cap11 macro
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BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Parte 4 – Integração entre microeconomia e macroeconomia e implicações sobre as
políticas econômicas
Construções mais complexas das funções consumo, investimento, demanda e oferta
de moeda, fazendo uso do instrumental microeconômico convencional na definição
delas, permitem uma integração entre a microeconomia e a macroeconomia. Verifica-se como o modelo IS/LM se comporta com essas novas funções.
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Capítulo 11A Função Investimento
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Aula AnteriorCAPÍTULO 10 – A função consumo
10.1 A escolha do consumidor;
10.2 A formulação de ANDO-MODIGLIANI: a hipótese do ciclo de vida;
10.3 A formulação de FRIEDMAN: a teoria da renda permanente;
10.4 A formulação de DUESENBERRY: considerando a renda relativa;
10.5 Outras formulações para a função consumo;
10.6 Uma equação síntese para a função consumo e seus impactos no modelo IS/LM;
10.7 Estimativas da função consumo no Brasil
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Nesta AulaCAPÍTULO 11 – A função investimento
11.1 O investimento privado em estoques;
11.2 O investimento privado em residências;
11.3 O investimento em capital fixo;
11.4 O investimento no modelo IS/LM;
11.5 Impactos da política fiscal sobre os investimentos privados;
11.6 Estimativas da equação de investimento no Brasil.
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Relembrando....
Introdução
• Cada projeto de investimento apresenta um custo de instalação (CI) e um fluxo esperado de rendas líquidas (Rt, Rt+1,
Rt+2, ..., Rt+n).
nnt
22t1t
tr1
R
r1
R
r1
RRCIVA
CI
Rt
Rt+1
Rt+2 Rt+3
Rt + n – 1
Rt+n
t + n – 1 t + n t + 1 t t + 2 t + 3
6
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Relembrando....
Introdução
nnt
22t1t
tr1
R
r1
R
r1
RRCIVA
VA
Projetos de investimento
VA0
i0
r1 > r0
VA1
i1
i = i(r) 0r
i
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• O investimento do setor privado compõe-se de:
– investimento em estoques;
– investimento residencial; e,
– investimento em capital fixo.
Introdução
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• Investimento em estoques:
– investimento planejado
(o único considerado na equação da curva IS)
– investimento não planejado.
O investimento privado em estoques
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• Investimento em estoques:
– investimento planejado
(o único considerado na equação da curva IS)
– investimento não planejado.
• Como a manutenção desses estoques implica a perda de oportunidade de aplicar os recursos correspondentes na compra de ativos financeiros, tem-se que quanto maior é a taxa de juros, menor é o valor do investimento em estoques.
O investimento privado em estoques
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• Investimento em estoques:
– investimento planejado
(o único considerado na equação da curva IS)
– investimento não planejado.
• De outro lado, quanto maior é o nível de demanda agregada (que em equilíbrio se iguala à produção agregada), maior deverá ser o valor do investimento planejado em estoque.
O investimento privado em estoques
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iE = iE(y, r)
Em que
iE é o investimento planejado em estoque;
y = renda interna
r = taxa de juros
O investimento privado em estoques
0yiE
0riE
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Loja
Vende 30 carros/mês
Mantém estoque =
1 mês de venda
Vendas caem para 25 carros/mês
O investimento privado em estoques
Indústria
Vende 30 carros/mês
Investimento não planejado
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Loja
Vendas caem para 25 carros/mês
1º mês: acumula 35 carros nos estoques
2º mês: acumula 40 carros nos estoques
O investimento privado em estoques
Indústria
Vende 30 carros/mês
Investimento não planejado!
Investimento não planejado
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Loja
2º mês: acumula 40 carros nos estoques
Reduz compra para ajustar os estoques em 25 carros (venda mensal)
O investimento privado em estoques
Indústria
Vende 15 carros no 3º mês
Vende 20 carros no 3º mês
Vende 25 carros/mês
Queda na produção!
Investimento não planejado
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“... Antes da recessão há uma redução na demanda agregada, refletida em uma leve queda nas vendas. Porém, a produção não responde muito e os estoques” (no caso são estoques não planejados) “crescem naturalmente. Então, as empresas decidem se livrar de seus estoques; reduzindo a produção e planejando vender seus estoques; esta é uma redução intencional. Em quase todas as recessões pós Segunda Guerra Mundial tem havido um estágio no qual a produção cai quase que brutalmente, quando as empresas intencionalmente decidem alinhar seus estoques” (isto é, colocá-los no nível do estoque planejado). “E este corte acentua a recessão.”
O investimento privado em estoques Investimento não planejado
DORNBUSCH & FISCHER (1991, p. 353)
Este fenômeno é considerado como ciclo de estoques.
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O investimento privado em residências
• O investimento em residências depende do preço obtido pela venda delas.
iR = f(PH)
Em que
iR é o investimento em residências
PH é o preço de venda das residências
• PH é determinado pelo cruzamento da curva de demanda de residências com a curva de estoque de residências.
0P
i
H
R
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O investimento privado em residências
P1H
P0H
PH
H0
DD0
DD1
SS
quantidade de residências
Determinação do preço das residências.
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BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
O investimento privado em residências
P1H
P0H
PH
H0
DD0
DD1
SS
quantidade de
residências
A posição da curva de demanda de residências depende da taxa de retorno dos outros ativos (taxa de retorno esta representada pela taxa de juros, r), da riqueza da população (W) e do retorno líquido obtido pela propriedade do imóvel (rI).
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O investimento privado em residências
P1H
P0H
PH
H0
DD0
DD1
SS
quantidade de
residências
• O aumento de r desloca a curva de demanda da para a esquerda, diminuindo PH.
• O aumento de W e de rI deslocam a curva de demanda para a direita, aumentando PH.
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O investimento privado em residências
IH r.W,rgP
0r
PH
0W
PH 0
r
P
I
H
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O investimento privado em residências
IRR r.W,rii
0r
iR
0W
iR 0
r
i
I
R
HR Pfi IH r.W,rgP
Portanto, o investimento privado em residências aumenta quando diminui a taxa de juros, aumenta a riqueza e/ou eleva o retorno real líquido dos imóveis.
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BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
O investimento em capital fixo
• Há três teorias bastante divulgadas sobre o investimento em capital fixo.
• A primeira delas baseia-se na hipótese do acelerador, a qual afirma que o investimento líquido depende da variação do produto esperado.
• Ou seja, a empresa decide quanto irá investir com base em sua expectativa de produção.
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BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
O investimento em capital fixo
• Há três teorias bastante divulgadas sobre o investimento em capital fixo.
• A primeira delas baseia-se na hipótese do acelerador, a qual afirma que o investimento líquido depende da variação do produto esperado.
• De acordo com essa teoria, o il (investimento líquido) é uma fração do crescimento do PIB.
il = y.
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BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
O investimento em capital fixo
• Há três teorias bastante divulgadas sobre o investimento em capital fixo.
• A segunda teoria é chamada de Teoria Neoclássica do Investimento e o associa com a hipótese do acelerador, com a produtividade marginal do capital e com o custo de uso do capital.
• (será discutida em detalhes)
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BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
O investimento em capital fixo
• Há três teorias bastante divulgadas sobre o investimento em capital fixo.
• Finalmente, há a teoria do q de Tobin, que associa o nível de investimento com o preço de mercado das ações e títulos das empresas.
• Considera que as empresas irão realizar investimento líquido (e, portanto, aumentar o seu estoque de capital) se o preço de mercado de suas ações e títulos superar o preço efetivo do empreendimento.
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BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
O investimento em capital fixo
• Há três teorias bastante divulgadas sobre o investimento em capital fixo.
• O q de Tobin é a razão entre o valor de mercado da empresa (ou seja, a soma dos valores de suas ações e títulos, como as debêntures) dividido pelo custo de reposição do estoque de capitais.
• Haveria investimento líquido positivo quando q for maior do que 1.
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Estoque de capital de equilíbrio
• Considere a função de produção:
y = y(N, K)
em que:
y = produto por unidade de tempo;
N = quantidade de horas-homem por unidade de tempo; e,
K = estoque de capital (inclui instalações e equipamentos).
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BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Estoque de capital de equilíbrio
• Considere a função de produção:
y = y(N, K)• Define-se:
• CU = custo nominal de uso do capital fixo (ou custo nominal de utilização do capital fixo), entendido como o valor implícito de aluguel atribuído ao uso do equipamento, que inclui a depreciação e o custo dos juros.
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Estoque de capital de equilíbrio
• Considere a função de produção:
y = y(N, K)• Define-se:
• PMgK é o produto marginal físico do capital
(indica o aumento de produto advindo do acréscimo de uma unidade de capital).
PMgKPK
RT
K
QPMgK
30
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Estoque de capital de equilíbrio
• Considere a função de produção:
y = y(N, K)• Para a firma maximizar a massa de lucros é
necessário que:
CUPMgKP
K
CT
K
RT
PMgKPK
RT
CUK
CT
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• Considere uma função de produção específica, tipo Cobb-Douglas, com dois fatores de produção, K = capital e N = trabalho:
y = K N1–
• Esta função de produção, cuja soma dos expoentes referentes aos insumos é um, apresenta retornos constantes de escala, ou seja, dobrando a quantidade de insumos há a produção em dobro.
é o parâmetro indicador de progresso tecnológico.
CUPMgKP Estoque de capital de equilíbrio
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BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
• Considere uma função de produção específica, tipo Cobb-Douglas, com dois fatores de produção, K = capital e N = trabalho:
y = K N1–
• Tem-se:
K
NKNK
K
yPMgK
111
K
yPMgK
CUPMgKP Estoque de capital de equilíbrio
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KE é o estoque de capital de equilíbrio
PCU
yKE
K
yPMgK
CUPMgKP
Estoque de capital de equilíbrio
P
CU
K
y
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BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
• O estoque de capital de equilíbrio eleva-se:• com um aumento na demanda pelo produto (e o
conseqüente aumento de y).• O estoque de capital de equilíbrio cai:
• com um aumento no custo real de uso de capital.
PCU
yKE
Estoque de capital de equilíbrio
35
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
• O estoque de capital de equilíbrio (KE ) aumenta devido aos acréscimos na renda (y) e nos preços (P) e decresce quando o custo nominal de uso do capital (CU) se eleva.
P,CU,yKK EE
Estoque de capital de equilíbrio
0y
KE
0CU
KE
0P
KE
36
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Em que
ikb = investimento total em capital fixo, ou investimento bruto
ikl = investimento líquido em capital fixo
ikr = investimento de reposição em capital fixo
rlb ikikik
A função demanda de investimento em capital fixo
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• o investimento de reposição depende do nível de estoque de capital.
rlb ikikik
A função demanda de investimento em capital fixo
ikl = KE ikr = KE
em que = taxa de depreciação
• o investimento líquido depende de mudanças no nível de equilíbrio do estoque de capital.
38
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
PCU
yKik E
l
A função demanda de investimento em capital fixo
• Considerando a função de produção Cobb-Douglas, tem-se:
• Supondo que CU/P (custo real de uso do capital) é constante:
yCU
Pik l
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BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
A função demanda de investimento em capital fixo
• Em longo prazo e sem variações em CU/P, é o crescimento do produto (ocasionado pelo crescimento da demanda) que fornece o nível de investimento líquido em capital fixo.
• Esta relação entre mudança na magnitude do produto e o nível de investimento líquido em capital fixo constitui o princípio do aceleradorprincípio do acelerador.
• Esse princípio introduz uma relação dinâmica no modelo de comportamento da economia.
yCU
Pik l
40
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A função demanda de investimento em capital fixo
• Para uma função de produção geral:
ikb = KE (y, CU, P) + KE
• Se a função de produção for Cobb-Douglas e
CU/P for constante, tem-se:
Relação do acelerador
Mostra como o acréscimo do PIB (y) determina o investimento privado bruto.
Eb Ky
CU
Pik
41
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A função demanda de investimento em capital fixo
Relação do acelerador
• A relação do acelerador na função investimento
bruto em capital ocasiona uma dificuldade interessante quanto a realização de políticas de estabilização a curto prazo.
Eb Ky
CU
Pik
42
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
A função demanda de investimento em capital fixo
Relação do acelerador Eb Ky
CU
Pik
t1
ikr
y
KE
tempo0
Estoque de capital fixo
ProdutoInvestimento
• y é fixo
• para gerá-lo, KE
também é fixo
• Logo, só existe investimento ikr
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BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
A função demanda de investimento em capital fixo
Relação do acelerador Eb Ky
CU
Pik
t1
ikr
y
KE
tempo0
Estoque de capital fixo
ProdutoInvestimento
• Suponha que em t1 o governo adote uma política fiscal de aumento de seus gastos e uma política monetária para impedir a alta da taxa de juros.
44
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
A função demanda de investimento em capital fixo
Relação do acelerador Eb Ky
CU
Pik
t1
ikr
y
KE
t2 tempo0
Estoque de capital fixo
ProdutoInvestimento
• y sobe, até estabilizar-se a partir de t2.
• A partir de t2, tem-se um novo KE,
• com um novo ikr constante.
45
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
A função demanda de investimento em capital fixo
Relação do acelerador Eb Ky
CU
Pik
t1
ikl
ikr
y
KE
t2 tempo0
Estoque de capital fixo
ProdutoInvestimento
• O ikl será zero a partir de t2.
• Entre t1 e t2 o ikl terá de crescer e diminuir.
46
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
A função demanda de investimento em capital fixo
Relação do acelerador Eb Ky
CU
Pik
t1
ikl
ikb
ikr
y
KE
t2 tempo0
Estoque de capital fixo
ProdutoInvestimento
• Entre t1 e t2, o ikb tem o formato da curva do ikl, distanciando desse pelo montante do investimento de reposição.
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BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
A função demanda de investimento em capital fixo
Relação do acelerador Eb Ky
CU
Pik
t1
ikl
ikb
ikr
y
KE
t2 tempo0
Estoque de capital fixo
ProdutoInvestimento
• É esse comportamento que gera dificuldades no modelo a curto prazo.
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BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
A função demanda de investimento em capital fixo
• Deve-se estar atento ao fato do princípio do acelerador poder não se aplicar se a economia estiver operando com um substancial excesso de capacidade de produção, isto é, a uma baixa taxa de utilização da capacidade instalada.
• Nesse caso, o estoque de capital efetivo é maior que o estoque de capital de equilíbrio, de tal forma que um aumento do produto pode igualar o estoque de capital de equilíbrio àquele efetivamente existente, causando pouco efeito sobre o investimento líquido.
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BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
A função demanda de investimento em capital fixo
• Portanto, na medida em que existe um grande excesso de capacidade de produção, a política fiscal pode aumentar a demanda (e, conseqüentemente, o PIB) sem encontrar a dificuldade descrita sobre o comportamento do investimento líquido.
50
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
t
PEPEPEr
P
CU
O custo de uso do capital
• Suponha que uma máquina seja adquirida ao preço real PE.
• O custo de uso do bem de capital é:
EPrPEP
CU PE
tPE
EP
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BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
O custo de uso do capital
• A taxa de juros apresenta três componentes:
RI = custo de oportunidade do empréstimo possível de ser concedido com os lucros não distribuídos;
RT = uma taxa padrão de retorno sobre títulos;
RA = a razão média entre retornos e preços das ações.
totaltoinvestimen
açõesdeemissãoR
totaltoinvestimen
títulosdeemissãoR
totaltoinvestimen
internosrecursosRr ATI
EPrPEP
CU
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BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
O custo de uso do capital
• A taxa de juros apresenta três componentes:
• Normalmente, RI é menor que RT e RA.
• Assim, à medida que os lucros aumentam, a importância de RI aumenta, diminuindo r.
• A redução de r diminui CU/P, aumentando ikb.
• De outro lado, a elevação de RT eleva r, que eleva CU/P e diminui ikb.
• Fica, portanto, evidenciado que o investimento depende positivamente dos lucros e negativamente da taxa de juros dos empréstimos bancários.
EPrPEP
CU
totaltoinvestimen
açõesdeemissãoR
totaltoinvestimen
títulosdeemissãoR
totaltoinvestimen
internosrecursosRr ATI
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BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
• A taxa de juros apresenta três componentes:
• A redução do imposto de renda sobre os lucros das empresas e a concessão de incentivos fiscais às empresas aumentam os recursos internos das empresas, reduzindo o valor de r.
• A redução de r diminui o valor de CU/P, o que causa o aumento do investimento bruto em capital fixo.
O custo de uso do capital EPrPE
P
CU
totaltoinvestimen
açõesdeemissãoR
totaltoinvestimen
títulosdeemissãoR
totaltoinvestimen
internosrecursosRr ATI
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BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
O investimento no modelo IS/LM
• Os modelos desenvolvidos se classificam como sendo de estática comparativa.
• Não há a preocupação em explicar o que de fato ocorre na passagem do ponto de equilíbrio inicial ao final em termos da trajetória seguida pelas variáveis e do tempo necessário a esse ajuste (o que é tratado em modelos dinâmicos).
• Assim, nossa atenção não se centrará no investimento líquido, mas sim no investimento de reposição (que faz parte do equilíbrio inicial e do equilíbrio final).
55
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
O investimento no modelo IS/LM
• O investimento líquido é considerado nos modelos de crescimento econômico e nossa atenção é focada nos modelos de determinação de renda.
• Se y KE ikr ikb r
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BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
O investimento no modelo IS/LM
• Para um modelo dinâmico, tem-se a expressão
ikb = KE(y, CU, P) + KE para o investimento.
• Para um modelo estático tem-se:
ik = ik(r, y)• A equação do investimento em estoques planejados
é:
iE = iE(y, r)
• A equação de investimento em residências é:
iR = iR(r, W, rI)
57
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
O investimento no modelo IS/LM
ik = ik(r, y)
iE = iE(y, r)
iR = iR(r, W, rI)
i = i(y, r, W, rI)
Considere que a riqueza (W) e a taxa de retorno líquida sobre os imóveis (rI) sejam constantes. Logo:
i = i (y, r)
Sendo
0r
i e 0
y
i
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BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
O investimento no modelo IS/LM
i = i (y, r) fórmula geral para a função investimento • Uma versão específica para a função investimento
pode ser: i = b0 + b1r + b2y,
em que:b1 é a sensibilidade do investimento a variações da
taxa de juros (b1 < 0)b2 é a sensibilidade do investimento a variações da
renda (b2 > 0)b0 mede os efeitos das expectativas de lucros nas
decisões de investimento
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BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
O investimento no modelo IS/LM
i = i (y, r) fórmula geral para a função investimento
• Esta expressão torna a curva IS menos inclinada em relação à que se obteve quando i = i(r).
60
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
O investimento no modelo IS/LM
i+g
i(y1)+g
g
i+g = s+t
s+t
s+t
yy0y1
r0
r1
r
45º
i(y0)+g
r2 i(y, r)i(r)
61
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
O investimento no modelo IS/LM
i+g
i(y1)+g
g
i+g = s+ts+t
s+t
yy0y1
r0
r1
r
45º
i(y0)+g
r2 i(y, r)i(r)
• Pode ocorrer das curvas no quadrante noroeste se deslocarem muito para a esquerda e a curva IS ser positivamente inclinada no espaço y versus r.
• Isto ocorrerá quando a propensão marginal a gastar (PMgG) for maior que 1
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BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
O investimento no modelo IS/LM
• Equilíbrio no mercado de produto para uma economia fechada:
y = c + i + g
• Para o equilíbrio no mercado de produto ser mantido, necessita-se que:
y = ( c + i + g)
63
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
O investimento no modelo IS/LM
y
i
y = ( c + i + g)• Considerando os gastos do governo como sendo
constantes:
PMgG = PMgC* + PMgI
Sendo:
PMgC* = propensão marginal a consumir da
renda total = (PMgC*
PMgC).
PMgI = propensão marginal a investir =
y
c
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BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
O investimento no modelo IS/LM
• Se PMgG > 1, um dado aumento na renda, aumenta (c + i + g) mais do que o aumento de y.
Ou seja, se PMgG > 1 ( c + i + g) > y. • Se nada além do aumento de y for feito, tem-se
desequilíbrio no mercado de produto. Assim, para manter o equilíbrio no mercado de produto, quando a renda aumenta, a taxa de juros deve subir para diminuir i.
• Assim, com PMgG > 1 é necessário que r e y aumentem para manter o mercado de produto em equilíbrio.
• Isto implica a curva IS ser positivamente inclinada no plano cartesiano y versus r.
y
)gic(PMgG
y = ( c + i + g)
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O investimento no modelo IS/LM
• Mas se PMgG < 1, um dado aumento na renda aumenta (c + i + g) de um valor menor do que o aumento de y.
Ou seja, se PMgG < 1 ( c + i + g) < y. • Para manter o mercado de produto em equilíbrio quando a
renda aumenta, a taxa de juros deve cair, de modo a aumentar i.
• Assim, ocorrendo PMgG < 1 é necessário que y e r.• Isto implica a curva IS ser negativamente inclinada no
espaço y versus r.
y
)gic(PMgG
y = ( c + i + g)
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O investimento no modelo IS/LM
• No restante deste curso será suposto que PMgG < 1, ou seja, (PMgC* + PMgI) < 1.
y
)gic(PMgG
y = ( c + i + g)
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Impactos da política fiscal sobre os investimentos privados
• No modelo básico da Síntese Neoclássica e no modelo geral dos novos keynesianos – quando se trabalhou com a função investimento i = i(r) – constatou-se que uma política fiscal de aumento de gastos do governo (g) aumentava a renda (y), mas diminuía o investimento i, pois a taxa de juros r subia.
• Agora, pela expressão i = i(r , y) fica-se na dúvida sobre o comportamento de i quando r e y sobem (pois o aumento de r diminui i, mas o aumento de y aumenta i).
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Impactos da política fiscal sobre os investimentos privados
• A iso-investimento é o lugar geométrico das combinações (y, r) que dão o mesmo valor do investimento privado.
• Elas são positivamente inclinadas, pois um aumento de r necessita de um aumento de y para i ficar constante
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Impactos da política fiscal sobre os investimentos privados
• As curvas de iso-investimento que se situam mais à direita (considerando como referência a origem dos eixos cartesianos) indicam maior nível de investimento, pois para um mesmo r implicam em maior y.
y1 yy0
i1
i1
i0
i0
r0
r
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Impactos da política fiscal sobre os investimentos privados
021 biybrb
• Considerando a expressão linear para a função investimento (i = b0 + b1r + b2y), tem-se:
ybbirb 201
yb
b
b
b
b
ir
1
2
1
0
1
1
2
b
b é a tangente da inclinação da iso-investimento e tem
valor positivo, pois b1<0 e b2>0.
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Iso-investimetos menos inclinadas que a LM
No ponto (y1, r1) o nível de investimento privado é menor
do que no ponto (y0, r0).
Impactos da política fiscal sobre os investimentos privados
Iso-investimetos mais inclinadas que a LM
No ponto (y1, r1) o nível de investimento privado é maior
do que no ponto (y0, r0).
y0 yy1
r0
r1
r
i0
i0
I0
I1
S0L
M
S1i1
i1
y0 yy1
r0
r1
r
i0
i0
I0
I1
S0L
M
S1
i1
i1
g
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Estimativas da função investimento no Brasil
em que:ILPR = investimento privado líquido a preços de 1975;POP = população (em milhões de habitantes);YDR = renda disponível do setor privado (a preços de 1975);YDR1 = renda disponível do setor privado no ano anterior (a preços de 1975);POP1 = população no ano anterior (em milhões de habitantes);EAMP = empréstimos das autoridades monetárias para o setor privado (a
preços correntes);IGP = deflator implícito do produto (base 1975);MR = importação de bens e serviços (a preços de 1975); e,XR = exportações de bens e serviços (a preços de 1975).
POP
XRMR4257,0
ΡΟΡIGP
EAMP0,3696
ΡΟΡ1
ΥDR1
ΡΟΡ
ΥDR0,29760,54
ΡΟΡ
ILPR
Estatística t (3,40) (8,31) (2,53)
R2 = 0,9756 DW = 2,34 n = 19
Elasticidade (0,08) (0,40) (0,63)
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Estimativas da função investimento no Brasil
• A equação acima mostra que o investimento privado líquido por habitante responde às variações do produto, à disponibilidade de empréstimos reais e à poupança real do setor externo.
• Como no Brasil não existia um mercado organizado de capitais de longo prazo na década de 1970, utilizou-se como proxy da disponibilidade de empréstimos aqueles concedidos por agências governamentais (e não as taxas de juros desses empréstimos).
POP
XRMR4257,0
ΡΟΡIGP
EAMP0,3696
ΡΟΡ1
ΥDR1
ΡΟΡ
ΥDR0,29760,54
ΡΟΡ
ILPR
Estatística t (3,40) (8,31) (2,53)
R2 = 0,9756 DW = 2,34 n = 19
Elasticidade (0,08) (0,40) (0,63)
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Estimativas da função investimento no Brasil
• Uma parte da poupança externa serve para financiar os investimentos privados. Por isso, foi utilizada a variável (MR – XR).
• Os valores das elasticidades mostram a maior importância da poupança externa e dos empréstimos governamentais
influenciando o , do que o impacto do crescimento do
PIB per capita.
POP
XRMR4257,0
ΡΟΡIGP
EAMP0,3696
ΡΟΡ1
ΥDR1
ΡΟΡ
ΥDR0,29760,54
ΡΟΡ
ILPR
Estatística t (3,40) (8,31) (2,53)
R2 = 0,9756 DW = 2,34 n = 19
Elasticidade (0,08) (0,40) (0,63)
POP
ILPR
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Estimativas da função investimento no Brasil
• Por fim, é importante ressaltar que a equação acima é uma estimativa do investimento privado líquido e não do bruto.
POP
XRMR4257,0
ΡΟΡIGP
EAMP0,3696
ΡΟΡ1
ΥDR1
ΡΟΡ
ΥDR0,29760,54
ΡΟΡ
ILPR
Estatística t (3,40) (8,31) (2,53)
R2 = 0,9756 DW = 2,34 n = 19
Elasticidade (0,08) (0,40) (0,63)
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Próxima Aula
CAPÍTULO 12 – A função demanda de moeda
12.1 O modelo clássico sobre a demanda de moeda;
12.2 O modelo de expectativas regressivas;
12.3 O modelo da composição ótima dos ativos;
12.4 O modelo da demanda de moeda para transações;
12.5 O modelo de Friedman para demanda de moeda;
12.6 Comparação e sintetização dos modelos de demanda de moeda e impactos na curva LM;
12.7 Estimativas de equação de demanda de moeda no Brasil.
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Referências Bibliográficas
• ASSIS, M. A estrutura e o mecanismo de transmissão de um modelo macroeconométrico para o Brasil (MEB). In: Revista Brasileira de Economia, 37(4): 483-512, out./dez. 1983.
• BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira. Campinas: Alínea, 2006
• BLANCHARD, O. Macroeconomia: teoria e política econômica. 2 ed. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
• BRANSON , W.H. e LITVACK, J.M. Macroeconomia, São Paulo: Habra, 1978.
• DORNBUSCH, R. & FISCHER, S. Macroeconomia. 5a edição. São Paulo: Makron/Mcgraw-Hill, 1991.
• MANKIW, N.G. Macroeconomia: Rio de Janeiro: LTC, 2004.
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