carta de machu picchu

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Carta de

Machu Picchu

Acadêmicas:

Aline Reichert

Betina Melo

Cristiane Thies

Joane Iop

Introdução

As cartas patrimoniais são recomendações que versam a respeito da preservação e conservação aos “bens culturais”.

As cartas - documentos firmados internacionalmente - representam tentativas referentes ao estabelecimento de normas e procedimentos, criando conceitos globais ou locais, oferecendo ao público interessado diferentes enfoques para a questão de preservação dos bens culturais ao longo do tempo.

Diversas cartas foram assinadas ao longo do século XX, a pioneira “Carta de Atenas”(1931), 45 anos após ressurge com a “Carta de Machu Picchu”, a qual iremos abordar neste trabalho, que teve como objetivo revisar o conteúdo, adequando-a a uma nova realidade.

Objetivo

A carta de Machu Picchu (1977) foi elaborada para revisar as propostas realizadas em 1933 na Carta de Atenas, abordando as mesmas com enfoque e amplitude mundiais. A carta de Machu Picchu atesta a vitalidade e continuidade do movimento moderno em arquitetura e planejamento urbano. A mesma subdivide-se em tópicos que tratam dos problemas que surgem a partir de um crescimento urbano exacerbado, assim como: moradia, transporte, contaminação ambiental, etc. Portanto, como maior objetivo a carta propõem soluções para um melhor planejamento urbano, para que as quais sejam inseridas nos projetos arquitetônicos, normas de engenharia, políticas de crescimento, etc.

Primeira carta realizada na América Latina, escrita por Bruno Zevi e assinada por dezenas de arquitetos que participaram de uma conferencia internacional em Lima e Cusco em 1977.

Santiago Agurto Calvo, Perú; Fernando Belaunde Terry, Felix Candela, Chicago; Francisco Carbajal de la Cruz, Mexico, D.F.; George Collins, New York; Leonard J. Currie, Chicago; Jorge Glusberg, Buenos Aires; Mark Jaroszewicz, Florida; Oscar L. de Guevara, Cuzco; Alejandro Leal Garcia,. Mexico, D.F.; Reginald Malcolmson, Michigan; Ann Arbor, Dorn Mc. Grath, Washington, D.C.; Luis Miro Quesada Garland, Perú; Carlos Morales Machiavello, Perú; Guillermo Payet Garreta, Perú; Paulo Pimentel Morales, Caracas; Felipe Prestamo, Florida; Hector Velarde, Perú; Fruto Vivas, Caracas; Bruno Zevi, Roma; Manuel Ungaro Zevallos, Oscar Alvarez, Elizabeth Carrarco, Perú.

Santuário Histórico de Machu Picchu é a principal atração de Cusco e um dos lugares mais visitados da América do Sul. O lugar é considerado como a mais extraordinária arquitetura paisagística do mundo e foi nomeado como Patrimônio da Humanidade em 1985.

Curiosidades

Desenvolvimento

Carta de Machu Picchu - 1977 - Encontro

Internacional de Arquitetos

ATENAS X MACHU PICCHU

- Berço da civilização

ocidental.

- Racionalidade, Aristóteles e Platão.

- Contribuição cultural de outro mundo.

- Não representa a mentalidade iluminística e a classificação lógica.

Desenvolvimento

CIDADE E REGIÃO

Conceito contemporâneo de Planejamento - é o que deve guiar a urbanização para tornar a cidade e sua região circundante uma unidade dinâmica, orientando sua localização e sequência de desenvolvimento.

A escala de aplicação das técnicas do Planejamento vai desde bairros até estados e nações.

Objetivo do Planejamento Geral (planejamento econômico + planejamento urbano + arquitetura) - interpretar as necessidades humanas e realizá-las, dentro de um contexto de oportunidades e serviços urbanos apropriados para a população.

Como concluir tal objetivo: integralização entre profissionais

do projeto + moradores das cidades + líderes comunitários e políticos.

Desenvolvimento

A desarticulação entre o Planejamento Econômico e o Planejamento para o Desenvolvimento Urbano reflete em consequências onerosas e reduz a eficiência de ambos.

Decisões econômicas baseadas em considerações

amplas e abstratas e um planejamento econômico a

longo prazo geram consequências negativas sobre as

áreas urbanas, pois as prioridades e a solução dos problemas destas áreas não são analisadas diretamente.

Desenvolvimento

CRESCIMENTO URBANO

Passados 45 anos da Carta de Atenas, a população mundial duplicou e deu lugar à uma crise tripla: ecológica + energética + alimentícia.

Sendo o ritmo do crescimento populacional das cidades muito superior ao crescimento demográfico geral, surgem ainda as crises de moradia e serviços urbanos.

Nesse contexto, surgem duas categorias diferentes de movimentos: Nos países industrializados - migração da população

abastada em direção aos subúrbios, abandonando as áreas centrais, que acabam se deteriorando por falta de recursos.

Nos países em desenvolvimento - migração da população rural para bairros marginais, carentes de serviços e infraestrutura urbana.

Desenvolvimento

Transferências Quantitativas = Transformações Qualitativas

O Planejamento Urbano não possui medidas capazes

de resolver nem controlar esse fenômeno.

Apesar de ser possível a incorporação de áreas marginais ao organismo urbano, as medidas utilizadas para tal (programas de moradia, serviços públicos e de saúde ambiental...) podem, paradoxalmente, agravar o problema da marginalização, pois são interpretadas como incentivo aos movimentos migratórios.

Desenvolvimento

CONCEITO DE SETOR

Segundo a Carta de Atenas, 4 funções básicas seriam as chaves do urbanismo:

Habitar, Trabalhar, Divertir-se e Circular

A Carta de Atenas setorizou as cidades em funções, tornando a ordenação do espaço urbano um processo de síntese.

Resultado = sítios arquitetônicos tornam-se objetos isolados

e pontuais em um espaço sem fluência e mobilidade.

Conclusão = tomou-se consciência de que o processo

urbanístico não deve se basear na setorização e sim na integração das funções e dos contextos.

Desenvolvimento

MORADIA

O planejamento da cidade e da moradia deve seguir um fator predominante: a comunicação humana.

A criação do espaço habitável deve ter como objetivo a qualidade de vida e a integração com o meio ambiente.

Casa popular = instrumento de desenvolvimento social.

Priorizar a participação do usuário na criação e a utilização de elementos construtivos de fabricação massificada, que permitem a redução de custos.

Desenvolvimento

TRANSPORTES NAS CIDADES

O transporte é um elemento básico no processo de planejamento urbano e o custo, do mesmo, deverá ser apropriadamente avaliado e considerado no crescimento de nossas cidades.

Na Carta de Atenas está explícito que a circulação é uma função urbana básica e implícito que ela depende do uso do automóvel como meio de transporte individual. Portanto, após 45 anos é necessário enfatizar que a solução é o uso de transporte coletivo em massa.

Os urbanistas devem conscientizar-se de que a cidade é uma estrutura em desenvolvimento, cuja forma final não pode ser definida, devem-se considerar noções de flexibilidade e expansão urbana.

O transporte e a comunicação são redes articuladoras entre espaços e devem ser projetados para que posteriormente ocorram mudanças de extensão e forma.

Desenvolvimento

DISPONIBILIDADE DO SOLO URBANO

A Carta de Atenas apontou a necessidade de legislações que dispusessem de solos urbanos para atender necessidades coletivas.

Apesar dos diversos esforços realizados até 1933, se matinha obstáculos básicos para disponibilidade de solo urbano para o planejamento urbano. Por isso, é desejável que se criem soluções legais para que ocorra uma melhora significativa a curto prazo.

Desenvolvimento

RECURSOS NATURAIS E CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL

O crescimento desordenado da população e a excessiva exploração da natureza tem agravado

a contaminação ambiental.

Perigosas substâncias tóxicas no ar, na água e nos alimentos da população urbana, além dos níveis danosos de ruídos, estão entre a população e são quesitos incompatíveis com normas e conceitos básicos de saúde e bem estar.

As políticas oficiais que regem o desenvolvimento urbano deveram incluir medidas para que se evite e se acentue a degradação do meio em que vivemos. Estas medidas devem ser consideradas no planejamento urbano e econômico, no projeto arquitetônico, etc.

Desenvolvimento

PRESERVAÇÃO E DEFESA DOS VALORES CULTURAIS E

PATRIMÔNIO HISTÓRICO-MONUMENTAL

“A identidade e o caráter de uma cidades são dados

não só por sua estrutura física, mas, também, por suas

características sociológicas.”

É fundamental que não só se preserve e conserve o

patrimônio histórico monumental, como também, o patrimônio

cultural, conservando valores fundamentais para afirmar a personalidade nacional.

Portanto, é imprescindível que na tarefa de

conservação, restauração e reciclagem das zonas monumentais, históricos e arquitetônicos.

“No processo de reciclagem dessas zonas, deve ser

considerada a possibilidade de se construírem edifícios de

arquitetura contemporânea da melhor qualidade.”

Desenvolvimento

TECNOLOGIA

O desenvolvimento tecnológico permite oferecer

mais recursos para resolver problemas urbanísticos e

arquitetônicos. O impacto disto é que hoje, por exemplo, é

possível criar ambientes mais confortáveis (se está muito

quente, refrigera-o, se está muito frio, aquece-o).

Tecnologia não é fim e, sim, o meio >>> Ela deve ser

aplicada em função da realidade local.

IMPLEMENTAÇÃO

Cada região/cidade deve criar normas, no seu

processo de implementação, de acordo com seu meio

ambiente, recursos e características formais próprias.

Desenvolvimento

PROJETO URBANÍSTICO E ARQUITETÔNICO

Reunir em um só projeto a resolução do

arquitetônico e cidade em seus componentes.

Referente à Carta de Atenas, ainda são válidas

questões como: a análise do edifício e suas funções,

desarticulação do tradicional edifício-caixa, reunificação

da arquitetura e da engenharia estrutural.

Desenvolvimento

Prezar pela edificação não mais como um elemento

finito, mas sim algo contínuo, que se comunique com o seu redor, de modo também que o entorno o complete.

Levar em conta a participação do usuário em

relação à construção, o que tornaria a arquitetura mais

rica.

Compara-se por monumentalidade as construções

antigas do Peru com as pirâmides do Egito e por serem

ambas monumentos á morte que exaltam a glória do

monarca.

Desenvolvimento

http://www.professionearchitetto.it/mostre/notizie/2283/La-Carta-del-Machu-Picchu-storia-attualita-prospettive

Conclusão

Com o presente trabalho concluímos que as abordagens das diferentes cartas evoluem de acordo com o desenvolvimento da própria humanidade, tentando adaptar as propostas de Planejamento Urbano às necessidades gerais.

A Carta de Machu Picchu nos fornece uma visão mais global de todas as tratativas de planejamento estudadas ao longo dos anos, evidenciando a necessidade de nos distanciar de análises sintéticas e pontuais para buscar um processo de integração funcional e contextual.

Referências

Portal IPHAN - portal.iphan.gov.br/portal/baixaFcdAnexo.do?id=250

http://citrus.uspnet.usp.br/engenho/novo/?q=node/14

www.vitruvius.com.br/documento/patrimonio/patrimonio18.asp

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