bleeps e bloops: chiptune e autonomização da game music na cultura do software

Post on 04-Jul-2015

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Este artigo toma como objeto de interesse o chiptune, um estilo musical que se baseia na estética sonora de antigos jogos de videogame, contextualizando-o como um dos fenômenos que integram o processo de autonomização da game music. Nossa abordagem é sustentada, principalmente, pelo pensamento de Lev Manovich, que pauta os efeitos sobre a cultura decorrentes da presença de softwares no controle de grande parte das práticas sociais contemporâneas. Por esse caminho, analisamos como o chiptune encontra na "cultura do software" as bases de sua realização, apontando algumas hipóteses que justificam o seu crescimento nos últimos anos.

TRANSCRIPT

Bleeps & Bloops: chiptune e autonomização da game music

na cultura do software

Camila Schäfer – UNISINOS – camila_scf@yahoo.com.br Tiago R. C. Lopes – UNISINOS – tiagorclopes@gmail.com Artigo apresentado no X SBGames - Simpósio Brasileiro de Jogos e Entretenimento Digital UNEB - Campus I - Salvador - Bahia - Nov. 2011

Camila Schäfer

§  Jornalista

§  Criadora do blog Console Sonoro www.consolesonoro.blogspot.com

§  Colaboradora do site e revista Nintendo Blast

Tiago R. C. Lopes

§  Professor cursos de gradução em Jogos Digitais, Realização Audiovisual, Comunicação Digital, Publicidade e Propaganda (UNISINOS)

Auxiliar no processo de compreensão da narrativa. Criar sensações de espacialidade.

Provocar emoções: medo, suspense, alegria etc.

Pontuar aspectos do gameplay.

Mais do que isso…

Funções das músicas nos games

As músicas de games integram o arcabouço de referências estéticas de gerações inteiras de indivíduos que dedicaram centenas de horas de suas vidas aos jogos eletrônicos. Passadas algumas décadas desde que as músicas de videogames se tornaram populares, quais os efeitos percebidos hoje sobre a cultura de nosso tempo?

Game Music

Mídias tradicionais Vs. Novas mídias Computador é o “metameio”. “softwarização” das mídias à “meios híbridos” O “banco de dados” é a principal forma cultural de nossa época. O remix como prática naturalizada em “interfaces culturais”.

Cultura do software

Cultura do Software + Game Music

Estratégias Vs. Usos táticos (De Certeau) Os usos táticos tornam-se as estratégias (SDKs, APIs etc.) Engines e elementos dos bancos de dados de jogos são disponibilizados, Proliferam os softwares emuladores de consoles antigos. Plugins para acesso de arquivos sonoros de games (.nsf, .gbs, .spc, .psf, .gym).

a)  O potencial para que indivíduos criem produtos culturais e os façam circular a um grande número de pessoas;

b)  O potencial para que indivíduos se apropriem dos produtos culturais gerados na esfera institucionalizada da indústria dos meios de comunicação e operem sobre eles transformações de ordens técnicas e estéticas;

c)  O potencial para o surgimento e o crescimento de comunidades de interesse em torno de nichos culturais bastantes restritos.

Cultura do software

A game music está presente para além dos videogames e evolui como um produto cultural autônomo.

Autonomização da game music

Nas Olimpíadas de 2004, em Atenas, a dupla de nado sincronizado dos Estados Unidos utilizou as músicas "One Winged Angel" e “Liberi Fatali”, ambas do jogo Final Fantasy VIII.

Em 2008, o candidato à presidência dos EUA, John McCain, usou em um de seus vídeos de campanha uma música do jogo Medal of Honor: European Assault.

A partir de 2012, o Grammy passará a incluir premiações para músicas de games em diversas categorias.

Autonomização da game music

Autonomização da game music

Yellow Magic Orchestra (1978) Faixa “Computer Game” combina sons de Space Invaders e Circus.

Discos com músicas de games

Autonomização da game music

Orquestras

Bandas

ú  Comunidades: Orkut

ú  Web-radios: Radio Sega, 8 Bit FM

ú  Sites: OCReMix, OverLooked ReMiX e VGMix

ú  Sites e blogs de notícias: Music 4Games, Square ú  Enix Music Online, Original Sound Version, Violão

de 8 bits, Hadouken, Benzaiten, Gagá Games, Gamecultura, Meu Outro Blog e outros.

Autonomização da game music

ú  Nintendocore / NEScore

ú  Tracker music / MOD-scene

ú  Bitpop

ú  Chiptune ou chip music

Estilos de game music

CHIPTUNE

ú  Computer System Control - Golden Shower - 2000

ú  Festivais demoscene (the harder, the better)

ú  Trackers à LSDJ, o Buzz, ModPlug Tracker, MadTracker e Renoise.

ú  NetLabels à Chippanze (BR) ú 

Contexto de surgimento

ú  Commodore Amiga

Consoles mais utilizados

Game Boy

Atari 2600

Famicom

ú  USA

ú  Bit Shifter ú  Nullsleep ú  Glomag

Bandas de chiptune

Brasil Pulse looper Droid-on Subway Sonicbeat Chiptots

ú 

Artistas contemporâneas que usaram chiptune em suas composições

ú  Björk

ú  Chemical Brothers

ú  Aphex Twin

ú  Beck ú 

ú  Weezer à Weezer - The 8-bit album

ú  Daft Punk à DaChip

ú  Miles Davis (Kind of Blue) à Kind of Bloop

ú  Kraftwerk à 8-bit Operators: the Music of Kraftwerk

ú 

Tributos em chiptune

1. Chiptune como estilo de game music que realiza uma operação inversa, isto é, de releitura (remix) de composições que não encontram origem nos games para uma estética baseada na sonoridade de consoles de videogames antigos.

2. Redefinição do conceito de game music como gênero: o que interessa é a relação das músicas com a mídia videogame, seja em termos de recriação dos temas tocados em jogos ou da adoção da estética e do hardware dos consoles para criação de músicas originais com "cara" de videogame.

Considerações Finais

Camila Schäfer camila_scf@yahoo.com.br Tiago R. C. Lopes tiagorclopes@gmail.com

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