características gerais da fertilidade dos solos arenosos no brasil
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Simpósio Brasileiro de Solos Arenosos
Características Gerais da Fertilidade
dos Solos Arenosos no Brasil
José Ronaldo de Macedo
Embrapa Solos
jose.ronaldo@embrapa.br
www.embrapa.br/cnps
Presidente Prudente
2014
Solos Frágeis Daniel Vidal Pérez (José Ronaldo de Macedo
e Luis Carlos Hernani)
Rede FertBrasil José Carlos Polidoro
Projeto Aduba Brasil José Carlos Polidoro e Paulo César Teixeira
Solos Arenosos Compactados Ademir Fontana
Fertilidade do Solos - LEM Flávia Cristina dos Santos
Tecnoshow COMIGO 2009 Vinícius Benites
Projetos Líder / Coordenador
Áreas de Estudo
(Botucatu)
Oeste de SP
Oeste da BA
(Luiz E. Magalhães)
Sudoeste de GO
(Mineiros)
PE
(Petrolina)
Projeto Solos Frágeis
Área de Estudo
Riachão das Neves
LEM
Barreiras
Correntina
São Desidério
Rede FertBrasil
‘’Solos de textura leve’’: composição granulométrica nasclasses texturais areia, areia franca ou franco-arenosa.
Representam áreas expressivasno Cerrado e na Caatinga;
Localizam-se em paisagenscom relevo variando plano asuave ondulado;
Normalmente ocupando aschapadas e depressões.
Argissolos, Latossolos,Planossolos Neossolos(Quartzarêmicos, Regoliticos eLitólicos) e Cambissolos.
Definição dos ‘’Solos Arenosos’’
Ocorrência
Fragilidade
Os solos arenosos são caracterizados frágeis devido às suas
características intrínsecas: textura arenosa, baixa
disponibilidade de nutrientes, alta drenabilidade, reação
ácida e estrutura em grãos simples (Albuquerque et al.,
2011)
São frágeis estruturalmente, de baixa fertilidade e com
reduzida C.R.A. São solos com alta suscetibilidade à erosão e
de baixa capacidade de uso.
Apresentam, naturalmente, severas limitações físicas,
químicas e hídricas para as plantas cultivadas. Quando bem
manejados, com práticas conservacionistas adequadas e
sustentáveis, podem se tornar produtivos e economicamente
viáveis (SBSA, 2014).
•Elevada acidez natural,
•P.C.Z. em pH elevado, argilasde atividades baixas,Caolinita;
•Baixos teores de MOS
•Baixos teores de Ca e Mg;
•altos teores de Al, Fe e Mnsolúveis em água;
•Baixa CTC (< 4,0 cmolc/dm3).
Caracterização da fertilidade natural dos solos arenosos
0%
13%
33%
37%
13%
3%1%
2 4 6 8 10 12
Capacidade de troca catiônica, cmolc dm-3
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
No
of o
bs
Solos
arenosos
Fonte: Vinicius Benites Tecnoshow Comigo, 2009
Neossolos Quartzarênicos Órticos típicos A moderado
Perfis Completos
Vegetação rala Perfil profundo
Neossolos Quartzarênicos Órticos latossólicosA moderado
Vegetação rala Perfil profundo
Limite
15%
argila
Latossolos Vermelho-Amarelos ou Amarelos Distróficos psamíticos textura arenosa / média A moderado
Vegetação rala Perfil profundo
Vegetação de Caatinga
hiperxerófila
Neossolo Quartzarênico órtico típico
Petrolina - PE
Região oeste da Bahia, noroeste, norte e nordeste do Tocantins,noroeste de Minas Gerais, sudoeste de Goiás, sul do Piauí e doMaranhão, nordeste do Pará e diversas regiões do Mato Grosso eMato Grosso do Sul.
Relevo plano a suave ondulado e 100% mecanizável
Solos ideais no que se refere a trabalhabilidade: textura + relevoe ausência de pedregosidade ou rochosidade.
Potencial Produtivo
Baixa capacidade tampão: resistência à mudanças dascaracterísticas químicas após aplicação de fertilizantes ecorretivos (baixos teores de argila e de matéria orgânica);
Grau de desenvolvimento de estrutura (manifestação dascondições de coesão dentro e fora dos agregados):
• Sem unidades estruturais: grão simples
• Com unidades estruturais: fraca, pequena e granular,consistência solta:
‘’baixo grau de desenvolvimento de estrutura e de agregados’’
RISCOS À DEGRADAÇÃO
Aplicação de doses elevadas ou contínuas de calcárioocasionando a dispersão de argilas e:
• Desestruturação do solo;• Entupimento dos poros;• Aumento da coesão do solo em baixas umidades;• Selamento superficial.
‘’diminuição significativa da infiltração de água e da permeabilidade’’
‘’rápido encharcamento após chuvas torrenciais’’
No oeste da Bahia destaca-se o grande revolvimento da camadasuperficial, desde o preparo com gradagem aradoras,subsolagem/escarificação, grades niveladoras, e, em muitos casoso nivelamento final com correntão.
‘’camada superficial pulverizada na forma de grãos simples, onde se encontra todo o fertilizante e corretivo’’.
Fatores de Manejo da Fertilidade
Efeitos do preparo do solo
Solo pulverizado
Cerrado
Cana-de-Açúcar
Projeto Fragissolo
Carbono orgânico, g kg-1
0 1 2 3 4 5 6
Pro
fund
idad
e, c
m
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
Manga Caatinga DMS p < 0,05
Fonte: Fragissolos, 2014
Conteúdo de Matéria Orgânica no Solo
Teores de Carbono orgânico no solo em área de vegetação de
Caatinga e fruticultura irrigada – Manga , em Petrolina-PE.
Areia > 900 g kg-1
CamadaUso do
solopH2O K P-disp. Al3+ Ca2+ Mg2+ SB T V
m .....mg dm-3..... ......................cmolc dm-3....................... %
0,00-0,10Caatinga 5,25 b 32 b 4,90 b 0,18 a 1,22 b 0,79 a 2,1 b 3,7 b 56 b
Manga 6,28 a 154 a 20,0 a 0,01 b 2,50 a 1,08 a 4,0 a 5,1 a 79 a
0,10-0,20Caatinga 5,09 b 28 b 1,70 b 0,22 a 0,67 b 0,62 b 1,4 b 2,8 a 50 b
Manga 5,96 a 93 a 7,60 a 0,06 b 1,10 a 0,81 a 2,1 a 3,3 a 64 a
0,20-0,40Caatinga 4,99 b 21 b 0,98 b 0,37 a 0,58 b 0,63 b 1,3 b 2,7 b 47 a
Manga 5,68 a 66 a 2,84 a 0,11 b 0,85 a 0,89 a 1,9 a 3,4 a 55 a
0,40-0,60Caatinga 4,88 b 26 b 0,91 a 0,51 a 0,52 a 0,51 a 1,1 b 2,8 a 39 a
Manga 5,34 a 46 a 2,86 a 0,27 b 0,68 a 0,66 a 1,5 a 3,1 a 48 a
1,00-1,20Caatinga 4,80 b 23 b 0,27 b 0,70 a 0,42 a 0,46 a 0,9 a 2,4 b 38 a
Manga 5,07 a 40 a 0,80 a 0,48 b 0,41 a 0,68 a 1,2 a 3,2 a 37 a
1,60-1,80Caatinga 4,85 a 17 a 0,19 b 0,64 a 0,36 a 0,42 a 0,8 a 2,1 b 40 a
Manga 4,76 b 29 a 0,50 a 0,65 a 0,39 a 0,50 a 0,9 a 2,9 a 33 a
Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna entre os tratamentos, dentro de cada
profundidade, não diferem entre si pelo teste t p < 0,05.
Valores médios (n=10) de pH, K+, P2O5, Al3+, Ca2+, Mg2+, SB,
valor T e V% em diferentes camadas do solo, sob Caatinga e
Manga irrigada, em Petrolina-PE
Distribuição do Potássio no Perfil do Solo
sob Cultivo e Vegetação de Caatinga
Neossolo Quartzarênico órtico típico
Solos argilosos (argila > 60)
8%
22%
30%
40%
25 50 80
Potássio, mg kg-1
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
220
240
260
No
of o
bs
Baixo
Alto
Adequado
Médio
Solos arenosos (argila < 15)
16%
36%
18%
29%
15 30 40
Potássio, mg kg-1
0
100
200
300
400
500
600
700
800
No
of o
bs
Baixo
Alto
Médio
Adequado
Conteúdo do Potássio em função da
textura do solo
Comportamento não linear do
K em solos arenososTecnoshow COMIGO 2009
Vinícius Benites
•Unidade experimental: Parcelões (250 x 18 m)
•Dois BLOCOS (repetições)
Resultados
Tratamento Doses de K20 (Kg.ha-¹)
2006-07 07-08 08-09 09-10 10-11 11-12 12-13
Adubação Fazenda
100% K2O no sulco
60 60 90 90 90 90 90
Npplantio
sem aplicação de K2O
0 0 0 0 0 0 0
NPplantio
100% K2O em cobertura
60 60 90 90 90 90 90
Npplantio
50% plantio+50% cobertura
60 60 90 90 90 90 90
Npplantio
50% no plantio a lanço
30 30 45 45 45 45 45
Npplantio 100% de K2O no
plantio a lanço
60 60 90 90 90 90 90
Testemunha : sem aplicação de
fertilizantes
0 0 0 0 0 0 0
Adubação Fazenda + 50 % K2O
em cobertura
90 90 135 135 135 135 135
Soja Miho Soja Milho Soja Milho Soja
Modelo experimental e doses de K2O aplicadas ao solo
a
aa a
a aa a
0
20
40
60
80
100
120
Sc
/ h
a
Produtividade: SOJA safra 06-07
bb
c c cc
a
c
0
10
20
30
40
50
60
70
sc
/ h
aProdutividade: Soja - Safra 08-09
c
b
ee e e
a
d
0
10
20
30
40
50
60
70
sc
/ h
a
Produtividade: Soja - Safra 10-11
Produtividade: soja - Safra 11-12
Fazenda
NPplantio
NPp + KCl 100% cob
NPp +KCl 50% plantio
+ 50% cob
NPp +KCl 50% plantio
NPp +KCl 100% plantio
controle
Fazenda + 50% cob
sc/h
a
0
20
40
60
80
cc
a a a
d
ba
b b bb
b
b
a
b
0
20
40
60
80
100
120
sc
/ h
a
Produtividade: Milho - Safra 07-08
b b
c c c c
a
c
0
20
40
60
80
100
120
140
sc /
ha
Produtividade: Milho - Safra 09-10
Fazenda
NPplantio
NPp + KCl 100% cob
NPp +KCl 50% plantio
+ 50% cob
NPp +KCl 50% plantio
NPp +KCl 100% plantio
controle
Fazenda + 50% cob
sc/h
a
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
d
e
ba
cb
a
Produtividade: milho - Safra 10-11
0
10
20
30
40
50
60
0 20,00 40,00 60,00 80,00
Teor K solo (mg.dm-3) Safra 08-09
Fazenda
SuperSimples
SS+100Kg.ha KCl cob
SS+50Kg.ha KCl plantio + 50Kg cob
SS + 50KCl.ha Cob
SS + 100Kcl Plantio
Testemunha
Adubação Faz. + 50Kg.ha KCl cob
2005/2006
Verificar tratamentos
y = 44,577 ***+ 0,0674** X r² = 0,84*
40,0
42,0
44,0
46,0
48,0
50,0
52,0
54,0
56,0
58,0
60,0
0 30 60 90 120 150 180
sc /
ha
Doses de K2O (kg/ha)
Produtividade de soja, cultivada em sistema de plantio
direto, em resposta a doses de potássio, aplicado na forma
de cloreto de potássio, Safra 2010-11
PETROLINA (PE)
Solo: PA textura arenosa/média
Uva, Manga, goiaba, cebola (exportação)
Análise foliar/solo (uva)
Coleta solo (0-30, 30-60cm)
Tipos de Uso
LEM (BA)
Fazenda Areias das Águas Santas
LVA média, RQ
Produtor de milho irrigado
15t/ha milho
Rotação: Feijão/milho/algodão
Botucatu (SP)
Fazenda Moreto
LV média/RQ, PV arenosa/média
Ribeirão Água da Lúcia
Eucalipto, cana, pasto e citrus
Mineiros (GO)
Fazenda Jacuba
LV argiloso, LVA média, RQ
milho, soja, pasto, cana
Voçoroca Chitolina
Projeto Aduba Brasil – Rede FertBrasil
Considerações finais
1. A aplicação de fertilizante potássico (KCl) em
cobertura aumenta a produtividade e a eficiência
agronômica do sistema soja/milho em plantio direto;
2. Há dúvidas sobre a vantagem e segurança sobre a
recomendação de se retirar todo o potássio no plantio
para a cultura do milho, mas não para a soja;
3. Estudos de curvas de resposta estão em andamento
para calibrar as doses de potássio, considerando a
resposta da soja a adubação potássica no ano de 2011.
Considerações e Discussões Projeto Fragissolos
1. Os Neossolos Quartzarênicos são os solos mais utilizados com
fruticultura irrigada (Uva e Manga) em Petrolina-PE.
2. O manejo atual do solo alterou os atributos físicos e químicos
da vegetação nativa de Caatinga.
3. A adubação com potássio e fósforo, em sistemas irrigados de
produção de Manga, incrementa a translocação desses nutrientes
para camadas profundas do Neossolo Quartzarênico.
4. Sistemas de produção devem visar manter a superfície do solo
protegida com cobertura vegetal (viva ou morta), minimizar o
revolvimento do solo, incrementar os teores de carbono orgânico
no solo, não só na superfície, mas também, quando possível, em
subsuperfície, por meio do uso de plantas de cobertura, adequadas
ao clima semiárido.
A COMISSÃO ORGANIZADORA DO SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SOLOS
ARENOSOS
2014
OBRIGADO
jose.ronaldo@embrapa.br
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