gêneros do discurso eletrônico(e-mail, chat, blog,
videoconferência interativa, etc).
O trabalho com os gêneros deve levar o estudante a conhecer e
ampliar o uso dos registros socialmente valorizados da língua, como a
norma culta.
É na escola que o educando da escola pública tem acesso à norma
culta da língua, ao conhecimento social e historicamente construído e à
instrumentalização que favoreça sua inserção social e exercício da
cidadania.
É preciso também esclarecer que no ensino da língua também
devem estar incluídas as regras gramaticais, o ensino de nomenclaturas e
classificações.
Tendo em vista a concepção de linguagem como discurso que se efetiva nas diferentes práticas sociais, o processo de ensino-aprendizagem na disciplina de língua, busca:empregar a língua oral em diferentes situações de uso, saber adequá-la a cada contexto e interlocutor, reconhecer as intenções implícitas nos discursos do cotidiano e propiciar a possibilidade de um posicionamento diante deles;
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desenvolver o uso da língua escrita em situações discursivas por meio de práticas sociais que considerem os interlocutores, seus objetivos, o assunto tratado, além do contexto de produção;analisar os textos produzidos, lidos e/ou ouvidos, possibilitando que o aluno amplie seus conhecimentos linguístico-discursivos;aprofundar, por meio da leitura de textos literários, a capacidade de pensamento crítico e a sensibilidade estética, permitindo a expansão lúdica da oralidade, da leitura e da escrita;aprimorar os conhecimentos linguísticos, de maneira a propiciar acesso às ferramentas de expressão e compreensão de processos discursivos, proporcionando ao aluno condições para adequar a linguagem aos diferentes contextos sociais, apropriando-se, também, da norma padrão.É importante ressaltar que tais objetivos e as práticas deles decorrentes
supõe um processo longitudinal de ensino e aprendizagem que se inicia na alfabetização, consolida-se no decurso da vida acadêmica e não se esgota no período escolar,mas se estende por toda a vida. (DCE – Língua Portuguesa, 2009)
A Língua será trabalhada, em sala de aula, a partir da linguagem em
uso, que é a dimensão dada pelo Conteúdo Estruturante. O trabalho com a
disciplina considerará os gêneros discursivos que circulam socialmente,
com especial atenção àqueles de maior exigência na sua elaboração
formal. As práticas de leitura, oralidade, escr4ita e análise linguística serão
contempladas sendo que o professor selecionará os gêneros (orais e
escritos) a serem trabalhados de acordo com as necessidades e objetivos
pretendidos.
O trabalho a respeito da “história e cultura afro-brasileira e
indígena”, conforme prevê a Lei 11.645, bem como sobre o meio ambiente
e a História do Paraná, Lei 9.795/99 – Meio Ambiente e Lei 13.381/01 –
História do Paraná, consistirá em leitura e pesquisa de diversos textos que
abordem o tema, como: letras de música, texto jornalístico, fragmentos de
obras literárias, poemas, trechos de livros históricos,,etc, possibilitando a
discussão e expressão oral e/ou escrita, construindo uma visão sobre a
importância e contribuição do negro, do índio, dos colonizadores e
primórdios da história do Paraná bem como sua atuação a respeito do
meio ambiente.
2.1 – Práticas discursivas: Oralidade, escrita e leitura
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Quanto maior o contato com a linguagem, na diversidade textual,
mais possibilidades se tem de entender o texto como material verbal
carregado de intenções e de visões do mundo.
As três práticas – oralidade, escrita e leitura abrangem todo o
dinâmico sistema da linguagem, uma vez que se utiliza das reflexões que
os alunos fazem como falantes para sistematizar e compreender outras
operações.
A ação pedagógica referente à língua, precisa pautar-se na
interlocução, em atividades planejadas que possibilitem ao aluno não só a
leitura e a expressão oral ou escrita, mas também, refletir sobre o uso que
se faz da linguagem nos diferentes contextos e situações.
2.1.1 – Oralidade
O trabalho com a oralidade precisa pautar-se em situações reais de
uso da fala valorizando-se a produção de discursos nos quais o aluno
realmente se constitua como sujeito do processo interativo.
As variedades linguísticas constituem sistemas linguísticos
perfeitamente adequados e não devem servir como pretexto para
discriminação social dos sujeitos, mas promover o diálogo entre os
diferentes falares estabelecendo sua compreensão.
É na sala de aula, através do trabalho com a oralidade que o aluno
vai conhecer e empregar a norma padrão como também entender a
necessidade desse uso em determinados contextos sociais, sabendo que
em situações informais continuará utilizando o dialeto que lhe é peculiar.
2.1.2 – Escrita
Em relação à escrita, ressalte-se que as condições em que a
produção acontece (quem escreve, o quê, para quem, para que, por que,
quando, onde, como) é que determinam o texto. Além disso, cada gênero
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné66
textual tem suas peculiaridades: a composição, a estrutura e o estilo do
texto variam conforme se produza uma história, um poema, um bilhete,
uma receita, um texto de opinião,ou outro.
É preciso que os alunos se envolvam com os textos que produzem
assumindo sua autoria, só assim poderão aprimorar sua condição de
escritor.
O ato de escrever só se aprende na prática da escrita em suas
diferentes modalidades. Esse processo ocorre em vários momentos:
motivação para produção do texto, revisão sobre conteúdo, revisão,
reescrita ou reestruturação.
2.1.3 Leitura
Através das experiências e dos conhecimentos prévios do leitor que
lhe permitem fazer previsões e inferências sobre o texto. Um texto pode
levar a outro texto (intertextualidade), ao desejo, a elaboração de
significados, etc.
O texto desde que não se preste a uma prática utilitarista de leitura
didatizada, é um excelente meio de contato com a pluralidade de
significados que a língua assume em seu máximo grau de efeito estético.
2.1.3.1 Literatura
A literatura está intrinsecamente ligada à vida social. Além da sua
relação dialógica com outros textos, articula-se com o contexto de
produção, a crítica literária, a linguagem, a cultura, a história, a economia,
entre outros.
Para Candido(1972), a literatura é vista como arte que
transforma/humaniza o homem e a sociedade. O autor atribui à literatura
três funções: a psicológica, a formadora e a social.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné67
A função psicológica, permite a fuga da sua realidade e a criação da
fantasia. A função formadora retrata ao homem, realidades não reveladas
pela ideologia dominante. A função social retrata os diversos segmentos
da sociedade.
No ensino da Literatura deve-se formar um leitor capaz de sentir e
de expressar o que sentiu, perceber o confronto entre a representação do
mundo do autor e a representação de mundo do leitor. O texto literário
não serve a qualquer interpretação. Ele é carregado de pistas/estruturas
de apelo, as quais direcionam o leitor, orientando-o para uma leitura
coerente.
2.2 Análise linguística e as práticas discursivas
Quando se assume a língua como interação em sua dimensão
discursivo-textual, o que importa não é o ensino da nomenclatura
gramatical, de definições ou regras. O mais importante é criar
oportunidades para o aluno refletir, construir, levantar hipóteses, a partir
da leitura e da escrita de diferentes textos, única instância em que o aluno
pode entender a compreensão de como a língua funciona e a decorrente
competência textual.
O aluno precisa compreender que um bom texto é organizado com
elementos gramaticais na sua função real no interior do texto, ligando
palavras, frases, parágrafos, defendendo o ponto de vista do autor. Devem
compreender a unidade temática e unidade estrutural a organização do
assunto e sua coerência pra compreensão do leitor.
3. Conteúdo estruturante
Durante muito tempo o conteúdo gramatical tem sido a base para o
ensino de Língua Portuguesa. O conceito de conteúdo estruturante
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné68
garante a sua não fixidez, abrange toda a complexidade que envolve o
processo de uso da língua, não apenas a gramática.
A seleção do Conteúdo Estruturante está relacionada com o
momento histórico-social. Na disciplina de Língua Portuguesa, assume-se
a concepção de linguagem como prática que se efetiva nas diferentes
instâncias sociais, sendo então o Conteúdo Estruturante –
o discurso como prática social.
Discurso é entendido como resultado da interação - oral ou escrita -
entre sujeitos.
3.1 Conteúdos básicos
ENSINO FUNDAMENTAL
5ª SÉRIE
CONTEÚDOS BÁSICOS ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
LEITURA
Identificação do temaInterpretação textual,
observando:- conteúdo temático- interlocutores- fonte- intertextualidade- informatividade- intencionalidade- marcas linguísticas
Identificação do argumento principal e dos argumentos secundários
Inferências
Práticas de leitura de textos de diferentes gêneros
Consideração dos conhecimentos prévios dos alunos
Inferências de informações implícitas
Utilização de materiais gráficos diversos (fotos, gráficos, quadrinhos...) para interpretação de textos
Discussão sobre: finalidade do texto, fonte, interlocutor...
Relato de experiências significativas relacionado ao assunto do texto
Leitura de vários textos para a observação das relações dialógicas
Espera-se que o aluno:
Realize leitura compreensiva do texto
Localize informações explícitas no texto
Emita opiniões a respeito do que leu.
Amplie o horizonte de expectativas
ORALIDADE
Adequação ao gênero: Apresentação de textos
produzidos pelos alunos
Espera-se que o aluno:Utilize seu discurso
de acordo com a
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné69
- conteúdo temático- elementos composicionais- marcas linguísticas
Variedades linguísticasIntencionalidade do textoPapel do locutor e do
interlocutor:- participação e cooperação
Particularidades de pronúncia de algumas palavras
Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos...
Contação de históriasNarração de fatos reais ou
fictíciosSeleção de discurso de
outros, como: entrevista, cenas de desenhos/programas infanto-juvenis, reportagem...
Análise dos recursos próprios da oralidade
Orientação sobre o contexto social de uso do gênero trabalhado
situação de produção (formal, informal)
Apresente clareza de ideias ao se colocar diante dos colegas
ESCRITA
Adequação ao gênero: - conteúdo temático- elementos composicionais- marcas linguísticas
ArgumentaçãoParagrafaçãoClareza de ideiasRefacção textual
Discussão sobre o tema a ser produzido
Seleção do gênero, finalidade, interlocutores
Orientação sobre o contexto social de uso do gênero trabalhado
Produção textualRevisão textualReestrutura e reescrita textual
Espera-se que o aluno:Expresse suas ideias
com clarezaProduza textos
atendendo as circunstâncias de produção proposta (gênero, interlocutor, finalidade...)
ANÁLISE LINGÜÍSTICA perpassando as práticas de leitura, escrita e oralidade:
• Coesão e coerência do texto lido ou produzido pelo aluno
• Expressividade dos substantivos e sua função referencial no texto
• Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como elementos do texto
• A pontuação e seus efeitos de sentido no texto
• Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, hífen, itálico,
• acentuação gráfica
• Estudo dos conhecimentos linguísticos a partir:- de gêneros selecionados para leitura ou audição;- de textos produzidos pelos alunos;- das dificuldades apresentadas pela turma.
Espera-se que o aluno:• Diferencie a
linguagem formal da informal
• Utilize adequadamente, recursos linguísticos, como o uso da pontuação, do artigo, dos pronomes...
• Amplie o léxico
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné70
• Processo de formação de palavras
• Gírias• Algumas figuras de
pensamento (prosopopeia, ironia ...)
• Alguns procedimentos de concordância verbal e nominal
• Particularidades de grafia de algumas palavras
6ª SÉRIE
CONTEÚDOS BÁSICOS ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
LEITURA
Interpretação textual, observando:- conteúdo temático- interlocutores- fonte- ideologia- papéis sociais representados- intertextualidade- intencionalidade- informatividade- marcas linguísticas
• Identificação do argumento principal e dos argumentos secundários
As particularidades (lexicais, sintáticas e textuais) do texto em registro formal e informal.
Texto verbal e não-verbal
Práticas de leitura de textos de diferentes gêneros
Consideração dos conhecimentos prévios dos alunos
Leitura das informações implícitas nos textos
Discussão sobre: finalidade do texto, fonte, interlocutor...
Relato de experiências significativas relacionado ao assunto do texto
Leitura de vários textos para a observação das relações dialógicas
Espera-se que o aluno:Identifique o tema
abordado no textoRealize leitura
compreensiva do texto
Identifique informações implícitas nos textos
Estabeleça relação causa / consequência entre partes e elementos do texto
Compreenda a finalidade e as intenções do texto
Amplie o horizonte de expectativas
ORALIDADE
• Adequação ao gênero: - conteúdo temático- elementos composicionais
• Apresentação de textos produzidos pelos alunos
• Contação de histórias• Seleção de discurso de
outros, como: notícias,
Espera-se que o aluno:• Utilize seu
discurso de acordo com a situação de produção (formal,
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné71
- marcas linguísticas• Procedimentos e
marcas linguísticas típicas da conversação (entonação, repetições, pausas...)
• Variedades linguísticas• Intencionalidade do
texto• Papel do locutor e do
interlocutor:- participação e cooperação
• Particularidades de pronúncia de algumas palavras
cenas de novelas/filmes, entrevistas, programas humorísticos...
• Análise dos recursos próprios da oralidade
Orientação sobre o contexto social de uso do gênero trabalhado
informal)• Apresente clareza
de ideias ao se colocar diante dos colegas
• Compreenda as intenções do discurso do outro
ESCRITA
• Adequação ao gênero: - conteúdo temático- elementos composicionais- marcas linguísticas
• Linguagem formal/informal
• Argumentação• Coerência e coesão
textual• Organização das
ideias/parágrafos• Finalidade do texto• Refacção textual
• Produção• Discussão sobre o tema
a ser produzido• Seleção do gênero,
finalidade, interlocutoresOrientação sobre o contexto
social de uso do gênero trabalhado
• Proposta de produção textual
• Revisão textual• Reestrutura e reescrita
textual
Espera-se que o aluno:• Expresse suas
idéias com clareza
• Produza textos atendendo às circunstâncias de produção proposta (gênero, interlocutor, finalidade...)
• Adeque a linguagem de acordo com o contexto exigido: formal ou informal
ANÁLISE LINGUÍSTICA perpassando as práticas de leitura, escrita e oralidade:
• Discurso direto, indireto e indireto livre na manifestação das vozes que falam no texto
• Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como elementos do texto
• A pontuação e seus efeitos de sentido no texto
• Recursos gráficos: aspas, travessão,
• Estudo dos conhecimentos linguísticos a partir:- de gêneros selecionados para leitura ou escuta- de textos produzidos pelos alunos- das dificuldades apresentadas pela turma
Espera-se que o aluno:• Diferencie a
linguagem formal da informal
• Utilize adequadamente, recursos linguísticos, como o uso da pontuação, do artigo, dos pronomes...
• Amplie o léxico• Compreenda a
diferença entre discurso direto e indireto
• Perceba os
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné72
negrito, itálico, parênteses, hífen
• Acentuação gráfica• Valor sintático e
estilístico dos modos e tempos verbais
• A representação do sujeito no texto (expressivo/elíptico; determinado/indeterminado; ativo/passivo)
• Neologismo• Figuras de pensamento
(hipérbole, ironia, eufemismo, antítese).
• Alguns procedimentos de concordância verbal e nominal
• Linguagem digital• Semântica • Particularidades de
grafia de algumas palavras
efeitos de sentido causados pelas figuras de pensamentos nos textos
7ª SÉRIE
CONTEÚDOS BÁSICOS ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
LEITURA
Interpretação textual, observando:- conteúdo temático- interlocutores- fonte- ideologia- intencionalidade- informatividade- marcas linguísticas
• Identificação do argumento principal e dos argumentos secundários
• As diferentes vozes sociais representadas no texto
• Linguagem verbal, não-verbal, midiático,
Práticas de leitura de textos de diferentes gêneros
Consideração dos conhecimentos prévios
Inferências no textoDiscussão sobre: finalidade
do texto, fonte, interlocutor...
Leitura de textos verbais e não-verbais, midiáticos, iconográficos, etc..
Leitura de vários textos para a observação das relações dialógicas
Espera-se que o aluno:Realize leitura
compreensiva do texto
Emita opiniões a respeito do que leu.
• Desvende posicionamentos ideológicos no meio social e cultural
• Estabeleça relações dialógicas entre os textos lidos e/ou ouvidos
• Identifique efeitos de ironia ou humor em textos variados
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné73
infográficos, etc.• Relações dialógicas
entre textos
Amplie o horizonte de expectativas
ORALIDADE
• Adequação ao gênero: - conteúdo temático- elementos composicionais- marcas linguísticas
• Coerência global do discurso oral
• Variedades linguísticas• Papel do locutor e do
interlocutor:- participação e cooperação- turnos de fala
• Particularidades dos textos orais
• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos...
• Finalidade do texto oral
• Apresentação de textos produzidos pelos alunos
• Dramatização de textos• Apresentação de mesa
redonda, júri simulado, exposição oral...
• Seleção de discurso de outros para análise, como: filme, entrevista, mesa redonda, cena de novela/programa, reportagem, debate
• Análise dos recursos próprios dos gêneros orais
Orientação sobre o contexto social de uso do gênero trabalhado
Espera-se que o aluno:• Utilize seu
discurso de acordo com a situação de produção (formal, informal)
• Reconheça as intenções dos discursos de outros
• Elabore argumentos convincentes para defender suas ideias
ESCRITA
• Adequação ao gênero: - conteúdo temático- elementos composicionais- marcas linguísticas
• Argumentação• Coerência e coesão
textual• Paráfrase de textos• Paragrafação• Refacção textual
• Discussão sobre o tema a ser produzido
• Seleção do gênero, finalidade, interlocutores
• Exploração do contexto social de uso do gênero trabalhado
Orientação sobre o contexto social de uso do gênero trabalhado
• Produção textual• Revisão textual• Reestrutura e reescrita
textual
Espera-se que o aluno:• Produza textos
atendendo às circunstâncias de produção proposta (gênero, interlocutor, finalidade...)
• Elabore argumentos consistentes
• Produza textos respeitando a sequência lógica
• Adeque o texto ao tema proposto
ANÁLISE LINGUÍSTICA perpassando as práticas de leitura, escrita e oralidade:
• Semelhanças e diferenças entre o
• Compreensão das semelhanças e diferenças, dependendo do gênero, do contexto de uso e da situação de interação, dos textos
Espera-se que o aluno:• Utilize
adequadamente, recursos linguísticos, como o uso da pontuação, do
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discurso escrito e oral• Conotação e denotação• A função das
conjunções na conexão de sentido do texto
• Progressão referencial (locuções adjetivas, pronomes, substantivos...)
• Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como elementos do texto
• A pontuação e seus efeitos de sentido no texto
• Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, hífen, itálico
• Acentuação gráfica• Figuras de linguagem • Procedimentos de
concordância verbal e nominal
• A elipse na sequência do texto
• Estrangeirismos• As irregularidades e
regularidades da conjugação verbal
• A função do advérbio: modificador e circunstanciador
• Complementação do verbo e de outras palavras
orais e escritos• Estudo dos
conhecimentos linguísticos a partir:- de gêneros selecionados para leitura ou escuta- de textos produzidos pelos alunos- das dificuldades apresentadas pela turma
artigo, dos pronomes...
• Amplie o vocabulário
• Identifique a concordância presente em textos longos e de estruturas complexas
• Reconheça quando e como estabelecer complementação do verbo e de outras palavras
• Utilize as flexões verbais para indicar diferenças de tempo e modo
8ª SÉRIE
CONTEÚDOS BÁSICOS ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
LEITURA
Interpretação textual, observando:- conteúdo temático- interlocutores
Práticas de leitura de textos de diferentes gêneros
Consideração dos conhecimentos prévios
Espera-se que o aluno:Realize leitura
compreensiva do texto
Identifique a tese de um texto
Identifique a
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné75
- fonte- intencionalidade- intertextualidade- ideologia- informatividade- marcas linguísticas
Identificação do argumento principal e dos argumentos secundários.
Informações implícitas em textos
As vozes sociais presentes no texto
Estética do texto literário
Inferências sobre informações implícitas no texto
Discussão sobre: finalidade do texto, fonte, interlocutor...
Relato de experiências significativas relacionadas ao assunto do texto
Leitura de vários textos para a observação das relações dialógicas
finalidade de textos de diferentes gêneros
Estabeleça relações dialógicas entre os textos
• Desvende posicionamentos ideológicos no meio social e cultural
Identifique as informações implícitas no texto
Reconheça efeitos de humor provocados pela ambiguidade em textos verbais e não verbais
Amplie o horizonte de expectativas
ORALIDADE
• Adequação ao gênero: - conteúdo temático- elementos composicionais- marcas linguísticas
• Variedades linguísticas• Intencionalidade do texto
oral• Argumentação• Papel do locutor e do
interlocutor:- turnos de fala
• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos...
• Exposição oral de trabalhos/textos produzidos
• Dramatização de textos
• Apresentação de seminários, debates, entrevistas...
• Seleção de discurso de outros, como: reportagem, seminário, entrevista, reality show...
• Análise dos recursos próprios da oralidade
Orientação sobre o contexto social de uso do gênero trabalhado
Espera-se que o aluno:• Utilize seu
discurso de acordo com a situação de produção (formal, informal)
• Produza argumentos convincentes
• Reconheça as intenções no discurso do outro
• Identifique as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto oral
ESCRITA • Adequação ao gênero:
- conteúdo temático- elementos composicionais- marcas linguísticas
• Discussão sobre o tema a ser produzido
• Seleção do gênero, finalidade, interlocutores
Espera-se que o aluno:• Produza
textos atendendo as circunstâncias de produção
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné76
• Argumentação• Resumo de textos• Paragrafação• Paráfrase• Intertextualidade• Refacção textual
Orientação sobre o contexto social de uso do gênero trabalhado
• Produção textual• Revisão textual• Reestrutura e
reescrita textual
proposta (gênero, interlocutor, finalidade...)
• Adeque o texto ao tema e à linguagem
• Estabeleça relações entre partes do texto, identificando repetições ou substituições
• Estabeleça relação entre a tese e os argumentos elaborados para sustentá-la
ANÁLISE LINGUÍSTICA perpassando as práticas de leitura, escrita e oralidade:
• Conotação e denotação• Coesão e coerência textual• Vícios de linguagem• Operadores argumentativos
e os efeitos de sentido• Expressões modalizadoras
(que revelam a posição do falante em relação ao que diz, como: felizmente, comovedoramente...)
• Semântica • Expressividade dos
substantivos e sua função referencial no texto
• Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como elementos do texto
• A pontuação e seus efeitos de sentido no texto
• Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, hífen, itálico
• Acentuação gráfica• Estrangeirismos,
neologismos, gírias• Procedimentos de
concordância verbal e nominal
• Estudo dos conhecimentos linguísticos a partir:- de gêneros selecionados para leitura ou escuta- de textos produzidos pelos alunos- das dificuldades apresentadas pela turma
Espera-se que o aluno:• Estabeleça
relações semânticas entre as partes do texto (de causa, de tempo, de comparação)
• Utilize adequadamente, recursos linguísticos, como o uso da pontuação, do artigo, dos pronomes...
• Reconheça a relação lógico-discursiva estabelecida por conjunções e preposições argumentativas
• Distingua o sentido conotativo do denotativo
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné77
• Valor sintático e estilístico dos modos e tempos verbais
• A função das conjunções e preposições na conexão das partes do texto
• Coordenação e subordinação nas orações do texto
ENSINO MÉDIO
CONTEÚDOS BÁSICOS ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
LEITURA
Interpretação textual, observando:- conteúdo temático- interlocutores- fonte- intencionalidade- ideologia- informatividade- situacionalidade- marcas linguísticas
Identificação do argumento principal e dos argumentos secundários.
InferênciasAs particularidades (lexicais,
sintáticas e composicionais) do texto em registro formal e informal
As vozes sociais presentes no texto
Relações dialógicas entre textosTextos verbais, não-verbais,
midiáticos, etc.Estética do texto literárioContexto de produção da obra
literáriaDiálogo da literatura com outras
áreas
Práticas de leitura de textos de diferentes gêneros
Considerar os conhecimentos prévios dos alunos
Leitura de informações implícitas nos textos
Discussão sobre: finalidade do texto, fonte, interlocutor...
Referente à literatura, selecionar obras que contemplem os diversos movimentos literários
Leitura de vários textos para a observação das relações dialógicas
Espera-se que o aluno:Identifique o tema e
a finalidade do texto
Estabeleça relações dialógicas entre diferentes textos
Reconheça diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, considerando as condições de produção e recepção
Interprete textos com o auxílio de material gráfico diverso (propaganda, gráficos, mapas, infográficos, fotos...)
Identifique informações implícitas nos textos
Identifique informações em textos com alta
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné78
complexidade linguística
ORALIDADE
• Adequação ao gênero: - conteúdo temático- elementos composicionais- marcas linguísticas
• Variedades linguísticas• Intencionalidade do texto• Papel do locutor e do
interlocutor:- participação e cooperação- turnos de fala
• Particularidades de pronúncia de algumas palavras
• Procedimentos e marcas linguísticas típicas da conversação (entonação, repetições, pausas...)
• Finalidade do texto oral• Materialidade fônica dos
textos poéticos.
• Apresentação de textos produzidos pelos alunos
• Dramatização de textos
• Narração de fatos reais ou fictícios
• Seleção de discurso de outros, como: filme, entrevista, cena de novela/programa, debate, mesa redonda, reportagem.
• Análise dos recursos próprios da oralidade
Orientação sobre o contexto social de uso do gênero trabalhado
Espera-se que o aluno:Utilize seu discurso
de acordo com a situação de produção (formal, informal)
• Reconheça a intenção do discurso do outro
• Elabore argumentos convincentes para defender suas ideias
• Identifique as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto oral
ESCRITA
• Adequação ao gênero: - conteúdo temático- elementos composicionais- marcas linguísticas
- Argumentação- Coesão e coerência textual- Finalidade do texto- Paragrafação- Paráfrase de textos- Resumos- Diálogos textuais- Refacção textual
- Discussão sobre o tema a ser produzido
- Seleção do gênero, finalidade, interlocutores
Orientação sobre o contexto social de uso do gênero trabalhado
- Produção textual- Revisão textual- Reestrutura e
reescrita textual
Espera-se que o aluno:- Produza textos
atendendo as circunstâncias de produção proposta (gênero, interlocutor, finalidade...)
- Adeque a linguagem de acordo com o contexto exigido: formal ou informal
- Elabore argumentos consistentes
- Produza textos respeitando o tema
- Estabeleça relações entre partes dos textos, identificando repetições ou
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné79
substituições- Estabeleça
relação entre a tese e os argumentos elaborados para sustentá-la
ANÁLISE LINGÜÍSTICA perpassando as práticas de leitura, escrita e oralidade:
• Conotação e denotação• Figuras de pensamento e
linguagem• Vícios de linguagem• Operadores argumentativos
e os efeitos de sentido• Expressões modalizadoras
(que revelam a posição do falante em relação ao que diz, como: felizmente, comovedoramente...)
• Semântica • Discurso direto, indireto e
indireto livre na manifestação das vozes que falam no texto
• Expressividade dos substantivos e sua função referencial no texto
• Progressão referencial no texto
• Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como elementos do texto
• Função das conjunções e preposições na conexão das partes do texto
• Coordenação e subordinação nas orações do texto
• A pontuação e seus efeitos de sentido no texto
• Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, hífen, itálico
• Acentuação gráfica• Gírias, neologismos,
estrangeirismos• Procedimentos de
concordância verbal e nominal
• Estudo dos conhecimentos linguísticos a partir:- de gêneros selecionados para leitura ou escuta- de textos produzidos pelos alunos
• - das dificuldades apresentadas pela turma
Espera-se que o aluno:• Distingua o
sentido metafórico do literal nos textos orais e escritos
• Utilize adequadamente, recursos linguísticos, como o uso da pontuação, do artigo, dos pronomes...
• Identifique marcas de coloquialidade em textos que usam a variação linguística como recurso estilístico
• Estabeleça relações semânticas entre as partes do texto (de causa, de tempo, de comparação...)
• Reconheça a relação lógico-discursiva estabelecida por conjunções e preposições argumentativas
• Amplie o horizonte de expectativas.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné80
• Particularidades de grafia de algumas palavras
Avaliação
A avaliação em Língua Portuguesa e Literatura é um processo
contínuo dando prioridade à qualidade e ao desempenho do aluno.
A Lei nº 91394/96, de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional(LDBEN), destaca a chamada avaliação formativa(capítulo II,
artigo 24, inciso V, item a: “avaliação contínua e cumulativa do
desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre
os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os eventuais
provas finais”), vista como mais adequada ao dia a dia da sala de aula e
como grande avanço em relação à avaliação tradicional, que se restringe
tão somente ao somativo ou classificatório.
As duas formas de avaliação – a formativa e a somativa – podem ser
usadas e servem para diferentes finalidades.
A avaliação formativa considera ritmos e processos de
aprendizagens diferentes nos estudantes e, na sua condição de contínua e
diagnóstica, aponta dificuldades, possibilita que a intervenção pedagógica
aconteça a tempo, informando os sujeitos do processo (professor e alunos)
ajudando-os a refletirem e tomarem decisões.
Quanto a Avaliação, as Diretrizes recomendam:
Oralidade
A oralidade será avaliada, primeiramente, em função da adequação
do discurso/texto aos diferentes interlocutores e situações. Num
seminário, num debate, numa troca informal de ideias, numa entrevista,
numa contação de história, as exigências de adequação da fala são
diferentes e isso deve ser considerado numa análise da produção oral dos
estudantes. Mas é necessário que o aluno se posicione como avaliador
dos textos orais com os quais convive (noticiários, discursos políticos,
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné81
programas televisivos) e de suas próprias falas mais ou menos formais,
tendo em vista o resultado esperado.
Leitura
A avaliação da leitura deve considerar as estratégias que os
estudantes empregam para a compreensão do texto lido, as relações
dialógicas entre textos, relações de causa e consequência entre as partes
do texto, o posicionamento ideológico no texto, efeitos de ironia e humor
em textos variados, as informações explícitas e implícitas, o argumento
principal, entre outros. É preciso ainda considerar os conhecimentos
prévios, a compreensão de pal desconhecidas a partir do contexto, o
reconhecimento do gênero e o suporte textual. A avaliação precisa
considerar as diferenças de leituras de mundo e experiências dos alunos.
Escrita
Em relação à escrita, o que determina a adequação do texto escrito
são as circunstâncias de sua produção e o resultado dessa ação. O texto
escrito será avaliado nos seus aspectos discursivo-textuais, verificando: a
adequação à proposta e ao gênero solicitado, conformidade com o
contexto exigido, elaboração de argumentos consistentes, a coesão e
coerência e a organização de parágrafos. O texto escrito será avaliado nos
seus aspectos textuais e gramaticais. Tal como na oralidade, o aluno
precisa ser avaliador dos textos que o rodeiam e do seu próprio texto.
Análise Linguística
O texto oral ou escrito apresenta aspectos discursivos, textuais e
gramaticais. Os elementos linguísticos usados nos diferentes gêneros
precisam ser avaliados sob uma prática reflexiva e contextualizada
possibilitando compreender esses elementos no interior do texto. Dessa
forma, o professor poderá avaliar, por exemplo, o uso da linguagem formal
e informal, a ampliação lexical, o emprego de recursos linguísticos e
estilísticos, as relações estabelecidas pelo uso de operadores
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné82
argumentativos e modalizadores, as relações semânticas entre as partes
do texto (causa, tempo, comparação, etc).
Com uso da língua oral e escrita em práticas sociais, os alunos são
avaliados continuamente em termos desse uso, pois efetuam operações
com a linguagem e refletem as diferentes possibilidades de seu uso, o que
leva-os ao aperfeiçoamento linguístico.
O trabalho com a língua oral e escrita supõe uma formação inicial e
continuada que possibilite ao professor articulações entre teoria e prática,
refletindo sobre sua prática pedagógica e a partir desta para o
aprofundamento teórico.
É através da ação pedagógica de qualidade a todos os alunos e de
professores comprometidos que se construirão relações sociais mais
generosas e includentes.
Referências Bibliográficas:
BARRETO, Elba Siqueira de Sá. (Org) Os currículos do ensino
fundamental para as escolas brasileiras. 2 ed. Campinas, SP: Autores
Associados. Fundação Carlos Chagas, 2000. (Coleção Formação de
Professores).
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Alfabetização, leitura e
escrita. Boletim TV Escola/Salto para o futuro, Brasília, mar/2004.
FÁVERO, Leonor L.; KOCH, Ingedore G.V. Linguística Textual: uma
introdução. São Paulo: Cortez, 1988.
W. João (org). Concepções de linguagem e ensino de Português. O
texto na sala de aula. 2 ed. São Paulo: Ática, 1997
GERALDI. Portos de passagem. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
______. A coesão textual. 3 ed. São Paulo: Contexto, 1991.
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LAJOLO, Mariza. O que é literatura. São Paulo: Brasiliense, 1982.
ROJO, Roxane Helena Rodrigues. Linguagens, Códigos e suas tecnologias.
In: MEC/ SEB/Departamento de políticas do Ensino Médio. Orientações
Curriculares do Ensino Médio. Brasília:2004.
______Secretaria de Estado da Educação, Currículo básico para a escola
pública do estado do Paraná. 3º ed. Curitiba, 1987.
______Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares
Estaduais – Língua Portuguesa. Curitiba, 2008.
______ Secretaria de Estado da Educação. Língua Portuguesa. Curitiba,
2006.
______Secretaria de Estado da Educação. Reestruturação do Ensino de
2º Grau. Curitiba, 1988.
TRAVAGLIA, Luiz C. A coerência textual. 3 ed. São Paulo:
Contexto, 1990.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné84
LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA
ESPANHOL
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Baseada em dar suporte aos educandos sobre a cultura de outros
povos e consequentemente sua língua, a Língua Estrangeira Moderna
estrutura-se no princípio de que o desenvolvimento do educando deve
incorrer as três práticas essenciais ao processo de ensino-aprendizagem
de uma língua: leitura, escrita e oralidade. No entanto, é preciso que esse
processo supere, segundo as Diretrizes, “a visão de ensino apenas como
meio para atingir fins comunicativos que restringem sua aprendizagem
como experiência de identificação social e cultural” (DCE, 2009, p. 53) e
ofereça possibilidades para que o aluno perceba e compreenda a
diversidade cultural e linguística presente na aprendizagem da língua e,
consequentemente construa significados em relação ao mundo em que
vive.
Ao conhecer outras culturas e outras formas de encarar a realidade,
o aluno passa a refletir mais sobre a sua própria cultura e amplia sua
capacidade de analisar o seu entorno social com maior profundidade e
melhores condições de estabelecer vínculos, semelhanças e contrastes
entre sua forma de ser, agir, pensar e sentir uma outra cultura, fatores
que ajudarão no enriquecimento de sua formação.
Nessa perspectiva, a Proposta Curricular de Língua Espanhola dessa
instituição, busca obedecer às necessidades político-culturais que
favorecem o ensino-aprendizagem de uma Língua Estrangeira Moderna,
como forma ampliadora do universo cultural dos educandos. É também,
um meio de aprender a respeitar as diferenças individuais e coletivas
mediante o conhecimento de outras culturas e crenças.
O ensino de LEM, se justifica com prioridade, pelo objetivo de
desenvolver a competência comunicativa – linguística, textual, discursiva
e sociocultural), ou seja, este desenvolvimento deve ser entendido como a
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné85
progressiva capacidade de realizar a adequação do ato verbal às situações
de comunicação.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
Os conteúdos de Língua Espanhola, seguem com base nas Diretrizes
Curriculares Estatuais (DCE) de Língua Estrangeira Moderna, concebendo
como conteúdo estruturante o discurso como prática social e ao
mesmo tempo caracteriza os gêneros (textuais, do texto, discursivo do
discurso) como conteúdos básicos abordados dentro das práticas
discursivas.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
1º ANO
− Associar os diferentes sons às letras do alfabeto;
− Identificar os dias da semana, meses e nacionalidades;
− Identificar as cores, objetos da casa, da escola, vestuário e partes do
corpo humano;
− Identificar os membros da família;
− Utilizar formas verbais no presente;
− Dominar as formas de apresentação (nome, idade, profissão,
nacionalidade, etc);
− Descrever pessoas;
− Localizar objetos;
− Dar e pedir informações sobre localização e lugares;
− Desenvolver conversação telefônica;
− Estudo de textos referentes a cultura afro presente em nosso mundo
hispânico, realçando músicas, danças e comidas típicas;
− Descrever atividades semanais (dias da semana e horas);
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné86
− Relacionar profissões com sua área de atuação e os produtos que
utilizam;
− Convidar, aceitar ou recusar um convite;
− Descrever características físicas utilizando aumentativos e
diminutivos;
− Conhecer e identificar animais e alimentos;
− Utilizar formas verbais no passado;
− Expressar desejos e opiniões.
2º ANO
− Utilizar formas verbais no futuro;
− Comprar alimentos ou outros objetos;
− Narrar fatos no passado;
− Dar instruções;
− Expressar dúvidas ou hipóteses (presente e futuro);
− Expressar obrigação, necessidade e proibição;
− Utilizar pronomes possessivos e pessoais;
− Utilizar frases que expressam ações;
− Realizar comparações entre climas, países, costumes...;
− Solicitar ajuda;
− Expressar hipóteses no tempo passado ou condicional;
− Pedir informações telefônicas sobre horários, preços...;
− Convencer alguém para realizar algo;
− Argumentar um ponto de vista.
METODOLOGIA
A metodologia referente à disciplina de Língua Estrangeira Moderna,
está pautada na seguinte afirmação de que ,
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné87
O trabalho com a Língua Estrangeira em sala de aula parte do entendimento do papel das línguas nas sociedades como mais do que meros instrumentos de acesso à informação: as línguas estrangeiras são possibilidades de conhecer, expressar e transformar modos de entender o mundo e de construir significados (DCE, 2008, p.63).
Dessa forma, que o ensino de Língua Estrangeira se constitua por
meio da compreensão da diversidade linguística e cultural para que o
aluno se envolva discursivamente e desenvolva as práticas de leitura,
escrita e oralidade levando em conta o seu conhecimento prévio.
É necessário que se utilize de diferentes gêneros textuais para que o
aluno identifique as diferenças estruturais e funcionais, a autoria e a que
público se destinam. As estratégias metodológicas para que o aluno
conheça novas culturas e que não há uma cultura melhor que a outra, mas
sim diferentes. Assim,as práticas do ensino de LEM estarão subsidiadas
pela apropriação dos, “vários gêneros textuais, em atividades
diversificadas, analisando a função do gênero estudado, sua composição,
a distribuição de informações, o grau de informação presente ali, a
intertextualidade, os recursos coesivos, a coerência e, somente depois de
tudo isso, a gramática em si” (DCE, 2008, p.61).
A exploração de vários recursos como aulas expositivas e
dialogadas, trabalhos em grupos, produção escrita e produção oral de
forma interativa em busca de melhores resultados na aprendizagem. Para
isso, materiais como livro didático, dicionário, livro paradidático, vídeo,
CD, DVD, CD-ROM, internet, TV multimídia serão utilizados para facilitar o
contato e a interação com a língua e a cultura.
Serão trabalhados assuntos sobre vida e sociedade da Cultura afro-
brasileira e Africana e Cultura Indígena pelo fato da realidade da origem e
formação da sociedade brasileira e latino-americana e, que no continente
africano há um país que fala o espanhol como língua oficial. Sexualidade,
drogas e Meio Ambiente serão abordados para que os alunos conheçam e
analisem de forma crítica como outras sociedades tratam tais assuntos.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné88
AVALIAÇÃO
A avaliação da aprendizagem necessita para cumprir o seu verdadeiro
significado, assumir a função de subsidiar a construção da aprendizagem
bem sucedida. Depreende-se, portanto que avaliação da aprendizagem da
Língua Estrangeira precisa superar a concepção do mero instrumento de
mediação da apreensão de conteúdos, visto que ela se configura como
processual e, como tal, objetiva subsidiar discussões acerca das
dificuldades e avanços dos alunos sujeitos, a partir de suas produções, no
processo de ensino aprendizagem.
Lembrando-se também, que o ato de avaliar não deve ser
empregado como algo classificatório e opressor do aprender, e sim, como
mais uma prática voltada ao ensino, com princípio somatório no processo
de ensino-aprendizagem de línguas.
O resultado da avaliação será expresso em notas:
a) a nota variará de 0,0 (zero) a 10,0 (dez);
b) o rendimento mínimo será a nota 6,0 (seis);
c) os resultados da avaliação serão obtidos no final de cada trimestre e no
final do ano letivo, através das seguintes formas:
- Média Trimestral: a nota do trimestre será resultante da somatória dos
valores atribuídos em cada instrumento de avaliação, sendo cumulativos
na sequência e ordenação dos conteúdos.
- Média Anual: as notas durante o ano letivo serão computadas através da
Média Aritmética, de acordo com a seguinte fórmula:
M.F.= 1ºT + 2ºT + 3ºT = 6,0
3
OBS.: M.F.= Média Final
T.= Trimestre
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné89
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CORACINI, M. J. F. (org.) O jogo discursivo na aula de leitura: língua materna e língua estrangeira. Campinas (SP): Pontes, 1995, p. 141.
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MATEMÁTICA
Apresentação Geral da Disciplina
O Conhecimento Matemático vem sendo construído através da
história, estruturado e formalizado através dos tempos e hoje faz parte da
vida diária de todas as pessoas, sendo impossível, não se adquirir o
mínimo deste conhecimento para a convivência na sociedade.
MIORIM traz a importância deste conhecimento quando analisa o
caminho histórico da Matemática desde o seu surgimento na Grécia
antiga.
Ao analisar a construção histórica do conhecimento matemático,
percebe-se que o mesmo tem sido elaborado a partir da tentativa do
homem de compreender e atuar em seu mundo. Como, na Grécia Antiga,
berço da Matemática, somente alguns tinham o acesso ao conhecimento
formal, os escribas eram considerados homens especiais, dotados de
inteligência acima da média, por serem os únicos capazes de decifrar e
desfrutar os conhecimentos geométricos e aritméticos da época, que
muitas vezes eram complexos como o sistema de numeração grego e
egípcio. A escola pitagórica muito contribuiu para este pensamento, pois,
formada por aristocratas, defendia o número como sendo a essência de
tudo o que existe. Segundo Miorim (s/d), a escola pitagórica...foi
responsável pela introdução da concepção, existente até hoje, de que os
homens que trabalham com os conceitos matemáticos são superiores aos
demais. (MIORM, s/d: 15).
Portanto, a História da Matemática teve como palco o mundo
egípcio, babilônico, grego, árabe, hindu. Esses povos criaram a prática
Matemática a partir de vivências e necessidade diárias. Mais tarde com
Descartes, Leibniz, Newton, Gauss, entre outros o conhecimento
matemático alcança um novo período de sistematização que contribui
para uma fase de grande progresso científico.
A partir do século XX educadores matemáticos apontavam para a
necessidade de compreender como acontecia o ensino da matemática de
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné93
forma que os alunos tivessem a possibilidade de realizarem análises,
discussões, conjecturas, apropriação de conceitos e formulação de ideias.
Surgiram as ideias que vislumbravam um ensino da Matemática
baseado nas explorações indutivas e intuitivas (SCHUBRING, 2003).
A Educação Matemática configurou-se, então, como campo de
estudo de modo que os professores encontraram fundamentação teórica e
metodológica para direcionar sua prática.
Para Lonrenzato e Fiorentini (2001), a Educação Matemática é uma
área que engloba inúmeros saberes, na qual apenas o conhecimento da
matemática e a experiência de magistério não garantem competência a
qualquer profissional que nela trabalhe. É preciso envolver o estudo de
fatores que influem ,direta ou indiretamente, sobre os processos de
ensino e aprendizagem ( CARVALHO, 1991).
Os objetivos básicos da educação matemática é possibilitar aos
estudantes análises, discussões,conjecturas, apropriação de conceitos e
formulação de ideias. Aprender matemática não somente por sua beleza
ou pela consistência de suas teorias, mas, para que , a partir dela, o
homem amplie seu conhecimento e, por conseguinte, contribua para o
desenvolvimento da sociedade.
A Diretriz Curricular do Paraná resgata , para o processo de ensino e
aprendizagem , a importância do conteúdo matemático e da disciplina
Matemática. É imprescindível que o estudante se aproprie do
conhecimento de forma que “compreenda os conceitos e princípios
matemáticos,raciocine claramente e comunique ideias matemáticas,
reconheça suas aplicações e aborde problemas matemáticos com
segurança” ( LORENZATO E VILA,1993,p.41).
Para Miguel e Miorim (2004, p.70), a finalidade da educação
matemática é fazer o estudante compreender e se apropriar da própria
matemática “concebida como um conjunto de resultados, métodos,
procedimentos, algoritmos, etc.” Outra finalidade apontada pelos autores
é fazer o estudante construir, “por intermédio do conhecimento
matemático, valores e atitudes de natureza diversa, visando à formação
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné94
integral do ser humano, particularmente do cidadão, isto é, do homem
público” ( MIGUEL E MIORIM 2004, p.71).
Para que a educação matemática se realize necessita de um
professor interessado em desenvolver-se intelectual e profissionalmente e
em refletir sobre sua prática para tornar-se um educador matemático e
um pesquisador em contínua formação.
Cabe ao professor delimitar sua ação docente fundamentado numa
ação crítica, que conceba a ciência matemática como atividade humana
em construção.
Pela educação matemática, almeja-se um ensino que possibilite aos
estudantes análises, discussões, conjecturas, apropriação de conceitos e
formulação de ideias. Aprende-se matemática não somente por sua
beleza ou pela consistência de suas teorias, mas, para que, a partir dela, o
homem amplie seu conhecimento e, por conseguinte, contribua para o
desenvolvimento da sociedade.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
5ª. SÉRIE
• NÚMEROS E ALGEBRA
- Sistemas de Numeração;
- Números Naturais;
- Múltiplos e divisores;
- Potenciação e radiciação;
- Números Fracionários;
- Números decimais.
• GRANDEZAS E MEDIDAS
- Medidas de comprimento;
- Medidas de massa;
- Medidas de área;
- Medidas de volume;
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- Medidas de tempo;
- Medidas de ângulos;
- Sistema Monetário.
• GEOMETRIA
- Geometria Plana;
- Geometria Espacial.
• TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
- Dados, tabelas e gráficos;
- Porcentagem.
6ª SÉRIE
• NÚMEROS E ÁLGEBRA
- Números Inteiros;
- Números racionais;
- Equação e Inequação do 1º grau;
- Razão e proporção;
- Regra de três.
• GRANDEZAS E MEDIDAS
- Medidas de temperatura;
- Ângulos.
• GEOMETRIA
- Geometria Plana;
- Geometria Espacial;
- Geometrias Não-Euclidianas.
• TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
- Pesquisa Estatística;
- Média Aritmética;
- Moda e mediana;
- Juros simples.
7ª SÉRIE
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• NÚMEROS E ÁLGEBRA
- Números Irracionais;
- Sistemas de Equações do 1º grau;
- Potências;
- Monômios e Polinômios;
- Produtos Notáveis.
• GRANDEZAS E MEDIDAS
- Medida de comprimento;
- Medida de área;
- Medidas de ângulos.
• GEOMETRIAS
- Geometria Plana
- Geometria Espacial;
- Geometria Analítica;
- Geometrias não-Euclidiana.
• TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
- Gráfico e Informação;
- População e amostra.
8ª SÉRIE
• NÚMEROS E ÁLGEBRA
- Números Reais;
- Propriedades dos radicais;
- Equação do 2º grau;
- Teorema de Pitágoras;
- Equações Irracionais;
- Equações Biquadradas;
- Regra de Três Composta.
• GRANDEZAS E MEDIDAS
- Relações Métricas no Triângulo Retângulo;
- Trigonometria no Triângulo Retângulo;
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• FUNÇÕES
- Noção intuitiva de Função Afim .
- Noção intuitiva de Função Quadrática.
• GEOMETRIAS
- Geometria Plana;
- Geometria Espacial;
- Geometria Analítica;
- Geometria Não-Euclidiana.
• TRATAMENTO DE INFORMAÇÃO
- Noções de Análise Combinatória;
- Noções de Probabilidade;
• Estatística;
• Juros Composto.
ENSINO MÉDIO
NÚMEROS E ÁLGEBRA
- Números reais;- Números complexos; - Sistemas lineares; - Matrizes e Determinantes; - Polinômios.- Equações e Inequações Exponenciais, Logarítmicas e Modulares.
GRANDEZAS E MEDIDAS- Medidas de área;- Medidas de Volume;- Medidas de Grandezas Vetoriais;- Medidas de Informática;- Medidas de Energia;- Trigonometria.
FUNÇÕES- Função Afim;- Função Quadrática;- Função Polinomial;- Função Exponencial;- Função Logarítmica;- Função Trigonométrica;
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- Função Modular;- Progressão Aritmética;- Progressão Geométrica.
GEOMETRIAS- Geometria Plana;- Geometria Espacial;- Geometria Analítica;- Geometrias Não- Euclidianas.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO- Analise Combinatória;- Binômio de Newton;- Estudo das Probabilidades; - Estatística;- Matemática Financeira.
Encaminhamento Metodológico
Os conteúdos Básicos do Ensino Fundamental poderão ser
abordados de forma articulada, que possibilitem uma intercomunicação e
complementação dos conceitos pertinentes a disciplina de Matemática, de
forma a enriquecer o processo pedagógico e abandonar abordagens
fragmentadas, como se os conteúdos de ensino existissem em patamares
distintos e sem vínculos.[...] o significado curricular de cada disciplina não
pode resultar de apreciação isolada de seus conteúdos, mas sim do modo
como se articulam”. ( MACHADO, 1993, P.28).
Ao trabalhar os conteúdos de geometria plana, por exemplo, que
esta vinculado ao conteúdo estruturante Geometrias,o professor pode
buscar em Números e Álgebra, mais precisamente no conteúdo específico
equações, elementos para abordá-los·
De outra forma , para explorar os conceitos de escalas, do conteúdo
específico proporcionalidade, pode-se articulá-lo a outro conteúdo
específico, geometria plana e introduzir a ideia de razão e proporção ao
realizar atividades de ampliação e redução de figuras geométricas.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné99
Para o conteúdo específico estatística, os conceitos da álgebra
também são básicos e possibilitam explorar os números decimais e
fracionários presentes nas informações das pesquisas estatísticas.
Os conteúdos propostos devem ser abordados por meio de
tendências metodológicas da Educação Matemática que fundamentam a
prática docente, das quais destacamos:
− RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS: trata-se de uma metodologia pela
qual o estudante tem oportunidade de aplicar conhecimentos
matemáticos adquiridos em novas situações, de modo a resolver a
questão proposta(DANTE, 2003 ). O professor deve fazer uso de práticas
metodológicas para resolução de problemas, como exposição oral e
resolução de exercícios, assegurar um espaço de discussão no qual os
alunos pensem , elaborem uma estratégia, apresentem suas hipóteses e
façam o registro da solução encontrada, se utilizando de algumas etapas
importantes que são: compreender o problema, destacar informações,
elaborar um plano de resolução, executar o plano, conferir os
resultados,estabelecer nova estratégia se necessário, até chegar a uma
solução aceitável.( POLYA.2006).
− A ETNOMATEMÁTICA que tem como papel fundamental
reconhecer e registrar questões de relevância social que produzem o
conhecimento matemático. Leva em conta que não existe um único mas
vários conhecimentos e todos são importantes. Esse ensino valoriza a
história dos estudantes pelo reconhecimento e respeito as suas raízes
culturais; “ reconhecer e respeitar as raízes de indivíduo não significa
ignorar e rejeitar as raízes do outro,mas, num processo de síntese,
reforçar suas próprias raízes”(D' AMBROSIO,2001,P.32),tendo em vista
aspectos como “ memória cultural, códigos, símbolos, mitos e até
maneiras específicas de raciocinar e inferir” ( id.1998,p.18).
− A MODELAGEM MATEMÁTICA que tem como pressuposto a
problematização de situações do cotidiano. Fenômenos diários, sejam eles
físicos, biológicos e sociais, constituem elementos para análises críticas e
compreesões diversas de mundo. Assim sendo , “ a modelagem
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné100
matemática consiste na arte de transformar problemas reais com os
problemas matemáticos e resolvê-los interpretando suas soluções na
linguagem do mundo real”( BASSANEZI, 2006,P.16).
− MIDIAS TECNOLÓGICAS, como o software,a televisão, as
calculadoras, os aplicativos da internet, entre outros, têm favorecido as
experimentações matemáticas e potencializado formas de resolução de
problemas.
− HISTÓRIA DA MATEMÁTICA é importante para que os
estudantes compreendam a natureza da matemática e sua relevância na
vida da humanidade.
A abordagem histórica deve vincular as descobertas matemáticas
aos fatos sociais e políticos, às circunstâncias históricas e às correntes
filosóficas que determinam o pensamento e influenciam o avanço
científico de cada época.
A história da matemática é um elemento orientador na
elaboração de atividades, na criação de situações-problema e o fio
condutor que direciona as explicações dadas aos porquês da matemática.
− INVESTIGAÇÃO MATEMÁTICA tem sido recomendada como forma
de contribuir para uma melhor compreensão da disciplina, e pode ser
desencadeada a partir da resolução de simples exercício e se relaciona
com a resolução de problemas. Uma investigação é um problema em
aberto e, por isso, o aluno é chamado a agir como um matemático, não
apenas porque é solicitado a propor questões, mas, principalmente,
porque formula conjecturas a respeito do que está investigando. Assim
“as investigações matemáticas envolvem, naturalmente, conceitos,
procedimentos e representações matemáticas, mas o que mais
fortemente as caracteriza é este estilo de conjectura-teste-
demonstração”( PONTE; BROCARDO;OLIVEIRA, 2006,p.10).
Ao ensinar e aprender matemática ,sempre que possível , o melhor é
articular as diferentes tendências metodológicas,numa perspectiva de
valorizar os conhecimentos de cada aluno, quer seja adquiridos em séries
anteriores ou de forma intuitiva. Estes conhecimentos e experiências
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné101
provenientes das vivencias dos alunos, poderão ser aproveitados,
aprofundados e sistematizados, com objetivo de validar cientificamente,
ampliando e generalizando-os.
Vale ressaltar que as leis da cultura Afro-Brasileira, e a cultura
Indígena, e o Meio Ambiente serão abordadas através de questionamentos
e reflexões possibilitadas pelo trabalho dos conteúdos.
AVALIAÇÃO
A avaliação escolar tem assumido novas dimensões, objetivando
orientar a ação do professor e do aluno durante todo o processo de ensino
e aprendizagem. Para MARTINS(1997), a avaliação também deve ser
encarada como um processo de recolha de informação, que se utiliza de
observações, entrevistas, situações problemáticas, relatórios e ensaios
escritos, assim como, de testes escritos de diversos tipos. Neste caso ela
assume a função reguladora durante todo o processo de ensino e
aprendizagem.
Nesta perspectiva, a avaliação surge como meio educativo, como
instrumento que visa orientar a atividade pedagógica para promover o
sucesso dos alunos. Assim, a avaliação deverá ser constante no cotidiano
da aula de forma a orientar e ajustar o processo de ensino e
aprendizagem, proporcionando ao professor a possibilidade de melhorar a
sua prática pedagógica e, ao aluno, envolver-se no próprio processo.
A avaliação não é nem o objetivo, nem o fim de um processo; ela
tem, como tarefa, gerar novas oportunidades de aprendizagem e fornecer
dados essenciais para o professor e para o aluno.
LACUEVA (1997) propõe que a avaliação se centre em ser uma ajuda
para que os alunos continuem aprendendo mais. Que a escola seja um
mundo cultural rico, que ofereça aos alunos múltiplas experiências
formativas e os avalie em contextos naturais como apoio para a aventura
de aprender. A avaliação deve contribuir para que os alunos tomem
consciência de seus êxitos, do que sabem, do que dominam, base
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné102
fundamental para seus futuros esforços. Ela também deve conscientizar os
alunos de suas lacunas, erros, e insuficiências, porém considerando esse
fato normal, esperado e natural, de alunos em aprendizagem.
A conversa do professor com o aluno sobre os seus erros e acertos
contribui para a conscientização dos pontos fortes e fracos, contribuindo
também para a aprendizagem e superação de erros. Este diálogo propicia,
ao aluno, a familiaridade com as formas de avaliar, com critérios de
avaliação, contribuindo por sua vez para que ele se tome mais
independente do professor e responsável pela sua própria aprendizagem.
Assim, orientado pelo professor, cada vez mais o aluno passa a ser o
proponente das medidas de intervenção (1997).
Porém, ainda hoje,
[...] o erro é considerado, pela maioria das pessoas, uma
espécie de disfunção, uma anomalia, como tendo um caráter
anormal, portanto, o ideal é a ausência de erro. [Os erros]
são tomados como um tipo de índice de que o aluno não
sabe fazer, não tem estudado e não tem como um índice de
que o aluno sabe alguma coisa parcial, incorreta e que
portanto é preciso trabalhar com ela para, a partir daí,
construir um conhecimento correto. (BURIASCO,2000, p.10).
No processo avaliativo , é necessário que o professor faça uso da
observação sistemática para diagnosticar as dificuldades dos alunos e
criar oportunidades diversificadas para que possam expressar seu
conhecimento. Tais oportunidades devem incluir manifestações escritas,
orais e de demonstração, inclusive por meio de ferramentas e
equipamentos, tais como materiais manipuláveis, computador e
calculadora.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
5ª SÉRIE
NÚMEROS E ÁLGEBRA
- Conheça os diferentes sistemas de numeração;
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné103
- Identifique o conjunto dos números naturais, comparando e
reconhecendo seus elementos;
- Realize as operações fundamentais com números naturais;
- Expresse matematicamente, oral ou por escrito, situações-problema que
envolvam as operações;
- Estabeleça relação de igualdade e transformação entre: fração e número
decimal; fração e número misto
-Reconheça o MMC e MDC entre dois ou mais números naturais;
-Reconheça as potências como multiplicação de mesmo fator e a
radiciação como sua operação inversa.
-Relacione as potências e as raízes quadradas com padrões numéricos e
geométricos.
GRANDEZAS E MEDIDAS- Identifique o metro como unidade-padrão de medida de comprimento;
− Reconheça e compreenda os diversos sistemas de medida;
− Opere com múltiplos e submúltiplos do quilograma;
− Calcule o perímetro usando unidades de medida padronizadas.
− Compreenda e utilize o metro cúbico como padrão de medida de
volume;
− reconheça e classifique ângulos (retos, agudos e obtusos);
− Calcule área de uma superfície usando unidades de medida de
superfície padronizada.
GEOMETRIAS
− Reconheça e represente ponto, reta, plano, semi-reta e segmento de
reta;
-Conceitue e classifique polígonos;
-identifique corpos redondos;
-Determine perímetro de figuras planas;
- Calcule área de figuras planas;
- Diferencie círculo e circunferência, identificando seus elementos;
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-Reconheça os sólidos geométricos em sua forma planificada,
identificando seus elementos.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
- Interprete e identifique os diferentes tipos de gráficos e compilação de
dados, sendo capaz de fazer a leitura desses recursos nas diversas formas
em que se apresentam;
- Resolva situações problema que envolvam porcentagem e relacione-as
com os números na forma decimal e fracionaria.
6ª SERIE
NÚMEROS E ALGEBRA
-Reconheça os números inteiros em diferentes contextos;
-Realize operações com números inteiros;
-Reconheça os números racionais nos diferentes contextos;
-Realize operações com números racionais;
-Compreenda os princípios aditivo e multiplicativo como propriedade da
igualdade e desigualdade;
-Compreenda o conceito de incógnita;
- Compreenda a razão como uma comparação entre duas grandezas numa
ordem determinada e a proporção como uma igualdade entre duas razões;
- Reconheça sucessões de grandezas direta e inversamente proporcionais;
-resolva situações-problema aplicando a regra de três simples;
GRANDEZAS E MEDIDAS
- Compreenda as medidas de temperatura em diferentes contextos;
- Classifique ângulos e faça uso do transferidor e esquadros para medí-los;
GEOMETRIAS
- Classifique e construa, a partir de figuras planas, sólidos geométricos;
- Compreenda noções topológicas através do conceito de interior, exterior,
fronteira, vizinhança, conexidade, curvas e conjuntos abertos e fechados.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné105
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
-Analise e interprete informações de pesquisas estatísticas;
- Leia, interprete, construa e analise gráficos;
- Calcule a média aritmética e a moda de dados estatísticos;
− Resolva problemas envolvendo cálculo de juros simples;
7ª SÉRIE NÚMEROS E ALGEBRA
- Compreenda o objetivo da notação científica e sua aplicação;
- Extraia a raiz quadrada exata e aproximada de números racionais;
-Compreenda, identifique e reconheça o número π (pi) como um número
irracional especial;
-Reconheça e realize operações com números irracionais;
- Identifique monômios e polinômios e efetue suas operações;
-Utilize as regras de Produtos Notáveis para resolver problemas que
envolvam expressões algébricas.
-Opere com sistema de equações do 1º grau.
GRANDEZAS E MEDIDAS
Calcule o comprimento da circunferência;
Calcule o comprimento e área de polígonos e círculo.
Identifique ângulos formados entre retas paralelas interceptada por
transversal;
Realize cálculo de área e volume de poliedros;
GEOMETRIAS- Reconheça triângulos semelhantes, identifique e some seus ângulos
internos, bem dos polígonos regulares;
- Trace e reconheça retas paralelas num plano desenvolva a noção de
paralelismo;
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné106
− Reconheça os eixos que constituem o Sistema de Coordenadas
Cartesianas, marque pontos,
− Identifique os pares ordenados e sua denominação (abscissa e
ordenada)
− Conheça os fractais através da visualização e manipulação de
materiais.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
-Represente uma mesma informação em gráficos diferentes;
-Utilize o conceito de amostra para levantamento de dados.
8ªSÉRIE
NÚMEROS E ALGEBRA
-Opere com expoentes fracionários;
- Identifique a potência de expoente fracionário como um radical e aplique
as propriedades para a sua simplificação;
- Extraia uma raiz usando fatoração;
- Identifique uma equação do 2º grau na forma completa e incompleta,
reconhecendo seus elementos;
- Determine as raízes de uma equação do 2º grau utilizando diferentes
processos;
- Interprete problemas em linguagem gráfica e algébrica;
- Identifique e resolva equações Irracionais;
- Resolva equações biquadradas através das equações do 2ºgrau;
- Utilize a regra de três composta em situações-problema.
GRANDEZAS E MEDIDAS
-Conheça e aplique as relações métricas e trigonométricas no triângulo
retângulo;
- Utilize o Teorema de Pitágoras na determinação das medidas dos lados
de um triângulo retângulo.
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FUNÇÕES
-Expresse a dependência de uma variável em relação a outra;
- Reconheça uma função afim e sua representação gráfica, inclusive sua
declividade em relação ao sinal da função;
- Relacione gráficos com tabelas que descrevem uma função;
- Reconheça a função quadrática e sua representação gráfica e associe a
concavidade da parábola em relação ao sinal da função;
- Analise graficamente as funções afins; Analise graficamente as funções
quadráticas.
GEOMETRIAS
-Verifique se dois polígonos são semelhantes, estabelecendo relações
entre eles;
- Compreenda e utilize o conceito de semelhança de triângulos para
resolver situação-problemas;
- Conheça e aplique os critérios de semelhança dos triângulos;
- Aplique o Teorema de Tales em situação-problemas;
- Realize cálculo da superfície e volume de poliedros;
- Analise e discuta a auto-similaridade e a complexidade infinita de um
fractal.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
- Desenvolva o raciocínio combinatório por meio de situações-problema
que envolvam contagens, aplicando o princípio multiplicativo.
- Descreva o espaço amostral a um experimento aleatório;
- Calcule as chances de ocorrência de um determinado o evento;
- Resolva situações-problemas na qual envolvam cálculos de juros
compostos.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO PARA O ENSINO MÉDIO
NÚMEROS E ÁLGEBRA
- Amplie a ideia de conjuntos numéricos e o transponha em diferentes contextos;- Compreenda os números complexos e suas operações;
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- Conceitue e interprete Matrizes e suas operações; - Conheça e domine o conceito e as soluções de problemas que se realizam por meio de determinante; - Identifique e realize operações com polinômios; - Identifique e resolva equações, sistemas de equações e inequações inclusive as exponenciais, logarítmicas e modulares.
GRANDEZAS E MEDIDAS- Perceba que as unidades de medidas são utilizadas para a determinação de diferentes grandezas; - Compreenda as relações matemáticas existentes nas unidades de medida de diversas grandezas; - Aplique a lei dos senos e a lei dos cossenos de um triângulo qualquer para determinar elementos desconhecidos.
FUNÇÕES- Identifique diferentes funções;- Realize cálculos envolvendo diferentes funções;- Aplique os conhecimentos sobre funções para resolver situações-problema; - Realize análise gráfica de diferentes funções;- Reconheça nas seqüências numéricas, particularidades que remetem ao conceito das progressões aritméticas e geométricas; - Generalize cálculos para a determinação de termos de uma sequência numérica.
GEOMETRIAS- Amplie aprofunde nos conceitos geométricos em um nível abstrato mais complexo;- Realize análise dos elementos que estruturam as geometrias;- Perceba a necessidade das geometrias não-Euclidianas para a compreensão de conceitos geométricos, quando analisados em planos diferentes do plano de Euclides;- Compreenda a necessidade das geometrias não-Euclidianas para o avanço das teorias científicas;- Articule idéias geométricas em planos de curvatura nula, positiva e negativa;- Conheça os conceitos básicos da Geometria Eliptica, da Geometria Hiperbólica e da Geometria Fractal.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO- Manuseie dados desde sua coleta até os cálculos que permitirão tirar conclusões e a formulação de opiniões;- Domine os conceitos do conteúdo Binômio de Newton;- Saiba tratar as informações e compreenda a ideia de probabilidade;- Realize estimativas, conjecturas à respeito de dados e informações estatísticas;- Compreenda a Matemática Financeira aplicada ao diversos ramos da atividade humana;
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné109
- Perceba, através da leitura, construção e interpretação de gráficos, a transição da álgebra para a representação gráfica e vice-versa.
Referências Bibliográficas
BURIASCO, Regina L. C. de. Algumas considerações sobre avaliação
educacional. Estudos em Avaliação educacional, São Paulo, n. 22, p.
175-178, jul./dez. 2000.
DUARTE, N. A relação entre o lógico e o histórico no ensino da
matemática elementar. São Carlos, 1987, 185p. Dissertação Mestrado
em Educação. UFSC.
LACUEVA,Aurora. La evaluácion en Ia escuela: una ayuda para seguir
aprendiendo. Revista da Faculdade de Educação, São Paulo, v. 23 n.
1/2, jan./dez. 1997.
MARTINS, Maria da Paz. Avaliação das aprendizagens em
matemática: concepção dos professores. Lisboa, 1996. Tese (Mestrado),
Faculdade Católica Portuguesa Lisboa.
MIORIM, M. A . Introdução à história da educação matemática. São
Paulo: Atual, 1998.
______Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares
Nacionais. Curitiba, 2006.
______Secretaria de Estado de Educação do Paraná. Diretrizes
Curriculares da Educação Básica. Paraná, 2008.
______ Secretaria de Estado da Educação. Matemática. Curitiba, 2006.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné110
LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – INGLÊS
Apresentação da Disciplina.
A aprendizagem de uma língua estrangeira é uma possibilidade de
aumentar a percepção do aluno, como ser humano e como cidadão. Por
isso, ela vai estar centrado no engajamento discursivo do aluno, ou seja,
em sua capacidade de se engajar e engajar outros no discurso, de modo a
poder agir mo mundo social. Isso pode ser viabilizado em sala de aula por
meio de atividades pedagógicas centradas na constituição do aluno como
ser discursivo, ou seja, sua construção como sujeito do discurso via Língua
Estrangeira. Essa construção passa pelo envolvimento do aluno com os
processos sociais de criar significados por intermédio da utilização de uma
Língua Estrangeira.”
A inclusão de uma área no currículo deve ser determinada, entre
outros fatores, pela função que desempenha na sociedade. Com relação a
uma Língua Estrangeira, no caso o Inglês, o número de pessoas que
utilizam o conhecimento de habilidades orais da língua em situação do
trabalho está em progressão. Deste modo, o uso de uma Língua
Estrangeira parece estar mais vinculado à leitura de literatura técnica ou
de lazer. Nota-se também, que os únicos exames formais em Língua
Estrangeira (no caso do vestibular e admissão a cursos de pós-graduação),
requerem o domínio da habilidade da leitura, que atende por um outro
lado, as necessidades da educação formal, e, por outro, é a habilidade que
o aluno pode usar em seu contexto social imediato. A leitura tem função
primordial na escola e aprender a ler em outra língua pode colaborar no
desempenho do aluno como leitor em sua língua materna. As DCEs,
apresentam a seguinte visão de língua: “a língua se apresenta como
espaço de construções discursivas, de produção de sentidos indissociáveis
dos contextos em que ela adquire sua materialidade, inseparável das
comunidades interpretativas que a constroem e são construídas por ela”.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné111
Deve ser considerado também o fato de que as condições na sala de
aula da maioria das escolas brasileiras podem inviabilizar o ensino das
quatro habilidades (ouvir, falar, ler e escrever ).
“A Língua Estrangeira também pode ser propiciadora da construção
das identidades dos alunos como cidadãos ao oportunizar o
desenvolvimento da consciência sobre o papel exercido pelas línguas
estrangeiras na sociedade brasileira e no panorama internacional,
favorecendo ligações entre a comunidade local e a planetária ( Res. CEB
nº 2, Art. III. Inciso V)”.
RAJAGOPALAN (2003), destaca que: “o verdadeiro intuito do ensino
de línguas estrangeiras é formar indivíduos capazes de interagir com
pessoas de outras culturas e modos de pensar e agir. Significa
transformar-se em cidadão do mundo”. Pela linguagem, o homem não só
consolida seus laços societários e acumula conhecimentos – transmitindo
informações – como também produz a possibilidade da consciência
propriamente humana, assim como amplia a visão de mundo, contribuindo
para que se tornem cidadãos mais críticos e reflexivos, agindo no mundo
pelo discurso, além daquilo que a língua materna oferece, sabendo
distinguir as variantes linguísticas.
No que se refere à sala de aula, os professores devem possibilitar
aos alunos a escolha do vocabulário que melhor reflita a ideia que se
pretenda transmitir. Ter condições de escolher o vocabulário que melhor
reflita a ideia que se pretenda transmitir, utilizando aspectos como
coerência e coesão na produção em Língua Estrangeira ( oral e/ou
escrita ). Todos os textos referentes à produção e à recepção em qualquer
idioma, são regidos por princípios gerais de coerência e coesão e, por
isso, somos capazes de entender e de sermos entendidos.
O aluno deve dominar as estratégias verbais que entram em ação,
para compensar as falhas na comunicação ( como o fato de não recordar
momentaneamente, uma forma gramatical ou léxica ), e para favorecer a
efetiva comunicação e alcançar o efeito pretendido ( falar mais
lentamente, ou enfatizando certas palavras para obter determinados
efeitos retóricos, por exemplo ) e levar à compreensão da sua própria
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné112
língua com a Língua Estrangeira estudada, conduzindo a refinar a
percepção de sua própria cultura por meio de conhecimento da cultura de
outros povos.
“(...) a abordagem comunicativa, na tentativa de ensinar e se
comunicar na Língua Estrangeira, deixou de lado a relação entre
comunicação e cultura, e a necessidade de entender a comunicação entre
falantes nativos e não-nativos como comunicação intercultural mais do
que comunicação na língua-alvo”. (GIMENEZ, 2001, p.110).
Conteúdo Estruturante:
DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL
Ao tomarmos a língua como interação verbal, como espaço de
produção de sentidos marcados por relações contextuais de poder, o
conteúdo estruturante Discurso como prática social tratará a língua de
forma dinâmica, por meio da leitura, da oralidade e da escrita.
Para que os alunos percebam a inter discursividade, as condições de
produção dos diferentes discursos, das vozes que permeiam as relações
sociais e de poder, é preciso que os níveis de organização linguística –
fonético-fonológico, léxico-semântico e de sintaxe – sirvam ao uso da
linguagem na compreensão e na produção escrita, oral, verbal e não-
verbal.
5ª série
CONTEÚDOS BÁSICOS
− Diálogos;
− charges;
− bilhetes;
− convites;
− anúncios;
− propagandas;
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné113
− entrevistas;
− cartazes;
− letras de músicas;
− receitas culinárias;
LEITURA
· Tema do texto;
· Interlocutor;
· Finalidade;
· Aceitabilidade do texto;
· Informatividade;
· Elementos composicionais do gênero;
· Léxico;tipos de textos
· Repetição proposital de palavras;
· Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no
texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito),
figuras de linguagem.
ESCRITA
· Tema do texto ;
· Interlocutor;
· Finalidade do texto;
· Informatividade;
· Elementos composicionais do gênero;
· Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no
texto, pontuação,
recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem;
· Acentuação gráfica;
· Ortografia;
· Concordância verbal / nominal.
ORALIDADE
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné114
· Tema do texto;
· Finalidade;
· Papel do locutor e interlocutor;
· Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos...;
· Adequação do discurso ao gênero;
· Turnos de fala;
· Variações linguísticas;
· Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos
semânticos.
6ª série
CONTEÚDOS BÁSICOS
− contos;
− piadas;
− biografia;
− diálogo argumentativo;
− regras de jogo;
− receitas culinárias;
− carta;
− e-mail;
− mensagem de celular;
− textos expositivos e explicativos;
LEITURA
· Tema do texto;
· Interlocutor;
· Finalidade do texto;
· Informatividade;
· Situacionalidade;
· Informações explícitas
· Discurso direto e indireto;
· Elementos composicionais do gênero;
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné115
· Repetição proposital de palavras;
· Léxico;
· Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no
texto, pontuação,
recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem.
ESCRITA
· Tema do texto;
· Interlocutor;
· Finalidade do texto;
·Discurso direto e indireto;
·Elementos composicionais do gênero;
· Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no
texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito),
figuras de linguagem;
Ortografia;
· Concordância verbal / nominal.
ORALIDADE
· Tema do texto;
· Finalidade;
· Papel do locutor e interlocutor;
· Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc;
· Adequação do discurso ao gênero;
· Turnos de fala;
· Variações linguísticas;
· Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, semântica.
7ª série
CONTEÚDOS BÁSICOS
− texto expositivo;
− anúncios;
− avisos;
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné116
− letras de músicas;
− cartazes contos;
− resumos;
− biografias;
− relatório oral e escrito;
− lendas;
− narrativas de aventura;
LEITURA
· Conteúdo temático;
· Interlocutor;
· Finalidade do texto;
· Aceitabilidade do texto;
· Informatividade;
· Situacionalidade;
· Intertextualidade;
· Vozes sociais presentes no texto;
· Elementos composicionais do gênero;
· Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no
texto, pontuação, recursos gráficos como: (aspas, travessão, negrito),
figuras de linguagem.
· Semântica:
- operadores argumentativos;
- ambiguidade;
- sentido conotativo e denotativo das palavras no texto;
- expressões que denotam ironia e humor no texto.
- Léxico.
ESCRITA
· Conteúdo temático;
· Interlocutor;
· Finalidade do texto;
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné117
· Informatividade;
· Situacionalidade;
Intertextualidade;
· Vozes sociais presentes no texto;
· Elementos composicionais do gênero;
· Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais
no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito);
· Concordância verbal e nominal;
· Semântica:
- operadores argumentativos;
- ambiguidade;
- significado das palavras;
- figuras de linguagem;
- sentido conotativo e denotativo;
- expressões que denotam ironia e humor no texto.
ORALIDADE
· Conteúdo temático;
· Finalidade;
· Aceitabilidade do texto;
· Informatividade;
· Papel do locutor e interlocutor;
· Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e
gestual, pausas ...;
· Adequação do discurso ao gênero;
· Turnos de fala;
· Variações linguísticas
· Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
· Elementos semânticos;
· Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições,
etc);
· Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné118
8ª série
CONTEÚDOS BÁSICOS
− narrativa de ficção científica;
− enigmas;
− romances;
− piadas;
− contos;
− cartas;
− reportagens;
− notícias;
− manual de instruções;
− textos explicativos;
− receita culinária;
LEITURA
· Tema do texto
· Interlocutor
· Finalidade do texto
· Aceitabilidade do texto
· Informatividade
· Situacionalidade
· Intertextualidade
· Temporalidade
· Discurso direto e indireto
· Elementos composicionais do gênero;
· Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;
· Palavras e/ou expressões que denotam ironia e humor no texto;
· Polissemia
· Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no
texto, pontuação,
recursos gráficos (como aspas, travessão,negrito), figuras de linguagem)
· Léxico.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné119
ESCRITA
· Tema do texto
· Interlocutor Finalidade do texto
· Aceitabilidade do texto
· Informatividade
· Situacionalidade
· Intertextualidade
· Temporalidade
· Discurso direto e indireto
· Elementos composicionais do gênero
· Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;
· Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
· Palavras e/ou expressões que denotam ironia e humor no texto;
· Polissemia
· Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais
no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito),
figuras de linguagem
· Processo de formação de palavras
· Acentuação gráfica
· Ortografia
· Concordância verbal / nominal
ORALIDADE
· Conteúdo temático
· Finalidade
· Aceitabilidade do texto
· Informatividade
· Papel do locutor e interlocutor
· Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e
gestual, pausas
Adequação do discurso ao gênero
· Turnos de fala
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné120
· Variações linguísticas
· Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição.
Semântica
· Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições,
etc).
· Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e escrito.
ENSINO MÉDIO
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL
− Tema do texto;
− Interlocutor;
− Finalidade do texto;
− Informatividade;
− Situacionalidade;
− Intertextualidade;
− Temporalidade;
− Referência textual;
− Partículas conectivas do texto;
− Discurso direto e indireto;
− Elementos composicionais do gênero;
− Emprego do sentido conotativo e denotativo do texto;
− Palavras e/ou expressões que denotam ironia e humor no texto;
− Polissemia;
− Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais
no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão,
negrito), figuras de linguagem;
− Léxico.
ESCRITA
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné121
− Tema do texto;
− Interlocutor;
− Finalidade do texto;
− Aceitabilidade do texto;
− Informatividade;
− Situacionalidade;
− Intertextualidade;
− Temporalidade;
− Referência textual;
− Partículas conectivas do texto;
− Discurso direto e indireto;
− Elementos composicionais do gênero;
− Emprego do sentido conotativo e denotativo do texto;
− Palavras e/ou expressões que denotam ironia e humor no texto;
− Polissemia;
− Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais
no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão,
negrito), figuras de linguagem;
− Acentuação gráfica;
− Ortografia;
− Concordância verbal / nominal.
ORALIDADE
− Conteúdo temático;
− Finalidade;
− Aceitabilidade do texto;
− Informatividade
− Papel do locutor e interlocutor;
− Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e
gestual, pausas...
− Adequação do discurso ao gênero;
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné122
− Turnos de fala;
− Variações linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, semântica;
− Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições,
etc.);
− Diferenças e semelhanças entre o discurso oral ou escrito.
Encaminhamento Metodológico
Hoje, com o advento da globalização e novas formas de tecnologias,
falar, ler e escrever em inglês tornou-se indispensável a todos que
aspiram a uma condição profissional de destaque. Cabe, portanto, uma
atenção especial à língua, enquanto disciplina integrante do Ensino
Fundamental.
Diante desse quadro, nossa proposta é fazer com que o aluno do
Ensino Fundamental tenha uma visão da língua como instrumento vivo, de
modo que o aluno possa desempenhar um papel atuante, vivenciando o
aprendizado de fato. Uma língua não é um conjunto de regras gramaticais
a ser decorado, memorizado para provas bimestrais, sem jamais ser
utilizado de forma adequada dentro e fora da sala de aula. Uma língua é
algo em constante transformação, geralmente utilizada por um ou mais
povos, e por isso, deve ser abordada em toda sua amplitude e
complexidade.
Os conteúdos relacionados nas práticas discursivas de leitura,
oralidade e escrita serão trabalhados em cada texto selecionado nos
gêneros de cada série.
Entendemos que o aluno deve incorporar a língua ao seu dia-a-dia, e
não ter diante de si algo estático e distante. Optamos, portanto, por um
ensino dinâmico e envolvente, em que as culturas dos países de língua
inglesa são constantemente comparadas à brasileira, possibilitando ao
aluno, através de uma análise contrastante, uma visão crítica do modo em
que vive:
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné123
“A educação nesta perspectiva, teria o papel de informar,
mostrar, desnudar, ensinar as regras do jogo, não apenas para
que sejam seguidas, mas principalmente para que possam ser
modificadas. Esse é o sentido da pedagogia da possibilidade, ou
seja, o ensino/aprendizagem de maneiras de falar, escrever,
visualizar, agir e incorporar que, como resultado de
determinadas constelações de capacidades/formas, são
materialmente possíveis e recebem ‘encorajamento coercivo’ em
consequência de não serem marcadas nem como desviantes,
nem como patológicas, nem como inadequadas, inaceitáveis ou
anormais”. ( SIMON, 1992 )
Em relação às leis 10.639/03 – História e Cultura Afro – Brasileira;
11.645/08 História e Cultura Afro – Brasileira e Indígena serão trabalhados
em diferentes gêneros textuais, sempre confrontando a cultura afro e
indígena brasileira com a cultura afro e indígena americana, construindo
assim comparações e diferenciações na aprendizagem.
Quanto a lei 9.795/99 – Educação Ambiental também deve ser
contemplada em vários gêneros textuais, bem como entrelaçando a
cultura brasileira com a dos países de língua inglesa, criando vínculos de
interesse de pesquisa entre os discentes.
Tendo em vista a lei 13.381/01 onde enfocamos a história do
Paraná, a LEM pode ser incluída na vivência de nossos imigrantes,
demonstrando as miscigenações culturais, trazidas principalmente através
dos gêneros textuais lenda e relato histórico.
Avaliação
Segundo VYGOTSKY, (1989), citado nas DCEs (2008, p.70): “Caberá
ao professor observar a participação dos alunos e considerar que o
engajamento discursivo na sala de aula se faça pela interação verbal, a
partir dos textos, e de diferentes formas: entre os alunos e professor;
entre os alunos na turma; na interação com o material didático; nas
conversas em língua materna e língua estrangeira; e no próprio uso da
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné124
língua, que funciona como recurso cognitivo ao promover o
desenvolvimento de ideias”.
Na avaliação, o professor deve criar situações em que o aluno
demonstre e expresse sua aprendizagem. Por este motivo deve ser
contínua, auxiliando o processo de ensino/aprendizagem.
A avaliação é valida quando o professor acompanha o crescimento
de seu aluno, verificando o processo e não o produto. Sua função é
diagnóstica, sendo rigorosa a observância dos critérios pré-estabelecidos
pelo professor. Sendo dinâmica, ao professor cabe registrar as
observações, em relação ao processo de ensino e aprendizagem,
evitando:
• Generalidades de encaminhamentos e orientações, distante do de-
senvolvimento do aluno.
• Necessidade de provas bimestrais.
• Desconhecimento da dinâmica do processo da aprendizagem da tur-
ma.
Isso deve ser encaminhado com atividades racionalmente definidas,
dentro de um encaminhamento político e decisório a favor da competência
de todos, ou pelo menos da maioria, a fim de desenvolver a participação
democrática da vida social.
Todo e qualquer material explorado e trabalhado dentro e fora da
sala de aula deve ser considerado no processo de avaliação, inclusive
aspectos da história dos alunos, da comunidade e da cultura local.
Enfim, o professor que tenha em mente a concepção de que sua
prática educacional deve estar voltada para a transformação, terá em
cada passo do processo, decisões claras, explícitas do que está fazendo e
para onde está encaminhando os resultados de suas ações. Abordando
sempre aspectos da comunicação, que se centram em funções da
linguagem, extraídas de contextos culturalmente significativos mais
amplos e reais.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO – Ensino Fundamental e Médio
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné125
LEITURA
É importante que o professor:
· Propicie práticas de leitura de textos de diferentes gêneros;
· Considere os conhecimentos prévios dos alunos;
· Formule questionamentos que possibilitem inferências sobre o texto;
· Encaminhe discussão sobre: tema, intenções, intertextualidade;
· Contextualize a produção: suporte/fonte, interlocutores, finalidade,
época;
· Utilize textos não-verbais diversos que dialoguem com não-verbais,
como: gráficos, fotos, imagens, mapas, e outros;
· Relacione o tema com o contexto atual;
· Oportunize a socialização das ideias dos alunos sobre o texto.
ESCRITA
É importante que o professor:
· Planeje a produção textual a partir: da delimitação do tema, do
interlocutor, do gênero, da finalidade;
· Estimule a ampliação de leituras sobre o tema e o gênero proposto;
· Acompanhe a produção do texto;
· Encaminhe e acompanhe a re-escrita textual: revisão dos
argumentos/das ideias, dos elementos que compõe o gênero;
· Analise se a produção textual está coerente e coesa, se há continuidade
temática, se atende à finalidade, se a linguagem está adequada ao
contexto;
· Conduza a uma reflexão dos elementos discursivos, textuais, estruturais
e normativos.
ORALIDADE
É importante que o professor:
· Organize apresentações de textos produzidos pelos alunos;
· Oriente sobre o contexto social de uso do gênero oral selecionado;
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné126
· Prepare apresentações que explorem as marcas linguísticas típicas da
oralidade em seu uso formal e informal;
· Selecione discursos de outros para análise dos recursos da oralidade,
como: cenas de desenhos,etc.
Bibliografia.
AZEVEDO, Dirce Guedes de & GOMES, Ayrton de Azevedo. Blow Up. FTD:
São Paulo. Books 5, 6, 7, 8. 1998.
BERTOLIN, Rafael & SILVA, Antonio de Siqueira e. New Dynamic English.
IBEP: São Paulo. Books 1, 2, 3, 4. 1993.
FREIRE, Paulo. A pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
2004.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação para promover. São Paulo: Mediação,
2000.
INTERNET e FILMES.
LAPORTA, Edgar. A Practical English course. COMPANHIA EDITORA
NACIONAL: São Paulo, Workbooks 1, 2, 3, 4.
MICHAELIS. Dicionário Prático Inglês-Português e Português-Inglês.
EDITORA MELHORAMENTOS: São Paulo. 1987.
PARANÁ, Secretaria da Educação. Currículo básico para escola pública
do estado do Paraná. 3ªed. Curitiba, 1997.
PARANÁ, Secretaria da Educação. DCE - Diretrizes Curriculares de
Língua Estrangeira Moderna para a Educação Básica. Curitiba, 2008.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné127
ENSINO RELIGIOSO
Apresentação da disciplina
A disciplina de Ensino Religioso no decorrer da historia perdeu sua função
catequética, pois com a manifestação do pluralismo religioso, esse modelo
curricular não poderia ser mais aplicado.
Foi a partir da elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais que
o Ensino Religioso passou a ser legitimado da forma que é ministrado
atualmente.
“Uma das tarefas da escola e favorecer instrumentos de leitura da
realidade e criar condições para melhorar a convivência entre as pessoas
pelo conhecimento, isto é, construir os pressupostos para o dialogo”.
(COSTELA, 2004 p.101)
A disciplina de Ensino Religioso pretende contribuir para o
reconhecimento e respeito às diferentes expressões religiosas advindas da
elaboração cultural dos povos, bem como possibilitar o acesso às
diferentes fontes da cultura sobre o fenômeno religioso. Tendo em vista
que o conhecimento religioso insere-se como patrimônio da humanidade,
em conformidade com a legislação brasileira que trata do assunto. O
Ensino Religioso pressupõe promover aos educandos a oportunidade de
processo de escolarização fundamental para se tornarem capazes de
entender os movimentos religiosos específicos de cada cultura, e de
possuir o substrato religioso de modo a colaborar com a formação da
pessoa.
O Ensino Religioso contribui também para superar a desigualdade
étnica religiosa e garantir o direito constitucional de liberdade de crença e
expressão, criar condições para melhorar a convivência entre as pessoas
pelo conhecimento, construir os pressupostos para o diálogo.
Portanto, o Ensino Religioso visa propiciar aos educandos a
oportunidade de identificação de entendimento, de conhecimento, de
aprendizagem em relação às diferentes manifestações religiosas
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné128
presentes na sociedade de tal forma que tenham a amplitude da própria
cultura em que se insere. Essa compreensão deve favorecer o respeito à
diversidade cultural religiosa, em suas relações éticas e sociais diante da
sociedade, fomentando medidas de repúdio a toda e qualquer forma de
preconceito e discriminação e o reconhecimento de que, todos nós, somos
portadores de singularidade.
O Ensino Religioso permitirá que os educandos possam refletir e
entender como os grupos sociais se constituem culturalmente e como se
relacionam com o sagrado. E, ainda, compreender suas trajetórias, suas
manifestações no espaço escolar, estabelecendo relações entre culturas,
espaços e diferenças, para que no entendimento desses elementos o
educando possa elaborar o seu saber, passando a entender a diversidade
de nossa cultura marcada pela religiosidade.
Dentre os desafios para o Ensino Religioso na atualidade pode se
destacar a necessária superação das tradicionais aulas de religião e a
inserção de conteúdos que tratem da diversidade de manifestações
religiosas, dos seus ritos, das suas paisagens e símbolos, sem perder de
vista as relações culturais, sociais, políticas e econômicas que são
impregnadas.
“O Ensino Religioso não pode prescindir da sua vocação de sua
realidade institucional aberta ao universo da cultura, ao integral
acontecimento do pensamento e da ação do homem...o fato religioso,
como todos os fatos humanos, pertencem ao universo da cultura e,
portanto, tem uma relevância cultural, tem uma relevância em sede
cognitiva”. (COSTELLA, 2004 P.104)
O Ensino Religioso escolar adquire status de disciplina escolar, a
partir da definição mais consciente de seus conteúdos escolares, da
produção de referenciais didáticos-pedagógicos e científicos bem como da
formação de professores. No ambiente escolar, as religiões interessam
como objeto de conhecimento a ser tratado nas aulas de Ensino Religioso,
por meio do estudo das manifestações religiosas que delas decorrem e
constituem Ensino Religioso uma vez que o sagrado compõe o universo
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné129
cultural humano, fazendo do modelo de organização de diferentes
sociedades.
Por fim, destaca-se que os conhecimentos relativos ao sagrado e as
suas manifestações são significativas para todos os alunos durante o
processo de escolarização, por propiciarem subsídios para compreensão
de uma das interfaces da cultura e da constituição da vida em sociedade.
Conteúdos Estruturantes e Básicos
5ª SÉRIE
Paisagem Religiosa
Universo Simbólico Religioso
Textos Sagrados
Organizações religiosas
Lugares Sagrados
Textos Sagrados orais ou escritos
Símbolos Religiosos
6ª SÉRIE
Paisagem Religiosa
Universo Simbólico Religioso
Textos Sagrados
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné130
Temporalidade Sagrada
Festas Religiosas
Ritos
Vida e Morte
Metodologia
Pensar o encaminhamento metodológico de uma disciplina, não se
reduz a determinar formas, métodos, ou materiais a serem utilizados em
sala de aula, mas supõe um (re)pensar e refletir sobre que concepção se
possui do processo de ensino e de aprendizagem, que vínculos se
estabelece com os alunos, e ainda o entendimento de como esse aluno
aprende.
A metodologia do Ensino Religioso deve ser dinâmica, flexível e
adequada a cada conteúdo ou tema a ser desenvolvido, de modo a
favorecer a interação, o diálogo e o compromisso com a vida cidadã.
O educador tem a liberdade de desenvolver a trabalho pedagógico
de acordo com o seu próprio método, propiciando um clima harmonioso
que seja favorável ao diálogo entre os educandos, possibilitando a
afetividade e a humanização. Orientar um momento de observação,
visando a sensibilização para o mistério e a leitura da linguagem mítico-
simbólica. Um espaço para o diálogo, onde o educando terá a
oportunidade de manifestar seu pensamento e sua opinião sobre o
conteúdo em estudo, sempre respeitando a liberdade do aluno e
articulando a conversação de modo a evitar juízos e atitudes
preconceituosas.
A metodologia supõe muita conversa, debates, acolhimento das
experiências dos alunos. Aprender a olhar a vida e fazer perguntas, junto
com quem estiver por perto. Consideramos que perguntar, interessar-se
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné131
por problemas, é mais educativo do que simplesmente aprender
respostas.
À vida não cabe esquemas fechados e os alunos, sempre ouvidos,
podem sugerir rumos diferentes, concordando, discordando,
acrescentando, pesquisando. Podem inclusive propor novas ações mesmo
em atividades nas quais se imaginou que a resposta estivesse claramente
colocada em uma determinada direção.
Os Conteúdos Básicos devem ser tratados sob a ótica dos três
Conteúdos Estruturantes. A linguagem utilizada deve ser a científica e não
a religiosa a fim de superar as tradicionais aulas de religião. É vedada toda
e qualquer forma de proselitismo e doutrinação, entendendo que os
conteúdos do Ensino Religioso devem ser trabalhados enquanto
conhecimento da diversidade sócio-político e cultural.
Avaliação
Para efetivar o processo de avaliação no Ensino Religioso, é
necessário estabelecer instrumentos e definir critérios que explicitem o
quanto o aluno se apropriou do conteúdo específico da disciplina e foi
capaz de relacioná-lo com as outras disciplinas. A avaliação pode revelar
também em que medida a prática pedagógica, fundamentada no
pressuposto do respeito à diversidade cultural e religiosa contribui para a
transformação social.
Para a disciplina de Ensino Religioso faz-se necessário destacar os
procedimentos avaliativos a serem adotados, uma vez que este
componente curricular não tem a mesma orientação que a maioria das
disciplinas no que se refere à distribuição de notas ou conceitos. Assim, o
Ensino Religioso não se constitui como objeto de reprovação, bem como
não terá registro de notas ou conceitos. Mesmo com essas
particularidades, a avaliação não deixa de ser um dos elementos
integrantes do processo educativo na disciplina de Ensino Religioso. Cabe
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné132
ao professor a implementação de práticas avaliativas que permitam
acompanhar o processo de apropriação de conhecimentos pelo aluno e
pela classe, tendo como parâmetro os conteúdos tratados e os seus
objetivos.
Pode-se avaliar em que medida o aluno expressa uma relação
respeitosa com os colegas de classe que tem opções religiosas diferentes
da sua, aceita as diferenças, reconhece que o fenômeno religioso é um
dado da cultura e da identidade de cada grupo social, emprega conceitos
adequados para referir-se às diferentes manifestações do sagrado.
Assim, os alunos terão a oportunidade, como também poderão
perceber que a apropriação dos conhecimentos dessa disciplina lhes
possibilita conhecer e compreender melhor a diversidade cultural da qual
a religiosidade é parte integrante, bem como possibilitará a articulação
desta disciplina como o demais componentes curriculares, os quais
também abordam aspectos relativos à cultura.
A avaliação permite diagnosticar o quanto o aluno se apropriou do
conteúdo, como resolveu as questões propostas, como reconstituiu seu
processo de concepção da realidade social e, como, enfim, ampliou o seu
conhecimento em torno do objeto de estudo do Ensino Religioso, o
Sagrado, sua complexidade, pluralidade, amplitude e profundidade.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Espera-se que o aluno:
• Estabeleça discussões sobre o Sagrado numa perspectiva laica;
• Desenvolva uma cultura de Respeito à diversidade religiosa e cultural;
• Reconheça que o fenômeno religioso é um dado de cultura e de
identidade de cada grupo social.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné133
Referências Bibliográficas
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do Paraná, 1992.
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tendências e desafios. Petrópolis, Vozes. 1996.
GRUEN, Wolfgang. O Ensino Religioso na Escola. Petrópolis. Vozes,
1995.
OTTO, R. O Sagrado. Lisboa. Edições 70, 1992
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Brasília: 1998.
VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo. Martins
Fontes, 1988.
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In: JUNQUEIRA, S.; WAGNER, R.(Org). O Ensino Religioso no Brasil. Curitiba:
Champagnat, 2004.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné134
CIÊNCIAS
Apresentação geral da Disciplina
Historicamente a Ciência nasceu da necessidade de resolver
condições sociais da adaptação dos seres humanos com o meio ambiente,
onde nesta época os fenômenos não explicados ou não compreendidos
eram traduzidos como sobrenaturais ou divinos.
Porém houve um momento onde surgiu a necessidade de propostas
concretas que deveriam trazer a sociedade soluções para as dúvidas de
fenômenos físicos e químicos, surgindo a partir daí homens que se
empenharam em promover, fosse casualmente ou propositadamente
novas discussões a serem observadas pelas culturas históricas.
Partindo destes princípios da relação entre a Ciência, tecnologia,
acontecimentos históricos, evoluções e rebeliões as quais interferiam na
sociedade de modo radicalmente inovador houve uma mudança no modo
de pensar e agir dos seres humanos e que trouxe a estes novos
questionamentos e diferenciações sobre fenômenos naturais, físicos,
químicos, biológicos e outros.
“Desde que o homem começou a se interessar
pelos fenômenos à sua volta e aprender com
eles, a ciência já estava presente, embora não
apresentasse o caráter sistematizador do
conhecimento. Mesmo antes da descoberta do
fogo, o homem já utilizava técnicas para
apanhar alimentos, como caçar com
instrumentos feitos de pedra e usar outros
materiais disponíveis na natureza, em busca de
satisfazer suas necessidades”.(DCE 2006, pág.
15).
No decorrer do desenvolvimento buscando a explicação científica e
não só fragmento de uma história incompleta, o processo de
aprendizagem de Ciências valoriza a dúvida, a contradição, a diversidade
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e a divergência, abrindo caminho à curiosidade do por que é importante o
entendimento dos problemas reais, físico-químicos naturais.
A partir da construção de novas ideias e abordagem crítica, a ciência
traz a busca do melhoramento da vida social, empregando conhecimentos
agora analisados e comprovados trazendo com a ciência um papel
importante na sociedade como questões relacionadas à saúde, meio
ambiente e a vinculação direta do ser humano no meio em que ele faz
parte.
Pretende-se que a área de Ciências gere oportunidades para que o
aluno venha a adquirir um conjunto de conceitos, procedimentos e
atitudes que operem como instrumentos para a interpretação do mundo
tecnológico em que vivemos, capacitando-o nas escolhas que faz como
indivíduo e como cidadão.
A proposta básica é auxiliar os alunos a formar uma mentalidade
crítica, viva e construtiva, sintonizada com a atualidade e com a realidade
do mundo.
Os avanços das pesquisas didáticas das Ciências apontam a
importância da análise psicológica e epistemológica do processo de ensino
e aprendizagem das Ciências, para compreendê-lo e re-estrutura-lo. Esse
processo envolve a estrutura do conhecimento científico e seu processo
histórico de produção, que tem relações com várias atividades humanas,
especialmente a tecnologia, com valores humanos e concepções de
Ciência. Deve-se também levar em conta que os estudantes possuem um
repertório de representações, de conhecimentos intuitivos, adquiridos pela
vivência, pela cultura e senso comum, acerca dos conceitos que serão
ensinados na escola. O grau de amadurecimento intelectual e emocional
do aluno e sua formação escolar são relevantes na elaboração do
conhecimento científico, considerando esses conhecimentos prévios.
O desenvolvimento de uma postura para a aprendizagem, ou seja, a
curiosidade, interesse, mobilização para a busca e organização de
informações faz com que o aluno tenha autonomia e responsabilidade na
realização de suas tarefas como estudantes; assim ele será capaz também
de desenvolver um olhar atento para usar o conhecimento científico na
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné136
discussão e interpretação de fatos do cotidiano, vai discernir o
conhecimento científico de crendices e superstições.
Quanto às questões éticas o aluno será capaz de refletir sobre as
relações entre ciência, sociedade e tecnologia, vai desenvolver
flexibilidade para reconsiderar suas ideias reconhecendo e solucionando
fatos e dados na re-elaboração de seus conhecimentos.
É objeto de estudo de Ciências, o fenômeno vida em sua diversidade
de manifestações. Esse fenômeno se caracteriza por um conjunto de
processos organizados e integrados, quer no nível de uma célula, de um
indivíduo, ou ainda de organismos no seu meio. Um sistema vivo é sempre
fruto da interação entre seus elementos constituintes e da interação entre
esse mesmo sistema e demais componentes de seu meio.
A Ciência é uma construção humana coletiva da qual participam a
imaginação, a intuição e a emoção. A comunidade científica sofre a
influência do contexto social, histórico e econômico em que está inserido.
Portanto não existem neutralidade e objetividade absolutas: fazer Ciência
exige escolhas e responsabilidades humanas.
Os amplos objetos de estudo da disciplina de Ciências, como Corpo
Humano e Saúde, Ambiente, Matéria e Energia e Tecnologia, passaram a
ser tratados pela disciplina como foco central e também por outras
disciplinas.
Retornar alguns conteúdos históricos para a construção humana,
para o desdobramento dos conteúdos específicos da disciplina, a que
proporciona a curiosidade, aguçada pelos caminhos do processo
educativo.
Favorecer a reflexão, a contextualização e a articulação dos
conteúdos específicos proporciona uma análise crítica sobre a relação
entre Ciências, a tecnologia e a sociedade, aspectos sociais, políticos,
econômicos e éticos.
Introduzindo pedagogicamente o Movimento Ciências, Tecnologia e
Sociedade (CTS) para contribuir os conhecimentos físico-químicos e
biológicos, dando como objetivo o conhecimento e a prática social.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné137
Potencializando o favorecimento de consciências e tomar decisões como
agentes transformadores.
Conteúdos Estruturantes
5 a SÉRIE
ASTRONOMIA
Universo
Sistema solar
Movimentos terrestres
Movimentos celestes
Astros
MATÉRIA
Constituição da matéria
SISTEMAS BIOLÓGICOS
Níveis de organização
Celular
ENERGIA
Formas de energia
Conversão de energia
Transmissão de energia
BIODIVERSIDADE
Organização dos seres vivos
Ecossistema
Evolução dos seres vivos
6ª SÉRIE
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné138
ASTRONOMIA
Astros
Movimentos terrestres
Movimentos celestes
MATÉRIA
Constituição da matéria
SISTEMAS BIOLÓGICOS
Célula
Morfologia e fisiologia dos seres vivos
ENERGIA
Formas de energia
Transmissão de energia
BIODIVERSIDADE
Origem da vida
Organização dos seres vivos
Sistemática
7ª SÉRIE
ASTRONOMIA
Origem e evolução do Universo
MATÉRIA
Constituição da matéria
SISTEMAS BIOLÓGICOS
Célula
Morfologia e fisiologia dos seres vivos
ENERGIA
Formas de energia
BIODIVERSIDADE
Evolução dos seres vivos
8ª SÉRIE
ASTRONOMIA
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné139
Astros
Gravitação universal
MATÉRIA
Propriedades da matéria
SISTEMAS BIOLÓGICOS
Morfologia e fisiologia dos seres vivos
Mecanismos de herança genética
ENERGIA
Formas de energia
Conservação de energia
BIODIVERSIDADE
Interações ecológicas
Encaminhamento Metodológico
Os conteúdos específicos da disciplina de Ciências, selecionados a
partir de critérios que levam em consideração o desenvolvimento
cognitivo do estudante, o número de aulas semanais, as características
regionais, entre outros, devem ser abordados considerando aspectos
essenciais no ensino de Ciências; a história da ciência, a divulgação
científica e as atividades experimentais.
A abordagem desses conteúdos específicos deve contribuir para a
formação de conceitos científicos escolares no processo ensino
aprendizagem da disciplina de Ciências e de seu objeto de estudo (o
conhecimento científico que resulta da investigação da Natureza), levando
em consideração que, para tal formação conceitual, há necessidade de se
valorizar as concepções alternativas dos estudantes em sua zona
cognitiva real e as relações substantivas que se pretende com a mediação
didática.
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Para tanto, as relações entre conceitos vinculados aos conteúdos
estruturantes (relações conceituais), relações entre os conceitos
científicos e conceitos pertencentes a outras disciplinas (relações
interdisciplinares), e relações entre esses conceitos científicos e as
questões sociais, tecnológicas, políticas, culturais e éticas (relações de
contexto) se fundamentam e se constituem em importantes abordagens
que direcionam o ensino de Ciências para a integração dos diversos
contextos que permeiam os conceitos científicos escolares.
Todos esses elementos podem auxiliar na prática pedagógica dos
professores de Ciências, ao fazerem uso de problematizações,
contextualizações, interdisciplinaridade, pesquisas, leituras científicas,
atividade em grupo, observações, atividades experimentais, recursos
instrucionais, atividades lúdicas, entre outros.
Avaliação
A avaliação do aprendizado de Ciências deve ser feita a todo o
momento, mesmo porque a construção do conhecimento é um processo
mais demorado que vem com resultados cotidianos. A avaliação jamais
deve ser um instrumento para reprovar ou reter alunos, deve ocorrer ao
longo do processo de aprendizagem, propiciando ao aluno múltiplas
possibilidades de expressar e aprofundar a sua visão do conteúdo
trabalhado.
Considerar nos registros escritos e nas manifestações orais dos
alunos ou erros de raciocínio e integração histórica é de grande
importância. Os erros mostram o raciocínio do aluno e são valiosos na
hora de planejar as atividades didáticas.
O aluno deverá expor suas ideias de forma clara, sendo capaz de
argumentar e discutir sem dificuldade sobre seu ponto de vista.
As avaliações diagnósticas devem acontecer de diferentes formas de
expressão e oportunidade para que o próprio aluno sinta a necessidade do
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné141
valor do ensino de Ciências, assim ele criará consciência das suas
possibilidades, objetivos e interesses.
O desenvolvimento de atividades em equipe produz um maior
aproveitamento já que os alunos trocam experiências vivenciadas no seu
dia-a-dia rendendo bons trabalhos e temas para discussões em
seminários.
Os conceitos deverão ser avaliados de modo que demonstrem o
nível de conhecimento adquirido pelo aluno na prática diária, as definições
dos assuntos devem ser discutidas e associadas ao dia-a-dia para que haja
compreensão e não apenas o aprendizado momentâneo.
As avaliações serão feitas para os alunos demonstrarem os seus
conhecimentos, através de: testes escritos, participação nas atividades
propostas diariamente, elaboração de painéis e seminários, trabalhos
individuais e em equipes onde os alunos vão manifestar os avanços na
aprendizagem. A elaboração de Feira de Ciências vai demonstrar os seus
conhecimentos e futuramente os resultados obtidos das pesquisas, das
aulas práticas e visitas a locais onde os alunos poderão acrescentar
conhecimentos e tirar dúvidas em relação à aprendizagem.
“Conforme estas Diretrizes Curriculares, a avaliação ocorre ao longo
do ano letivo, não está centralizada em uma única atividade ou método
avaliativo e considera os alunos sujeitos históricos do processo
pedagógico”. (DCE 2006, pág 53)
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
O professor de Ciências precisa estabelecer critérios e selecionar instrumentos a fim de investigar a aprendizagem significativa sobre:
O entendimento das ocorrências astronômicas como fenômenos da natureza.
O reconhecimento das características básicas de diferenciação entre estrelas, planetas, planetas anões, satélites naturais, cometas, asteroides, meteoros e meteoritos.
O conhecimento da história da ciência, a respeito das teorias
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné142
geocêntricas e heliocêntricas. A compreensão dos movimentos de rotação e translação dos
planetas constituintes do sistema solar.
O entendimento da constituição e propriedades da matéria, suas transformações, como fenômenos da natureza
. A compreensão da constituição do planeta Terra, no que se refere à
atmosfera e crosta, solos, rochas, minerais, manto e núcleo.
O conhecimento dos fundamentos teóricos da composição da água presente no planeta Terra.
O entendimento da constituição dos sistemas orgânicos e fisiológicos como um todo integrado.
O reconhecimento das características gerais dos seres vivos.
A reflexão sobre a origem e a discussão a respeito da teoria celular como modelo explicativo da constituição dos organismos.
O conhecimento dos níveis de organização celular;
A interpretação do conceito de energia por meio da análise das suas mais diversas formas de manifestação.
O conhecimento a respeito da conversão de uma forma de energia em outra.
A interpretação do conceito de transmissão de energia. O reconhecimento das particularidades relativas à energia
mecânica, térmica, luminosa, nuclear, no que diz respeito a possíveis fontes e processos de irradiação, convecção e condução.
O entendimento dessas formas de energia relacionadas aos ciclos de matéria na natureza
O reconhecimento da diversidade das espécies e sua classificação.
A distinção entre ecossistema, comunidade e população.
O conhecimento a respeito da extinção de espécies.
A compreensão da ocorrência de fenômenos meteorológicos e catástrofes naturais e sua relação com os seres vivos.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné143
Referências
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BARROS, Carlos & PAULINO, Wilson Roberto. Ciências – Os Seres Vivos,
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BARROS, Carlos & PAULINO, Wilson Roberto. Ciências – O Corpo
Humano, 7a série. 2a edição. São Paulo: Ática 2002.
BARROS, Carlos & PAULINO, Wilson Roberto. Ciências – Física e
Química, 8a série. 2a edição. São Paulo: Ática 2002.
CRUZ, Daniel, Ciências e Educação Ambiental - O Meio Ambiente, 5a
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CRUZ, Daniel, Ciências e Educação Ambiental – Os Seres Vivos, 6a série.
20a edição. São Paulo: Ática 2005.
CRUZ, Daniel, Ciências e Educação Ambiental - O Corpo Humano, 7a
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CRUZ, Daniel, Ciências e Educação Ambiental – Física e Química, 8a
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PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Currículo Básico para a
escola pública do estado do Paraná. 3a edição. Curitiba: SEED, 1997.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. DIRETRIZES
CURRICULARES DE CIÊNCIAS para o Ensino Fundamental. Versão
preliminar. Curitiba: SEED, julho – 2006.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné144
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da
Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná – Ciências.
Curitiba: SEED, 2006.
PÁTIO REVISTA PEDAGÓGICA – Currículo – Que Pessoas Queremos
Formar? Ano X, fev/abr 2006. Editora Positivo
VALLE, Cecília. Ciências – Terra e Universo, 5a série. 1a edição. Curitiba:
Positivo 2004.
_____ Ciências – Vida e Ambiente, 6a série. 1a edição. Curitiba: Positivo
2004.
_____ Ciências – Ser Humano e Saúde, 7a série. 1a edição. Curitiba:
Positivo 2004.
_____ Ciências – Tecnologia e Sociedade, 8a série. 1a edição. Curitiba:
Positivo 2004.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné145
GEOGRAFIA
Apresentação geral da Disciplina
A Geografia tradicional produzida no século passado na Europa
influenciou Geógrafos brasileiros, bem como ao ensino da Geografia. Mas
esta Geografia apresentava algumas particularidades no seu método e em
seus objetivos que fragmentava a realidade, reduzindo-se a citações de
lugares, enfim, fornecendo escassos elementos para uma empobrecida
visão do mundo.
Em alguns países europeus, em função dos interesses do capitalismo
emergente, foram criadas sociedades geográficas que organizavam
expedições científicas para a África, Ásia e América do Sul, a fim de
conhecer as condições naturais desses continentes, catalogando e
inventariando criteriosamente suas riquezas. Tais informações serviram
aos interesses econômicos e políticos das classes dominantes dos países
colonizadores, com o intuito de explorar as riquezas naturais e a
população de suas possessões coloniais.
As pesquisas dessas sociedades subsidiaram o surgimento das
escolas nacionais de pensamento geográfico, destacadamente, a alemã e
a francesa. O pensamento geográfico, da escola alemã, teve como
precursores Humboldt (1769-1859) e Ritter (1779-1859), mas Ratzel
(1844-1904) é apontado como fundador da Geografia sistematizada,
institucionalizada e considerada científica. A escola francesa de
pensamento geográfico teve como principal representante Vidal de La
Blache (1845-1918).
Para Ratzel e a escola alemã, a relação Sociedade ↔ Natureza
influenciava o que ele denominava “conquistas cultas” de um povo, ou
seja, as condições naturais do meio em que vivia determinado povo
estabeleciam uma relação direta com seu nível de vida, seu domínio
técnico e sua forma de organização social.
Quanto mais culto um povo, maior o domínio sobre a Natureza, o
que proporcionaria melhores condições de vida, consequentemente, o
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné146
aumento da população e a necessidade de mais espaço para continuar
seu processo evolutivo.
Com esse posicionamento teórico e político, Ratzel criou o conceito
de espaço vital, que representava “uma proporção de equilíbrio entre a
população de uma dada sociedade e os recursos disponíveis para suprir
suas necessidades, definindo assim suas potencialidades para progredir e
suas premências territoriais” (MORAES, 1987, p. 56). Esse conceito
justificava a necessidade do Império Alemão conquistar novas possessões
territoriais na África, uma vez que se expandir na Europa seria impossível,
devido aos vizinhos serem, também, povos com muitas conquistas cultas.
Para Vidal de La Blache e a escola francesa, a relação Sociedade ↔
Natureza criava um gênero de vida, próprio de uma determinada
sociedade. Em sua teoria, O contato entre diferentes gêneros de vida
seria, então, um elemento fundamental para o progresso humano, pois,
para Vidal de La Blache, esse contato propiciaria verdadeiras oficinas de
civilização.
Esses argumentos, embora diferentes da Geografia Alemã, também
justificavam a colonização dos povos que desenvolveram gêneros de vida
muito simples, fortalecendo a ideia de missão civilizadora europeia
(MORAES, 1987).
O método da Geografia Clássica enfatizava a observação e a
descrição minuciosa do espaço em estudo. Na escola geográfica francesa,
esses aspectos faziam parte da pesquisa etnográfica da individualidade
dos lugares.
Em busca de estatuto científico, a Geografia Clássica criou
princípios, regras de procedimento que balizavam o método. Entre os mais
expressivos, estão: o princípio da unidade terrestre que pressupõe a Terra
como um todo, compreendida tão somente numa visão de conjunto; o
princípio da individualidade, o qual afirma que as características próprias
de cada lugar se reproduzem em outro lugar; o princípio da atividade que
afirma que tudo na natureza é dinâmico e está em constante atividade; o
princípio da conexão que pressupõe a inter-relação entre todos os
elementos da superfície terrestre; o princípio da comparação que
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné147
condiciona a compreensão dos lugares à contraposição das características
individuais de cada um deles; o princípio da extensão, o qual determina
que todo fenômeno manifesta- se numa porção variável do planeta; e o
princípio da localização, pelo qual todo fenômeno é passível de ser
delimitado (MORAES, 1987, p. 25-26).
Os aspectos visíveis, mensuráveis e palpáveis da realidade
balizavam a pesquisa científica em Geografia e a vinculavam ao
positivismo.
Esse modo de pesquisar e pensar o espaço pressupunha que a
compreensão da totalidade do espaço geográfico do planeta seria
alcançada pelo entendimento da soma de suas partes. Isso foi transposto
para o ensino por meio de uma metodologia que valorizava a abordagem
enciclopédica e fragmentada dos conteúdos e sua intensa memorização.
Enquanto na Europa, principalmente na Alemanha e na França, a
Geografia já se encontrava sistematizada e presente nas universidades,
desde o século XIX, no Brasil, isso só aconteceu mais tarde porque antes
de ser objeto de desenvolvimento científico, a Geografia foi trabalhada
como matéria de ensino.
As ideias geográficas foram inseridas no currículo escolar brasileiro
no século XIX (VLACH, 2004) e apareciam de forma indireta nas escolas de
primeiras letras. No Ensino Médio, o Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro,
teve sua estrutura curricular definida pelo artigo 3o do decreto de 02 de
dezembro de 1837, que previa, como um dos conteúdos contemplados, os
chamados princípios de Geografia. Essa primeira inserção dos conteúdos
geográficos tinha como objetivo enfatizar a descrição do território, sua
dimensão e suas belezas naturais.
Hoje tentamos inverter esta situação tentando desenvolver nos
alunos a capacidade de observar, interpretar, analisar e pensar
criticamente a realidade para melhor compreendê-la para identificar as
possibilidades de transformação no sentido de superar suas contradições.
Assim sendo, a Geografia como as demais ciências sociais tem na
escola o compromisso de contribuir para formar o homem por inteiro.
Deve contribuir para a formação do cidadão que participa dos movimentos
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné148
promovidos pela sociedade, que conhece seu papel no interior das várias
instituições que participa.
A análise acerca do ensino de Geografia começa pela compreensão
do seu objeto de estudo. Muitos foram os objetos da Geografia antes de se
ter algum consenso, sempre relativo, em torno da ideia de que o espaço
geográfico é o foco da análise. Entretanto, a expressão espaço geográfico,
bem como os conceitos básicos da Geografia – lugar, paisagem, região,
território, natureza, sociedade – não se auto explicam. Ao contrário, são
termos que exigem esclarecimentos, pois, a depender do fundamento
teórico a que se vinculam, refletem posições filosóficas e políticas
distintas.
No esforço de conceituar o objeto de estudo, de especificar os
conceitos básicos e de entender e agir sobre o espaço geográfico, os
geógrafos de diferentes correntes de pensamentos se especializaram,
percorreram caminhos e métodos de pesquisas diferentes, de modo que
evidenciaram e, em alguns momentos, aprofundaram a dicotomia
Geografia Física e Geografia Humana.
Essa dicotomia permanece até hoje em alguns currículos
universitários, assim como em algumas práticas escolares. Diante disso,
propõe-se um trabalho conjunto que vise superar a dicotomia entre
Geografia Física e Humana, parte do construto histórico com o qual os
professores de Geografia convivem pedagógica e teoricamente há muito
tempo.
Nestas Diretrizes Curriculares, o conceito adotado para o objeto de
estudo da Geografia é o espaço geográfico, entendido como o espaço
produzido e apropriado pela sociedade (LEFEBVRE, 1974), composto pela
inter-relação entre sistemas de objetos – naturais, culturais e técnicos – e
sistemas de ações – relações sociais, culturais, políticas e econômicas
(SANTOS, 1996).
O objeto aqui – espaço geográfico – é entendido como
interdependente do sujeito que o constrói. Trata-se de uma abordagem
que não nega o sujeito do conhecimento nem supervaloriza o objeto, mas
antes, estabelece uma relação entre eles, entendendo-os como dois polos
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné149
no processo do conhecimento. Assim, o sujeito torna-se presente no
discurso geográfico (SILVA, 1995).
A espacialização dos fatos, dinâmicas e processos geográficos, bem
como a explicação das localizações relacionais dos eventos em estudo são
próprias da análise geográfica da realidade. Nesse sentido, numa
perspectiva crítica, algumas perguntas devem orientar o pensamento
geográfico e o trabalho do professor, tais como:
• Onde?
• Como é este lugar?
• Por que este lugar é assim?
• Por que aqui e não em outro lugar?
• Por que as coisas estão dispostas desta maneira no espaço
geográfico?
• Qual o significado deste ordenamento espacial?
• Quais as consequências deste ordenamento espacial?
• Por que e como esses ordenamentos se distinguem de outros?
No Paraná, as discussões sobre a emergente Geografia Crítica
ocorreram no final da década de 1980, em cursos de formação continuada
e em discussões sobre reformulação curricular, promovidos pela
Secretaria de Estado da Educação, que publicou, em 1990, o Currículo
Básico para a Escola Pública do Paraná.
Esse documento apresentava um projeto político-pedagógico que
expressava a necessidade de repensar os fundamentos teóricos e os
conteúdos básicos das disciplinas, da pré-escola à 8a série. Nessa mesma
linha, para o 2º Grau, foram produzidos documentos intitulados
Reestruturação do Ensino de Segundo Grau no Paraná com cadernos
separados para as disciplinas e para os cursos técnicos profissionalizantes.
A abordagem teórica crítica, proposta para o Ensino da Geografia
naqueles documentos, baseava-se na compreensão do espaço geográfico
como social, produzido e reproduzido pela Sociedade humana. Para a
seleção de conteúdos, pautava-se na dimensão econômica da produção do
espaço geográfico com destaque para as atividades industriais e agrárias,
além das questões relativas à urbanização.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné150
Tal proposta apresentava uma ruptura no ensino da Geografia em
relação à chamada Geografia Tradicional e rejeitou a abordagem a-
histórica, presa a uma metodologia de ensino reduzida à observação, à
descrição e à memorização dos elementos naturais e humanos do espaço
geográfico, tratados de maneira fragmentada.
Ao propor uma análise social, política e econômica do espaço
geográfico, parte do movimento da Geografia Crítica entendeu que a
superação da dicotomia entre Natureza e Sociedade (Geografia Física e
Geografia Humana) e da abordagem parcelar dos conteúdos, dar-se-ia, na
escola, pelo abandono do ensino sobre a dinâmica da Natureza. Por isso,
essa proposta não foi imediatamente compreendida nem bem aceita por
parte dos professores da rede estadual de ensino.
A compreensão e a incorporação da Geografia Crítica foram
gradativas e, inicialmente, vinculadas, tanto aos programas de formação
continuada que aconteceram no final dos anos de 1980 e início dos de
1990, quanto à utilização de livros didáticos fundamentados nessa
perspectiva teórica. No entanto, essa incorporação da Geografia Crítica no
ensino básico sofreu avanços e retrocessos em função do contexto
histórico da década de 1990, quando aconteceram reformas políticas e
econômicas vinculadas ao pensamento neoliberal que atingiram a
educação.
Objetivos
Levar o educando a entender a importância da Geografia para o
mundo, compreendendo os diversos aspectos da sociedade e do espaço
geográfico, as paisagens naturais e os personagens sociais. O processo de
produção e transformação a partir de uma história constituída por
contradições e conflitos deve ser entendido como um processo que se
resolve e se repõe a partir das diversidades do mundo. Conscientizar a
importância do meio ambiente e a necessidade da preservação para o
bem da própria humanidade.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné151
Além disso, compreender que as melhorias nas condições de vida,
os direitos políticos, os avanços tecnológicos e as transformações
socioculturais são conquistas decorrentes de acordos e conflitos, que
ainda não são usufruídas por todos os seres humanos e, dentro de suas
possibilidades, empenhar-se em democratizá-las.
Essa integração deve ser interpretada como a capacidade de refletir
criticamente sobre a sociedade em que vive e sobre o espaço que ocupa e
ajuda a construir, refletindo as questões da natureza como recurso
disponível em oposição aos interesses econômicos.
Conteúdos Estruturantes e Básicos
Ensino Fundamental
5ª Série
DIMENSÃO SOCIAMBIENTAL
Os movimentos da Terra no universo e suas influências para organizar o
espaço geográfico;
Rochas e minerais, formação e espacialização natural, alterações
antrópicas e desafios para a sustentabilidade;
O ambiente natural e diversidade de paisagens tanto no campo quanto
na cidade
Ambiente urbano e rural e os impactos socioambientais;
Classificação e espacialização dos fenômenos atmosféricos e mudanças
climáticas;
Circulação e poluição atmosférica e sua interferência na organização do
espaço geográfico ( indústria, habitação, saúde, entre outros);
O exercício da cidadania na integração com pessoas e lugares.
DIMENSÃO ECONÔMICA DO/NO ESPAÇO
Atividades econômicas e a transformação do espaço: atividades
extrativas, agricultura, indústria e comércio
6ª série
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné152
1. DIMENSÃO GEOPOLÍTICA:
Localização do Brasil no Planeta Terra;
Divisão Político-administrativa;
As Divisões regionais do Brasil;
Ocupação e organização do espaço brasileiro
2. DINÂMICA CULTURAL E DEMOGRÁFICA
A dinâmica da população brasileira: o crescimento populacional e seus
problemas, indicadores sociais, população rural e urbana, grupos étnicos e
conflitos urbanos e rurais;
3. DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL
Sistemas de energia: distribuição espacial, produção e degradação
socioambiental;
Distribuição espacial e as consequências socioambientais dos
desmatamentos, da chuva ácida, do buraco da camada de ozônio, do
efeito estufa, entre outros.
4. DIMENSÃO ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DO/NO ESPAÇO
Organização econômica do espaço rural e urbano brasileiro;
Inter relações entre as Regiões brasileiras;
Sistema de circulação de mercadorias, pessoas, capitais e informações;
Tipos de indústrias e agroindústrias e sua distribuição no espaço
geográfico brasileiro;
Setor de serviços e reorganização do espaço geográfico brasileiro.
7ª Série:
1. DIMENSÃO GEOPOLÍTICA
Formação dos estados nacionais;
Organizações internacionais: ONU, OMC, FMI, OTAN, BANCO MUNDIAL,
ETC.
Terrorismo, narcotráfico, prostituição, contrabando, biopirataria, entre
outros e suas influências na reorganização do espaço geográfico.
2. DINÂMICA CULTURAL E DEMOGRÁFICA
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné153
História das migrações mundiais e sua influência na formação cultural
distribuição espacial e configuração dos países;
Êxodo rural e sua influência na configuração espacial urbana e rural;
3. DIMENSÃO SOCIAMBIENTAL
- As eras geológicas: a formação e a espacialização dos recursos
naturais;
Sistemas de energia: distribuição espacial, produção e degradação
socioambiental;
Distribuição espacial e as consequências socioambientais dos
desmatamentos, da chuva ácida, do buraco da camada de ozônio, do
efeito estufa, entre outros.
4. DIMENSÃO ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DO/NO ESPAÇO
Acordos e Blocos econômicos;
As relações econômicas, a dependência tecnológica e a desigualdade
social do/no espaço geográfico;
Setor de serviços e reorganização do espaço nos continentes estudados.
8ª Série
1. DIMENSÃO GEOPOLÍTICA
A Guerra Fria e as influências na configuração dos sistemas políticos e
do mapa político do mundo;
Organização do espaço geográfico a partir de políticas econômicas,
manifestações culturais e socioambientais;
Influências do Neoliberalismo na produção e reorganização do espaço
geográfico;
Formação dos estados nacionais;
Organizações internacionais: ONU, OMC, FMI, OTAN, BANCO MUNDIAL,
ETC.
2. DINÂMICA CULTURAL E DEMOGRÁFICA
Formação étnico-religiosa: distribuição e organização espacial e
conflitos;
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné154
Consumo, consumismo e cultura: as influências dos meios de
comunicação nas manifestações culturais e na (re)organização social do
espaço geográfico;
3. DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL
Distribuição espacial e as consequências socioambientais dos
desmatamentos, das chuvas ácidas, do buraco da Camada de Ozônio, do
Efeito Estufa, entre outros;
As lutas em defesa do meio ambiente: ONG’s.
4. DIMENSÃO ECONÔMICA DA PRODUÇÃO NO/DO ESPAÇO
Sistema de circulação de mercadorias, pessoas, capitais e informações;
A Globalização da economia e seus efeitos no espaço geográfico;
Acordos e Blocos econômicos;
Sistemas(redes) de produção industrial, econômica, política, sua
espacialidade;
Setor de serviços e reorganização do espaço geográfico.
Relações econômicas, dependência tecnológica e a desigualdade social.
Ensino Médio
1° AnoDimensão socioambiental do espaço geográfico
A formação e transformação das paisagens.
A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de
exploração e produção.
A distribuição espacial das atividades produtivas, a transformação da
paisagem, a (re)organização do espaço geográfico
A formação, localização e exploração dos recursos naturais.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné155
A revolução técnico-científica-informacional e os novos arranjos no espaço
da produção;
O espaço rural e a modernização da agricultura.
O espaço em rede: produção, transporte e comunicação na atual
configuração territorial.
2° AnoDimensão política do espaço geográfica
A circulação de mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das
informações
Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios
As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista.
A formação e o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos
e a urbanização recente.
Dimensão cultural demográfica do espaço geográfico
Os movimentos sociais, urbanos e rurais, e a apropriação do espaço.
A evolução demográfica, a distribuição espacial da população e os
indicadores estatísticos.
Os movimentos migratórios e suas motivações.
A mobilidade populacional e as manifestações sócio-espaciais da
diversidade cultural.
3° Ano
Dimensão econômica do espaço geográfico
O comércio e as implicações sócio-espaciais.
As diversas regionalizações do espaço geográfico.
As implicações sócio-espaciais do processo de mundialização.
A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné156
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
O encaminhamento metodológico a ser utilizado deverá possibilitar
ao educando a compreensão de sua posição no conjunto das relações da
sociedade com a natureza. É importante considerar a realidade do aluno
na metodologia adotada, fazendo-se necessário que o professor
desenvolva uma postura pedagógica emancipatória, que remeta o aluno a
pesquisa individual e coletiva e ao questionamento.
Como propostas de ações seguem também debates, projetos,
leitura, interpretação e produção de textos, análise de mapas, gráficos e
tabelas, relatórios de filmes e documentários, saídas a campo Tv-pendrive.
As ferramentas tecnológicas no mundo globalizado na qual a
sociedade encontra-se inserida, atenta e reforça a necessidade de seu
uso no contexto escolar onde o professor deverá estimular a pesquisa em
sites de busca, enriquecendo ainda mais o conteúdo estudado em sala de
aula.
Ao invés de simplesmente apresentar o conteúdo que será trabalhado,
recomenda-se que o professor crie uma situação problema, instigante e
provocativa. Essa problematização inicial tem por objetivo mobilizar o
aluno para o conhecimento. Por isso, deve se constituir de questões que
estimulem o raciocínio, a reflexão e a crítica, de modo que se torne sujeito
do seu processo de aprendizagem (VASCONCELOS, 1993).
AVALIAÇÃO
O processo de avaliação deverá ser contínuo e dinâmico, onde o
professor esteja aberto para buscar formas mais criativas e até
alternativas para compreender se o aluno avançou, e como o
conhecimento da Geografia faz sentido para esse aluno hoje e também o
fará futuramente.
Várias alternativas poderão diversificar a avaliação, desde trabalhos
em equipes e individuais, pesquisas bibliográficas e de campo, até mesmo
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné157
provas individuais e em duplas, com ou sem consulta. Além da análise e
interpretação de gráficos, mapas, tabelas, documentários, entre outros.
Será oportunizada a recuperação de estudos, como forma de
garantir um melhor desempenho do educando.
A avaliação deixa de ser um momento terminal do processo
educativo (como hoje é concebida) para se transformar na busca
incessante de compreensão das dificuldades do educando e na
dinamização de novas oportunidades de conhecimento. (HOFFMANN,
1995, p. 21)
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Ensino Fundamental
Espera-se que o aluno:
Reconheça o processo de formação e transformação das paisagens geográficas.
Entenda que o espaço geográfico é composto pela materialidade (natural e técnica) e pelas ações sociais, econômicas, culturais e políticas.
Localize-se e oriente-se no espaço através da leitura cartográfica.
Identifique as formas de apropriação da natureza, a partir do trabalho e suas consequências econômicas, socioambientais e políticas.
Entenda o processo de transformação de recursos naturais em fontes de energia.
Forme e signifique os conceitos de paisagem, lugar, região, território, natureza e sociedade.
Identifique as relações existentes entre o espaço urbano e rural: questões econômicas, ambientais, políticas, culturais, movimentos demográficos, atividades produtivas.
Entenda a evolução e a distribuição espacial da população, como resultado de fatores históricos, naturais e econômicas.
Entenda o significado dos indicadores demográficos refletidos na organização espacial.
Identifique as manifestações espaciais dos diferentes grupos culturais.
Reconheça as diferentes formas de regionalização do espaço geográfico.
Aproprie-se dos conceitos de região, território, paisagem, natureza, sociedade e lugar.
Localize-se e oriente-se no território brasileiro, através da leitura cartográfica.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné158
Identifique o processo de formação do território brasileiro e as diferentes formas de regionalização do espaço geográfico.
Entenda o processo de formação das fronteiras agrícolas e a apropriação do território.
Entenda o espaço brasileiro dentro do contexto mundial, compreendendo suas relações econômicas, culturais e políticas com outros países.
Verifique o aproveitamento econômico das bacias hidrográficas e do relevo.
Identifique as áreas de proteção ambiental e sua importância para a preservação dos recursos naturais.
Identifique a diversidade cultural regional no Brasil construída pelos diferentes povos.
Compreenda o processo de crescimento da população e sua mobilidade no território.
Relacione as migrações e a ocupação do território brasileiro.
Identifique a importância dos fatores naturais e o uso de novas tecnologias na agropecuária brasileira.
Estabeleça relações entre a estrutura fundiária e os movimentos sociais no campo.
Reconheça os movimentos sociais como forma de luta pelo direito ao espaço urbano e rural.
Entenda o processo de formação e localização dos micro-territórios urbanos.
Compreenda como a industrialização influenciou o processo de urbanização brasileira.
Entenda o processo de transformação das paisagens brasileiras, levando em consideração as formas de ocupação, as atividades econômicas desenvolvidas, a dinâmica populacional e diversidade cultural.
Entenda como a industrialização acelerou a exploração dos elementos da natureza e trouxe consequências ambientais.
Estabeleça relação entre o uso de tecnologias nas diferentes atividades econômicas e as consequentes mudanças nas relações sócio-espaciais e ambientais.
Reconheça a configuração do espaço de circulação de pessoas, mercadorias e sua relação com os espaços produtivos brasileiros.
Forme e signifique os conceitos de região, território, paisagem, natureza, sociedade e lugar.
Identifique a configuração socioespacial da América por meio da leitura dos mapas, gráficos, tabelas e imagens.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné159
Diferencie as formas de regionalização da América nos diversos critérios adotados.
Compreenda o processo de formação, transformação e diferenciação as paisagens mundiais.
Compreenda a formação dos territórios e a reconfiguração das fronteiras do continente americano.
Reconheça a constituição dos blocos econômicos considerando a influência política e econômica na regionalização do continente americano.
Identifique as diferenças de paisagens e compreenda sua exploração econômica no continente Americano.
Reconheça a importância da rede de transporte, comunicação e circulação da mercadorias , pessoas e informações na economia regional.
Entenda como as atividades produtivas interferem na organização espacial e nas questões ambientais.
Estabeleça a relação entre o processo de industrialização e a urbanização.
Compreenda as inovações tecnológicas , sua relação com as atividades produtivas industriais e agrícolas e suas consequências ambiental e sociais.
Entenda o processo de industrialização e a produção agropecuária em sua relação com a apropriação dos recursos naturais.
Reconheça e analise os diferentes indicadores demográficos e suas implicações socioespaciais.
Compreenda os fatores que influenciam na mobilidade da população e sua distribuição espacial.
Reconheça as configurações espaciais dos diferentes grupos étnicos americanos em suas manifestações culturais e em seus conflitos étnicos e políticos.
Compreenda a formação, localização e importância estratégica dos recursos naturais para a sociedade contemporânea.
Relacione as questões ambientais com a utilização dos recursos naturais no Continente Americano.
Forme e signifique os conceitos geográficos de lugar, território, natureza, sociedades, natureza, região.
Identifique a configuração socioespacial mundial por meio da leitura dos mapas, gráficos, tabelas e imagens.
Reconheça a constituição dos blocos econômicos considerando a influência política e econômica na regionalização mundial.
Compreenda a atual configuração do espaço mundial em suas implicações sociais, econômicas e políticas.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné160
Entenda as relações entre países e regiões no processo de mundialização.
Compreenda que os espaços estão inseridos numa ordem econômica e política global, mas, também apresentam particularidades.
Relacione as diferentes formas de apropriação espacial com a diversidade cultural.
Compreenda como ocorreram os problemas sociais e as mudanças demográficas geradas no processo de industrialização.
Identifique os conflitos étnicos e separatistas e suas consequências no espaço geográfico.
Entenda a importância econômica, política e cultural do comércio mundial.
Identifique as implicações socioespaciais na atuação das organizações econômicas internacionais.
Reconheça a reconfiguração das fronteiras e a formação de novos territórios nacionais.
Faça a leitura dos indicadores sociais e econômicos e compreenda a desigual distribuição de renda.
Identifique a estrutura da população mundial e relacione com as políticas demográficas adotadas nos diferentes espaços.
Reconheça as motivações dos fluxos migratórios mundiais.
Relacione o desenvolvimento das inovações tecnológicas nas atividades produtivas.
Entenda as consequências ambientais geradas pelas atividades produtivas.
Analise a formação, a localização e exploração dos recursos naturais e sua importância estratégica nas atividades produtivas.
Compreenda o processo de transformação dos recursos naturais em fontes de energia.
Entenda a importância das redes de transporte e comunicação no desenvolvimento das atividades produtivas.
Ensino Médio
Aproprie -se dos conceitos de região, território, paisagem, natureza e lugar.
Faça a leitura do espaço através dos instrumentos da cartografia -mapas, tabelas, gráficos e imagens.
Compreenda a formação natural e transformação das diferentes paisagens pela ação humana e sua utilização em diferentes escalas na sociedade capitalista.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné161
Analise a importância dos recursos naturais nas atividades produtivas.
Compreenda o uso da tecnologia na alteração da dinâmica da natureza e nas atividade produtivas.
Estabeleça relação entre a exploração dos recursos naturais e o uso de fontes de energia na sociedade industrializada.
Identifique os problemas ambientais globais decorrentes da forma de exploração e uso dos recursos naturais.
Evidencie a importância das atividades extrativistas para a produção de matérias primas e a organização espacial
Reconheça as influências das manifestações culturais dos diferentes grupos étnicos no processo de configuração do espaço geográfico.
Compreenda as ações internacionais da proteção aos recursos naturais frente a sua importância estratégica.
Compreenda o processo de formação dos recursos minerais e sua importância política, estratégica e econômica.
Reconheça a influência dos avanços tecnológicos na distribuição das atividades produtivas , nos deslocamentos de população e na distribuição da população.
Compreenda a importância da revolução técnico-científica informacional em sua relação com os espaços de produção, circulação de mercadorias, e nas formas de consumo.
Entenda como as guerras fiscais atuam na reorganização espacial das regiões onde as industriais se instalam.
Compreenda a importância da tecnologia na produção econômica, nas comunicações, nas relações de trabalho e na transformação do espaço geográfico.
Analise as novas tecnologias na produção industrial e agropecuária como fator de transformação do espaço.
Identifique a concentração fundiária resultante do sistema produtivo agropecuário moderno.
Entenda a importância das redes de comunicação e de informação a formação de cidades mundiais.
Reconheça a importância da circulação da mercadorias, mão-de-obra, capital e das informações na organização espaço mundial
Analise a expansão das fronteiras agrícolas, o uso das técnicas agrícolas na atualidade e sua repercussão ambiental e social.
Identifique a relação entre a produção industrial e agropecuária e os problemas sociais e ambientais.
Reconheça a interdependência, econômicas e culturais, entre campo e cidade.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné162
Compreenda as relações de trabalhos presentes nos espaços produtivos rural e urbano.
Relacione o processo de urbanização com as atividades econômicas.
Compreenda o processo de urbanização considerando as áreas de segregação, os espaços de consumo e de lazer e a ocupação das áreas de risco.
Entenda o processo de crescimento urbano e as implicações socioambientais.
Compreenda que os espaços de lazer são também espaços de trabalho, consumo e de produção.
Discuta a ação dos movimentos sociais na disputa do espaço urbano e rural.
Compreenda a espacialização das desigualdades sociais evidenciadas nos indicadores sociais.
Reconheça as relações entre os índices demográficos e as políticas de planejamento familiar.
Entenda como se constitui a dinâmica populacional em diferentes países.
Estabeleça a relação entre impactos culturais e demográficos e o processo de expansão das fronteiras agrícolas.
Reconheça o caráter das políticas migratórias internacionais referentes aos fatores de estímulo dos deslocamentos populacionais.
Compreenda o conceito de lugar e dos processos de identidade que os grupos estabelecem com o espaço geográfico, na organização das atividades sociais e produtivas.
Identifique os conflitos étnicos e religiosos existentes e sua repercussão na configuração do espaço mundial.
Entenda a importância das ações protecionistas, da abertura econômica, da OMC para o comércio mundial
Compreenda as ações adotadas pelas organizações econômicas internacionais,FMI e Banco Mundial, em suas implicações na organização do espaço geográfico mundial.
Diferencie as formas de regionalização do espaço mundial, considerando a divisão norte-sul e a formação dos blocos econômicos.
Analise a formação dos territórios supranacionais decorrente das relações econômicas e de poder na nova ordem mundial.
Compreenda a regionalização do espaço mundial e a importância das relações de poder na configuração das fronteiras e territórios.
Entenda o papel da ONU na mediação de conflitos internacionais.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné163
REFERÊNCIAS:
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CORREA, R.L. Região e organização espacial. São Paulo: Ática, 1986.
GOMES, P.C. da C. Geografia e modernidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997.
MORAES, A . C.R. de Pequena história crítica da geografia. São Paulo: Hucitec, 1987.
PENTEADO, H.D. Metodología do ensino de história e geografia. São Paulo;Cortez. 1994.
_____ Secretaria de Estado da Educação. Currículo Básico da Escola Pública do Paraná. Curitiba.1990.
______Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais. Curitiba, 2006.
______ Secretaria de Estado da Educação. Geografia. Curitiba, 2006.
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ARCHELA, R.S. e Gomes, M.F.V.B. - Geografia para o Ensino Médio – Manual de aulas práticas. Londrina: Ed. UEL, 1999.
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CARLOS, A . F.A .(org). A geografia na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1999.
GONÇALVES, C.W.P. Os (des)caminhos do meio ambiente.São Paulo: Contexto, 1999.
LACOSTE, Y. A geografia – Isso serve, em primeiro lugar para fazer a guerra. Campinas:Papirus, 1988.
OLIVA, J. Ensino de geografia: Um retrato desnecessário. In. CARLOS, A .F.A . (org.) A geografia na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1999.
SANTOS, M. Por uma outra globalização. Rio de Janeiro: Record, 2000.
SANTOS, M. Técnica, espaço, tempo – globalização e meio técnico-científico informacional.. São Paulo: Hucitec, 1986.
SANTOS, M. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo: Hucitec, 1988.
SANTOS, M. Por uma geografia nova. São Paulo: Hucitec, 1986.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné164
Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais. Curitiba, 2006.
Geografia. Vários Autores: SEED Pr, 2006 – Livro Didático.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné165
HISTÓRIA
Apresentação da Disciplina
Na concepção de História, que está contemplada neste PPP, as
verdades prontas e definitivas não têm lugar, porque o trabalho
pedagógico na disciplina deve dialogar com várias vertentes tanto quanto
recusar o ensino de História marcado pelo dogmatismo e pela ortodoxia.
Do mesmo modo, recusam-se as produções historiográficas que
afirmam não existir objetividade possível em História, e consideram todas
as afirmativas igualmente válidas. Destaca-se que os consensos mínimos
construídos no debate entre as vertentes teóricas não expressam meras
opiniões, mas implicam fundamentos do conhecimento histórico que se
tornam referenciais.
Os critérios de validade do conhecimento histórico na academia e
nos currículos escolares tem sido problematizados e organizados por
alguns intelectuais, dentre os quais, destaca-se o historiador alemão Jörn
Rüsen, o qual propõe uma matriz disciplinar da História para que se
compreenda a organização do pensamento histórico dos sujeitos. O
professor, ao entender como se dá esta organização do pensamento
histórico, poderá encaminhar suas aulas de maneira que o aprendizado
seja significativo para os estudantes.
Diante disto, Rüsen, (2001, p. 30-36) propõe alguns elementos
intercambiantes que devem ser observados na constituição do
pensamento histórico, quais sejam:
• a observação de que as necessidades dos sujeitos na sua vida cotidiana
em sua prática social estão ligadas com a orientação no tempo. Essas
necessidades fazem com que os sujeitos busquem no passado respostas
para questões do presente. Portanto, fica claro que os sujeitos fazem
relação passado/presente o tempo todo em sua vida cotidiana;
• as teorias utilizadas pelo historiador instituem uma racionalidade para a
relação passado/presente que os sujeitos já trazem na sua vida prática
cotidiana. Essas teorias acabam estabelecendo critérios de sentido para
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné166
essa prática social. Esses critérios de sentidos são chamados de ideias
históricas;
• os métodos e técnicas de investigação do historiador produzem
fundamentações específicas relativas às pesquisas ligadas ao modo como
as ideias históricas são concebidas a partir de critérios de verificação,
classificação e confrontação científica dos documentos;
• as finalidades de orientação da prática social dos sujeitos retomam as
interpretações das necessidades de orientação no tempo, a partir de
teorias e métodos historiográficos apresentados;
• essas finalidades se expressam e realizam sob a forma de narrativas
históricas.
A partir dessa matriz disciplinar, a História tem como objeto de
estudo os processos históricos relativos às ações e às relações humanas
praticadas no tempo, bem como a respectiva significação atribuída pelos
sujeitos, tendo ou não consciência dessas ações. As relações humanas
produzidas por essas ações podem ser definidas como estruturas sócio-
históricas, ou seja, são as formas de agir, pensar, sentir, representar,
imaginar, instituir e de se relacionar social, cultural e politicamente.
As relações humanas determinam os limites e as possibilidades das
ações dos sujeitos de modo a demarcar como estes podem transformar
constantemente as estruturas sócio-históricas. Mesmo condicionadas, as
ações dos sujeitos permitem espaços para escolhas e projetos de futuro. A
investigação histórica voltada para descoberta das relações humanas
busca compreender e interpretar os sentidos que os sujeitos atribuem às
suas ações.
Os processos históricos, então, não podem ser entendidos como
uma sucessão de fatos na ordem de causa e consequência. Segundo o
historiador ChristopherLloyd (1995), os processos históricos estão
articulados em determinadas relaçõescausais. Os acontecimentos
construídos pelas ações e sentidos humanos, em determinado local e
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné167
tempo, produzem relações humanas, que ensejam um espaço de atividade
relativo aos acontecimentos históricos. Isso ocorre de forma não-
linear, em ações que produzem outras relações, as quais também
constroem novas ações. Assim, os processos históricos são marcados pela
complexidade causal; isto é, fatos distintos produzem novas relações,
enquanto relações distintas convergem para novos acontecimentos
históricos.
Fenômenos, processos, acontecimentos, relações ou sujeitos podem
ser analisados a partir do conhecimento histórico construído. Ao
confrontar ou comparar documentos entre si e com o contexto social e
teórico que os constituíram, a produção do conhecimento propicia validar,
refutar ou complementar a produção historiográfica existente. Como
resultado, pode ainda contribuir para rever teorias, metodologias e
técnicas na abordagem do objeto de estudo historiográfico.
A finalidade da História é a busca da superação das carências
humanas fundamentada por meio de um conhecimento constituído por
interpretações históricas. Essas interpretações são compostas por teorias
que diagnosticam as necessidades dos sujeitos históricos e propõem
ações no presente e projetos de futuro. Já a finalidade do ensino de
História é a formação de um pensamento histórico a partir da produção do
conhecimento. Esse conhecimento é provisório, configurado pela
consciência histórica dos sujeitos.
Entretanto, provisoriedade não significa relativismo teórico, mas sim
que existem várias explicações e interpretações para um mesmo fato.
Algumas são mais aceitas historiograficamente, de modo que são
constituídas pelo estado atual da ciência histórica em relação ao seu
objeto e ao seu método. Com isso, outro aspecto fundamental da
provisoriedade histórica é que as explicações e interpretações sobre
determinado processo histórico também se modificam temporalmente, ou
seja, os diferentes contextos espaço-temporais das diversas sociedades
produzem suas próprias concepções de História. De fato, o conhecimento
histórico possui formas diferentes de explicar seu objeto de investigação,
a partir das experiências dos sujeitos e do contexto em que vivem.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné168
É o caso das correntes historiográficas apresentadas nas Diretrizes
Curriculares, as quais dialogam entre si e trazem grandes contribuições
para a formação de um pensamento histórico pautado em uma nova
racionalidade histórica: a Nova História, Nova História Cultural e a Nova
Esquerda Inglesa.
Todas elas são estruturadas por meio da matriz disciplinar da
História proposta por Rüsen.
Para compreender as mudanças nas formas de pensar
historicamente trazidas pelas corrente historiográficas, é necessário
indicar algumas características das historiografias que elas combatem,
entre elas: a metódica e a positivista, que constituíram a maneira de
pensar historicamente, típica do ocidente no século XIX. Elas foram
sistematizadas pelo historiador prussiano Leopold von Ranke (1795-1886)
e, posteriormente pelos historiadores franceses Charles Seignobos (1854-
1942) e Charles-Victor Langlois (1863-1929) .
Essas historiografias tinham como finalidade construir uma
identidade nacional relacionada a uma história que apresentava uma
temporalidade única e universal baseada nas ideias de progresso ou de
desenvolvimento contínuo da humanidade. Possuíam, portanto, uma
racionalidade histórica linear.
Segundo Schmidt e Cainelli (2004), essas correntes historiográficas
amparavam-se nos estudos dos fatos, na neutralidade do historiador e na
explicação histórica. Tal explicação, porém, reduzia-se aos fatos políticos e
à história como produto da ação de heróis. A história era considerada uma
ciência que estudava exclusivamente o passado.
Qual foi, então, a contribuição da história metódica e positivista para
o pensamento histórico moderno? Foi a introdução de um método
historiográfico racional de crítica das fontes e de sua sistematização em
uma narrativa histórica objetiva.
Contudo, esse método também apresentava seus limites. Dentre
eles, estava a ideia de que a objetividade é confundida com neutralidade,
ou seja, o historiador deveria se despir de toda a subjetividade e de toda a
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné169
reflexão teórica, o que inviabilizaria uma concepção crítica dos próprios
acontecimentos narrados.
Além disso, essa historiografia caía em uma racionalidade linear que
acabou por justificar a história oficial eurocêntrica. Nessa racionalidade
linear era impossível a análise das múltiplas temporalidades produzidas
por todos os sujeitos que não se encaixavam nessa forma de racionalizar
os processos históricos.
A inclusão desses novos sujeitos com suas respectivas
temporalidades e perspectivas na formação do pensamento histórico só
era possível com a introdução de novas fontes e novas formas de explicar
a realidade. É isso que as novas correntes historiográficas do século XX
trazem à tona.
As correntes historiográficas Nova História, Nova História Cultural e
Nova Esquerda Inglesa se desenvolveram, especialmente, na segunda
metade do século XX e propuseram, de uma forma mais radical, a
construção de uma nova racionalidade não-linear do pensamento histórico
sem eliminar as necessárias contribuições da antiga racionalidade.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
- RELAÇÕES DE TRABALHO
- RELAÇÕES DE PODER
- RELAÇÕES CULTURAIS
5ª série
1)A experiência humana no tempo: a memória local e memória da
humanidade; o tempo (as temporalidades e as periodizações); o processo
histórico (as relações humanas no tempo)
O local e o Brasil
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné170
- o jovem aluno e suas percepções do tempo histórico (temporalidades e
periodizações): memórias e documentos familiares e locais
- o jovem e suas relações com a sociedade no tempo (família, amizade,
lazer, esporte, escola, cidade, estado, país, mundo)
A relação com o Mundo
- a formação do pensamento histórico
- os vestígios humanos: os documentos históricos
- o surgimento dos lugares de memórias: lembranças, mitos, museus,
arquivos, monumentos espaços públicos, privados, sagrados
- as diversas temporalidades nas sociedades indígenas, agrárias e
industriais
- as formas de periodização: por dinastias, por eras, por eventos
significativos,etc.
2) Os sujeitos e sua relação com o outro no tempo: as gerações e as
etnias
O local e o Brasil
- os povos indígenas e suas culturas na história do Paraná: xetás,
kaigangs, xoclengues e tupi-guaranis
- colonizadores portugueses e suas culturas na América e no território
paranaense
- os povos africanos e suas culturas no Brasil e no Paraná
- os imigrantes europeus e asiáticos e suas culturas no Brasil e no Paraná
- a condição das crianças, dos jovens, dos idosos na história do Brasil e do
Paraná
A relação com o Mundo
- o surgimento da humanidade na África e a diversidade cultural na sua
expansão: as teorias sobre seu aparecimento
- as sociedades comunitárias
- as sociedades matriarcais
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné171
- as sociedades patriarcais
- o significado das crianças, jovens e idosos nas sociedades históricas
3) A cultura local e a cultura comum: os mitos, lendas, a cultura
popular, festas e religiosidades; a constituição do pensamento científico;
as formas de representação humanas; a oralidade e a escrita; as formas
de se narrar a história
O local e o Brasil
- os mitos, rituais, lendas dos povos indígenas paranaenses
- as manifestações populares no Paraná: a congada, o fandango, cantos,
lendas, rituais e as festividades religiosas
- pinturas rupestres e sambaquis no Paraná
- a produção artística e científica paranaense
A relação com o Mundo
- pensamento científico: a antiguidade grega e Europa moderna
- a formação da arte moderna
- as relações entre a cultura oral e a cultura escrita: a narrativa histórica
6ª série
1) As relações de propriedade: a propriedade coletiva; a propriedade
pública; a propriedade privada; a terra.
O local e o Brasil
• a propriedade coletiva entre os povos indígenas, quilombolas,
ribeirinhas, de ilhéus e faxinais no Paraná
• a família e os espaço privado: a sociedade patriarcal brasileira
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné172
• a constituição do latifúndio na América portuguesa e no Brasil
imperial e republicano
• as reservas naturais e indígenas no Brasil
• a reforma agrária no Brasil
• a propriedade da terra nos assentamentos
A relação com o Mundo
• a constituição do espaço público da antiguidade na pólis grega e na
sociedade romana
• a reforma agrária na antiguidade greco-romana
• a propriedade coletiva nas sociedades pré-colombianas
2) O mundo do campo e o mundo da cidade
O local e o Brasil
• as primeiras cidades brasileiras: formação das vilas e das Câmaras
municipais
• o engenho colonial
• a conquista do sertão
• as missões jesuíticas
• a Belle Époque tropical
• modernização das cidades
• cidades africanas e pré-colombianas
A relação com o Mundo
• as cidades na antiguidade oriental
• as cidades nas sociedades antigas clássicas
• a ruralização do Império Romano e a transição para o feudalismo
europeu
• a constituição dos feudos (Europa Ocidental, Japão e sociedades da
África meridional) e glebas servis (Europa Ocidental)
• as transformações no feudalismo europeu
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné173
• o crescimento comercial e urbano na Europa
3) As relações entre o campo e a cidade
O local e o Brasil
• as cidades mineradoras
• as cidades e o tropeirismo no Paraná
• os engenhos da erva mate no litoral e no Primeiro Planalto
A relação com o Mundo
• relações campo – cidade no Oriente
• as feiras medievais
• o comércio com o Oriente
• os cercamentos na Inglaterra moderna
• o inicio da industrialização na Europa
• a reforma agrária na América Latina no século XX
4) Conflitos, resistências e produção cultural campo/cidade
O local e o Brasil
• a relação entre senhores e escravos
• o sincretismo religioso(formas de resistência afro-brasileira)
• as cidades e as doenças
• a aquisição da terra e da casa própria
• o MST e outros movimentos pela terra
• os movimentos culturais camponeses e urbanos no Brasil
republicano nos séculos XIX, XX e XXI
A relação com o Mundo
• a peste negra e as revoltas camponesas
• as culturas teocêntrica e antropocêntrica
• as manifestações culturais na América Latina África e Ásia
• as resistências no campo e na cidades América Latina e continente
africano
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné174
• a história da mulheres orientais, africanas e outras
7ª série
1) História das relações da humanidade com o trabalho
O local e o Brasil
-O trabalho nas sociedades indígenas
-Sociedade patriarcal e escravocrata
-Mocambos/Quilombos as resistências na colônia
-Remanescentes de quilombos
A relação com o Mundo
- a história do trabalho nas primeiras sociedades humanas
- o trabalho e a vida cotidiana nas colônias espanholas: a mita
- o trabalho assalariado
2) O trabalho e a vida em sociedade
O local e o Brasil
• A desvalorização do trabalho no Brasil Colônia e Império
• A busca pela cidadania no Brasil Império
• os saberes nas sociedades indígenas: mitos e lendas que perpetuam
as tradições
• Corpos dóceis: o papel da escola no convencimento para um bom
trabalhador
A relação com o Mundo
• Os significados do trabalho na Antiguidade Oriental e Antiguidade
Clássica
• As três ordens do imaginário feudal
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné175
• As corporações de oficio
• O entretenimento na corte e nas feiras
• O nascimento das fábricas e a vida cultural ao redor
3) O mundo do trabalho
O local e o Brasil
- a desvalorização do trabalho
- o latifúndio no Paraná e no Brasil
- a sociedade oligárquico-latifundiária
- a vida cotidiana das classes trabalhadoras no campo e as
- contradições da modernização
A relação com o Mundo
- a produção e a organização social capitalista
- a ética e moral capitalista
4) As resistências e as conquistas de direito
O local e o Brasil
- O movimento sufragista feminino
- A discriminação racial e linguística (o caipira no contexto do capital)
- As congadas como resistência cultural
- A consciência negra e o combate ao racismo
- Movimentos sociais e emancipacionistas
- Os homens, as mulheres e os homossexuais no Brasil e no Paraná
A relação com o Mundo
- o movimento sufragista feminino
- a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
- o Luddismo
- a constituição dos primeiros sindicatos de trabalhadores
- os homens, as mulheres e os homossexuais no mundo contemporâneo
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné176
8ª série
1) A formação das instituições sociais: as instituições políticas; as
instituições econômicas; as instituições religiosas; as instituições culturais;
as instituições civis
O local e o Brasil
• a formação do cacicado nas sociedades indígenas do Brasil
• a Igreja Católica e as reduções jesuíticas na América portuguesa
• as irmandades católicas e as religiões afro-brasileiras na América
portuguesa
• o surgimento dos cartórios, hospitais, prisões, bancos, bibliotecas,
museus, arquivos, escolas e universidades no Brasil
• a formação dos sindicatos no Brasil
• as associações e clubes esportivos no Brasil
A relação com o Mundo
a instituição da Igreja no Império Romano
• as ordens religiosas católicas
• as guildas e as corporações de ofício na Europa medieval
• o surgimento dos bancos, escolas e universidades medievais
• a organização do poder entre os povos africanos
• a formação das associações de trabalhadores e dos sindicatos no
Ocidente
• o surgimento das empresas transnacionais e instituições
internacionais (ONU, FMI, OMC, OPEP, FIFA, Olimpíadas)
2) A formação do Estado: a monarquia; a república (aristocracia,
ditadura e democracia); os poderes do Estado
O local e o Brasil
-as relações entre o poder local e o Governo Geral na América portuguesa
-os quilombos na América portuguesa e no Brasil Imperial
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné177
-a formação do Estado-nação brasileiro
-as constituições do Brasil imperial e republicano
-a instituição da república no Brasil: as ditaduras e a democracia
-os poderes do Estado brasileiro: executivo, legislativo e judiciário
-as empresas públicas brasileiras
-a constituição do Mercosul
A relação com o Mundo
-o surgimento da monarquia nas sociedades da antiguidade no Crescente
Fértil
-a monarquia e a nobreza na Europa medieval
-a formação dos reinos africanos
-o Estado Absolutismo europeu
-a constituição da república no Ocidente
-o imperialismo no século XIX
-a formação dos Estados nacionais nos séculos XIX a XXI: as ditaduras e as
democracias
-a constituição dos dos Estados socialistas e dos Estados de Bem- Estar
Social
-a formação dos blocos econômicos
3) Guerras e revoluções: os movimentos sociais: políticos, culturais e
religiosos; as revoltas e revoluções sociais (políticas, econômicas, culturais
e religiosas); guerras locais e guerras mundiais
O local e o Brasil
-as guerras e revoltas indígenas e quilombos na América portuguesa e no
Brasil imperial
-as revoltas republicanas na América portuguesa
-as revoltas sociais no Brasil imperial e republicano
-as guerras cisplatinas e a guerra do Paraguai
-os movimentos republicano e abolicionista no Brasil imperial
-o movimento anarquista, comunista e tenentista no Brasil
-o Brasil nas Guerras Mundiais
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné178
-os movimentos pela redemocratização do Brasil (carestia, feministas,
etno-raciais e estudantis)
A relação com o Mundo
-as revoltas democráticas nas pólis gregas
-as revoltas plebeias, escravas e camponesas na república romana
-as heresias medievais
-as guerras feudais na Europa Ocidental e as cruzadas
-as revoltas religiosas na Europa moderna
-A conquista e colonização da América pelos povos europeus
-as revoluções modernas
-os movimentos nacionalistas
-as guerras mundiais
-as revoluções socialistas no século XX
-as guerras de independência das nações africanas e asiáticas
-os movimentos camponeses latino-americanos e asiáticos
ENSINO MÉDIO
Conteúdos Estruturantes
Relações de trabalho
Relações de poder
Relações culturais
CONTEÚDOS BÁSICOS - TEMAS HISTÓRICOS
1. Trabalho Escravo, Servil, Assalariado e o Trabalho Livre
O conceito de trabalho – livre e explorado
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné179
O mundo do trabalho em diferentes sociedades no tempo: trabalho explorado escravo e servil (teocráticas, greco-romanas, medievais e africanas
Transição do trabalho escravo, servil e artesanal para o trabalho assalariado
O trabalho livre: as sociedades do consumo produtivo: as primeiras sociedades humanas, as sociedades nômades e semi-nômades, as etnias indígenas e africanas
As experiências do trabalho livre em sociedades revolucionárias: a Comuna de Paris, os sovietes russos, associações húngaras, os círculos bolivarianos
2. Urbanização e industrialização
As cidades na História: cidades neolíticas, da antiguidade greco-romanas, da Europa medieval, pré-colombianas, africanas e asiáticas
Urbanização e industrialização no Brasil Urbanização e industrialização nas sociedades ocidentais, africanas e orientais
Urbanização e industrialização no Paraná no contexto da expansão do capitalismo
A arquitetura das cidades brasileiras em diferentes épocas e espaços
3. O Estado e as relações de poder
Os Estados teocráticos
Os Estados na Antiguidade Clássica O Estado e a Igreja medievais
A formação dos Estados Nacionais As metrópoles europeias, as relações de poder sobre as colônias e a
expansão do capitalismo O Paraná no contexto da sua emancipação
O Estado e as doutrinas sociais (anarquismo, socialismo, positivismo)
O nacionalismo nos Estados ocidentais O populismo e as ditaduras na América Latina
Os sistemas capitalista e socialista Estados da América Latina e o neoliberalismo
4. Os sujeitos, as revoltas e as guerras
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné180
Relações de dominação e resistência nas sociedades grega e romana na Antiguidade grega e romana: mulheres, crianças, estrangeiros e escravos
Guerras e Revoltas na Antiguidade Clássica: Grécia e Roma Relações de dominação e resistência na sociedade medieval:
camponeses, artesãos, mulheres, hereges e doentes Relações de resistência na sociedade ocidental moderna As revoltas indígenas, africanas na América portuguesa Os quilombos e comunidades quilombolas no território brasileiro As revoltas sociais na América portuguesa
5 . Movimentos sociais, políticos e culturais e as guerras e revoluções
As revoluções democrática-liberais no Ocidente: Inglaterra, França e EUA)
Movimentos sociais no mundo do trabalho nos séculos XVIII e XIX: o surgimento do sindicalismo
A América portuguesa e as revoltas pela independência
As revoltas federalistas no Brasil imperial e republicano As guerras mundiais no século XX e a Guerra Fria
As revoluções socialistas na Ásia , África e América Latina Os movimentos de resistência no contexto das ditaduras da América
Latina Os Estados africanos e as guerras étnicas
A luta pela terra e a organização de movimentos pela conquista do direito a terra na América Latina
A mulher e suas conquistas de direitos nas sociedades contemporâneas
6. Cultura e religiosidade
A formação das religiosidades dos povos africanos, americanos, asiáticos e europeus neolíticos: xamanismo, totens, animismo
os mitos e a arte greco-romanos e a formação das grandes religiões: hinduísmo, budismo, confuncionismo, judaísmo, cristianismo, islamismo
Teocentrismo versus antropocentrismo na Europa renascentista Reforma e Contra-Reforma seus os desdobramentos culturais
O modernismo brasileiro Cultura e ideologia no governo Vargas
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné181
Representação dos movimentos sociais, políticos e culturais por meio da arte brasileira
As etnias indígenas e africanas e suas manifestações artísticas, culturais e religiosas
As manifestações populares: congadas, cavalhadas, fandango, folia de reis, boi de mamão, romaria de São Gonçalo
Metodologia
Os conteúdos básicos do Ensino Fundamental deverão ser
problematizados por meio da contextualização espaço-temporal das ações
e relações dos sujeitos a serem abordados em sua diversidade étnica, de
gênero e de gerações. Deverão ser privilegiados os contextos ligados à
história local e do Brasil em relação à história da América Latina, da África,
da Europa e Ásia. Pretendem desenvolver a análise das temporalidades
(mudanças, permanências, simultaneidades e recorrências) e das
periodizações. Os conteúdos básicos devem estar articulados aos
conteúdos estruturantes. Metodologicamente o confronto de
interpretações historiográficas e documentos históricos permitem aos
estudantes formularem ideias históricas próprias e expressá-las por meio
de narrativas históricas.
As aulas de História devem desenvolver no aluno a capacidade de
observar, de extrair informações e interpretar algumas características da
realidade em seu entorno, de estabelecer relações e confrontações entre
informações atuais e históricas de forma critica e reflexiva, de datar e
localizar as suas ações e as de outras pessoas no tempo e no espaço e,
em certa medida, poder relativizar questões específicas de sua época,
confrontando opiniões e possibilitando-o a ter acesso a nova informações.
Através de atividades variadas (individuais, duplas e grupos) os
alunos realizarão analises e sínteses de textos, filmes, artigos de jornal,
revista, documentários, TV Paulo Freire, Internet (portal Dia-a-dia
educação) e laboratórios. As estratégias devem se voltar para estimular o
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné182
trabalho docente tornando-se mais atraente, estimulando a criatividade, o
confronto de ideias e o espírito critico do aluno.
Avaliação
Esta sugestão de conteúdos tem como finalidade estudar e avaliar
de modo processual as estruturas que simultaneamente inibem e
possibilitam as ações políticas que os sujeitos históricos promovem em
relação às lutas pela participação no poder. Pretende fazer com que os
estudantes compreendam a formação do Estado, das outras instituições
sociais e dos movimentos sociais que foram instituídas por um processo
histórico. Essa compreensão deve se fundamentar em narrativas e
documentos históricos que demarquem espaço-temporalmente,
verifiquem e confrontem os vestígios dos eventos que produziram esse
processo histórico constituído pelas relações de poder, de trabalho e
culturais.
A avaliação da aprendizagem deve constituir-se em instrumento,
através do qual o professor possa ter condições de saber se houve, e em
que medida houve, apropriação do conhecimento por parte do aluno.
Nesse sentido, a avaliação deve mostrar se as relações pedagógicas
estabelecidas ocorreram de modo a contribuir satisfatoriamente para o
processo de ensino aprendizagem.
A avaliação, efetivamente, só pode ser feita com qualidade se tiver
um sentido diagnóstico, ou seja, se for feita ao longo do processo ensino-
aprendizagem. Como instrumento auxiliar de aprendizagem, a avaliação
tem uma dimensão explicitamente prospectiva e não meramente
retrospectiva e/ou classificatória de ações passadas.
Esta sugestão de conteúdos tem como finalidade estudar e avaliar
de modo processual as estruturas que simultaneamente inibem e
possibilitam as ações políticas que os sujeitos históricos promovem em
relação às lutas pela participação no poder. Pretende fazer com que os
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné183
estudantes compreendam a formação do Estado, das outras instituições
sociais e dos movimentos sociais que foram instituídas por um processo
histórico. Essa compreensão deve se fundamentar em narrativas e
documentos históricos que demarquem espaço-temporalmente,
verifiquem e confrontem os vestígios dos eventos que produziram esse
processo histórico constituído pelas relações de poder, de trabalho e
culturais.
A avaliação sendo contínua e mediadora do processo educativo, não
pode ser reduzida a uma ação pedagógica finalizadora do processo,
apenas, ou divisora de etapas de um todo que não devia ser fragmentado.
O processo de avaliação diagnostica, contínua e/ou cumulativa e
mediadora, é desenvolvido em processo e não por ação isolada, é auxiliar
do processo de aprendizagem significativa e, a partir das
falhas/erros/dificuldades observadas, em conjunto com o aluno:
- verifica até que ponto os objetivos propostos na filosofia da
disciplina ou no referencial de trabalho do Colégio estão sendo atingidos;
- identifica as causas que estão dificultando e/ou interferindo em seu
crescimento intelectual e afetivo;
- indica aspectos/habilidades, atos e atitudes que podem contribuir
para melhorar o desenvolvimento do aluno como pessoa e como
estudante;
- sinaliza melhor o caminho a ser percorrido.
É a avaliação que subsidia o professor com elementos para uma
reflexão contínua sobre a sua prática, sobre a criação de novos
instrumentos de trabalho e a retomada de aspectos que devem ser
revistos, ajustados ou reconhecidos como adequados para o processo de
aprendizagem individual ou de todo o grupo. Para o aluno, é o instrumento
de tomada de consciência de suas conquistas, dificuldades e
possibilidades para a reorganização de seu investimento na tarefa de
aprender. Para a escola, possibilita definir prioridades e localizar quais
aspectos das ações educacionais demandam maior apoio.
Em resumo a avaliação em História dar-se-á em todos os momentos
do processo ensino aprendizagem. Será valorizado a participação do
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné184
educando nas atividades grupais, individuais, a iniciativa para pesquisa,
elaboração e apresentação de trabalhos (orais, escritos, individuais e
coletivos), além de avaliações escritas contendo questões de análise
(subjetivas e objetivas).
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ENSINO FUNDAMENTAL
5ª SÉRIE
Esta sugestão de conteúdos tem por finalidade estudar e avaliar de modo processual as estruturas que simultaneamente inibem e possibilitam as manifestações culturais que os sujeitos promovem numa relação com o outro instituída por um processo histórico.
− Pretende perceber como os estudantes compreendem: a experiência humana, os sujeitos e suas relações com o outro no tempo; a cultura local e a cultura comum.
− Verificar a compreensão do aluno acerca da utilização do documento em sala de aula, propiciando reflexões sobre a relação passado/ presente.
− Cabe ao professor, no decorrer do processo, elencar diferentes instrumentos avaliativos capazes de sistematizar as ideias históricas produzidas pelos estudantes.
− No processo avaliativo deve-se fazer uso: de narrativas e documentos históricos, inclusive os produzidos pelos alunos; verificação e confronto de documentos de diferentes naturezas como: os mitos; lendas; cultura popular, festa e religiosidade; constituição do pensamento científico; formas de representação humana; oralidade e a escrita e formas de narrar a história etc.
6ª SÉRIEEsta sugestão de conteúdos tem por finalidade avaliar
processualmente como os mundos do campo e da cidade e suas relações de propriedade
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné185
foram instituídos por um processo histórico;
− Pretende perceber como os estudantes compreendem: a constituição histórica do mundo do campo e do mundo da cidade; as relações entre o campo e a cidade; conflitos e resistências; e produção cultural campo cidade.
− Cabe ao professor, no decorrer do processo, elencar diferentes instrumentos avaliativos capazes de sistematizar as ideias históricas produzidas pelos estudantes.
− No processo avaliativo deve-se fazer uso: de narrativas e documentos históricos, inclusive os produzidos pelos alunos; verificação e confronto de documentos de diferentes naturezas.
7ª SÉRIEEsta sugestão de conteúdos tem por finalidade avaliar
processualmente os mundos do trabalho instituídos por um processo histórico.
− Pretende perceber como os estudantes compreendem: as relações dos mundos do trabalho que estruturam as diversas sociedades no tempo (sociedades indígenas, trabalho coletivo, patriarcal, escravocrata, servil e assalariado). As contradições de classe na sociedade capitalista; as lutas pelos direitos trabalhistas. O trabalho e a vida em sociedade e o significado do trabalho emdiferentes sociedades; as três ordens do imaginário feudal; o entretenimento na corte e nas feiras; fim da escravidão, o nascimento da fábricas/cortiços; vilas operárias. O trabalho na modernidade, as classes trabalhadora/capitalista no campo e na cidade, a crise da produção e do trabalho a partir de 1929; ciência e tecnologia, saber/poder; a indústria do lazer, da arte (...).
− Cabe ao professor, no decorrer do processo, elencar diferentes instrumentos avaliativos capazes de sistematizar as ideias históricas produzidas pelos estudantes.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné186
− No processo avaliativo deve-se fazer uso: de narrativas e documentos históricos, inclusive os produzidos pelos alunos; verificação e confronto de documentos de diferentes naturezas.
8ª SÉRIE
Esta sugestão de conteúdos tem por finalidade estudar e avaliar de modo processual as estruturas que simultaneamente inibem e possibilitam as ações políticas que os sujeitos promovem em relação às lutas pela participação no poder que foram instituídas por um processo histórico.
− Pretende perceber como os estudantes compreendem: a formação do Estado; das outras instituições sociais; guerras e revoluções; dos movimentos sociais políticos, culturais e religiosos; as revoltas e revoluções sociais (políticas, econômicas, culturais e religiosas); guerras locais e guerras mundiais (...).
− Cabe ao professor, no decorrer do processo, elencar diferentes instrumentos avaliativos capazes de sistematizar as ideias históricas produzidas pelos estudantes.
− No processo avaliativo deve-se fazer uso: de
narrativas e documentos históricos, inclusive os
produzidos pelos alunos; verificação e confronto
de documentos de diferentes naturezas.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO – ENSINO MÉDIO
A seleção dos conteúdos específicos articulados a temática, conteúdos estruturantes estabelecidos, e a abordagem metodológica possibilitarão aos alunos a compreensão das ações sociais, políticas e culturais promovidas pelos sujeitos históricos.
- Pretende perceber como os estudantes compreendem: o conceito de trabalho; o trabalho livre nas sociedades do consumo produtivo (primeiras sociedades, indígenas, africanas, nômades, semi-nômades); o trabalho escravo e servil; a transição do trabalho servil e artesanal
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné187
- Relações de para o assalariado; o sistema industrial, Taylorismo, Fordismo e Toyotismo; o sindicalismo e legislação trabalhista; as experências do trabalho livre nas sociedades revolucionárias; a mulher no mundo do trabalho.
• Pretende perceber como os estudantes compreendem as cidades na História (neolíticas, antiguidade greco-romana, da Europa Medieval, pré-colombianas, africanas e asiáticas); ocupação do território brasileiro e formação de vilas e cidades; urbanização e industrialização no Brasil no contexto da expansão do capitalismo;
• Pretende perceber como os estudantes compreendem: os Estados teocráticos; os Estados na antiguidade clássica; o poder descentralizado e a igreja católica na sociedade medieval; a formação dos Estados Nacionais; as metrópoles europeias, as relações de poder sobre as colônias na expansão do capitalismo; o Iluminismo e os processos de independência da América Colonial;
- O Estado e as doutrinas sociais (anarquismo, capitalismo, positivismo); o nacionalismo nos Estados ocidentais; o populismo e as ditaduras na América Latina; o Estado e as relações de poder na segunda metade do século XX;
- O Estado na América Latina no contexto da Guerra Fria; o Estado ideologia e cultura; a independência das colônias africanas e asiáticas.
• Pretende perceber como os estudantes compreendem: as relações de dominação e resistência nas sociedades grega e romana na Antiguidade: (mulheres, crianças, estrangeiros e escravos); as guerras e revoltas na Antiguidade Clássica: Grécia e Roma; relações de dominação e resistência na sociedade medieval: (camponeses, artesãos, mulheres, hereges e doentes); as relações de resistência na sociedade ocidental moderna; as revoltas indígenas, africanas na América portuguesa; os quilombos e comunidades quilombolas no território brasileiro; as revoltas sociais na América portuguesa; as revoltas e revoluções no Brasil no século XVII e XIX;
• Pretende perceber como os estudantes compreendem: as revoluções democrática-liberais no Ocidente: Inglaterra, França e EUA); as guerras mundiais no século XX; As revoluções socialistas na Ásia, África e América Latina; os movimentos de resistência no contexto das ditaduras da América Latina; os Estados africanos e as guerras étnicas;
• Pretende perceber como os estudantes compreendem: os rituais, mitos e imaginários dos povos (africanos, asiáticos, americanos e europeus); os mitos e a arte greco-romanos e a formação das grandes religiões ( hinduísmo, budismo, confuncionismo, judaísmo, cristianismo,
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné188
islamismo); os movimentos religiosos e culturais na passagem do feudalismo para o capitalismo;
- O modernismo brasileiro; representação dos movimentos sociais, políticos e culturais por meio da arte brasileira; as etnias indígenas e africanas e suas manifestações artísticas, culturais religiosas; as festas populares no Brasil : congadas, cavalhadas, fandango, folia de reis, boi de mamão, romaria de São Gonçalo e outras;
• Cabe ao professor, no decorrer do processo, elencar diferentes instrumentos avaliativos capazes de sistematizar as ideias históricas produzidas pelos estudantes.
• No processo avaliativo deve-se fazer uso: de narrativas e documentos históricos, inclusive os produzidos pelos alunos; verificação e confronto de documentos de diferentes naturezas.
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MOCELLIN, Renato. Brasil: para compreender a história, 6ª série. São
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Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné189
MOCELLIN, Renato. Brasil: para compreender a história, 7ª série. São
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MOCELLIN, Renato. Para compreender a história, 8ª série. São Paulo:
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______ Secretaria de Estado da Educação. História. Curitiba, 2006.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné190
ARTES
Apresentação da Disciplina
Desde o início da história da humanidade, a arte tem se mostrado
como uma práxis presente em todas as manifestações artísticas culturais.
O homem desde seu surgimento usou de símbolos e desenhos para
manifestar seu modo de vida. O homem pré-histórico teve de aprender
construir conhecimentos para difundir essa prática.
A aprendizagem e o ensino da Arte sempre caminharam lado a lado
com transformações no decorrer da história de acordo com normas e
valores estabelecidos, em diferentes culturas. Capacitar o aluno é algo
fundamental para o desenvolvimento sócio cultural do indivíduo. A arte
permite a aproximação entre indivíduos mesmo os de culturas distintas,
pois favorece a percepção de semelhanças e diferenças entre as culturas,
expressas nos produtos artísticos e concepções estéticas.
O ensino de Arte no Brasil continua sofrendo descaso, não sendo
considerado por muitos educadores como fator de conhecimento humano,
por ser uma área que gera um comportamento e uma prática diferente em
relação a demais áreas. Porém é possíveis a integração da arte com
outras disciplinas e neste contexto explorar a prática artística envolvendo
expressão visual, a expressão oral e expressão corporal.
No estado do Paraná o ensino da arte vendo sofrendo transformações
causadas pelas influências provenientes de modelos artísticos oriundos
de diversos períodos da arte. Portanto observa-se reflexos dos vários
processos pelos quais passou o ensino da arte no Paraná até tornar-se
disciplina obrigatória. Tais processos acentuam-se a partir do final do
século XIX com o movimento imigratório. Os artistas imigrantes trouxeram
novas ideias e experiências culturais diferentes, entre elas a aplicação da
arte aos meios produtivos e da arte como expressão individual.
Com o intuito de adaptar-se à nova realidade artistas imigrantes e
artistas locais começaram a refletir a respeito da importância da arte para
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné191
o desenvolvimento de uma nova sociedade, tendo como alicerces
características próprias, baseadas numa valorização da realidade local.
Juntamente com a evolução social, política, industrial e econômica
do Paraná, surge também várias instituições de ensino específico das
artes objetivando a preparação de profissionais capacitados para ensinar
arte na escola. No final da década de 90 na nova LDB 9394/96 mantém a
obrigatoriedade do ensino da Arte nas Escolas de Educação básica. Houve
também a mudança nos cursos de graduação em Educação Artística que
passaram a ser licenciaturas em uma habilitação específica.
Firmadas em ações realizadas no decorrer do processo histórico
recente e na busca de efetivar uma transformação no ensino da Arte, essa
disciplina ainda exige reflexões que contemplam a arte como área de
conhecimento e não meramente como meio para o destaque de dons
inatos, sendo até mesmo utilizada equivocadamente, em alguns
momentos como prática de entretenimento e terapia. O ensino da arte
deixa de ser coadjuvante no sistema educacional e passa também a se
preocupar com o desenvolvimento do sujeito frente a uma sociedade
construída historicamente e em constante transformação.
O homem é um ser cultural, fruidor e agente de arte. Ele transmite a
cultura elaborada pela humanidade. Enquanto linguagem ultrapassa a
função de comunicação simples e pura, pois transmite as ideias, os
sentimentos e as informações, num dinâmico de interação entre o homem
e a sociedade.
A arte é conhecimento e, com tal, tem função no processo de
educação do homem, enquanto Educação Artística e alfabetização
estética.
É por meio das atividades artísticas que os alunos desenvolvem auto-
estima e autonomia, sentimento de empatia, capacidade de simbolizar,
analisar, avaliar e fazer julgamentos com pensamento mais flexível; além
de desenvolverem o senso crítico e as habilidades específicas da área
artística; torna-se capazes de expressar melhor ideias e sentimentos, e
ainda conseguem fazer relação entre as partes e o todo e entender que as
artes são formas de conhecer e interpretar o mundo.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné192
A proposta de Educação Artística tem dupla função. De um lado deve
analisar seu papel na formação da percepção e a sensibilidade do aluno
através do trabalho criador, da apropriação do conhecimento artístico e do
contacto com a produção cultural existente. De outro lado deve colher
significação da arte no processo de humanização do homem, visto que
este, como ser criador se transforma com a natureza do trabalho,
produzindo assim, novas maneiras de ver e sentir.
A proposta pedagógica de Educação Artística visa criar no aluno uma
percepção exigente, crítica em relação a realidade humana e social,
propiciando a aquisição dos instrumentos necessários para compreender
as realidades expressas nas diversas manifestações artísticas bem como
a possibilidade de expressar nestas atividades.
A Educação Artística não se faz desvinculada da forma de organização
de nossa sociedade e da escola. O papel da escola é trabalhar com os
conhecimentos necessários ao aluno, para que este reconheça e
interprete na obra de arte a realidade humana social.
Tem por objetivo buscar desenvolver em nossos educandos uma
aceleração na formação da percepção e sensibilidade; apropriando-se de
vários conhecimentos artísticos e da produção cultural existente. O
objetivo artístico concretiza o olhar, a expressão do homem enquanto
forma específica de conhecimento da realidade, é fruto de seu fazer
imitativo ou criador.
Criar é ampliar, enriquecer, transformar o mundo e o homem. O
trabalho artístico resulta da ação conjunta fazer, do olhar e do pensar.
A arte propõe novas formas de refletir as relações e produções
sociais vigentes. Nesta perspectiva as linguagens artísticas possibilitarão
condições ao educando de traduzir a leitura da realidade, o conhecimento,
a compreensão do mundo que se quer refletir e expressar.
Conteúdos Estruturantes
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné193
Os conteúdos estruturantes devem ser considerados pertinentes na
garantia ao aluno de um acesso mais completo e sistematizado as quatro
áreas de arte: Artes Visuais, Música, Teatro e Dança.
O conjunto desses conteúdos permite, ainda, uma amplitude maior
dentro de cada área, contemplando quesitos essenciais para a
compreensão de conceitos, de maneira articulada com outros, mostrando
que nada no mundo acontece de maneira isolada, e que os
acontecimentos de uma área tem correspondência em outras.
Segundo as DCE - Diretrizes Curriculares da Rede Pública de
Educação do Estado do Paraná - (2006), os conteúdos estruturantes para a
disciplina de Arte, no Ensino Fundamental apresenta uma unidade
interdependente e permitem que exista uma articulação entre as quatro
linguagens, sendo eles: Elementos básicos das linguagens artísticas,
produções, Manifestações artísticas e Elementos contextualizadores.
Os conteúdos estruturantes, estão, portanto, intrinsecamente
relacionados. No entanto, para que haja continuidade do trabalho
desenvolvido, buscando uma padronização dos conteúdos, recorre-se a
divisão desses por série.
Isso não significa uma delimitação a outra possibilidades, pois alguns
dos conteúdos estruturantes permeiam grande parte dos trabalhos
desenvolvidos. Há que se entender que existem sim, caminhos por onde
se deve obrigatoriamente passar, mas que isso não impede de circular por
trajetos menores ou de ligação entre, por exemplo, um período e outro da
História da Arte.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
− Elementos Formais
− Composição
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné194
− Movimentos e Períodos
5ª Série
ÁREA ELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOSMÚSICA Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Escalas: diatônica,
pentatônica,
cromática
Improvisação
Greco-Romana
Oriental
Ocidental
Africana
ARTES
VISUAIS
Ponto
Linha
Textura
Forma
Superfície
Volume
Corporações
Luz
Bidimensional
Figurativa
Geométrica,
simétrica
Técnicas: pintura,
escultura,
arquitetura
gêneros: cenas da
mitologia
Arte Greco-Romana
Arte Africana
Arte Oriental
Arte Pré-Histórica
TEATRO Personagem:
expressões
corporais,
vocais, gestuais
e faciais
Ação
Espaço
Enredo, roteiro
Espaço Cênico,
adereços
Técnicas: jogos
teatrais, teatro
indireto e direto,
improvisação,
manipulação,
máscara.
Gênero: Tragédia,
Comédia, Circo.
Greco-Romana
Teatro Oriental
Teatro Medieval
Renascimento
DANÇA Movimento Kinesfera Pré-História
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné195
Corporal
Tempo
Espaço
Eixo
Ponto de Apoio
Movimentos
articulares
Fluxo (livre e
interrompido)
Rápido e Lento
Formação
Níveis (alto, médio
e baixo)
Deslocamento
(direto e indireto)
Dimensões
(pequeno e
grande)
Técnica:
improvisação
Gênero: circular
Greco-Romana
Renascimento
Dança Clássica
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné196
6ª Série
ÁREA ELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
MÚSICA Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Escalas
Gêneros:
folclórico,
indígena, popular
e étnico
Técnicas: vocal,
instrumental e
mista
Improvisação
Música popular e
étnica (ocidental e
oriental)
ARTES VISUAIS Ponto
Linha
Formalidade
Textura
Superfície
Volume
Cor
Luz
Proporção
Tridimensional
Figura e fundo
Abstrata
Perspectiva
Técnicas:pintura,
escultura,
modelagem,
gravura
Gêneros:
Paisagem,
retrato, natureza
morta.
Arte Indígena
Arte Popular
Brasileira e
Paranaense
Renascimento
Barroco
TEATRO Personagem:
expressões
corporais, vocais,
gestuais e faciais.
Representação
Leitura dramática
Cenografia.
Comédia dell' arte
Teatro Popular
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné197
Ação
Espaço
Técnicas: jogos
teatrais, mímica,
improvisação,
formas
animadas.
Gêneros: Rua e
arena,
Caracterização
Brasileiro e
Paranaense
Teatro Africano
DANÇA Movimento
Corporal
Tempo
Espaço
Ponto de Apoio
Rotação
Coreografia
Salto e Queda
Peso (leve e
pesado)
Fluxo (livre,
interrompido e
conduzido)
Lento, rápido e
moderado
Níveis (alto,
médio e baixo)
Formação
Direção
Gênero:
Folclórica,
popular e étnica
Dança Popular
Brasileira
Paranaense
Africana
Indígena
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné198
7ª Série
ÁREA ELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
MÚSICA Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Harmonia
Tonal, modal e a
fusão de ambos
Técnicas: vocal,
instrumental e
mista
Indústria Cultural
Eletrônica
Minimalista
Rap, Rock, Tecno
ARTES VISUAIS Linha
Forma
Textura
Superfície
Volume
Cor
Luz
Semelhanças
Contrastes
Ritmo Visual
Estilização
Deformação
Técnicas:
desenho,
fotografia, audio-
visual e mista
Indústria Cultural
Arte no Séc. XX
Arte
Contemporânea
TEATRO Personagem:
expressões
corporais, vocais,
gestuais e faciais
Ação
Espaço
Representação
no Cinema e
Mídias
Texto dramático
Maquiagem
Sonoplastia
Roteiro
Técnicas: jogos
teatrais, sombra,
adaptação cênica
Indústria Cultural
Realismo
Expressionismo
Cinema Novo
DANÇA Movimento
Corporal
Giro
Rolamento
Hip Hop
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné199
Tempo
Espaço
Saltos
Aceleração e
desaceleração
Direções (frente,
atrás, direita e
esquerda)
Improvisação
Coreografia
Sonoplastia
Gênero: Indústria
Cultural e
espetáculo
Musicais
Expressionismo
Indústria Cultural
Dança Moderna
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné200
8ª SÉRIE
ÁREA ELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
MÚSICA Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Harmonia
Técnicas: vocal,
instrumental e
mista
Gêneros: popular,
folclórico e étnico
Música Engajada
Música Popular
Brasileira
Música
Contemporânea
ARTES VISUAIS Linha
Forma
Textura
Superfície
Volume
Cor
Luz
Bidimensional
Tridimensional
Figura-fundo
Ritmo Visual
Técnica: Pintura,
grafitte,
performance.
Gênero:
Paisagem
urbana, cenas do
cotidiano.
Realismo
Vanguardas
Muralismo e Arte
Latino-americana
Hip Hop
TEATRO Personagem:
expressões
corporais, vocais,
gestuais e faciais.
Ação
Espaço
Técnicas:
Monólogo, jogos
teatrais, direção,
ensaio, Teatro-
Fórum.
Dramaturgia
Cenografia
Sonosplastia
Iluminação
Figurino
Teatro Engajado
Teatro do
Oprimido
Teatro Pobre
Teatro do Absurdo
Vanguardas
DANÇA Movimento Kinesfera Vanguardas
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné201
Corporal
Tempo
Espaço
Ponto de Apoio
Peso
Fluxo
Quedas
Saltos
Giros
Rolamentos
Extensão (perto e
longe)
Cenografia
Deslocamento
Gênero:
Performance e
Moderna
Dança Moderna
Dança
Contemporânea
ENSINO MÉDIO
ÁREA Elementos
Formais
Composição Movimentos e períodos
MÚSICA Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Harmonia
Escalas
Modal, Tonal e fusão
de ambos
Gêneros: erudito,
clássico, popular,
étnico, folclórico, pop.
Música Popular Brasileira
Paranaense
Popular
Indústria Cultural
Engajada
Vanguarda
Ocidental
Oriental
Africana
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné202
Técnicas: vocal,
instrumental,
eletrônicA, informática
e mista
Improvisação
Latino-Americana
ARTES
VISUAIS
Ponto
Linha
Forma
Superfície
Textura
Volume
Luz
Cor
Bidimensional
Tridimensional
Figura e fundo
Figurativo
Abstrato
Perspectiva
Semelhanças
Contrastes
Ritmo visual
Simetria
Deformação
Estilização
Técnica: pintura,
desenho, modelagem,
instalação,
performance,
fotografia, gravura e
esculturas,
arquitetura, história
em quadrinhos.
Gêneros: paisagem,
natureza-morta, Cenas
do Cotidiano,
Histórica, Religiosa, da
Mitologia.
Arte Ocidental
Arte Oriental
Arte Africana
Arte Brasileira
Arte Paranaense
Arte Popular
Arte de Vanguarda
Indústria Cultural
Arte Contemporânea
Arte Latino Americana
TEATRO Personagem: Técnicas: jogos Teatro Greco-romano
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné203
Expressões
corporais,
vocais;
faciais
Ação
Espaço
teatrais, teatro direto
e indireto, mímica,
ensaio, Teatro-Fórum
Roteiro
Encenação e leitura
dramática
Gêneros: Tragédia,
Comédia, Drama e
Épico
Dramaturgia
Representação nas
mídias
Caracterização
Cenografia,
sonoplastia, figurino e
iluminação
Direção
Produção
Teatro Medieval
Teatro Brasileiro
Teatro Paranaense
Teatro Popular
Indústria Cultural
Teatro Engajado
Teatro Dialético
Teatro Essencial
Teatro do Oprimido
Teatro Pobre
Teatro de Vanguarda
Teatro Renascentista
Teatro Latino-Americano
Teatro realista
Teatro Simbolista
DANÇA Movimento
Corporal
Tempo
Espaço
Kinesfera
Fluxo
Peso
Eixo
Salto e Queda
Giro
Rolamento
Movimentos
articulares
Lento, rápido e
moderado
Aceleração e
desaceleração
Níveis
Pré-história
Greco-romana
Medieval
Renascimento
Dança Clássica
Dança Popular
Brasileira
Paranaense
Africana
Indígena
Hip-hop
Indústria Cultural
Dança Moderna
Vanguardas
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné204
Deslocamentos
Direções
Planos
Improvisação
Coreografia
Gêneros: Espetáculo,
indústria cultural,
étnica, folclórica,
populares e de salão
Dança Contemporânea
Encaminhamento Metodológico
As diferentes formas de pensar o ensino da Arte são consequências
do momento histórico no qual se desenvolveram, com suas relações sócio
culturais, econômicas e políticas. Da mesma forma o conceito da arte
implícito é também influenciado por essas relações, sendo fundamental
que seja problematizado para organização de uma proposta de diretrizes
curriculares.
Nas diversas teorias sobre a arte são estabelecidas algumas
referências sobre sua função, o que resulta também em diferentes
posições: como a arte pode servir a ética, à política, á religião, à ideologia;
ser utilitária ou mágica e transformar-se em mercadoria ou meramente
proporcionar prazer.
Na educação, o ensino da arte amplia o repertório cultural do aluno a
partir de conhecimentos estético, artístico contextualizado, aproximando-o
do universo cultural da humanidade nas suas diversas representações.
Pois ao considerar a arte como fruto da percepção, da necessidade
de expressão e da capacidade criadora humana, ela converte-se numa
síntese superior ao trabalho dos sujeitos, na medida que a arte é um dos
modos pelos quais o homem supera o seu fazer, os limites da utilidade
material imediata, ultrapassam os condicionamentos da sobrevivência
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné205
física e torna-se parte fundamental do processo de humanização, isto é,
de como os seres humanos se constroem historicamente.
Em arte a prática pedagógica contemplará as Artes visuais, Dança,
Música e o Teatro; tendo uma organização semelhante entre níveis da
educação básica adotando como referências as relações estabelecidas
entre a arte e sociedade.
No Ensino fundamental as formas de relação da arte com a sociedade
serão tratadas numa dimensão ampliada, enfatizando a associação da
arte com a cultura e da arte com a linguagem. Dessa forma, o aluno da
educação básica terá acesso ao conhecimento presente nas diversas
formas de relação da arte com a sociedade, de acordo com a proximidade
das mesmas com seu universo.
A prática pedagógica para o ensino da arte envolve aulas
expositivas, pesquisas, trabalhos individuais e em grupo; o uso da
tecnologia moderna(computador, DVD, Cds, aparelho de som, TV) ; bem
como o uso do livro didático, revistas, jornais, gibis.
Avaliação
A Avaliação em Arte se dará de forma processual e sem estabelecer
parâmetros comparativos entre alunos, para que não haja frustrações por
parte de nenhum discente.
O papel da avaliação será discutir dificuldades e progresso de cada
aluno a partir de sua própria produção. Estará considerando o
desenvolvimento do pensamento estético e levando em conta a
sistematização dos conhecimentos para a leitura da realidade.
A sistematização da avaliação se dará na observação e registro dos
caminhos percorridos pelo aluno em seu processo de aprendizagem,
acompanhando os avanços e dificuldades percebidas em suas criações e
produções. Será observado de que forma o aluno resolve as
problematizações apresentadas e como se relaciona com os colegas no
trabalho em grupo.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné206
As experiências individuais serão compartilhadas com o restante da
turma, para que o aluno possa expor, refletir e discutir a sua produção e a
dos colegas, para que haja um crescimento e uma abordagem crítica
sobre a arte.
Critérios de Avaliação:
− Compreensão dos elementos que estruturam e organizam a música e sua relação com a sociedade contemporânea.
− Produção de trabalhos musicais, visando atuação do sujeito em sua realidade singular e social.
− Apropriação prática e teórica dos modos de organização e composição musical das diversas culturas e composição musical, com enfoque mídias, relacionadas a produção, divulgação na música de diversas culturas e consumo.
Referências Bibliográficas
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conhecimentos específicos educação artística. Secretaria de Estado
da Educação. Paraná, 2003.
CALABRIA, Carla Paula B, Raquel Valle Martins. Arte, história &
produção. São Paulo: FTD, 1997 vol. 1 e 2.
CANTELE, Bruna Renata, Angela Cantele Leonardi. Arte linguagem
Visual. São Paulo: IBEP, s/ d.
COOL, César, Ana Teberosky. Aprendendo arte. São Paulo: Ática, 2000.
HADDAD, Denise A., Dulce Gonçalves Morbim. A arte de fazer arte. São
Paulo: Saraiva,2001, 2.ª ed.
PROENÇA, Graça. História da arte. São Paulo: Ática,1997
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné207
______ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Projeto de
correção de fluxo, caderno de arte 1 e 2 – artes plástica, teatro e
música. Paraná: Governo do Paraná, 1998.
______ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Arte, livro didático.
Curitiba: SEED, 2006.
______ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares
Nacionais. Curitiba, 2006.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné208
EDUCAÇÃO FÍSICA
Apresentação geral da Disciplina
No final do século XIX, Rui Barbosa, deputado geral do império, emitiu um
parecer sobre o projeto denominado reforma do ensino primário e várias
instituições complementares da instrução pública, no ano de 1882,
quando, entre outras conclusões, afirmou a importância da ginástica para
a formação do cidadão, equiparando-a em categorias e autoridade às
demais disciplinas.
A partir de então, a educação física tornou-se obrigatória nos
currículos escolares, destacando-se que a burguesia brasileira depositou
na ginástica a responsabilidade de promover, por meio dos exercícios
físicos, a saúde do corpo, o pudor e os hábitos condizentes com a vida
urbana.
As práticas pedagógicas escolares de educação física foram
fortemente influenciados pela instituição militar e pela medicina,
emergentes dos séculos XVIII e XIX.
Para atender aos objetivos de adquirir, conservar, promover e
restabelecer a saúde por meio dos exercícios físicos, foram importados da
Europa práticas conformativas, como modelo de saúde e sistemas de
ginástica.
Por não existir um plano nacional de educação física a prática nas
escolas se dava pelo método francês de ginásticas adotadas pelas forças
armadas e tornado obrigatório a partir de 1931. A educação física se
consolidou no contexto escolar a partir da Constituição de 1937, quando
objetivava doutrinar, dominar e conter os ímpetos das classes populares.
Também estabelecia o patriotismo a hierarquia e a ordem.
A educação física seguia a risca os princípios higienistas para um
corpo forte e saudável, com atividades para a formação de um corpo
masculino, robusto, delineado para a defesa e proteção da família e da
Pátria.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné209
Com a promulgação da Lei orgânica do ensino secundário em 1942,
instituiu-se um primeiro ciclo denominado ginasial, com duração de 4 anos
e um segundo ciclo de 3 anos, com duas opções, o clássico e o científico.
Essa reforma ampliou a obrigatoriedade da educação física até os 21 anos
de idade, para formar mão-de-obra fisicamente capacitada para o
mercado de trabalho.
A partir de 1964, o esporte passou a ser tratado com maior ênfase
no Brasil, devido aos acordos feitos entre o MEC e o Departamento Federal
de Educação Americana. Esse fato permitiu que muitos professores da
disciplina frequentassem, nos Estados Unidos, cursos de pós-graduação na
área esportiva. O esporte consolidou sua hegemonia na educação física,
quando os currículos passaram a tratá-lo com maior ênfase pelo método
tecnicista centrado na capacitação e no desempenho.
Em meados da época de 1980 começou-se a formar uma
comunidade cientifica na educação física, de modo que passaram a existir
tendências ou correntes, cujos debates evidenciavam severas críticas ao
modelo vigente até então.
No início da década de 90, um momento significativo para o estado
do Paraná foi elaboração do currículo básico, fundamentava-se na
pedagogia histórico crítica, denominada de educação física progressista,
revolucionária e crítica, sob pressupostos teóricos pautados no
materialismo histórico dialético.
Essa proposta representou um marco para a disciplina, destacou a
dimensão social da educação física e possibilitou a consolidação de um
novo entendimento em relação ao movimento humano, como expressão
da identidade corporal como prática social e como uma forma de homem
se relacionar com o mundo. Ainda, a proposta valorizou a produção
histórica e cultural dos povos, relativa à ginástica, a dança, aos desportos,
aos jogos e as atividades que correspondem às características originais.
Tais avanços teóricos da educação física sofreram retrocesso da
época de 1990, quando, após a discussão e a aprovação da Lei de
Diretrizes e Bases o Ministério da Educação (MEC) apresentou os
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné210
parâmetros curriculares nacionais (PCN) para a disciplina de Educação
Física.
Os parâmetros curriculares nacionais de educação física para o
ensino fundamental buscaram abandonar as perspectivas da aptidão
física, fundamentadas em aspectos técnicos e fisiológicos, e destacaram
outras questões relacionadas às dimensões culturais, sociais, políticas,
afetivas, no tratamento dos conteúdos, baseadas em concepções teóricas
relativas ao corpo e ao movimento.
Nos parâmetros curriculares nacionais para o ensino médio, os
conhecimentos historicamente constituídos foram descaracterizados.
Verificou-se, portanto, uma desvalorização das teorias, em nome de
questões imediatistas e abstratas, presente na pedagogia das
competências.
Pode-se dizer que os parâmetros curriculares nacionais de educação
física, transitou por diversas perspectivas, desde as mais reacionárias até
as mais criticas, nestas diretrizes curriculares opta-se por interrogar a
hegemonia que entende essa disciplina tão somente como treinamento do
corpo, sem nenhuma reflexão sobre o fazer corporal. Busca-se, assim, a
formação de um sujeito que reconheça o próprio corpo em movimento e
também a sua subjetividade.
Nas Diretrizes Curriculares Nacionais, as áreas do Conhecimento
devem ser articuladas com aspectos da Vida Cidadã: saúde, sexualidade,
vida familiar e social, meio ambiente, trabalho, ciência e tecnologia,
cultura e linguagens.
Procurando atuar no processo de construção da cidadania e de
igualdade de direitos entre os cidadãos, a disciplina de Educação Física,
dentro de suas especificidades, deverá através dos seus eixos
norteadores, repensar e re-estruturar rituais, regras, valores, tempos e
espaços que compõem o trabalho pedagógico que abrange a educação do
corpo da escola.
É fundamental que se faça uma clara distinção entre os objetivos da
Educação Física escolar e os objetivos do esporte, da dança, da ginástica e
da luta profissional. Embora sejam uma fonte de informações, não podem
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné211
transformar-se em meta a ser almejada pela escola, como se fossem fins
em si mesmas: “É o movimento humano com determinado
significado/sentido, que por sua vez, lhe é conferido pelo contexto
histórico-cultural. O movimento que é tema da Educação Física é o que se
apresenta na forma de jogos, de exercícios ginásticos, de esportes, de
dança, etc.”(Brachdt, apud Daolio, 2004: 43)
A Educação Física escolar deve dar oportunidades a todos os alunos
para que desenvolvam suas potencialidades, de forma democrática e não
seletiva, visando seu aprimoramento como seres humanos. Cabe assinalar
que os alunos portadores de necessidades especiais não podem ser
privados das aulas de Educação Física. Segundo Mauro Betti, este enfoque
dentre outros três princípios, vêm de encontro às novas Diretrizes
Curriculares:
(1) Princípio da não exclusão: que prega que os conteúdos e
métodos da Educação Física devem incluir a totalidade dos alunos, (2)
Princípio da diversidade, que defende que os conteúdos do programa
de educação física ofereçam variedade de atividades, a fim de permitir ao
aluno escolher criticamente, de forma valorativa, seus motivos-fins em
relação às atividades da cultura corporal de movimento e (3) Princípio
da alteridade, termo caro à antropologia social, ciência cuja tradição fez
com que os pesquisadores de campo se defrontassem com o outro, o
diferente, o exótico, o distante. Betti afirma que o profissional de
educação física deve considerar o outro (aluno, clientela, atleta) numa
relação de totalidade, não como objeto, mas como sujeito humano,
ouvindo-o como ser humano global. (Betti, apud Daólio, 2004, p.53).
O trabalho na área de Educação Física tem seus fundamentos nas
concepções socioculturais de corpo e movimento, e a natureza do trabalho
desenvolvido nessa área se relacionam intimamente com a compreensão
que se tem desses dois conceitos.
A compreensão da organização institucional da cultura corporal de
movimento na sociedade, incluindo uma visão crítica do sistema esportivo
profissional, deve dar subsídios para uma discussão sobre a ética do
esporte profissional e amador, sobre a discriminação sexual e racial que
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné212
neles existe. Essa discriminação pode ser compreendida pela explicitação
de atitudes cotidianas, muitas vezes inconscientes e automáticas,
pautadas em preconceitos. Contribui para essa compreensão, por
exemplo, o conhecimento do processo político e histórico de inclusão dos
negros e das mulheres nas práticas organizadas dos esportes em
olimpíadas e campeonatos mundiais. Pode, ainda, favorecer a formação
de uma consciência individual e social pautada no bem-estar, em poucas
não-preconceituosas e não-discriminatórias e, ainda, no cultivo dos
valores coerentes com a ética democrática.
A pratica de educação física na escola busca conduzir o educando a
identificar e compreender criticamente no decorrer da sua vida escolar o
significado de sua pratica como complemento do currículo. Sua busca se
direciona em compreender e identificar as capacidades físicas, básicas e
na manutenção como fonte de saúde e bem estar físico e mental.
A formação do cidadão engloba sua participação nas diversas
manifestações culturais que o rodeia, seja na organização, ou na
participação, precisa superar barreira para conseguir a sua afirmação na
sociedade.
O objetivo da educação física é transcender o senso comum e
desmistificar formas arraigadas e equivocadas em relação às diversas
práticas e manifestações corporais. Nessa direção a finalidade das práticas
corporais deve-se a modificação das relações sociais, portanto os
conteúdos devem estar comprometidos com uma educação física
transformadora.
Conteúdos Estruturantes
5ª SÉRIE
Esportes
• Futebol
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné213
• Handebol
• Voleibol
• Basquetebol
• Atletismo
• Tênis de mesa
• Futsal
• Xadrez
Jogos, brinquedos e brincadeiras
• Brincadeiras de rua / populares
• Brinquedos
• Brincadeiras de roda
• Jogos de tabuleiro
• Jogos de estafetas
• Jogos dramáticos e de interpretação
Dança
• Danças folclóricas
• Atividades de expressão corporal
• Cantigas de roda
Ginástica
Ginástica artística
Atividades circenses
Ginástica natural
Luta
Judô
Karate
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné214
Taekwondo
Capoeira
6ª SÉRIE
Esportes
• Futebol
• Handebol
• Voleibol
• Basquetebol
• Atletismo
• Tênis de mesa
• Futsal
• Xadrez
Manifestações Ginásticas
• Atividades circenses
• Ginástica rítmica
• Ginástica artística
• Ginástica natural
Dança
• Hip Hop: Break
• Dança folclórica
• Dança criativa
Jogos, brinquedos e brincadeiras
• Brincadeiras de rua
• Jogos dramáticos e de interpretação
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné215
• Jogos de raquete e peteca
• Jogos cooperativos.
• Jogos de estafetas
• Jogos de tabuleiro
Lutas
Capoeira
Judô
Karate
Taekwondo
7ª SÉRIE
Esportes
• Futebol
• Handebol
• Voleibol
• Basquetebol
• Atletismo
• Futsal
• Xadrez
• Tênis de mesa
Manifestações Ginásticas
• Praticas: Ginástica;
• Diferentes tipos de ginástica.
Manifestações Estético-corporais na dança e no teatro
• Hip Hop
• Danças folclóricas
• Dança de rua
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné216
• Dança de salão
Jogos
• Jogos cooperativos
• Jogos intelectivos
• Jogos de raquete e peteca
• Jogos de tabuleiro
8ª SÉRIE
Manifestações Esportivas
• Futebol
• Handebol
• Voleibol
• Basquetebol
• Atletismo
• Futsal
• Tênis de mesa
• Xadrez
Manifestações Ginásticas
• Ginástica artística
• Ginástica rítmica
• Ginástica de academia
Dança
• Dança de salão
• Dança Folclórica
Jogos, brinquedos e brincadeiras
• Jogos cooperativos
• Jogos de tabuleiro
Lutas
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné217
• Taekwondo
• Capoeira
• Karate
• Judô
ENSINO MÉDIO
Conteúdos Estruturantes
Esportes
• Futebol
• Futsal
• Handebol
• Voleibol
• Basquetebol
• Atletismo
• Tênis de mesa
• Xadrez
Jogos
• Jogos populares
• Jogos competitivos
• Jogos cooperativos
• Jogos de tabuleiro
• Jogos intelectivos
Ginástica
• Ginástica de academia;
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné218
• Ginástica Rítmica;
• Ginástica Geral
Lutas
• Judô;
• Sumo;
• Karatê;
• Kung fu;
• Muay thai;
• Boxe;
• Greco romana;
• Capoeira;
• Jjiu jitsu;
• Taekwondo
Dança
• Dança folclórica;
• Dança de salão;
Metodologia
Todas as metodologias surgidas nos últimos anos, não apenas na
Educação Física, têm orientado os professores para objetivar não apenas a
“instrução técnica” do aluno, mas a sua formação geral. Até mesmo as
metodologias mais conservadoras têm se preocupado com isso. Portanto,
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné219
atender a sua formação geral e ampla constitui o princípio norteador do
ensino escolar hoje. (KUNS, 1999)
Nas aulas de Educação Física, os aspectos procedimentais são mais
facilmente observáveis, pois a aprendizagem desses conteúdos está
necessariamente vinculada à experiência prática. No entanto, a
valorização do desempenho técnico com pouca ênfase no prazer ou vice-
versa, a abordagem técnica com referência em modelos muito avançados,
e, principalmente, uma concepção de ensino que deixa como única
alternativa ao aluno adaptar-se ou não a modelos predeterminados têm
resultado, em muitos casos, na exclusão de alunos.
Na aprendizagem e no ensino da cultura corporal de movimentos,
trata-se basicamente de acompanhar a experiência prática e reflexiva dos
conteúdos na aplicação dentro de contextos significativos.
Em alguns casos, julga-se adequado nas duas primeiras séries do
ensino fundamental, uma ênfase nas atividades lúdicas por meio de jogos
e brincadeiras, considerando os perigos de uma especialização técnica
precoce e seus efeitos deficientes.
Noutras, justamente em função da suposta precariedade técnica dos
jogos e brincadeiras exercidos nessas primeiras séries propõem-se
exercícios de habilidades e fundamentos esportivos como construção de
pré-requisitos para a aprendizagem de modalidades esportivas nas séries
posteriores.
Além da metodologia crítico-emancipatória, a construtivista defende
o método de integração com o mundo externo e com o mundo interno do
aluno, procurando o resultado de provocar o gosto de aprender e a auto-
suficiência na busca de respostas. O aluno é tomado como um ser
pensante, com desenvolvimento próprio, o professor procura ser um
orientador que facilita a aprendizagem criando situações estimulantes e
motivadoras de respostas e a escola é o espaço do saber e integração do
indivíduo à sociedade e à cultura.
Pode-se utilizar ainda a metodologia crítico-superadora, a de
situação problema, a da pesquisa e outras que poderão contribuir no
processo ensino-aprendizagem.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné220
Para tanto serão utilizados recursos: audiovisuais, seleção de textos,
apostilas, material para manifestações esportivas(bolas, cones e outros
equipamentos); material para manifestações ginásticas e
danças(colchões, som, arcos, bolas, cordas...); material para jogos e
brincadeiras(bexigas, bolas, barbantes...), entre outros, que a escola se
dispõe para esta prática.
Em síntese, o que se quer ressaltar é que nem os alunos, nem os
conteúdos tampouco os processos de ensino e aprendizagem são virtuais
ou ideais, mas sim reais, vinculados ao que é possível em cada situação e
em cada momento.
Avaliação
Os instrumentos de avaliação deverão atender à demanda dos
objetivos educativos expressos na seleção dos conteúdos. A
predominância das intenções avaliativas ocorrerá dentro de uma
perspectiva processual, ou seja, facilitará a observação do aluno no
processo de construção do conhecimento. Essa avaliação contínua
compreende as fases que se convencionou denominar diagnóstica ou
inicial; formativa ou concomitante; somativa ou final.
A avaliação diagnóstica ou inicial fornecerá os dados para a
elaboração de um projeto de desenvolvimento dos conteúdos, a partir da
consideração dos conhecimentos prévios do aluno.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Em síntese, os instrumentos de avaliação deverão:
− Explicitar os objetivos específicos propostos pelo programa de
ensino;
− Situar alunos e professores dentro do processo de ensino e
aprendizagem;
− Ser claros o suficiente para que o aluno saiba o quê, como e
quando será avaliado;
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné221
− Reconhecer o desenvolvimento individual, valorizando o aluno e
contribuindo com a auto-estima;
− Avaliar a construção do conhecimento como um processo.
− Os instrumentos de avaliação estão diretamente relacionados
com o grau de abordagem dos conteúdos em função dos
objetivos propostos. Assim, o professor poderá construir
instrumentos eficazes para cada objetivo específico, tais como:
− Fichas de acompanhamento do desenvolvimento pessoal;
− Relatório de uma atividade em grupo ou fichas de observação
com critérios definidos sobre a participação e a contribuição no
desenvolvimento de algumas atividades em grupo;
− Relatório de apreciação de um evento esportivo ou de um
espetáculo de dança, onde determinados aspectos forem
ressaltados;
− Ficha de avaliação do professor quanto à capacidade do grupo
de aplicar as regras de um determinado jogo, reconhecendo as
transgressões e atuando com autonomia;
− Dinâmicas de criação de jogos, produção e transmissão para
outros grupos;
− Relatórios ou fichas de observação e auto-avaliação sobre a
participação na organização de um evento escolar ou para a
comunidade;
− Relatórios para avaliação das etapas em trabalhos sobre
projetos.
− Fichas de auto-avaliação mapeando o interesse sobre os
diversos conteúdos, propiciando uma reflexão sobre interesse e
participações.
A avaliação é ponto de referência. É um processo constante de
repensar a prática educacional em todos os segmentos. Na tarefa de
reconstrução da prática avaliativa, coloca-se como premissa básica à
postura de constante reflexão dos educadores sobre sua pratica
pedagógica e o acompanhamento do educando na sua caminhada de
construção do conhecimento.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné222
Considerando a avaliação dessa forma, é possível enfatizar dois
pontos fundamentais. Primeiro, a avaliação é um processo dinâmico que
qualifica e oferece subsídios ao projeto político-pedagógico. Segundo, ela
imprime uma direção às ações dos professores e dos alunos.
Referências Bibliográficas
BRACHT, Valter. Educação Física: conhecimento e especificidade. 2ª
Edição. Belo Horizonte: Cultura 1997.
CASTELLANI FILHO, Lino. Educação Física no Brasil – História que não
se conta. 2ª dição. Campinas: Papirus 1991.
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. 2ª Edição. São
Paulo: Cortez 1995.
MASCARENHAS, Fernando. Lazer como prática de liberdade. Goiânia:
UFG 2003.
______Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares
Nacionais. Curitiba, 2006.
______ Secretaria de Estado da Educação. Língua Portuguesa. Curitiba,
2006.
VAGO, Tarcício Mauro. Cultura Escolar, cultivos de corpos. Bragança
Paulista: USF 2002.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné223
BIOLOGIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Como o objeto de estudo da disciplina de Biologia é a VIDA, se faz
necessário compreender os diferentes conceitos já pensados
historicamente.
A História da Ciência mostra que tentativas de definir a VIDA têm
sua origem registrada desde a Antiguidade. As ideias deste período que
contribuíram com o desenvolvimento da Biologia, tiveram como principais
pensadores e estudiosos, os filósofos Platão (428/27 a.C. - 347 a.C.) e
Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.), que, deixaram contribuições relevantes
quanto à classificação dos seres vivos. As interpretações filosóficas
buscavam explicações para compreensão da natureza, pensamentos que
contribuíram na construção das diferentes concepções sobre o fenômeno
VIDA e suas implicações para o ensino.
A Biologia como uma ciência sempre esteve sujeita a interferências
da sociedade, por isso deve ser vista como uma produção histórico-
cultural. Assim, ao mesmo tempo que sofre interferências do homem,
agrega ao mesmo novos conceitos, pensamentos ideológicos e
necessidades pertinentes ao seu cotidiano.
A disciplina de Biologia procura sensibilizar o educando da
importância do estudo da mesma, uma vez que esta estuda os seres
vivos, os mecanismos que regulam suas atividades, as interações entre os
seres vivos e o ambiente. Compreende a complexidade das relações bem
como a importância do conhecer para respeitar os seres vivos e os
fenômenos que permitam a sobrevivência dos mesmos, tanto no estudo
da biodiversidade de processos biológicos de variabilidade genética,
hereditariedade e relações ecológicas, quanto na análise da manipulação
genética.
OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné224
De acordo com a DCE, o aprendizado de biologia deve permitir a
compreensão da natureza viva e dos limites dos diferentes sistemas
explicativos, a contraposição entre os mesmos e a compreensão de que a
ciência não tem respostas definitivas para tudo, sendo uma de suas
características a possibilidade de ser questionada e de se transformar.
Deve ser capaz de relacionar diversos conhecimentos específicos entre si
e com outras áreas de conhecimento, deve priorizar o desenvolvimento de
conceitos cientificamente produzido e propiciar reflexões constantes sobre
as mudanças de tais conceitos em decorrência de questões emergentes.
Ensinar Biologia incorpora a idéia de ensinar sobre a ciência a partir
dela, o desenvolvimento da metodologia de ensino sofre influência de
reflexões produzidas pela filosofia da ciência e pelo contexto histórico,
político, social e cultural do desenvolvimento.(DCEs).
“No ensino de Biologia, o ato de observar extrapola o olhar descomprometido ou o simples registro, pois inclui a identificação de variáveis relevantes e de medidas adequadas para o uso de instrumentais. Entretanto, considera-se a intencionalidade do observador, uma vez que ele é o sujeito do processo de observação, o que implica reconhecer a sua subjetividade (DCEs)”.
Integrando as DCEs à realidade da nossa escola propomos como
objetivos gerais da disciplina de Biologia conforme análise dos conteúdos
estruturantes:
Descrever processos e características do ambiente ou de seres vivos,
observados em microscópio ou olho nu.
Apresentar suposições e hipóteses acerca dos fenômenos biológicos
em estudo.
Apresentar, de forma organizada, o conhecimento biológico
apreendido, através de textos, desenhos, esquemas, gráficos, tabelas,
maquetes etc.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné225
Conhecer diferentes formas de obter informações (observação,
experimento, leitura de texto e imagem, entrevista), selecionando
aquelas pertinentes ao tema biológico em estudo.
Expressar dúvidas, ideias e conclusões acerca dos fenômenos
biológicos.
Relacionar fenômenos, fatos, processos e ideias em Biologia,
elaborando conceitos, identificando regularidades e diferenças,
construindo generalizações.
Estabelecer relações entre parte e todo de um fenômeno ou processo
biológico.
Formular questões, diagnósticos e propor soluções para problemas
apresentados, utilizando elementos da Biologia.
Relacionar o conhecimento das diversas disciplinas para o
entendimento de fatos ou processos biológicos.
Reconhecer o ser humano como agente e paciente de transformações
intencionais por ele produzidas no seu ambiente, julgando ações de
intervenção, identificando aquelas que visam à preservação e à
implementação da saúde individual, coletiva e do ambiente.
Identificar as relações entre o conhecimento científico e o
desenvolvimento tecnológico, considerando a preservação da vida, as
condições de vida e as concepções de desenvolvimento sustentável.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Os conteúdos estruturantes são interdependentes e não devem ser
seriados nem hierarquizados, devendo ser abordados de forma integrada,
com ênfase nos aspectos essenciais do objeto de estudo da disciplina,
relacionados a conceitos oriundos das diversas ciências de referência da
Biologia. São eles: organização dos seres vivos, mecanismos biológicos,
biodiversidade e manipulação genética.
a) Organização dos seres vivos:
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné226
Este conteúdo possibilita conhecer os modelos teóricos,
historicamente construídos que propõe a organização dos seres vivos de
acordo com sua ancestralidade comum e, a partir disso, entender a
diversidade biológica e sua classificação.
b) Mecanismos biológicos:
Possibilita o estudo dos mecanismos que explicam como os sistemas
orgânicos dos seres vivos funcionam e se organizam. É de fundamental
importância, o conhecimento histórico da disciplina, pois sem a busca do
conhecimento e o aperfeiçoamento do microscópio tornaria fragmentada a
análise das estruturas dos seres e estruturas macroscópicas.
c) Biodiversidade:
Através do conhecimento da Biodiversidade pode-se ampliar e
integrar os conhecimentos relacionados aos mecanismos biológicos
porque para entender a classificação dos seres vivos, antes é necessário
conhecer suas características para que entenda como funciona a dinâmica
da biodiversidade. Somente conhecendo a Biodiversidade é que o
educando será capaz de sensibilizar-se e buscar preservar e respeitar a
natureza.
d) Manipulação genética:
A partir desse conhecimento básico, o aluno poderá relacioná-lo com
os avanços que estão acontecendo no campo das Ciências Biológicas, em
seu organismo (bioquímica) e bem como valorizar o trabalho dos cientistas
que contribuíram e contribuem para o avanço no campo da Genética.
Dentro dos Conteúdos Estruturantes apresentados acima, são
trabalhados alguns Conteúdos Básicos:
Classificação dos seres vivos: critérios taxonômicos e filogenéticos.
Sistemas biológicos: anatomia, morfologia e fisiologia.
Mecanismos de desenvolvimento embriológico.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné227
Mecanismos celulares biofísicos e bioquímicos.
Teorias evolutivas.
Transmissão das características hereditárias.
Dinâmica dos ecossistemas: relações entre os seres vivos e
interdependência com o ambiente.
Organismos geneticamente modificados.
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Em concordância com a Diretriz Curricular do ensino de Biologia, a
abordagem dos conteúdos deve permitir a integração dos quatro
Conteúdos Estruturantes de modo que, ao introduzir a classificação dos
seres vivos como tentativa de conhecer e compreender a diversidade
biológica, agrupando-os e categorizando-os, seja possível, também,
discutir o mecanismo de funcionamento, o processo evolutivo, a extinção
das espécies e o surgimento natural e induzido de novos seres vivos.
Deste modo, a abordagem do conteúdo “classificação dos seres
vivos” não se restringe a um único conteúdo estruturante. Ao adotar esta
abordagem pedagógica, o inicio do trabalho poderia ser o conteúdo
específico “organismos geneticamente modificados”, partindo-se da
compreensão de técnicas de manipulação do DNA, comparando-as com os
processos naturais que determinam a diversidade biológica, chegando à
classificação dos seres vivos.
Outro exemplo é a abordagem do funcionamento dos Sistemas que
constituem os diferentes grupos de seres vivos. Parte-se do conteúdo
estruturante Mecanismos Biológicos, incluindo-se o conteúdo estruturante
Organização dos Seres vivos, que permitirá estabelecer a comparação
entre os sistemas, envolvendo inclusive, a célula, seus componentes e
suas respectivas funções. Neste contexto, é importante que se perceba
que a célula tanto pode ser compreendida como elemento da estrutura
dos seres vivos, quanto um elemento que permite observar, comparar,
agrupar e classificar os seres vivos.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné228
Da mesma forma, a abordagem do conteúdo estruturante
Biodiversidade, envolvendo a variabilidade genética, as relações
ecológicas estabelecidas entre eles e o meio ambiente, e os processos
evolutivos pelos quais os seres vivos têm sofrido modificações naturais e
as produzidas pelo homem (contemplação das Leis nº10.639/03 da
História e Cultura Afro-Brasileira e nº 11.645/08 História e Cultura Afro-
Brasileira e Indígena dentro dos conteúdos de Genética e Evolução).
A metodologia de ensino da Biologia, envolve o conjunto de
processos organizados e integrados, quer no nível de célula, de indivíduo,
de organismo no meio, na relação ser humano e natureza e nas relações
sociais, políticas, econômicas e culturais. É importante ressaltar a
necessidade de se conhecer e respeitar a diversidade social, cultural e as
idéias dos educandos, como elementos que podem constituir obstáculos
na aprendizagem dos conceitos científicos que levam a compreensão do
conceito VIDA.
Diante da diversidade de perfis dos educandos, faz-se necessário um
ambiente em sala de aula que possibilite o crescimento, o respeito, a troca
de experiências e aceitação mutua para que as dificuldades apresentadas
não impeçam o sucesso escolar.
Assim, compreendendo a proposta dos Conteúdos Estruturantes,
deve ser dada atenção especial ao modo como os recursos didáticos serão
utilizados e aos critérios político-pedagógicos da seleção destes que
podem contribuir para uma leitura crítica que permitirá realizar os recortes
necessários dos conteúdos específicos identificados como significativos
para o Ensino Médio.
Os recursos a serem utilizados são:
Aulas expositivas: dialogadas, levando em consideração o conhecimento
prévio do aluno fazendo conexão com o conhecimento cientifico.
Aula experimental: seja ela de manipulação de material ou demonstrativa
representa um importante recurso de ensino.
Leituras: análise de temas específicos relacionados com o cotidiano e
situações apresentadas pela mídia, levando o educando a refletir
cientificamente sobre o tema.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné229
Atividade prática: como resolução de problemas ou de hipóteses, ter uma
concepção de Ciência diferente, como interpretação da realidade, sendo
as teorias e hipóteses, consideradas explicações provisórias. Nesse caso,
estabelece-se um maior contato do aluno com o experimento, o que
possibilita o diálogo com a atitude científica.
Produção de textos: favorecendo a expressão de seus pensamentos, suas
percepções, significações, interpretações, uma vez que aprender envolve
a produção/criação de novos significados, tendo em vista que esse
processo acarreta o encontro e o confronto das diferentes ideias que
circulam em sala de aula.
Confecção de cartazes, folders, jornais, informativos, painéis e modelos
didáticos: apropriando-se desses instrumentos possibilita-se que os alunos
assimilem os conteúdos e os transformem em ferramentas necessárias a
ação social, cultural e profissional.
Uso da TV multi meios e laboratório de informática: recursos eficazes no
processo de ensino-aprendizagem para ilustração e complementação de
idéias sobre conteúdos abordados.
Debates e seminários: oportuniza analise e contribui para formação de um
sujeito investigativo e motivado, que busca conhecer e compreender a
realidade.
Visitas externas: estas atividades, além de integrar conhecimentos,
veicula uma concepção sobre a relação homem-ambiente e possibilita
novas elaborações por meio da observação e sensibilização (Lei nº
9.795/99 – Educação Ambiental).
AVALIAÇÃO
O instrumento de investigação da prática pedagógica atua como
uma dimensão formadora por meio de um processo avaliativo que tem
como princípio obter um diagnóstico do processo ensino-aprendizagem,
permitir que haja uma reflexão sobre a ação da prática pedagógica,
acompanhar o desempenho no presente e buscando práticas alternativas
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné230
e modificando as insuficientes, tendo como embasamento as Diretrizes
Curriculares :
“Na disciplina de Biologia, avaliar implica um processo cuja finalidade é obter informações necessárias sobre o desenvolvimento da prática pedagógica para nela intervir e reformular os processos de ensino-aprendizagem. Pressupõe-se uma tomada de decisão, em que o aluno também tome conhecimento dos resultados de sua aprendizagem e organize-se para mudanças necessárias”.
O educador deve valorizar as condições histórico-culturais do
educando a fim de formar pessoas críticas e reflexivas, capazes de
adquirirem um desenvolvimento intelectual gerando.
Segundo as DCEs, a avaliação deve ser um instrumento analítico do
processo de ensino aprendizagem que se baseia em um conjunto de ações
pedagógicas pensada e realizadas ao longo do ano letivo, de modo que
professores e alunos tornam-se observadores dos avanços e dificuldades
com o objetivo de ultrapassarem os obstáculos existentes.
Assim, espera-se que o aluno:
Compreenda a diversidade biológica e a organização dos seres vivos.
Reconheça as diferenças das características estruturais, anatômicas e
comportamentais dos seres vivos.
Estabeleça relações entre os diversos mecanismos de funcionamento e
manutenção da VIDA.
Relacione os conceitos de genética, da evolução e da ecologia, como
forma de explicar a diversidade dos seres vivos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERTONI, D.; SANTOS, E.; ROCHA, M.; TONON, R. J.; CABRAL, T. M..
Diretrizes curriculares da Educação Básica de Biologia do Paraná.
Secretaria de Estado da Educação do Paraná, 2008.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné231
FILOSOFIA
Apresentação Geral da Disciplina
Constituída como pensamento há mais de 2600 anos, a Filosofia,
que tem a sua origem na Grécia antiga, traz consigo o problema de seu
ensino a partir do embate entre o pensamento de Platão e as teorias dos
sofistas. Naquele momento, tratava-se de compreender a relação entre
conhecimento e o papel da retórica no ensino.
Ao examinar a Filosofia Antiga, por exemplo, percebe-se com
facilidade que ela se caracteriza, inicialmente, pela preocupação com as
questões de ordem cosmológica, isto é, com a exploração das perguntas
relativas à natureza e ao seu ordenamento. Posteriormente, ela amplia
seus horizontes de discussão e inclui investigações sobre a condição
humana.
Na Idade Média, a Filosofia era fortemente marcada pelo
teocentrismo, pensamento de características muito diferentes das que
prevaleciam no período anterior.
Na modernidade, a busca da autonomia da razão e da constituição
da individualidade se confronta com os discursos abstratos sobre Deus e
sobre a alma, substituindo-os, paulatinamente, pelo pensamento
antropocêntrico. A Filosofia declara sua independência da Teologia e os
pensadores passam a tratar principalmente de questões filosófico-
científicas ( Racionalismo, Empirismo, Criticismo).
A Filosofia contemporânea é resultado da preocupação com o
homem, principalmente no tocante à sua historicidade, sociabilidade,
secularização da consciência, o que se constata pelas inúmeras correntes
de pensamento que vêm constituindo esse período.
Um dos objetivos do Ensino Médio é a formação pluridimensional e
democrática, capaz de oferecer aos estudantes a possibilidade de
compreender a complexidade do mundo contemporâneo, suas multiplas
particularidades e especializações. Nesse mundo, que se manifesta quase
sempre de forma fragmentada, o estudante não pode prescindir de um
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné232
saber que opere por questionamentos, conceitos e categorias e que
busque articular o espaço-temporal e sócio-histórico em que se dá o
pensamento e a experiência humana.
Quando se trata do ensino de Filosofia, é comum retomar a clássica
questão a respeito da cisão entre Filosofia e filosofar: ensinamos a
filosofar ou ensinamos Filosofia? Para Kant (1985), só é possível ensinar a
filosofar, isto é, exercitar a capacidade da razão em certas tentativas
filosóficas já realizadas. É preciso, contudo, reservar à atividade filosófica
em sala de aula o direito de investigar as ideias até as últimas
consequências, conservando-as ou recusando-as. Em Hegel, o
conhecimento do conteúdo da Filosofia é indispensável a sua prática, ou
seja, do filosofar. A filosofia constitui seu conteúdo, visto que reflete sobre
ele.
A Filosofia se apresenta como conteúdo filosófico e como exercício
que possibilita ao estudante desenvolver o próprio pensamento. O ensino
de Filosofia é um espaço para análise e criação de conceitos, que une a
Filosofia e o filosofar como atividades indissociáveis que dão vida ao
ensino dessa disciplina juntamente com o exercício da leitura e da escrita.
A fundamentação teórica da disciplina de Filosofia segue as
Diretrizes Curriculares Estaduais, os Parâmetros Curriculares Nacionais,
também utiliza o Livro Didático Público de Filosofia e à Antologia de Textos
Filosóficos.
Conteúdos Estruturantes e Básicos
- Mito e filosofia
• Saber mítico;
• Saber filosófico;
• Relação Mito e Filosofia;
• Atualidade do Mito;
• O que é Filosofia?
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné233
- Teoria do Conhecimento
• Possibilidade do conhecimento;
• As formas de conhecimento;
• O problema da verdade;
• A questão do método;
• Conhecimento e lógica.
- Ética
• Ética e moral
• Pluralidade ética;
• Ética e violência;
• Razão, desejo e vontade;
• Liberdade: autonomia do sujeito e a necessidade das normas.
- Filosofia política
• Relações entre comunidade e poder;
• Liberdade e Igualdade Política;
• Política e Ideologia;
• Esfera Pública e Privada;
• Cidadania Formal e/ou Participativa.
- Filosofia da Ciência
• Concepções de ciência;
• A questão do método científico;
• Contribuições e limites da ciência;
• Ciência e Ideologia;
• Ciência e Ética.
- Estética
• Natureza da arte;
• Filosofia e arte;
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné234
• Categorias estéticas – feio, belo, sublime, trágico, cômico, gro-
tesco, gosto, etc.
• Estética e sociedade.
Metodologia
A abordagem teórico-metodológica deve ocorrer mobilizando os
estudantes para o estudo da filosofia sem doutrinação, dogmatismo e
niilismo.
O ensino de Filosofia deverá dialogar com os problemas do
cotidiano, com o universo do estudante – as ciências, arte, história, cultura
– a fim de problematizar e investigar os conteúdos estruturantes e seus
conteúdos básicos sob a perspectiva da pluralidade filosófica, tomando
como referência os textos filosóficos clássicos e seus comentadores.
O ensino da Filosofia pode começar, por exemplo, pela exibição de
um filme ou de uma imagem, da leitura de um texto jornalístico ou
literário ou da audição de uma música. São inúmeras as possibilidades de
atividades conduzidas pelo professor para investigar e motivar possíveis
relações entre cotidiano do estudante e o conteúdo filosófico a ser
desenvolvido.
É imprescindível que o ensino de Filosofia seja permeado por
atividades investigativas individuais e coletivas que organizem e orientem
o debate filosófico, dando-lhe um caráter dinâmico e participativo.
Ao articular vários elementos , o ensino de Filosofia pressupõe um
planejamento que inclua leitura, debate, produção de textos, entre outras
estratégias, a fim de que a investigação seja fundamento do processo de
criação de conceitos.
Ao trabalhar determinado conteúdo a partir de problemas
significativos para estudantes do Ensino Médio, é importante evitar
superficialidade e o reducionismo e possibilitar as mediações necessárias
para realizar o processo de ensino proposto nas Diretrizes Curriculares.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné235
Com relação a Lei 10.639/03 História e Cultura Afro-brasileira e Lei
11645/08 História e Cultura Afro-brasileira e Indígena,Lei 13.381/01
História do Paraná e Lei 9.795/99 Educação Ambiental será tratado no
conteúdo ética, através de análise e discussão de textos que levem o
aluno a refletir sobre estes temas.
Avaliação
A avaliação deve ser concebida na sua função diagnóstica e
processual, isto é, tem função de subsidiar e mesmo redirecionar o curso
da ação no processo ensino-aprendizagem. Apesar de sua inequívoca
importância individual, no ensino de Filosofia, avaliação não se resumiria a
perceber o quanto o estudante assimilou do conteúdo presente na história
da Filosofia, ou nos problemas filosóficos, nem a examinar sua capacidade
de tratar deste ou daquele tema.
Ao avaliar, o professor deve ter profundo respeito pelas posições do
estudante, mesmo que não concorde com elas, pois o que está em
questão é a capacidade de argumentar e de identificar os limites dessas
posições.
O que deve ser levado em conta é a atividade com conceitos, a
capacidade de construir e tomar posições, de detectar os princípios e
interesses subjacentes aos temas discursos.
A avaliação de Filosofia se inicia com a mobilização para o
conhecimento, por meio da análise comparativa do que o estudante
pensava antes e do que pensa após o estudo. Com isso, torna-se possível
entender a avaliação como um processo.
Referências Bibliográficas
CHAUI, M. O retorno do teológico-político. In: Sérgio Cardoso (org).
Retorno ao republicanismo. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2004.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné236
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O que é Filosofia? Tradução de Bento Prado
Jr. E Alberto Alonso Muñoz. Tio de Janeiro: Ed. 34, 1992. 288p. (Coleção
Trans) – Título original: Qu’est-ce que la philosophie?
FERRATER MORA. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Loyola, 2001.
HORN, G. B. Por uma mediação praxiológica do saber Filosófico no
Ensino Médio: Análise e Proposição a partir da experiência paranaense.
Tese de doutorado realizado na FEUSP.São Paulo, 2002.
______ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Filosofia - livro
didático. Curitiba: SEED, 2006.
______ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares
Nacionais. Curitiba, 2006.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné237
QUÍMICA
Apresentação da Disciplina
A Química participa do desenvolvimento científico-tecnológico com
importantes contribuições específicas, cujas decorrências têm alcance
econômico, social e político. A sociedade e seus cidadãos interagem com o
conhecimento químico 'por diferentes meios. A tradição cultural difunde
saberes, fundamentados em um ponto de vista químico, científico, ou
baseado em crenças populares. Por vezes, podemos encontrar pontos de
contato entre esses dois tipos de saberes, como, por exemplo, no caso de
certas plantas cujas ações terapêuticas popularmente difundidas são
justificadas por fundamentos químicos. Daí investir em recursos na
pesquisa dos seus princípios e das suas aplicações. Mas as crenças
populares nem sempre correspondem a propriedades verificáveis e podem
reforçar uma visão distorcida do cientista e da atividade científica, a
exemplo do alquimista, que foi visto como feiticeiro, mágico e não como
pensador, partícipe da visão de mundo de sua época.
Além disso, frequentemente, as informações veiculadas pelos
meios de comunicação são superficiais, errôneas ou exageradamente
técnicas. Dessa forma, as informações recebidas podem levar a uma
compreensão unilateral da realidade e do papel do conhecimento químico
no mundo contemporâneo. Transforma-se a Química na grande vilã do
final do século, ao se enfatizar os efeitos poluentes que certas substâncias
causam no ar, na água e no solo. Entretanto, desconsidera-se o seu papel
no controle das fontes poluidoras, através da melhoria de processos
industriais, tornando mais eficaz o tratamento de efluentes.
Na escola, de modo geral, o indivíduo interage com um
conhecimento essencialmente acadêmico, principalmente através de
transmissão de informações, supondo que o estudante, memorizando-as
passivamente, adquira o "conhecimento acumulado". A promoção do
conhecimento químico em escala mundial, nestes últimos quarenta anos,
incorporou novas abordagens, objetivando a formação de futuros
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné238
cientistas, de cidadãos mais conscientes e também o desenvolvimento de
conhecimentos aplicáveis ao sistema produtivo, industrial e agrícola.
Apesar disso, no Brasil, a abordagem escolar continua praticamente a
mesma. Embora às vezes com uma aparência de modernidade, a essência
permanece a mesma, priorizando se as informações desligadas da
realidade vivida pelos alunos e professores.
A Química tem papel essencial na formação do sujeito, levando-o
ao estudo das substâncias materiais e suas transformações, mais ainda
assim é uma ciência ligada diretamente à vida, afirma Vanin:
"Os materiais provêm da natureza e, após processados
quimicamente, voltam a interagir com ela. Esses materiais, extraídos do
ambiente, são importantes para construir desde abrigos até ferramentas e
instrumentos. Se essas considerações não bastam para convencer alguém
da importância do estudo da Química, podemos acrescentar que a
natureza funciona através de delicados equilíbrios químicos, produzindo
uma infinidade de substâncias. A vida é o mecanismo da hereditariedade
se baseiam em complexas estruturas moleculares e um número
impressionante de reações."(VANIN, 2002, p.75).
O meio ambiente está intimamente ligado à Química, uma vez que
o planeta está vem sendo atingido por vários problemas que
correspondem a este campo do conhecimento. A maior parte dos
habitantes desse planeta já está familiarizada com o efeito estufa, que
aumenta a temperatura da terra e com os problemas causados pelos
buracos da camada de ozônio da estratosfera, por onde passam os
nocivos raios ultravioleta que atingem o solo com maior intensidade.
Os dois casos vistos acima decorrem da ação humana. O primeiro
através do dióxido de carbono, isto. é queima de combustíveis fosseis e,
no segundo, através da liberação de clorofluorcarbonetos (aerossóis) ou
óxidos de nitrogênio (motores de combustão interna).
Enfatiza-se por demais propriedades periódicas, tais como
eletronegatividade, raio atômico, potencial de ionização, em detrimento
de conteúdos mais significativos sobre os próprios elementos químicos,
como a ocorrência, métodos de preparação, propriedades, aplicações e as
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné239
correlações entre esses assuntos.
O aprendizado de Química pelos alunos de Ensino Médio implica
que eles compreendam as transformações químicas que ocorrem no
mundo físico de forma abrangente e integrada e assim possam julgar com
fundamentos as informações advindas da tradição cultural, da mídia e da
própria escola e tomar decisões autonomamente, enquanto indivíduos e
cidadãos. Esse aprendizado deve possibilitar ao aluno a compreensão
tanto dos processos químicos em si' quanto da construção de um
conhecimento científico em estreita relação com as aplicações
tecnológicas' e suas implicações ambientais, sociais, políticas e
econômicas. Tal a importância da presença da Química em um Ensino
Médio compreendido na perspectiva de uma Educação Básica.
O ser humano, na luta pela sua sobrevivência, sempre teve
necessidade de conhecer, entender e utilizar o mundo que o cerca. Nesse
processo, obteve alimentos por coleta de. vegetais, caça e pesca;
descobriu abrigos, protegendo-se contra animais e intempéries; descobriu
a força dos ventos e das águas, o fogo e a periodicidade do clima nas
estações do ano. A necessidade de utilização sistemática dessas
descobertas fez com que o ser humano passasse para outro estágio de
desenvolvimento, decorrente da invenção de processos de produção e de
controle daquelas descobertas, como produção e manutenção do fogo,
invenção da irrigação, invenção da agricultura e da criação de animais,
produção de ferramentas, invenção da metalurgia, cerâmica, tecidos.
Assim, das raízes históricas ao seu processo de afirmação como
conhecimento sistematizado, isto é, como ciência, a Química tomou-se um
dos meios de interpretação do mundo físico.
O conhecimento especializado, o conhecimento químico isolado, é
necessário, mas não suficiente para o entendimento do mundo físico, pois
não são capazes de estabelecer explícita e constantemente, por si só, as
interações com outros subsistemas.
Na interpretação do mundo através das ferramentas da Química, é
essencial que se explicite o caráter dinâmico. Assim, o conhecimento
químico não deve ser entendido como o conjunto de conhecimentos
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné240
isolados, prontos e acabados, mas sim uma construção da mente humana,
em contínua mudança. A História da Química, como parte do
conhecimento socialmente produzido, deve permear todo ensino de
Química, possibilitando ao aluno a compreensão do processo de
elaboração desse conhecimento, com seus avanços, erros e conflitos.
Os conhecimentos difundidos no ensino da Química permitem a
construção de uma visão de mundo mais articulada e menos fragmentada,
contribuindo para que o indivíduo. se veja como participante de um
mundo em constante transformação.
Com isso o aluno será capaz de selecionar e processar informações
para poder relacionar os conhecimentos adquiridos de forma integrada.
Assim, faz-se necessário adquirir competências e habilidades para poder
organizar produções de forma autônoma e criativa e ter capacidade de
resolver problemas.
Utilizar a vivência dos alunos e fatos do dia- a- dia pode ajudar a (re)
construir os conhecimentos químicos que possibilitam conhecer o mundo
em que eles vivem.
As habilidades desejáveis no ensino da Química devem estar
relacionados aos conteúdos a serem desenvolvidos: descrever as
transformações químicas em linguagens discursivas, compreender os
códigos e símbolos próprios da Química atual, compreender dados
quantitativos, estimativas e medidas, selecionar e utilizar idéias e
procedimentos científicos (leis, teorias, modelos) para a resolução de
problemas qualitativos e quantitativos de Química.
Os conhecimentos difundidos no ensino da Química permitem a
construção de uma visão de mundo mais articulada, menor fragmentada,
contribuindo para que o indivíduo se auto-observe como participante de
um mundo em constante transformação. Esses conhecimentos devem se
traduzir em habilidades cognitivas e afetivas ao aluno do ensino médio.
Conteúdos Estruturantes
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné241
MATÉRIA E SUA NATUREZA
O que é Química;
• Propriedades gerais da matéria Substâncias e misturas;
• Fenômenos;
• Relações de massa: Leis ponderais;
• Modelos atômicos;
• Modelo atômico moderno;
• Elementos químicos;
• Tabela periódica;
• Ligações químicas;
• Funções inorgânicas;
• Reações e equações químicas.
BIOGEOQUIMICA
• Comportamento físico dos gases;
• Soluções;
• Propriedades Coligativas;
• Termoquímicas;
• Eletroquímica;
• Radioatividade;
• Cinética Química;
• Equilíbrios químicos.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné242
QUIMICA SINTETICA
• Introdução à química orgânica;
• Propriedades do átomo de carbono;
• Cadeias carbônicas;
• Funções orgânicas;
• Isomeria;
• Química orgânica e meio ambiente;
• Polímeros;
• Conservantes;
• Fertilizantes;
• Aditivos;
• Fibra óptica.
Encaminhamento Metodológico da Disciplina
Para atingir as metas do ensino de química, existem caminhos
variados. Cada professor escolhe o melhor caminho, porém sempre
fazendo observações para que os objetivos estejam sendo alcançados de
maneira satisfatória.
“Isto é possível, na medida em que se considera aluno
e professor como sujeitos e produtores do seu próprio
conhecimento. Isto é, o conhecimento não é um dado
pronto e acabado, mas uma constate re-elaboração e
construção, que se dá a partir de necessidades e
problemas colocados pelo cotidiano. A percepção da
possibilidade de elaboração do conhecimento deve se
tomar o fio condutor de todo o trabalho educativo, onde
professores e alunos, numa relação pedagógica, se
colocam numa interação constante de ensino-
aprendizagem”.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné243
A partir dessas reflexões o trabalho da disciplina de química deve
tratar os conhecimentos como elementos de sustentação para as tecer em
torno deles. A preocupação maior deve-se a integração da pratica com a
teoria, buscando o seu significado, mais do que memorizar
acontecimentos amarrados por uma linha do tempo com intuito de
memorização maior que a reflexão.
A coleta dos materiais dos conteúdos selecionados não cabe
apenas ao professor, onde tem a participação ativa do aluno, isto é, o
professor coloca a disposição do aluno para que o mesmo possa analisar e
interpretar os resultados avaliativos.
O professor deve priorizar a atividade intelectual com base em
experiências vividas pelos alunos, fazendo com que o educando leia o
mundo em que vive com seus próprios olhos e com olhos da ciência ,
realizando atividades experimentais em sala de aula por demonstrações
vistas, tendo em vista que estas atividades tem o papel de facilitar a
aprendizagem. Ao elaborar atividades para que os alunos desenvolvam.
Considerar também o desenvolvimento cognitivo e de valores, como
controle das variáveis, e tradução de informações. Proporcionar a leitura
de textos para posterior discussão de ideias e temas levando os alunos a
construir e ampliar conceitos. Ministrar aulas dialógicas, instigando o
diálogo sobre o tema de estudo. Utilizar recursos de áudio e vídeo com a
finalidade de facilitar a aprendizagem utilizando a informática como fonte
de dados e informações.
Avaliação
O conhecimento e compreensão de conceitos e procedimentos,
com capacidade de ampliar conhecimento na resolução de problemas do
cotidiano de química, e de outras áreas, utilizando a linguagem química
para expressar ideias, habilidades de pensamento como analisar,
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné244
generalizar, inferir, raciocinar; cuidando da realização de tarefas e na
cooperação em grupo.
Bibliografia
BRASIL. Presidência da República. lei n° 9394. Brasília: 1996.
CANTO, Eduardo. Química. São Paulo: Editora Moderna, 2003.
CHASSOT,A. A Ciência através dos tempos. 7a ed. São Paulo: Moderna,
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KUENZER, Acácia Z. (org.). Ensino Médio: construindo uma proposta para
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MALDANER, O. A. A Formação inicial e continuada de professores de
Química: Professor/Pesquisador. 2a ed. Ijuí: Ed. Ijuí,2003.
QUAGLlANO,J.V. e VALLARINO, L.M. Química. 3a ed. Ed. Guanabara Dois,
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______ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares
Nacionais. Curitiba, 2006.
______ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Química, livro didático.
Curitiba: SEED, 2006.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné245
SOCIOLOGIA
Apresentação da Disciplina
A trajetória do Ensino de Sociologia, caracterizada por frequentes
interrupções, trouxe-lhe marcas que não podem ser ignoradas
relativamente à sua inserção no cenário educacional.
Na Europa no auge da modernidade do século XIX surge uma ciência
disposta a dar conta das questões sociais, embora ainda imatura para os
acontecimentos que ora aconteciam e para melhor concluir, assim surge o
nascimento da disciplina sociologia como ciência, nesse período ocorria
três grandes revoluções: uma política, a Revolução Francesa de 1789;
uma social, a Revolução Industrial e uma revolução na ciência, que se
afirma como ilusionismo, com sua fé na razão e no progresso da
civilização.
Os anos 1930 foram de plena efervescência da Sociologia que se
institucionalizou, no Brasil, graças a um conjunto de iniciativas na área da
educação, no campo da pesquisa e editoração. Nasce o ensino da
disciplina e alavanca a reflexão sobre as peculiaridades da cultura e
sociedade brasileiras. Entre as iniciativas que favoreceram o despertar da
produção sociológica, estão as apontadas por Meucci (2008):
a) introdução da cadeira de sociologia nos cursos secundários chamados
complementares, em 1925, e nas Escolas Normais de Pernambuco e no
Rio de Janeiro, m 1928, e de São Paulo, em 1933;
b) criação dos cursos de Ciências Sociais na Escola Livre de Sociologia e
Política, em 1933; na Universidade de São Paulo, em 1934; na
universidade do Distrito Federal, em 1935; e na Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras do Paraná, em 1938;
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné246
c) publicação das consagradas obras Evolução Política do Brasil [1933] de
Caio Prado Júnior, Casa grande e senzala [1933] de Gilberto Freyre e
Raízes do Brasil [1936] de Sérgio Buarque de Holanda;
d) surgimento de dicionários, coletâneas de textos e periódicos que,
juntamente com os manuais didáticos, se constituíram nos primeiros
veículos de difusão do conhecimento sociológico, entre eles o Dicionário
de Etnologia e Sociologia [1939] de Herbert Baldus e Emílio Willems; o
Dicionário de Sociologia [1939] de Achiles Archero Júnior e Alberto Conte;
a revista Sociologia [1939], primeiro periódico especializado em Sociologia
publicado por Romano Barreto e Emílio Willems; e a coletânea organizada
por Romano Barreto, Leituras Sociológicas [1940], com traduções de
artigos publicados na Europa e nos Estados Unidos, considerados
essenciais para o conhecimento da teoria social.
No Brasil teve em Florestan Fernandes (1976), seus primeiros
acordes de análise positiva. E ficou a margem das salas por vários motivos
políticos e outros, mas graças a lei, a disciplina passou a ser obrigatória a
partir de 2007, por não estar ainda bem integrada tem sua limitação em
delimitar conteúdos pertinentes ao ensino médio, o que vamos superar em
breve, embasados pelas diretrizes.
Os grandes problemas que vivemos hoje, provenientes do
acirramento das forças do capitalismo mundial e do desenvolvimento
industrial desenfreado, entre outras causas, exigem sujeitos capazes de
refutar a lógica neoliberal da destruição social e planetária. É tarefa
inadiável da escola e da Sociologia a formação de novos valores, de uma
nova ética e de novas práticas que indiquem a possibilidade de construção
de novas relações sociais.
Seu objeto é o conhecimento e a explicação da sociedade pela
compreensão das diversas formas pelas quais os seres humanos vivem
em grupos, das relações que se estabelecem no interior e entre esses
diferentes grupos, bem como a compreensão das consequências dessas
relações para indivíduos e coletividades.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné247
A Sociologia se afirmou no desenvolvimento e na consolidação do
capitalismo; por isso, traz a especificidade de, simultaneamente, fazer
parte e procurar explicar a sociedade capitalista como forma de
organização social. Contudo, não existe uma única forma de explicar
sociologicamente a realidade; cada uma depende de posicionamentos
políticos distintos, o que confirma o princípio de que não existe
neutralidade científica em análises do social.
O tratamento dos conteúdos pertinentes à Sociologia se fundamenta
e sustenta-se em teorias originárias de diferentes tradições sociológicas,
cada uma com seu potencial explicativo. A ciência, dessa forma, pode ser
mobilizada para a conservação ou para a transformação da sociedade,
para a melhoria ou para a degradação humana. Como disciplina escolar, a
Sociologia deve acolher essa particularidade – das diferentes tradições – e,
ao mesmo tempo, recusar qualquer espécie de síntese teórica, assim
como encaminhamentos pedagógicos de ocasião, carentes de método e
rigor.
Karl Marx (1818-1883) concebe a sociedade capitalista como relação
de exploração, e a educação como possibilidade de emancipar o sujeito da
opressão exercida por essa relação desigual.
Marx, cuja teoria teve a finalidade de compreender a natureza da
sociedade capitalista e apontar uma direção para sua transformação,
investigou os mecanismos de “enquadramento” social dos indivíduos pela
análise das forças sociais capazes de controlar a consciência humana. Ao
perceber, para além das aparências, o processo histórico que conduziu a
burguesia ao patamar de classe dominante, Marx enunciou – como lei de
validade geral – que a história das sociedades é movida pela luta entre as
classes sociais.
Émile Durkheim (1858-1917) concebe a sociedade capitalista como
vínculo moral entre os homens e a educação como forma de manutenção
da estabilidade e da ordem social.
Para Durkheim, as representações dos fatos sociais são percebidas
pelas pessoas de modo singular e coletivo ao mesmo tempo: cada ser
humano é habitado por estados mentais que dizem respeito apenas à sua
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné248
pessoa quanto por estados mentais coletivos, que são crenças, valores e
hábitos compartilhados.
Max Weber (1864-1920) concebe a sociedade capitalista como
vínculo de racionalização da vida, resultado de uma grande teia de
interações e relações interindividuais e pensa a educação como uma
resposta limitada e inexorável à essa racionalização.
Para Weber, a realidade social não é algo por si, independente. A
realidade tem determinada fisionomia a partir dos valores que orientam
sua compreensão, os quais são compartilhados, são coletivos. No entanto,
são introjetados e apreendidos de formas diferenciadas, efeito do
processo de interação social. Ou seja, o social reside na interação entre as
partes, que são muitas e se renovam a cada dia; daí a impossibilidade de
sua apreensão como totalidade.
Antonio Gramsci (1891-1937), pensador marxista e ativo militante
comunista, volta sua reflexão para as sociedades de capitalismo
avançado, caracterizadas por um forte mercado interno e pelo pluralismo
político.
Conforme a concepção de Gramsci, o poder é diluído entre o
governo e suas instituições, qualificado por ele como o espaço da coerção;
e a variadas instâncias da sociedade civil, como as indústrias, os partidos,
os sindicatos, chamadas de espaço de consenso e persuasão.
Em sua concepção de sociedade, Bourdieu (1930 – 2002) radicaliza a
precedência e o peso das estruturas sociais sobre as ações individuais
presentes no pensamento de Durkheim.
Bourdieu questiona o discurso que propaga uma escola igualitária
que, supostamente, possibilitaria a concretização das potencialidades
humana. Ao contrário, para ele, a instituição escolar dissimularia, sob a
fachada da neutralidade, as desigualdades.
Para Florestan Fernandes (1920-1995), a sociedade é um nexo de
relações causais que se desdobram em processos e estruturas que
engendram a especificidade social.
Para ele, o homem se constitui como ser social no mesmo processo
por meio do qual constitui sua sociabilidade, sua forma de organização
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné249
concreta. “Existir” socialmente significa, para o sociólogo, compartilhar
condições e situações, desenvolver atividades e reações, praticar ações e
relações que são interdependentes e se influenciam reciprocamente. Tal
nexo de relações configura as condições de persistência e/ou
transformação da realidade social.
Objetivos Gerais
No contexto escolar o conhecimento de concepções é importante na
construção do pensamento sociológico, porque possibilita ao aluno de
Ensino Médio ter acesso a conhecimentos elaborados de forma rigorosa,
complexa e crítica, acerca da realidade social na qual está inserido. A
sociedade brasileira, com suas acentuadas desigualdades sociais,
econômicas, políticas e culturais permite questionar muito da Sociologia
clássica e moderna a partir do resgate dos seus conteúdos críticos.
Categorias como coerção, coesão, racionalidade, interação, hegemonia,
classe social, reprodução, violência simbólica, diversidade, desigualdade,
apresentam-se como possibilidades de explicação e emancipação das
relações, processos e estruturas de dominação política e apropriação
econômica que articulam as desigualdades e os antagonismos que
caracterizam a realidade brasileira e sua inserção no mundo
contemporâneo.
Conteúdos Estruturantes e Específicos
O Surgimento da Sociologia e Teorias Sociológicas
-A formação e consolidação da sociedade capitalista e o desenvolvimento
do pensamento social;
- O pensamento científico e senso comum;
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné250
- As Teorias sociológicas clássicas: Comte, Durkheim, Engels e Marx,
Weber.
- O desenvolvimento da sociologia no Brasil.
1. Processo de Socialização e as Instituições Sociais
Processo de Socialização;
Grupos sociais;
Instituições sociais: Familiares; Escolares; Religiosas;
Instituições de Ressocialização: prisões, manicômios, educandários, asilos,
etc.;
A Instituição Estado.
2. Cultura e Indústria Cultural
O desenvolvimento antropológico do conceito de cultura e sua
contribuição na análise das diferentes sociedades;
O que é Diversidade cultural;
O que é Identidade;
Indústria cultural e Meios de comunicação de massa;
Sociedade de consumo;
Preconceito e formas de discriminação;
Questões de gênero;
Cultura afro-brasileira e africana;
Cultura indígena;
A formação do Povo brasileiro;
A formação da sociedade paranaense;
3.Trabalho, Produção e Classes Sociais
O conceito de trabalho e o trabalho nas diferentes sociedades;
Desigualdades sociais: estamentos, castas, classes sociais;
O Trabalho nas sociedades capitalistas e suas contradições;
Globalização; Relações de trabalho;
Neoliberalismo;
O Trabalho no Brasil.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné251
4. Poder, Política e Ideologia
O que é Estado? E a Formação e desenvolvimento do Estado Moderno;
A democracia, o autoritarismo, o totalitarismo
O Estado no Brasil;
Conceitos de Poder;
Conceitos de Ideologia;
Conceitos de dominação e legitimidade;
As expressões da violência nas sociedades contemporâneas;
A mídia e as comunicações de massa.
5. Direito, Cidadania e Movimentos Sociais
Direitos: civis, políticos e sociais;
Direitos Humanos;
Conceito de cidadania;
Conceito de Movimentos Sociais;
Movimentos Sociais urbanos e rurais;
Movimentos Sociais no Brasil;
Movimentos ambientalistas;
Movimentos Sociais Conservadores.
Metodologia da disciplina
No ensino de Sociologia é fundamental a utilização de múltiplos
instrumentos metodológicos, os quais devem adequar-se aos objetivos
pretendidos, seja a exposição, a leitura e esclarecimento do significado
dos conceitos e da lógica dos textos (teóricos, temáticos, literários), a
análise, a discussão, a pesquisa de campo e bibliográfica ou outros, pois
assim como os conteúdos estruturantes – e os conteúdos específicos deles
derivados – e o processo de avaliação ensino-aprendizagem também
devem estar relacionados à própria construção histórica da sociologia
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné252
crítica, caracterizada portanto por posturas teóricas e práticas
favorecedoras ao desenvolvimento de um pensamento criativo e
instigante.
Recomenda-se articular os excertos dos textos sociológicos
acadêmicos a textos de livros didáticos, procurando garantir a
cientificidade do conteúdo trabalhado. A utilização de textos teórico-
sociológicos pode subsidiar o desenvolvimento teórico dos conteúdos. O
exercício de análise desses textos acadêmicos propicia uma aproximação
do educando com a linguagem própria das Ciências Sociais. Destaca-se
que textos literários contextualizados e articulados com o conhecimento
sociológico enriquecerão as discussões da disciplina.
O Livro Didático Público de Sociologia é outro importante suporte
teórico e metodológico desta disciplina e constitui um ponto de partida
para professores e alunos. Assim como qualquer material pedagógico, o
livro didático não esgota ou supre todas as necessidades que o ensino da
Sociologia requer no Ensino Médio.
Aprender a pensar sobre a sociedade em que vivemos, e
consequentemente a agir nas diversas instâncias sociais, implica antes de
tudo numa atitude ativa e participativa. O ensino da Sociologia pressupõe
metodologias que coloquem o aluno como sujeito de seu aprendizado, seja
a leitura, o debate, a pesquisa de campo, ou a análise de filmes, mas
importa que o aluno esteja constantemente provocado a relacionar a
teoria com o vivido, a rever conhecimentos e a reconstruir coletivamente
novos saberes.
AVALIAÇÃO
A avaliação no ensino de Sociologia, pauta-se numa concepção
formativa e continuada, onde os objetivos da disciplina devem estar de
acordo com os critérios de avaliação propostos pelo professor em sala de
aula. Concebendo a avaliação como mecanismo de transformação social e
articulando-a aos objetivos da disciplina, pretende-se a efetivação de uma
prática avaliativa que vise “desnaturalizar” conceitos tomados
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné253
historicamente como irrefutáveis e propicie o melhoramento do senso
crítico e a conquista de uma maior participação na sociedade. Pelo diálogo
suscitado em sala de aula, com base em leitura teórica e ilustrada, a
avaliação da disciplina constitui-se em um processo contínuo de
crescimento da percepção da realidade à volta do aluno e faz do
professor, um pesquisador.
De maneira diagnóstica, a avaliação formativa deve acontecer
identificando aprendizagens que foram satisfatoriamente efetuadas, e
também as que apresentaram dificuldades, para que o trabalho docente
possa ser reorientado. Nesses termos, a avaliação formativa deve servir
como instrumento docente para a reformulação da prática através das
informações colhidas. Nesse sentido, a avaliação também se pretende
continuada, processual, por estar presente em todos os momentos da
prática pedagógica e possibilitar a constante intervenção para a melhoria
do processo de ensino e aprendizagem. O caráter diagnóstico da
avaliação, ou seja, a avaliação percebida como instrumento dialético da
identificação de novos rumos, não significa menos rigor na prática de
avaliar. Transpostos para o ensino da Sociologia, esse rigor almejado na
avaliação formativa, conforme Luckesi (2005), significa considerar como
critérios básicos:
a) a apreensão dos conceitos básicos da ciência, articulados com a prática
social;
b) a capacidade de argumentação fundamentada teoricamente;
c) a clareza e a coerência na exposição das ideias sociológicas, no texto
oral ou escrito;
d) a mudança na forma de olhar e compreender os problemas sociais.
Os instrumentos de avaliação em Sociologia, atentando para a
construção da autonomia do educando, acompanham as próprias práticas
de ensino e aprendizagem da disciplina e podem ser registros de reflexões
críticas em debates, que acompanham os textos ou filmes; participação
nas pesquisas de campo; produção de textos que demonstrem capacidade
de articulação entre teoria e prática.
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné254
Várias podem ser as formas, desde que se tenha como perspectiva
ao selecioná-las, a clareza dos objetivos que se pretende atingir, no
sentido da apreensão, compreensão, reflexão dos conteúdos pelo aluno e,
sobretudo, expressão oral ou escrita da sua percepção de mundo. Assim, a
avaliação em Sociologia busca servir como instrumento diagnóstico da
situação, tendo em vista a definição de encaminhamentos adequados para
uma efetiva aprendizagem. Estudar, aprender e ensinar Sociologia exige
posicionamentos teórico-metodológicos claros e concisos e também um
posicionar-se frente à realidade escancarada pelo conhecimento
produzido.
A forma de agir metodologicamente no ensino da Sociologia em
nível médio aproxima estudantes e professores nas indagações e esses da
realidade social devolvendo o conhecimento científico ao senso comum.
Nesse movimento invertido, a Sociologia crítica revela que o
conhecimento científico-tecnológico tem cercado a humanidade, fazendo-
a refém da fome, da concentração de riquezas, da desigualdade, das
discriminações sociais, apenas para citar algumas das disparidades e
paradoxos que a modernidade produziu. Cabe ao ensino da Sociologia,
despertar a consciência dos educandos para as possibilidades de
mudança. Demonstrar esses nexos de responsabilidade entre a ciência e a
política pode devolver aos professores e alunos-pesquisadores, a
dimensão social desse conhecimento nos currículos de Sociologia. A
pesquisa integrante da Sociologia, não sendo neutra nem pura, nem
imparcial ou comprometida, tem um papel social de importância no Ensino
Médio das escolas brasileiras: dar respostas simples a perguntas simples.
O que se apresenta de forma complicada pode não conter bem qualquer
formulação. As contribuições sobre a matéria requerem visões e
interpretações de maior compreensão e menor margem de equívocos ou
reducionismos.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Espera-se que os estudantes compreendam:
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné255
O processo histórico de constituição da Sociologia como ciência;
Como as teorias clássicas relacionam-se com o mundo
contemporâneo;
Que o pensamento sociológico constrói diferentes conceitos para a
compreensão da sociedade e dos indivíduos;
Que os conceitos formulados pelo pensamento sociológico
contribuem para capacidade de análise e crítica da realidade social
que os cerca;
Que as múltiplas formas de se analisar a mesma questão ou fato
social refletem a diversidade de interesses existentes na sociedade;
Reconheçam a importância da produção sociológica nacional e o
esforço dos sociólogos brasileiros para se pensar o país;
Identifiquem-se como seres eminentemente sociais;
Compreendam a organização e a influência das instituições e grupos
sociais em seu processo de socialização e as contradições deste
processo;
Reflitam sobre suas ações individuais e que as ações em sociedade
são interdependentes;
Conheçam a importância e o papel das Instituições de
Ressocialização;
Reconheçam a necessidade do Estado em nossas vidas;
Identifiquem e compreendam a diversidade cultural, étnica,
religiosa, as diferenças sexuais e de gênero presentes nas
sociedades;
Compreender que a questão gênero é uma construção social;
Conheçam o processo de formação do povo brasileiro e da
sociedade paranaense;
Conheçam a importância e as contribuições dos diversos povos e
etnias que formaram o Brasil;
Compreendam como a cultura e a ideologia podem ser utilizadas
como formas de dominação na sociedade contemporânea;
Col gio Estadual Vereador Angelo Gequeliné256
Compreendam como o conceito de indústria cultural engloba os
mecanismos que transformam os meios de comunicação de massa
em poderosos instrumentos de formação e padronização de
opiniões, gostos e comportamentos;
Entendam o consumismo como um dos produtos de uma cultura de
massa, que está relacionada a um determinado sistema
econômico, político e social;
Identifiquem as formas de discriminação existentes
contemporaneamente e trabalhem para o desenvolvimento da
alteridade;
Que as desigualdades sociais são historicamente construídas, ou
seja, não são “naturais”. Variam conforme a articulação e
organização das estruturas de apropriação econômica e de
dominação política;
As transformações nas relações de trabalho advindas do processo
de globalização;
Que a sociedade é formada por classes sociais e que estas, são
construções sociológicas;
Compreendam o contexto histórico da conquista de direitos, e sua
relação com a cidadania;
Percebam como direitos que hoje consideram “naturais” são
resultado da luta de diversos indivíduos ao longo do tempo;
Sejam capazes de identificar grupos em situações de
vulnerabilidade em nossa sociedade, problematizando a
necessidade de garantia de seus direitos básicos;
Compreendam as diversas possibilidades de se entender a
cidadania;
Compreendam o contexto histórico do surgimento dos diversos
movimentos sociais em suas especificidades.
Bibliografia
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AZEVEDO, F. Princípios de sociologia: pequena introdução ao estudo da sociologia geral. 11ª ed. São Paulo: Duas Cidades, 1973.
BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem, São Paulo: Hucitec, 1992.
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FÍSICA
Apresentação Geral da Disciplina
A Física é uma das ciências mais antigas, é responsável por
grande partedo desenvolvimento cientifico alcançado pela humanidade e
tem como objeto de estudo o universo em toda sua complexidade.
As descobertas no campo da Física remontam a pré-história, onde
nasceu o primeiro conhecimento elementar da Mecânica.
As primeiras civilizações Mesopotâmia e do Egito exerciam os
conhecimentos físicos em caráter prático, não sistematizando uma teoria
explicativa.
Os gregos tentavam explicar o mundo através da razão, assim
explicavam os seus conhecimentos através de princípios explicativos,
porém valorizaram demasiadamente as idéias e muito pouco a
experimentação.
A Física foi inaugurada por Galileu Galilei (1562-1643), no século
XVI, com uma nova forma de se conceber o universo, pela descrição
matemática dos fenômenos físicos. Galileu buscava descrever um
fenômeno partindo de uma situação particular, por exemplo, a queda de
um corpo sob ação da gravidade. Inaugurava-se então as bases da ciência
moderna, que, a partir de uma situação particular chega ao geral,
tornando possível construir leis universais.
Galileu Galilei contrariou a física aristotélica ao propor que o peso
dos corpos não tem influência sobre a sua queda. Na concepção de
Aristóteles, os corpos caem porque tendem a buscar o seu lugar natural, o
centro da Terra, o qual, por sua vez coincide com o centro do Cosmos.
De suas observações através do telescópio, Galileu Galilei desfez o
sacrário dos lugares naturais, da dicotomia entre terra e céu, entre mundo
sublunar e supralunar. Então, o universo já não seria finito nem o céu tão
perfeito. O espaço deixava de ser qualitativo para ser mensurável; passou
a ser descrito em linguagem matemática.
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Ao aceitar o modelo de Copérnico e propor a matematização do
universo, Galileu causou uma revolução.
Ao instituírem o método, Bacon, Galileu, Descartes e,
provavelmente, outros anônimos, retiraram das autoridades eclesiásticas
o controle sobre o conhecimento e iniciaram um novo período que
chamamos de moderno, de modo que abriu-se caminho para que Isaac
Newton (1642-1727) fizesse a primeira grande unificação da ciência,
elevando a Física, no século XVII, ao estatuto de Ciência.
Issac Newton fez as suas descobertas mais importantes e quando
interrogado respondeu: "Para descobrir todos os fenômenos que deseja,
basta ao sábio três coisas: pensar, pensar, pensar."
No final do século XIX destacou-se Albert Einstein, autor da teoria da
relatividade (1905), onde provocou grande revolução no campo cientifico,
desenvolvendo a mecânica quântica.
Elaborada por Newton, a Teoria da Gravitação deu consistência
teórica aos trabalhos de Brahe e Kepler e pode ser considerada o início de
urna nova concepção, na qual o universo passaria a ser governado por leis
físicas, sob equações matemáticas, e já não tão submetido à ação divina.
A partir de Newton e seus sucessores, a nova ciência indicava a
idéia de que o universo se comporta com uma regularidade mecânica,
conhecida como mecanicismo, e está alicerçada em dois pilares:
• a Matemática, como linguagem para expressar leis, idéias e
elaborar modelos para descrever os fenômenos físicos; e
• a experimentação, como forma de questionar a natureza, de
comprovar ou confirmar idéias, de testar nossos modelos.
De acordo com Abrantes (1989), a Física francesa do século XIX
distinguia as propriedades gerais dos corpos (physique générale - Física
geral), seguindo o modelo dos Principia. Era abstrata, matematizada,
euclidiana, cujo caráter qualitativo e especulativo dificultava uma visão
simples da natureza. Os fenômenos particulares, por sua vez, (physique
particulière - Física especial) eram tomados sob uma abordagem empírica,
qualitativa, especulativa, conforme o modelo da Óptica. "Em Laplace, os
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newtonianos que tomaram seja os Principia, seja a Óptica como
paradigmas confluem, contribuindo para o surgimento, na França, de uma
Física unificada" (ABRANTES, 1989, p. 10).
Na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII, o capitalismo se
consolidava. Com a incorporação das máquinas a vapor à indústria, houve
mudança no modo de produzir bens, o que contribuiu para grandes
transformações sociais e tecnológicas.
O contexto social e econômico favorecia o avanço do conhecimento
físico, de maneira que a termodinâmica evoluía.
Em 1842, Mayer concluiu que calor e trabalho são manifestações de
energia, e elaborou uma síntese na qual afirmava que a energia criada
não pode ser destruída, aniquilada; pode tão-somente mudar de forma. Ao
abranger trocas de trabalho e calor, a energia mostrou-se uma quantidade
que se conserva em todos os processos, constituindo outro grande
invariante, ao lado das quantidades de movimento, outra grande
unificação da Física (MENEZES, 2005, p. 29).
Em 1808, com a vinda da família real ao Brasil, o ensino de Física foi
trazido para o nosso país para atender à corte e aos desejos da
intelectualidade local. O ensino de Física ocupou-se com a formação de
engenheiros e médicos, de modo a formar as elites dirigentes do país.
Portanto, não era para todos, visto que esse conhecimento não fazia parte
da grade curricular das poucas escolas primárias ou profissionais.
No período entre guerras, a ascensão do nazismo na Alemanha e a
solidificação do fascismo na Itália faziam muitos cientistas se transferirem
para países onde podiam desenvolver suas pesquisas, especialmente os
Estados Unidos.
Em 1934, no Brasil, a conjuntura favoreceu a criação, na Faculdade
de Philosophia, Sciencias e Letras da Universidade de São Paulo, do curso
de "Sciencias Physicas", destinado a formar bacharéis e licenciandos em
Física. A criação de tal curso foi possível com a vinda ao Brasil do
professor Gleb Wataghin, um físico russo de nascimento, que atuava na
Universidade de Turin. Foi criado, então, o curso de Física da USP, o que
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permitiu ao país que a Física, como campo de pesquisa e criação de novos
conhecimentos, começasse efetivamente.
A intensificação do processo industrial no país, desde a década de
1950, tornou a física no Brasil parte dos currículos do ensino secundário,
hoje Ensino Médio.
Em São Paulo, o grupo de Estudos em Tecnologia de ensino de
Física, formado por um grupo de professores ligados ao ensino secundário
paulista, desenvolveu o Projeto Piloto de Ensino de Física, durante o golpe
militar de 1964, com o patrocínio da Unesco, que introduziu a tecnologia
educativa e o uso da instrução programada no país.
A Física é um campo de conhecimentos específicos, em construção e
socialmente reconhecido, eis por que não é aceitável generalizá-lo. De
fato, essa cultura de busca de princípios gerais e abrangentes, tal qual o
espírito positivista, é obstáculo ao desenvolvimento do conhecimento
científico e pode levar o espírito científico a se prender a soluções fáceis,
imediatas e aparentes.
Dessa forma, a Física deve construir um ensino centrado em
conteúdos e metodologias capazes de levar aos estudantes uma reflexão
sobre o mundo das ciências, sob a perspectiva de que esta não é somente
fruto da racionalidade científica.
A Física deve educar para cidadania e contribuir para o
desenvolvimento de um sujeito crítico, capaz de admirar a beleza da
produção científica ao longo da história. Também deve considerar a
dimensão do conhecimento sobre o universo de fenômenos e fazer
perceber a não-neutralidade de sua produção, mas aspectos sociais,
políticos, econômicos e culturais, seu comprometimento e envolvimento
com as estruturas que representam tais aspectos.
Sob o pressuposto de que o ensino de Física considera a ciência uma
produção cultu¬ral, objeto humano construído e produzido nas e pelas
relações sociais, entende-se:
- que o processo de ensino-aprendizagem, em Física, deve partir do
conhecimento trazido pelos estudantes, fruto de suas experiências de vida
em seu contexto social. Interessam as concepções alternativas
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apresentadas pelos estudantes a respeito de alguns conceitos, as quais
influenciam a aprendizagem desses conceitos do ponto de vista científico;
- que a experimentação no ensino de Física é importante se
entendida como metodologia de ensino que contribui para relacionar
teoria e prática, por proporcionar melhor interação entre professor e
estudantes e entre grupos de estudantes, o que propicia o
desenvolvimento cognitivo e social, no ambiente escolar;
- que saber Matemática não pode ser um pré-requisito para ensinar
Física, ainda que a linguagem matemática seja, por excelência, uma
ferramenta para a Física. É preciso que os estudantes se apropriem do
conhecimento físico, daí a ênfase aos aspectos conceituais sem, no
entanto, descartar o formalismo matemático;
- que embora se adote um tratamento disciplinar, deve-se ir além,
visto que a Física não se separa das outras disciplinas,
- que é preciso localizar os conteúdos a serem trabalhados num
contexto social, econômico, cultural e histórico, situados no tempo e no
espaço.
Os conteúdos básicos devem ser abordados considerando-se:
• o contexto histórico-social, discutindo a construção científica como um produto da
cultura humana, sujeita ao contexto de cada época;
• a Epistemologia, a História e a Filosofia da Ciência – uma forma de trabalhar é a
utilização de textos originais traduzidos para o português ou não, pois se entende
que eles contribu-em para aproximar estudantes e professores da produção
Científica, a compreensão dos conceitos formulados pelos cientistas e os
obstáculos epistemológicos encontrados;
• o reconhecimento da Física como um campo teórico, ou seja, consideram-se
prioritários os conceitos fundamentais que dão sustentação à teoria dos
movimentos, pois se entende que, para ensinar uma teoria científica, é necessário
o domínio e a utilização de linguagem própria da ciência, indispensável e
inseparável do pensar ciência. Portanto, é fundamental o domínio das idéias, das
leis, dos conceitos e definições presentes na teoria e sua linguagem científica;
• as relações da Física com a Física e com outros campos do conhecimento;
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• o contexto social dos estudantes, seu cotidiano e os jogos e brincadeiras que
fazem parte deste cotidiano;
• as concepções dos estudantes e a História da evolução dos conceitos e idéias em
Física como possíveis pontos de partida para problematizações;
• que a ciência dos movimentos
não se esgota em Newton e seus sucessores. Propõe-se uma discussão em
conjunto com o quadro teórico da Física no final do século XIX, em especial as
dúvidas que inquietavam os cientistas a respeito de algumas questões que
envolviam o eletromagnetismo, as tentativas de adaptar o eletromagnetismo à
mecânica, o surgimento do Princípio da Incerteza e as conseqüências para a física
clássica;
• textos de divulgação científica, literários, etc.
Do ponto de vista clássico, o conceito de momentum implica na concepção de
intervalo de tempo, deslocamento, referenciais e o conceito de velocidade.
1ª Série
Conteúdos Estruturante -Movimento
- História da física nos movimentos;
- Sistema Internacional de medidas;
- Cinemática;
- Dinâmica;
- Gravitação Universal;
- Estática;
- Hidrostática.
2ª Série
Conteúdos Estruturante - Termodinâmica
- Termologia;
- Estudo dos gases;
- Termodinâmica;
- Ondulatória;
- Acústica.
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3ª Série
Conteúdos Estruturante - Eletromagnetismo
- Eletrostática;
- Eletrodinâmica;
- Eletromagnetismo;
- Óptica
Encaminhamento Metodológico da Disciplina
Propõe-se uma metodologia onde o educador deverá estimular o
aluno a perguntar ao ensinar os conteúdos, fazendo relações com
situações concretas à sua vida.
O estudante adquire a concepção espontânea no dia-a-dia, na
interação com os diversos objetos no seu espaço de convivência, os quais,
na escola, fazem-se presentes ao se iniciar o processo de ensino-
aprendizagem.
O professor tem uma função importante que é uma espécie de
informante científico, pois como os alunos poderiam formular questões
sobre algo que não conhecem?
Deve-se estimular as atividades experimentais, pois elas disputam
em grande parte a curiosidade do aluno, é uma maneira de explicitar as
idéias sobre o que está sendo estudado, procurando demonstrar ou
confirmar os conceitos, favorecendo a compreensão do educando.
Procurar trabalhar a Física não somente como matemática aplicada.
Os exercícios deverão estar ligados a situações concretas da vida do
aluno.
Deve-se trabalhar conduzindo o educando a desenvolver o máximo
possível dos objetos que são esperados, tais como: compreender
enunciados, fórmulas, códigos, fazer representações, utilizar as tabelas,
sendo capaz de diferenciar as linguagens matemáticas e físicas,
apresentando de maneira clara e sintética o que foi aprendido, reconhecer
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a física fazendo relações com a história sociocultural, compreender a sua
evolução e relação com o meio científico.
Para facilitar o aprendizado do aluno, podemos utilizar meios
tecnológicos como recursos computacionais, ou seja, softwares voltados
ao ensino da física, textos e notícias retirados do portal dia-a-dia educação
e aulas expositivas. Utilização de programas referentes a Física que são
transmitidos através da TV Paulo Freire, e também utilizando laboratórios
para realização de experimentos de Física.
Os modelos Matemáticos e o ensino de Física
É de senso comum o argumento de que para ensinar Física é preciso
um requisito prévio: saber Matemática. De fato, em muitas situações, os
fenômenos físicos são ensinados a partir de fórmulas.
Ainda hoje, no estudo dos movimentos, há um excesso de atenção
às questões da engenharia.
Segundo os DCEs, para que o estudante tenha uma visão mais
abrangente do universo, é preciso indicar-lhe que as fórmulas
matemáticas representam modelos, os quais são elaborações humanas
criadas para entender determinado fenômeno ou evento físico. Esses
modelos são válidos para alguns contextos, não para todos. Ou seja, eles
abrangem uma região e têm um prazo de validade que termina quando a
teoria não consegue explicar fatos novos que podem surgir. Portanto, não
é suficiente propor questões como: considere, suponha, resolva e calcule.
Sabe-se da importância da linguagem matemática na Física, visto
ser uma ciência estruturada sob modelos traduzidos em equações
matemáticas. Mas os modelos criados quase sempre são escritos pelos
cientistas para seus pares. Falar com estudantes é diferente; é preciso
levar em conta seu grau de capacidade de compreensão dessa matéria,
para que chegue a um saber científico em contraponto à imparcialidade e
à unilaterali-dade do conhecimento empírico.
O papel da experimentação no ensino de Física
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Todas as pesquisas realizadas sobre o ensino da física, mostram
como é importante o uso dessa prática para melhorar a compreensão dos
fenômenos físicos.
Os experimentos podem suscitar a compreensão de conceitos ou a
percepção da relação de um conceito com as idéias discutidas em aula,
para que os estudantes reflitam sobre a teoria e a prática e para que o
professor perceba as dúvidas dos alunos. Além disso, os experimentos
privilegiam o confronto entre concepções prévias e a concepção científica,
o que facilita a formação de um conceito científico. Para que isso seja
possível, antes do experimento, devem ser acolhidas as idéias
espontâneas dos alunos, em questões verbais ou escritas. Depois, o
próprio estudante pode comparar as suas concepções iniciais com a
concepção científica.
Leituras científicas de Física
Deve-se utilizar textos no ensino da física, porém tomar cuidado
quanto à escolha, no que diz respeito a: linguagem, conteúdo, aluno a que
se destina e o que se pretende com a proposta da leitura.
O texto deve servir como instrumento de mediação entre aluno-
aluno e aluno-professor, a fim de que surjam novas questões e discussões,
o que de fato ocorrerá, pois os leitores não são iguais, carregam em si
histórias de vida diferentes e versas leituras, ou, eventualmente nenhuma.
Avaliação
O processo avaliativo deverá ser contínuo e consistente,
considerando que o educando deverá estar desenvolvendo o espírito
crítico, questionador, refletindo e ampliando as percepções sobre o mundo
que o rodeia, compreendendo as leis e princípios através de vivências.
Dessa forma, a avaliação deve ter um caráter diversificado, levando
em consideração todos os aspectos: a compreensão dos conceitos físicos;
a capacidade de análise de um texto seja ele literário ou científico,
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emitindo uma opinião que leve em conta o conteúdo físico; a capacidade
de elaborar um relatório sobre um experimento ou qualquer outro evento
que envolva a Física, como por exemplo, uma visita a um Parque de
Ciência, dentre outros.
A avaliação não pode ser utilizada para classificar os alunos com
uma nota, como tradicionalmente tem sido feita, com o objetivo de testar
o aluno ou mesmo puni-lo, mas sim de auxiliá-lo na aprendizagem. Ou
seja, avaliar só tem sentido quando utilizada como instrumento para
intervir no processo de aprendizagem dos estudantes, visando o seu
crescimento.
Referências Bibliográficas
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Coleção explorando o Ensino. Física. Vol 7. Ministério da educação.
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Livro de Física do Ensino Médio, Secretaria de Estado da Educação.
______ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Arte, livro didático.
Curitiba: SEED, 2006.
______ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares
Nacionais. Curitiba, 2006.
www.diaadiaeducaçao.pr.gov.br
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_______________________________________________
Clei Fernando de Souza Gibleski
Diretor
Bugre, 22 de setembro de 2011.
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