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40_47túneis e outras obras geotécnicas execução de túneis e obras geotécnicas complexas– o que muda com o ccp revisto?
O “NOVO” CÓDIGO
No passado dia 31 de agosto foi publicado o
Decreto-Lei n.º 111-B/2017, que procede
à nona alteração ao CCP e que transpõe as
diretivas europeias números 2014/23/UE,
2014/24/UE, 2014/25/UE e 2014/55/UE.
Este decreto-lei entra em vigor no dia 1 de
janeiro de 2018.
As alterações introduzidas são significativas, e
extensivas aos diversos ramos da contratação
pública, no entanto neste texto apenas nos
iremos centrar nas mudanças mais relevantes
relacionadas com as obras públicas geotecni-
camente complexas, de que os túneis são um
exemplo paradigmático (mas não o único, pois
as alterações também têm impacto noutras
obras subterrâneas complexas).
Destacamos em seguida as seguintes al-
terações (não exaustivas nem por ordem
sequencial de artigos, mas tendo em conta o
seu impacto na forma de preparar, contratar
e executar estas obras geotecnicamente
complexas):
i) Novo regime dos “trabalhos a mais” e “tra-
balhos de suprimento de erros e omissões”
(EO) na fase de formação do contrato, com
a introdução dos “trabalhos complementa-
res” (TC) [artigos 61.º e 370.º a 378.º];
ii) Modificação objetiva dos contratos, que
agora pode ser realizada “com fundamento
nas condições nele previstas...” [artigos
312.º a 315.º];
E ainda as seguintes, por alterarem a forma
de preparação dos concursos públicos por
parte das entidades adjudicantes e, conse-
quentemente, alterarem também a resposta
dos concorrentes na elaboração das suas
propostas na fase procedimental e durante
a execução do contrato:
iii) Nova organização das fases de apresenta-
ção das propostas [artigo 50.º];
iv) Possibilidade de o empreiteiro reclamar
dos EO do caderno de encargos nos 60
dias subsequentes à consignação da obra
[artigo 378.º, n.º 3];
v) Resolução alternativa de litígios através da
promoção do recurso à arbitragem [artigo
476.º];
vi) O critério regra para adjudicação passa a
ser o da proposta economicamente mais
vantajosa, que tem por base o preço ou
custo (incluindo os custos do ciclo de vida)
e a melhor relação qualidade-preço [artigos
74.º e 75.º];
vii) A fixação do preço (ou custo) anormal-
mente baixo deixa de estar indexado a um
preço base para comparação, admitindo-
se agora a possibilidade de se comparar
o preço de um concorrente com a média
dos preços das outras propostas a admitir
[artigo 71.º];
viii) Possibilidade de o concorrente suprir as
irregularidades da sua proposta causadas
por formalidades não essenciais [artigo
72.º, n.º 3]
Gonçalo Diniz Vieira
Eng. Civil; MSc Geotecnia
EPPGDL (Plano Geral de Drenagem de Lisboa)/CML
Animador do GT2 da Comissão Portuguesa de Túneis
e Obras Subterrâneas (CPT)
goncalodv@gmail.com
O artigo aborda a 9ª revisão do Código dos Contratos Públicos (CCP) que foi recentemente
republicado através do Decreto-Lei n.º 111-B/2017, de 31 de agosto, e que entrará em
vigor no dia 1 de janeiro de 2018.
Ciente da importância desta revisão legislativa e do impacto que terá certamente para
as obras públicas subterrâneas com grande complexidade geotécnica, pretende-se fazer
um ponto de situação das alterações legislativas que são diretamente impactantes na
preparação, contratação e execução destas obras específicas, em especial os túneis.
Pretende-se também divulgar as melhores práticas contratuais internacionais já reconhe-
cidas pela International Tunnelling Association (ITA), através das suas recomendações.
Em resumo, pretende-se que os leitores fiquem um pouco mais esclarecidos no que diz
respeito às recentes alterações legislativas em matéria de contratação pública que têm
influência na execução das Obras Geotécnicas Complexas (OGC), e também (re)conheçam
as melhores práticas concursais internacionais deste tipo de obras.
40 CONSTRUÇÃO MAGAZINE 81 SETEMBRO/OUTUBRO 2017
SETEMBRO/OUTUBRO 2017 CONSTRUÇÃO MAGAZINE 81 41
IMPACTO DAS ALTERAÇÕES AO CCP
NA EXECUÇÃO DE OGC
Particularidades das OGC
A construção de Obras Geotécnicas Complexas,
em especial a construção de túneis subterrâ-
neos, é muito diferente de qualquer outro tipo
de construção “à vista”, pois as propriedades
do material de construção – o terreno – não po-
dem ser conhecidas com precisão a priori nas
fases de projeto e de preparação do contrato
de empreitada. As condições imprevistas, a
dependência relativamente aos meios e aos
métodos construtivos, o acompanhamento e
a análise dos resultados da monitorização e os
inevitáveis riscos de construção são fatores
indissociáveis da construção de OGC em geral,
e que ganham particular relevo na construção
de túneis (ITA-AITES, 2013).
As particularidades da construção subterrâ-
nea, que em muitos casos lida com situações
previsivelmente incertas, exige do engenheiro
e do legislador uma capacidade extraordinária
para criar as melhores condições contratuais,
técnicas e legais, por forma a poder capacitar
o projetista e/ou o construtor a adaptar em
tempo útil os métodos construtivos à realida-
de geológica-geotécnica e comportamental
observada em obra.
Mas a nossa legislação nacional não responde
eficazmente aos requisitos de adaptabilidade
tantas vezes necessária nas obras geotécni-
cas complexas, realizadas em condições de
elevada incerteza geotécnica (ou de outros
tipos de incerteza mas que não serão explora-
das neste texto). Em seguida iremos analisar
as alterações acima destacadas revistas no
“novo” código à luz desta necessária adapta-
bilidade contratual.
Novo regime dos “trabalhos a mais” e
“trabalhos de suprimento de erros e
omissões” (EO) na fase de formação do
contrato – introdução dos “trabalhos
complementares” (TC) [artigos 61.º e
370.º a 378.º]
Com a introdução de um novo tipo de traba-
lho, denominado “trabalho complementar”, o
legislador deixa cair o conceito de “trabalhos a
mais” (tipicamente associado a trabalhos não
previstos no contrato resultantes de circuns-
tância imprevista) e de “erros e omissões do
caderno de encargos” (tipicamente associados
a trabalhos i) resultantes de situações descon-
formes com a realidade mas que poderiam e
deveriam ter sido previstas, ou ii) resultantes
de situações associadas a condicionalismos
naturais com especiais características de
imprevisibilidade como é o caso de obras
geotécnicas complexas) e alarga o espetro de
circunstâncias associadas a estes novos TC:
i) “... quando resultem de circunstâncias não
previstas...”, o seu valor acumulado não
exceda 10% do preço contratual;
ii) “... quando... resultem de circunstâncias
imprevisíveis ou que uma entidade adjudi-
cante diligente não pudesse ter previsto...”,
o seu valor acumulado não exceda 40% do
preço contratual.
Deixa de existir, deste modo, qualquer refe-
rência excecional para os casos de obras cuja
execução seja afetada por condicionalismos
naturais com especiais características de
imprevisibilidade, nomeadamente as obras
marítimo-portuárias e as obras complexas
do ponto de vista geotécnico, em especial a
construção de túneis, bem como as obras de
reabilitação ou restauro de bens imóveis.
Estas alterações não vêm responder às cir-
cunstâncias de situações previsivelmente in-
certas, i.e., quando a entidade adjudicante (ou
o seu projetista) não pode prever com precisão
as situações em concreto que se irão encontrar
em obra (apesar de ter sido diligente na prepa-
ração do concurso), mas consegue prever que
poderão existir situações diferentes do que as
indicadas no projeto (que deverão ser as mais
prováveis de ocorrer).
Também não vêm responder às circunstâncias
de situações com uma probabilidade de ocor-
rência tão reduzida (muito pouco prováveis)
que, eventualmente, uma entidade adjudicante
diligente poderia ter previsto, mas que essa
mesma entidade adjudicante responsável
não deveria ter em conta como hipótese no
dimensionamento da obra, por não ter uma
relação custo-benefício proporcional e ade-
quada aos interesses da entidade adjudicante
(damos como exemplo o dimensionamento
de estruturas provisórias para um sismo
com um período de retorno de 50 anos, ou o
dimensionamento de um túnel para um cenário
geológico-geotécnico ultra-conservador em
toda a sua extensão).
Enquanto que a circunstância que acima iden-
tificamos como de situação previsivelmente
incer ta poderá ter uma resposta positiva
na análise que iremos fazer em seguida às
modificações objetivas ao contrato, já a cir-
cunstância resultante de uma probabilidade
de ocorrência reduzida deveria ser enquadrada
na redação existente (através de interpretação
extensiva): ... ” quando... resultem de circuns-
tâncias imprevisíveis ou que uma entidade ad-
judicante diligente e responsável não pudesse
ou não devesse ter previsto...”.
Fica desde já a proposta de extensão de inter-
pretação deste artigo.
Modificação objetiva dos contratos, que
agora pode ser realizada “com fundamento
nas condições nele previstas...” [artigos
312.º a 315.º]
A novidade na nova redação do artigo 312.º
aparece logo no início do artigo: “O contrato
pode ser modificado com fundamento nas
condições nele previstas e ainda...”
Esta nova justificação para a existência de
modificação objetiva do contrato durante o
seu período de vigência vem transpor para a
legislação nacional os pressupostos referi-
dos no artigo 72.º, n.º 1 alínea a) da diretiva
2014/24/UE que reconhece a importância da
flexibilidade contratual para conseguir atingir
os objetivos que presidem à celebração de
um contrato público ao admitir a hipótese de
existirem opções de modificação do contrato
desde que tenham sido devidamente indicadas
nas peças do procedimento.
Esta novidade vem abrir a possibilidade de se
adotar uma metodologia de projeto com base na
previsão de cenários de referência (mais prová-
veis) e outros alternativos (menos prováveis)
para a evolução da obra, capazes de dar uma
resposta mais abrangente e adaptável às situ-
ações encontradas em obra, seguindo as regras
da boa arte e de uma adequada gestão do risco.
túneis e outras obras geotécnicas
Esta foi uma das medidas concretas que o Gru-
po de Trabalho N.º 2 da Comissão Portuguesa
de Túneis propôs ao governo, no âmbito da
reflexão que realizou entre 2015 e 2016 sobre
a legislação portuguesa de contratação pública
à luz das novas diretivas europeias e das me-
lhores práticas de construção subterrânea,
em particular os túneis, para dar resposta
às situações previsivelmente incertas que
ocorrem neste tipo de obras geotecnicamente
complexas e que exigem uma adaptação jus-
tificada do método construtivo decorrente da
existência de condições geotécnicas substan-
cialmente diferentes das previstas no cenário
base de referência (o mais provável) do projeto
lançado a concurso.
Valerá com certeza a pena explorar esta nova
redação do artigo 312.º, conjugando com os
restantes artigos que dizem respeito aos limi-
tes de aplicação (art. 313.º) e à consequente
reposição do equilíbrio financeiro do contrato
(art. 314.º).
Um aspeto também muito relevante neste
tipo de obras que tem de ser ponderado diz
respeito à repartição do risco entre as partes
(referido no n.º 3 do artigo 314.º), que deve
ser muito bem definido nas peças concursais.
Por exemplo, outra das propostas avançadas
pelo GT2 da CPT prende-se com a alocação do
risco hidrogeológico e geotécnico que deve
ser atribuído ao dono de obra, enquanto que
a componente do risco de desempenho para
as condições geotécnicas expectáveis (o
risco da geologia conhecida nas prospeções
efetuadas) deve ser atribuído ao construtor.
Consideramos que este artigo poderá trazer
alguns aspetos positivos para a construção
e gestão deste tipo de OGC, desde que seja
devidamente previsto nas peças concursais.
Nova organização das fases de
apresentação das propostas [artigo 50.º],
e abertura da possibilidade do empreiteiro
reclamar dos EO do caderno de encargos
nos 60 dias subsequentes à consignação da
obra [artigo 378.º, n.º 3]
O artigo 50.º foi profundamente revisto, juntan-
do agora no primeiro terço do prazo fixado para
a apresentação das propostas a i) solicitação
de esclarecimentos necessários à boa com-
preensão e interpretação das peças do proce-
dimento e, no mesmo prazo, a ii) apresentação
de uma lista na qual identifiquem, expressa e
inequivocamente, os erros e as omissões das
peças do procedimento por si detetados.
Consideramos que esta revisão não foi muito
feliz pois se, por um lado:
– “... A lista a apresentar ao órgão competente
para a decisão de contratar deve identificar,
expressa e inequivocamente, os erros ou
omissões do caderno de encargos deteta-
dos, com exceção dos referidos na alínea
d) do número anterior e daqueles que por
eles apenas pudessem ser detetados na
fase de execução do contrato, atuando com
a diligência objetivamente exigível em face
das circunstâncias concretas.” (conforme o
n.º 3 do art. 50.º),
então o incumprimento do dever acima referido
que lhe está associado não tem consequên-
cias, pois:
– “O empreiteiro deve, no prazo de 60 dias
contados da data da consignação total ou
da primeira consignação parcial, reclamar
sobre a existência de erros ou omissões do
caderno de encargos, salvo dos que só sejam
detetáveis durante a execução da obra, sob
pena de ser responsável por suportar meta-
de do valor dos trabalhos complementares
de suprimento desses erros e omissões.”
(conforme o n.º 3 do art. 378.º).
Da conjugação destas duas alterações resulta,
na prática, que os concorrentes deixarão de
ter incentivo para apresentar a lista de erros
e omissões passíveis de serem detetados na
fase de concurso, pois podem-no fazer apenas
após a consignação, tendo 60 dias para apre-
sentar os EO sem qualquer penalidade.
Uma outra consequência evidente destas duas
alterações será o aumento relativo dos poten-
ciais trabalhos complementares resultantes
de circunstâncias não previstas (que têm um
limite de 10% do preço contratual), quando
comparados com a situação atual, que incen-
tiva os concorrentes a apresentarem a lista
de erros e omissões cuja deteção era exigível
na fase de formação do contrato (até ao 5/6
do prazo de apresentação das propostas) sob
pena de serem responsáveis por suportar
metade do valor desses trabalhos.
Deixamos a nota de que o n.º 3 do artigo 378.º
foi modificado entre a versão do código que foi
para consulta pública em agosto de 2016 e a
versão final publicada em agosto de 2017, pois
a anterior versão da consulta pública estava
em linha com a legislação atual ao prever que
“... O empreiteiro suporta metade do valor dos
trabalhos de suprimento de erros ou omissões
cuja deteção era exigível na fase de formação
do contrato, no prazo referido no artigo 50.º,
exceto pelos que hajam sido identificados
pelos interessados na fase de formação do
contrato mas que não tenham sido expressa-
mente aceites pelo dono da obra.”
Consideramos que estas alterações retiram
algum rigor nas propostas efetuadas na fase
pré-contratual, deixando para o início da obra
a discussão sobre os eventuais EO do projeto
e do caderno de encargos, o que poderá difi-
cultar o início dos trabalhos e, no caso de os
EO detetados serem superiores a 10% do preço
contratual, deitar o procedimento abaixo e
obrigar ao lançamento de um novo concurso.
Resolução alternativa de litígios através da
promoção do recurso à arbitragem [artigo 476.º]
O novo artigo 476.º do CCP (e último) vem per-
mitir o recurso à arbitragem ou a outros meios
de resolução alternativa de litígios emergentes
de procedimentos ou contratos aos quais se
aplique o código.
No entanto, ainda falta bastante caminho a
percorrer nesta área, e certamente ajustes a
realizar ao código, na medida em que se prevê
que caso a entidade adjudicante opte pelo
recurso à arbitragem poderá escolher e impor
a jurisdição de um qualquer centro de arbitra-
gem institucionalizado (quando existirem),
que os concorrentes terão de aceitar. Ora isto
não parece aceitável, pois este centro irá ter
um papel relevante nos litígios contratuais e
pré-contratuais e deveria ser escolhido por
uma entidade independente de qualquer um
dos interessados (tanto o dono de obra como
o cocontratante).
Parece-nos que esta decisão de escolha do
centro de arbitragem poderia passar pela
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túneis e outras obras geotécnicas
entidade reguladora, atualmente o IMPIC, mas
sobre esta matéria certamente correrá ainda
muita tinta.
O que realmente interessa reter, no que às
OGC diz respeito, é que uma resposta deste
tipo talvez não seja a mais adequada para
resolução expedita de conflitos durante a
fase de execução da obra. Como proposta,
julgamos que nas OGC que têm um potencial
de incerteza elevado quanto à realidade que
poderá ser encontrada durante a escavação
e execução dos trabalhos (incerteza muitas
vezes associada à qualidade do maciço e ao
zonamento geotécnico encontrado na frente
de obra), deverá ser criada uma Comissão de
Resolução de Conflitos com três membros
(um nomeado pelo Dono de Obra, o outro pelo
Construtor e um terceiro nomeado por esses
dois membros) capaz de analisar tecnicamente
as situações, para atuar rapidamente como de-
cisor nas situações de modificações objetivas
ao contrato por alteração das condições geo-
técnicas inicialmente previstas, respeitando
sempre o regime legal aplicável.
Fica a sugestão, que eventualmente poderá
ser enquadrada como “... outros meios de
resolução alternativa de litígios...”?
O critério regra para adjudicação passa a
ser o da proposta economicamente mais
vantajosa, que tem por base o preço ou
custo (incluindo os custos do ciclo de vida)
e a melhor relação qualidade-preço [artigos
74.º e 75.º]
As alterações efetuadas aos artigos 74.º e 75.º,
apesar de parecerem de monta, não vieram
alterar radicalmente a forma de adjudicar
atualmente pois o recurso à avaliação apenas
do preço enquanto único aspeto da execução
do contrato continua a ser possível.
As alterações vieram, isso sim, e bem em nosso
entender, chamar a atenção para a importância
do ciclo de vida (incluindo-se o custo da manu-
tenção e do funcionamento) da obra que deve
ser tido em consideração logo desde a fase
inicial de construção.
No entanto, interessa salientar a nova redação
do n.º 2 do artigo 75.º, que na sua alínea b) abre
a possibilidade de utilização de fatores e subfa-
tores de avaliação das propostas com base na
“...Organização, qualificações e experiência do
pessoal encarregado da execução do contrato
em questão, caso a qualidade do pessoal em-
pregue tenha um impacto significativo no nível
de execução do contrato, designadamente, em
contratos de serviços de natureza intelectual,
tais como a consultoria ou os serviços de projeto
de obras”, e também “...Serviço e assistência
técnica pós-venda e condições de entrega,
designadamente a data de entrega, o processo
de entrega, o prazo de entrega ou de execução e
o tempo de prestação de assistência...”.
I.e., é possível avaliar o currículo da pessoa
ou equipa que irá executar o contrato, no caso
de este ser um fator relevante para o nível de
execução exigido. No entanto, depois será
necessário assegurar que essa pessoa irá
realmente executar o contrato, caso contrá-
rio a entidade adjudicante estaria a incorrer
numa alteração que poderia afetar a decisão
de avaliação das propostas, nomeadamente
a sua ordenação e adjudicação.
Esta abertura é relevante em especial no caso
de túneis que possam exigir a execução do
projeto de execução por parte do construtor,
como acontece nos concursos de empreitada
lançados ao abrigo do n.º 3 do artigo 43.º
A fixação do preço (ou custo) anormalmente
baixo deixa de estar indexado a um preço
base para comparação, admitindo-se agora
a possibilidade de se comparar o preço de
um concorrente com a média dos preços das
outras propostas a admitir [artigo 71.º]
Com a nova redação do artigo 71.º volta a poder
ser utilizada como referência para preço ou
custo anormalmente baixo a média dos preços
das restantes propostas a admitir, uma situa-
ção que não é admitida atualmente.
Sobre este artigo consideramos que a defini-
ção do preço anormalmente baixo é sempre
uma tarefa difícil e, muito provavelmente, sem
uma única solução correta. O artigo, uma vez
mais, não elimina a possibilidade de indexação
do preço anormalmente baixo a uma percen-
tagem do preço base fixado no caderno de
encargos (na medida em que aceita a hipótese
de outros critérios considerados adequados)
mas abre a possibilidade de se utilizarem os
preços das outras propostas, ou o preço médio
obtido da consulta preliminar ao mercado, caso
tenha existido.
Possibilidade de o concorrente suprir as
irregularidades da sua proposta causadas por
formalidades não essenciais [artigo 72.º, n.º 3]
Esta é uma alteração ao artigo 72.º que consi-
deramos claramente positiva, na medida em
que sem se abdicar da transparência se está
a aumentar a concorrência, dando a possibili-
dade aos concorrentes que, por lapso, tenham
colocado uma assinatura não reconhecida ou
efetuado alguma troca num documento não
essencial, de corrigir a sua proposta e suprir
o seu erro formal.
Esta medida vem diminuir a burocracia e
melhorar o serviço prestado ao dono de obra,
sendo de louvar.
A revisão do código é muito extensa, mas de-
cidimos chamar a atenção para estes aspetos
mais relevantes para as obras geotécnicas
complexas, em especial os túneis, sabendo
que outras alterações também terão impacto
na contratação pública destas obras especiais.
RECOMENDAÇÕES RETIRADAS DA
EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL
Neste capítulo fazemos referência às melhores
práticas contratuais em países com grande
tradição neste tipo de obras geotécnicas
complexas, que promovem a adequação dos
métodos construtivos inicialmente previstos
às condições reais encontradas em obra (atra-
vés da utilização do método observacional,
conforme estabelecido no capítulo 2.7 da
Norma Europeia de Projeto Geotécnico – EC7:
Parte 1 Regras Gerais), promovendo desta
forma a redução do custo do risco geotécnico.
Fazem-no através de mecanismos contratuais
simultaneamente flexíveis e rigorosos, adap-
tando os métodos construtivos por aplicação
de regras sobre modificação dos contratos
para os cenários de projeto admissíveis, pre-
viamente analisados e previstos no concurso.
Em seguida apresentam-se algumas recomen-
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SETEMBRO/OUTUBRO 2017 CONSTRUÇÃO MAGAZINE 81 45
dações da ITA (International Tunneling Associa-
tion) que, em conjunto com a FIDIC (Internatio-
nal Federation of Consulting Engineers), está
presentemente a elaborar cláusulas especiais
que visam atender aos aspetos contratuais es-
pecíficos das obras subterrâneas complexas.
Gestão do risco
É sobejamente conhecida a definição de risco
(R), que resulta do produto da probabilidade de
ocorrência de um fenómeno adverso (P) pelo
seu impacto (I) em pessoas ou bens, ao nível
da segurança, do custo, do prazo, do ambiente,
ou outros:
R=P x I [1]
Um dos aspetos mais relevantes a gerir, quan-
do estamos em presença de obras geotécnicas
complexas que envolvem usualmente verbas
consideráveis, prende-se com a gestão do
risco geotécnico e contratual. Os riscos ge-
otécnicos são inevitáveis e indissociáveis da
construção subterrânea em geral, e ganham
particular relevo na construção de túneis. A
implementação de procedimentos formais de
gestão de risco em projetos subterrâneos é
fundamental para reduzir o “custo associado
ao risco”, em especial o geotécnico.
Aliás, a implementação de procedimentos
formais de gestão de risco em projetos
subterrâneos é altamente incentivada pela
ITA (International Tunneling Association) e
já é correntemente utilizada em projetos
internacionais com financiamento público/
comunitário, ou através de fundos de inves-
timento privados, usando registos de riscos
e melhorando a capacidade para identificar,
controlar, monitorar, comunicar e alocar os
riscos contratuais. Todas as partes envolvidas
no projeto devem participar neste processo
para gerir e mitigar os riscos identificados.
Em alguns países, os procedimentos formais
de gestão de risco tornaram-se obrigatórios
para a obtenção de seguros para os grandes
projetos de obras subterrâneas.
Os contratos que incluam um mecanismo de
adaptação das remunerações do construtor
de acordo com as condições encontradas em
fase de obra só vão pagar pelos riscos que re-
almente ocorram. No entanto, esses contratos
exigem vigilância contínua e especializada
para o exercício efetivo do mecanismo de re-
muneração. No cerne da gestão prudente do
risco geotécnico está o grau de compreensão
das particularidades do ambiente subterrâneo.
Os benefícios do projeto subterrâneo precisam
de ser equilibrados no contrato com os riscos
das incógnitas decorrentes do subsolo, resul-
tantes das inerentes incertezas geológicas,
geotécnicas, hidro-geológicas e de desempe-
nho estrutural do espaço subterrâneo.
O modelo adequado para o efeito é a institui-
ção do Plano de Gestão de Risco (PGR), o qual
deverá assegurar que todas as situações de
risco significativo ou de consequências muito
severas se encontram devidamente tratadas.
Com efeito, não sendo possível eliminar inteira-
mente o risco, é obrigação dos intervenientes
mantê-lo num nível que seja tolerado, quer do
ponto de vista técnico, quer pela sociedade no
seu conjunto ou, de outra forma, num nível “as
low as reasonably possible” (o chamado crité-
rio ALARP conforme exemplificado na Figura 1).
Recorrendo à experiência pessoal, a bases de
dados, a bibliografia ou reunindo especialistas,
deverão ser identificados todos os perigos
(acontecimentos com potencial para causar
danos), atribuir lhes uma probabilidade de
ocorrência e o impacto que eles possam ter.
Com base nesta análise deverá ser avaliado
cada um dos riscos, atribuindo-lhes uma clas-
sificação que permita decidir quais os riscos
que são aceitáveis e quais aqueles que têm que
ser mitigados ou eliminados. Este processo
encontra-se ilustrado na Figura 2.
Na celebração do contrato entre o Dono de Obra
e o Construtor, as cláusulas devem clarificar a
fronteira entre as obrigações de desempenho e
as especificações técnicas de metodologia de
trabalho, de modo a potenciar o equilíbrio entre
os interesses de cada um dos intervenientes
> 1
> Figura 1: Critério ALARP de aceitabilidade do risco (Cândido, 2010).
> Figura 2: Objetivo da gestão do risco (adaptado de Grasso et al., 2002).
> 2
Risco insignificante
Não é necessário considerar a redução do risco.Região aceitável
Região ALARP
Região inaceitável
Risco elevado
Risco é intolerável e deve ser reduzidoindependentemente dos custos.
Risco deve ser reduzido enquanto os custos forem razoáveis em comparação com a redução do risco realizada.
Probabilidade Probabilidade
Impa
cto/
Cons
equê
ncia
Impa
cto/
Cons
equê
ncia
Aceitável
Não aceitável
Potencialmenteaceitável
Risco inicial
Medidas mitigadoras
Risco ResidualCritério de aceitação. Ex: ALARP
túneis e outras obras geotécnicas
e o risco assumido pelos mesmos.
Uma gestão de risco bem estruturada durante
todas as fases da obra, desde a conceção e es-
tudos de viabilidade, passando pelo concurso
público até à construção, monitorização e ex-
ploração, é necessária e deveria ser alargada
a muitas obras geotécnicas complexas que
lidam com elevados graus de incerteza.
Por fim, interessa reforçar que compensa uma
preparação cuidada da empreitada de constru-
ção subterrânea, com uma adequada campa-
nha de prospeção e um projeto suficientemen-
te abrangente para se poder adaptar às reais
condições encontradas durante a escavação.
O plano de gestão do risco deverá acompanhar
todas estas fases numa perspetiva de “olhar os
problemas de frente” e preveni-los, preparando
soluções de contingência de forma antecipada.
No fundo, e citando Laura Caldeira, “O risco
geotécnico poder ser gerido, minimizado,
partilhado, transferido ou aceite. Contudo, não
pode ser ignorado.” (Caldeira, 2015).
Resolução expedita de litígios
A ITA recomenda o recurso a processos es-
pecializados de resolução de litígios como
um meio de gestão de conflitos, incluindo o
recurso a peritos com experiência e conhece-
dores dos assuntos específicos da construção
subterrânea. Todos os procedimentos eficazes
de resolução de conflitos em empreitadas de
construção subterrânea dependem da identifi-
cação precoce dos problemas que necessitam
de resolução e da existência de procedimentos
claros e ágeis para a resolução dos litígios.
Esta associação internacional está a trabalhar
em conjunto com a FIDIC (International Fede-
ration of Consulting Engineers) na elaboração
de cláusulas contratuais particulares para
responder às especificidades das obras sub-
terrâneas, em especial os túneis.
Contratos FIDIC
Também a FIDIC (Fédération Internationale des
Ingénieurs Conseils / Federação Internacional
de Engenheiros Consultores) sentiu a neces-
sidade de adaptar os seus contratos (FIDIC,
2011), reconhecidos internacionalmente como
equilibrados do ponto de vista da gestão do
risco contratual, para implementar algumas
cláusulas contratuais específicas para túneis
e obras subterrâneas. O trabalho está a ser de-
senvolvido em parceria com a ITA (International
Tunneling Association) e os princípios que
justificaram a elaboração destas condições
contratuais específicas para obras subterrâ-
neas são resumidos em seguida:
a) A alocação do risco hidrogeológico e geo-
técnico deve ser atribuída ao proprietário
do terreno, o Dono de Obra, enquanto a
componente do risco de desempenho para
as condições geotécnicas expectáveis
deve ser atribuído ao construtor;
Os princípios de partilha de risco eliminam a
maioria das discussões acerca das diferenças
entre as condições geológicas previstas (as
de referência do projeto) e as encontradas em
obra. Na Figura 3 é ilustrado como a alocação
adequada do risco pode dar origem ao menor
custo possível, seguindo os princípios do
Norwegian Method of Tunneling.
b) Toda a informação geológica e geotécnica
disponível deve ser patenteada no concurso;
c) Os limites contratuais do concurso são
baseados num relatório geotécnico de
referência, que resume as condições
geotécnicas previstas (as mais prováveis)
que poderão ser encontradas durante a
construção;
d) Nas situações em que as condições reais
do terreno sejam diferentes das previstas
no projeto, deve ser incorporada uma
cláusula contratual de “condições físicas
imprevistas” (different site conditions),
que permita uma flexibilização contratual
para compensar o construtor por eventu-
ais sobrecustos ou para permitir eventuais
benefícios para o dono de obra;
e) Deve ser implementado um sistema de
classificação das condições do terreno
baseado nos trabalhos que o construtor
tem de executar para escavar e suportar
o terreno;
f) Devem ser reguladas as alterações no
pr azo de execução decorrentes das
diferenças nas condições geotécnicas
encontradas em obra;
g) Deve ser definido um mecanismo flexível
de remuneração de acordo com as con-
dições geotécnicas reais encontradas
durante a construção, através de um
sistema de pagamento por série de preços
unitários, organizados de modo a permitir
a distinção entre custos fixos, custos de-
vido ao prazo de execução, custo devido
ao valor dos trabalhos e custo devido às
quantidades realizadas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo surge num período de transição e
de necessária análise e estudo da “nova” le-
gislação nacional de contratação pública para
> Figura 3: Princípios de alocação do risco (NFF, 2012).
> 3
Project’s costContractor’s cost100%
0%
Owner’s cost0%
100%
Norwegianpractice
Turnkey
Lump sum
Fixed priceLump sum
Price escalation
TargetCost reimbursement
46 CONSTRUÇÃO MAGAZINE 81 SETEMBRO/OUTUBRO 2017
SETEMBRO/OUTUBRO 2017 CONSTRUÇÃO MAGAZINE 81 47
Rua Comandante Cousteau, 20DParque das Nações1990-067 Lisboa - PortugalTel: Fax: Email:
[+351] 210 505 150 / 51[+351] 218 962 091info@jetsj.com
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Tratamento de Terrenos Estudos Geológicos e Geotécnicos
Estabilidade de Taludes Estabilidade de Taludes
Reforço e Recalçamento de Fundações
Demolições
Fundações Especiais Túneis e Obras Subterrâneas
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Escavações e Contenções Periféricas Contenção de Fachadas
Tratamento de Terrenos Estudos Geológicos e Geotécnicos
Estabilidade de Taludes Estabilidade de Taludes
Reforço e Recalçamento de Fundações
Demolições
Fundações Especiais Túneis e Obras râneas
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Escavações e Contenções Periféricas Contenção de Fachadas
Rua Comandante Cousteau, 20DParque das Nações1990-067 Lisboa - Portugal
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The Ground is our ChallengeProjeto de escavação de 6 pisos enterrados do edifício FPM41 no centro de LisboaProjeto de Execução
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Túnel de Montemor (CREL) Reabilitação conforme Directiva UE 2004/54/EC
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posterior adaptação das práticas concursais
deste tipo de obras geotécnicas complexas,
em especial os túneis.
Esperamos que o leitor identifique rapida-
mente os aspetos mais relevantes que foram
revistos no código de forma a poder utilizar
toda a abertura que a “nova” legislação permite
para preparar, contratar e executar este tipo
de OGC de forma adequada: preparando com
rigor e otimizando a construção em função da
realidade geotécnica encontrada, por forma
a reduzir o custo do risco geotécnico sempre
presente neste tipo de obras especiais, em
particular no caso dos túneis.
As melhores práticas internacionais aqui iden-
tificadas poderão servir de mote para algumas
sugestões de boas práticas a implementar
na gestão destas obras públicas, por forma a
permitir uma utilização mais eficiente (best
value for money) do dinheiro público.
É que, no fundo, para um engenheiro, projetar
e construir um túnel - ou uma obra geotécnica
complexa - é, em todas as situações e por força
das especiais condições que envolvem a cons-
trução subterrânea, um trabalho envolto numa
dose elevada de incerteza que, na maior parte
das situações, não é tecnicamente ultrapas-
sável – ainda que a lei possa dizer o contrário
(Diniz Vieira, G e Diniz Vieira, J., 2014).
AGRADECIMENTOS
O autor deseja agradecer a todos os colegas com
quem trabalhou nos últimos anos na análise e
debate da revisão do CCP com relevância nos
túneis, em especial aos membros do Grupo
de Trabalho N.º 2 da Comissão Portuguesa de
Túneis e Obras Subterrâneas.
A meu pai.”
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
– Caldeira, L. (2015). Incerteza geotécnica e risco
contractual. Proceedings do Seminário sobre Obras
Subterrâneas Complexas, Riscos Contratuais e CCP:
Como Conviver?, realizado na Ordem dos Engenheiros,
Lisboa, dezembro.
– Cândido, Mário A. F. (2010). Contributo para a gestão
do risco geotécnico na construção de túneis. Tese de
mestrado apresentada na Faculdade de Ciências e
Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. run.unl.pt/
bitstream/10362/5132/1/Candido_2010.pdf , acedido
em 20/03/2016.
– CPT (2015). Contributos Iniciais para a Revisão do
Código dos Contratos Públicos à luz das novas Diretivas
Europeias de Contratação Pública. Grupo de Trabalho
n.º2 da Comissão Portuguesa de Túneis, https://geogdv.
files.wordpress.com/2015/10/cpt_gt2_englaw_doc_rev_
ccp_20150530.pdf.
– CPT (2016). Contributo para a Revisão do Código dos
Contratos Públicos no âmbito da Consulta Pública ao
Anteprojeto de Revisão do CCP. Grupo de Trabalho n.º2
da Comissão Portuguesa de Túneis, https://geogdv.files.
wordpress.com/2016/09/contributos-da-cpt_consulta-
publica-revisao-do-ccp_set2016.pdf
– Diniz Vieira, G., Diniz Vieira, J. (2014). Trabalhos
adicionais ao contrato no caso de obras complexas do
ponto de vista geotécnico, em especial os túneis. 14.º
Congresso Nacional de Geotecnia, Covilhã (CD_ROM).
– Diniz Vieira, G. (2015). Caracterização do problema:
especificidade das obras subterrâneas complexas
e falta de flexibilidade legislativa. Proceedings do
Seminário sobre Obras Subterrâneas Complexas, Riscos
Contratuais e CCP: Como Conviver?, realizado na Ordem
dos Engenheiros, Lisboa, dezembro.
– Diniz Vieira, G., et al (2016). Aspetos Contratuais
Específicos da Construção Subterrânea, em especial
os Túneis. 15º Congresso Nacional de Geotecnia,
Porto (CD_ROM), https://geogdv.files.wordpress.
com/2016/06/15cng_art-abs-1334_gdv_f2.pdf
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para Trabalhos de Construção; “New Yellow Book”,
Condições Contratuais para Instalações e Concepção-
Construção. Versão Portuguesa.
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tunneling. Proceedings of world tunnel congress, Sydney.
– ITA-AITES (2011). Contractual Framework Checklist
for Subsurface Construction Contracts. Report Nº06
of ITA WG Nº3, april. www.ita-aites.org, acedido em
20/03/2016.
– ITA-AITES (2013). Guidelines on Contractual Aspects of
Conventional Tunneling. Report Nº13 of ITA WG Nº19,
may. www.ita-aites.org, acedido em 20/03/2016.
– NFF (2012). Contracts in Norwegian Tunneling.
Publication N.º 21 Norwegian Tunneling Society. http://
tunnel.no/wp-content/uploads/2014/01/Publication_21.
pdf , acedido a 20/03/2016.
– TC (2016). Relatório n.º 1/2016 – AUDIT.1.ª S., Processo
n.º 2/2012 “Evolução global dos trabalhos adicionais no
âmbito dos contratos de empreitada”. www.tcontas.pt,
acedido a 20/03/2016.
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