book oficial carnaval 2011 copa lord
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SOCIEDADE RECREATIVA CULTURAL E SAMBA EMBAIXA COPA LORD
1. Apresentação
Desde sua fundação, em 25 de fevereiro de 1955, a Sociedade Recreativa
Cultural e Samba Embaixada Copa Lord é parte indissolúvel do processo de evolução e
crescimento da comunidade de origem afro que hoje ocupa parte do maciço do Morro
da Cruz, na Ilha de Santa Catarina, a Comunidade Nossa Senhora do Mont Serrat.
Para as gerações atuais, a sociedade sempre esteve lá, pois são 56 anos de
existência. Para as gerações antecessoras, que viram a escola nascer, foi um sonho que
se tornou realidade. Desta forma, esta historia não compõe somente uma retrospectiva
dos carnavais passados, mas procura conduzir a uma reflexão sobre a integração da
comunidade na evolução social da cidade de Florianópolis, onde cada um, na sua
maneira própria de ser, é elemento chave para a transformação e renovação desta
entidade que indelével vem imprimindo há meio século sua marca em nossos corações.
2. Embaixada Copa Lord – 56 Anos de Glória
O planeta Terra é um pequeno corpo celeste envolto numa colcha de retalhos
culturais. Cada ser humano, cada comunidade e cada nação vêm através dos milênios,
descrevendo e alinhavando sua senda. São fios de histórias que se entrelaça, se
transpassam e se unem para formar a maravilhosa estampa da existência humana. Um
destes novelos teve sua origem na África, desenrolou-se sobre o Atlântico e veio a
estender seus fios em território brasileiro. Aqui se enredou com outros fios da historia
local para formar a cultura afro-brasileira, hoje devidamente reconhecida no dizer de
Davis:
Os africanos e seus descendentes ajudaram a criar a cultura brasileira. Sua
influência nas artes, na música, na arquitetura, na culinária, na língua e na religião
é inegável. (Davis, 2000: 109).
No Brasil, esta cultura adquiriu maior visibilidade no verão, nos primeiros meses
do ano. É quando se manifesta na forma de arte nacional. Maior show artístico brasileiro
com reconhecimento internacional: O carnaval.
Por muito tempo, tratado como arte menor, o carnaval foi aos poucos ganhando
espaço. Paulatinamente emergiu de uma cultura etnocêntrica para configurar-se hoje
como um grande evento brasileiro com alcance global.
Neste contexto histórico, é importante o papel das agremiações na formação das
escolas de samba. Estas, na visão de Tramonte:
... representam a mais original e bela criação artística do carnaval brasileiro,
por sua vez, considerado o mais importante do mundo. Mas além da originalidade e
da beleza, a escola de samba é, ainda hoje a expressão máxima de viés fundamental
da formação da cultura e do pensamento nacional: a cultura negra, de origem
africana. (Tramonte, 1996:15).
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Porém, acima de tudo, inconteste é a importância do elemento humano. Os
verdadeiros autores desta grande festa. São os indivíduos brasileiros de origem africana,
que na opinião da pesquisadora Heloisa Turini Bruhns:
... possuem apenas seus corpos e sua força de trabalho, seus poderes místicos e
sua forma de viver. “Nesse momento (do carnaval) eles são os centros de uma
festividade invertida e paradoxal, que não programa leis e donos, mas que pode ser
possuída pelos que nada tem”. Posições e sentimentos são simulados no âmago do
“brinca”. Dramatizam-se relações, possibilidades, desejos, posições sociais. (Bruhns, 2000:94).
Entretanto, quando se conhece um pouco mais de perto a realidade da construção
do carnaval, percebe-se o imenso esforço que é despendido no intuito de se efetivar o
desfile do samba na avenida. Não raros os atores carnavalescos se depararem com
preconceitos empresariais e institucionais, diante da procura de recursos financeiros
para realização do carnaval.
É preciso conscientizar que o evento carnaval está na posição de
empreendimento cultural que atrai receita para os municípios nos quais ele ocorre, sem
com isto perder a beleza plástica e musical que ele encerra.
O carnaval pode ser visto, enfim, como a grande arena popular que, ano após
ano, é montada e desmontada sistematicamente. A partir dela cada um, seja ator ou
espectador, se vê instigado a posicionar-se contra ou a favor, diante de um enredo que
excita o imaginário, quando abordam temas sociais, políticos, religiosos ou culturais.
Esta ocorrência cíclica refaz, reintegra e religam cada indivíduo com sua
comunidade, sua raça e sua nação.
Somente no carnaval esta magia acontecerá. Somente no carnaval o Mapa
Mundi será virtualizado na avenida. Somente no carnaval ocorrerão encontros de espaço
e tempo nunca antes imaginados. Somente no carnaval o presente terá a sua disposição
todos os tempos. Somente no carnaval, habitantes do imaginário farão festa na avenida,
re-narrados pela criatividade popular.
Somente no carnaval, a Embaixada Copa Lord pintará de amarelo, vermelho e
branco as ruas da cidade com a certeza de ‘quem vem lá, pedindo passagem’, nesta
Ilha mágica. Terá como norte a responsabilidade de contar e de fazer história dentro da
história, de ser um marco de resistência de um povo que ajuda a consolidar o
crescimento deste país.
Somente no carnaval estarão juntos reis e súditos, pierrôs e colombinas, atores e
atrizes, produtores e fomentadores da cultura, no grande palco popular a passarela do
samba. E pelo menos, por um momento seremos felizes, num quadro de luzes e cores.
Dançaremos com o vento da história, em alegoria, em bateria, em fantasia, em
harmonia, em sintonia,...
Por tudo isto, a Embaixada Copa Lord vem todos os anos desenhar nas estrelas
os laços que unem o morro ao asfalto, os nativos aos estrangeiros, interligando-os no
mesmo destino e mostrando que ser Copa Lord é ter a certeza de Ser Feliz.
Viva para sempre Embaixada Copa Lord.
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3. Comunidade Mont Serrat
É caminhando que se abrem caminhos...
Hoje, a Comunidade Mont Serrat é um Quilombo de resistência situada no
maciço do morro da cruz na parte central de Florianópolis e que tem desenvolvido a sua
própria estrutura comunitária e influenciando outras comunidades ao redor da cidade.
Quando observamos a Comunidade Mont Serrat, temos que sentir um
profundo orgulho do que somos e da diversidade que constitui nosso modo de ser e
viver.
Olhando nossa realidade não podemos jamais afirmar que somos negros
acomodados. Não podemos permitir que queiram que nos sintamos assim. Na verdade
carregamos Florianópolis nos nossos braços e mentes. Construímos uma história que
poucas vezes nos contaram falando a verdade. Por isso, temos que continuamente contar
e recontar a nossa história hoje e sempre.
Quem põe o pé no caminho não pode voltar atrás,
Segue em frente rompendo manhãs e anunciando uma nova vida. (Memórias - Comunidade Mont Serrat)
3.1. Uma História Para Ser Contada: como nasceu a comunidade.
Virgem do Mont Serrat,
Que estais no monte a rezar,
Pedi pelos vossos filhos,
Que não vos cansam de amar. (Hino a Virgem do Mont Serrat)
Mais de um século de história vive o povo que constitui a Comunidade Mont
Serrat. É uma longa caminhada. Porém, durante o percurso não se perdeu a ligação
com a história das gerações passadas. O fio condutor da religiosidade preservou a
identidade comunitária. A igreja contribuiu para seu cerne cultural, social e religioso.
O processo de ocupação do Morro da Cruz deu-se mais efetivamente na década
de 20. Até tão a área contava com número reduzido de famílias. Nesta época
começaram a surgirem os primeiros emigrantes, em sua maioria pessoas ligadas à área
rural e vindas de Biguaçu e Antônio Carlos. Quase todas de etnia negra. Destacam-se as
famílias Cardoso, Veloso, Almeida e o Barbosa, com fortes ligações religiosas.
Por volta de 1926, chega à comunidade do Morro da Cruz a tradicional festa do
Divino, venerada em toda Ilha de Santa Catarina. É com a prática desta tradição
religiosa e popular que surge a Irmandade de Nossa Senhora do Mont Serrat e
posteriormente é construída uma pequena capela para abrigar a padroeira da irmandade.
Estão presentes também, outras tradições de natureza cultural e religiosa: terno
de reis, pão por Deus, procissões, novenas, cultos afros, para qual a comunidade conta
com dois centros de umbanda. São preservadas ainda as tradições: boi de mamão,
entrudo e futebol.
Na década de 50 a comunidade desperta para fazer reivindicações, na área de
cultura, buscando a valorização das tradições afro-brasileiras. E assim nasce a
Sociedade Recreativa Cultural e Samba Embaixada Copa Lord.
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3.2. Como Nasceu A Embaixada Copa Lord
Quem vem lá,
De amarelo, vermelho e branco,
Levantando a poeira do chão,
É Copa Lord do morro da caixa. Hino da Escola 1963: „Quem vem lá‟ (Autores: Avevú e Fogão)
Numa quente tarde do verão de 1955, depois de uma partida de futebol,
Aberlado Henrique Blumemberg, o “Avez-vous” (aportuguesado para Avevú),
Juventino João Machado, o Nego Quirido, Valdomiro José da Silva, o Lô, e Jorge
Costa, o Jorginho, resolveram sentar-se para descansar num muro em frente ao Bar do
Segundo (Bar do Cecondinho Lemos), reduto de sambistas e boêmios, onde hoje
funciona o bar do Tazo, na Rua Major Costa, na subida do Morro da Caixa.
Faltavam 40 dias para o Carnaval e a Escola de Samba Protegidos da Princesa,
única escola que existia na época, estava fora dos desfiles. Os blocos que saíam às ruas
não estavam agradando os foliões, pois o Carnaval organizado pela elite da cidade
estava em franco declínio. Foi aí que Avevú disse: "Com este carnaval tão decadente,
sem tempero, sem fato novo, acho que tá na hora de fazer uma nova escola de samba”.
A idéia de Avevú foi prontamente aceita pelos três companheiros. Em conjunto
passaram a organizar a parte financeira e musical da escola. A primeira através da
circulação do livro de ouro e, a segunda, através da confecção de instrumentos como
tamborins malacaxeta (feitos de madeira) e bumbos feitos com barricas.
A princípio a escola se chamaria Os Garotos do Ritmo, porém foi mudado para
Embaixada Copa Lord, por sugestão de Avevú, que via no significado do termo
Embaixada uma forma de congregar negros e brancos que vivenciavam o mundo do
samba. E com termo Copa Lord, gíria que trazida do Rio de Janeiro que significava
“jogada alta”, a grande jogada do carnaval de Florianópolis.
No primeiro desfile, no Carnaval de 1955, a Embaixada Copa Lord cantou o
samba "Tiradentes", que tinha sido enredo do Império Serrano do Rio De Janeiro no ano
anterior. Aproximadamente 100 pessoas apaixonadas pelo samba participaram do
desfile, um número surpreendente para a época. Avevú acompanhado de Benta foram os
porta-estandartes. Fizeram parte também da estrutura do primeiro desfile a comissão de
frente, com oito integrantes, um baliza que abria a apresentação, as alas e bateria, com
cerca de 40 componentes, que incluía, além de instrumentos rudimentares como o
malacaxeta e o bumbo de barrica, instrumento de sopro, tocado por Djalma do Pistão.
"Quando o pessoal viu que o samba estava pegando fogo, o Morro desceu",
relembra Avevú. Tamanho foi o envolvimento da comunidade e da cidade, que a
conseqüência não podia ser outra: a Embaixada Copa Lord foi Campeã naquele ano. No
ano seguinte, com o enredo "Vem Forasteiro", um convite ao turista para participar do
carnaval, de autoria do próprio Avevú, a escola foi novamente campeã.
Daquela época até os dias de hoje a Sociedade Recreativa Cultural e Samba
Embaixada Copa Lord conta quase que exclusivamente com a raça e a força de vontade
de sua comunidade, por isso a amarelo vermelho e branco do Morro da Caixa é
conhecida como a mais popular e a mais querida escola de samba da cidade de
Florianópolis.
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4. O Samba Toma Conta
A Embaixada Copa Lord é uma escola que encanta, atrai e redimensiona o
mundo do samba e em especial no carnaval de Florianópolis, através de seus enredos.
Ela tem cores e luzes diferentes. Tem histórias diferentes, que vão além do horizonte do
samba. Mergulhar em sua historia é penetrar num mundo de magia e encantamento. É
saborear o néctar do divino Dioniso (deus da mitologia grega). É deixar água na boca e
gosto de “quero mais”.
Viver a Embaixada Copa Lord é vestir suas cores, suas fantasias. É sentir o
coração pulsar ao ritmo da bateria. É pintar a alma de amarelo, vermelho e branco. É
pedir passagem, levantar a poeira do chão e cantar em harmonia as suas lindas melodias.
A paixão pela escola enche os corações de orgulho e os corpos de energia e os
olhos de lagrima. O sonho e a realidade se fundem quando a escola entra na avenida que
ganha mais cores, mais vida e mais emoção.
Viver 56 anos de gloria da Embaixada Copa Lord é viajar sobre cada verso, cada
estrofe e cada enredo dos carnavais passados. É ir pintando na memória quadros com as
cores da poesia. É compartilhar a memória da Comunidade. É fazer um trabalho de
construção sólida absorvendo os ensinamentos do passado para pensar sobre o futuro.
5. Cinco Décadas de Carnavais
O primeiro triunfo da agremiação amarela, vermelha e branca aconteceu já no
ano de sua fundação, em 1955. Com o enredo „Tiradentes‟ a Embaixada Copa Lord sai
do carnaval como campeã.
Nesses 56 anos de história, a Embaixada Copa Lord tem se notabilizado pela
qualidade de seus enredos e sambas de enredo conquistando 20 títulos Não há qualquer
exagero em se dizer que alguns dos seus enredos como também dos seus sambas de
enredo apresentados no carnaval de Florianópolis fazem parte da seleta lista dos
melhores já criados para os desfiles do carnaval.
O samba-enredo de maior representatividade, sem dúvida, é o de 1963 que tem
como titulo „Quem Vem Lá‟, de autoria de Abelardo Henrique Blumemberg (Avevú) e
Fogão, que passou a ser o hino da escola de samba.
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6. Cronologia Carnavalesca da Embaixada Copa Lord
Carnaval de 1955 – campeã
Carnaval de 1956 – campeã
Carnaval de 1957 – vice-campeã
Carnaval de 1958 – vice-campeã
Carnaval de 1959 – vice-campeã
Carnaval de 1960 – vice-campeã
Carnaval de 1961 – vice-campeã
Carnaval de 1962 – campeã
Carnaval de 1963 – vice-campeã
Carnaval de 1964 – campeã
Carnaval de 1965 – campeã
Carnaval de 1966 – vice-campeã
Carnaval de 1967 – vice-campeã
Carnaval de 1968 – vice-campeã
Carnaval de 1969 – vice-campeã
Carnaval de 1970 – não desfilou
Carnaval de 1971 – campeã
Carnaval de 1972 – campeã
Carnaval de 1973 – campeã
Carnaval de 1974 – vice-campeã
Carnaval de 1975 – campeã
Carnaval de 1976 – campeã
Carnaval de 1977 – vice-campeã
Carnaval de 1978 – não desfilou
Carnaval de 1979 – vice-campeã
Carnaval de 1980 – vice-campeã
Carnaval de 1981 – não desfilou
Carnaval de 1982 – campeã
Carnaval de 1983 – vice-campeã
Carnaval de 1984 – terceiro lugar
Carnaval de 1985 – vice-campeã
Carnaval de 1986 – não desfilou
Carnaval de 1987 – terceiro lugar
Carnaval de 1988 – não teve desfile
Carnaval de 1989 – quarto lugar
Carnaval de 1990 – campeã
Carnaval de 1991 – não desfilou
Carnaval de 1992 – não desfilou
Carnaval de 1993 – quarto lugar
Carnaval de 1994 – não teve desfile
Carnaval de 1995 – vice-campeã
Carnaval de 1996 – campeã
Carnaval de 1997 – não teve desfile
Carnaval de 1998 – vice-campeã
Carnaval de 1999 – campeã
Carnaval de 2000 – campeã
Carnaval de 2001 – vice-campeã
Carnaval de 2002 – campeã
Carnaval de 2003 – campeã
Carnaval de 2004 – campeã
Carnaval de 2005 – vice–campeã
Carnaval de 2006 – terceiro lugar
Carnaval de 2007 – vice-campeã
Carnaval de 2008 – campeã
Carnaval de 2009 – vice-campeã
Carnaval de 2010 – campeã
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7. Razão Social
Nome: Sociedade Recreativa Cultural e Samba Embaixada Copa Lord.
Data da fundação: 25/02/1955
CNPJ: 83936443/0001-16
Endereço: Rua General Vieira da Rosa nº 241 – Centro – Florianópolis/SC
Escritório: Secretaria: Rua General Bittencourt, 545, Sala 101 – Centro. Cep:
88020-100 – Florianópolis/SC
Fone: (48) 3204-8795
E-mails: contato@copalord.com.br e secretaria@copalord.com.br
Site: www.copalord.com.br
8. Diretoria Executiva Gestão 2010/2011
Presidente de Honra: Maria de Lurdes Gonzaga (Dona Uda)
Presidente: Dejair Velozo (Jaíco)
Vice- Presidente: Rubem Kammers
Vice-Presidente de Carnaval: Antônio José Leopoldo (Jacaré)
Vice-Presidente Financeiro: Araquém Silva
Vice-Presidente Administrativo: Wilmar José Elias Junior
Vice-Presidente de Ação Comunitária: Sandra Cristina Nascimento
Secretário: Robson Leandro Costa (Robinho)
Diretor Jurídico: Carlos Augusto do Espírito Santo
Diretora de Marketing: Eluza Müller
Diretor de Patrimônio: Jaci Carlos Barbosa
Orador: Gilson Célio Veloso (Celinho)
Assessora de Imprensa: Liana Gualberto (Lika)
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9. Conselho Fiscal
Presidente: Júlio Santos Neto
Secretária: Sandra Regina de Souza
Conselheiro Titular: Manoel Veloso
Conselheiro Titular: Maria de Lourdes da Costa Gonzaga
Conselheiro Titular: Carlos M. Ramos Luz
Conselheira Suplente: Sonia Maria Veloso
Conselheiro Suplente: Oscar da Silva (Cazinho)
Conselheira Suplente: Maria da Graça Sabino
10. Conselho Deliberativo
Presidente: Dóri Edson Veloso
Vice-Presidente:
Secretário: Osvaldo Meira Junior
Conselheiro Titular: Nestor Soares Aranha
Conselheiro Titular: Rocelio A. Oliveira
Conselheiro Titular: Raquel Cardoso
Conselheiro Titular: Otavio Pereira
Conselheiro Titular: Maureci H. de Maria
Conselheiro Titular: Jonathan A. Santos
Conselheiro Titular: João Ferreira de Souza
Conselheiro Titular: Edenir F. Rosa
Conselheiro Titular: Claudio R. Rosa
Conselheiro Titular: Nerilda Mafra da Maia
Conselheiro Titular: Edenio Salesi Rosa
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11. Velha Guarda
Presidente: Sandra Mara da Luz
Vice Presidente: Sulimar Alves
1º Secretário: Antônio Vicente da Silva
2º Secretário: Elizabeth Bernardo
1º Tesoureiro: Mariolanza Vieira
2º Tesoureiro: Maria Ramos dos Santos
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12. Enredo Carnaval 2011
Autores do Enredo: Edu Aguiar, Gilson Celio Veloso (Celinho da Copa Lord)
e Ley Vaz.
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Em nossas mãos transportamos o destino que nos foi traçado. É em nossas
mãos que moram as linhas da vida, do amor, da sorte ou do infortúnio. É nelas que
reside o enigma do presente e do futuro próximo ou longínquo.
Em nossas mãos guardamos a esperança, à vontade, um misto de querer e não
querer. Com as mãos podemos mostrar à perseverança, a firmeza, a coragem.
Em nossas mãos está a força de vencer cada batalha, cada luta diária que
temos de travar. Através delas conseguimos revelar à sensibilidade, a amargura, a
revolta. Em nossas mãos está o gesto.
É com elas que podemos tocar sentir transformar. É com as nossas mãos que
lemos, aprendemos, labutamos. Com elas conseguimos escrever, pintar, decorar as
nossas vidas.
Em nossas mãos carregamos os sonhos, as fantasias, a magia dos segredos.
Nelas guardamos o mistério do estar vivo.
Com as nossas mãos podemos unir raças, crenças, culturas. De mãos dadas
podemos mudar o mundo.
(Autores)
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12.1. Apresentação
“Tenho apenas duas mãos,
e o sentimento do mundo”. (Carlos Dummond de Andrade)
É a voz dos tempos, nos ensinando o papel de sujeitos da história, responsáveis
pelo mundo: o mundo será o que fizermos dele: para isso temos duas mãos e o
sentimento da justiça, a consciência da iniqüidade da fome, da exclusão social, do
desemprego, das desigualdades de toda ordem. E assim a história nos ensina que o
dever do homem é mudar o mundo e para transformá-lo, temos duas mãos e o
sentimento da igualdade, temos duas mãos e o sentimento da liberdade.
Somos livres porque escolhemos construir o futuro, somos livres porque decidimos
mudar o presente, somos livres porque amamos a humanidade e acreditamos no homem,
buscando o melhor uso possível da cabeça do coração e das mãos.
“Tenho apenas duas mãos”, mais são mãos lavradas, mãos sulcadas, mãos
lavouras; mãos operárias, mãos calejadas. Mãos que se fecham no vazio porque não há
terras, não há trabalho e sim cada vez mais máquinas para substituir as mãos de quem
quer trabalhar.
“Tenho apenas duas mãos”, e o sentimento de nossa história comum: história
de sacrifício e de sonhos, de dor e de alegria, mas, acima de tudo, história de fé na
capacidade transformadora do homem que nos permite, todo dia, renovar nossa
esperança e sonhar, sempre, todo dia, toda noite, porque a felicidade é possível.
“Temos todas as mãos do mundo”, as mãos frágeis e trêmulas da fome de
comida e de justiça, as mãos frágeis e trêmulas dos que têm sede, as mãos secas e
trêmulas do desempregado, as mãos cruzadas dos que não têm saúde, as mãos
paralíticas dos que não sabem escrever.
“Temos todas as mãos do mundo”, a mão que se abre e se estende no gesto de
solidariedade, a mão que se ergue e se espalma no gesto de protesto, a mão que se fecha
para dizer… Basta! A mão que cerra o punho para dizer: “Vamos à luta!”, pois temos
que vencer as adversidades “Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo”, de
um mundo que não é o nosso, de um país que ainda não é o nosso, de uma terra que
ainda não é nossa.
Mas, como nos ensinou Drummond: Para isso temos duas mãos e o sentimento
para juntar a outras mãos e assim mudar o mundo e as nossas vidas.
12.2. Enredo
Titulo: Enfim... Há Mãos e Mãos! As Tuas, Quais São?
“No esplendor da criação,
Através de mãos perfeitas,
Explode a perfeição
Do autor da natureza.”
Uma espécie de "memória da mão" percorre silenciosamente o processo de
criação do mundo e das criaturas. Nestes dois casos, a impressão da mão identifica
mitos, lendas e mistérios através dos tempos, fazendo aparecer ao longo da historia da
humanidade questionamentos do fazer manual na construção dos mundos superiores e
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inferiores, isto quer dizer: o mundo do céu e o mundo da terra. Assim aparecem as mais
diversas simbologias e significados à presença das mãos nesses dois universos: um
ligado aos mundos dos Deuses e outro ligado ao mundo dos homens. Mas,
independentes dos mundos a presença das mãos engajam um conjunto de relações
abstratas, mitos, fantasias e conhecimentos, carregando para o âmbito cultural valores
míticos de diferentes tradições que são reprocessados através dos mais variados povos
sob a forma de novas falas.
A imagem das mãos, ao longo dos tempos, foi sendo impregnada de potências
significativas derivadas dos diversos rituais que, em muitas culturas, a tomaram como
ponto central. O Budismo, por exemplo, deu-lhe significativa importância enquanto
pólo energético, pintando-as com desenhos simbólicos e fazendo-as realizar gestos
reflexo lógicos denominados Mudras. Cada dedo recebe um significado, e sua posição
em determinado gesto corresponde a uma intenção conceitual na concentração. Assim, o
toque do dedo indicador com o polegar determina o fechamento de um circuito que
integra o nível cósmico com o eu individual, aspectos que cada um desses dois dedos
representa.
A cura pela energia das mãos é bem conhecida por inúmeras culturas, ela pode ir
desde a simples pressão sobre pontos específicos (Do-in) até os gestos mágicos com
elas realizados pelos Xamãs. O poder da postura das mãos sobre os corpos está presente
também na religião católica, sob a forma da benção. Na Umbanda brasileira, os "passes"
são movimentos em que as "entidades" passam suas mãos sobre o corpo do fiel, sem
tocá-lo, energizando-o, para afastar doenças e trazer bons fluídos. Nessas religiões, há
toda uma codificação gestual das mãos para evidenciar os momentos específicos dos
rituais, sempre acompanhados de dizeres próprios.
Além das mãos em si próprias, sua ação em desenhos ou escritas realizados
sobre o corpo, ou mesmo sobre outras superfícies, como a areia, é utilizado de forma
ritualística tanto por aborígenes australianos como por monges tibetanos. Tatuagens
também é parte importante de rituais, trazendo em si mesmas uma sorte de força
magnética. Em alguns rituais de povos primitivos atuais, desenhar a silhueta das mãos
sobre objetos pode conduzir a sua posse, o que permite inferir que as marcas de mãos
impressas nas cavernas representaram no espírito dos caçadores a captura dos animais.
Na iconografia cristã, a mão cortada que emerge das nuvens é símbolo de Deus
encarnado, e, ao longo da Idade Média, desenvolveram-se, principalmente nos Países
Baixos, na Alemanha e na Áustria, cultos populares a imagens da "mão poderosa". Essa
devoção foi transportada para a América no período colonial, tendo recebido aqui forte
expansão, fazendo-se acompanhar do desenvolvimento de uma rica imagética que pode
ser encontrada ainda hoje em muitos países latinos.
Os exemplos citados são apenas uma pequena parte de um imenso conjunto de
tradições que, de alguma forma, remetem à mão humana e que constituem uma fonte de
referência para os seres humanos, pois ao recorrer a essa imagem e a sua simbologia,
trazem para a cena do dia a dia, lembranças de antigos mitos. Mesmo sem manter suas
conotações religiosas originais, eles contribuem para fortalecer no imaginário social um
pensamento do sagrado. Mas, a curiosidade associada à crendice popular e a fé leva o
pensamento do ser humano na busca do secreto, na expectativa de desvendar e revelar
seus mistérios: isto é quebrar seus enigmas. Assim, pode-se dizer que a memória desses
mitos sobre as mãos retornam em forma de artes não somente sob uma configuração
religiosa e enigmática, mas também de uma forma poética e ambígua, fazendo parte das
estratégias com que a mundo atual trabalha e vivencia as dúvidas e as inquietudes. Ou
seja, ao mesmo tempo em que as conotações religiosas são abandonadas, uma condição
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socialmente aceita enquanto sagrada – as mãos – também é focada simbolicamente
como a força do bem o do mal.
A Sociedade Cultural e Samba Embaixada Copa Lord com este tema enredo não
retoma somente os mitos das mãos em sua especificidade mitológica e possíveis
sentidos simbólicos, mais sim buscando uma ampliação de seus significados no decorrer
da vida onde o homem foge muitas vezes do sagrado na quebra dos enigmas e cada vez
mais se depara coma as angústias da sua finitude.
Mas por que, entre tantas outras imagens, a mão permanece quase invariável,
como uma presença marcadamente identificada? O que dizem as mãos humanas? Qual o
significado de suas representações? Como esses significados são retrabalhados?
A imagem da mão humana é tão carregada de simbologias que se presta muito
bem a todo tipo de elaboração poética de forma marcante em todas as civilizações
escrevendo história, suas descobertas e conquistas. As mãos dizem, por exemplo, das
ações e produções do homem, pois, de certa forma, foi o fazer manual que distinguiu o
homem das demais espécies, na aurora de sua humanização. Semear e construir são
ações da mão humana que representam a capacidade de transformar a natureza, de
dominá-la, segundo uma vontade e uma razão próprias, através do mito da mão
criadora. O fazer criativo retoma o fazer humano em seu sentido mais ontológico,
segundo o qual foi fabricando artefatos que o homem se fez humano.
As mãos são, ao mesmo tempo, símbolo de violência e de defesa. Com elas, o
homem mata e destrói com elas ele defende sua vida, seu patrimônio e seus entes
queridos. Elas podem ser a arma mais primária e, muitas vezes, a mais poderosa. A mão
acusa e salva, contendo em si a ambigüidade dos sentimentos e dos atos humanos. Elas
expressam sentimentos através de carinhos e de afagos. Tocar e ser tocado são um dos
componentes fundamentais da sexualidade humana. As mãos também "vêem". Elas
possuem no tato uma espécie potente de sensor que permite uma série de percepções,
estimulando sensações que não podem ser ativadas pelo olhar. Elas também
“gestualizam” sentimentos e idéias, falando pelos mudos.
Unida em forma de um coração, elas estão aludindo a esse mito do senso comum
que une mão e coração a toda uma gama de simbologias afetivas, expresso em cartões
para o dia dos namorados, dias das mães, dias dos pais, natal e ano novo até as imagens
da mão sobre o coração divino, em santinhos.
As mãos podem conectar um indivíduo ao outro, através de um gesto social de
apresentação, mas também através de gestos mais profundos de apoio e auxílio. Elas
representam a segurança que uma mãe ou um pai pode dar ao filho pela sua capacidade
de sustentar uma criança, retendo-a frente a uma situação de perigo ou conduzindo-a por
uma vereda difícil. As mãos entrelaçadas expressam sentimentos de solidariedade, seja
de crianças brincando de roda, seja pelo aperto de uma mão amiga na hora da dor,
garantindo sua presença solidária contra a indiferença. Nesse momento ela está abrindo,
espaço e quebrando a individualidade em uma cadeia social de ausências.
A impressão digital é aceita universalmente como padrão de identificação o que
lhe dá um preponderante papel enquanto signo de identidade. Como marca pessoal, a
mão é símbolo de posse e de autoria, exemplificada pela assinatura que garante a
responsabilidade daquele que assina. As mãos são como fotos dos indivíduos das mais
diversas profissões e origens. As mãos muitas vezes estão no lugar dos rostos de cada
um de nós, é ela mesmo um tipo de retrato individualizado. São mitos de identidade
recuperados que permitem reconhecer nas fotos de suas mãos a presença de cada um.
Tal como nas antigas cavernas, as mãos pintadas sobre as paredes personificavam os
sacerdotes; aqui as fotos das mãos personificam os indivíduos a quem elas
correspondem. A parte significativamente responde pela identidade do todo.
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A mão é responsável, também, pela escrita, esse registro da linguagem que atua
na transmissão da cultura na história da humanidade. Com o seu movimento sobre
superfícies, a mão deixa rastros que são instrumentos da memória. São significantes que
o homem pode interpretar e, através deles se comunicar, repassando conhecimentos de
gerações a gerações.
Mas se a mão diz do passado através da escrita, ela diz também do futuro,
quando, na quiromancia, se acredita prever o porvir do indivíduo pelas linhas de sua
palma, que alguns especialistas decifram. Segundo essas crenças, as mãos possuem uma
espécie de auto-inscrição do corpo, como se o tempo, cristalizado no destino pudesse
inscrever-se nas linhas de sua palma.
A leitura das mãos, tão forte na cultura cigana, é retomada para dizer do futuro,
novamente, o mito da leitura do destino nas mãos reaparece, desta vez para nos dizer
não do futuro nem do passado, mas de um mundo interior que se quer descobrir.
Com tantas significações, não é difícil de entender por que esta imagem
reaparece continuamente em nossas vidas. Ela constitui um elemento visual que se
incrustou no imaginário social, pois sobre ela se constituíram mitos ao longo das
gerações. Encontra-se a memória da mão sob forma de marcas e impressões específicas
deixadas sobre papel, tela, argila ou qualquer outro tipo de superfície, em imagens
figurativas, realistas ou estilizadas, mas, encerram-se também nos resíduos de sua ação,
como, por exemplo, a escrita.
É essa magia sugerida pelas imagens da mão que tanto fascina é que inspirou a
Escola de Samba Embaixada Copa Lord a trazer para este carnaval o advêm dessa
imagem em si e dos significados simbólicos que ela contém, pois ela realiza uma
suspensão poética dos mistérios de seus mitos e do seu uso através dos tempos, mais
deixando garantido o espaço da imaginação em uma sociedade eminentemente racional,
e nada melhor do que o carnaval como arte popular resguardar a capacidade de
suspensão do mistério, evitando respostas definitivas ou esclarecimentos superficiais,
garantindo o espaço saudável da dúvida Talvez seja exagero dizer que o homem é o
"seu par-de-mãos", e, por conseguinte: a mão é a filosofia, é o místico e o mágico, é a
técnica e a ciência, é a arte na sua objetividade e realização, é a marca do trabalho e da
sobrevivência, da abertura de caminhos e novos mundos, de selar novas amizades e de
escrever novas histórias, de aplaudir e de acenar, de externar carinho e gratidão, de
contar moeda e acumular riqueza, de fazer o bem ou fazer o mal, de plantar e de colher,
de construir e destruir, de fazer a guerra e selar a paz, Enfim... Há Mãos e Mãos! As
Tuas, Quais São?
13. Desenvolvimento do enredo
Este enredo será apresentado em 5 atos, composto por 26 alas, 4 carros
alegóricos e 2 tripés.
13.1. Primeiro Ato: Homem, e a mística das mãos.
Partindo do mistério da criação, o ser humano não é apenas coerdeiro deste
imenso cosmos, mas participam desta criação todos os dias. Ora, este pressuposto nos
remonta a um Deus, a um ser supremo como o Senhor Criador de todas as coisas;
portanto, é mister cogitarmos que tudo, até as criaturas foram „concebidas‟ a partir do
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nada; isto é, desde o começo nada existia e pela Palavra poderosa do Criador tudo foi
feito em plena liberdade e vontade.
Nestes termos, ao pressupor que tudo se originou do nada, estamos retomando a
originalidade do Criador como o Senhor do universo. É por Ele e a partir Dele que todas
as coisas existiram, isto é, em Deus tudo existe, pois, antes de todas as coisas existirem,
elas estão na “essência divina” do Criador; e Sua Sabedoria paira em todas as dimensões
do universo, entre as coisas visíveis e as invisíveis.
Após termos refletido e aceitarmos ou não a manifestação de Deus na criação do
mundo. A ciência, por sua vez, pode apresentar suas teorias que não deixam de ser
importantes; contudo, não devemos ficar apenas nisso. Em contrapartida, sem a luz da
fé, se tornaram obscuras a „cair‟ no paradigma da ignorância. Cabe, então, ao homem
voltar-se para a dimensão do cosmos e „admirar-se‟ com as maravilhas que o Criador
apresenta através das suas mãos.
- Descrição de Alas, Carro Alegórico e Tripé do Primeiro Ato:
COMISSÃO DE FRENTE: MÃOS FIANDEIRAS DO DESTINO.
Mãos que tecem a teia,
Da vida e da morte,
Tranças a meada do destino,
Para todo e qualquer mortal,
Estendes um fio condutor,
Partindo da casa do Grande Mestre Criador,
Firmando suas pontas,
Nas trevas e na luz,
Um arremate pode ser dado pelo bem ou pelo mal.
A arte de tecer e fiar são obra e projeção do Grande Mestre Criador de todas as
coisas nesse caso as Mãos Divinas, que tecem a teia da vida e fia a meada do destino.
Como maravilhosa e habilidosa Fiandeira – as Mãos Divinas tramam a vida humana,
assim como a Escuridão e a Luz.
As Mãos Divinas assim recebem o nome de "Fiandeiras do Destino", e como
tecelã, são responsáveis por tecer o destino dos homens na face da terra com seu fuso
mágico, é a medidora, distribuidora e avaliadora que corta com sua habilidade como
uma tesoura mágica o começo, o meio e o fim.
A vida de qualquer ser humano possui: Princípio, Meio e Fim. O
comparecimento do Grande Mestre com suas Mãos Divinas estarão presentes nessas
articulações, direcionando os homens para o bem ou para o mal.
O destino determina a nossa vida e ele com certeza, é verdadeiro. Os homens
sempre souberam que o destino está nas mãos do Grande Mestre Criador e nós
precisamos saber usar as roupas que ele destina. E esta roupa pode ser o bem o mal
O interessante da vida é a surpresa, por isso, não é bom que saibamos tudo sobre
nosso destino. Devemos sempre dar o melhor de nós em cada situação e vivenciarmos
plenamente o aqui e o agora. Se soubéssemos o que acontecerá, quando acontecerá e
como acontecerá, que novidade teria o dia de amanhã? É claro que todo ser humano é
curioso e ávido de saber, desde que comeu o fruto da “Árvore do Conhecimento”.
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A imagem das Mãos Divinas, com o passar dos tempos, foi se tornando cada vez
mais abstrata até se converter em uma concepção singular, representando a força
misteriosa do destino. Mas apesar deste aspecto de abstração, as Mãos Divinas
conservaram algo primitivo de seu caráter, a de protetora dos homens, e, é nelas que
esta nosso destino.
1º CASAL DE MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: LUZ DA
CRIAÇÃO.
Por vezes as trevas cercam-nos... Oprimem o nosso coração... Duvidamos do
nosso rumo, perdido na neblina da nossa mente vagando à procura de um ponto de luz
que nos oriente, que nos mostre o rumo. Quantas vezes nos sentimos assim?...Entre o
bem e o mal!
Em toda a nossa vida procuramos a nossa razão de ser. O nosso lugar neste
mundo... Procuramos a luz que nos oriente pelas dúvidas e pelas mãos que nos colocam
no caminho. Esta dúvida atroz que nos esmaga... Pensamos encontrar esse sentido na
luz das mãos do criador.
Passamos a vida iludidos por uma realização pessoal e material que em nada nos
deixa verdadeiramente realizados... Presos ao materialismo de uma vida que
construímos em torno de uma ilusão, que se esfuma perante a fragilidade e efemeridade
desta vida passageira e fugaz...
Olvidamos que o verdadeiro sentido da vida está em nossas próprias mãos e no
seio do nosso coração, onde faz acender a luz onde podemos vogar de olhos vendados
pela escuridão que nos teima em fustigar.
Nada mais puro que a luz que emana do divino senhor e que se encontra inscrita
no seio de nós... Por mais que a tentemos apagar, ignorar, ela está lá, teima em manter-
se acessa e só por vezes perdura além de nós...
Quando as barreiras nos cercam, quando a escuridão chega, temos de olhar para
dentro e ver o que realmente importa...
O que importa é a alegria que conseguimos transmitir aos que nos rodeiam aos
que nos ama, a final é isso que fica, quando o nosso pó for varrido pelos ventos, ficando
somente a nossa Memória. Temos de deixar que a luz que nos ilumina no interior
transborde e ilumine tudo o que nos rodeia, e mudar...
A mudança tem de partir do nosso interior... Só aceitando as nossas falhas,
admitindo as nossas limitações, ainda que tentando sempre superá-las, e entregando-nos
de corpo e alma aqueles que amamos podem viver em paz conosco e só assim mudar o
rumo a sociedade em busca da verdadeira luz que a oriente pelas trevas que se instalam
no seu seio e a querem oprimir e destruir...
Pois é no meio da escuridão que a mais pura das luzes vive, mudando de mão em
mão para encontrar a vendedeira paz através das mãos do criador.
O Ser Humano é o Único que pode conscientemente escolher o direcionamento
das suas ações, tornando claras as intenções de sua Essência Interior e, através de suas
atitudes, demonstrar o valor de suas palavras, o poder de seus pensamentos e o calor de
seus sentimentos em tudo o que realiza e assim pode estender as mãos para o bem ou
para o mal.
Quando realizamos toda e qualquer ação, seja simplesmente pensando, sentindo
ou atuando concretamente, conscientes da correta ou não atitude para cada momento,
criamos uma abertura para as dimensões mais profundas no nosso Ser, onde temos
acesso ao amor, ao o ódio e tudo pode partir para uma dimensão sem limites.
20
A qualidade presente em nossa consciência quando assumimos atitudes do bem
ou do mal é o que determina o campo vibratório e sensível onde iremos atuar e viver a
plenitude de sermos, simultaneamente, humanos vivendo na luz ou nas trevas.
1º CARRO ALEGÓRICO: AS MÃOS E MUNDO MISTICO DA
CRIAÇÃO.
Ver o mundo num grão de areia,
E o céu numa flor silvestre.
Detém o infinito na palma da tua
mão,
E a eternidade numa hora. (W.Blake)
A complexidade de nossa natureza e da nossa criação reflete parte da glória do
Criador o Deus na humanidade. Nós somos criaturas multifacetadas de grande
complexidade. Deus criou o homem como imagem de portadores. Isto tomado para a
ideia concedida tem implicações vastas. “Então o Divino Senhor:” Façamos o homem à
nossa imagem, conforme a nossa semelhança, e domine ele sobre as demais criaturas do
mar ou do céu ou de todas as criaturas que se movem ao longo do terreno. “A partir
desta passagem, vemos que a nossa decisão sobre as outras criaturas é parte das nossas
responsabilidades e atitudes”. A humanidade foi criada para refletir a glória do Criador
Quando contemplo os teus céus, e vejo a obra das tuas mãos, como a lua e as estrelas,
que você definiu no lugar, qual é o homem que está atento a ele, o filho do homem que
você se importa com ele? Você fez um pouco menor que os seres celestiais e coroados
de glória e de honra. Você fê-lo soberano sobre as obras de vossas mãos, você põe tudo
debaixo de seus pés. O homem é coroado de glória, um termo normalmente associado
com Deus. Ela simboliza a autoridade e capacidade para governar. Isso confere ao
homem uma dignidade especial que não é compartilhada pelo resto da criação. Nós
somos importantes porque partilhamos a autoridade de Deus como vice-regentes do
mundo e refletimos a Sua glória.
Por toda a Escritura, Deus está distinguido de Sua criação. Ele é um espírito
puro, ao passo que todas as coisas e seres criados são pelo menos materiais em parte,
com exceção dos anjos, tanto bons como maus. Deus é infinito; todas as coisas criadas
são finitas. Deus é eterno, tendo existido desde a eternidade. Isto não é verdade quanto a
qualquer outra coisa. Deus é imutável. Nada mais o é. Deus é onipresente; nada mais é.
Nem qualquer outra coisa possui os atributos de onipotência e onisciência da essência
de Deus.
O Ser Humano é o Único que pode conscientemente escolher o direcionamento
das suas ações, tornando claras as intenções de sua Essência Interior e, através de suas
atitudes, demonstrar o valor de suas palavras, o poder de seus pensamentos e o calor de
seus sentimentos em tudo o que realiza e assim pode estender as mãos para o bem ou
para o mal.
Quando realizamos toda e qualquer ação, seja simplesmente pensando, sentindo
ou atuando concretamente, conscientes da correta ou não atitude para cada momento,
criamos uma abertura para as dimensões mais profundas no nosso Ser, onde temos
acesso ao amor, ao ódio, e tudo pode partir para uma dimensão sem limites.
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A qualidade presente em nossa consciência quando assumimos atitudes do bem
ou do mal é o que determina o campo vibratório e sensível onde iremos atuar e viver a
plenitude de sermos, simultaneamente, humanos vivendo na luz ou nas trevas.
PRIMEIRA ALA: MONGENS BUDISTAS – MUDRAS.
Longe de luxos e prazeres, monges levam uma vida austera, de disciplina e
entrega espiritual. Eles dividem o tempo entre tarefas do dia e momentos de oração,
quando entoam mantras.
Os Mudras são posturas feitas com as mãos usadas na ioga, na dança e nas
imagens sagradas do Budismo para despertar e harmonizar os centros energéticos do
corpo. Usados na iconografia Budista e no Vajrayana, cheios de simbolismo e beleza,
esses gestos criam uma conexão do praticante com a energia do Buda que é invocado
pela repetição dos mantras. Eles podem ser praticados a qualquer hora, trazendo calma e
concentração para sua vida.
SEGUNDA ALA: BATERIA: ALABÊ OU TAMBOREIRO – AS MÂOS
QUE FALAM.
“Só tambor noite e dia / dia e noite só tambor / até à consumação da grande
festa do batuque!”
O som é a primeira relação com o mundo, desde o ventre materno. Abre canais
de comunicação que facilitam o tratamento. Além de atingir os movimentos mais
primitivos, a música atua como elemento ordenador, que organiza a pessoa
internamente.
Em toda a África negra, o tambor, além de ter uma função musical, foi, e é, um
dos principais meios de comunicação social. Se for tocado numa colina, o som de um
tambor pode ser escutado numa área de quarenta quilômetros. Para que seja mais eficaz
a transmissão da mensagem, é frequente o toque dos outros tambores intermédios cada
sete ou dez quilômetros.
Para serem mais exato, os “tchreman” (tambores que falam através das mãos),
mais do que emitir sons, pronunciam palavras, porque quem os toca faz para transmitir
notícias, contar histórias e narrar às gestas heroicas dos antepassados.
Ao longo da história da África, os tambores substituíram os livros e as pessoas
que os faziam soar eram muito sábios, eram verdadeira e autenticamente bibliotecas
vivas.
Os elementos que fazem com que o tambor fale são três: a mão do tocador, as
varetas curvas e a pele. As palavras saem do tambor sob a forma de som e os seus
diferentes significados dependem da pressão e dos ritmos do toque. Logicamente, para
entender a mensagem é preciso ter algumas lições de “linguagem de tambor”.
O africano distingue os “tambores que falam” daqueles que são usados só como
instrumentos musicais. Os “tchreman” são utilizados unicamente nas celebrações
oficiais e a pessoa que o toca é um “consagrado” a este serviço, enquanto que os outros
são instrumentos “profanos”, e podem ser tocados em qualquer ocasião e por qualquer
pessoa. O próprio termo “tchreman” indica contemporaneamente o tambor e aquele que
o toca. Entre os dois existe uma união indissolúvel. “Tchre” significa ensinar, indicar e
22
educar; “man” significa povo, nação, grupo ou assembleia. Assim, ”tchreman” indica
um indivíduo que educa e instrui o povo.
Cada uma das partes do tambor é um elemento vivo, insubstituível e, antes de
iniciar a transmissão da mensagem, o homem que o fará soar invoca o “espírito” de cada
uma das partes. Em primeiro lugar, agradece à árvore, porque deu o seu tronco para
construir a caixa de ressonância. Em seguida, agradece ao animal, que ofereceu a sua
pele, com a qual foi feita a membrana. Agradece ainda à liana, a partir da qual se
fizeram as cordas e assim sucessivamente, até agradecer ao osso, que, batendo sobre a
pele, cria o som e a mensagem. Se faltasse um dos elementos, o tambor não era
completo, e por isso não poderia falar.
É um símbolo sagrado, santuário da força sagrada quando tocado com as mãos
ele troveja como o raio, é ungido, invocado e recebe oferendas. É a própria voz das
forças protetoras, de onde provêm as riquezas da terra e da alma.
TERCEIRA ALA: PASSISTAS – MÃOS GUERREIRAS.
“Femininas mãos, que iniciam o humano ser a vida viver”.
Mãos que lutam por suas verdades, acreditam no amor, na fraternidade, na
união. São mãos guerreiras porque não aceitam interferências que ferem seu acreditar,
seus princípios e sua fé. São mãos guerreiras porque sabem manifestar o princípio do
sagrado feminino que contém o poder e a suavidade a um só tempo, lançando energia
em gestos de amor, iluminando caminhos na luz de seus mistérios, com feitos e efeitos
trazendo a solução embalando o tempo em evolução.
QUARTA ALA: OKOLOFÉ BABÁS - SACERDOTES DO CANDOMBLÉ.
Okolofé Babá por ser o sacerdote dos mistérios do candomblé participa de todas
as cerimônias da comunidade, desde o nascimento até a morte; ele é o pai amigo, irmão,
conselheiro, ele é quem sabe o destino de cada um, ele é o conhecedor de todos os
mistérios dos orixás, da vida e da morte. Ele é o curandeiro, o médico, o farmacêutico e
é ele quem determina os reis através da vontade de “Olodumare” e por intermédio de
“Orunmila”.
O Okolofé Babá é aquele com que você pode contar quando não tiver mais
ninguém para ampará-lo, na casa do Okolofé Babá nunca vai lhe faltar comida ou
bebida porque um dos grandes compromissos que ele tem com Orunmila é respeitar e
amparar nossos semelhantes, dando-lhes amor e compreensão com humildade e bom
caráter. Um Okolofé Babá não é iniciado por escolha e sim pelo destino traçado por
“Olodumare” e confirmado através do “Ifá” na terra. O ”Ifá” nos ensina em seus versos
não discutirmos e nem obrigamos ninguém a aceitar as nossas palavras; a fé de que
algum dia irão nos entender e se arrepender de seus atos. Ser Okolefé Babá é ser sábio,
mais não um sábio de instrução ou simplesmente escoltática, mais é um sábio de
instrução da vida pelo amor e carinho e compreensão. Ser Okolofe Baba é ter sempre as
mãos estendidas e muito axé.
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QUINTA ALA: CARDEAIS – IMPOSIÇÃO DE MÃOS.
Podemos dizer que a “imposição de mão” é um ato de servir um ao outro, que
acontece quando uma pessoa coloca sua mão ou ambas sobre o corpo de outra pessoa,
para um propósito espiritual definido. Normalmente a pessoa que recebe a imposição
das mãos orará, ou profetizará na mesma hora. Às vezes, um grupo de crentes
circundará alguém com necessidades, e todos imporão as mãos sobre esta pessoa. De
fato, a imposição de mãos é uma das bênçãos mais antigas conhecidas pelo povo de
Deus. Existem registros dela desde os tempos mais antigos. Imposição das mãos: sinal
de escolha divina e de comunicação do Espírito Santo.
SEXTA ALA: QUIROMANTES
“Investigando as linhas e o desenho das mãos, o homem tenta descobrir os
mistérios de seu destino”.
A mão “é o espelho da alma”, segundo aqueles que se dedicam ao estudo das
linhas que aparecem na palma: ninguém tem as linhas iguais as de outra pessoa, o que
quer dizer que ninguém pode ter o mesmo destino.
Segundo se conta historicamente as mãos tiveram diferentes significações para o
homem: capazes de moldar instrumento e traçar sinais na areia possuiriam poderes
mágicos intrínsecos. Depois, teriam sido olhadas como espelho do destino ou um livro
pré-histórico no qual a pessoa poderia saber, através de uma sensibilidade intuitiva,
muito mais sobre si mesmo do que lhe poderia revelar a razão.
Quando as mãos passaram a ser vistas como uma espécie de arquivo sobre a vida
passada e futura do individuo, foi criada a leitura das mãos - a quiromancia.
Os quiromantes encaram a quiromancia como uma ciência racional e acreditam
que a clarividência deve aparecer quando a interpretação é feita. Assim a quiromancia
deve ser estudada sobe três pontos de vista: primeiro, a correlação entre as mãos e os
estados físicos ou mental, chamada de quiromancia medica ou terapêutica, em segundo
lugar a correlação entre as mãos e o caráter, chamada de quiromancia “psicológica”, na
qual o quiromante descrevera em detalhe o caráter do consultante, e finalmente, há uma
correlação entre as mãos, o passado, o presente e o futuro, que constitui a quiromancia
adivinhatória.
1º ALEGORIA (Tripé): A MISTICA DAS MÃOS.
A prática mística no uso das mãos é bem conhecida da humanidade e é
encontrada em todas as tradições religiosas. Cada uma delas segue seus próprios rituais,
mas o objetivo é o mesmo: comunicar-se com a divindade, em uma atitude de devoção e
máximo respeito. “Antes mesmo de existirem sistemas de crença constituídos, o ser
humano proferia palavras e se utilizava de gestos usando as mãos fazendo apelos ao
Criador, sempre com o sentido magico de obter paz interior e alivio para sofrimento”.
Diferentes culturas fizeram e fazem uso desse jeito místico de ser e agradecem ao
Criador pela eficiência do poder das mãos e inclusive a Ciência admite e defende esse
poder. As mais diversas práticas do uso das mãos têm como objetivo sanar problemas
de saúde e problemas físicos, mas nada impede que seja usada com o mesmo sucesso
para curas de toda ordem, física, mental, emocional ou espiritual, para limpeza da aura e
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até para energizar coisas e pessoas. Desta forma Benzedeiras, budistas, hinduístas,
bruxos, feiticeiros, Okolofé Babas e espiritualistas e geral de todas as linhas reconhecem
que o homem tem que ser humilde diante das Divindades.
13.2. Segundo Ato: Mãos mágicas do mundo da ciência.
Deus criou o homem e o presenteou com o dom da inteligência para que ele a
usasse em seu benefício e em benefício de seus semelhantes com sabedoria.
O homem toma em suas mãos o dom da inteligência e, como se esta fosse uma
massinha de modelar, ele brinca, a observa, a modela, remodela, a transforma e a
aperfeiçoa. Eis que este homem percebe que tem nas mãos o „poder da criação‟ e então,
o homem brinca de ser Deus.
No período das bruxas e feiticeiros misturavam-se procedimentos primitivos de
medicina, astronomia e magia tentando desvendar os segredos da vida, enquanto o
alquimista procurava a transformação dos elementos da natureza com o objetivo de
descobrir a pedra filosofal, capaz de transformar qualquer substância em ouro, como
também buscava encontrar a fórmula do elixir da longa vida, remédio que teria a
capacidade de curar todas as doenças e garantir a saúde do ser humano por longo tempo
ou torná-los imortais. Era uma forma de fazer ciência, embora cercada de misticismo,
tanto a bruxaria como a alquimia foram muito importante para o desenvolvimento das
ciências, principalmente da química, pois favoreceu a descoberta de diversas
substâncias e elementos ligados a natureza.
O homem aguçou sua inteligência através dos tempos a ponto de visivelmente
observamos uma crescente e desenfreada capacidade de manipulação e intervenção nos
mecanismos de sua própria existência.
Presenciamos cada vez mais a mão do homem, que brinca de ser Deus,
manipulando a produção de alimentos transgênicos, clonando animais, realizando
projetos de decodificação dos genomas, inclusive, os do próprio ser humano.
O incrível aperfeiçoamento do conhecimento propiciou a elaboração e a
disseminação da informação pelos meios de comunicação de massa, criados e
aperfeiçoados pela inteligência humana.
Assim, quase que diariamente, os meios de comunicação nos disponibilizam
notícias sobre a engenharia genética, células tronco, clonagem, produtos transgênicos,
biotecnologia, lei de biossegurança, meio ambiente, enfim, revelam as verdadeiras
pretensões do ser homem em decifrar a sua própria fórmula.
O caminho agora é priorizar um paralelo entre os avanços científicos e a ética,
que surge não simplesmente para estabelecer regras de conduta, mas sim, para
questioná-las em prol daquilo que é de fato, melhor a todos os seres vivos que habitam e
compartilha com o homem, um lugar ao sol no planeta Terra.
Por outro lado, não há como negar o fascínio que a ciência e a tecnologia exercem sobre
o ser humano, materializados em produtos caros e sofisticados, atualmente verdadeiros
símbolos do mundo moderno. E nesse crescente sistema tecnológico e científico
podemos perceber as máquinas lidando com o fluxo de materiais físicos e os homens
com o fluxo de informação e percepção. Máquinas irão cada vez mais realizar as tarefas
rotineiras, os homens, as tarefas intelectuais e criativas.
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- Descrição de Alas, Carro Alegórico do Segundo Ato:
SÉTIMA ALA: BRUXAS E FEITICEIROS (coreografada)
A força da transformação é simbolizada pelas filhas da natureza, pelas sábias
mãos feiticeiras que foram dizimadas pelas fogueiras da inquisição, pelos temores dos
inquisidores, pelos homens que se tornaram conhecedores de uma ciência sem paixão!
OITAVA ALA: ALQUIMISTAS.
A alquimia é uma das mais importantes ciências do ocultismo e, como tal, tem
simbolismo próprio e aplicabilidades que são muito extensas para expormos com
amplidão aqui. A alquimia é a Arte por excelência, e ocupa-se da Grande Obra, que é
transformar o próprio homem em ouro. Enganam-se aqueles que, por desconhecimento,
traduzem a alquimia como a busca da Pedra Filosofal (que é apenas um dos processos
de transformação do alquimista) ou como a precursora da química moderna. Os
alquimistas escondiam suas descobertas e processos, usando uma linguagem simbólica e
uma escrita hierática (misteriosa). Poucos são aqueles que conseguem desvendar o
sentido oculto naquelas páginas amareladas pelo tempo, que guardam segredos arcanos.
NONA ALA: CIENTISTAS.
A ciência tem como finalidade a busca da verdade. O cientista dedica-se
primordialmente a analisar materiais ou eventos. O cientista isola, fraciona e desmonta a
matérias em suas partes constitutivas, visando a análise. O cientista restringe-se ao
exame do mundo objetivos dos fatos e fenômenos. A ciência visa a estabelecer leis que
se apliquem a todos os casos. Os cientistas tendem a se tornar especialistas, limitando
mais e mais seus campos de ação. Uma vez formulada, uma teoria científica é, na
melhor das hipóteses, tentativa, já que suas premissas destinam-se a ser desmentidas ou
superadas por pesquisas e descobertas subseqüentes.
DÉCIMA ALA: A ROBOTICA DAS MÃOS.
A mão, devido a sua funcionalidade em comunicação e manipulação, é a
ferramenta de interação de propósito geral mais efetiva do corpo humano. Vários estilos
de interação pela robótica tendem a importar essas funcionalidades para permitir a
criação de uma interface intuitiva e natural para maquina. A linguagem de gestos,
formada por posturas de mão (gestos estáticos) e padrões de movimentos (gestos
dinâmicos), tem sido empregada para programar comandos e interfaces de controle no
mundo da robótica de forma a permitir cada vez mais a interação da maquina com
homem de uma maneira cada vez mais natural de comunicação.
2º CARRO: MÃOS NA CIENCIA E O AVANÇO TECNOLOGICO.
Nos últimos anos temos visto uma revolução tecnológica crescente e que tem
trazido novos direcionamentos econômicos, culturais, sociais e educacionais à
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sociedade. A acelerada transformação nos meios e nos modos de produção, causada pela
revolução tecnológica focaliza uma nova era da humanidade onde as relações
econômicas entre as pessoas e entre os países e a natureza do trabalho sofrem enormes
transformações. Com a Revolução Industrial e o surgimento das máquinas, e, com o
desenvolvimento de novas técnicas foram criadas para suprir as demandas e as
necessidades do mercado. As máquinas passaram a ser um prolongamento do homem
no processo de produção, sendo praticamente uma extensão do seu trabalho. Na
sociedade industrial a base era a mão-de-obra humana que orientava os avanços da
ciência e da técnica, começando com as máquinas, perpassando pela utilização da
eletricidade, chegando aos robôs e cyborgs. Diante destas transformações fez-se
crescente o avanço tecnológico, o qual intensificou a valorização do conhecimento e
alargou as fronteiras em nosso cotidiano. Muitas pessoas acreditam que estejamos
vivendo uma nova onda de tecnologias que, juntas, determinarão novas formas de viver,
de trabalhar e de interagir.
13.3. Terceiro Ato: Mãos, o trabalho de cada dia.
O trabalho é a fonte de toda riqueza, como também é essencial á felicidade
humana. Assim é, com efeito, ao lado da natureza, encarregada de fornecer os materiais
que ele converte em riqueza. O trabalho, porém, é muitíssimo mais do que isso. É a
condição básica e fundamental de toda a existência humana. E em tal grau que, até certo
ponto, podemos afirmar que o trabalho criou o próprio homem.
O trabalho não só nos traz o pão de cada dia, mas também traz dignidade e
enriquece o caráter.
Emociona-nos olhar algo bem feito de onde nossas mãos contribuíram para tal
feito, e ao chegar o final de cada dia saber que contribuímos para o crescimento de uma
nação. Não trabalhamos apenas para ganhar dinheiro, mas para encontrar o significado
de nossas vidas. O que fazemos é grande parte do que somos.
- Descrição de Alas, Carro Alegórico e Tripé do Terceiro Ato:
DÉCIMA PRIMEIRA ALA: MENSAGEIROS.
A gente sempre o vê com a sua grande bolsa a tiracolo, cheia e pesada, subindo
ladeiras e descendo rampas, enfrentando o calor dos dias ensolarados, o frio do inverno
rigoroso, a chuva, a umidade, as intempéries todas que dificultam o seu trabalho
dignificante e da mais alta relevância.
Ele segue em frente, entregando as cartas que encerram as mais variadas
emoções. Elas trazem notícias, amenizam a saudade, deixam mais próximos os entes
queridos que estejam separados pela distância. Elas encerram, também, coisas que
magoam, desilusões e tristezas, destruindo sonhos lindos e encerrando romances que
eram cheios de encanto.
Apesar de estarmos na era da informática, da Internet, dos e-mails e outros
recursos com suas mensagens velozes, as cartas ainda são da maior importância para
muita gente. E o carteiro é esperado com ansiedade e, sem querer, ele é um causador de
fortes emoções. Quanta alegria, quanta esperança, quanta emoção ao vê-lo chegar.
Figurante dessa eterna comédia da vida, dessa novela real da existência, sem perceber
ele se torna participante das mais intricadas tramas do destino. Ele une ou separa, alegra
ou entristece, acalma ou exacerba, pode ser o bálsamo que alivia ou a estocada que fere.
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Será que o carteiro pensa nessa sua participação tão profunda na vida de tanta
gente?
Carteiro que participa da vida de tanta gente, influindo em tantos destinos, nós o
saudou com admiração e respeito. Seu trabalho é tão importante, sua participação na
vida da cidade é tão relevante. Nós o saudamos, carteiro, e enviamos os nossos
agradecimentos pela sua dedicação.
DÉCIMA SEGUNDA ALA: ARTÍFICES.
Entre a Mão e a Cabeça, o Fazer e o Pensar: Eis o Artífice que cria, recria e
transforma...
O surgimento do trabalho é a primeira e fundamental condição para a existência
do homem. É por meio do trabalho, das relações sociais de produção, que o indivíduo
vai sendo constituído. A consciência só foi possível com a atividade prática. A produção
de instrumentos de trabalho, que às vezes subentendia também a divisão natural do
trabalho, por si só muda radicalmente a atividade do homem primitivo, distinguindo-a
do comportamento animal. A formação de características e capacidades físicas e
mentais do homem se dá “pari passu” ao uso e fabrico de instrumentos. As habilidades
manuais não se fixam apenas nas mãos, mas também no pensamento. Os movimentos
de trabalho requerem e provocam destrezas motoras e mentais. Na própria atividade
social, esses movimentos ganham significado e vão sendo internalizados por aqueles
que executam a atividade e por outros que os presenciam. O trabalho é a ação
transformadora do homem sobre a natureza e, simultaneamente, sobre ele mesmo.
DÉCIMA TERCEIRA ALA: AGRICULTORES.
Ter as mãos calejadas do cabo das ferramentas, sentir o sol escaldante e o aço
das tormentas, regar com seu próprio sangue a saúde das lavouras, garantir com seu
suor, grandes safras duradouras, obter da terra virgem total fertilidade, com sua força,
com sua coragem, tragando as intempéries, assim é que se coloca o homem agricultor,
neste mundo, deste solo brasileiro. Erguendo alto sua enxada, a ferramenta da vitória,
executando sua toada, construindo sua história. E se preciso for, empenha seu coração, a
sua vida como muito amor, enfrentando o tempo com muita fé, por ser amigo da
natureza, É um homem determinado, disposto, pois a terra só se contenta em braços que
dão amor, aonde ela se integra às metas do Criador.
DÉCIMA QUARTA ALA: GASTRONOMIA (MÃOS NA COZINHA)
A cozinha tem seus aromas, seus segredos, as lembranças de infância. Tem
também alquimia e arte, diversão, carinho, sedução, amor. Shakespeare já dizia o
seguinte: “É um péssimo cozinheiro aquele que não pode lamber os próprios dedos”. Se
colocarmos paixão na mistura dos ingredientes e das palavras, o que resta é uma boa
lambida nos dedos e a deliciosa sensação de liberar o espirito, e ai um feito passa a ser
um verdadeiro poema para os olhos e um verdadeiro manjar para os deuses,
Podemos finalmente voltar à cozinha e nos divertirmos com isso. Não por
obrigação, claro! Porque é bom. Porque dá prazer. Porque é uma delícia. Saber cozinhar
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é moderno, é ser livre, é não depender dos outros para cair nos prazeres do paladar,
inclusive os homens que enfim descobriram isso. Então mãos na massa.
2 º ALEGORIA (Tripé): MÃOS QUE PLANTAM E COLHEM.
“Mãos que plantam, colhem, alimentam”.
Mãos marcadas pelos anos. Mãos que não descansam, ainda que calejadas,
manchadas e rugosas em muito trabalho na caminhada, unidas a tantas outras mãos
laboriosas no campo, que semearam acariciando o chão, tirando a seiva da vida, o
alimento.
13.4. Quarto Ato: Mãos e o fascínio das artes.
“As mãos dos artistas representam o coração conquistando - Entendimento
real da palavra – Amor”
As raízes da arte são distantes e obscuras. Os primeiros poemas, danças, imagens
e sons estruturados não foram registrados exceto em lendas e tradições; na nódoa ocre
na parede de uma caverna que, de certa forma, era a espinha curvada de um bisão para
sua audiência inicial.
Desde os tempos mais remotos, a arte já era a forma de expressão do ser humano
em todos os aspectos de sua vida. A arte é uma poderosa e eficiente arma de
comunicação e persuasão que pode ser usada a expressão artística pode oferecer: a
música, a dança, o teatro, a pintura o artesanato, o canto, a poesia, os estilos, ritmos e
composições podem e devem fazer parte em nossas vidas, para sermos melhor.
Crie, pinte, componha, escreva, dance, cante, represente, especialize-se em artes,
faça música, arte cênica enfim, tudo o que é criativo pode ser usado para a deixarmos
marcas na historia.
Um instrumento musical sozinho não toca e, mesmo se tocasse não produziria
vida. Vida produz vida, instrumento musical produz som e ele sai pelos toques das
mãos. Assim cada estilo de arte passa a ser um testemunho de vida em constante
processo de conversão e amor. Foi assim com muitos "artistas" do tempo.
É preciso acordar para a realidade. Usar de todos os métodos de arte e usufruir
de sua informação seja elas visuais, televisivas, musicais, teatrais, plástica, etc. “O
caminho que hoje se privilegia para a criação e a transmissão da cultura e o dos
instrumentos em cada segmento de arte faz o seu show”.
- Descrição de Alas, Carro Alegórico do Quarto Ato:
DÉCIMA QUINTA ALA: VELHA GUARDA - A ARTE DO SAMBA EM
NOSSAS MÃOS.
“Respeitar os mais velhos em uma escola de samba é saber dar valor ao
conhecimento, a quem viveu e aprendeu, e que tem muito a ensinar”.
A velha guarda são figuras conhecidas e queridas pela comunidade e
representam uma espécie de guardiões de uma cultura afro descendente tradicional, são
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como uma espécie de trunfo, a respeitabilidade ao mundo do samba. É como se esse
grupo fosse uma espécie de certificado de autenticidade do verdadeiro papel de uma
escola de samba. Para ser membro da velha guarda o principal pré-requisito não é a
idade, mas a origem. Há que pertencer à comunidade de corpo e alma e carregar no
sangue toda a tradição cultural. A velha guarda é fonte e raiz que tem na alma o espírito
ligado ao samba. Quando fortalecida dentro da escola, funciona como antídoto à
descaracterização das suas raízes. A velha guarda é um recurso das escolas de samba,
constituindo parte essencial de seu patrimônio. É também o canal que legitima o samba
como herdeiro do vigor da cultura afro-brasileira, garantindo sua perpetuação e
ancestralidade. É, finalmente, uma espécie de sistema imunológico que garante a saúde
da escola, entrando em ação sempre que a invasão de elementos estranhos torna-se
particularmente ameaçadora. Junto com a ala das baianas, a Velha Guarda constitui o
aspecto mais importante de uma escola de samba.
DÉCIMA SEXTA ALA: ESCRITORES.
"Ser escritor é uma maneira de entender o mundo" (José Saramago )
O escritor tem em suas mãos a arte de encantar os outros com suas ideias e seus
pontos de vistas, de inventar outros mundos, e também poder dar novas possibilidades
aos mundos possíveis. A escrita é um passaporte para entrar em universos que se
repartem entre o fora e o dentro, o real e a utopia. Criando histórias, os escritores
possuem um poder nas mãos que são as palavras, assim eles se encontram bem mais
próximo da eternidade. Assim um livro escrito se torna uma moradia, uma casa para o
pensamento. Cada escritor com o seu estilo, podem afastar, aproximar, alegrar,
construir, elevar, entristecer, destruir, diminuir dependendo do seu estilo literário.
DÉCIMA SÉTIMA ALA: MÚSICOS.
“Enquanto houver músicos, teremos a esperança de sermos felizes”.
Musico é aquele que tem nas mãos o dom e a arte de impressionar a alma através
de sons, produzido e combinado de maneira agradável aos ouvidos, e assim provocar
comoção pela combinação de sons melodiosos e harmónicos e de usar uma linguagem
universal por excelência, porque a música é entendida por todos e assim o musico tem a
missão mais sublime do homem, “que é o exercício do pensamento tentando
compreender o mundo e torna-lo compreensível”.
DÉCIMA OITAVA ALA: PINTORES – ARTES PLASTICAS.
“Mãos que desenham, pintam, reproduzem, expressam tons, cores, emoções”.
As artes plásticas, sempre estiveram de mãos dadas, entrelaçadas em busca de
novas formas de comunicação e expressão para registrar o nosso tempo. E é exatamente
isto que as artes plásticas fazem: comunica-se com o público, registrando os
sentimentos, fazendo leituras diferenciadas da realidade, somando a estas visões outra,
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talvez, proveniente do terceiro olho. Dizem que os artistas o possuem e conseguem ver
o que os demais mortais não conseguem. Por isso registram a realidade com a
sensibilidade que Deus lhes deu. Tecem todas as formas de sentimento humano, as
cores, os cheiros, as nuances de ver a vida e como a vida nos vê, com nossas perfeições,
imperfeições, virtudes e pecados.
Sim, compete ao artista retratar a vida, registrando-a e transmitindo, para os
nossos semelhantes, a beleza que não é percebida por todos. A arte contribui para que o
homem se descubra como principal elemento do universo e passe a viver em harmonia
com a natureza e consigo mesmo. Consciente de sua cidadania, dos seus deveres e
direitos, consciente do seu papel na construção de um mundo cada vez melhor, onde não
existam disputas, guerras, miséria e necessitados.
Os artistas, de posse de suas singularidades individuais, expressam, na produção
de suas obras, o que há de mais sublime no ser humano.
DÉCIMA NONA ALA: ARTESÃOS
Mãos de artesãos que criam. Mãos de artesãos que dão as suas mãos por um
projeto. Trabalhar com artesanato é se embrenhar nas tramas, nas cores, nas formas e na
poesia na qual cada peça se transforma. Não é uma poesia convencional, mas algo além,
um não sei que de arte que nos envolve e nos transforma e começa a fazer parte do
nosso dia-a-dia. Nascendo de suas mãos criativas e ávidas por transformar trabalho em
beleza, ideias em maravilhosas obras de arte de uma poesia sem palavras.
VIGÉSIMA ALA: AS MÃOS NA ARTE DE BRINCAR (ALA INFANTIL)
Que as crianças brinquem mais! Sorriam mais! Corram mais! Brinquem mais
de faz de conta! Façam mais amizades!
E principalmente que as pessoas grandes percebam o quanto isso é
fundamental para a saúde das crianças!
A tradição das brincadeiras vem ultrapassando gerações e gerações, espalhando-
se por diferentes culturas e países. No entanto ainda é necessária uma verdadeira
cruzada em favor de um resgate dos jogos e brincadeiras populares, pois os mesmos
estão em extinção. Na brincadeira, é possível crescer, aprender e criar. É brincando que
a criança forma sua personalidade. Assim as crianças brincam com o que têm nas mãos
e com o que têm na cabeça. Mãos com mãos entrelaçadas entre sorrisos e brincadeiras, a
fantasia corre solta! Ai se vê um mundo livre em brincadeiras de roda, de pião, de soltar
pipas, de jogar bola, de jogar peteca.
2º CASAL DE MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: EDWARD MÃOS
DE TESOURA E KIM
O personagem Edward - Mãos de Tesoura é um veiculo que trás uma mensagem
clara e as simbologias postas pode ser facilmente trabalhada, pois ele é uma excelente
opção para se discutir o problema da intolerância e aceitação, das mãos que não se
entrelaçam nas diversas situações de indiferenças desestabilizadoras na sociedade. A
velha tese está ai de uma nova maneira: não aceitamos a diferença porque pensamos
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conhece-la. Precisamos ultrapassar os limites impostos pelo preconceito para de fato
conhecer o outro. É o conhecimento real das pessoas que faz com que a identidade
virtual que criamos daquilo que é considerado "bizarro" e "ameaçador" seja
desconstruída. Sob o manto da diferença se esconde sempre os "novos" matizes do
humano. Aliás, creio que esse é o real desafio, a (re) construção do conhecimento do
outro e de nós mesmos e buscando entender o porquê das mãos que dizem sim e dizem
não.
3º CARRO ALEGORICO: AS MÃOS E OS MISTÉRIOS DAS ARTES.
Todas as artes contribuem para a arte de viver! ( B.Brecht)
Toda a arte e impulso criativo humano devem ter dado seus primeiros passos
dentro da esfera da magia, sendo percebidos, em primeiro lugar, como tal.
A arte é cultura. É fruto de sujeitos que expressam sua visão de mundo, visão
esta que está atrelada a concepções, princípios, espaços, tempos, vivências. O contato
com a arte de diversos períodos históricos e de outros lugares e regiões amplia a visão
de mundo, enriquece o repertório estético, favorece a criação de vínculos com
realidades diversas e assim propicia uma cultura de tolerância, de valorização da
diversidade, de respeito mútuo, podendo contribuir para uma cultura de paz.
O conhecimento da arte produzida em sua própria cultura permite ao sujeito
conhecer-se a si mesmo, percebendo-se como ser histórico que mantém conexões com o
passado, que é capaz de intervir modificando o futuro, que toma consciência de suas
concepções e idéias, podendo escolher criticamente seus princípios, superar
preconceitos e agir socialmente para transformar a sociedade da qual faz parte.
Além das já referidas justificativas ontológicas e culturais para a importância da
arte na condução do mundo, cabe falar da dimensão simbólica da arte, de seu poder
expressivo de representar idéias através de linguagens particulares, como a literatura, a
dança, a música, o teatro, a arquitetura, a fotografia, o desenho, a pintura, entre outras
formas expressivas que a arte assume em nosso dia-a-dia.
Essas formas são linguagens criadas pela humanidade para expressar a realidade
percebida, sentida ou imaginada, e como linguagens que são, têm suas próprias
estruturas simbólicas que envolvem elementos tais como espaço, forma, luz e sombra
em artes visuais, timbre, ritmo, altura e intensidade em música, entre outros elementos
inerentes a outras linguagens da arte. Ora, o conhecimento dessas estruturas simbólicas
fica evidente que se constroem espontaneamente a varias formas artísticas de
expressões, que vão formar vários mundos diferentes.
13.5. Quinto Ato: Mãos que mudam destino.
O direito à vida não é só a garantia da “batida de um coração” ou uma “doce
ilusão”. É o direito a realizar o eterno projeto humano de ser dignamente feliz. É a
entrega a si mesmo no espaço de todos e o encontro mais profundo de cada um com
todos os outros convertidos em fraternos elos da experiência transcendente e transposta
no movimento entrecruzado de mãos que se conjugam para a superação de si mesmo e
para a construção permanente do viver mais justo com o outro.
O direito à vida guarda e resguarda a oportunidade justa de o homem tornar-se
inteiro em sua individualidade pela certeza da solidariedade de todos. Nele se contém a
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segurança da dignidade, posta a florescer na experiência plural. O direito à vida concede
ao homem não a certeza da vida, que a vida é sempre uma incerteza, mas a certeza de
que a solidão do seu ser pode converter-se na solidariedade do permanente tornar-se
feliz.
A vida é da natureza, a vida digna transformada pela construção de cada dia, é
da razão essencial do homem. A vida põe-se pela natureza e impõe-se pela mão do
homem. Por isso o direito à vida é obra construída com todos, é a arte de fazer brotar na
realidade o que é próprio e inato ao homem.
A vida com justiça social é que é o objeto do direito. E a vida é justa quando
garantida a dignidade da experiência humana. Vida com fome, sem moradia, sem
saneamento básico, sem educação e saúde não é justa e nem digna. Vida com dor
também não, seja qualquer a espécie de dor que acometa o homem. A vida tocada pelo
medo e pela angústia é experiência malsã, mais ainda se o desequilíbrio vem de fora.
O direito à vida é a substância em torno da qual todos os direitos de mãos dadas
se conjugam se desdobram, se somam para que o sistema fique mais e mais próximo da
ideia concretizável de justiça social.
- Descrição de Alas, Carro Alegórico do Terceiro Ato:
VIGÉSIMA PRIMEIRA ALA: RECICLADORES.
As graves consequências do desrespeito às Leis Naturais podem ser verificadas
no meio ambiente através da poluição, em todos os campos da atividade humana. Essa
situação já chegou ao seu limite. Se continuar agindo assim, é certo que o homem
acabará destruindo o planeta e a si mesmo.
Tudo o que é natural na Terra é vivo e tem consciência. O homem perdeu o
sentido, esqueceu-se que a Terra é a nossa Mãe.
O pior é que desconhece os efeitos das ações irresponsáveis que pratica com a
natureza. Não tem consciência dos crimes que comete por interesses econômicos.
A Terra é um ser vivo. É a Mãe que alimenta todas as criaturas. A Terra supre
com suas substâncias o nosso corpo físico. Como toda mãe, ela provê todas as
necessidades de suas formas de vidas, generosamente. Todas as criaturas que andam,
nadam, rastejam, correm, voam e até mesmo plantas. Sendo que todas as coisas vivas
nasceram aqui e dividem com os humanos a vida na Terra, e foram concebidas pelas
Mãos Supremas do Criador, devemos então honrá-las como sendo conscientes de sua
missão no Plano Universal, e devemos nos harmonizar com todas elas para andarmos
em equilíbrio na nossa Mãe Terra.
Procuramos nos harmonizar com a Criação para podermos alcançar o Criador.
Nós que praticamos a reciclagem, temos a responsabilidade de zelar pela nossa Mãe
Terra e, temos a missão de buscar a cura planetária, tanto no tocante a qualidade
ambiental, como energética e espiritual. Jamais poderemos ser absolutamente saudáveis
se vivemos num planeta doente, não evoluiremos se não fizermos a parte que nos cabe.
O que estivermos fazendo a Terra, estaremos fazendo a nós mesmos e a nossos
filhos. Respeitar a Terra é respeitar seu Criador.
Que essa corrente de consciência sobre reciclagem se expanda cada vez mais na
linha da Luz, para que possamos influenciar os líderes e governantes deste planeta,
visando garantir uma vida melhor.
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VIGÉSIMA SEGUNDA ALA: AMBIENTALISTAS.
Nós os ambientalistas de mãos dadas nos sentimos guardiões da Mãe Terra.
Resgatamos a profunda conexão do homem com a Terra, aprendemos a honrar todas as
formas de vida, pois onde há vida, está Deus. Procuramos nos harmonizar com a
Criação para podermos alcançar o Criador. Ao longo de três mil anos, a humanidade
veio se afastando cada vez mais das Leis da Natureza, que são as Leis do Universo.
Movido pelo materialismo, que o faz acreditar somente naquilo que vê, e pelo egoísmo,
que o leva a agir de acordo com sua própria conveniência, o homem tornou-se
prisioneiro de uma ambição desmedida e inconsequente e vem destruindo o equilíbrio
do planeta, criando para si e para seu semelhante, a desarmonia e a infelicidade. Nós
ambientalistas chegamos para defender nossa Mãe Terra, guerreando silenciosamente,
procurando plantar uma semente de amor no coração daqueles que não reconhecem sua
Mãe, daqueles que lutam por um mundo ilusório, daqueles que não percebem as belezas
da Criação. Sabemos que a melhor maneira de agradar o Criador é respeitando,
honrando e preservando o meio ambiente.
VIGÉSIMA TERCEIRA ALA: SOLIDARIEDADE.
“A solidariedade são os únicos valores que nos podem retirar dos tempos
difíceis que atravessamos”. (Teresa de Sousa)
A solidariedade é um sentimento natural que leva os homens a se auxiliarem
mutuamente. Consiste, portanto, em um ato de atenção e generosidade para com aquele
ou aqueles que estão precisando de algum auxílio: seja financeiro, material, intelectual,
ou sentimental; de um apoio, de um encorajamento, de um consolo, de uma motivação.
Devido às diferenças individuais e à diversificação de necessidades, de recursos e de
possibilidades, esse sentimento é despertado em nós e cresce diante de reveses pessoais
ou coletivos. A solidariedade, embora sendo um atributo natural do homem, precisa ser
estimulada e educada para que se manifeste oportuna e espontaneamente diante das
circunstâncias cotidianas da vida e, principalmente, em casos especiais de crise,
coletivos ou individuais. Para ser solidário é preciso despojar-se de imperfeições e
vícios tais como: o egoísmo, o orgulho, a indiferença, o preconceito, o comodismo e o
medo. A solidariedade pode e deve ser exercitada: na família, o que ocorre quase que
imperceptivelmente; na escola onde ela pode e deve ser esclarecida, incentivada e
exemplificada; nos ambientes de trabalho onde ela pode e deve ser propalada e
enaltecida; nos meios sociais e comunitários onde ela pode e deve ser organizada e
institucionalizada; nas instituições religiosas onde ela encontra o respaldo da fé, do
amor e da caridade.
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VIGÉSIMA QUARTA ALA: AMOR E FRATERNIDADE (BAIANAS)
“Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas
de razão e de consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de
fraternidade”. (DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS, Assembleia Geral das Nações
Unidas, em 10 de dezembro de 1948)
Mãos de Mãe, Mãos que amam, Mãos de Luz, Mãos fraternas, Mãos que
ajudam, Mãos que auxiliam, Mãos que ensinam, Mãos que amparam, Mãos que
confortam, Mãos de Misericórdia.
Os sentimentos sublimes e afetuosos certamente levarão os que nos rodeiam a
terem mais amor e fraternidade e principalmente a acreditarem que o amor existe sim, é
só uma questão de conexão com o nosso ser integral, com a nossa essência.
Através dessa conexão, um elo se forma através do encontro das mãos. Um elo,
que realmente pode ser momentâneo a nível visível, mas o importante é o elo que fica
dentro de nós, de nossa alma, ele fica gravado para sempre.
É oportuno pensar: - Será que quando escrevemos palavras na areia da praia e a
água vem e as desmancha, a areia continua sendo a mesma? Ou ela também teve seu
momento de alegria, de cumplicidade, de momentaneidade?
Dessa maneira tão tênue, a fraternidade também pode se expandir e por que não
seu coração pode bater mais forte? Então o seu caminho segue, mas dessa vez diferente,
com motivação, com vontade de continuar, de seguir de uma maneira mais completa e
feliz...
VIGÉSIMA QUINTA ALA: MÃOS DA JUSTIÇA
“O verdadeiro Estado de Direito só pode existir quando a justiça brandir a
espada com a mesma habilidade com que manipula a balança.” (Rudolf Von Ihering)
O fim da justiça é a paz; o meio de atingi-lo é a luta. A justiça não é uma simples
ideia, é força viva. Por isso a justiça sustenta, em uma das mãos, a balança, com que
pesa o Direito, enquanto na outra segura a espada, por meio da qual se defende. A
espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a espada é a impotência da justiça.
Uma completa a outra, pois sem esta não haveria de se produzir Justiça e sem a qual não
se asseguraria o valor constitucional da igualdade, da liberdade e da democracia.
3º CASAL DE MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA E MESTRES-
SALAS E PORTA-BANDEIRAS MIRINS: MÃOS DO SABER – EDUCADORES.
Despertar a magia do saber e abrir caminhos de esperança desvendar o mistério
do cálculo, da fala e da escrita. É criar o real desejo de ser. É promover o saber
universal e formar médicos, cientistas, técnicos, administradores, artistas. É participar
profundamente do crescimento social. É trabalhar em grande mutirão lançando as
primeiras bases que transformarão ideias em projetos executados em terra firme ou em
imensidão. É não se dar conta da amplitude de um trabalho que é missão mover o
mundo que um dia passou por suas mãos.
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4º CARRO - MÃOS DA JUSTIÇA E O CONTRASTE SOCIAL
“A falta da justiça social pode ser responsável pelo nascimento de um monstro
dentro de nosso coração: o do comodismo”.
Justiça Social, reconhecemos a importância de combater a pobreza, a exclusão e
o desemprego para promover a solidariedade, harmonia e igualdade de oportunidades na
sociedade e entre sociedades.
Neste dia de carnaval a Embaixada Copa Lord, nos leva a refletir sobre a
importância da justiça social para os nossos esforços destinados a construir um mundo
mais estável, equitativo e seguro. O objetivo da justiça social para todos está no cerne
da missão das Nações Unidas a favor do desenvolvimento e da dignidade humana. A
iniciativa a favor de uma proteção social mínima, lançada em nível de todo sistema da
ONU, visando promover prioridades e soluções comuns, a fim de assegurar garantias
sociais básicas para todos.
A justiça social baseia-se nos valores da equidade, igualdade, respeito pela
diversidade, acesso à proteção social e aplicação dos direitos humanos em todos os
domínios da atividade humana, incluindo o mundo do trabalho. Estes princípios são,
hoje, mais importantes do que nunca, sobretudo porque estamos a sofrer as
consequências da crise económica e financeira que se traduziu em aumentos
significativos do desemprego e da pobreza e que tornou ainda mais difícil a integração
social.
As maiores economias mundiais estão a começar a emergir desta contração
mundial. Devemos assegurar que os povos do mundo também possam fazer o mesmo.
Os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio são um dos principais instrumentos das
Nações Unidas para conjugar justiça social e desenvolvimento, em benefício dos mais
pobres e vulneráveis.
Aproveitemos, pois, a oportunidade nesse carnaval unindo as mãos com as mãos
da Justiça Social numa busca que nos ofereça possibilidades para renovarmos o nosso
compromisso a favor desta causa tão importante e para reconhecermos que, apesar de
terem realizado alguns progressos, há ainda muito por fazer. A ausência de justiça
social, onde quer que seja, constitui uma afronta a todos nós.
VIGÉSIMA SEXTA ALA: MÃOS AMIGAS (GRUPO AMIGOS DA COPA
LORD)
Começa a liberdade e a igualdade quando as mãos se entrelaçam e fazem o
coração cantar em pró das mãos-trabalho; mãos-carinho; mãos-ternura; mãos- justiça,
mãos- paz e que levantadas bailam em harmonia no grande salão popular a passarela
”Nego Quirido” contra a desigualdade social.
E nesta liberdade sentida no carnaval o Grupo Amigos da Copa Lord constrói
em alegria, em fantasia aquilo que o coração sente que pode perdurar depois da quarta
feira de cinzas – a justiça social.
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14. Distribuição Das Alas e Carros Alegóricos e Tripé
14.1. Primeiro Ato: Homem e a mística das mãos
- Comissão De Frente: Mãos fiandeiras dos destinos
- 1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Luz da criação
- 1º Carro: Abre-Alas - As mãos e o mundo místico da criação
- Primeira Ala: Monges Budistas - Mudras
- Destaque Especial: Madrinha da Bateria – Deusa Africana
- Segunda Ala: Bateria - Alabês ou Tamboreiros - Mãos que falam
- Destaque: Candaces – Rainha Africana, mãos do poder feminina.
- Terceira ala: Passistas - Mãos Guerreiras
- Cidadão Samba e Cidadã Samba: Mãos entrelaçadas- fé aos Orixas
- Quarta Ala: Okolofé Babás - Sacerdote do candomblé
- Destaque: Mãos da paz celestial – Anjos da sabedoria
- Quinta Ala: Cardeais - Imposição de mãos
- Sexta Ala: Quiromantes
- Corte da Escola: Mãos – Simpatias místicas em rituais
- 1ºAlegoria (tripé): A mística das mãos.
14.2. Segundo Ato: Mãos mágicas no mundo da ciência
- Destaque: Mãos sábias – Sacerdotisa druista
- Sétima Ala: Bruxas e feiticeiros (ala coreografada)
- Oitava Ala: Alquimistas
- Nona Ala: Cientistas
- Destaque: Mãos em delírios cibernéticos
- Decima Ala: A robótica das mãos
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- 2º Carro - Mãos da ciência e o avanço tecnológico
14.3. Terceiro Ato: Mãos, e o trabalho de cada dia.
- Destaque: Mãos mensageiras de sonhos
- Decima Primeira Ala: Mensageiros
- Decima Segunda Ala: Artífices
- Decima Terceira Ala: Agricultores
- Decima Quarta Ala: Gastronomia (mãos na cozinha)
- Destaque: Mãos que sovam a massa e fazem o pão
- 2º Alegoria (tripé): Mãos que plantam e colhem.
14.4. Quarto Ato: Mãos e o fascínio das artes
- Destaques: Grupo Tradição - Samba Raiz em nossas mãos
- Decima Quinta Ala: Velha Guarda - A arte do samba em nossas mãos
- Decima Sexta Ala: Escritores
- Destaque: Mãos em sinfonia
- Decima Sétima Ala: Músicos
- Destaque: Mãos nas artes plásticas espelho do mundo
- Décima Oitava Ala: Pintores
- Destaque: Mãos artesão poeta das formas
- Décima Nona Ala: Artesãos
- Vigésima Ala: Crianças - As mãos na arte de brincar
- 2º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: "Edward Mãos de Tesoura e Kim"
- 3º Carro: As mãos e o fascínio das artes
14.5. Quinto Ato: Mãos que mudam destinos.
- Vigésima Primeira Ala: Recicladores
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- Destaque: Mãos dadas com a natureza
- Vigésima Segunda Ala: Ambientalistas
- Vigésima Terceira Ala: Solidariedade
- Vigésima Quarta Ala: Baianas - Amor e fraternidade
- Vigésima Quinta Ala: Justiça
- 3º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Mestres-Salas e Porta-Bandeiras
Mirins: Mãos que ensinam - Educadores
- 4º Carro: Mãos da justiça e o contraste social
- Vigésima Sexta Ala: Grupo Amigos da Copa Lord - Mãos amigas
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15. Samba Enredo
Titulo: Enfim... Há Mãos e Mãos! As Tuas, Quais São?
Autores: Celinho da Copa Lord, Edu Aguiar, Wagner Segura e Tom Tom.
Rompeu as trevas o divino senhor.
Num brilho de encanto, surgiu o universo,
Da força da criação.
Mãos que encantam mãos de magia,
Sustentam sonhos e fantasias,
Fazendo o mundo acontecer,
Voando ao infinito,
Buscar abrigo nas divinas mãos do criador,
Doces mãos, que dizem sim e dizem não,
Amparam, embalam, alimentando ilusões,
Verdades, mentiras em nossos corações.
De amarelo vermelho e branco,
Eu tatuei meu coração,
O meu amor por ti é sério,
Está escrito na palma da minha mão.
Descortina a ciência, a arte em sabedoria,
Unindo o homem em todas as eras,
A luz da evolução.
Braços abertos, mãos espalmadas,
Toque sagrado em oração,
Mão que planta, que colhe e faz o pão,
Dignidade pra quem trabalha,
Meu pedacinho de chão,
Justiça no mundo e igualdade,
Trazendo a felicidade.
Sou Guerreira,
Nesse balanço, embalando a mais querida,
Com a Copa Lord lá vou eu,
De mãos dadas e de bem com a vida.
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16. Comissão De Carnaval 2011
Presidente - Dejair Veloso
Diretor de Carnaval - Antônio José Leopoldo
Autores do Enredo - Edu Aguiar e Celio da Copa Lord
Comissão de Pesquisa de Enredo - Edu Aguiar, Celio da Copa Lord e Ley
Vaz.
Carnavalescos (Equipe) - Ley Vaz, Edu Aguiar, Leonardo Bezerra, Carlos
Souza e Anderson Oliveira.
Diretores de Harmonia - Nádia Martins, Osvaldo Antônio Nunes (Vado),
Alciléia da Silva Luz (Léia) Carlos Manoel Ramos Luz (Carlos), Cesar Nunes, Carlos
Eduardo Arêias (Arêias) e Alda Lúcia da Silva.
Coordenador de Fantasias e Adereços - Leonardo Bezerra (Leo)
Coordenador do Barracão: Nome: Jaci Carlos Barbosa
Coordenador de Carros e Alegorias - Ley Vaz
Coordenador de Bateria - Paulo Cesar da Silva Junior
Coordenador de Ensaios da Bateria - Marcos Aurélio Rosa.
Coordenador Musical - Wagner do Amaral Segura
Coordenador de Destaque - Antônio José Leopoldo
Coordenadores de Mestres Salas e Porta Bandeiras - Primeiro casal: Carlos
Alberto de Maria. Segundo casal: Gislaine Souza Dias. Terceiro casal e Escola de
Mestres Salas e Porta Bandeiras: Sandra Regina de Maria
Coordenador da Comissão de Frente: Anderson Oliveira.
Coordenador da Ala Coreografada - Leandro Murilo dos Santos
Coordenador do Atelier de Costura - Leonardo Bezerra (Leo)
Coordenadores de Vendas das Fantasias - Joelson Veloso e Luana Najara
Cardoso dos Santos
Coordenadora da Ala das Baianas - Maria de Lourdes da Costa Gonzaga
(Dona Uda)
Coordenadora da Ala das Crianças - Maria de Lourdes da Costa Gonzaga
(Dona Uda)
41
Coordenadores de Alas da comunidade - Sandra Cristina Nascimento, Lia
Rosanda Cardoso, Flavia Silva Barbosa, Rosa Maria Souza e Claudete Cardoso
Nascimento
17. Corte Da Escola
Rainha da Escola - Michele Crispim
Primeira Princesa - Juliana de Lima
Segunda Princesa - Rosangela Freitas Costas
Madrinha de Bateria - Aline Koerich
Musa da Escola - Camila da Silva Luz
Cidadã Samba - Geanne Abbott.
Cidadão Samba - Jerferson Willian da Costa (Nego Jê)
Primeiro Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira - Luiz Carlos de Araújo
(Lu) e Telma Campos (Telminha)
Segundo Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira - Leandro Murilo dos Santos
e Fernanda Silva da Fonseca
Terceiro Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira - Michel da Silva Costa e
Manoela Livramento Prates
Casais de Mestres-Salas e Porta-Bandeiras Mirins - Alexson Cristian de
Maria e Ana Carolina da Conceição, Izaias Whalisson Cardoso e Giany Luiza Hilario,
Iago da Silva Costa e Ihagrine Louise da Silva, Jhonatan Conceição da Silva e Camila
Maria da Silva, Eliton Luiz Costa de Jesus e Larisa Beatriz Brasil.
18. Comissão de Frente
Coreografo da Comissão de Frente - Jonas Correa
Elenco comissão de frente – Jonas Corrêa, Beatriz Corrêa, Jeniffer Coelho,
Bruno Lacerda, João Salvador Coelho, Luiz Stainer, Fabio Alexandre, Tamili Amaro,
Thuani Silva, Roberto Corrêa, Lara Delmont, Cintia Silva, Jarques Vargas, Alcir Junior
Costa, Damyela Souza
19. Velha Guarda – Grupo Tradição
Porta Estandarte - Maria Ramos dos Santos representando Benta Góes, a
primeira Porta Estandarte da Escola de Samba.
42
Mestre-Sala - Vidomar Telles representando o primeiro Mestre-Sala Avez-vous
da Escola de Samba.
Comissão de Frente - Mário César da Silva, Valmir Telles, João Ferreira de
Souza (Teco), Osmarino Nascimento, Antonio Vicente da Silva e Edevaldo C. da Silva
representando a primeira comissão de frente da Escola de Samba.
Madrinha da Velha Guarda - Jandira Souza da Rosa
Grupo Musical de apoio a Velha Guarda - Jandira Souza da Rosa, Julia Maria
Coelho, Douglas DellaTorre.
20. Grupo Musical
Violão Sete Cordas – Wagner do Amaral Segura
Violão Seis Cordas – Rodrigo Costa
Cavaquinhos – Anderson Ricardo Santos (Andy), Gerson Carlos de Maria,
Thyago Cardoso Pacheco.
Primeiro Intérprete – Wilson Cândido de Souza Filho (Mará)
Vocalistas – Valnei Pereira (Neco), Rafael Leandro da Silva, Welington Luiz
Veloso, Ivan Alves Lima, Mirela Isabel Carpes e Nilza Camélia Martins.
Diretor de bateria – Otavio José de Oliveira Neto (Mestre Duda)
Apoio Diretor de bateria – André Luiz da Cunha, Luiz Rodrigo Fermian,
Liverson Leandro da Cunha, Karla Terezinha Carlos da Rosa, Cleiton Freitas, Rodrigo
Noceti Martins e Ademilton dos Santos.
21. Destaques de Carros Alegóricos
1º Carro Alegórico – Abre Alas
1º Destaque - Antonela Tassinari
2º Destaque – Felipe Bruno Martins Fernandes
3º Destaque – Simone Cristina Peter Rosa
4º Destaques – Yara Guns Xavier
5º Destaques – Tamara Leopoldo
6º Destaques – Elizângela Leopoldo
43
7º Destaques –
8º Destaques –
9º Destaques –
10º Destaques –
11º Destaques –
12º Destaques –
13º Destaques –
14º Destaques –
15º Destaques –
16º Destaques –
17º Destaques –
18º Destaques –
19º Destaques –
20º Destaques –
21º Destaques –
2º Carro Alegórico
1º Destaque – Cinthia Cristina da Rosa
2º Destaque – Francielly Schlemper Machado Nascimento
3º Destaques – Matheus de Brito Bento Rodrigues
4º Destaque – Clodonei da Silva
5º Destaques – Camila Regina Nascimento
6º Destaques – Suzana da Silva
7º Destaques – Aloisio de Souza
8º Destaques – João Leonel Machado Farias
44
9º Destaques – Luana Najara Cardoso dos Santos
10º Destaques –
11º Destaques –
12º Destaques –
13º Destaques –
14º Destaques –
15º Destaques –
16º Destaques –
17º Destaques –
18º Destaques –
19º Destaques –
3º Carro Alegórico
1º Destaque – Francine Sgnaolin
2º Destaque – Jociane Firmo Sgnaolin
3º Destaques – Rodrigo Henrique Schimitt
4º Destaque – Milene Cristine Borges
5º Destaques – Alessandra Kelli Vieira Machado
6º Destaques –
7º Destaques –
8º Destaques –
9º Destaques –
10º Destaques –
11º Destaques –
12º Destaques –
13º Destaques –
45
14º Destaques –
15º Destaques –
16º Destaques –
4º Carro Alegórico
1º Destaque – Maria de Lourdes da Costa Gonzaga (Dona Uda)
2º Destaque – Liana Gualberto
3º Destaques –
4º Destaque –
5º Destaques -
6º Destaques –
7º Destaques –
8º Destaques -
Destaque Especial – Grupo de Teatral Terra de São Jose – Coordenado por
Adriano de Brito
22. Destaques de chão
Primeiro ato:
Segundo Ato:
Terceiro Ato:
Quarto Ato:
23. Equipe de Galpão
Coordenador: Jeferson Willian da Costa
Escultor: Marcelo Costa Freitas
Laminador: Ricardo Rodrigues da Silva
Serralheiro: Marcelo Alves
46
Pintor: Armando Valentim da Costa
Membros: Kalondj Danté da Costa, Jaqueline Rosa, Eliziane da Silva,
Rodrigues Donizeti Ferreira da Silva, Marilene Bittencourt, Luiz Fernando Carlindo,
Fábio Bento dos Santos, Rudnei dos Santos, Diego Cunha de Andrade, Zuleika Abreu
de Souza, Maria Humildes da Silva e Natan Quadros.
24. Equipe Ateliê de Fantasias e Aderecistas
Coordenador: Paulo Cesar da Silva Junior – Coordenador
Membros: Adriana Varella, Sandra Regina de Maria, Rosilene Carlos Cardoso,
Thiago Nascimento, Jucely Lucimar Vieira, Maria do Carmo da Silva, Maria Celestina,
Alda Velela, Vanderlei Bittencourt, Maria Gonilde Bittencourt, Cleide de Almeida,
Isaias Hualisson Cardoso, Jeferson Willians dos Santos, Alan Rodrigues, Mariana
Cardoso Gomes, Lurdes Rita, Heloana Rodrigues Telles Bittencourt, Marcos Vinicios
Cardoso e Marilene Vilela.
47
25. Referências Bibliográficas
1. DIDI-HUBERMAN,Georges.L`Emprente. Paris, Centre Georges Pompidou,
Ce que nous voyons, ce qui nous regarde. Paris, Minuit, 1992
2. DURAND, Gilbert. A imaginação simbólica . São Paulo, Martins Fontes,
1988, pg. 10
3. ELIADE, Mircea. Imagens e Símbolos. São Paulo, Martins Fontes, 1991
4. FREUD, Sigismund, Totem e Tabu, Rio de Janeiro, Imago,1974
5. HABER, Alicia , Mitologias de ausencia en el arte uruguaio de hoy: las
instalaciones de Rimer Cardillo y Nelbia Romero. In BULHÕES-KERN, Artes
Plásticas na América Latina Contemporânea, Porto Alegre, EDUFRGS, 1994. pg. 129
6. LE BOT, Marc. "L'art et le sacré". In: Colóquio-Artes. Lisboa, n. 100, março
1994,
7. LANGER, Susanne. Filosofia em nova chave. São Paulo, Perspectiva, 1989
8. SEXTA BIENAL DE LA HABANA, Catálogo Geral, Habana, 1997, pg. 164
9. Maria Amélia Bulhões
10. As problemáticas relativas à capacidade das imagens plásticas não
discursivas de conter significados foram abordadas de forma bastante esclarecedora por
Susanne Langer em "Filosofia em Nova Chave", e por Didi-Huberman, em "Ce que
nous voyons ce qui nous regarde". (voltar)
11. Violeta Teixeira – nasceu no Funchal, Ilha da Madeira. Licenciada em
Filologia Romântica pela universidade de Letras de Lisboa e Portugal. Texto de:
SILVINHO ZABISKY, Comunidade Beatitudes da comunicação social" (Christifideles
Laici - pág.125).
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